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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade de Ciências Exactas e Tecnológicas

Licenciatura em ensino de Matemática com habilitação em Estatística

Exogeneidade

Alex Estevão Nainetenze

Cudacuache Zequias Lourenço

Daniel Cuonessa Jeque

Eduardo Rui Jeque

Edvânia Joana Joaquim Jossai

Elias Ilídio Guilherme

Jonas Johane Jemusse

José Arlindo Mandlate

Madisse Loborino Supião

Rassul Armando Massiano

Sérgio Rafael Armando Zintchaia

Outubro, 2023
Alex Estevão Nainetenze

Cudacuache Zequias Lourenço

Daniel Cuonessa Jeque

Eduardo Rui Jeque

Edvânia Joana Joaquim Jossai

Elias Ilídio Guilherme

Jonas Johane Jemusse

José Arlindo Mandlate

Madisse Loborino Supião

Rassul Armando Massiano

Sérgio Rafael Armando Zintchaia

Exogeneidade

Licenciatura em ensino de Matemática com habilitação em Estatística

Outubro, 2023
Índice
1 Introdução ........................................................................................................................... 4

1.1 Objectivos.................................................................................................................... 4

1.1.1 Geral .......................................................................................................................... 4

1.1.2 Específicos ................................................................................................................. 4

1.2 Metodologia de pesquisa .................................................................................................. 4

Fundamentação teórica .............................................................................................................. 5

2 Exogeneidade .......................................................................................................................... 5

2.1 Definição .......................................................................................................................... 5

2.2 Equações simultâneas ....................................................................................................... 5

2.3 Parâmetros identificáveis ................................................................................................. 8

2.3.1 Métodos dos Mínimos Quadrados ............................................................................. 8

2.4 Causalidade e Exogeneidade . ........................................................................................ 10

2.4.1 Exemplos practicos relacionados com exogeneidade .............................................. 10

2.5 Tipos de exogeneidade ................................................................................................... 11

2.5.1 Exogeneidade fraca.................................................................................................. 11

2.5.2 Exogeneidade forte .................................................................................................. 12

2.5.3 Suprexogeneidade .................................................................................................... 13

2.6 Teste de exogeneidade ................................................................................................... 14

2.7 Causalidade de Granger-Conceito ................................................................................. 14

3 Considerações finais ............................................................................................................. 18

4 Referências Bibliográficas .................................................................................................... 19


4

1 Introdução

O presente trabalho enquadra-se na cadeira de econometria aplicada e tem como


Objectivo principal, fazer uma abordagem teórica sobre exogeneidade, apresentando
definições , características, tipos, testes e suas aplicações e para a melhor compreensão
apresentaremos alguns exemplos concretos sobre a utilização da exogeneidade.

De modo a alcançarmos esses objectivos, organizamos o trabalho da seguinte forma:


primeiro encontramos a introdução (contendo contextualização sobre o tema), a própria
organização do trabalho, objetivo geral e objetivos específicos, metodologias e a seguir a
fundamentação teórica na qual apresentamos os conceitos ou bases teóricos e por fim
encontramos conclusões e referências bibliográficas.

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral
 Compreender a exogeneidade

1.1.2 Específicos
 Definir exogeneidade;
 Caracterizar a exogeneidade;
 Conhecer os tipos de exogeneidade;
 Interpretar o teste de exogeneidade e;
 Conhecer as aplicações da exogeneidade

1.2 Metodologia de pesquisa


Segundo Pilletti (2003), Método é o caminho a seguir para alcançar um certo objectivo, ou
seja, é um roteiro geral para actividade. O método indica as grandes linhas de acção, sem se
deter em operacionaliza-las, ou seja, conjuntos de técnicas maneiras que visam alcançar um
certo objectivo.

 Neste trabalho cientifico se usou o método de Revisão Bibliográfica que consistiu na


consulta de livros que dão referências bibliográficas no concernente a esta pesquisa.
Portanto, quanto ao procedimento é bibliografico, pois, o trabalho contou com a
revisão da literatura sobre as principais teorias contidas neste trabalho científico.
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Fundamentação teórica

2 Exogeneidade

2.1 Definição
Em um modelo economico, uma mudança exógena é aquela que vem de fora do
modelo e é inexplicada pelo modelo.

Leamer (1985) define uma variável x como exógena se a distribuição condicional de y


dado x não muda com modificações do processo de geração de x.

Estrutura dos modelos:

𝑢 Com,

 Variaveis explanatorias nao estocasticos (não indeterminadas)


 Assim, todas as variaveis na matriz x podem ser assumidas como endogenas.
 Causalidade ocorre de x para y
 Apenas y é endogena.

Uma variável predeterminada é aquela que é independente dos erros contemporâneos


e futuros nessa equação. Uma variável estritamente exógena é aquela que é independente de
todos os erros contemporâneos, futuros e passados naquela equação.

2.2 Equações simultâneas


A intuição de equações simultâneas é o de modificar um sistema de equações com
endogeneidade, de modo a tentar obter estimativas não viesadas.

Temos o sistema com equações estruturais, que apresentam o problema de endogeneidade.


Assim, os coeficientes dessas equações seriam estimados com viés se usarmos MQO.

A partir das equações estruturais, obtemos as equações reduzidas. As equações reduzidas


apresentam apenas variáveis exógenas do lado direito, de modo que obtemos estimativas não
viesadas ao utilizar MQO.

Os coeficientes estimados das equações reduzidas podem recuperar alguns (ou todos) os
parâmetros da equação estrutural, ou seja, podemos obter estimativas não viesadas dos
coeficientes das equações estruturais.
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A seguir seguem alguns conceitos importantes em Equações Simultâneas e que serão


aplicadas em um exemplo.

I) Condição de Ordem

É importante que saibamos se a condição de ordem é satisfeita. A condição de ordem é


satisfeita se:

𝒏º 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒔𝒕𝒓𝒊çõ𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒄𝒍𝒖𝒔ã𝒐 ≥ 𝒏º 𝒅𝒆 𝒗𝒂𝒓𝒊á𝒗𝒆𝒊𝒔 𝒆𝒏𝒅ó𝒈𝒆𝒏𝒂𝒔1

Se a equação estrutural satisfazer a condição de ordem, então essa equação pode ser
identificável. Identificável significa que podemos obter as estimativas não viesadas dos
coeficientes da equação estrutural.

II) Identificação

Como saber se os parâmetros das equações estruturais são identificáveis? Ou seja, como
saber se podemos obter estimativas não viesadas deles?

Devemos seguir os seguintes passos:

1. Escolher uma equação estrutural e substituí-la na outra equação estrutural.

2. Nessa nova equação, isolar a variável endógena do lado esquerdo da equação.

3. Fazer a mesma coisa para a outra equação estrutural.

4. Isso vai te dar as duas equações na forma reduzida. A estimação das equações reduzidas
por MQO te dará estimativas.

5. Realizar operações (divisão, soma, subtração) com essas estimativas pode resultar nas
estimativas dos parâmetros das equações estruturais (sem viés!).
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Exemplo importante (com os conceitos que precisamos saber):

Essas duas equações formam um sistema de equações estruturais, com as seguintes


características:

 Tem variáveis endógenas (e/ou exógenas) do lado direito da equação.


 Variáveis endógenas: Y e X (são variáveis que são criadas “dentro” do sistema de
equações).
 Variável exógena: Z.

Nº de restrições de exclusão: é o número de variáveis exógenas que a equação não tem, mas
a(s) outra(s) equação(ões) do sistema apresenta(m).

Pode ser reescrito como:

Em que que representa uma restrição de exclusão.

 Equação de Y tem (do lado direito):


 1 variável endógena (X).
 1 variável exógena (Z).
 Nenhuma restrição de exclusão (por que?).

A equação de Y não satisfaz a condição de ordem.

 Equação de X tem (do lado direito):


 1 variável endógena (Y).
 Nenhuma variável exógena.
 1 restrição de exclusão (por que?).
8

Na equação de X temos que:

𝑛º 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑒 𝑐𝑙𝑢𝑠ã𝑜 = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑛𝑑ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠

Então, temos que a equação de X obedece a condição de ordem e, por isso, pode ser
identificável.

Portanto, só alguns (ou todos) dos parâmetros da equação estrutural de X podem ser
recuperados através das formas reduzidas.

2.3 Parâmetros identificáveis


Para responder indetificar os parâmetros precisamos encontrar as formas reduzidas e estimar
os seus parâmetros.

Assim, suponhamos que temos o seguinte sistema de equações:

Substituindo X na equação de Y, temos:

Isolando o Y, que é a variável endógena, temos:

𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒

2.3.1 Métodos dos Mínimos Quadrados


Notemos que, agora, do lado direito da equação de Y só temos variáveis exógenas. Assim,
estimar essa equação por MQO vai resultar em estimativas não viesadas dos coeficientes:

̂ ̂̂
̂
( ̂ ̂)

̂
̂
( ̂ ̂)
9

̂̂ ̂
̂
( ̂ ̂)

Agora devemos fazer o mesmo para a equação de X. Primeiro, substitua Y na equação de X.

= + ( + )+

Isole X e obtenha a forma reduzida de X:

+ +

𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒

Assim, podemos obter as estimativas não viesadas através de MQO:

̂ ̂̂
̂
( ̂ ̂)

̂̂
̂
( ̂ ̂)

̂̂ ̂
̂
( ̂ ̂)

Assim, podemos recuperar ̂, como a seguir:

̂̂
̂ ( ̂ ̂)
̂
̂ ̂
( ̂ ̂)
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2.4 Causalidade e Exogeneidade


Variáveis econômicas são classificadas com frequência em duas categorias amplas,
endógena e exógena.
Variáveis endógenas são equivalentes às variáveis X, contanto que não sejam
correlacionadas com o termo de erro da equação.

No campo da economia, as variáveis exógenas são aquelas que não fazem parte de um
modelo econômico, ou seja, são externas. Assim, variáveis exógenas podem influenciar um
fenômeno, mesmo que não tenham sido incorporadas no momento da modelagem.

2.4.1 Exemplos practicos relacionados com exogeneidade


Em uma variedade de contextos, exogenia ou exogeneidade (do grego, moderno exo,
que significa “fora” e gignomai, que significa “produzir”) é o facto de uma accao ou objecto
que se origina externamente. Constata com a endogenia ou endogeneidade, o facto debser
influenciado dentro de um sistema.

Por exemplo, vamos imaginar que um país proíbe as importações de café da


Colômbia. Com isso, as vendas das empresas colombianas que exportam para aquele país
serão afetadas. Neste caso, a mudança de política comercial foi um evento exógeno com
impacto no volume de negócios das referidas empresas.

De uma perspectiva mais geral, devemos lembrar que, no meio acadêmico, a


classificação de exógeno costuma ser usada para fatores externos que explicam determinados
fenômenos. Por exemplo, pode ser que um fator exógeno, como a queda de um meteorito,
tenha um impacto na superfície da Terra.

O oposto de exógeno é endógeno. Ou seja, uma variável interna a um modelo ou que


determina internamente um fenômeno.

Por exemplo, uma variável endógena ao crescimento populacional é a taxa de


natalidade. No entanto, uma variável exógena pode ser uma pandemia que reduz a população
de forma inesperada.

 Uma seca pode ser um evento exógeno que impacta a produção de um produto
agrícola, reduzindo sua oferta e talvez resultando em um aumento em seu preço de
mercado.
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 Uma inovação tecnológica pode significar uma reviravolta em uma indústria. Por
exemplo, antes que a música pudesse ser baixada da Internet, a indústria musical
lucrou com a venda de discos. Agora, seu modelo de negócios mudou. Nesse caso, a
Internet foi um fator exógeno que mudou o mercado musical.
 Um golpe em um país pode ser um evento exógeno que afeta a confiança dos
empresários e até mesmo o valor de sua moeda, pois pode perder a confiança nos
investidores internacionais.

2.5 Tipos de exogeneidade


De acordo com Hendry (1995) existem três tipos de Exogeneidade, que são:

 Exogeneidade fraca;
 Exogeneidade forte e;
 Superexogeneidade.

Onde o autor afirma que o primeiro é apropriado para a inferência; o segundo é


apropriado para fazer as previsões e o terceiro é apropriado para as avaliações políticas
públicas. Portanto são definidos exogeneidade asseguir:

2.5.1 Exogeneidade fraca


A metodologia adotada para o teste de exogeneidade fraca é baseada em Araújo e
Dias (2006). Em uma primeira etapa roda-se uma regressão, chamada de equação
condicional, com a variável dependente em função de todas as variáveis supostamente
exógenas, como na Equação abaixo:

(1)

Numa segunda etapa roda-se outra regressão, chamada de equação marginal, esta
contendo a variável que acreditamos ser exógena contra as suas defasagens, como na
Equação abaixo:

(2)

A terceira etapa do teste consiste em examinar a correlação entre os resíduos da


equação condicional contra os resíduos da equação marginal, como expresso na Equação
abaixo:

𝑐 (3)
12

Se δ for estatisticamente diferente de zero significa que a variável em questão é


endógena. Caso o contrário a variável é fracamente exógena.

2.5.2 Exogeneidade forte


Nas palavras de Sachsida (1999, p.23): “Lucas argumentou que sobre a hipótese de
expectativas racionais, os modelos econométricos não poderiam ser utilizados com fins de
formulação de políticas públicas econômicas, pois, uma vez mudado o parâmetro da política,
os agentes se readequariam à nova realidade, o que alteraria seu comportamento e,
consequentemente isso causaria mudanças nos parâmetros antes encontrados pelos modelos
econométricos.

Como já citado, para uma variável ser fortemente exógena é preciso atender a dois
pré-requisitos: a exogeneidade fraca e a não causalidade no sentido de Granger. O teste para o
primeiro pré-requisito já foi demonstrado na seção anterior.

Com relação ao segundo requisito, é importante ressaltar que de acordo com Araujo e
Dias (2006), o teste de não causalidade de Granger não determina se uma variável é exógena
ou não, o teste serve apenas para determinar a precedência temporal de uma variável sobre a
outra. A exemplificação do teste está presente nas Equações 4 e 5, onde os resíduos ε1 e ε2
são não-correlacionados.

ε (4)

ε (5)

Após a estimação, pode-se encontrar um dos quatro tipos de situações. No primeiro


caso existe causalidade unilateral de y para x. Neste primeiro caso tem que ser
estatisticamente diferente de zero e não pode ser estatisticamente diferente de zero.

No segundo caso existe causalidade unilateral de x para y. Isto ocorre quando ) não
for estatisticamente diferente de zero e for estatisticamente diferente de zero. O terceiro
caso é o da bicausalidade ou simultaneidade, quando e forem estatisticamente diferentes
de zero. O quarto e último caso, o da independência, ocorre quando e não forem
estatisticamente diferentes de zero.

No teste de causalidade no sentido de Granger original se as variáveis são I(1) e os


resíduos das equações do teste não são I(0) o teste original de causalidade de Granger
apresentaria resultados espúrios. Logo existe a alternativa de teste do Toda-Yamamoto.
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De acordo com Toda e Yamoto (1995) a teoria assintótica convencional não é válida
quando se usa um VAR em nível e as variáveis são integradas ou cointegradas. Tentando
corrigir este problema, Toda e Yamamoto (1995) desenvolveram um novo método, que de
acordo com Tomazzia e Meurer (2009), evidencia que as propriedades estatísticas
permanecem robustas para um VAR em nível com variáveis com ordem de integração e
cointegração desconhecidas se defasagens adicionais, iguais ao número de integração
máxima das variáveis, forem acrescentadas ao número ótimo de defasagens do modelo.

Além disso, de acordo com Zapata e Rambaldi (1997), esse procedimento é simples
de ser executado e além do mais, experimentos de Monte Carlo mostraram que esse
procedimento apresenta um desempenho similar a procedimentos alternativos quando se têm
pelo menos 50 observações.

O procedimento de Toda e Yamamoto (1995) para a não causalidade de Granger


consiste em um teste de Wald do qual são examinadas as restrições do modelo. Numa
primeira fase define-se o número ótimo de defasagens d do VAR e a ordem máxima de
integração do sistema 𝑡. Posteriormente, estimam-se um VAR em nível com um total de
𝑑 𝑡 defasagens e a aplicação do teste de restrições de Wald nos d primeiros coeficientes.
O teste de parâmetros de um VAR 𝑑 segue a distribuição Chi-quadrado.

2.5.3 Suprexogeneidade
Com relação à superexogeneidade existem dois pré-requisitos que uma variável deve
atender para ser considerada superexogena: exogeneidade fraca e invariância estrutural.
Sachsida (1999) sugere três testes para se examinar a superexogeneidade. O primeiro teste
indicado pelo autor consiste de uma comparação gráfica entre os resíduos do modelo
marginal (Equação 2) e do modelo condicional (Equação 1), se não houver coincidência das
quebras da série de resíduos, se aceita a ocorrência de superexogeneidade.

O primeiro passo do segundo teste sugerido pelo autor consiste em estimar o modelo
marginal (Equação 2) e salvar os resíduos. O segundo passo seria elevar os resíduos ao
quadrado e incluí-los, junto com as suas defasagens como variável independente no modelo
condicional (Equação 1). Ainda de acordo com o autor a parte importante do teste está no
teste de Wald, que verifica a significância do erro ao quadrado em conjunto.
14

2.6 Teste de exogeneidade


Partindo da seguinte equação:

̂ ̂ ̂ ̂

Uma variável instrumental e

Para realizarmos o teste: 𝑢 𝑒𝑟𝑟𝑜 e vamos substituir na primeira equação.

𝑒𝑟𝑟𝑜

Logo: {

Assim, buscamos saber se é supostamente endógeno.

2.7 Causalidade de Granger-Conceito


Em séries temporais, eventos passados podem causar eventos presentes.
Mas eventos presentes não podem causar eventos passados

Se X causa Y, então os valores passados de contribuem para


determinar Yt, independente da contribuição dos valores passadosde :

𝑒
15

Y X

O teste de causalidade de Granger é uma maneira de


verificarmos se uma série temporal (X) ajuda a prever a outra série
(Y), ou vice-versa. Primeiro, seja a regressão autorregressiva
para Y de ordem p(regressão restrita):

∑ 𝑒 𝑒𝑔 𝑒 𝑒𝑠

Se X contribuir para prever Y, então o modelo irrestrito com os valores


passados de X acrescentará informações relevantes (significativas) na previsão
de Y:

∑ ∑ 𝑒 𝑒𝑔 𝑒 𝑒𝑠

Em outras palavras, devemos testar as hipóteses:

{
16

A A estatística de teste será:

𝑒𝑔 𝑒𝑔
𝑝
𝑒𝑠

Teste de Granger-Considerações:

 As séries precisam ser estacionárias. Muitas vezes a primeira


diferença é suficiente para tornar as séries estacionárias;
 O teste de Granger é sensível à escolhado número
de defasagens. A escolhado número de defasagens pode ser
feita a partir de critérios de informação de Akaike ou de
Schwarz;
 O conceito de causalidade de Granger é distinto
daquele de causalidade contemporânea, para dados de corte
transversal;
 Podemos definir defasagens distintas para Xe Y;
 Se X contribui para prever Y, dizemos que X Granger
causa Y;
 Como não há, a priori, definição de quais variáveis são
endógenas ou exógenas, na prática, realizamos os teste de
causalidade nas duas direções, ou seja, se Xcausa Ye se
Y causa X;

2.8 Aplicações de exogeneidade

A exogeneidade é um conceito utilizado em econometria e em analises de causalidade para


descrever a relação entre variáveis em um modelo. Em termos gerais, uma variável é
considerada exógena quando uma variável endógena é afectada por outras variáveis .

A aplicação da exogeneidade é fundamental para estabelecer relações de causalidade


em analises econométricas. Quando uma variável é tratada como exógena, isso significa que
ela não é afectada por outros factores do modelo, tornando-a adequada para ser usada como
uma variável independente na analise de regressão, por exemplo. Isso ajuda a isolar os efeitos
de outras variáveis independentes sobre a variável dependente.
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Portanto, a aplicação da exogeneidade envolve identificar quais variáveis são


exógenas em um determinado contexto de analise e garantir que essas variáveis sejam
tratadas como tal ao construir modelos económicos ou estatísticos, a fim de vieses e
inferências erróneas. A analise cuidadosa da exogeneidade ee fundamental para estabelecer
relações de causalidade sólidas em estudos económicos e sociais.

A aplicação da exogeneidade na econometria envolve:

1. Identificação de variáveis exógenas:


É crucial determinar quais variáveis no modelo são exógenas e quais são endógenas.
Variáveis exógenas são frequentemente usadas como instrumentos em modelos de regressão
para lidar com problemas de endogeneidade.
2. Uso de variáveis instrumentais:
Quando há endogeneidade, pode ser necessário encontrar variáveis instrumentais exógenas
que possam ser usadas para estimar as relações de causalidade entre variáveis. Os
instrumentos ajudam a superar viesses de endogeneidade.
3. Teste de exogeneidade:
É comum realizar testes estatísticos para verificar a exogeneidade das variáveis
independentes. Os testes de Hausman, Durbin-wu-hausman e outros podem ser usadas para
avaliar se uma variável é realmente exógena.
4. Modelagem e interpretação:
Ao garantir a exogeneidade das variáveis relevantes, você pode construir modelos
econométricos mais confiáveis e interpretar as relações entre as variáveis de forma mais
precisa.

A exogeneidade desempenha um papel importante na construção de modelos


económicos sólidos e na analise de políticas económicas, garantindo que as
conclusões derivadas dos modelos sejam validas e confiáveis.
18

3 Considerações finais
Em virtude dos factos, conceitos abordados anteriormente podemos concluir que: Em
estatística e econometria , é importante diferenciar exogeneidade da endogeneidade, uma vez
que desconsidera-la pode levar a resultados distorcidos. Na presença de uma variável
explicativa exógena, fala-se de exogeneidade e na presença de uma variável explicativa
endógena de endogeneidade.

De salientar que o teste de causalidade de Granger é uma maneira de verificarmos se


uma serie temporal (X) ajuda a prever a outra serie (Y), ou vice-versa. O teste de causalidade
de Granger serve para verificar se uma serie temporal é útil em termos de previsão de outra
serie temporal, ou seja, o termo "causalidade" deve ser pensado como precedência
"temporal".

Por fim, quanto a causalidade de Granger como regra geral, fica a observação de que
o número de defasagens a ser utilizado nas regressões pode representar uma importante
questão prática, uma vez que os resultados podem se apresentar bastante sensíveis à escolha
do número ótimo de defasagens. Da mesma forma, o econometrista deve ter em mente a idéia
de que os testes de causalidade aqui discutidos são suficientes para estabelecer uma relação
de precedência temporal entre as variáveis, mas não necessariamente o status de
exogeneidade de uma variável com relação a outra. Como afirmamos no início, a relação de
dependência entre duas ou mais variáveis deve se originar em modelos teóricos bem
fundamentados.
19

4 Referências Bibliográficas
Andrade, J. S. Apontamentos de Econometria Aplicada. São Paulo. Dezembro de 2001 -
(Maio 2004)
Davila, V. Introdução às Séries Temporais. UniCamp, Brasil

Fava, V.L. Análise de Séries de Tempo. São Paulo: Atlas, 2000.


Gujarati, D. N. (2000) Econometria Basica , Markon Books ( ou edições posteriores);

Gujarati, D. Econometria Básica. 5 ed. AMGH Editora, 2011.

Lopes, A. S. (2021). introductory econometrics.

Maia, A.G (2017). Econometria: Coneitos e aplicações.

Wooldridge, J.( 2006) Introdução á Econometria – Uma abordagem moderna. 4 ed. Michigan
State University.

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