informação A obra de Shannon e Weaver, Mathematical Theory of Communication é largamente aceite como uma das principais fontes de onde nasceram os Estudos de comunicação. Constituiu a base dos diversos modelos que foram surgindo depois dele, e isso tanto no que se refere aos elementos que consideram no processo da comunicação – emissor, recetor, mensagem, canal, código, codificação, descodificação, etc. Até ao lançamento da obra da autoria de Shannon e Weaver a informação era geralmente entendida em termos do “conteúdo” ou do “sentido” de uma proposição ou de um discurso, individualmente considerados, sendo esse “conteúdo” ou “sentido” identificado com o “facto” ou “estado de coisas”. Este postulado da objetividade e da universalidade de um “sentido” e de uma informação a que, pelo menos idealmente, todos os sujeitos e grupos poderiam aceder, coloca pelo menos dois problemas: i) A impossibilidade de explicar a real variação do “sentido” da informação de sujeito para sujeito e de grupo para grupo; ii) A redução tendencial da informação à informação verbal, levando a fazer esquecer todos os outros tipos de informação. Para a tomada de consciência dos problemas decorrentes desta noção tradicional de informação terá contribuído certamente o envolvimento de Shannon como criptógrafo na II Guerra Mundial. Com efeito, aquele que não conhece o código de uma mensagem secreta, esta aparecerá como destituída de “sentido” e, como tal, “não informativa”; mas, para o criptógrafo, ela pode conter informação, e informação sumamente importante – ou não teria sido enviada. O “sentido” da informação – o que determina que algo seja ou não informação para um determinado sujeito ou grupo de sujeitos – está, assim, totalmente dependente do conhecimento do código por parte do sujeito.
5.2 A informação como medida da “liberdade de escolha”
da mensagem e os três níveis da comunicação Informação não é o mesmo que sentido; como exemplifica Weaver, “duas mensagens, uma das quais se encontra densamente carregada de sentido e a outra das quais é puro absurdo, podem ser exatamente equivalentes, de acordo com o presente ponto de vista, no que respeita à informação” Como esclarece ainda Weaver, na Teoria Matemática da Comunicação “a informação é uma medida da nossa liberdade de escolha quando selecionamos uma mensagem” A quantidade de informação é representada pelo logaritmo do número de escolhas disponíveis; quando o número de escolhas é 2, como log2 2=1, temos a unidade de informação ou bit; analogamente, se o número de escolhas disponíveis é 4, como log2 4=2, temos dois bits; e assim sucessivamente. Nível A ou técnico dos problemas da comunicação – e, excluindo, à partida, os problemas do nível B ou semântico e do nível C ou da eficácia A separação dos três níveis “é realmente artificial e indesejável”. Aliás, e ainda segundo Weaver, a passagem do nível A aos outros níveis, e nomeadamente ao nível B, será apenas uma questão de “adições menores” – no caso, a adição de um “recetor semântico” entre o recetor tecnológico e o destino humano, do esquema da comunicação apresentado por Shannon, com a finalidade de “equiparar a características semânticas estatísticas da mensagem às capacidades semânticas estatísticas da totalidade dos recetores, ou daquele subconjunto de recetores que constituem a audiência que queremos afetar”.