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O caso Anita Harley: Como bilionária em coma há cinco anos virou foco de

disputa judicial.

Fonte:
https://noticias.uol.com.br/colunas/rubens-valente/2022/03/06/pernambucanas-judicial-
saude-hospital.htm

Disputas judiciais que envolvem a gestão do patrimônio e o tratamento médico de umas


das mulheres mais ricas do país atingiram seu ponto máximo três semanas atrás. Em
coma desde 2016, Anita Louise Regina Harley, 74, ex-diretora-presidente e uma das
principais acionistas individuais das Casas Pernambucanas, com fortuna estimada em
R$ 1,85 bilhão, teve a sua equipe médica substituída no dia 11 de fevereiro.

Por solicitação, segundo o hospital, do advogado nomeado curador da paciente pela


10ª Vara de Família e Sucessões da capital paulista ocorreram "mudanças no cuidado"
da paciente. Foram trocadas as equipes de cuidadores e controladores do acesso ao
leito. Também foi afastada da chefia da equipe médica o pneumologista Elie Fliss, que
acompanhava Anita havia dez anos, antes de ela entrar em coma, e diariamente desde
o início da internação.

Quatro dias depois, um dos irmãos de Anita por parte de pai, Glenn Harley, pediu à
Justiça que seja nomeado como curador da empresária, mencionando a "situação
arbitrária e gravíssima", que "contraria os princípios mais basilares da Constituição" e
que colocaria sua irmã "sob iminente risco de vida". Ainda não houve decisão sobre
esse pedido. Antes, em dezembro, ele havia pedido para ser assistente no processo, o
que foi concedido depois das trocas, sobre as quais não foi consultado previamente.

Anita ocupa o 178º lugar no ranking dos brasileiros com maior patrimônio, de acordo
com levantamento divulgado em setembro de 2020 pela revista Forbes, e 5º entre as
maiores fortunas de Pernambuco. Ela é quase tão rica quanto o apresentador e dono
do SBT Silvio Santos (com R$ 1,9 bilhão e 175º lugar) e mais do que o fundador da
Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Rede Record, Edir Macedo (R$ 1,57 bilhão
e 190ª posição).

Pela lei, em casos como o de Anita, quando a pessoa fica impossibilitada de exercer as
tarefas mais básicas, o Judiciário determina sua interdição e designa um ou mais
curadores com a responsabilidade de zelar pelos compromissos financeiros, patrimônio
e bem-estar da "interdita". Em troca, os curadores e suas equipes são remunerados
mensalmente com recursos da conta bancária da paciente, sob acompanhamento e
autorização da Justiça e do Ministério Público.
Como Anita é uma das maiores acionistas individuais das Pernambucanas, o curador
também deve representá-la ou indicar representantes para acompanhamento de
assembleias e outros atos da empresa. Assim, temas de alto interesse para a empresa
- com 466 lojas físicas no país em 14 Estados e no Distrito Federal, 16 mil colaboradores
e ativos de R$ 8,3 bilhões em 2020 -, também guardam relação com as disputas judiciais
em torno da curadoria sobre a paciente do Sírio-Libanês, tanto agora quanto no futuro.

Decisões judiciais tomadas ao longo do processo mostram os altos valores relacionados


a Anita e que devem ser manejados pela curatela, tudo sob o acompanhamento e a
aprovação da Justiça e do Ministério Público.

Uma decisão disponível em Diário da Justiça eletrônico mostra que em 2019 foram
autorizados R$ 42 mil mensais para despesas gerais apenas dos oito imóveis em
Recife; mais R$ 16 mil com quatro móveis de São Paulo; outros R$ 15,6 mil por mês
com "contas de consumo de água, energia elétrica, telefone, IPTU e manutenção" dos
endereços no Recife; o pagamento retroativo de R$ 120 mil por despesas relativas a
quatro meses de um imóvel em São Paulo; serviços de homecare no valor mensal de
R$ 27 mil; outros R$ 10 mil para um "serviço de guarda-móveis"; e assim por diante.

Justiça tornou ineficaz uma 'procuração para cuidados de saúde'

Um dos desdobramentos judiciais em particular surpreendeu os amigos de Anita. Em


2017, o juiz da 10ª Vara —na qual tramita o processo de interdição de Anita—, Paulo
Nimer Filho, nomeou um advogado de sua confiança porém desconhecido da
empresária, Guilherme Chaves Sant'Anna, como o curador da paciente.

Com a decisão, de acordo com pessoas próximas de Anita ouvidas pelo UOL, perdeu
efeito uma procuração para cuidados de saúde assinada pela empresária em 1999 e
reconhecida em cartório em 2017.

Há 23 anos, quando estava em plenas condições físicas e mentais, a empresária como


que antecipou o que viria a ocorrer em 2016, quando entrou em estado de inconsciência
após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico em sua casa, no bairro da
Aclimação, na capital paulista.

No documento, Anita —que é formada em Direito pela Universidade Católica de


Pernambuco— autorizou Cristine Álvares Rodrigues, funcionária das Pernambucanas
desde 1966, considerada seu braço direito na companhia por quase três décadas, a
exercer "amplos e especiais poderes" exatamente em "qualquer situação em que venha
a me encontrar, no Brasil ou fora dele, em estado semiconsciente ou inconsciente, e
independentemente do fato causador desse estado".
Anita autorizou Cristine a ter "acesso total ao local ou recinto em que eventualmente me
encontre ou venha a me encontrar [...], seja na minha própria residência, hospital, clínica
de saúde ou de repouso, hotel ou pousada". Cristine poderia "permitir ou vetar" o acesso
de determinadas pessoas a Anita, a seu juízo, e dar "em favor do meu bem-estar e de
minha saúde, todas as ordens, instruções e autorizações [...] ou autorizações solicitadas
por médicos e equipe médica".

Anita não se casou formalmente nem teve filhos. Seus dois irmãos mais próximos, por
parte de mãe, faleceram em 1999 e 2001. Ela tem mais de 30 parentes, entre sobrinhos
e primos —alguns também acionistas do grupo empresarial. Com parte deles manteve
um longo litígio judicial em torno de heranças e ações da companhia.

Justiça nomeou e depois destituiu curadora

A ineficácia da procuração começou a virar realidade em setembro de 2017. A princípio,


meses depois do coma de Anita, o juiz criou uma dupla curatela: Cristine ficou
responsável pelos cuidados da paciente, enquanto Toshio Kawakami, um contador e
funcionário também da confiança de Anita, ficou responsável pelos assuntos
patrimoniais e negociais. Por decisão dos acionistas, Kawakami substituiu Anita na
função de presidente de uma das holdings controladoras das Pernambucanas. Todas
as entradas e saídas de recursos nas contas de Anita eram administradas por
Kawakami, sob supervisão judicial.

O arranjo durou apenas de junho a setembro de 2017, quando o juiz destituiu Cristine e
Kawakami. O argumento principal foi que uma terceira pessoa se apresentou à Justiça
como tendo um relacionamento amoroso e uma união estável com Anita. O juiz passou
a entender que os curadores tinham interesse na causa e os afastou, nomeando no
lugar o advogado Guilherme Sant'Anna.

Em seguida, o juiz realizou uma "audiência de conciliação", para a qual Cristine não foi
intimada a participar, segundo sua defesa. O magistrado decidiu reconduzir Kawakami
à curatela, mas estabeleceu que Cristine passaria a ser mera assessora de Sant'Anna
no tema dos cuidados hospitalares de Anita. Segundo a defesa de Cristine, essa medida
afastou-a "de qualquer poder decisório sobre as questões relacionadas no testamento
vital [procuração] da sra. Anita”.

Em agosto de 2020, Kawakami morreu de causas naturais, o que complicou ainda mais
o cenário. O juiz então determinou que Sant'Anna assumisse a curadoria única de Anita.
Mas Cristine continuou visitando Anita no hospital. Desde então —e até o último dia
11— comparecia regularmente ao hospital para visitar Anita. Ao lado dela passou datas
especiais, como Natal e Ano Novo, segundo amigos e um controlador de acesso ouvidos
pelo UOL.
Desde que foi destituída, Cristine vem tentando retomar a posição original no tema
relativo à saúde da paciente. Na Justiça, declarou, por meio de seus advogados, que
"zela permanentemente pela segurança [de Anita] no hospital porque sabe que talvez
seja desejo de alguns que ela venha a falecer logo para poderem tentar se apropriar
dos seus bens. Temem, certamente, que ela possa recuperar a consciência”.

O advogado de Cristine, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, afirmou que


sua cliente recebeu com "espanto, tristeza e indignação" o afastamento da equipe
médica, dos cuidadores e controladores de acesso, assim como a rejeição dos efeitos
da procuração, que a defesa considera um verdadeiro "testamento vital".

"Cristine quer lutar e ir às últimas instâncias, inclusive até o Supremo, para fazer valer
a vontade da pessoa que depositou sua confiança nela. Ela entende que [a Justiça] não
acolher a vontade de Anita é um desrespeito ao princípio da dignidade humana. Ela não
está atrás de dinheiro nem de recursos materiais, ela não quer nada além de poder
cuidar de Anita, conforme é o desejo da paciente firmado em documento público", disse
o advogado.

A advogada de Glenn Harley, Gisele Martorelli, disse que seu cliente não havia
comparecido antes ao processo porque "nesses cinco anos a saúde de Anita estava
sendo conduzida por quem ela queria, que era Cristine". A advogada afirmou que Glenn
também não "não está ligando para a questão patrimonial, financeira, e sua
preocupação é com a saúde da irmã". "Até então, ele tinha a noção de que essa questão
estava bem sendo conduzida por Cristine junto ao Sírio, conforme estava no 'testamento
vital'.".

Juiz viu "colisão de interesses”

As decisões de Nimer Filho foram referendadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo,
em recurso. A Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) analisou uma
reclamação contra as decisões, protocolada pela defesa de Cristine, e também apoiou
a conduta do magistrado.
Indagado no CNJ, Nimer Filho afirmou que as posições contrárias ao seu entendimento
devem ser discutidas em recursos judiciais e que sua decisão foi precedida das
manifestações dos "curadores provisórios" (Sant'Anna e outro funcionário da empresa,
Toshio Kawakami) e um parecer do Ministério Público.

O juiz argumentou ainda, segundo documentos judiciais, que Cristine foi afastada da
curadoria provisória "por seu comportamento emocional e por sua colisão de interesses"
com uma pessoa que alega ter tido uma união estável com Anita. Essa afirmação é
tratada em um processo judicial à parte.
Um segundo processo, protocolado depois do primeiro e igualmente sob sigilo, indica
que outra pessoa faz o mesmo tipo de alegação à Justiça sobre uma suposta união
estável com Anita. Os dois procedimentos estão sendo analisados pelo Judiciário - e,
dependendo do resultado, poderão ter repercussão direta nos destinos da fortuna e dos
negócios da empresária.

Por fim, o juiz disse ao CNJ que, depois, se "deu por suspeito, por motivo de foro íntimo"
e deixou o processo. Em seu lugar entrou o juiz Ricardo Pereira Júnior.

Especialista vê necessidade de "respeito à manifestação" da empresária

Uma procuração para cuidados de saúde, de acordo com parecer da doutora em


ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de
Minas Gerais) Luciana Dadalto, feito após uma consulta de Cristine, é a "manifestação
prévia de vontade para cuidados de saúde", na qual o outorgante "continua detentor de
seus direitos de personalidade, mas delega a terceiro o exercício da tomada de decisão
sobre cuidados de saúde”.

Para Dadalto, "é função do direito garantir o respeito à autodeterminação da outorgante,


sra. Anita, e o direito da sra. Cristine" e "reconhecer que há um espaço de privacidade
que deve ser intocável pelo Estado".

Amigos se dizem surpresos e indignados

Amiga de Anita desde o começo dos anos 80, a arquiteta Glauce Botelho disse que ficou
"indignada" ao saber que a Justiça tornou ineficaz a procuração e que houve a troca das
equipes do hospital. Ela disse que "Cristine era a pessoa responsável por ela", referindo-
se a Anita. "Desde que a mãe [de Anita] faleceu, Cristine assumiu esse posto, esse
papel de cuidar da Anita.".

"As pessoas brincavam que Cristine era a 'presidente dois' das Pernambucanas. A
empresa inteira sabia do papel dela. Não sei como fizeram isso, afastar Cristine. Qual o
objetivo? Um absurdo. É uma brutalidade. Anita está viva, está passando por uma coisa
muito triste, mas é preciso respeitá-la", disse Glauce. O engenheiro mecânico Álvaro de
Oliveira Azevedo Filho, amigo de infância de Anita, disse que Cristine "é o verdadeiro
anjo da guarda" da empresária.
Anita assumiu controle empresarial por decisão da mãe

Anita entrou em coma no dia 24 de novembro de 2016. Quem procurar por esta notícia
nos mecanismos de busca na internet não a encontrará — ela tem uma vida marcada
pela discrição. Foram 26 anos à frente das Pernambucanas, dez deles na presidência
e 11 na vice-presidência. De todo esse período, há poucas fotos suas disponíveis na
internet. Sua vida particular quase nunca foi objeto de atenção da imprensa.

"No hospital só foram descobrir quem ela era depois de uns três anos de internação",
contou ao UOL um ex-controlador do acesso ao quarto da paciente. Ele trabalhou como
segurança para Anita por cerca de 17 anos, até ser comunicado, no último dia 11, que
não poderia mais ficar no hospital.

Anita nasceu na Filadélfia (EUA) —tem dupla cidadania, norte-americana e brasileira—


, estudou no Brasil, na Suíça, na França e na Inglaterra. Desde cedo empenhada nos
negócios da família, morou entre São Paulo e Pernambuco, o estado-natal de sua mãe,
Erenita Helena Cavalcanti Lundgren (1921-1990).

Helena era filha de Arthur Herman Lundgren, o terceiro dos cinco filhos de Herman
Theodor Lundgren, que chegou ao Brasil em 1855 e se instalou em Pernambuco, onde
inaugurou uma fábrica de tecidos.

Sob a gestão de Helena, o negócio prosperou ainda mais. Ela foi casada com o
diplomata norte-americano Robert Harley, falecido em 1980. De acordo com o livro
comemorativo dos cem anos das Pernambucanas, editado pela empresa, Helena
"testamentou a sua sucessão entre os três filhos, atribuindo o controle acionário à sua
filha, Anita Louise".

Nos anos anteriores ao coma, Anita se expunha cada vez menos, com raras saídas, em
carro blindado e acompanhada de dois seguranças, para jantar em restaurantes em São
Paulo. Católica, uma vez por ano reunia na igreja de São Luiz Gonzaga, na avenida
Paulista, amigos e funcionários das Pernambucanas —todos trazidos a São Paulo por
conta da empresa— para uma missa em memória de sua mãe.

Após a morte da mãe, em 1990, Anita assumiu as mais altas responsabilidades dentro
da empresa e passou a viver em São Paulo onde, na rua da Consolação, está a sede
das Pernambucanas. Sua mãe adorava o luxuoso hotel Ca'd'Oro, um marco no centro
paulistano, no qual passava temporadas. Anita herdou esse gosto e, embora a família
tivesse uma casa na Aclimação, mudou-se para o hotel.
Funcionários mais próximos da cúpula da empresa, como assessores, uma governanta
e um motorista, também se hospedavam no mesmo andar de Anita em quartos alugados
pela companhia. No local, foi adaptada uma cozinha completa exclusiva para Anita. A
empresária passou cerca de 19 anos no hotel.

Curador diz que juiz foi "prudente"

O curador de Anita, Guilherme Sant'Anna, recebeu o UOL em seu escritório em São


Paulo no início de janeiro. Ele disse que atua em "70 casos" como curador nomeado por
juízes em processos de interdição judicial, incluindo 'pro bono', isto é, sem remuneração,
em casos de moradores de rua.

"Eu tenho interdição de morador de rua e tenho interdição de gente rica, então oscila,
tem que pegar de tudo. Mas geralmente o juiz nomeia um curador quando não existe
uma pessoa de consenso na família. Como o caso dela [Anita], né, ela é muito rica, tem
uma briga gigante, o juiz acha mais prudente ficar com um advogado da confiança dele,
que tem que prestar contas para ele e para a promotora e tal, e todos os atos são
relacionados no processo", disse Sant'Anna. Ele alegou que estava impossibilitado de
discutir detalhes do caso porque tramitaria em segredo de Justiça.

Indagado sobre o motivo pelo qual solicitou as trocas das equipes médicas e seguranças
—naquele mês, em janeiro, ainda não se sabia que haveria a troca da equipe médica—
, Sant'Anna respondeu: "O juiz pediu uma pessoa só organizando. Como tem várias
pessoas querendo ficar cuidando, a gente tem que...É mais fácil ficar uma pessoa, só
um curador, para cuidar de tudo. Senão fica divisão, uma parte pensa de um jeito, outra
parte pensa de outro. É para uniformizar uma conduta só".

Perguntado em 25 de fevereiro, por e-mail, sobre as trocas das equipes no hospital e


valores relativos à curatela, entre outras dúvidas, Sant'Anna disse que não poderia se
manifestar devido ao sigilo do processo.

Corregedora do CNJ não vê irregularidade dos juízes no processo

De acordo com decisão da corregedora nacional de Justiça do CNJ, Maria Thereza de


Assis Moura, que analisou o caso a partir de uma reclamação feita pela defesa de
Cristine, "não há indicativo de irregularidade na conduta de nenhum dos magistrados"
que atuaram na causa, o juiz Nimer Filho e o desembargador José Rubens Queiroz
Gomes.

"Em síntese, os elementos até aqui produzidos indicam que os magistrados envolvidos
nas causas atuaram com imparcialidade e prudência. A insatisfação da requerente
[Cristine] com a seleção e com a atuação dos administradores deve ser deduzida nas
vias competentes e não indica, por si só, responsabilidade dos magistrados", escreveu
a corregedora.

A defesa de Cristine recorre dessa decisão e pede que o plenário do CNJ a analise.

Tribunal diz que juízes "têm independência funcional"

Os juízes Nimer Filho e Ricardo Pereira Júnior foram procurados pelo UOL por meio da
assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, que respondeu que "os
magistrados não podem se manifestar fora dos autos, por vedação da Lei Orgânica da
Magistratura".

De acordo com o tribunal, "os juízes têm independência funcional para decidir de acordo
com os documentos dos processos e seu livre convencimento. Essa independência é
uma garantia do próprio Estado de Direito. Quando há discordância da decisão, cabe
às partes a interposição dos recursos cabíveis, previstos na legislação vigente".

Sobre o caso de Anita, a assessoria disse que "não pode fornecer informações, porque,
por se tratar de processo da área de Família e Sucessões, corre em segredo de Justiça".

Procurado sobre as mudanças no atendimento à paciente, o hospital Sírio-Libanês


informou, por meio da sua assessoria: "Mudanças no cuidado da sra. Anita Louise
Regina Harley foram solicitadas pelo seu advogado Guilherme Chaves Sant'Anna, que
apresentou termo de curatela definitiva, tornando-se curador da paciente e tendo,
portanto, autonomia para definir o tratamento da paciente".

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