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SOCIOLOGIA, EXTENSÃO E
COMUNICAÇÃO RURAL
AULA 5
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CONVERSA INICIAL
grandes centros urbanos. Nas áreas mais distantes, essa dificuldade se amplia, em parte pela falta de
cobertura de tecnologias digitais, como a rede de telefonia 4G ou ainda a internet via fibra e, por
outro lado, pela necessária inclusão digital do acesso aos equipamentos e ao aprendizado no uso da
tecnologia. O fato é que é preciso encarar esse avanço tecnológico como políticas públicas de
inclusão do campo no meio digital. Com isso, percebe-se que a comunicação é central na sociedade e
no campo não seria diferente. Confira abaixo os temas que serão abordados nesta etapa.
Comunicação e sociedade
comunicação pode ser algo tangente ou central. Segundo a abordagem do sociólogo Niklas
Luhmann, por exemplo, a comunicação é a base da relação e do funcionamento da sociedade. De
que vão se acoplando. Nessa lógica, um sistema pode ser aberto ou fechado, a depender de sua
capacidade de sobrevivência, de autonomia etc.
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Na lógica entre a conexão de um sistema aberto com outro, o que temos não é a transmissão de
um conteúdo, como um elemento que passa de A para B, mas a reprodução de uma informação, que
é comunicada entre A e B e reproduzida entre os dois. A relação entre esses sistemas é uma relação
Durkheim (2007) também pela lógica da comunicação, como elemento de constrangimento social
que busca moldar os indivíduos às regras sociais ou, ainda, de uma perspectiva marxista, pelo viés
analisado pelo filósofo argelino Louis Althusser, com base na reprodução do poder da classe
dominante não apenas pela força repressora do Estado, mas pela da força ideológica, no que
Althusser destaca como aparelhos ideológicos de Estado. Nesse aspecto, a comunicação é exercida
com base nos aparelhos ideológicos, à medida que atua como instituição especializada em reproduzir
Em todas essas questões observamos como a comunicação tem uma função específica e como
podemos perceber alguns elementos e funcionamentos que nos ajudam a compreender as dinâmicas
como sua estrutura e função. Como destaca Lasswell (2002), a comunicação tem uma forma de ser
quem diz o quê, em que canal, para quem, com que efeito?” (Lasswell, 2002, p. 105). Nesse aspecto,
Outro ponto que Lasswell destaca em sua abordagem sobre a comunicação na sociedade é que
existem ao menos três funções sociais da comunicação que podemos observar. A primeira é a de
vigilância sobre um meio. Nesse aspecto, a comunicação serve como uma espécie de controle ou de
ferramenta para mapear as dinâmicas de um determinado meio. É com base nas comunicações de um
povo, expressas em manifestação em praça pública, por exemplo, que podemos analisar o grau de
insatisfação de um grupo social. Uma segunda função é a correção entre as partes perante um meio.
Retomando as questões sugeridas por Lasswell para nos ajudar a entender o ato de
comunicação, alcançamos, partindo dessas respostas, elementos fundamentais para compreender a
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comunicação com base em um modelo que consegue sintetizar as formas de comunicação. Esse
modelo denomina-se matemático funcional. De forma lógica, esse paradigma percebe a comunicação
não pelo contexto social, mas pela transmissão de um código por meio de um determinado canal. Os
principais estudiosos que contribuíram para esse modelo foram os matemáticos Shannon e Weaver
(1971). O objetivo dessa proposta de modelo era compreender como reduzir erros de comunicação,
ou seja, como estruturar uma forma em que os dados ou a mensagem inserida em um ponto de um
meio alcançaria uma excelente performance em termos de transmissão, ao longo do caminho, sem
perdas. Nesse paradigma, a estrutura é formada por um emissor, que busca transmitir, por um meio,
uma mensagem em formato de código até que essa mensagem alcance o receptor, que a decodifica
e interpreta. O conteúdo não é importante em termos de contexto, mas sua completa transmissão.
Um ruído é aquilo que pode prejudicar essa transmissão completa. Nesse caso, um ruído pode ser ao
um ruído mecânico pode ser um rompimento de cabo, ou ainda uma interferência. Em uma
comunicação interpessoal, como uma conversa, um som mais alto de uma ambulância, por exemplo,
que dificulta ouvir a mensagem da fala de um interlocutor, pode ser um ruído mecânico. Assim, a
forma de aumentar as chances de a mensagem alcançar seu objetivo de modo completo é ampliar a
quantidade de vezes, por meio da repetição. Um outro ruído pode ser semântico. Nesse caso, não é
estrangeira não compreendida por um dos agentes da comunicação, ou ainda uma palavra cujo
A forma de contornar é diferente daquela relativa ao problema mecânico pelo fato de que, se
não há um entendimento da palavra, não adianta repetir. Isso não fará com que ela seja interpretada.
É preciso aumentar a quantidade e a variedade de informações, como uma explicação para a palavra
não compreendida. Nesse aspecto, como uma expressão matemática que busca calcular a
certamente é um modelo que dará sustentação a uma lógica da comunicação com base na
cibernética (Wiener, 1984), que busca observar os aspectos comunicacionais entre elementos
sistêmicos e humanos. Assim, a comunicação é um agente de regulação de ambiente, como
temperatura indicada por quem regula o aparelho. Todo o sistema tende à desordem, ou seja, tende à
entropia.
Em uma sala com uma temperatura específica, a quantidade de pessoas e suas dinâmicas podem
interferir no meio em que elas estão. Os corpos vão produzir calor ou absorver calor, desregulando o
sistema. Um termostato, como um elemento de retorno ou feedback, tende a capturar ou a fazer uma
leitura. Se estiver fora do padrão estabelecido, ele pode acionar uma série de padrões de ação
resultado estiver acima do ponto de equilíbrio. Ou, ao contrário, pode ativar a refrigeração, se o
ambiente apresentar temperatura acima do que é estabelecido como regra. Assim, a relação entre o
é o que nos orienta para o uso dos meios e tecnologias da comunicação ao longo do século XX.
demanda maior mediação da tecnologia para que se concretize para os cidadãos. Como saber o que
ocorre em uma câmara federal ou, ainda, como saber o que ocorre em outros países cujos efeitos
podem impactar nossa realidade social? Com os meios de comunicação e das tecnologias da
Berger e Luckmann (1973) são sociólogos que se debruçaram sobre a análise da sociologia do
conhecimento e sobre como é construída a realidade de forma social. Para eles, atuamos dentro de
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uma realidade. Há uma relação dialética na construção da realidade e o indivíduo, à medida que
interfere nela e ao mesmo tempo é interferido por ela, é impactado pela realidade que ajuda a
constituir. Nesse aspecto, os autores vão idealizar duas perspectivas de realidade, uma delas objetiva
Na segunda perspectiva, o que temos é a realidade subjetiva, que é constituída com base em três
Depois, objetifica-as, criando hábitos e instituições pela linguagem. Por fim, internaliza esses hábitos,
tecnológico, reconhecemos que os meios e as suas formas de entendimento social são fundamentais
para criar uma conexão em um universo de oferta quase infinita de informação” (Ribeiro, 2021, p.
128). Ora, os meios expandem as capacidades dos homens, ao mesmo passo que reduzem espaços e
afetam as dinâmicas do tempo. Basta lembrar o tópico em que abordamos McLuhan e a globalização.
ferramenta para se alcançar multidões e pensando que a alfabetização é ainda precária nesse ponto, a
partir da década de 1920 o que temos é uma massificação do consumo de informação. Com o rádio
iniciando sua atuação no solo nacional e ganhando maior amplitude em 1930, à medida que é
empregado como política de massificação pelo próprio governo de Getúlio Vargas a população
no país, considerando as dimensões continentais que o Brasil apresenta, além das estratificações
sociais. Isso se dá inicialmente com o rádio, por seu potencial democrático pela fala (o que facilita o
entendimento e a relação de proximidade entre ouvintes e radialistas) e pelo baixo custo dos
aparelhos usados para a sintonização, e se intensifica com o surgimento da TV no país na década de
1950 e sua popularização a partir dos anos 1970. À medida que a realidade é construída socialmente,
e com base na comunicação e suas tecnologias, o cenário nacional apoiado não em um letramento,
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mas em meios sonoros e visuais, pressiona para uma cultura oral visual mais determinante, o que
sociedade, não apenas como um elemento de coesão social, mas como um recurso que gera valores,
capitais e uma ressignificação das funções do mundo do trabalho, sobretudo pelas tecnologias da
comunicação. E quais são essas tecnologias da comunicação que tanto destacamos? Podemos
de forma integrada para a circulação e o acesso à informação. Como aponta Ribeiro (2021), a
avanço da mídia e de sua capacidade de criar conexões e significados. Esses sistemas são decorrentes,
Apesar de os meios tradicionais terem sido efetivos ao longo do século XX, há de se destacar
suas limitações em termos de participação, ou seja, de duplo fluxo de dados, uma vez que poderiam
apenas ser massivos do emissor para os receptores. Aqui, ao pensar nas tecnologias da comunicação
e da informação, estamos indicando, portanto, os meios mais atuais, meios digitais como
smartphones, tecnologias com capacidade de acesso por Wi-Fi ou Bluetooth, dentre outros. O uso de
tais tecnologias pressiona para um ajuste social que afeta toda a vida humana por meio de um
processo de digitalização. A economia passa a ser digital nesse processo de aprofundado e amplo uso
digitais, sem agências físicas, com total relacionamento virtual com seus clientes.
Esse é um dos exemplos do que definimos como sociedade da informação, que é esse momento
de organização geopolítica em que a produção e a circulação da informação com as tecnologias
digitais permeiam de forma ampla e rizomática a vida da maior parte da população. Vivemos o que o
sociólogo Manuel Castells (2000) destaca como sociedade em rede, com a centralidade dos recursos
tecnológicos e dos meios digitais como espaço de socialização e construção social. Se até o final do
século XX, mesmo com o advento da internet e da massificação dos computadores pessoais, vivíamos
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uma dicotomia da vida on-line e off-line, hoje há uma dissociação entre essas duas instâncias, ao
passo de, em alguns momentos, não ser mais possível perceber a mudança de um estado para outro
(não havendo mais a possibilidade de vida off-line, à medida que as formas de produção, de consumo
A sociedade da informação, destaca Castells (2000), consolida-se por meio de, ao menos, três
dimensão é a reorganização política. Temos uma revitalização da esfera pública digital com a inclusão
do estado no espaço virtual por meio do e-governo, o que permite maior acesso e representatividade
aos cidadãos.
consumidores de informação, ou seja, com o cenário digital, os usuários que, nos meios massivos do
século XX eram passivos, considerando que o rádio e a TV, por exemplo, eram unidirecionais, com a
rede e a sociedade da informação assumem um papel ativo. Cada um pode criar um canal de
circular para não morrer. As linhas do tempo das redes sociais são exemplos dessa frenética produção
de informação, sempre incluindo novos conteúdos em evidência e relegando outros ao ostracismo.
Retomando nossos olhares para o meio rural, mas com base no que já debatemos nesta etapa,
vamos abordar o tema da comunicação rural. Ora, sabemos que a comunicação não é uma
manifestação apenas tecnológica, mas cultural também. Com isso, o meio em que é desempenhada e
constituída altera suas características.
Bordenave (1988) vai conceituar comunicação rural como o contexto e o conjunto de fluxo de
informação e "de influência recíproca existentes entre os componentes do setor rural e entre eles e os
demais setores da nação afetados pelo funcionamento da agricultura, ou interessados no
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melhoramento da vida rural". Na comunicação rural não apenas as tecnologias são importantes, mas
também a leitura sobre grupos formais e informais, ou seja, a circulação de informações de natureza
pessoal em atividades presenciais e comunitárias também.
compartilhamento do saber no campo. Assim, como aponta Silva (2020), a comunicação rural vai se
consolidar no Brasil conjuntamente com os órgãos públicos que atuam na extensão rural com foco
produtividade. Isso se dá, inicialmente, por meios impressos e comunicação interpessoal, como
conexão cultural da comunidade do campo, a comunicação rural tende a cumprir três funções básicas:
públicas por parte dos atores sociais e das comunidades rurais e propiciar a oferta de plataformas de
comunicação com foco na inclusão e no desenvolvimento social (como as rádios comunitárias) (Silva,
2020).
Por meio dessas três questões, vemos a comunicação rural atuando no desenvolvimento do
televisivos que representam a identidade do campo, que abordam sua cultura musical e identitária,
suas vestimentas e falas, bem como seus costumes) e permitindo a divulgação e o conhecimento de
tecnologias que possam aprimorar a produtividade ou ainda dar condições de melhor qualidade de
vida (divulgação de inovação no campo, redes sociais digitais e demais espaços de compartilhamento
de informações sobre uso de novas tecnologias, sem contar as ferramentas de aprendizado focado no
ensino a distância), além de que “possibilitam o conhecimento de formas de obtenção de crédito para
De forma orgânica, a comunicação rural se dá por vários fluxos, que podem ser verticais e
horizontais, unilaterais ou multilaterais. Como comunicação vertical, podemos perceber aquela que se
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informação, por exemplo, da mesma forma como uma empresa do agronegócio pode estabelecer um
boletim informativo em que a diretoria ou presidência passam informações para seus funcionários e
hierarquização, sendo realizada entre pares, como é o caso de cooperados diretos ou, ainda, a
Bordenave (1988, p. 30), ao pensar nas categorizações da comunicação rural e ao perceber que a
comunicação rural não é única, mas resultante de uma série de “transformações quantitativas e
produzem, com o tempo, uma elevação do nível de uma e uma evolução favorável do gênero de
vida”, vai indicar alguns modelos que podem ser adotados no campo.
acerca da inovação tecnológica no campo, encurtando o tempo de circulação dos avanços no meio
acadêmico ou empresarial. Aqui, dialoga mais com a postura do extensionismo rural do século XX,
com foco na produtividade. Assim, Bordenave (1988), afirma que o modelo coloca “forte ênfase na
comunicação, tanto das informações necessárias para avaliar e aplicar inovações, quanto das
mensagens motivadoras e persuasivas que promovem uma atitude inovadora geral”.
Nesse modelo, o que se propõe é uma rede eficiente de transferência de tecnologia. Assim, a
comunicação rural entra na etapa de difusão planejada aliada à extensão após as fases de pesquisa
básica e aplicada da inovação, com foco em promover a adoção da inovação pelos agricultores
inovadores (que são os mais propícios à adoção de inovação) para posterior replicação por outros.
investimento do capital e não do espaço institucional educacional público, como é feito de forma
predominante no Brasil. Para isso, percebe-se o caminho que a inovação pode tomar, antes do
investimento, uma vez que a rentabilidade é central no modelo de mercado. A crítica que Bordenave
(1988) faz a esse modelo é que ele privilegia grandes latifundiários, uma vez que os produtores de
baixa renda somente acessariam tal modelo à medida que ele atua em coletivo.
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A sociedade da informação não se restringe ao espaço urbano. Na verdade, parte do espaço rural
apresenta avanço tecnológico em comunicação e inovação que supera em muito grande parte das
Dados da Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural[1], promovida de forma contínua pela
Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), apontam que 94% dos produtores
pesquisados têm smartphone e 74% usam a internet para buscar informação, acessando a rede 15 ou
indicadas como ferramentas de negócio, uma vez que cerca de 75% dos produtores mencionaram
que já usaram aplicativos como WhatsApp para fechar negócios. Ou seja, a conectividade no campo
pressiona para que o produtor esteja ligado à rede e integre a tecnologia ao seu dia a dia. Na
produtividade, isso se dá de forma ainda mais acentuada, com o uso de recursos como drones ou
É preciso considerar que essa inclusão digital no campo se dá em função de um cenário que
acompanha uma tendência mundial. Mesmo assim, é preciso que haja condições para que seja
destaca Sorj (2003), para buscar uma inclusão é fundamental perceber cinco fatores de influência para
maior ou menor difusão do meio digital. O primeiro fator é relativo à questão física da tecnologia e
sua infraestrutura, ou seja, uma rede que garanta o serviço disponível. Muitas vezes o conhecimento
sobre a forma de acesso e o recurso para compra do equipamento pessoal é garantido. Mas o serviço
não alcança, especialmente em função da dimensão continental do Brasil; a cobertura de rede da área
rural é de apenas 23%[2]. Isso significa, portanto, que os dados da pesquisa dos hábitos do produtor
rural indicam o acesso a alguns pontos, mas não em toda a área rural.
O segundo fator é o recurso individual, o que aponta para uma relação de classe econômica e
social quando pensamos em acesso. Aqui, não é apenas a estrutura como serviço, mas a capacidade
econômica para acessar. O terceiro aspecto é relativo ao letramento ou literacia da tecnologia. O
quarto fator refere-se à “capacidade intelectual e inserção social do usuário” (Sorj, 2003, p. 63). Por
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fim, o quinto fator é relativo ao critério de conteúdos que estejam alinhados culturalmente ao recorte
do estrato social.
Em diálogo com Sorj (2003), Darcie (2022) reforça que o acesso à máquina não é sinônimo de
inclusão e que há aspectos geracionais que afetam a dinâmica da digitalização no campo, ou seja, a
forma como a
população se apropria da tecnologia varia de acordo com suas características culturais [...] um dos
motivos que contribui para ampliar a exclusão digital é geracional, já que o campo brasileiro sofre
de uma evasão de sua camada mais jovem há muitos anos que prejudica adoção de novas
Além da mudança de qualidade de vida por meio da inclusão digital relacionada, podemos
destacar o impacto do meio digital no campo para a extensão rural e a assistência técnica dos
Isso ocorre por meio do processo de digitalização da Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural)
em alguns estados, cuja intensificação se deu principalmente com a pandemia de COVID-19, por meio
de serviços e produtos digitais como programas de rádio digitais, podcasts, portais na internet, redes
sociais digitais exclusivas para o meio rural, aplicativos de assistência e de capacitação. Aqui, podemos
destacar ao menos três formas de atuação da Ater com a tecnologia: Ater Digital, Ater Remota e Ater
Virtual (Darcie, 2022). Segundo Darcie (2022), na Ater Remota, o trabalho de assistência e de
realizada com recursos de comunicação mediada. Assim, é uma proposta que pode ser digital ou
analógica.
recursos mais amplos, como vídeos em sites. Algo que começa a estabelecer uma diferença, além da
maior cobertura, é a relação temporal. Com isso, a Ater pode ser síncrona, ou seja, realizada
Já a Ater Virtual pode ampliar o uso dos recursos digitais para um sistema de atendimento
automatizado, com aplicativos e portais com sistemas de chatbot ou motores de análise de dados
para retorno de resultados. Com isso, com base em algoritmos, alguns cenários são apresentados a
depender das entradas de conteúdos indicadas pelo produtor, agilizando o processo, mas mantendo
uma forma de customização tendo em vista a realidade indicada pelo produtor.
FINALIZANDO
A vida em sociedade é mediada pelos meios de comunicação de massa e pela tecnologia. Com as
cidades tornando-se mais complexas, não é possível alcançar todos os principais acontecimentos
presencialmente. Um cidadão, para exercer sua cidadania, hoje orienta-se sobre seus deveres e
direitos, por exemplo, por meio de recursos como os meios tradicionais de comunicação, como rádio
e TV, ou ainda pelas tecnologias da comunicação e informação, como a internet. No cenário rural,
busca-se uma comunicação rural que aprofunde o uso de tais tecnologias com foco na melhoria de
produtividade e da qualidade de vida. Algo que percebemos é que, paulatinamente, serviços como a
Ater, que primordialmente eram realizados presencialmente, podem ser digitalizados ou realizados
com apoio da tecnologia para melhorar o acesso do produtor ao conhecimento e aos recursos
REFERÊNCIAS
ALTHUSSER, L. Aparelhos ideológicos de Estado. 3. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1987.
DARCIE, C. Veredas digitais nos territórios rurais: o uso das novas tecnologias de informação e
comunicação na Ater brasileira. In: Diálogos em Ater digital na Rede Aurora. São Carlos: Pedro &
João Editores, 2022. v.3.
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acesso e no uso da informação. Informação & Sociedade: Estudos, v. 19, n. 1, 2009. Disponível em:
WIENER, N. Cibernética e sociedade: o uso humano de seres humanos. São Paulo: Cultrix, 1984.
content/uploads/2020/01/8_PESQUISA_ABMRA_HABITOS_DO_PRODUTOR_APRESENTACAO.pdf>.
Acesso em: 8 jun. 2023.
apenas-23--do-campo-com-internet-brasil-poderia-elevar-producao-em-ate-rs-100-bi.html>. Acesso
em: 8 jun. 2023.
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