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- literatura moçambicana - país de cultura rica, idioma irmão, banhado pelo oceano

Índico.
- data de publicação: 1964
- período entre guerras; dialogam com a Guerra de Independência de Moçambique.
- contexto da colonização.
- narrador em primeira pessoa e terceira pessoa: alternância.
- narrador específico: aparece ao longo da trama
- estrutura do conto: narrativo, personagens, curto, tensão, pesada, crítica social

ANÁLISE DO PRIMEIRO CONTO: “Nós matamos o cão tinhoso”.

● foco narrativo: primeira pessoa (narrador-personagem) - Garoto chamado Ginho.


● espaços; escola, clube, estrada (do matadouro).
● significado de tinhoso: doente; teimoso. - o cão é excluído (ideia e não
pertencimento), principalmente pelo Lobo (outro cachorros) e também por crianças.
A Isaura é uma criança excluída, sendo considerada como estranha, doida.. Ela é a
única criança que gosta do cão.
● Em um contexto de guerras, crianças pegam em armas, o que faz parte da
“normalidade”.
● assassinato do cão: Senhor Duarte - as crianças pegam o cachorro e levam até a
estrada do matadouro. Ginho entra em um processo de conflito interno -
necessidade de auto aceitação, pertencimento. Houve o fuzilamento do cão.
● Quin: menino branco - racismo forte. (COLONIZAÇÃO)
● ambiente: opressor, machista, racista.
● final: nada muda, a realidade (metaforicamente colonial) permanece a mesma.
- duas interpretações: o cão tinhoso representa o próprio colonizador, o
homem branco (estratégico) e a outra seria que o cão tinhoso representa o
moçambicano, descendente da relação do colonizador e o moçambicano
filho desse encontro da relação forçada entre Portugal e Moçambique.

ANÁLISE DO SEGUNDO CONTO: “Inventário de imóveis e jacentes”.


● inventário: termo jurídico - representa os bens de uma pessoa já falecida.
● imóveis: cômodos de uma casa.
● jacentes: aquilo que está imóvel em posição horizontal. (pessoas dormindo e no
sentido metafórico, mortas - opressão da colonização)
● foco narrativo: primeira pessoa (narrador-personagem) - insônia do narrador. É o
GINHO.
● A família do Ginho não é rica, mas há uma mínima condição econômica.
● Descrição do ambiente: casa na qual moram um pai, uma mãe e oito filhos. Dois
quartos, uma sala de jantar, sala de visitas e banheiro. A casa sempre está fechada -
sensação claustrofóbica. Casa repleta de livros, indica uma família escolarizada, que
representa a luta por meio do conhecimento - intelectualidade moçambicana contra
o sistema opressor, representada pela quantidade absurda de livros, os quais estão
escondidos atrás de uma cortina, preferidos pelo pai. As revistas estão expostas,
preferidas pela mãe. Futilidade aparente e estratégica (todo cuidado é pouco).
● Empregado Madunano
● O pai já foi preso - deve ter sido um revolucionário. (pressuposto)
● A herança que fica é o conhecimento (grande arma contra a colonização) - talvez o
inventário do título

ANÁLISE DO TERCEIRO CONTO: “Dina”.

● dina: horário de comer - trabalhadores de plantação de milho.


● narrador em terceira pessoa: conta a história do velho Madala, é a representação da
sabedoria do mais velho. O Madala é um velho preto que trabalha para o
colonizador branco em suas terras.
● Capataz: só autoriza os homens a levantarem da plantação quando ele quiser, caso
desobediência, há o chicote.
● Jovens: símbolo de impulsividade, cheio de ideais, de libertação.
● A condição de Madala e dos outros trabalhadores representa uma analogia à
escravidão.
● Maria: filha do Madala - o Capataz não sabe disso. A Maria é “dessas mulheres que
dormem com todo mundo” - prostituta. No contexto colonial, aos homens resta o
trabalho forçado. Às mulheres, resta a prostituição: degradação física e moral.
● Madala vê Maria com o Capataz; abuso sexual + violência. Trata-se de uma cena de
estupro. Madala entende o que acontece com sua filha. A cena surge como uma
metáfora da realidade colonial. Moçambique como país oprimido, violentado,
invadido, agredido pelo colonizador.
● Maria não domina a língua portuguesa - dificuldade de argumentar. (representa a
condição socioeconômica).
● final: Madala engoliu seco o vinho oferecido pelo Capataz. - representa a dominação
do colonizador e o calar do velho sábio.

ANÁLISE DO QUARTO CONTO: “A velhota”

● foco narrativo em primeira pessoa (narrador-personagem). Abre o conto, contando


que sofreu uma agressão. Homem preto sofre agressão de um homem branco.
● A roupa do agressor remete às ideias de autoridade, respeito, status, imponência.
● A condição socioeconômica é de extrema pobreza.
● A mãe do narrador representa a sabedoria, a cautela dos mais velhos. O filho,
jovem, representa a euforia.
● O narrador (irmão mais velho) passa por uma transição entre o
idealismo-impulsividade dos mais jovens e o cuidado estratégico dos mais velhos.
● Ao chegar na casa da mãe todo espancado, por meio do pronome “Eles”, a mãe
demonstra saber quem agrediu o filho. Trata-se das forças policiais (repressão
colonizadora) - o narrador tem um passado ligado à luta anticolonial e possui um
desejo de aceitação acerca dos colonizadores.
● miúdos; o futuro incerto do país,.
● agressor: todo o sistema colonizador.

ANÁLISE DO QUINTO CONTO: “Papá, cobra e eu”.

● retomada do Ginho, que assume o papel de narrador, narrando tudo em primeira


pessoa.
● Maduana e Sartina: novamente, a questão linguística surge como símbolo de
questões socioeconômicas no contexto colonial
● Mamba: termo para COBRA
● Cena da capoeira: ginho vê a cobra e o cachorro Lobo aparece.

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