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CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES PARA O PROJETO DE ENGRENAGENS

1) UTILIZAÇÕES E CARACTERÍSTICAS:

Alternativas disponíveis para transmitir ou transferir potência de um eixo


para outros:

- Correias planas

- Correias em V

- Correias dentadas sincronizadas

- Transmissões com correntes

- Transmissões com volantes de atrito

- Transmissões por engrenagens

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- Na maioria dos casos, aplica-se sistemas de engrenagens para:

• Movimento uniforme

• Movimento suave

• Movimento livre de deslizamento

• Altas velocidades

• Peso reduzido

• Sincronismo preciso

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• Elevada eficiência

• Projeto compacto

- Transmissão por correias e correntes

• Mais baratas

• Quando eixos de entrada e saída estão muito afastados

- Transmissão simples por volantes de atrito:

Transmissão de potência suave do cilindro de entrada (motor) para o cilindro


de saída

2) Seleção do melhor tipo de engrenamento:

Fatores principais:

• Arranjo geométrico proposto para o equipamento

• Relação de redução necessária

• Potência a ser transmitida

• Velocidade de rotação

• Eficiência

• Limitações do nível de ruído

• Restrições de custos

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- Arranjos de eixos:

• Eixos paralelos

• Eixos concorrentes (se interceptam)

• Eixos que não são paralelos nem se interceptam: são reversos

Limitações:

• Engrenagens cilíndricas de dentes retos – até 20m/s (4000ft/min), no


círculo primitivo : para evitar vibrações de alta freqüência e níveis de
ruído inaceitáveis;

• Engrenagens helicoidais

Aplicações até mesmo acima de 50m/s (10.000ft/min), em geral sem


violação dos critérios de vibração, ruído e vida projetada.

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- Pinhão e coroa helicoidais

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3) MATERIAIS DAS ENGRENAGENS

CARACTERÍSTICAS:

• Boa resistência (especialmente à fadiga)

• Elevada rigidez

• Boa resistência ao desgaste

• Elevada resistência à fadiga superficial

• Elevada resiliência

• Boa capacidade de amortecimento

• Boa usinabilidade

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• Em algumas aplicações, boa resistência à corrosão

• Custo razoável

Materiais mais comuns:

• Ligas de aço

• Ferros Fundidos cinzento e ligados

• Latão (liga de cobre e zinco)

• Bronze (liga de cobre e estanho)

• Certos tipos de matériais poliméricos (Teflon, plásticos, etc)

• Ligas de aço que podem ser endurecidas

- 4140 (cromo-molibdênio)

- 4340 (cromo-níquel-molibdênio)

Por carbonetação: 4620 (níquel-molibdênio)

Por cementação: 4320 (cromo-níquel-molibdênio)

Por nitretação: 4140 (cromo-molibdênio)

4340 (cromo-níquel-molibdênio)

Estes últimos também podem ser endurecidos por indução ou chama.

• Ferro Fundido ASTM Grade 20 : mais barato e com elevada capacidade de


amortecimento

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- Aplicação com coroa/sem-fim:

• Elevadas velocidades de deslizamento devem ser absorvidas

• Maior conformabilidade do acoplamento ao desgaste – utilização de ligas


de bronze (coroa de bronze e sem-fim de aço endurecido)

- Coroa (Bronze) e Sem-Fim (Aço Endurecido)

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- Polímeros

• Carregamento leve (instrumentos eletrônicos em geral)

• Operação silenciosa

• Distribuição efetiva de carga devida à baixa rigidez

• Custo razoável

• Podem ser lubrificantes

• Podem ser preenchidos com lubrificante sólido (dissulfeto de molibdênio,


grafite, Nylons, PTFE)

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Exemplos de engrenagens de polímeros

4) LEI DO ENGRENAMENTO

O formato dos dentes deve ser fabricado cuidadosamente, de modo que não
interfiram entre si, à medida que as engrenagens girem e que a razão de
velocidades angulares entre pinhão e coroa não aumente nem diminua em
qualquer instante, à medida que os dentes atravessem sucessivamente o
ponto de engrenamento (região de contato entre os dentes).

Se estas condições forem alcançadas, diz-se que as engrenagens satisfazem a


Lei Geral do Engrenamento.

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5) ENGRENAGENS DE DENTES RETOS: RESUMO DO PROCEDIMENTO DE PROJETO
RECOMENDADO (Referência: Projeto Mecânico de Elementos de Máquinas –

Jack A. Collins, Ed. LTC – 2006)

O projeto de engrenagens é, normalmente, um processo iterativo em que os


modos de falha potencial são identificados, materiais preliminares são selecionados
e uma geometria do engrenamento é adotada. Itera-se, com a proposta inicial, até
que as cargas e velocidades operacionais impostas pelas especificações de projeto
possam ser aplicadas para a vida de projeto, ou até que o fator de segurança de
projeto desejado seja alcançado. O procedimento de projeto, a seguir, é sugerido
para se estabelecer um projeto de engrenamento bem sucedido:

1- Produza, com base nas especificações funcionais e na configuração do sistema


contemplado, um primeiro esboço conceitual do trem de engrenagens,
incluindo razão de redução, número de dentes proposto para cada
engrenagem (vide Tabela 15.3 para evitar adelgaçamento – redução de
espessura, largura, volume; estreitamento), distâncias entre centros dos eixos
e localização dos mancais e quaisquer outras restrições;

2- Identifique os modos potenciais de falha;

3- Selecione os materiais preliminares para as engrenagens;

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4- Selecione os métodos preliminares de fabricação e acabamento adequados à
aplicação;

5- Selecione, por tentativas, um sistema de dente e então, utilizando-se a


potência e a velocidade requeridas, realize uma análise completa de forças,
para determinar torques, velocidades e cargas transmitidas para cada
engrenamento do trem de engrenagens;

6- Selecione, por tentativas, um passo diametral (ou módulo), baseando-se na


experiência ou na orientação especializada ou ainda na seleção arbitrária, a
partir da Fig. , que pareça consistente com a disposição proposta no projeto.
A experiência indica que, quando se escolhe um passo diametral entre 8 e 10,
há um certo equilíbrio entre a falha por fadiga do dente à flexão e
durabilidade à fadiga superficial. Dentes mais grosseiros tendem a falhar por
fadiga superficial e dentes mais finos tendem a falhar por fadiga à flexão;

7- Para cada dente, calcule ou estime o raio primitivo, velocidade na linha


primitiva, largura de face e carga transmitida preliminares;

8- Para cada engrenagem, calcule o fator de segurança, baseando-se na fadiga


do dente à flexão, que existiria se as escolhas propostas (iniciais) para a
geometria e as propriedades do material do dente (inclusive as especificações
de confiabilidade) fossem utilizadas no projeto. As tensões de fadiga à flexão
podem ser calculadas utilizando-se tanto a abordagem simplificada, quanto a
abordagem refinada da AGMA;

9- Compare o fator de segurança existente preliminar com o fator de segurança


de projeto especificado. Se eles forem aproximadamente iguais, não será
necessária nenhuma outra iteração. Se eles não forem iguais, será necessária
uma outra iteração, usualmente envolvendo uma escolha melhor para o
passo diametral. Em alguns casos, uma alteração no material selecionado
pode ser preciso. Continue iterando até que o fator de segurança do projeto
seja alcançado. Repita para cada engrenagem, conforme a necessidade;

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10- Calcule o fator de segurança existente baseado na durabilidade superficial,
utilizando-se quer a abordagem simplificada de contato de Hertz para a
fadiga superficial, quer a abordagem refinada da AGMA. Se o fator de
segurança existente não estiver de acordo com o fator de segurança de
projeto especificado, podem ser necessárias iterações adicionais;

11- Estime as perdas por atrito, geração de calor e necessidade de lubrificação


para manter níveis aceitáveis de calor, ruído e vidas de projeto.

Vamos procurar exemplificar o que acima foi recomendado:

Item 1: Exemplo de restrições

Exemplo 1: Uma proposta preliminar para trem de engrenagens foi


submetida à avaliação, conforme Fig. E15.1A. Os critérios primários de
projeto são obter um trem com razão de redução de 0,30, com margem de
3,0% e com sentido de rotação de saída idêntico ao de entrada. Verificar se
satisfaz os critérios estabelecidos.

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Item 2: Modos potenciais de falha

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Item 3: Materiais (vide tópico 3, página 11 e SS.)

Item 4: Métodos preliminares de fabricação e acabamento superficial

Item 5: Seleção, por tentativas, de um sistema de dente...

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Item 6- Selecione passo diametral (ou módulo)

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Item 7 – Estime ou calcule o raio primitivo, etc. (vide Exemplo 15.2)

Item 8 – Calcule o fator de segurança... (Vide Exemplo 5.2)

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Item 9: Comparar o fator de segurança existente preliminar com o fator
de segurança de projeto especificado

Item 10: Calcule o fator de segurança existente baseado na dureza


superficial

a) Abordagem simplificada de contato de Hertz para a fadiga superficial:

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b) Abordagem refinada da AGMA

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Item 11: Perdas por atrito, geração de calor...

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