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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE RONDÔNIA

MARCIO BUENO LEITE – CAP BM

A VIABILIDADE DO CURSO DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AOS


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM RONDÔNIA, A SER
DISPONIBILIZADO NA PLATAFORMA EAD DO CBMRO

ROLIM DE MOURA - RO
2022
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE RONDÔNIA

MARCIO BUENO LEITE – CAP BM

A VIABILIDADE DO CURSO DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AOS


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM RONDÔNIA, A SER
DISPONIBILIZADO NA PLATAFORMA EAD DO CBMRO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Curso de
Aperfeiçoamento de Oficiais
Bombeiro Militar – CAOBM, como
requisito avaliativo da disciplina de
Elaboração de TCC.

ROLIM DE MOURA - RO
2022
2

A VIABILIDADE DO CURSO DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AOS


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM RONDÔNIA, A SER
DISPONIBILIZADO NA PLATAFORMA EAD DO CBMRO

Marcio Bueno Leite – CAP BM1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais.

RESUMO – Estudo desenvolvido com o objetivo de apresentar um projeto de intervenção ao Corpo de


Bombeiros Militar de Rondônia-CBMRO, tendo em vista que após a promulgação e ampla divulgação da
Lei Lucas esta instituição militar estadual passou a receber cada vez mais solicitações para realização
palestras e cursos de primeiros socorros a serem ministrados aos profissionais da educação, fato que
tem resultado em crescente demanda reprimida, em virtude da indisponibilidade de pronta resposta nas
unidades operacionais do CBMRO. Desta forma, a partir de uma abordagem descritiva quanto aos
fundamentos legais que embasam a iniciativa, realizou-se pesquisa de campo, materializada pela
aplicação de questionário padrão junto a todos os 15 comandantes de unidades operacionais do
CBMRO, bem como, entrevista com especialista no assunto. Após o tratamento dos dados, ficou
evidenciado que existe viabilidade técnica para a disponibilização do curso de primeiros socorros na
modalidade Ead aos profissionais da educação, sendo recomendado, contudo, a realização de um
projeto piloto junto ao público interno.

PALAVRAS-CHAVE: Lei Lucas. Ensino EaD. Educadores. Rondônia.

1 marciobueno_leite@hotmail.com
3

SUMÁRIO

1. Introdução ............................................................................................................04
2. Justificativa ..........................................................................................................05
3. Objetivos ..............................................................................................................06
3.1 Objetivo geral ............................................................................................06
3.2 Objetivos específicos ................................................................................06
4. Revisão de Literatura ...........................................................................................07
4.1 Responsabilidade de ministrar o treinamento ..............................................07
4.2 Regulamentação ..........................................................................................08
5. Metodologia .........................................................................................................10
6. Resultados... ........................................................................................................11
7. Cronograma..........................................................................................................14
8. Recursos necessários .........................................................................................15
9. Considerações Finais...........................................................................................16
10. Referências Bibliográficas ...................................................................................18
11. Apêndices .......................................................................................................... .19
4

1 INTRODUÇÃO

Atendendo a proposta de construção de Trabalho de Conclusão de Curso do


Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais – CAO, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado
de Rondônia, este projeto de intervenção busca apresentar solução para viabilizar o
satisfatório atendimento das demandas relacionadas a cursos e treinamentos em
Atendimento Pré-hospitalar (APH), voltados aos profissionais da educação, haja vista
que após a aprovação da Lei Lucas, as escolas públicas e privadas, especialmente
aquelas que trabalham com a educação básica, passaram a requerer o curso de APH
aos seus professores, a fim de atender a legislação em vigor. Desse modo, surgem as
indagações: O Corpo de Bombeiros Militar tem atendido a todos os pedidos de
palestras e instruções de APH aos educadores? E se o curso for oferecido na
modalidade EAD, seria possível atendar toda a demanda no estado de Rondônia?
Para facilitar o entendimento, no início do trabalho existe uma breve
contextualização, onde é possível notar uma abordagem teórica, a fim de buscar a
necessária fundamentação junto ao arcabouço jurídico, tendo como ponto de partida a
própria Lei Lucas, derivando, ainda, para a legislação castrense relacionada ao tema,
com a finalidade de avaliar a existência, ou não, de base legal para a implementação da
intervenção.
Nos tópicos que sucedem a fundamentação teórica, observa-se a metodologia
empregada, cronograma, estimativas de custos e ainda o resultado do trabalho de
campo, fruto de aplicação de questionários a todos os comandantes de Organização
Bombeiro Militar - OBM e entrevista de especialista no assunto, a fim de evidenciar
questões relacionadas às demandas, capacidade de resposta de cada OBM, bem
como, para analisar a capacidade técnica do CBMRO para a disponibilização de cursos
na modalidade EAD.
O estudo não esgota o assunto, contudo, abre uma importante janela de
oportunidade para inserir o CBMRO como protagonista, pioneiro, no segmento de
capacitação em primeiros socorros com ênfase na Lei Lucas, tendo como público alvo
os profissionais da educação no estado de Rondônia.
5

2 JUSTIFICATIVA

Para fins de contextualização, torna-se imperioso relatar o fatídico acidente


ocorrido com o filho de Alessandra Begalli, a saber:

Lucas Begalli tinha apenas 10 anos quando perdeu a vida em uma excursão da
escola que frequentava, em Campinas. Motivo: asfixia mecânica que ocorreu
em questão de minutos. Ou seja, ele se engasgou com um pedaço de salsicha
do cachorro quente que serviram no lanche. Mas não recebeu os primeiros
socorros de forma rápida e adequada. Lucas chegou a transferido em uma UTI
móvel para o hospital, mas acabou falecendo. Ele sofreu sete paradas
cardíacas em 50 minutos de tentativas de ressuscitação. É possível que, se
houvesse tentativas de reanimá-lo antes da chegada da UTI móvel, talvez ele
estivesse vivo — o tempo nesses casos é um dos mais importantes fatores para
a sobrevivência do paciente, pois os primeiros minutos são decisivos. (AQUINO,
2019)

Inconformada com a tragédia (evitável) que tirou a vida de seu único filho no dia
27/09/2017, Alessandra passou a ser uma ativista social, buscou chamar atenção para
a temática, para isso contou com a ajuda de amigos e familiares, juntos realizaram
diversas campanhas na internet e em outros meios de comunicação. Desse modo, o
fato foi amplamente divulgado, por consequência, houve uma sensibilização do poder
legislativo federal, que de forma célere aprovou a Lei nº 13.722, de 04 de outubro de
2018, publicada no Diário Oficial da União em 05/10/2018.
Por razões óbvias a Lei supracitada ficou conhecida como Lei Lucas, a qual
“torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de 4
professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de
educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil.” A Lei está em vigor,
contudo, ainda carece de uma regulamentação, para que sua finalidade seja
plenamente atendida.
O fato é que a partir da aprovação e divulgação da Lei Lucas, os
estabelecimentos de ensino passaram a ter uma maior preocupação com a capacitação
de seus quadros de servidores, isso tem gerado uma elevada demanda ao CBMRO,
que não tem condições de atender a todos os pedidos para treinamentos e palestras.
Cabe lembrar que o CBMRO é referência nacional no que se refere ao ensino à
distância, já ofereceu diversos cursos para militares e civis da própria instituição, bem
6

como, para outras instituições, dentro e fora do estado de Rondônia, tendo um


excelente resultado nessa modalidade de ensino, especialmente no que se refere aos
custos e quantitativo de profissionais instruídos.
Diante de todo o exposto, é possível observar que o tema apresenta grande
relevância pessoal, acadêmica, profissional e, principalmente, social, haja vista que o
resultado do trabalho pode ser a criação de um curso em formato de projeto social
encabeçado pelo CBMRO, sem gerar gastos adicionais, pois aproveita uma estrutura já
existente, tendo como público alvo os professores, que, notadamente, são
multiplicadores do conhecimento e formadores de opinião, com enorme potencial de
fomentar o desenvolvimento de uma consciência prevencionista, tão almejada pelo
Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Desenvolver no CBMRO um curso de atendimento pré-hospitalar, na modalidade


EAD, voltado aos profissionais da educação básica, a fim de atender as exigências
contidas na Lei 13722, de 04 de outubro de 2018.

3.2 Objetivos específicos

Capacitar os profissionais da educação básica no estado de Rondônia;


Evitar que outras crianças percam a vida por não receberem o atendimento pré-
hospitalar de forma apropriada;
Fomentar a cultura preventiva em Rondônia;
Possibilitar que o CBMRO ofereça um novo serviço, de grande relevância social,
a baixo custo, tornando a instituição pioneira nesta importante iniciativa.
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4 REVISÃO DE LITERATURA

A Lei Lucas foi criada com uma finalidade muito nobre, contudo, deixa algumas
lacunas importantes que merecem ser apreciadas, vejamos:

4.1 Responsabilidade de ministrar o treinamento

As entidades, instituições e/ou pessoas aptas a ministrar o treinamento em


primeiros socorros aos profissionais da educação estão previstas de forma ampla na Lei
13.722/2018, a saber:

Art. 2º Os cursos de primeiros socorros serão ministrados por entidades


municipais ou estaduais especializadas em práticas de auxílio imediato e
emergencial à população, no caso dos estabelecimentos públicos, e por
profissionais habilitados, no caso dos estabelecimentos privados, e têm por
objetivo capacitar os professores e funcionários para identificar e agir
preventivamente em situações de emergência e urgência médicas, até que o
suporte médico especializado, local ou remoto, se torne possível. (Grifo nosso).

Contudo, sabe-se que o Corpo de Bombeiros Militar, está presente em 15


municípios no estado de Rondônia, sendo que na esmagadora maioria das localidades
é a única instituição responsável por prestar o serviço de urgência e emergência pré-
hospitalar, ou seja, não paira qualquer dúvida de que o CBMRO é especializado em
práticas de auxílio imediato e emergencial à população, sendo, portanto, uma das
instituições responsáveis por ministrar o necessário treinamento aos estabelecimentos
públicos, conforme exposto no Art. 2º acima.
Ainda neste contexto, é importante recorrer à Lei nº 2204, de 18 de dezembro de
2009, que “dispõe sobre a Lei Orgânica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
Rondônia, e dá outras providências”, bem como, estabelece em seus Artigos 2º e 15
quais são as atribuições do CBMRO, das quais ficam destacadas abaixo apenas
aquelas que estão relacionadas a temática em estudo, bem como, quais são a
atribuições e competências da Coordenadoria e Educação, Ensino e Instrução,
respectivamente, in verbis:
(...)
Art. 2º. Compete ao CBMRO, a execução das seguintes atividades:
8

(...)
XIV - prestar assessoramento técnico, na área de sua competência, aos demais
órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado de Rondônia;
(...)
XVII - capacitar pessoas para o enfrentamento de desastres, sinistros e
acidentes;
(...)
XX - realizar atividades educativas de prevenção a incêndios, pânico coletivo
e proteção ao meio ambiente, bem como ações de proteção e promoção do
bem-estar da coletividade e dos direitos, garantias e liberdades do cidadão;
(...)
Art. 15. A Coordenadoria de Educação, Ensino e Instrução, subordinada ao
Chefe do Estado-Maior-Geral, é o órgão responsável por todas as atividades
de ensino, com competência para planejar, coordenar, fiscalizar o ensino em
todas suas modalidades, a instrução e o treinamento operacional relativo às
atividades do Corpo de Bombeiros Militar, visando à formação profissional,
graduação, pós-graduação, aperfeiçoamento, habilitação, especialização,
capacitação e ao treinamento operacional do CBMRO e promover a educação
preventiva voltada à população em geral, objetivando à prevenção de
incêndio e acidentes, da segurança e da saúde pública. (Redação dada pela
Lei 4.303 de 2018) (Grifo nosso).

4.2 Regulamentação

Não precisa ser um leitor muito atento para observar que a Lei Lucas cita em
pelo menos dois momentos a questão da regulamentação, a saber:

Art. 1º Os estabelecimentos de ensino de educação básica da rede pública,


por meio dos respectivos sistemas de ensino, e os estabelecimentos de
ensino de educação básica e de recreação infantil da rede privada deverão
capacitar professores e funcionários em noções de primeiros socorros.
§ 1º O curso deverá ser ofertado anualmente e destinar-se-á à capacitação
e/ou à reciclagem de parte dos professores e funcionários dos
estabelecimentos de ensino e recreação a que se refere o caput deste
artigo, sem prejuízo de suas atividades ordinárias.
§ 2º A quantidade de profissionais capacitados em cada estabelecimento de
ensino ou de recreação será definida em regulamento, guardada a
proporção com o tamanho do corpo de professores e funcionários ou com o
fluxo de atendimento de crianças e adolescentes no estabelecimento.
(...)
Art. 6º O Poder Executivo definirá em regulamento os critérios para a
implementação dos cursos de primeiros socorros previstos nesta Lei.(Grifo
nosso).

Da mesma forma, dando continuidade a análise do texto legal, é possível


observar outros trechos que carecem de maiores esclarecimentos, especialmente no
9

tocante a composição da grade curricular e itens que devem ser inseridos no kit básico
de primeiros socorros, mencionado no § 2º do Art. 2º.
Ou seja, a necessidade de regulamentação salta aos olhos, pois a Lei
promulgada pelo chefe do poder executivo federal não esclarece alguns pontos
importantes. Contudo, isso não tem afastado o surgimento da demanda, bem como,
não impede que o CBMRO seja a instituição pioneira na importante iniciativa de
capacitar os profissionais de educação. Nesse contexto, torna-se importante destacar
que diversos municípios brasileiros tomaram a iniciativa de criar leis próprias ou
promulgar regulamentação local, a fim de fomentar a importante iniciativa em apoio a
segurança na educação.
Como exemplo, cabe citar a Lei municipal nº 12.479, de 11 de dezembro de
2018, que “obriga as escolas, as creches e os berçários públicos e privados do
Município de Porto Alegre a ofertar curso de capacitação em primeiros socorros para,
no mínimo, 1/3 (um terço) de seus servidores ou funcionários - Lei Lucas.”. A Lei
promulgada na capital gaúcha foi mais objetiva que a Lei Federal, pois detalha a
quantidade mínima de profissionais a ser treinada, bem como, norteia de forma mais
assertiva a questão do kit escolar e os responsáveis pelos treinamentos e pela
composição da grade curricular, in verbis:

Art. 3º Os cursos poderão ser ministrados por médicos, enfermeiros,


técnicos em enfermagem e policiais militares cedidos pela Secretária Municipal
de Saúde ou pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul
(CBMRS).
§ 1º Os cursos serão ministrados de acordo com o disposto no manual de
primeiros socorros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em
parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e com o CBMRS. (Grifo
nosso).

Ou seja, seguindo a mesma linha adotada por diversos municípios, e até mesmo
a fonte doutrinária já existente, nada obsta que a própria instituição CBMRO estabeleça
um padrão próprio para capacitação dos professores, que poderia ser disciplinado por
instrumento normativo interno. Caso a instituição queira algo mais sólido, tem total
legitimidade para propor e fomentar a publicação de uma legislação estadual própria.
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Notadamente, a falta da regulamentação federal não impede que o CBMRO


disponibilize o serviço à sociedade. Além de contribuir para evitar novas tragédias, a
instituição militar estadual poderá reduzir a enorme demanda por palestras que
atualmente existe nas unidades operacionais, que se agravou após a veiculação do
tema nas grandes emissoras da rede de TV nacional, (Globo, SBT, Record e etc), bem
como, poderá ser destaque por boas práticas, pois colocaria a tecnologia já utilizada na
caserna à serviço dos multiplicadores do conhecimento, a fim de capacitá-los para a
nobre missão de salvar vidas.

5 METODOLOGIA

Como pode ser observado, a partir de uma abordagem descritiva, foi realizada
breve contextualização sobre a origem da Lei Lucas, em seguida, houve o cuidado na
busca de fundamentação teórica alicerçada na legislação vigente, conforme consta na
justificativa. Doravante, será exposta a metodologia utilizada para realização da
segunda etapa do estudo, a pesquisa de campo, bem como seu resultado e análise
crítica.
Com o objetivo de entender melhor a relevância e necessidade do projeto de
intervenção, o pesquisador houve por bem aplicar um questionário padrão, composto
apenas por 05 (cinco) questões objetivas, a cada um dos 15 comandantes de unidades
operacionais, nos quinze municípios em que o CBMRO está presente (Apêndice 03),
alcançando, desta forma, a totalidade do público alvo. Para dar maior celeridade na
coleta de dados, foi utilizada a ferramenta Google Forms junto aos comandantes, o
intuído do pesquisador foi comparar as respostas para obter, cientificamente, as
informações de interesse para o estudo.
Em paralelo a aplicação do questionário, foi realizada uma entrevista (Apêndice
02) guiada por cinco perguntas, claras e objetivas, aplicadas via aplicativo de
mensagens instantâneas junto a um experiente oficial do CBMRO, especialista em
Engenharia de Software, a fim de elucidar questões técnicas relacionadas às
capacidades da plataforma de ensino EaD, utilizada atualmente na instituição.
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6 RESULTADOS

A primeira pergunta contida no formulário foi sobre a localidade do comandante


(participante da pesquisa), não com a finalidade de identificar o militar, mas sim para
garantir que realmente as 15 unidades do CBMRO estariam representadas no estudo.
A segunda pergunta foi: Vossa Senhoria tem conhecimento da Lei Lucas? As
respostas podem ser observada no gráfico 01, abaixo:

Gráfico 01 – Conhecimento dos comandantes sobre a Lei Lucas.

Fonte: Elaboração própria

Observa-se que somando o quantitativo daqueles que não conhecem a Lei


Lucas, com aqueles que já ouviram falar, mas não sabem exatamente de que se trata,
é possível afirmar que 72,4 % do efetivo de comandantes de OBM no CBMRO não têm
ciência da legislação em epígrafe, é um número muito elevado e certamente merece
uma intervenção, a fim de aprimorar a resposta da instituição às demandas que
surgirem. Ressalta-se, contudo, que 26,7 % conhecem a aludida Lei.
A terceira indagação foi sobre a demanda por palestras de APH aos
profissionais da educação, pública ou privada, ou seja, teve o intuito de verificar se
as solicitações por palestras e treinamentos junto às unidades operacionais
aumentaram, diminuíram e se mantiveram estáveis, vejamos:
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Gráfico 02 – Evolução da demanda na opinião dos comandantes

Fonte: Elaboração própria

A quarta pergunta tratou da capacidade de resposta às demandas. Tem a


finalidade de demonstrar como o CBMRO tem prestado o serviço educacional
preventivo junto à comunidade escolar, especificamente aos docentes, vejamos:

Gráfico 03 – Capacidade da OBM para atendimento a todas as


demandas por cursos aos profissionais da educação.

Fonte: Elaboração própria

Ao analisar os gráficos 02 e 03, concomitantemente, fica evidenciado, de forma


irrefutável, a importância de desenvolver novas soluções para fazer frente ao
aumento da demanda que tem chegado para as OBMs, haja vista que estas não
conseguem atender a todas as solicitações que têm recebido, em outras palavras, é
13

possível notar que existe elevado índice de demanda reprimida no que se refere às
palestras e treinamentos em APH.
A quinta e última pergunta realizada aos comandantes tratou da percepção,
conforme o conhecimento adquirido na cidade onde estão lotados, sobre a quantidade
de profissionais da educação capacitados para prestar os primeiros socorros nas
escolas da localidade. Seguem as respostas no gráfico 04:

Gráfico 04 – Escolas com profissionais treinados em primeiros socorros

Fonte: Elaboração própria

No gráfico acima fica claro que na esmagadora maioria dos municípios onde o
CBMRO está presente, poucas ou nenhuma das escolas têm professores treinados em
APH (conforme percepção dos comandantes), fato que gera enorme vulnerabilidade
tanto ao corpo docente, quanto ao corpo discente, desta forma, mais uma vez é
possível notar a enorme relevância do tema estudado.
Com o objetivo de enriquecer o estudo, foi realizada uma entrevista (Apêndice
02) com o 1º Tenente Bombeiro Militar Alex Fernandes da Silva, RE 0267-0, bacharel
em Sistema de Informação, tecnólogo em Sistemas para Web e especialista em
Engenharia de Software. Profundo conhecedor dos recursos de informática disponíveis
no CBMRO, atuou na caserna de 2012 à 2016 na função de Analista de Software e de
2017 a 2020 como Diretor de Informática.
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Ao ser indagado sobre os recursos de informática disponíveis no CBMRO,


respondeu:

Com o surgimento da modalidade de ensino à distância no âmbito da Secretaria


de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania, através Decreto 18.168, de 06
de setembro de 2013, tanto a Polícia Militar, como o Corpo de Bombeiros
ficaram responsáveis por criar o AVA(Ambiente Virtual de Aprendizado), o qual
seria utilizado para subsidiar os respectivos cursos.
Atualmente no mercado há diversas alternativas de solução com esse escopo,
inseridas na categoria de software conhecidas como CMS (Content
Management System), também chamados de Sistema de Gerênciamento de
Conteúdo. Dentre as opções analisadas a que mais atendeu as necessidades
da SESDEC, foi o MOODLE, ferramenta de alto desempenho, bem estrutura e
com recursos necessários para o perfeito aprendizado dos alunos durante os
cursos. (SILVA, 2022).

Indagado sobre os custos e capacidade de expansão da plataforma atualmente


utilizada pelo CBMRO, a fim de comportar um expressivo aumento de demanda,
afirmou que:

Para responder de forma precisa precisamos ter mais detalhes com relação a
quantidade de alunos, tipo de curso e recursos da plataforma que serão
utilizados. Mas, de ante mão, informo que o MOODLE é um software totalmente
escalável e dependendo da quantidade de alunos e acessos simultâneos o
ajuste seria apenas de infraestrutura, sem contar que atualmente o MOODLE é
utilizado por diversas universidade ao longo do Brasil e do Mundo, como por
exemplo USP (Universidade de São Paulo), UFBA (Universidade Federal da
Bahia) e UNB (Universidade de Brasília). (SILVA, 2022).

Diante das respostas apresentadas pelo especialista, fica totalmente esclarecido


que o projeto apresenta viabilidade técnica, haja vista que a plataforma MOODLE
utilizada pelo CBMRO é a mesma ferramenta que as grandes universidades do Brasil
têm utilizado com excelência.

7 CRONOGRAMA

A elaboração de um cronograma é conveniente o oportuna, para indicar a


sequência em que serão executadas as ações, portanto, segue o planejamento
cronológico para que a intervenção proposta seja executada:
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Mês de 2022 e 2023


Atividade
Nov Dez Jan Fev Mar Abril
Apresentação do projeto x
Planejamento do Curso (Proj. Piloto) x x
Implementação do Curso aos BBMM x x
Feedback dos BBMM x x
Realização dos ajustes necessários x x
Publicação de normas específicas aos
x x
profissionais da educação
Disponibilização do Curso aos profissionais da
x
educação na Plataforma Ead do CBMRO
Fonte: Elaboração própria

8 VIABILIDADE E RECURSOS NECESSÁRIOS

Sabe-se que o CBMRO tem a plataforma de ensino capaz de atender à demanda


e ainda dispõe de profissionais qualificados em número suficiente para formular o
conteúdo necessário, bem como, prestar o necessário suporte de ensino e tutoria ao
corpo discente, logo, as despesas ficam vinculadas tão somente às obrigações legais.
Ocorre que ao longo da pesquisa não foi encontrada uma legislação específica,
totalmente aplicável ao público alvo: profissionais da educação. Por analogia, o
pesquisador entende que é possível recorrer à Lei nº 3105, de 25 de junho de 2013,
que:

Dispõe sobre a criação, no âmbito da Secretaria de Estado de Segurança,


Defesa e Cidadania – SESDEC, do Programa de Formação, Especialização e
Aperfeiçoamento dos Profissionais da Segurança Pública do Estado de
Rondônia, na modalidade de Educação à Distância, prevê as despesas
concernentes à sua implementação e dá outras providências.

Ao analisar a legislação em epígrafe, observa-se que foi editada para atender


demanda dos profissionais de segurança pública, contudo, na própria lei Orgânica do
CBMRO existem previsões legais que podem ser aplicadas para viabilizar a execução
do projeto.
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Ademais, existe a possiblidade, de se realizar um projeto piloto, inicialmente,


junto aos BBMM, para colher o feedback e realizar os necessários ajustes, até mesmo
para garantir a qualidade do serviço prestado, pois seria disponibilizado aos
profissionais da educação apenas após os devidos testes dos usuários internos.
Diante do exposto, podemos afirmar que os custos para o desenvolvimento do
projeto piloto está previsto de fora muito clara na Lei nº 3105 de 25 de junho de 2013, a
saber:

Art. 7º. Os profissionais legalmente designados pelo Secretário de Segurança,


Defesa e Cidadania para o exercício das funções abaixo relacionadas para a
gestão dos programas de formação, especialização e aperfeiçoamento de que
trata esta Lei, farão jus, durante o período assinalado na ato de designação, ao
recebimento de gratificações nos seguintes valores:
I – Coordenador-Geral, R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais);
II – Coordenador de curso, R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais);
III – Professor pesquisador/conteudista, R$ 1.100,00 (um mil e cem reais);
IV – Auxiliar técnico, R$ 900,00 (novecentos reais); e
V – Professor tutor, R$ 700,00 (setecentos reais).

Com simples somatória dos valores descritos nos incisos do Art. 7º supracitado,
chega-se ao valor de R$ 5.200,00, ou seja, este seria o investimento do Estado para
viabilizar o desenvolvimento do projeto piloto, bem como, para cada novo ciclo de curso
oferecido ao público alvo.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto de intervenção deve ser colocado sob apreciação do Coordenador de


Educação, Ensino e Instrução – CEEI, para que esta importante coordenadoria do
CBMRO proceda a análise técnica e tenha elementos suficientes para assessorar o
Comando da corporação.
Cumpridas as questões burocráticas e após a devida autorização do Comando é
possível desenvolver o curso na plataforma EAD, cabendo ainda algumas discussões
sobre a necessidade ou não de novos instrumento normativos. Recomenda-se,
contudo, que inicialmente seja desenvolvido um projeto piloto, a ser disponibilizado ao
17

público interno, sendo que esta etapa atende a uma dupla finalidade. A primeira é a
necessária capacitação da tropa, pois conforme apontou o resultado da pesquisa
apenas um quarto do efetivo conhece a Lei Lucas; A segunda finalidade está
relacionada a um período de teste (em ambiente controlado) do curso a ser oferecido.
Em seguida a instituição terá o produto/serviço pronto para ser ofertado ao consumidor
final: Os profissionais da educação do estado de Rondônia.
A partir da disponibilização do curso na plataforma EaD quando chegar uma
demanda por palestras de APH junto às unidades operacionais, os comandantes
poderão orientar o requerente a buscar pela capacitação no ambiente virtual da
instituição Bombeiro Militar. Estima-se que o resultado de todo esse esforço será a
capacitação de todos os profissionais de educação que necessitarem ou
voluntariamente tiverem interesse em buscar este importante conhecimento
especializado.
Observa-se, portanto, que é possível utilizar a modalidade EAD, a fim de
aproveitar uma estrutura que já existente no Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia,
para que a instituição possa oferecer, a custo irrisório, mais um relevante serviço social
com a finalidade de evitar novas tragédias, como a que vitimou a criança Lucas Begalli,
trata-se, portanto, além de uma atividade preventiva, o exercício da mais nobre missão
do CBMRO: Salvar vidas.
18

10 REFERÊNCIAS

AQUINO, Aline. Lei Lucas: Conheça a história por detrás da lei. Disponível em:
https://cmosdrake.com.br/blog/lei-lucas-conheca-a-historia-por-detras-da-lei/ [capturado
em julho de 2022].

BRASIL. Lei Federal nº 13722, de 04 de outubro de 2018. “Lei Lucas”. Brasília,


2018.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa (6 ed.). São Paulo: Atlas S.A., 2002.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Projetos Social (5 ed.). São Paulo: Atlas S.A.,2008.

GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. Atlas, 2010.

PORTO ALEGRE. Lei nº 12.479, de 11 de dezembro de 2018. Obriga as escolas, as


creches e os berçários públicos e privados do Município de Porto Alegre a ofertar
curso de capacitação em primeiros socorros para, no mínimo, 1/3 (um terço) de
seus servidores ou funcionários - Lei Lucas. Porto Alegre-RS, 2018.

RONDÔNIA. Lei nº 2204, de 18 de dezembro de 2009. Lei Orgânica do Corpo de


Bombeiros Militar do Estado de Rondônia. Porto Velho, 2009.

RONDÔNIA. Lei nº 3105, de 25 de junho de 2013. Dispõe sobre a criação, no


âmbito da Secretaria de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania – SESDEC, do
Programa de Formação, Especialização e Aperfeiçoamento dos Profissionais da
Segurança Pública do Estado de Rondônia, na modalidade de Educação à
Distância, prevê as despesas concernentes à sua implementação e dá outras
providências. Porto Velho, 2013.
19

11 APÊNDICES

1 - Planilha 5W2H;

2 – Entrevista com o 1º TEN BM Alex;

3 – Formulário utilizado na pesquisa.

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