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PROJETO INTERDISCIPLINAR

Graduação em Farmácia

“Relação do Uso da Pílula Emergencial e o Risco de TVP


(Trombose Venosa Profunda). ”

Camilla Doldan – RA 00345343


Debora Reis – RA00345589
Giovanna Braz Raimundo – RA 00352272
Rebeca Cardoso – RA 00344836
Sabrina Ribeiro – RA 00344526

SÃO PAULO, 2023


Sumário
RESUMO .................................................................................................................................. 3
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 4
OBJETIVO ................................................................................................................................ 5
MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................................... 5
1 COMO SURGIRAM OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS.................................................. 6
2 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS HORMONAIS: SUA EFICÁCIA E SEUSRISCOS ....... 7
2.1 Métodos............................................................................................................... 7
2.2 Como são usados e sua eficácia. .................................................................... 7
2.3 USO INDISCRIMINADO E SEUS RISCOS. ....................................................... 8
2.4 Uso Contínuo da “pílula do dia seguinte” ...................................................... 9
2.5 LEVONORGESTREL ......................................................................................... 9
3 TROMBOSE VENOSA PROFUNDA: O QUE É, SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO................................................................................................................... 11
4 RECOMENDAÇÕES AOS PACIENTES ........................................................................... 13
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 16
RESUMO

A relação entre o uso de contraceptivos hormonais e o risco de trombose venosa


profunda (TVP) tem sido objeto de estudo e preocupação médica ao longo dos anos. A
trombose venosa profunda é uma condição em que se formam coágulos sanguíneos nas
veias profundas do corpo, com risco de complicações graves, como embolia pulmonar.
Os contraceptivos hormonais, que incluem pílulas anticoncepcionais, adesivos, anéis
vaginais e dispositivos intrauterinos (DIU) com liberação de hormônios, contêm
hormônios sintéticos, como estrogênio e progesterona, que afetam o sistema de
coagulação sanguínea.
O uso de anticoncepcionais hormonais pode desencadear efeitos colaterais e adversos
no corpo da mulher, mas também pode trazer benefícios ao ser utilizado para tratar
doenças relacionadas a disfunções hormonais. Os contraceptivos hormonais são
métodos que podem causar efeitos colaterais e adversos, porém, ao mesmo tempo,
podem proporcionar benefícios como a contracepção e o tratamento de doenças
decorrentes de desequilíbrios hormonais.
Nesse sentido, é fundamental que as mulheres estejam cientes dos potenciais riscos
associados ao uso da pílula emergencial e discutam com seus médicos sobre as
melhores opções contraceptivas disponíveis, levando em consideração seu histórico
médico e fatores de risco pessoais.

Palavras chave: contraceptivos hormonais, risco, trombose venosa profunda, pílulas


anticoncepcionais.
INTRODUÇÃO

Diversas estratégias contraceptivas são utilizadas para prevenir a gravidez. Com uma
ampla gama de opções à disposição, que incluem métodos hormonais e não hormonais,
cada mulher deve considerar suas necessidades individuais, idade fértil e saúde ao
tomar essa decisão crucial. No entanto, é vital estar ciente de que o uso de
contraceptivos hormonais pode estar associado a potenciais riscos, especialmente
distúrbios hematológicos, como a trombose.
Os métodos contraceptivos hormonais são uma opção barata e popular para evitar a
gravidez, funcionam por meio da administração de hormônios sintéticos como exemplo a
progesterona e o estrogênio, eles inibem a ovulação e alteram o muco cervical. Esses
métodos são de altamente utilizados pelas mulheres, pois são de facilidade, baixo custo
e eficaz, porém é importante ressaltar que as mulheres tenham consciência de suas
necessidades individuais (Saúde, idade fértil) ao escolher um método de contraceptivo,
pois é importante estar consciente também para possíveis dos riscos ligados ao uso de
contraceptivos hormonais, como o exemplo o risco de trombose venosa profunda (TVP).
A TVP é uma doença que se define pela formação de coágulos, nas veias profunda do
corpo, especialmente nas pernas e esses coágulos podem se soltar e desloca-se para os
pulmões, o que poderá causar uma embolia pulmonar, podendo ser fatal, por
consequência é recomendado o uso de anticoncepcionais orais com orientação médica e
consultas periódicas para detectar quaisquer sinais de trombose, é de suma importância
a conscientização das mulheres sobre os riscos e benefícios dos contraceptivos para
uma melhor decisão.
OBJETIVO
Demonstrar o uso permanente de anticoncepcionais orais e reações adversas que
podem aparecer devido ao uso, em destaque a Trombose Venosa Profunda (TVP).

MATERIAIS E MÉTODOS

Referente estudo baseia-se no levantamento bibliográfico de estudos publicados pelo


Google Acadêmico, Scielo, dados e recomendações pelo Ministério da Saúde.
1 COMO SURGIRAM OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS.

Os métodos contraceptivos modernos surgiram no século XX, anteriormente os métodos


usados eram baseados em superstições e crenças populares, porém não eram eficazes.
Em 1930, na Budapeste foi desenvolvido um modo que isolava e identificava os
hormônios sexuais, onde foram constatadas altas doses de esteróides, hormônio que
inibe a ovulação e impede a gravidez, este modo foi chamado de Infecundin.
(HABERLANDT, Ludwing) (RAMOS,Joelma, 2016).
No ano de 1932 houve abdicação na pesquisa devido à morte do pesquisador
responsável Ludwing Haberlandt. anos depois foi dada continuidade À pesquisa, em 1950
através do biólogo Gregory Pincus (1903–1967), o ginecologista John Rock (1890–1966),
com ajuda da enfermeira e feminista Magareth Sanger (1879–1966), sendo patrocinado
pela bióloga Katherine McCormick (1875-1967) ambos com o propósito de impedir a
gravidez em mulheres saudáveis.
Através dessa pesquisa eles apuraram que pelo menos 300mg de progesterona
administrada por via oral era suficiente e poderia ter eficácia no processo de impedimento
da ovulação. (WAISSE, Silvia, 2016).

No ano de 1960, ocorreu o lançamento da pílula anticoncepcional, revolucionando o


mercado farmacêutico, através dela houve a possibilidade de as mulheres controlarem
regularmente a sua fertilidade, a pílula continha hormônios sintéticos podendo evitar a
ovulação, e diminuindo altamente a probabilidade da gravidez.
Após isso surgiram vários outros métodos contraceptivos, como por exemplo DIU
(Dispositivo Intrauterino), adesivo contraceptivo, anel vaginal, os implantes subcutâneos e
a camisinha. Os anticoncepcionais se mantém sendo alvo de discussão ao longo dos
anos por razões éticas e religiosas, Os argumentos usados tem relação com a
intervenção na concepção e controle da fertilidade.
Hoje em dia existem várias opções de métodos contraceptivos no mercado farmacêutico,
permitindo que as mulheres encontrem um método adequado para o seu corpo e suas
necessidades, as pesquisas neste campo continuam avançando, no intuito de melhorar a
eficácia e a segurança.
2 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS HORMONAIS: SUA EFICÁCIA E SEUS
RISCOS

2.1 Métodos

Contraceptivos hormonais são métodos de contracepção que contêm hormônios


sintéticos, como estrogênio e/ou progestina, sendo estes semelhantes aos hormônios
naturais produzidos pelo corpo humano. Esses contraceptivos atuam de várias maneiras
para prevenir a gravidez (PFIZER, Saúde da mulher).
Existem diferentes tipos de contraceptivos hormonais disponíveis, incluindo:

Anticoncepcionais Orais Combinados: Estes contraceptivos, comumente conhecidos


como pílulas anticoncepcionais, contêm uma combinação de estrogênio e progestina.
Eles inibem a ovulação e tornam o muco cervical mais espesso, dificultando a passagem
dos espermatozoides.

Pílulas Anticoncepcionais de Progestina: Também conhecidas como "pílulas de


progestina" ou "mini-pílulas", contêm apenas progestina. Elas funcionam principalmente
engrossando o muco cervical e, em alguns casos, inibindo a ovulação.

Adesivos Anticoncepcionais: São adesivos colados na pele que liberam hormônios


diretamente na corrente sanguínea para prevenir a gravidez.

Anel Vaginal: É um anel flexível que a mulher insere na vagina, onde libera hormônios
de forma contínua.

Injeções Anticoncepcionais: São injeções de progestina administradas por um


profissional de saúde a cada poucos meses.

Implantes Anticoncepcionais: São pequenos dispositivos inseridos sob a pele do braço


que liberam progestina continuamente.

Dispositivos Intrauterinos (DIUs): Existem DIUs com hormônios, que liberam


progestina diretamente no útero, tornando o ambiente hostil para os espermatozoides e
inibindo a ovulação.

Anticoncepcionais de Emergência: Também conhecidos como "pílula do dia seguinte",


são contraceptivos hormonais de dose única ou múltipla usados após uma relação sexual
não protegida para prevenir a gravidez.

2.2 Como são usados e sua eficácia.

Segundo estudos científicos, no Brasil 55,4% de mulheres em idade reprodutiva 7 fazem


uso de algum contraceptivo hormonal (BRASIL, 2002). Foi a partir da década de 60 que
os contraceptivos hormonais orais começaram a ser comercializados. Sendo hoje o
método mais usado entre as mulheres mundialmente (BRASIL, 2002).
Possui uma taxa média de falha de 0,3%, variando o tempo de uso e a forma correta do
uso do medicamento, sem esquecimentos de nenhum dia.
É encontrado na forma de combinado, com a presença de estrogênio e progesterona e
não combinado, possuindo somente a presença de progesterona.
Usado diariamente, em um período de 21-24 dias, com uma pausa de 7- 4 dias,
respectivamente, variando de acordo com cada medicamento (DINGER et al., 2011). O
método anticoncepcional hormonal oral combinado utiliza dois hormônios sintéticos:
estrogênio e progestogênio. Sua ação é na maioria das vezes através da inibição da
ovulação, além de provocar alterações nas características físico-químicas no endométrio
e muco cervical (LUPIÃO; OKAZAKI, 2011).

2.3 USO INDISCRIMINADO E SEUS RISCOS.


Embora apresente benefícios, o seu uso indiscriminado e sem o
Devido acompanhamento pode trazer grandes riscos à saúde da mulher. Como por
Exemplo:
• Efeitos Colaterais Indesejados: Os contraceptivos hormonais podem ter uma
variedade de efeitos colaterais, incluindo alterações no ciclo menstrual, náuseas, dores
de cabeça, sensibilidade mamária, entre outros. O uso indiscriminado pode levar a um
aumento desses efeitos colaterais.

• Riscos de Trombose: Como mencionado anteriormente, alguns contraceptivos


hormonais, especialmente os que contêm estrogênio, podem aumentar o risco de
trombose venosa profunda (TVP) em algumas mulheres. O uso indiscriminado, sem
avaliação médica adequada, pode resultar em um risco desnecessário.

• Falta de Proteção Contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs):


Contraceptivos hormonais, como pílulas anticoncepcionais, não protegem contra DSTs. O
uso indiscriminado de anticoncepcionais pode levar à falsa sensação de segurança em
relação a DSTs, o que é perigoso se não houver outras medidas de prevenção em
prática.

• Desregulação Hormonal: O uso indiscriminado, como a tomada irregular ou


interrupção súbita do uso de contraceptivos, pode levar a desregulações hormonais e
afetar o ciclo menstrual e a fertilidade.

• Impacto na Saúde Ginecológica: O uso indiscriminado pode mascarar sintomas


de problemas ginecológicos subjacentes, atrasando o diagnóstico e tratamento.

• Aconselhamento Médico: Cada pessoa é única, e suas necessidades de


contracepção podem variar. O uso indiscriminado pode evitar que as mulheres obtenham
orientação médica apropriada para escolher o método contraceptivo mais adequado às
suas necessidades e saúde.

Todavia, assim como o uso do contraceptivo contínuo, os níveis Hormonais, além de


desregular o sistema reprodutor feminino, também apresentam índices de
hipercoagulação sanguínea, visto que por possuírem quantidades exacerbadas de
estrogênio e progesterona facilita e favorece o acometimento de trombos e êmbolos que
podem desencadear em uma embolia pulmonar, TVP (Trombose Venosa Profunda) e até
mesmo AVE (Acidente Vascular Encefálico) .
2.4 Uso Contínuo da “pílula do dia seguinte”
A pílula emergencial, mais conhecida como “pílula do dia seguinte”, é um método
contraceptivo de emergência que pode ser utilizado em situações de falha ou ausência do
uso de métodos contraceptivos regulares, como a camisinha ou a pílula anticoncepcional.
Ela tem como objetivo evitar uma gravidez indesejada após uma relação sexual
desprotegida ou quando há suspeita de falha do método utilizado (MILES, Karen).
É importante ressaltar que a pílula do dia seguinte não deve ser utilizada como um
método contraceptivo regular, pois não possui a mesma eficácia e segurança que outros
métodos, como a pílula anticoncepcional de uso diário. Ela deve ser encarada como uma
solução de emergência, utilizada apenas em casos pontuais.
No entanto, algumas mulheres podem optar pelo uso contínuo da pílula do dia seguinte
por diferentes motivos. Essa escolha pode ser motivada por questões de comodidade,
dificuldade de acesso a outros métodos contraceptivos ou por falta de informação sobre
alternativas mais adequadas. É importante ressaltar que o uso contínuo da pílula do dia
seguinte não é recomendado pelos profissionais da saúde, pois pode acarretar em efeitos
colaterais e prejudicar a saúde reprodutiva da mulher.
O uso excessivo da pílula do dia seguinte pode desregular o ciclo menstrual, causar
alterações hormonais e aumentar o risco de efeitos colaterais, como náuseas, vômitos,
dor de cabeça e alterações do humor. Além disso, a pílula do dia seguinte não oferece
proteção contra doenças sexualmente transmissíveis, sendo necessário o uso de
preservativos em todas as relações sexuais para evitar a transmissão dessas infecções
(MILES, Karen).
É fundamental que as mulheres tenham acesso a informações completas e precisas
sobre os diferentes métodos contraceptivos disponíveis, para que possam fazer escolhas
conscientes e adequadas às suas necessidades. A consulta a um profissional de saúde,
como ginecologista ou médico de família, é fundamental para receber orientação
personalizada e esclarecer dúvidas sobre o uso da pílula do dia seguinte e outros
métodos contraceptivos.
Em suma, a pílula do dia seguinte é um método de emergência que deve ser utilizado de
forma esporádica e não como uma forma regular de contracepção. O uso contínuo pode
acarretar em efeitos colaterais negativos e prejudicar a saúde reprodutiva da mulher. A
informação é essencial para que as mulheres possam fazer escolhas conscientes e
seguras em relação à sua saúde sexual e reprodutiva.

2.5 LEVONORGESTREL

As pílulas emergenciais foram desenvolvidas em 1972 especificamente pelo médico


Canadense Albert Yuzpe, afim de prevenir a gravidez indesejada causada por violência
sexual. Em 1996 através do Ministério da Saúde esse método obteve a aprovação nas
normas técnicas do programa de planejamento familiar no Brasil, em 1998 foram
disponibilizadas fórmulas constituídas de etinil estradiol e progesterona baseado no
método de Albert Yuzpe, porém havia várias reclamações do medicamento por conta de
seus muitos efeitos colaterais, assim no ano de 1999 o contraceptivo de emergência foi
reformulado contendo somente a progesterona que atualmente chama-se
levonorgestrel (RAGLANDET et. al., 2009).

[...] Nos dias atuais mulheres em especial jovens em idade e vida sexual
precoce tendem a utilizar contraceptivo emergencial sem conscientização
de um profissional responsável e exacerbadamente (Barros et al. 2019).
[...] Os contraceptivos emergenciais, incluídos na classe hormonal, são
medicamentos de utilidade restrita, a sua fórmula atua sob o sistema
endócrino composto por hormônios concentrados em intervalo de tempo
de 72 h, após o vínculo sexual. Afim de impedir a fecundação em
situações como: Relações sexuais desprovidas, omitir ouso de outro
anticoncepcional de rotina e abuso sexual (Brasil,2014).

O seu uso e acesso facilitado dão origem à negligência, fazendo com que seu uso seja
na maioria das vezes de forma regular, colocando em risco a saúde feminina suscetível a
efeitos indesejáveis (CAVALCANTE et al., 2016).
Pinheiro (2017), relatou que os profissionais médicos informam que administrar o CE
(Levonorgestrel) acima do recomendado altera o ciclo menstrual, e não garante que a
eficácia seja 100% confiável nesses casos, pois, seu uso exacerbado leva a redução da
eficácia devido ao excesso hormonal causado.

[...] O levonorgestrel contendo 75 g é bastante consumido no Brasilpor marcas conhecidas como:


Diad; Poslov; Postinor entre
outras
(Barros&Cunha, 2019)
3 TROMBOSE VENOSA PROFUNDA: O QUE É, SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO.

A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma doença em que o sangue coagula dentro das
veias, obstruindo o sistema venoso. Nesses casos, os pacientes podem apresentar
inchaços associados à dor, nas veias superficiais, ocorre aumento de temperatura e dor
na área afetada, além de vermelhidão e edema (inchaço). Pode-se palpar um
endurecimento no trajeto da veia sob a pele. Nas veias profundas, o que mais chama a
atenção é o edema e a dor, normalmente restritos a uma só perna. O edema pode se
localizar apenas na panturrilha e pé ou estar mais exuberante na coxa, indicando que o
trombo se localiza nas veias profundas dessa região ou mais acima da virilha, porém, em
alguns casos podem não apresentar sintoma algum. (GARIGLIO, Anderson).
Essa doença requer atenção imediata, pois pode ocorrer de um fragmento de coágulo se
desprender e migrar para os pulmões, causando a embolia pulmonar, doença grave e
potencialmente fatal.

O diagnóstico médico pode ser dado apenas baseado nos sintomas descritos pelo
paciente e examinando a veia afetada (sob a pele), no entanto, seus sintomas podem não
ser tão exacerbados, dificultando o diagnóstico de TVP, para garantir a segurança da
saúde do paciente o médico solicita exames especiais como o Eco Color Dopper ou a
flebografia. Há quem solicite um exame de sangue para dosagem de uma substância,
chamada Dímero D, que se apresenta em níveis elevados quando ocorre uma trombose
aguda.

O tratamento só deve ser instituído por um especialista, em casos de TVP pode ser
necessário manter-se internado durante os primeiros dias, a fim de fazer uso de
anticoagulantes injetáveis (Heparinas). Estes previnem o crescimento do trombo e
diminuem o risco de embolia pulmonar. Atualmente, pode-se evitar a hospitalização com o
uso de heparinas de baixo peso molecular, injetados pelo próprio paciente no espaço
subcutâneo da barriga. Depois do tratamento com Heparina, deve-se continuar com o uso
de anticoagulantes orais (Warfarin ou DOAC ) por um período de três a seis meses.
Juntamente com esta medicação, o paciente deve fazer repouso com as pernas elevadas
e fazer uso de meia elástica adequada à sua perna. Alguns medicamentos que interferem
na ação dos anticoagulantes (como analgésicos) são proibidos neste período.
(GARIGLIO, Anderson).

O uso de contraceptivos orais resulta em um aumento aproximado de três vezes o


risco de TVP (PADOVAN, F. T.; FREITAS, G), uma vez que no sistema
cardiovascular, os hormônios sexuais femininos: estrogênio e progesterona,
presentes em grandes níveis nos anticoncepcionais, têm como alvo os vasos
sanguíneos que contêm receptores em suas camadas, facilitando assim o
desenvolvimento da doença.
Existem estudos (CRUZ, O. 2018) que apontam a teoria de que os contraceptivos podem
causar resistência às proteínas C-reativas, que são anticoagulantes naturais do
organismo. Com isso, o sistema circulatório fica desequilibrado e mais propício a criar
coágulos e, consequentemente, eventos relacionados à trombose.
Porém, não são todas as fórmulas que podem levar a uma TVP, exames precisam ser
feitos, para assim se encontrar o medicamento correto para cada organismo. O histórico
familiar também deve ser investigado, para saber se a pessoa possui maiores chances
de ter uma trombofilia genética. Por esses motivos, o uso indiscriminado de
anticoncepcionais nunca é recomendado.
Ação dos anticoncepcionais para a causa de TVP:

Os anticoncepcionais hormonais orais, mesmo em doses muito baixas na composição,


apresentam um grande risco de tromboembolismo.
Os contraceptivos são formulados com hormônios sintéticos, a progesterona e o
estrogênio, que podem causar resistência as proteínas C reativas, que são
anticoagulantes naturais do nosso organismo, e como consequência acabar levando ao
desequilíbrio do sistema circulatório, que acaba afetando a coagulação sanguínea da
paciente. Dessa forma, concluímos que o uso de anticoncepcionais pode ter efeito
negativo na trombose venosa, pois os hormônios podem provocar alterações na cascata
de coagulação e acabar inibindo fatores que ajudam o organismo a evitar estados de
hipercoagulabilidade (FURTADO, CURT e DE OLIVEIRA FILHA, 2015).
RECOMENDAÇÕES AOS PACIENTES
As recomendações da pílula do dia seguinte são orientações gerais fornecidas por órgãos
de saúde e profissionais médicos em diversos países, incluindo o Brasil. Essas
recomendações visam informar e orientar as pessoas sobre o uso correto e seguro desse
método contraceptivo de emergência (BRANDÃO, Elaine Reis et al., 2016).
No Brasil, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
são responsáveis por estabelecer diretrizes e regulamentar a venda e o uso da pílula do
dia seguinte. É importante lembrar que sempre é recomendado buscar aconselhamento
médico ou farmacêutico para obter informações específicas sobre a pílula do dia
seguinte, de acordo com a legislação e as recomendações locais.

• Tempo de uso: A pílula do dia seguinte é mais eficaz quando tomada o mais
rápido possível após a relação sexual desprotegida. É recomendado que seja
utilizada até 72 horas (3 dias) após o ocorrido, mas a eficácia diminui com o passar
do tempo.

• Dosagem: Siga as instruções de dosagem fornecidas na embalagem do


medicamento ou conforme orientação médica. Geralmente, é necessário tomar
uma ou duas doses única(s) da pílula, dependendo do tipo e da marca.

• Informe-se sobre efeitos colaterais: A pílula do dia seguinte pode causar efeitos
colaterais temporários, como náuseas, vômitos, dor de cabeça e alterações no
ciclo menstrual. É importante estar ciente desses possíveis efeitos e, caso
ocorram, procurar orientação médica.

• Contracepção adicional: Após o uso da pílula do dia seguinte, é recomendado a


utilização de um método contraceptivo adicional, como a camisinha, até o próximo
ciclo menstrual ou a confirmação de que não houve gravidez.

• Aconselhamento profissional: Sempre é recomendado buscar aconselhamento


médico ou farmacêutico para obter informações mais detalhadas sobre o uso
correto da pílula do dia seguinte e esclarecer quaisquer dúvidas que você possa
ter.

• Contraindicações da pílula do dia seguinte (levonorgestrel)

Segundo a OMS é definida uma tabela de categorias de elegibilidade clínica para o uso
de anticoncepcionais orais. A categoria varia de 1 a 4, na qual cada número contém
critérios clínicos. Categoria 1, o método poderá ser usado sem restrições. Categoria 2, o
método poderá ser utilizado mais com restrições, tendo em vista que os benefícios
superam os riscos. Categoria 3, deixa claramente explícito que só deverá ser usado.
somente se não tiver nenhuma outra alternativa de tratamento dentre que os riscos são
mais altos que os benefícios, sendo que se optar pelo uso desse método, é indispensável
um acompanhamento médico. E por fim, categoria 4 que é o método que não deverá ser
usado em hipótese alguma (OMS, 2015). As contraindicações para a CE é unicamente se
houver uma gravidez confirmada, enquadrando-se na categoria 4 de elegibilidade clínica.
Havendoressalvas para pacientes com históricos de acidente vascular cerebral,
tromboembolismo, enxaqueca severa ou diabetes com complicação vascular, podendo
fazer o uso do método de contracepção de emergencial, enquadrando-as na categoria 2,
poderá ser usado com restrição (BRASIL, 2014).

A gravidez indesejada e abortos são constituídos pela isenção educativa sexual, a


utilização incorreta de meios contraceptivos e distúrbios na gestação de adolescentes de
vida sexual precoce (NADER. et al., 2008). O Contraceptivo de emergência pode resultar
em gravidez não planejada, fazendo com que os jovens utilizem meios abortivos podendo
causar complicações gravíssimas (AJAY. et al., 2017). A pílula do dia seguinte não
protege contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). O uso regular de métodos
contraceptivos é a melhor forma de evitar gravidez indesejada e prevenir as DSTs.
É válido destacar a importância da participação dos profissionais da saúde incluindo o
farmacêutico, sendo o responsável pela dispensação desta medicação, fomentar ações
em conjunto com o Ministério da Saúde de conscientização e educação sexual de forma
dinâmica e inovadora entre os jovens, orientando sobre o uso correto e consciente da
medicação administrada enfatizando assim suas contraindicações e as possíveis reações
indesejáveis.
CONCLUSÃO

Diante disso, concluímos através da nossa pesquisa que a escolha do contraceptivo é


uma decisão crítica na saúde reprodutiva das mulheres, com diversas opções
disponíveis, incluindo contraceptivos hormonais. Embora esses métodos sejam eficazes
na prevenção da gravidez, seu uso clínico pode levar a efeitos colaterais indesejados e
riscos à saúde, como a trombose.

Portanto, é essencial que as mulheres consultem profissionais de saúde para orientação


personalizada na escolha do método contraceptivo mais apropriado. A história dos
contraceptivos demonstra a evolução dessas opções ao longo do tempo, refletindo o
equilíbrio entre questões éticas e o direito das mulheres de controlar sua fertilidade. À
medida que a pesquisa avança, novos avanços visam melhorar a eficácia e a segurança
dos contraceptivos, fornecendo às mulheres mais opções e a capacidade de tomar
decisões informadas sobre sua saúde reprodutiva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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