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Tudo Que Você Precisa Saber Sobre A Lei Da Reforma Psiquiátrica
Tudo Que Você Precisa Saber Sobre A Lei Da Reforma Psiquiátrica
A lei foi sancionada pelo então Presidente na época, Fernando Henrique Cardoso, em 6
de abril de 2001, após 12 anos de tramitação e debates dentro do Congresso Nacional.
Ela representa um grande avanço jurídico no que concerne aos direitos dos usuários e
de seus familiares em saúde mental. Tem como foco a saúde mental de base
comunitária e dispõe, fundamentalmente, sobre a proteção e os direitos das pessoas
com transtornos mentais.
Caso você queira saber mais sobre os direitos dos usuários, leia o manual de direitos e
deveres dos usuários e familiares em saúde mental e drogas.
A Lei 10.216/2001 fez-se importante, dentre diversos aspectos, porque garantiu vários
direitos aos pacientes com transtornos mentais, como a participação de sua família no
tratamento e sua proteção contra qualquer forma de abuso.
No estudo, ela verificou que os funcionários acreditavam que não existiria internação
involuntária, sendo ela o tipo de internação com o maior número de recorrência.
Ainda seria constatado por ela que, entre os constituintes de sua amostra, uma
internação voluntária seria feita somente mediante a autorização da família como meio
para que se pudesse entrar no hospital; algo completamente equivocado.
Ministério Público
Para a autora, essa interação é importante, pois o Ministério Público foi inserido na
situação para que tivesse uma função reguladora e verificar se os direitos dos internos
estariam sendo cumpridos.
Segundo ela, “quando a lei passa a incluir o Ministério Público, ela quer não só garantir
o direito dos pacientes, como deixá-los cientes desses direitos”.
O Art. 1º da Lei de Reforma Psiquiátrica afirma que os direitos e a proteção das pessoas
com transtorno mental são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto
à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade,
família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu
transtorno, ou qualquer outro.
O parágrafo único do Art. 2º da Lei ressalta os direitos das pessoas com transtornos
mentais:
VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
A lei também orienta que o tratamento visará como finalidade permanente, à reinserção
social do paciente em seu meio, oferecendo assistência integral à pessoa com
transtornos mentais, por meio de uma equipe multidisciplinar.
Não são permitidas internações em instituições com características asilares, que não
assegurem aos pacientes os direitos enumerados pela lei (art. 4º, §3º).
A lei prevê três modalidades de internação
INTERNAÇÃO VOLUNTÁRIA:
Em relação à internação voluntária, a lei 10.216 de 2001 dispõe que somente será
voluntária se o paciente declarar por escrito que a aceita. Para isso, ele deve ser maior,
não ser civilmente interditado e deve estar psiquicamente orientado.
Quanto à capacidade psíquica, “o critério legal para definir capacidade tem como foco
o entendimento do paciente sobre sua doença e suas consequências, os vários
tratamentos disponíveis e seus riscos e benefícios, e a credibilidade das informações
para que seja tomada uma decisão por parte do indivíduo afetado pela doença que,
obviamente, requer alguma habilidade intelectual” (FORTES, 2010, p. 327).
Portanto, na internação voluntária, a pessoa com transtorno mental não tem sua
capacidade de tomar decisões afetadas pelo transtorno mental, não necessitando de
um responsável.
Em contraposição, se ele não estiver apto para decidir sobre sua saúde, a internação
será involuntária, havendo a exigência do responsável que tomará “em suas mãos as
deliberações sobre a vida dele, analogamente ao caso das pessoas interditadas”
(BARROS, SERAFIM, 2009).
INTERNAÇÃO INVOLUNTÁRIA:
Vale ressaltar que o pedido do familiar ou responsável não é suficiente para que ocorra
a internação, sendo necessário que um médico, devidamente registrado no Conselho
Regional de Medicina do estado onde se localiza o estabelecimento, a autorize (BRASIL,
2001).
No primeiro caso, deve ser solicitada uma autorização judicial prévia. Nas internações
de emergência, deve-se, no prazo de 72 horas, comunicar o caso ao Ministério Público
Estadual (BRASIL, 2001).
INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA
Essas pessoas não podem ser consideradas criminosas legalmente, pois devido ao
transtorno mental eram, ao tempo da ação criminosa, incapazes de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.