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SIC Casos Clínicos

CLÍNICA MÉDICA

PSIQUIATRIA
AUTORES

Licia Milena de Oliveira


Graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) e em Filosofia pela Universidade
São Judas Tadeu (USJT). Especialista em Psiquiatria e em Medicina Legal pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) e em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Ambulatório de
Ansiedade (AM-BAN) do Instituto de Psiquiatria do HC-FMUSP. Título de especialista em Psiquiatria e Psiquiatria
Forense pela Associação Brasileira de Psiquiatria. Médica assistente do Instituto de Psiquiatria no HC-FMUSP. Membro
da comissão científica e do ambulatório de laudos do NUFOR (Núcleo de Estudos de Psiquiatria Forense e Psicologia
Jurídica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). Perita oficial do Juizado Especial Federal de São Paulo.
APRESENTAÇÃO

O estudante que opta pela especialização, ciente de cada dificuldade


no ingresso em qualquer programa de Residência Médica reconhecido,
também sabe que a maioria delas só se vence com um apoio didático
bem estruturado e preparado por especialistas no assunto. O
formato da Coleção Extensivo Aplicado foi pensado, justamente, para
casos clínicos com o diferencial de trazer situações reais que esti-
mulem o raciocínio e a habilidade em anamneses e condutas, por meio
de uma linguagem narrativa ao mesmo tempo informal e dinâmica. As
cinco cadeiras básicas da Medicina estão representadas nesses casos,
o que possibilita a utilização também por recém-formados de qualquer
área, interessados no aprimoramento constante.

Direção Medcel
A medicina evoluiu, sua preparação para residência médica também.
ÍNDICE

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SIC Casos Clínicos
CLÍNICA MÉDICA

PSIQUIATRIA
PSIQUIATRIA 367

1. Uma paciente de 74 anos está no 4º dia de pós-operatório de cirurgia cardíaca. Apresenta-


-se deitada no leito, entristecida, confusa, com déficits de memória, interagindo pouco com a
equipe. Você é chamado para avaliar o caso.

a) Sabendo apenas do informado, quais são as hipóteses diagnósticas?

Agora você encontrará esta senhora para realizar a anamnese e observar o seu estado mental.
Ela está vestida com um pijama do hospital, deitada na cama. Seus olhos estão fechados, e você
tem dificuldade para acordá-la. A fala é enrolada e difícil de ser compreendida, e a senhora é
incapaz de responder apropriadamente às suas perguntas. Parece estar pegando coisas no ar.
Você é incapaz de avaliar o seu humor, mas o afeto dela está embotado. A paciente está confusa
e, quando pergunta onde está, resmunga algo como “estou na casa da minha filha Ana”. No pron-
tuário médico, você encontra: sem história de depressão, angina, hipertensão e dislipidemia.
Apresenta comprometimento auditivo com uso de prótese auditiva. Realizou histerectomia
em 1985 e é fumante de 15 cigarros/dia por 40 anos. Medicamentos: metoprolol 25mg 2x/d,
atorvastatina 20mg 1x/d, ácido acetilsalicílico 100mg 1x/d, polivitamínico 1 comprimido/d, ami-
triptilina 25mg ao deitar, ramipril 5mg 1x/d, ranitidina 150mg 1x/d e hidromorfona 2mg 4x/d.
Anamnese com a filha: nega história familiar de doença mental. A senhora é a 2ª mais velha de
uma prole de 6 filhos. Nascida em Maringá, estudou até o 8º ano do ensino fundamental. Tra-
balhou numa loja de calçados até casar-se aos 21 anos e teve 3 filhas. Seu marido aposentou-se
aos 65 anos, e então passaram a morar em Camboriú. Ele faleceu 2 anos atrás, e agora a senhora
vive sozinha numa ILP. Antes da cirurgia, tinha vida social intensa, adorava jogar cacheta com
um grupo de amigas 2 vezes por semana. Não toma bebidas alcoólicas.
No último ano, ocasionalmente, esquece nomes de amigos e familiares, todavia sem outros
déficits de memória. É independente para todas as atividades da vida diária. Atingiu 30/30
no minimental, em consulta médica há 15 dias. A família agora a acha sonolenta e confusa,
piorando muito no final do dia.

b) Sabendo as novas informações, qual é o seu diagnóstico?

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