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Momade Abudo
Logica do conceito
Universidade Rovuma
Nampula
2024
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Momade Abudo
Logica do conceito
Universidade Rovuma
Nampula
2024
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 4
7. Conclusão ............................................................................................................................. 11
1. Introdução
A lógica do conceito permeia as diferentes esferas do conhecimento humano, fornecendo uma
estrutura essencial para a compreensão e analises de ideias em uma variedade de contextos
acadêmicos. Nesta analises interdisciplinar, exploraremos a natureza da lógica do conceito e
sua aplicação em diversas áreas, desde a filosofia até as ciências naturais.
Através de uma análise dos aspectos filosóficos da lógica do conceito, destacando contribuições
de pensadores como Kant e Hegel, que nos oferecem insights valiosos sobre a interdependência
entre conceitos e instituições, bem como sobre a importância da lógica do conceito no
desenvolvimento da consciência humana. Nas ciências sócias, observamos como teorias como
Durkheim e Boudieu aplicsm a lógica do conceito na construção de teorias sócias coerentes e
analises de fenômenos sócias complexos, como a solidariedade social e hábitos,
1.3 Metodologia
Este trabalho consistira em uma revisão bibliográfica sistemática, com foco na análise de
citações de pensadores proeminentes e na revisão de referências bibliográficas relevantes. E
será feito levantamento de obras que abordam a lógica do conceito de diferentes áreas de
conhecimentos, incluindo filosofia. A partir dessa análise, serão elaboradas as seções do
trabalho, incluindo a definição da lógica do conceito, os aspectos filosóficos, as aplicações nas
ciências sociais e nas ciências naturais, bem como na conclusão.
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Kant (1781) argumenta que "Os conceitos sem intuições são vazios, as intuições sem conceitos
são cegas", enfatizando a interação entre conceitos e intuições na formação do conhecimento.
Isso sugere que a lógica do conceito não se restringe apenas à manipulação de símbolos, mas
também envolve a experiência sensorial e a compreensão intuitiva.
Para Hegel (1812), em sua obra "Ciência da Lógica", explora a lógica do conceito como parte
integrante do desenvolvimento da consciência. Ele argumenta que a lógica do conceito é
fundamental para a categorização e síntese do mundo fenomênico, indicando sua importância
na construção do conhecimento humano.
Além disso, Peirce (1931) contribui para a compreensão da lógica do conceito ao introduzir o
conceito de "signo". Para Peirce, um conceito é um tipo de signo que representa algo para
alguém em algum aspecto ou capacidade. Essa perspectiva amplia nossa compreensão da lógica
do conceito, destacando sua relação com a comunicação e a interpretação.
Portanto, a lógica do conceito não se limita apenas à análise formal, mas também envolve
aspectos epistemológicos, ontológicos e semióticos. É um campo multidisciplinar que permeia
diversas áreas do conhecimento, desde a filosofia até as ciências aplicadas, moldando nossa
compreensão do mundo ao nosso redor.
Por outro lado, a lógica informal lida com argumentos em linguagem natural e considera
aspectos como a coerência, a relevância e a consistência para avaliar sua qualidade
argumentativa (Walton, Reed & Macagno, 2008, p. 15).
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Segundo Jackendoff (1983), "A semântica é responsável pela atribuição de significados aos
conceitos, enquanto a pragmática considera o uso contextual desses conceitos na comunicação".
A compreensão adequada dos conceitos requer não apenas a análise de seus significados
individuais, mas também a consideração de como eles são empregados em situações específicas
de comunicação (p.45).
Segundo Rosch (1975), a categorização lexical é afetada pela lógica subjacente à estruturação
dos conceitos. A aplicação desses princípios lógicos na categorização lexical contribui para
uma compreensão mais clara e organizada das palavras em um determinado idioma. Além
disso, a lógica também influencia a categorização semântica, ajudando na atribuição de
significados aos conceitos e na compreensão das relações entre eles (p.532).
O conceito como ato mental que qualifica uma classe de objetos ganha a sua forma na e pela
linguagem que permite fixa-los e evocá-los. E essa evocação ou fixação desse o nome de termo,
que podemos definir como expressão verbal de um conceito ou, ainda roupagem convencional
e simbólica do conceito.
Exemplo: denomino o homem a João, Pedro etc. e seus avos tinham aquela mesma
denominação; chamar-se assim também aos seus descendentes; dou nome de metal ao fero, a
cobre, a platina, a ouro, a platina de alumínio. O conjunto dos objetos dos que se podem dizer
que são homens eis a extensão do termo; o conjunto dos objetos que podem se considerar
metais, eis a extensão do termo metal.
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Se pensarmos nos objetos abrangidos pelo conceito " ser vivo", podem, os estabelecer melhor
esta relação, dado que sua extensão é, de facto, enorme, pois abrange todas as plantas e animais.
Sendo assim, a sua compreensão é menor, constatando apenas o facto de serem todos eles seres
que assimilam e reproduzem.
Pelo contrário, a extensão do conceito "homem " é muito menor do que a do "ser vivo", por isso
a compreensão é menor do que aquela.
Concretos são aplicáveis a realidades tangíveis, sujeitos ou objetos. Ex.: gato, cadeira
e livro.
Particulares- aplicam-se apenas a parte de um todo, ou classe. Ex.: certos alunos, aluns
pais, estes cadernos.
4. Aspectos Filosóficos
A lógica do conceito, do ponto de vista filosófico, tem sido objeto de reflexão e debate ao longo
da história da filosofia. Kant (1781), em sua "Crítica da Razão Pura", oferece uma perspectiva
profunda sobre a relação entre conceitos e intuições. Ele argumenta que os conceitos, por si só,
são vazios, e as intuições, sem a estruturação proporcionada pelos conceitos, são cegas. Essa
afirmação destaca a importância da interação entre a mente e a experiência sensorial na
formação do conhecimento.
Para Hegel (1812), em sua monumental obra "Ciência da Lógica", aprofunda essa discussão ao
abordar a lógica do conceito como parte essencial do desenvolvimento da consciência. Ele
propõe que a lógica do conceito é fundamental para a categorização e síntese do mundo
fenomênico, destacando a natureza dialética do processo de compreensão conceitual.
Para compreendermos melhor essa dialética, podemos recorrer à célebre afirmação de Hegel:
"O conceito é o ser que é refletido sobre si mesmo". Essa ideia sugere que a lógica do conceito
não é apenas uma questão de manipulação formal de ideias, mas também envolve um
movimento reflexivo em direção ao autoconhecimento e à compreensão do mundo.
Assim, ao analisarmos os aspectos filosóficos da lógica do conceito, podemos perceber que ela
não se limita apenas à análise formal, mas também envolve questões ontológicas e
epistemológicas fundamentais sobre a natureza da realidade e do conhecimento humano. Essas
reflexões filosóficas continuam a inspirar e influenciar o estudo da lógica do conceito em
diversas áreas do conhecimento
Durkheim (1895), em sua obra "As Regras do Método Sociológico", destaca a importância da
lógica do conceito na construção de teorias sociais coerentes. Ele argumenta que os conceitos
sociológicos devem ser claramente definidos e logicamente consistentes para que possam ser
aplicados de maneira eficaz na análise dos fenômenos sociais.
Por exemplo, Durkheim utiliza o conceito de "solidariedade social" em suas análises sobre a
coesão social e a integração dos indivíduos na sociedade. Ao aplicar a lógica do conceito,
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Da mesma forma, Bourdieu (1977) explora a lógica do conceito em sua teoria dos habitus. Os
habitus, segundo Bourdieu, são estruturas mentais internalizadas que orientam o
comportamento
Popper (1959), em sua obra "A Lógica da Descoberta Científica", destaca a importância da
lógica do conceito na formulação de hipóteses científicas testáveis. Ele argumenta que as
hipóteses devem ser formuladas de maneira clara e precisa, de modo que possam ser
empiricamente testadas e, eventualmente, refutadas. Portanto, a lógica do conceito desempenha
um papel crucial na construção de teorias científicas robustas e na validação de suas previsões.
7. Conclusão
Durante a pesquisa do trabalho concluímos que A lógica do conceito emerge como um
elemento unificador em diversas disciplinas acadêmicas, fornecendo uma estrutura
fundamental para a compreensão e análise de ideias em diferentes contextos. Ao longo deste
trabalho, exploramos a lógica do conceito sob diferentes perspectivas, desde seus aspectos
filosóficos até suas aplicações nas ciências sociais e naturais.
8. Referências bibliográficas
Bourdieu, P. (1977). A Distinção: Crítica Social do Julgamento. Edusp.
Smith, B. (2002). Concepts: Fundamental to Thought and Language (2ª ed., p. 87). University
of Chicago Press.