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DOS FATOS
Em 17 de outubro de 2011, aproximadamente às 17:40 horas, a Sra. Janice da Silva sofreu um
episódio de mal-estar e recebeu atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), durante o qual sua condição foi diagnosticada como sudorese excessiva, hipertensão,
agitação e queixa de dores lombares. No primeiro atendimento, a pressão arterial da paciente
foi registrada em 200x100mmHg, resultando na administração de Buscopan e oxigênio. Pos-
teriormente, ela foi encaminhada ao Pronto Atendimento de Santa Rita do Sul, Rio Grande do
Sul.
Os profissionais do SAMU que prestaram o primeiro atendimento informaram que, naquele
momento, as vias aéreas, a respiração, a circulação e o estado neurológico da genitora das de-
mandantes estavam normais. Também foi mencionado que ela havia tomado os medicamentos
Atenolol e Captopril cerca de uma hora antes do atendimento.
Surpreendentemente, apesar da pressão arterial muito elevada, o médico optou por não interná-
la e não prescreveu medicamentos para controlar a pressão. Além disso, nenhum exame labo-
ratorial ou eletrocardiograma foi solicitado para investigar a razão da pressão arterial alta per-
sistente, mesmo após o uso de Atenolol e Captopril.
Consequentemente, a Sra. Janice foi liberada para retornar para sua residência no mesmo dia,
17 de outubro de 2011. No entanto, devido à persistência dos sintomas que a levaram a procurar
atendimento médico, ela buscou ajuda de um médico particular no dia seguinte, 18 de outubro
de 2011, que a encaminhou novamente ao Pronto Atendimento Municipal, onde chegou às
11:31 horas.
As filhas da Sra. Janice, juntamente com algumas amigas que foram ao pronto atendimento
para visitá-la, solicitaram repetidamente sua internação no Hospital Municipal. Por volta das
16:50 horas, ela finalmente foi admitida para permitir a investigação de seu estado de saúde.
No Hospital Municipal, o Dr. Leoncio de Almeida foi informado da internação da Sra. Janice,
e ele prometeu avaliar a paciente em breve. No entanto, às 17:30 horas, a condição de saúde da
Sra. Janice piorou, e ela não respondia mais verbalmente. O médico responsável, conforme
consta no registro de atendimento ambulatorial, estava indisponível imediatamente, pois, de
acordo com testemunhas, estava se alimentando em um restaurante próximo. A paciente foi
então atendida pelo Dr. Draiton dos Anjos e, após a chegada do Dr. Leoncio de Almeida para
uma nova avaliação, ficou evidente a gravidade da situação. A Sra. Janice foi posteriormente
transferida para o Hospital Universitário de Arroio Encantado em uma ambulância.
É imperativo enfatizar que as filhas da vítima tenham um direito legítimo à reposição por danos
morais, conforme estabelecido pela Constituição Federal nos artigos 5º, incisos V e X, bem
como respaldado pela Lei Civil nos artigos 186 e 927. Ademais, o artigo 948, inciso II, do
Código Civil, garante legalmente o direito à concessão de pensão alimentícia.
Surpreendentemente, apesar da pressão arterial muito elevada, o médico optou por não interná-
la e não prescreveu medicamentos para controlar a pressão. Além disso, nenhum exame labo-
ratorial ou eletrocardiograma foi solicitado para investigar a razão da pressão arterial alta per-
sistente, mesmo após o uso de Atenolol e Captopril.
Consequentemente, a Sra. Janice foi liberada para retornar para sua residência no mesmo dia,
17 de outubro de 2021. No entanto, devido à persistência dos sintomas que a levaram a procurar
atendimento médico, ela buscou ajuda de um médico particular no dia seguinte, 18 de outubro
de 2021, que a encaminhou novamente ao Pronto Atendimento Municipal, onde chegou às
11:31 horas.
As filhas da Sra. Janice, juntamente com algumas amigas que foram ao pronto atendimento
para visitá-la, solicitaram repetidamente sua internação no Hospital Municipal. Por volta das
16:50 horas, ela finalmente foi admitida para permitir a investigação de seu estado de saúde.
No Hospital Municipal, o Dr. Leoncio de Almeida foi informado da internação da Sra. Janice,
e ele prometeu avaliar a paciente em breve. No entanto, às 17:30 horas, a condição de saúde da
Sra. Janice piorou, e ela não respondia mais verbalmente. O médico responsável, conforme
consta no registro de atendimento ambulatorial, estava indisponível imediatamente, pois, de
acordo com testemunhas, estava se alimentando em um restaurante próximo. A paciente foi
então atendida pelo Dr. Draiton dos Anjos e, após a chegada do Dr. Leoncio de Almeida para
uma nova avaliação, ficou evidente a gravidade da situação. A Sra. Janice foi posteriormente
transferida para o Hospital Universitário de Arroio Encantado em uma ambulância.
A ação proposta está fundamentada no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, que estabelece
a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito público por atos de seus agentes no
exercício de suas funções. No caso em apreço, alega-se que o erro médico ocorreu em um
hospital sob a gestão do Município, conforme documentação apresentada, caracterizando, as-
sim, sua responsabilidade.
Nos termos da Constituição Federal, em seu artigo 5º, incisos V e X, os autores têm legítimo
direito à indenização por danos morais decorrentes do ato negligente. A violação do direito à
vida e à integridade física, como alegado no presente caso, constitui clara ofensa a direitos
fundamentais, justificando a reparação.
Além disso, a Lei Civil Brasileira, especificamente nos artigos 186 e 927, consagra a obrigação
de reparar os danos causados a terceiros em decorrência de atos ilícitos. A negligência médica,
que resultou na morte da genitora das autoras, se enquadra nessa categoria de ato ilícito. De-
vendo ser pago a título de danos morais o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reis) para cada
autora. Vejamos:
A concessão de pensão alimentícia encontra respaldo no artigo 948, inciso II, do Código Civil,
que estabelece que a pensão é devida em situações de morte da vítima em virtude de ato ilícito.
No contexto específico deste caso, as autoras afirmaram que eram dependentes financeiramente
de sua genitora, cuja renda mensal perfazia o montante de 6 salários mínimos, comprovados
através de documentação anexa. Além disso, é necessário que os pagamentos de pensão retro-
ajam à data do falecimento e prossigam até que a genitora completasse 77 anos, considerada a
última idade estimada como expectativa de vida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE), devendo ser pago 2/3 dos salários mínimos recebidos pela genitora, o que equi-
vale a 1/3 para cada filha, a título de pensão alimentícia. Considerando que a genitora das
autoras possuía, à época dos eventos em questão, a idade de 52 anos, conforme documentação
corroborada nos autos, e levando em consideração a estimativa média de expectativa de vida
do cidadão brasileiro, que atualmente se situa em 77 anos, exige-se o pagamento correspon-
dente à 600,000,00 (seiscentos mil reais) para cada uma das autoras.
Vejamos alguns casos recentes que foram julgados pelo respeitável Tribunal de Justiça do Es-
tado do Rio Grande do Sul:
Em decorrência disso, a autora alega que não dispõe de recursos para custear as despesas do
processo e os honorários advocatícios, sem prejudicar sua própria subsistência ou a de seus
familiares, conforme estabelecido no artigo 98 do Código de Processo Civil, conforme atestado
de hipossuficiência anexo.
III) a fixação de pensão no valor de dois salários mínimos mensais a ser pago pelo réu em
favor de cada filha/autora.
IV) que os pensionamentos retroajam a data da morte e se estendam até quando a vítima com-
pletasse 77 anos, idade ultima como expectativa de vida indicada pelo IBGE;
V) a condenação do Município a indenizar pelos danos morais sofridos pelas autoras com o
pagamento de 600,000,00 (seiscentos mil reais) equivalente aos 25 anos de vida que a vítima
teria entre sua idade na época dos fatos até atingir a idade de 77 anos, acrescido de R$ 80.000,00
(oitenta mil reais) a título de danos morais, para cada uma das autoras.
VII – protesta-se pela produção de todos os meios probantes em direito admitidos, dentre eles,
a prova documental, testemunhal, oitiva do representante legal da Ré, sob pena de confissão se
não comparecer, ou comparecendo, se negar a depor.
Pâmela Martins
OAB/RS 02.33521