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BOMBAS DE DESLOCAMENTO FIXO E VARIÁVEL

Steve Skinner, Eaton Hydraulics, Havant, UK


Copyright  Eaton Hydraulics 2000
CAPÍTULO 4. BOMBAS
HIDRÁULICAS

BOMBAS HIDRÁULICAS
Grupo de Acionamento

Motor Elétrico/Térmico

Bomba Hidráulica
BOMBAS HIDRÁULICAS

ØAs bombas são dispositivos utilizados nos circuitos


hidráulicos, para converter energia mecânica em
energia hidráulica.
Ø A ação mecânica cria um vácuo parcial na entrada
da bomba, o que permite que a pressão atmosférica
aspire o fluido do tanque, através da linha de sucção.
ØAtravés da bomba, o fluido hidráulico é direcionada à
região de descarga, forçando-o através do sistema
hidráulico.
ØAs bombas são classificadas, basicamente, em dois
tipos: hidrodinâmicas (deslocamento não positivo) e
hidrostáticas (deslocamento positivo).
BOMBAS HIDRÁULICAS
a) Bombas Hidrodinâmicas
ØA energia cinética e a geometria do rotor (ângulo das hélices)
convertem a energia mecânica de rotação em energia hidráulica
ØEssas bombas raramente são usadas em sistemas hidráulicos, por
causa do surgimento de uma vazão de recirculação forçada pelo
aumento da pressão de descarga.
b) Bombas Hidrostáticas
ØFornecem determinada quantidade de fluido a cada rotação ou
ciclo de operação (volume deslocado/ rotação).
ØA vazão é pouco influenciada pela pressão de descarga, (atrito e
vazamentos) sendo, por isso, geralmente empregada para transmitir
força hidráulica em equipamentos industriais, maquinaria de
construção e aviação.
ØAs bombas hidrostáticas freqüentemente geram pulsação, porém
com pouca variação de pressão na descarga.
Figura 1. Princípio de funcionamento
hidrodinâmico.
Figura 2. Curvas características de bombas
hidráulicas
ØNas bombas de deslocamento positivo, devido à
estanqueidade entre as câmaras de entrada e saída, a
vazão é pouco influenciada pela resistência normalmente
oferecida ao escoamento a jusante da bomba. Isso significa
que, teoricamente, não existe limite superior de pressão, tal
como ocorre no funcionamento na bomba centrífuga, e
conseqüentemente pode-se operar com quantidades
"ilimitadas" de energia (potência).
ØPara evitar danos físicos ao sistema hidráulico, é
necessário limitar a potência máxima, o que normalmente é
feito limitando-se a pressão máxima por meio de válvulas
limitadoras de pressão.
ØA possibilidade de desenvolver altas pressões com vazões
relativamente baixas torna as máquinas hidrostáticas
praticamente as únicas utilizadas em sistemas hidráulicos.
Bombas Hidráulicas

BOMBAS
HIDRÁULICAS

ENGRENAGEM PALHETA PISTÃO

FIXO VARIÁVEL

EXTERNA INTERNA FIXO VARIÁVEL AXIAL AXIAL

RADIAL
Figura 3. BOMBA DE
DESLOCAMENTO POSITIVO

Bomba de engrenagem
externa
Princípio de Deslocamento
Ø Os sistemas hidráulicos são aplicados a situações de
carregamento, velocidades, precisão posicional, tempo de
resposta, etc. extremamente variados. Nesse contexto, foram
concebidos diversos tipos de máquinas, seguindo vários
princípios construtivos, cada qual com um determinado grau de
precisão dimensional, resistência a esforços mecânicos,
possibilidade de controle contínuo e custo de produção, entre
outros. Essas características são definidas pelo princípio de
deslocamento utilizado.
Ø Bombas e motores hidrostáticos podem ser construídos de
forma a permitirem ou não a variação de vazão à rotação (ou
velocidade) constante (deslocamento fixo).
Ø Máquinas que permitem a variação da vazão à rotação
constante, são denominadas bombas de deslocamento variável.
Algumas construções desse tipo permitem também realizar a
inversão do sentido do escoamento sem mudança do sentido de
rotação.
Bomba de engrenagem externa

Ø Máquinas desse tipo são as mais utilizadas em


sistemas hidráulicos em geral, devido principalmente à
robustez, adaptação a grandes variações de viscosidade,
insensibilidade à presença de partículas sólidas
normalmente presentes no fluido hidráulico, facilidade de
montagem em qualquer posição, elevada gama de rotações
permissíveis em regime contínuo de operação e, no caso de
bombas, facilidade de sucção.
Ø Em virtude da distribuição assimétrica da pressão, as
bombas de engrenagens estão sujeitas à forças resultantes
axiais e radiais, as quais provocam aumento nas folgas
(vazamentos), elevação da temperatura do óleo, deformação
de eixos e desgaste acentuado e não uniforme das peças.
Bomba de engrenagem externa
BOMBA E MOTOR DE
ENGRENAGENS

Bomba de engrenagem
externa:

§ São máquinas de
deslocamento fixo;
§ Aplicação limitada em função
da pressão e vazão máximos
de trabalho (sem
compensação de forças).
§ Baixo custo
Bomba de engrenagem interna
Bomba de engrenagem interna

Ø Operação em alta pressão


Ø Pequenas flutuações de pressão
Ø Baixo nível de ruído
Ø São montadas excentricamente em uma carcaça e
giram no mesmo sentido.
Ø Maior grau de recobrimento (engrenamento longo).
Conseqüentemente, melhor vedação e maiores ângulos
de sucção e descarga (melhor rendimento volumétrico e
menor perda de carga).
Ø A estanqueidade entre as câmaras de sucção e
descarga é obtida por um separador ou pelo próprio perfil
da engrenagem.
Bomba de engrenagem interna

Ø Menor pulsação da vazão (até 10 vezes menor)


decorrente da superposição de volumes
descarregados simultaneamente por algumas
células (grau de recobrimento).
Ø Menor freqüência de engrenamento, em função do
número reduzido de dentes do pinhão: menor nível
de ruído.
Ø Como as bombas de engrenagens externas,
estas também estão sujeitas a esforços
desequilibrados, limitando a faixa operacional de
aplicação.
Fig. 5 – Bomba de engrenagem
interna
BOMBA TIPO GEROTOR
ØA bomba tipo gerotor foi utilizada historicamente como
bomba de lubrificação (baixa pressão - 6 a 10 bar) em motores
de combustão interna na indústria automobilística e também
como bomba de alimentação de baixa pressão. Entretanto, os
recentes avanços nos processos de fabricação, materiais e
tecnologia de projetos propiciaram um aumento na faixa de
pressão operacional, possibilitando seu uso a pressões desde
10 até 175 bar.
Ø A bomba gerotor é uma construção com engrenagens
de perfil trocoidal, sendo que o pinhão possui um dente a
menos que a coroa. Assim, cada dente do pinhão mantém um
contato de escorregamento contínuo com o perfil da coroa,
garantindo a função de transporte celular de fluido. Devido ao
fato de que coroa e pinhão possui diâmetros próximos, a
velocidade de escorregamento relativa entre eles é muito
pequena, resultando em operação silenciosa e longa vida útil.
BOMBA TIPO GEROTOR

Fig. 6 - Rotor de
uma bomba tipo
gerotor
BOMBA DE PARAFUSOS
Ø Consiste de dois ou mais fusos helicoidais
montados em uma carcaça.
Ø O escoamento é praticamente isento de
pulsações
Ø As forças desbalanceadas são axiais, podendo ser
facilmente compensadas
Ø Atrito elevado (baixo rendimento)
Ø Exigem fluidos com viscosidade alta (30 a 80 cSt)
para reduzir os vazamentos
Fig. 7 – Bomba de parafusos
BOMBA DE PALHETAS

Ø São constituídas de um rotor cilíndrico com


ranhuras, onde se alojam palhetas retangulares
móveis, sendo o conjunto montado no interior de um
anel estator de geometria apropriada.
Ø As palhetas são projetadas contra a superfície
interna do estator pela força centrífuga, pela pressão
atuante na base da palheta ou pela ação de molas
montadas na base das palhetas (bombas com rotação
reversíveis e com dois sentidos de escoamento).
Ø Podem ser de deslocamento fixo ou variável,
com um ou dois sentidos de escoamento, rotação
reversível e possuir ou não compensação de forças.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Fig. 9 – Bomba de palhetas de


deslocamento fixo
BOMBAS DE PALHETAS
§ Bombas não compensadas: normalmente 100 bar
(podendo chegar até 160 bar). Rotação mínima de 600
rpm para garantir a sustentação hidrodinâmica entre as
palhetas e o estator.
§ Bombas compensadas: normalmente 175 bar
(podendo chegar até 210 bar).
Fig. 10 – BOMBAS DE PALHETAS com
compensação de forças: Geometria elipsoidal
Fig. 11 – Bomba de palheta com deslocamento
variável
Bomba de palheta com deslocamento variável
Bomba de palheta com deslocamento variável
BOMBA COM COMPENSAÇÃO DE
PRESSÃO
BOMBAS DE PALHETAS de deslocamento variável
§ Permitem a modificação da posição do estator em
relação ao rotor, produzindo variação na excentricidade
do rotor.
§ As forças radiais não podem ser compensadas,
limitando as faixas de aplicação.
§ A excentricidade máxima pode ser ajustada por meio
de um parafuso.
§ A pressão máxima de regime à vazão nominal indica a
máxima excentricidade do rotor no estator. Acima desta
pressão (ponto de quebra), qualquer acréscimo em
pressão implicará no deslocamento do anel estator
contra a mola.
§ Em qualquer situação, sempre é mantida uma
excentricidade mínima, responsável pela vazão de
lubrificação.
Fig. 11 – BOMBAS DE PALHETAS de deslocamento
variável
Bomba de deslocamento variável com compensação de
pressão e ajuste de deslocamento
§ Ajuste das condições de operação, por meio do ajuste do
parafuso de deslocamento volumétrico (vazão) e do parafuso de
pré-deformação da mola (pressão).

§ Necessidade da
manutenção de pressão
mínima de lubrificação
(estabilidade
operacional).
Exemplo: bomba de
palhetas.

Região de
funcionamento:
BOMBAS DE PISTÕES AXIAIS
BOMBAS DE PISTÕES AXIAIS
Bomba de pistões axiais de prato inclinado,
deslocamento variável, com compensação de
pressão
§ Variação controlada do ângulo de inclinação
§ A posição angular (vazão) e o sentido de escoamento
podem ser definidos por meio do ajuste de um parafuso
§ A compensação de pressão tem a função de limitar a
pressão máxima, por meio da redução da vazão.
§ Alto rendimento volumétrico e possibilidade de
variação contínua de deslocamento.
§ O prato ou o tambor é fixado ao eixo de acionamento,
responsável pela rotação da bomba.
Fig. 12 – Bomba de pistão axial de prato inclinado com
deslocamento variável

STROKE

Q
Fig. 12 – Bomba de pistão axial de prato inclinado com
deslocamento variável

STROKE

Q
Fig. 12 – Bomba de pistão axial de prato inclinado com
deslocamento variável

STROKE

Q
Fig. 12 – Bomba de pistão de prato inclinado, deslocamento
variável com compensação de pressão: tambor rotativo
ROTATING GROUP
PISTON PUMP PRINCIPLE
FIXED DISPLACEMENT AXIAL PISTON PUMP

2
BOMBAS DE PISTÕES AXIAIS
Fig. 12 – Construção típica de uma Bomba de pistão de
prato inclinado, deslocamento variável com compensação
de pressão: tambor rotativo
Fig. 12 – Estrutura externa de uma Bomba de pistão
axial de prato inclinado fixo com deslocamento
variável, com compensação de pressão
TRANSMISSÃO EM CIRCUITO FECHADO: escoamento em duplo sentido
TRANSMISSÃO EM CIRCUITO FECHADO
TRANSMISSÃO EM CIRCUITO FECHADO
TRANSMISSÃO EM CIRCUITO FECHADO
TRANSMISSÃO EM CIRCUITO FECHADO
Bomba de pistões axiais de eixo
inclinado, deslocamento fixo

Ø As hastes dos pistões são fixadas ao eixo de


acionamento por meio de articulações esféricas, o que
produz a rotação do conjunto e o movimento alternado
dos pistões.
ØNão existem forças laterais nas guias dos pistões. As
componentes axiais e radiais são compensadas pelas
articulações esféricas fixadas ao flange de acionamento.
Ø Ocupam maior volume e apresentam um momento de
inércia mais elevado
Ø Em contrapartida, apresentam rendimentos mais
elevados e menor sensibilidade à presença de partículas
sólidas contaminantes.
BOMBAS DE DESLOCAMENTO FIXO: EIXO INCLINADO
Figura 13 – Bomba de deslocamento fixo de eixo
inclinado
Fig. 13
BOMBA DE PISTÕES RADIAIS
BOMBA DE PISTOES RADIAIS (articulação externa)
§ É composta de um anel estator montado
excentricamente em relação a um rotor onde os pistões
são alojados.
§ O movimento alternativo dos pistões é gerado a partir
do movimento rotativo do rotor, por intermédio da
articulação das sapatas das hastes dos pistões em um
trilho fixado no anel estator.
§ Possuem maior deslocamento volumétrico que as
bombas de pistões axiais, para o mesmo volume
construtivo.
§ Opera a altas pressões com rendimento elevado
§ Possui também a opção por acesso externo do fluido
e articulação interna dos pistões
Bomba de pistão radial com deslocamento variável
e compensação de pressão
Articulação externa e acesso interno do fluido
Acesso externo do fluido e articulação
interna

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