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Cap 2 - Fundamentos Da Ciência Da Carne
Cap 2 - Fundamentos Da Ciência Da Carne
• Cap.
2
-‐
Fundamentos
da
ciência
da
carne
– Estrutura
da
carne
Cap.
2
–
Fundamentos
da
Ciência
– Conversão
do
músculo
em
carne
da
Carne
– ConsAtuintes
básicos
da
carne
– CaracterísAcas
sensoriais
da
carne
Profa.
Cecília
Dantas
Vicente
– Valor
nutriAvo
da
carne
– Efeitos
de
diversos
tratamentos
na
composição
e
caracterísAca
da
carne
1 2
Introdução
• O
conhecimento
da
estrutura
da
carne
e
seus
consAtuintes
básicos,
bem
como
da
bioquímica
do
músculo,
é
fundamental
para
uma
boa
compreensão
das
propriedades
funcionais
da
carne
como
Estrutura
da
Carne
alimento.
• A
carne
é
composta
basicamente
de
tecidos:
Introdução
– Epitelial,
Tecido
Epitelial,
– Nervoso,
– ConecAvo
(ConjunAvo),
Tecido
Nervoso,
– Muscular.
1
Introdução
Introdução
• O
músculo
vivo
é
um
tecido
altamente
especializado,
capaz
de
• Neste
capítulo,
apresentaremos
a
estrutura
e
composição
do
converter
energia
química
em
mecânica
durante
sua
músculo
e
dos
tecidos
conecAvo,
epitelial
e
nervoso.
contração.
A
habilidade
de
contrair
e
relaxar,
caracterísAca
do
DiscuAremos
também
o
mecanismo
de
contração
e
músculo
vivo,
é
perdida
quando
o
músculo
é
converAdo
em
relaxamento
muscular,
bem
como,
as
reações
químicas
e
os
carne.
processos
envolvidos
no
fornecimento
de
energia
para
o
• Entretanto,
alguns
aspectos
do
mecanismo
de
contração
e
músculo.
relaxamento
no
músculo
vivo
estão
diretamente
relacionados
ao
encurtamento
das
fibras
e
perda
da
maciez
que
ocorrem
na
carne
postmortem.
• Portanto,
um
bom
entendimento
de
como
funciona
o
músculo
vivo
facilita
a
compreensão
das
várias
propriedades
postmortem
do
músculo
como
alimento.
5 6
2
Pele
de
bovinos
Curtumes
9 10
11 12
3
Tecido
ConecAvo
(conjunAvo)
Fibras
extracelulares
(as
colágenas,
as
re4culares
e
as
elás4cas)
• Colágenas:
o
colágeno
responde
por
parte
da
dureza
de
um
corte
cárneo,
pois
tem
alta
resistência
à
tração
e
coloração
esbranquiçada.
• Quando
o
animal
é
muito
jovem,
a
proporção
de
colágeno
é
maior,
porém,
a
estrutura
desse
tecido
é
termo-‐lábil,
ou
seja,
sob
calor
verifica-‐se
sua
transformação
em
gelaAna,
de
forma
que
a
carne
torna-‐se
tenra.
• Em
animais
adultos
a
proporção
de
colágeno
é
menor,
porém,
com
a
idade
ocorre
a
formação
de
ligações
cruzadas
nas
moléculas
de
colágeno,
o
que
confere
uma
termo-‐estabilidade,
ou
seja,
não
se
observa
sua
transformação
em
gelaAna
com
o
calor,
o
que
torna
a
carne
menos
macia.
13 14
Colágeno
Colágeno
• Principal
Apo
de
fibra
extracelular
• A
hidroxiprolina
não
aparece
em
quanAdades
significaAvas
•
É
a
proteína
mais
abundante
do
organismo
animal
(entre
20
e
em
outras
proteínas
e
tem
uma
porcentagem
constante
no
25%
do
total
de
proteínas),
influindo
muito
na
maciez
da
colágeno,
sendo
portanto
uAlizada
para
determiná-‐lo
nos
carne.
tecidos.
• Presente
em
grande
quanAdade
nos
tendões
e
ligamentos
e
• As
fibras
de
colágeno
são
formadas
por
um
arranjo
regular
de
existem
fibras
de
colágeno
em
todos
os
tecidos
e
órgãos,
móleculas
de
tropocolágeno.
incluindo
os
músculos,
• Musculatura
das
extremidades
contém
mais
colágeno
que
a
do
dorso
e
consequentemente
a
primeira
é
mais
dura
que
a
úlAma.
• A
glicina
-‐
1/3
conteúdo
total
de
aminoácidos
do
colágeno
e
a
prolina
e
hidroxiprolina
outra
terça
parte
15 16
4
COLÁGENO
Tecido
ConecAvo
(conjunAvo)
Fibras
extracelulares
(as
colágenas,
as
re4culares
e
as
elás4cas)
• Re4culares:
são
muito
delicadas.
• Quimicamente,
são
formadas
do
colágeno
do
Apo
III
e
se
dispõem
em
torno
de
células
de
órgão
epiteliais
como
rim,
Xgado
e
glândulas
endócrinas.
• Elás4cas:
são
de
natureza
elásAca
e
consAtuídas
de
uma
proteína
fina
e
resistente,
a
ELASTINA.
• Possui
coloração
amarelada,
diferente
das
demais
fibras.
• Sua
contribuição
para
a
dureza
da
carne
é
significaAva,
apesar
dela
representar
apenas
05%
do
tecido
conjunAvo
do
músculo.
17 18
5
Tecido
ConecAvo
(conjunAvo)
Tecido
ConecAvo
(conjunAvo)
TECIDO
CONJUNTIVO
PROPIAMENTE
DITO
TECIDO
CONJUNTIVO
DE
PROPRIEDADES
ESPECIAIS
Tem
a
função
de
ligar
os
tecidos
que
formam
os
órgãos
e
também
de
preenchê-‐
los.
• TECIDO
ADIPOSO:
contém
células
especializadas
em
armazenar
lipídios,
conhecidas
como
adipócitos
(adipositos).
– TECIDO
CONJUNTIVO
DENSO:
as
fibras
estão
dispostas
em
estruturas
compactas;
• Sua
função
primordial
o
armazenamento
de
lipídios,
• Modelado:
as
fibras
estão
dispostas
em
feixes
paralelos
(tendões);
substâncias
de
reserva
energéAca.
• Não
Modelado:
as
fibras
apresentam-‐se
densamente
entrelaçadas
• Como
função
secundária,
pode
atuar
como
uma
proteção
mas
dispostas
ao
acaso
(derme
–
uma
das
camadas
da
pele).
contra
traumas
e
como
isolante
térmico,
posicionando-‐se
entre
a
pele
e
os
órgãos
internos.
– TECIDO
CONJUNTIVO
FROUXO:
as
fibras
formam
uma
rede
de
tecido
• O
tecido
é
consAtuído
por
células
adiposas,
de
metabolismo
solto
podendo
ser
dividido
(irregular,
quando
as
fibras
estão
distribuídas
de
forma
desorganizada,
ou
regular
quando
as
fibras
estão
dispostas
lento,
conteúdo
citoplasmáAco
reduzido,
e
grandes
vesículas
paralelamente
como
acontece
nos
tendões
e
Aponeuroses).
preenchidas
por
lipídios.
21 22
23 24
6
Tecido
ConecAvo
(conjunAvo)
Tecido
ConecAvo
(conjunAvo)
TECIDO
CONJUNTIVO
DE
PROPRIEDADES
ESPECIAIS
TECIDO
CONJUNTIVO
DE
PROPRIEDADES
ESPECIAIS
• TECIDO
RETICULAR
OU
HEMATOPOIÉTICO:
Também
chamado
• Linfóide:
Encontra-‐se
de
forma
isolada
em
estruturas
como
os
de
hematocitopoiéAco
ou
reAcular,
esse
tecido
tem
a
função
linfonodos,
o
baço,
o
Amo
e
as
amídalas
ou
em
órgãos
de
produzir
as
células
Zpicas
do
sangue
e
da
linfa.
diversos
como
os
das
vias
respiratórias
e
do
aparelho
• Existem
duas
variações:
digesAvo
(mucosa
intesAnal).
– tecido
hematopoiéAco
mielóide,
• Tem
o
papel
de
produzir
certos
Apos
de
glóbulos
brancos
– tecido
hematopoiéAco
linfóide.
(monócitos
e
linfócitos).
• Mielóide:
Encontra-‐se
na
medula
óssea
vermelha,
presente
no
interior
do
canal
medular
dos
ossos
esponjosos.
• Produz
glóbulos
vermelhos,
certos
Apos
de
glóbulos
brancos
e
plaquetas.
25 26
• As
carAlagens
e
ossos
consAtuem
os
elementos
de
suporte
e
• TECIDO
CARTILAGINOSO,
ou
simplesmente
car4lagem,
é
um
o
esqueleto
dos
animais
respecAvamente.
tecido
elásAco
e
flexível,
branco
ou
acinzentado,
aderente
às
• Durante
o
desenvolvimento
embrionário
a
maioria
do
superXcies
arAculares
dos
ossos.
esqueleto
se
origina
em
forma
de
carAlagem
e
mais
tarde
se
• Também
é
encontrado
em
outros
locais
como
na
orelha,
na
converte
em
osso.
ponta
do
nariz.
É
formado
por
condrócitos
e
condroblastos
(células)
,
revesAdo
pelo
pericôndrio
(fibrocarAlagem
nao
possui
pericondrio).
• O
tecido
serve
para
dar
forma
e
sustentação
a
algumas
partes
do
corpo,
mas
com
menor
rigidez
que
os
ossos.
No
tecido
carAlaginoso
não
existem
vasos
sanguíneos,
nervos
e
27 vasos
linfaAcos.
28
7
Tecido
ConecAvo
(conjunAvo)
Tecido
ConecAvo
(conjunAvo)
TECIDO
CONECTIVO
DE
SUSTENTAÇÃO
• Nos
osso
longos,
a
zona
central
é
chamada
diáfise
e
as
extremidades,
epífises.
• TECIDO
ÓSSEO
é
um
tecido
conjunAvo
bem
rígido,
encontrado
• Uma
carAlagem
hialina
denominada
carAlagem
arAcular
nos
ossos
do
esqueleto,
onde
ele
é
o
tecido
mais
abundante.
protege
as
superXcies
arAculares
das
epífises
a
par
do
líquido
• Suas
funções
principais
são:
sinoval,
que
é
uma
substância
especializada
do
tecido
– sustentar
o
corpo;
conjunAvo.
– permiAr
a
realização
de
movimentos;
• A
porção
interna
da
diáfase
contém
a
chamada
medula
óssea
– proteger
certos
órgãos;
que
é
vermelha
nos
animais
jovens
e,
compactando-‐se
com
a
– realizar
a
produção
de
elementos
celulares
do
sangue.
idade,
vai
tomando
uma
tonalidade
amarela,
rica
em
células
• O
osso
é
composto
basicamente
de
25%
de
água,
30%
de
adiposas.
colágeno,
30%
de
minerais
(como
cálcio
e
fósforo)
e
15%
de
• Fato
complementar
uAlizado
para
avaliar
a
idade
do
animal.
gordura.
29 30
Tecido
Muscular
• O
músculo
é
consAtuído
por
uma
unidade
estrutural,
a
FIBRA,
e
por
uma
unidade
funcional,
o
SARCÔMERO.
31 32
8
Tecido
Muscular
33 34
Tecido
Muscular
• Epimísio:
é
uma
membrana
conjunAva
que
envolve
feixes
compostos
por
fibras
musculares
esqueléAcas.
• Perimísio:
é
um
septo,
que
parte
do
epimísio,
e
envolve
pequenos
feixes
de
fibras.
• Endomísio:
é
um
septo,
que
parte
do
perimísio,
e
envolve
cada
fibra
muscular.
• As
fibras
musculares
consAtuem
75
a
92%
do
volume
muscular
total,
sendo
o
restante
preenchido
por
tecidos
conjunAvos,
soros
sanguíneos,
fibras
nervosas,
e
líquido
extracelular
(aparece
em
maior
volume).
• Os
MÚSCULOS
ESQUELÉTICOS
ESTRIADOS
se
unem-‐se
aos
ossos
através
da
confluência
do
endomísio,
perimísio
e
epimísio
nas
extremidades
musculares,
formando
os
tendões.
35 36
9
Tecido
Muscular
• O
tecido
muscular
é
tão
diferenciado
e
tem
caracterísAcas
tão
Fibra muscular peculiares,
que
os
componentes
de
suas
células
recebem
nomes
especiais:
Sarcômero
– SARCOLEMA:
A
membrana
lipoprotéica
que
recobre
cada
fibra
muscular
não
difere
essencialmente
das
membranas
plasmáAcas
de
outros
Apos
celulares,
mas
recebe
o
nome
de
Miofibrila sarcolema,
derivado
da
junção
das
palavras
gregas
sarx
ou
sarkos
que
significa
carne
e
lema
que
significa
casca.
– Ela
é
bastante
elásAca
para
suportar
as
distorções
que
ocorrem
nas
fases
de
contração,
relaxamento
e
esAramento
Retículo
sarcoplasmático
do
músculo.
– Uma
caracterísAca
exclusiva
do
sarcolema
é
a
formação
de
Túbulos
transversais
Invaginações invaginações
ao
longo
de
toda
a
superXcie
da
fibra,
do sarcolema formando
uma
rede
de
túbulos,
chamados
de
túbulos
37 transversais
ou
túbulos
T
(Figura
5).
38
Sarcolema
10
Tecido
Muscular
• As
fibras
musculares
estriadas
esqueléAcas
dos
mamíferos
e
aves,
consistem
em
células
filamentosas
compridas,
não
ramificadas,
que
diminuem
de
diâmetro
em
suas
extremidades,
tomando
a
forma
de
um
cone.
• Mesmo
alcançando
vários
cenZmetro
de
comprimento
não
são
tão
compridas
como
o
músculo.
• Sarcoplasma:
é
o
citoplasma
(com
exceção
das
miofibrilas).
Formado
pelas
substância
intracelular,
cuja
o
conteúdo
e
consAtuído
entre
75
a
85%
de
água,
goZculas
lipídicas,
glicogênio,
proteínas,
compostos
nitrogenados
não
protéicos
e
diversos
componentes
inorgânicos,
onde
estão
em
suspensão
as
organelas
e
as
miofibrilas.
41 42
11
Tecido
Muscular
Tecido
Muscular
• Os
comprimentos
do
sarcômero
e
da
banda
I
variam
de
• Lateralmente
a
banda
A,
os
filamentos
finos
e
grossos
se
acordo
com
o
estado
de
contração
do
músculo,
enquanto
que
apresentam
sobrepostos,
ficando
cada
filamento
grosso
a
banda
A
permanece
constante.
rodeado
por
6
filamento
finos,
num
arranjo
hexagonal.
• Nos
músculos
em
repouso
de
mamíferos
o
sarcômero
tem
• Os
filamentos
grossos,
com
10nm
de
diâmetro
e
1,5
µm
de
aproximadamente
2,5
µm
de
comprimento.
comprimento
são
os
principais
consAtuintes
da
banda
A
e
• No
centro
da
banda
A
existe
uma
zona
mais
pálida,
chamada
determinam
seu
comprimento.
faixa
H,
que
por
sua
vez
é
atravessada
por
uma
estreita
linha
• Tais
filamentos
se
compõem
quase
que
exclusivamente
da
escura
chamada
linha
M,
que
deste
modo
se
localiza
proteína
miosina
e
por
isso
são
também
chamados
de
precisamente
no
centro
da
banda
A.
filamentos
de
miosina,
sendo
manAdos
em
posição
por
• Além
disso,
em
cada
lado
da
linha
M,
dentro
da
zona
H,
existe
conexões
transversais
delgadas
que
se
localizam
no
centro
da
uma
região
um
pouco
mais
clara
que
é
denominada
de
banda
A,
formando
a
linha
linha
M.
pseudo
zona
H
.
45 46
Tecido
Muscular
• PROTEÍNAS
DOS
MIOFILAMENTOS:
as
proteínas
miosina
e
acAna
consAtuem
de
75
a
80%
das
proteínas
miofibrilares,
sendo
a
porção
restante
consAtuída
pelas
proteínas
reguladoras
da
função
muscular,
atuando
direta
ou
ACTINA
indiretamente
no
complexo
adenosina
trifosfatoacAna-‐
miosina.
• As
principais
proteínas
reguladoras,
em
ordem
decrescente
de
concentração
na
miofibrila,
são:
tropomiosina,
troponina,
proteínas
da
linha
M
(creaAna
quinase,
miomesina
e
proteína
M),
α-‐acAnina,
proteína
C
e
β-‐acAnina.
• A
acAna
consAtui
de
20
a
25%
das
proteínas
miofibrilares.
MIOSINA
47 48
12
Tecido
Muscular
Tecido
Muscular
• Ela
é
composta
por
subunidades
globulares
de
acAna
G,
que
• A
molécula
de
miosina
tem
a
forma
de
um
bastão
com
cerca
se
polimerizam
formando
unidades
de
uma
proteína
fibrilar
de
150nm
de
comprimento,
com
uma
projeção
globular
dupla
(acAna
F),
que
se
entrelaçam
duas
a
duas
em
hélice,
forma
(chamada
cabeça
da
miosina)
em
uma
das
extremidades.
caracterísAca
do
filamento
de
acAna.
• Os
filamentos
de
miosina
são
formados
por
um
arranjo
• A
acAna
é
rica
em
prolina
e
seu
ponto
isoelétrico
é
de
anAparalelo
de
moléculas
de
miosina,
de
tal
modo
que
a
aproximadamente
4,7.
porção
central
é
lisa
e
formada
apenas
pela
região
em
bastão
• A
miosina
consAtui
de
50
a
55%
da
proteína
miofibrilar
e
se
das
moléculas
(esta
porção
central
corresponde
à
pseudo-‐
caracteriza
por
sua
grande
proporção
de
aminoácidos
zona
H,
localizada
no
centro
da
banda
A
e
mencionada
carregados
posiAva
ou
negaAvamente.
anteriormente),
com
as
cabeças
globulares
se
projetando
para
• Seu
pH
isoelétrico
é
de
5,4.
fora,
próximas
às
extremidades
das
fibrilas.
49 50
RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO
Tecido
Muscular
• Durante
a
contração
muscular
as
cabeças
de
miosina
formam
pontes
com
os
filamentos
de
acAna,
originando
um
complexo
químico
conhecido
como
actomiosina.
• A
formação
de
actomiosina
proporciona
um
estado
de
rigidez
e
de
relaAva
inextensibilidade
muscular.
• A
actomiosina
consAtui
a
maior
parte
das
proteínas
miofibrilares
presentes
no
músculo
em
rigor
morAs.
• Nos
animais
vivos
ela
é
um
composto
transitório
uma
vez
que
as
pontes
formadas
se
rompem
durante
a
fase
de
relaxamento
muscular.
• Quando
o
músculo
está
em
repouso
praAcamente
não
existem
pontes.
51 52
13
Tecido
Muscular
Tecido
Muscular
• O
conjunto
de
RETÍCULO
SARCOPLASMÁTICO
(RS)
e
túbulos
T
• Os
túbulos
do
reZculo
que
se
sobrepõem
às
bandas
A
formam
um
sistema
de
canais
e
cisternas,
delimitado
por
possuem
uma
orientação
longitudinal
preponderante,
mas
membranas,
que
se
estende
por
todo
o
sarcoplasma
e
forma
ramificam-‐se
livremente
na
região
da
faixa
H.
uma
rede
ao
redor
de
cada
miofibrila,
exibindo
um
padrão
• Na
região
entre
as
bandas
A
e
I
os
túbulos
longitudinais
repeAAvo
e
altamente
especializado
que
apresenta
uma
convergem
para
canais
transversais
de
maior
calibre
relação
constante
com
determinadas
faixas
da
mesma.
chamados
cisternas
terminais.
• As
membranas
reAculares
do
(RS)
são
os
locais
de
• Os
túbulos
T
também
são
estruturas
transversais
em
relação
à
armazenamento
do
cálcio
das
fibras
em
repouso.
miofibrila,
e
cada
um
se
localiza
entre
duas
cisternas
• Embora
desempenhem
funções
em
conjunto
estas
duas
terminais,
formando
uma
estrutura
chamada
tríade.
estruturas
se
originam
de
sistemas
de
membranas
disAntos,
• A
figura
mostra
o
diagrama
da
estrutura
e
orientação
do
RS,
uma
vez
que
o
(RS)
corresponde
ao
reZculo
endoplasmáAco
túbulos
T
e
tríades
em
relação
ao
sarcômero.
de
outros
Apos
celulares,
enquanto
que
os
túbulos
T
se
originam
do
sarcolema
e
se
comunicam
com
o
espaço
53 54
extracelular.
55 56
14
Tecido
Muscular
Tecido
Muscular
• LISOSSOMOS:
são
vesículas
pequenas
que
servem
como
• Para
a
manutenção
das
altas
exigências
energéAcas
reservatório
de
diversas
enzimas
digesAvas.
necessárias
à
contração
muscular,
as
mitocôndrias
possuem
• Entre
as
enzimas
proteolíAcas,
as
catepsinas
são
um
grupo
numerosas
cristas
estreitamente
espaçadas.
muito
importante
pois
agem
sobre
algumas
proteínas
• Sua
associação
ínAma
com
os
elementos
contráteis
situa
a
musculares,
contribuindo
para
o
amaciamento
da
carne
fonte
de
energia
química
(ATP)
próxima
aos
locais
de
sua
durante
a
maturação.
uAlização
nas
miofibrilas.
• MITOCÔNDRIAS:
nas
fibras
musculares
esqueléAcas
as
• COMPLEXO
DE
GOLGI:
é
formado
por
um
conjunto
de
mitocôndrias
são
mais
abundantes
perto
dos
pólos
dos
vesículas
planas,
de
consAtuição
semelhante
a
da
membrana
núcleos
e
imediatamente
abaixo
do
sarcolema,
mas
também
do
reZculo
sarcoplasmáAco,
que
se
localiza
próximo
a
um
ocorrem
no
interior
da
fibra,
onde
estão
distribuídas
em
polo
de
cada
núcleo
por
toda
a
fibra
muscular.
fileiras
longitudinais
entre
as
miofibrilas,
preferivelmente
ao
• Sua
principal
função
é
concentrar
e
armazenar
os
produtos
do
lado
das
linhas
Z
e
na
união
das
bandas
A
e
I.
metabolismo
celular.
57 58
Tecido
Muscular
• MÚSCULO
LISO:
o
músculo
liso
está
presente
nas
paredes
do
trato
digesAvo
e
das
vias
respiratórias,
nos
ductos
urinários
e
genitais,
nas
paredes
das
artérias,
veias
e
grandes
vasos
linfáAcos
e
na
pele.
• Suas
fibras
são
normalmente
fusiformes
mas
podem
variar
muito
em
tamanho
e
forma,
dependendo
de
sua
localização.
• As
fibras
do
músculo
liso
dispõem-‐se
de
modo
que
a
parte
mais
espessa
de
uma
está
justaposta
às
extremidades
delgadas
de
fibras
adjacentes,
assim,
em
cortes
transversais
o
músculo
liso
apresenta
contornos
que
variam
de
arredondados
até
triangulares
ou
poligonais,
com
grande
diferença
de
diâmetro
entre
as
células.
59 60
15
Tecido
Muscular
Tecido
Muscular
• O
sarcolema
forma
pontes
de
contato
entre
as
células
• As
células
musculares
lisas
podem
apresentar-‐se
isoladas
ou
vizinhas,
e
no
sarcoplasma
o
reZculo
sarcoplasmáAco
é
em
pequenos
grupos
formando
feixes,
em
qualquer
um
dos
menos
desenvolvido
que
no
músculo
esqueléAco.
casos
são
envolvidas
por
tecido
conjunAvo
que
as
mantém
• As
fibras
possuem
um
único
núcleo
que
normalmente
se
unidas
e
que
transmite
a
força
de
contração
uniformemente.
localiza
no
centro
da
célula.
• Os
espaços
entre
as
fibras
do
músculo
liso
são
preenchidos
• Os
miofilamentos
são
menos
ordenados
em
comparação
ao
por
tecido
conjunAvo,
fibras
nervosas
e
vasos
sanguíneos,
no
• músculo
esqueléAco,
e
se
ordenam
aos
pares
e
paralelamente
entanto,
as
fibras
do
músculo
liso
são
menos
irrigadas
que
as
do
músculo
esqueléAco.
ao
eixo
longitudinal
da
fibra.
• AcAna
e
miosina
estão
presentes
nas
mesmas
proporções
que
no
músculo
esqueléAco,
mas
não
há
formação
de
estrias.
61 62
16
Tecido
Muscular
• TIPOS
DE
FIBRAS
MUSCULARES:
os
músculos
podem
ser
classificados
em
brancos
ou
vermelhos
de
acordo
com
a
intensidade
de
sua
coloração,
que
por
sua
vez
depende
da
proporção
de
fibras
vermelhas
e
brancas
existentes.
• Normalmente
os
músculos
são
formados
por
uma
mistura
de
fibras
vermelhas
e
brancas,
sendo
que
as
úlAmas
estão
sempre
em
maior
proporção,
mesmo
nos
músculos
que
são
visivelmente
vermelhos.
• Os
músculos
também
exibem
fibras
com
caracterísAcas
intermediárias
entre
os
Apos
vermelho
e
branco.
• O
conteúdo
maior
de
mioglobina
das
fibras
vermelhas
em
relação
às
brancas
é
o
responsável
pela
sua
coloração.
• As
caracterísAcas
estruturais,
funcionais
e
metabólicas
das
fibras
65 musculares
vermelhas,
intermediárias
e
brancas
são
disAntas
e66
estão
demonstradas
na
Tabela.
17
Tecido
Muscular
69 70
18
Corpo
celular
Dendritos Núcleos
Fibra muscular
Axônio Sarcômero
Bainha de
mielina
Fibra Nódulo de
Miofibrila
nervosa Ranvier
Neurofibrilas Núcleos da
Célula de
Schwann
Retículo
Placa motora sarcoplasmático
Fibras
terminal
musculares Túbulos
Invaginações
transversais
do sarcolema
73 74
Sarcolema
19
Química da contração muscular
Mecanismos
de
contração
muscular
• Nesta
fase,
há
aAvação
do
complexo
miosina-‐ATPase
e
o
ATP
é
converAdo
em
ADP,
Pi
e
energia.
• Ocorre
uma
deformação
da
cabeça
da
miosina
que
promove
o
deslizamento
do
filamento
de
acAna
sobre
o
filamento
de
miosina.
• À
medida
que
as
cabeças
de
miosina
movimentam
a
acAna,novos
locais
para
formação
das
pontes
de
acAna-‐
miosina
aparecem.
• As
pontes
anAgas
de
acAna-‐miosina
são
desfeitas
depois
que
a
miosina
se
une
à
nova
molécula
de
ATP.
Esta
ação
determina
a
voltada
posição
primiAva
da
cabeça
da
miosina
preparando-‐
se
para
um
novo
ciclo.
77 78
20
Mecanismos
de
contração
muscular
• Durante
a
contração,
o
filamento
deslizante
requer
uma
ligação
cíclica
(ligando
e
desligando
alternadamente),
sendo
que
cada
ciclo
contribui
com
uma
pequena
parte
da
contração
total.
• A
força
de
contração
é
gerada
pela
mudança
no
ângulo
de
ligação
da
cabeça
da
miosina
ao
filamento
de
acAna.
• A
próxima
Figura
mostra
as
várias
posições
assumidas
pelas
cabeças
de
miosina
durante
um
ciclo.
• A
largura
da
banda
A
é
constante
durante
todas
as
fases
da
contração
muscular,
mas
as
larguras
da
banda
I
e
da
zona
H
mudam.
• Estas
larguras
são
maiores
quando
o
músculo
está
estendido
81
(Figura
14a),
e
diminuem
quando
o
músculo
está
contraído
82
(Figura
14b).
21
Mecanismos
de
contração
muscular
Mecanismos
de
contração
muscular
• A
ligação
entre
a
acAna
e
a
miosina
converte
a
energia
• Com
a
diminuição
da
concentração
de
cálcio
livre
no
química
em
energia
mecânica
e
inicia
o
deslizamento
dos
sarcoplasma,
as
moléculas
de
troponina
liberam
o
cálcio
filamentos,
gerando
uma
força
contráAl.
ligado.
• À
medida
que
o
cálcio
ligado
é
liberado
pela
troponina,
ela
é
RELAXAMENTO
DO
MÚSCULO
ESQUELÉTICO
novamente
capaz
de
inibir
a
formação
de
pontes
entre
os
• O
relaxamento
muscular
é
definido
como
sendo
o
filamentos
de
acAna
e
miosina,
impedindo
a
contração.
restabelecimento
do
estado
de
repouso.
• A
primeira
etapa
é
a
repolarização
da
membrana
para
que
as
FONTES
DE
ENERGIA
PARA
A
CONTRAÇÃO
MUSCULAR
etapas
subseqüentes
possam
ocorrer.
• O
ATP
é
a
fonte
de
energia
no
processo
de
contração,
no
bombeamento
de
cálcio
durante
o
relaxamento
e
na
• A
concentração
de
íons
cálcio
intracelular
diminui
pela
ação
manutenção
do
gradiente
de
sódio
e
potássio
no
sarcolema.
do
reZculo
sarcoplásmaAco.
• O
processo
de
contração
é
o
que
necessita
de
maior
85
quanAdade
de
energia.
86
22
Mecanismos
de
contração
muscular
Mecanismos
de
contração
muscular
• Quando
o
músculo
contrai
rapidamente,
como
durante
um
• A
glicólise
é
a
seqüência
das
reações
que
convertem
a
glicose
esforço
Xsico
excessivo,
o
suprimento
de
oxigênio
torna-‐se
em
ácido
pirúvico,
com
produção
concomitante
de
ATP.
insuficiente
para
a
ressíntese
de
ATP
via
metabolismo
aeróbio.
• Em
condições
aeróbicas,
o
ácido
pirúvico
é
completamente
• Não
havendo
oxigênio
suficiente,
haverá
um
acúmulo
de
íons
oxidado
a
CO2
e
H2O
pelo
ciclo
do
ácido
tricarboxílico,
hidrogênio
no
músculo.
também
conhecido
por
ciclo
do
ácido
cítrico
ou,
simplesmente,
ciclo
de
Krebs.
• Este
hidrogênio
será
então
uAlizado
na
conversão
de
ácido
pirúvico
em
ácido
láAco,
o
que
permite
que
a
glicólise
se
• No
caso
do
suprimento
de
oxigênio
ser
insuficiente,
o
ácido
processe
rapidamente.
pirúvico
é
converAdo
em
ácido
láAco.
• As
conseqüências
são:
menor
produção
de
energia
e
• A
glicólise
é
um
meio
de
obtenção
rápida
de
ATP,
sob
abaixamento
de
pH
devido
ao
acúmulo
de
ácido.
Este
condições
anaeróbicas,
tais
como
as
que
ocorrem
em
caso
de
abaixamento
de
pH
irá
diminuir
a
velocidade
da
glicólise.
"stress"
ou
após
a
morte
do
animal.
• Sob
estas
condições
ocorre
a
fadiga.
89
•
Devido
a
falta
de
energia
e
o
acúmulo
de
acidez
o
músculo
não
90
consegue
mais
contrair.
23
Mecanismos
de
contração
muscular
Conversão
do
músculo
em
carne
• Quando
o
animal
é
abaAdo,
o
músculo
não
cessa
• Parte
da
energia
deste
metabolismo
não
é
uAlizada
para
a
instantaneamente
suas
aAvidades
vitais.
contração
muscular
e
é
liberada
no
músculo
na
forma
de
calor
• O
ATP
conAnua
fornecendo
energia
para
as
funções
para
a
manutenção
da
temperatura
do
corpo.
musculares
durante
um
período
do
tempo.
• Na
tentaAva
de
manter
os
níveis
de
ATP
3
vias
do
• O
excesso
de
calor
é
removido
pela
corrente
sanguínea
e
é
metabolismo
podem
ser
usadas:
dissipado
pela
pele
e
pelos
pulmões.
• Portanto,
pode-‐se
perceber
que
este
sistema
dinâmico
é
eficaz
no
fornecimento
de
energia
para
o
músculo.
• Apenas
em
períodos
muito
rápidos
de
contração
muscular
é
que
este
sistema
torna-‐se
incapaz
de
acompanhar
a
demanda
de
energia.
• Mas
quando
isto
ocorre,
a
fadiga
desenvolve-‐se
rapidamente
e
o
músculo
deve
cessar
a
contração
para
permiAr
a
Glicogênio
recuperação
do
organismo.
93 94
Conversão
do
músculo
em
carne
Conversão
do
músculo
em
carne
• Com
a
morte
e,
por
conseqüência,
com
a
falência
sangüínea,
• As
duas
primeiras
reações
se
realizam
imediatamente.
o
aporte
de
oxigênio
e
o
controle
nervoso
deixam
de
chegar
à
• A
terceira
só
ocorre
quando
o
aporte
de
oxigênio
do
sangue
musculatura.
não
é
suficiente
para
que
conAnue
o
metabolismo
aeróbio.
• O
músculo
passa
a
uAlizar
a
via
anaeróbica,
para
obter
energia
para
um
processo
contráAl
desorganizado;
nesse
processo
há
transformação
de
glicogênio
em
glicose,
e
como
a
glicólise
é
anaeróbica,
gera
lactato
e
verifica-‐se
a
queda
do
pH.
• Com
o
gasto
dos
depósitos
energéAcos
e
diminuição
da
quanAdade
de
ATP,
o
processo
contráAl
tende
a
cessar
formando
um
complexo
irreversível
denominado
de
acto-‐
miosina.
• Nesse
estado,
a
musculatura
aAnge
o
rigor
mor's,
ou
seja,
os
músculos
transformam-‐se
em
carne.
95 96
24
Conversão
do
músculo
em
carne
Conversão
do
músculo
em
carne
• Um
dos
aspectos
mais
marcantes
da
transformação
do
• A
quebra
do
glicogênio
não
ocorre
de
maneira
uniforme
em
músculo
em
carne
é
a
queda
do
pH,
inclusive,
a
ponto
de
todos
os
estágios
após
o
abate.
determinar
a
futura
qualidade
da
carne.
• Há
um
progressivo
aumento
na
velocidade
da
glicólise
até
• O
declínio
do
pH
no
músculo
post
mortem
está
aAngir
o
pH
que
corresponde
ao
momento
em
que
as
essencialmente
ligado
à
quanAdade
de
glicogênio
presente
no
membranas
perdem
a
resistência.
músculo
no
momento
do
abate.
• Neste
momento,
o
músculo
perde
usa
capacidade
de
• O
encurtamento
provocado
pelo
rigor
mor's
difere
da
contração
e
há
livre
passagem
de
íons
pela
membrana.
contração
normal
porque
se
formam
mais
pontes
cruzadas
de
actomiosina.
• Deste
ponto
em
diante,
a
glicólise
vai
diminuindo
até
que
as
reservas
de
glicogênio
estejam
esgotadas
ou
até
que
o
pH
seja
• Durante
a
contração
normal
ligam-‐se
somente
20%
dos
síAos
tão
baixo
ao
ponto
de
inibir
as
enzimas
glicolíAcas
(pH<
5,4).
de
ligação
possíveis,
e
durante
o
rigor
mor's,
praAcamente
todos
os
síAos
de
ligação
entre
acAna
e
miosina
são
uAlizados,
fazendo
com
que
ocorra
um
significaAvo
encurtamento
do
sarcômero.
97 98
Conversão
do
músculo
em
carne
Conversão
do
músculo
em
carne
• As
parAcularidades
da
rigidez
cadavérica
ainda
não
são
– A
capacidade
de
extensão
e
a
elasAcidade
diminuem
totalmente
conhecidas.
rapidamente,
2
a
3
horas,
e
como
conseqüência
da
menor
• Os
processos
bioquímicos
que
ocorrem
até
a
instalação
do
concentração
de
ATP,
diminui
até
desaparecer
rigor
mor's
ocorrem
em
duas
fases:
completamente,
se
instalando
o
rigor
mor's.
– A
flexibilidade
e
a
elasAcidade
do
músculo
permanecem
• O
enrijecimento
muscular
ocorre
quando
a
concentração
de
inalteradas.
A
carne
é
macia
e
elásAca.
Esta
fase
tem
uma
ATP
não
é
mais
suficiente
para
manter
as
miofibrilas
em
duração
variável,
de
1
a
20
horas,
dependendo
das
estado
de
relaxamento.
reservas
de
glicogênio
e
CP,
assim
como
a
temperatura
do
músculo.
A
hidrólise
do
ATP
aumenta
como
conseqüência
da
queda
progressiva
do
pH,
porem
é
recompensada
pela
ressíntese
de
ATP.
99 100
25
Conversão
do
músculo
em
carne
Conversão
do
músculo
em
carne
• O
tempo
de
encurtamento
do
sarcômero
depende
de
fatores
internos
e
externos:
• O
rigor
mor's
começa
aparecer
em
torno
de
9
a
12
horas
após
a
morte
(sangria),
aAngindo
um
máximo
em
20
a
24
– Internos:
Reservas
de
glicogênio
e
CP
(creaAna
fosfato).
horas,
para,
então,
sofrer
um
progressivo
declínio.
Quanto
maior
é
o
conteúdo
de
glicogênio
e
CP
no
•
Em
suínos,
o
rigor
começa
a
ocorrer
em
3
a
4
horas
(
muitas
momento
do
abate,
mais
tarde
aparece
o
rigor
mor's
e
vezes
em
até
1
horas)
após
o
abate.
A
resolução
do
rigor
vice-‐versa.
mor's
pode
ocorrer
em
12
horas.
– Externos:
Temperatura.
A
glicólise
e
conseqüente
queda
• Quando
o
rigor
mor's
está
completo
(momento
que
coincide
do
pH
ocorre
mais
lentamente
quanto
menor
for
a
com
esgotamento
do
ATP),
começa
a
haver
ruptura
da
linha
Z
temperatura
da
carne.
Com
o
resfriamento
rápido
da
e
de
outras
proteínas
do
citoesqueleto.
carne,
os
processo
de
post
mortem
são
retardados
e
o
• A
estrutura
miofibrilar
começa
a
sofrer
uma
progressiva
rigor
mor's
aparece
mais
tardiamente
do
que
quando
degradação,
porém
sem
que
se
desfaçam
as
pontes
de
temperatura
da
carne
é
maior.
Os
processo
são
quase
que
actomiosina.
completamente
interrompidos
quando
a
carne
é
congelada
antes
do
aparecimento
do
rigor
mor's.
Neste
101 102
caso,
o
rigor
mor's
se
completará
somente
depois
do
Conversão
do
músculo
em
carne
Conversão
do
músculo
em
carne
• A
resolução
ou
ou
final
do
rigor
mor's
é
indicado
pelo
• Valores
finais
de
pH
superiores
podem
comprometer
a
amaciamento
das
massas
musculares
que
resulta
de
conservação
da
carne
e
diminuir
sua
capacidade
de
retenção
alterações
causadas
por
degradação
da
ultraestrutura
da
fibra
de
água.
muscular.
• Além
do
valor
final
do
pH,
também
é
muito
importante
a
• Até
este
momento,
dois
fenômenos
são
importantes
na
velocidade
da
queda
do
pH.
transformação
do
músculo
em
carne:
a
queda
do
pH
muscular
• Quando
esta
é
muito
rápida
após
a
morte,
a
carne
torna-‐se
e
a
resolução
do
rigor
mor's.
defeituosa,
conhecida
como
carne
PSE
(pale-‐sot-‐exsudaAve).
• Do
ponto
de
vista
tecnológico,
considera-‐se
carne
o
• A
aceleração
do
processo
de
degradação
do
glicogênio
(causa
músculo
que
tenha
passado
pelo
rigor
mor's.
variações
no
rigor
mor's
e
na
acidificação
da
carne)
por
• O
valor
final
do
pH
da
carne
influi
na
conservação
e
em
causas
endógenas
e
exógenas
freqüentemente
está
associada
propriedades
tecnológicas
da
carne.
a
alterações
na
qualidade
da
carne.
Estas
alterações
são
• Uma
acidificação
adequada
corresponde
a
valores
de
pH
conhecidas
como
PSE
e
DFD.
entre
5,4
e
5,8.
Neste
intervalo
muitos
microrganismos
são
103 104
inibidos,
principalmente
os
proteolíAcos.
26
Conversão
do
músculo
em
carne
• Também
o
inadequado
resfriamento
das
carcaças,
antes
da
instalação
do
rigor
morAs,
pode
causar
o
fenômeno
conhecido
como
encurtamento
pelo
frio
(cold-‐srhortening)
ConsAtuintes
e
valor
nutriAvo
da
observado
em
carne
de
ovinos
e
bovinos.
carne
Composição
química
do
organismo
animal
Água
Proteínas
Lipídios
Carboidratos
Composição
química
do
músculo
esqueléAco
Composição
da
carcaça
105 106
Valor
NutriAvo
Composição química
do
organismo
animal
Água
• A
carne
pode
ser
considerada
como
um
alimento
nobre
para
o
• Cerca
de
70%
a
75%
do
músculo
é
consAtuído
de
água.
Em
homem,
pois
serve
para
a
produção
de
energia:
animais
jovens
essa
proporção
é
maior;
por
outro
lado,
em
– para
a
produção
de
novos
tecidos
orgânicos;
músculos
com
maior
teor
de
gordura
essa
proporção
diminui.
• A
importância
da
água
da
carne
não
é
direta,
mas
pela
sua
– para
a
regulação
dos
processos
fisiológicos,
função
transportadora,
já
que
serve
de
veículo
para
muitas
respecAvamente,
a
parAr
das
gorduras,
proteínas
e
substâncias
orgânicas
e
inorgânicas.
Além
disso,
ela
é
parte
vitaminas
consAtuintes
dos
cortes
cárneos.
integrante
das
estruturas
celulares.
• O
grande
mérito
nutricional
da
carne
é
a
quanAdade
e
a
qualidade
dos
aminoácidos
consAtuintes
dos
músculos,
dos
ácidos
graxos
essenciais
e
das
vitaminas
do
complexo
B
presentes,
tendo
também
importância
o
teor
de
ferro.
107 108
27
Composição química
do
organismo
Valor
NutriAvo
animal
• Os
elementos
mais
abundantes
(em
peso)
no
organismo
são
• A
carne
pode
ser
considerada
como
um
alimento
aqueles
presentes
na
água
e
nos
compostos
orgânicos,
como:
nobre
para
o
homem,
pois
serve
para
a
produção
de
– Proteínas,
energia,
para
a
produção
de
novos
tecidos
orgânicos
– Lipídios,
e
para
a
regulação
dos
processos
fisiológicos,
– Carboidratos.
respecAvamente,
a
parAr
das
gorduras,
proteínas
e
vitaminas
consAtuintes
dos
cortes
cárneos.
• Entre
estes
quatro
elementos
juntos
consAtuem
aproximadamente
96%
da
composição
química
do
animal.
• O
grande
mérito
nutricional
da
carne
é
a
quanAdade
• A
água
serve
como
um
meio
de
transporte
de
nutrientes,
e
a
qualidade
dos
aminoácidos
consAtuintes
dos
metabólitos,
hormônios
e
resíduos
através
de
todo
músculos,
dos
ácidos
graxos
essenciais
e
das
organismo.
vitaminas
do
complexo
B
presentes,
tendo
também
• Ela
também
se
consAtui
no
meio
onde
ocorre
a
maioria
das
importância
o
teor
de
ferro.
reações
químicas
e
dos
processos
metabólicos
do
organismo
109 110
animal.
Proteínas
Proteínas
• As
proteínas
apresentam-‐se
como
um
importante
grupo
dos
•
A
proteína
miofibrilar
da
carne
apresenta
elevado
valor
compostos
químicos
no
organismo.
biológico
pela
disponibilidade
em
aminoácidos
essenciais
e
pela
digesAbilidade
dos
mesmos,
sendo
que
o
tecido
• Algumas
são
necessárias
pela
sua
estrutura
e
por
outras
conjunAvo
apresenta
menor
valor
biológico.
funções
nas
reações
metabólicas
vitais.
• A
digesAbilidade
da
fração
protéica
da
carne
varia
de
95%
a
• Nos
animais,
exceto
nos
muito
gordos,
as
proteínas
somente
100%
e
a
proteína
da
carne
contém
todos
os
aminoácidos
essenciais
ao
ser
humano.
são
superadas,
em
peso,
pela
água.
• Exceção
são
as
proteínas
do
tecido
conjunAvo,
consAtuídas
• A
maioria
das
proteínas
está
localizada
no
músculo
e
nos
principalmente
pelo
colágeno
e
elasAna,
mais
pobres
em
tecidos
conecAvos.
aminoácidos
assenciais
e
de
menor
digesAbilidade.
• As
proteínas,
presentes
no
organismo,
variam
em
tamanho
e
• Existem
variações
no
teor
protéico
da
carne
em
relação
aos
cortes
cárneos,
idade,
alimentação,
sexo
e
raça
do
animal,
forma;
algumas
são
globulares
enquanto
outras
são
fibrosas.
embora
não
sejam
significaAvas
•
As
diferenças
estruturais
nas
moléculas
protéicas
contribuem
para
suas
propriedades
funcionais.
111 112
28
Lipídeos
Lipídeos
• O
organismo
animal
contém
muitas
classes
de
lipídios,
porém
• Por
outro
lado,
ácidos
graxos
C16
e
C18
(moléculas
com
os
lipídios
neutros
(ácidos
graxos
e
glicerídios)
predominam.
cadeias
contendo
16
e
18
átomos
de
carbono,
• Em
relação
aos
vários
lipídios
no
organismo,
pode-‐se
dizer
respecAvamente)
predominam,
com
ácidos
C12,
C14
e
C20
que
alguns
apresentam-‐se
como
uma
fonte
de
energia
para
as
presentes
somente
em
pequenas
quanAdades.
células;
outros
contribuem
para
a
estrutura
e
o
• Em
relação
aos
ácidos
graxos
saturados,
o
palmíAco
e
o
funcionamento
da
membrana
celular;
outros
ainda,
como
esteárico
(C16
e
C18,
respecAvamente)
predominam
em
alguns
hormônios
e
vitaminas,
estão
envolvidos
no
gordura
animal.
funcionamento
metabólico.
• Os
ácidos
graxos
insaturados
predominantes
em
gordura
• A
maioria
dos
lipídios
do
organismo
é
encontrada
em
vários
animal
são
o
palmitoléico,
oléico
(C16
e
C18,
depósitos
de
gordura,
na
forma
de
triglicerídios,
ésteres
de
respecAvamente,
com
uma
dupla
ligação),
linoléico(C18,
com
glicerol
de
ácidos
graxos
de
cadeias
longas.
duas
duplas
ligações)
e
linolênico
(C18,
com
três
duplas
• Exceto
em
gordura
de
leite,
os
ácidos
graxos
contendo
cadeias
ligações).
com
10
átomos
de
carbono
ou
menos,
raramente
são
113 114
Lipídeos
Lipídeos
• O
ácido
graxo
mais
abundante
no
organismo
animal
é
o
ácido
oléico.
• Existe
grande
variação
no
teor
de
lipídeos
presentes
na
carne
bovina
e
essa
é
influenciada
por
vários
fatores,
tais
como
• Em
relação
aos
triglicerídeos
presentes
nas
gorduras
animais,
sexo,
raça
e
alimentação
do
animal,
assim
como
do
corte
os
mais
abundantes
são
os
que
contém
uma
molécula
de
cárneo.
ácido
palmíAco
e
duas
de
oléico
em
cada
molécula
de
• O
valor
energéAco
da
gordura
da
carne
é
da
ordem
de
8,5
cal/
triglicerídeos,
seguidos
pelos
triglicerídeos
que
contém
uma
g.
molécula
de
ácido
oléico,
uma
de
palmíAco
e
uma
de
• A
gordura
da
carne,
além
do
aspecto
energéAco,
é
importante
esteárico.
pelos
ácidos
graxos
essenciais,
colesterol
e
vitaminas
lipossolúveis,
sendo
também
indispensável
para
os
aspectos
organolépAcos
de
sabor
e
uso
culinário.
• A
digesAbilidade
da
gordura
varia
em
função
dos
ácidos
graxos
consAtuintes,
sendo
que
a
gordura
interna
(mais
saturada)
tem
digesAbilidade
em
torno
de
77%
enquanto
a
externa
(peito)
chega
a
98%.
115 116
29
Lipídeos
• Nos
úlAmos
anos,
criou-‐se
uma
falsa
idéia
de
que
o
consumo
de
produtos
de
origem
animal,
principalmente
da
carne
bovina,
estaria
associado
à
incidência
de
doenças
cardiovasculares.
• Como
a
ingestão
excessiva
de
gorduras
está
associada
à
incidência
de
doenças
coronárias,
e
estas
estão
presentes
tanto
em
produtos
de
origem
animal
como
vegetal,
são
apresentados
neste
trabalho
os
teores
de
gordura,
total
e
saturada,
e
de
colesterol
na
carne
bovina,
comparados
aos
das
demais
carnes
e
de
outros
produtos.
• A
dieta
não
é
o
único
fator
responsável
pela
incidência
dessas
doenças,
portanto
é
discuAda
também
a
importância
de
outros
fatores
de
risco
controláveis
e
não-‐controláveis.
117 118
Carboidratos
• O
organismo
animal
contém
poucos
carboidratos,
e
a
maioria
dos
presentes
é
encontrada
nos
músculos
e
no
Xgado.
•
O
carboidrato
mais
abundante
é
o
glicogênio,
que
está
presente
no
Xgado
(2-‐8%
do
peso
do
Xgado
fresco),
enquanto
que
o
músculo
contém
quanAdades
bastante
pequenas.
• Outros
carboidratos
encontrados
no
organismo
animal
incluem
intermediários
do
metabolismo
dos
carboidratos
e
glicosaminoglucanas
presentes
nos
tecidos
conecAvos.
• Embora
os
carboidratos
estejam
presentes
em
pequenas
proporções,
eles
apresentam
funções
extremamente
importantes
no
metabolismo
energéAco
e
nos
tecidos
estruturais.
119 120
30
Vitaminas
Vitaminas
• Com
relação
às
vitaminas
lipossolúveis,
destaca-‐se
a
• A
carne
apresenta:
importância
da
carne
como
fonte
de
vitamina
A,
pois
os
– todas
as
vitaminas
lipossolúveis
(A,
D,
E
e
K),
alimentos
de
origem
animal
são
as
únicas
fontes
de
vitamina
– as
hidrossolúveis
do
complexo
B
(Aamina,
riboflavina,
A
biologicamente
aAva.
nicoAnamida,
piridoxina,
ácido
pantotênico,
ácido
fólico,
niacina,
cobalamina
e
bioAna);
• O
grande
mérito
da
carne
como
fonte
de
vitaminas
é
pela
– e
um
pouco
de
vitamina
C.
disponibilidade
em
vitaminas
do
complexo
B,
que
exercem
• Existem
variações
do
teor
vitamínico
em
relação
à
idade.
funções
indispensáveis
ao
crescimento
e
à
manutenção
do
Animais
jovens
apresentam
níveis
menores
de
B12,
enquanto
corpo
humano.
aqueles
na
fase
de
acabamento
apresentam
maiores
teores
de
vitaminas
lipossolúveis.
• A
principal
importância
das
vitaminas
se
verifica
pela
sua
parAcipação
nas
enzimas
do
organismo
humano.
121 122
123 124
31
Composição
química
do
músculo
esqueléAco
• O
músculo
é
o
principal
componente
da
carne.
Assim
como
o
organismo
animal,
o
músculo
contém
água,
proteínas,
gordura,
carboidratos
e
consAtuintes
inorgânicos.
• O
músculo
contém
aproximadamente
75%
de
seu
peso
em
água.
• A
água
é
o
principal
consAtuinte
dos
fluidos
extracelulares
e
vários
consAtuintes
químicos
estão
dissolvidos
ou
suspensos
nela.
• Em
função
disto,
ela
age
como
um
meio
de
transporte
de
substâncias
entre
a
camada
vascular
e
as
fibras
musculares.
• As
proteínas
consAtuem
de
16
a
22%
da
massa
muscular
(Tabela
3)
e
são
os
principais
consAtuintes
da
matéria
sólida.
• As
proteínas
musculares
geralmente
são
classificadas,
em
relação
à
sua
solubilidade,
em
sarcoplasmáAcas,
miofibrilares
e
do
estroma.
125 126
127 128
32
Composição
da
carcaça
• A
composição
da
carcaça
é
geralmente
a
de
maior
interesse.
• Em
relação
aos
componentes
da
carcaça
bruta,
as
proporções
de
músculo,
gordura
e
ossos
são
as
de
maior
importância
para
CaracterísAcas
sensoriais
da
a
avaliação
da
produção
do
gado.
• Quando
a
porcentagem
de
gordura
na
carcaça
aumenta,
a
carne
porcentagem
de
músculo
e
de
ossos
mais
tendões
diminui.
Cor
• Estas
caracterísAcas
da
composição
afetam
o
valor
comercial
Odor
e
Sabor
da
carcaça
e
são
influenciadas
por
fatores
genéAcos,
bem
Capacidade
de
retenção
da
água
como
ambientais,
durante
o
crescimento
e
o
desenvolvimento
Suculência
do
animal.
Maciez
129 130
Introdução
Cor
• Carne
fresca
é
a
carne
obAda
nas
condições
de
roAna
e
que
• A
cor
da
carne
é
considerada
como
o
principal
aspecto
no
não
tenha
sofrido
qualquer
forma
de
processamento
momento
da
comercialização
(apelo
visual).
industrial.
• A
mioglobina
é
a
principal
substância
na
determinação
da
cor
• A
carne
será
estudada
com
relação
às
suas
caracterísAcas:
da
carne.
– Cor
(visual);
• O
teor
de
hemoglobina
só
influenciará
a
cor
da
carne
se
o
– Odor
e
Sabor;
processo
de
sangria
for
mal
executado.
– Capacidade
de
retenção
de
água
• A
cor
natural
e
ideal
da
carne
é
um
vermelho
brilhante
ou
– Suculência;
vermelho-‐cereja.
– Maciez.
• Aspectos
como
idade,
sexo,
músculo
e
aAvidade
Xsica
afetam
a
cor
da
carne.
Exemplos:
– carne
de
bovinos
deve
ter
a
cor
vermelho
brilhante;
– Suínos
têm
a
cor
mais
pálida;
131 132
33
Cor
Cor
• Vitelo
têm
a
cor
mais
pálida
porque
são
animais
mais
• A
coloração
da
carne
é
devida
principalmente
ao
conteúdo
e
imaturos
e
possuem
menos
hemoglobina
que
os
maduros;
ao
nível
de
oxidação
da
mioglobina
(Swatland,
1984).
• Ao
ser
cortada,
a
carne
não
contém
oxigênio.
• Animais
inteiros
têm
mais
mioglobina
que
os
castrados
ou
• Portanto,
a
mioglobina
encontra-‐se
em
estado
químico
fêmeas;
reduzido,
apresentando
uma
coloração
roxa.
• Carne
de
bovinos
têm
mais
mioglobina
do
que
suínos,
• Transcorridos
vinte
ou
trinta
minutos,
o
oxigênio
penetra
na
peixes
e
aves;
camada
externa
da
carne,
provocando
a
oxidação
da
mioglobina,
mudando
assim
a
sua
cor
para
um
vermelho
• Nas
aves,
o
peito
contém
menos
mioglobina
do
que
as
brilhante
(a
cor
mais
atraAva
à
vista
do
consumidor).
pernas
e
coxas,
porque
o
peito
contém
mais
fibras
do
Apo
•
Depois
de
um
período
prolongado,
a
oxidação
aAnge
um
brancas,
que
têm
baixo
teor
de
citocromo,
mioglobina
e
nível
excessivo
e
a
mioglobina
é
converAda
em
mitocôndrias
(Zpicas
dos
músculos
peitorais
das
aves).
As
metamioglobina,
a
qual
determina
uma
coloração
marrom
e
fibras
vermelhas
têm
conteúdo
elevado
de
citocromos,
um
aspecto
repugnante.
mioglobina
e
mitocôndrias
e
predominam
ns
membros
dos
• O
consumidor
discrimina
a
carne
escura,
porque
não
associa
a
cor
escura
com
carne
fresca.
mamíferos.
133 134
Cor
Visual
• Problemas
na
coloração
da
carne
• Outro
fator
visual
de
importância
para
o
consumidor
é
o
marmoreio.
– Carnes
PSE
(Pálida,
Flácida
e
ExsudaAva)
-‐
problemas
de
• A
idade
tem
influencia
marcante
no
nível
de
marmoreio.
estresse
no
momento
do
abate
levam
a
um
acúmulo
de
• Estes
fatores
são
diretamente
proporcionais,
já
que
o
animal
lactato
(redução
de
pH)
que,
juntamente
com
a
abaAdo
muito
jovem
ainda
não
teve
a
oportunidade
de
temperatura
alta
do
músculo,
provocam
um
estado
em
acumular
gordura
em
depósitos
intramusculares.
que
a
carne
libera
água,
torna-‐se
flácida
e
com
coloração
• O
Apo
genéAco
e
o
manejo
do
animal
também
são
amena.
importantes
no
desenvolvimento
da
gordura
intramuscular.
– Carnes
DFD
(Escura,
Firme
e
Seca)
-‐
problemas
de
estresse
• Para
aAngir
um
nível
de
marmoreio
aceitável
nos
Estados
Unidos,
é
preciso
confinar
novilhos
à
base
de
concentrados
prolongado
antes
do
abate
podem
esgotar
as
reservas
de
por
um
período
de
aproximadamente
120
dias
antes
do
glicogênio,
impedindo
que
o
pH
decline;
dessa
forma,
o
abate.
músculo
passa
a
reter
mais
água
(seco),
ficando
• O
nível
de
marmoreio
está
relacionado
com
a
maciez,
estruturado
(firme)
e
de
coloração
escura
tanto
pela
suculência
e
sabor
da
carne,
apesar
destas
relações
não
menor
refração
de
luz
quanto
pela
maior
ação
enzimáAca,
serem
muito
estreitas.
135 136
com
gasto
periférico
do
oxigênio.
34
Visual
Odor
e
Sabor
• O
aroma
da
carne
é
uma
sensação
complexa
que
envolve
a
• As
preferências
do
consumidor
também
variam
de
região
para
combinação
de
odor,
sabor,
textura,
temperatura
e
mesmo
região.
pH,
sendo
o
odor
a
caracterísAca
mais
importante.
• Como
referência,
os
consumidores
norte-‐americanos
preferem
um
nível
de
marmoreio
maior
que
os
da
Europa,
da
• Na
ausência
do
odor,
predomina
uma
das
sensações
América
laAna
e
da
Austrália,
especialmente
onde
a
produção
gustaAvas
primárias:
os
sabores
amargo,
doce,
ácido
e
é
mais
extensiva
e
os
animais
são
terminados
ao
nível
de
salgado.
campo,
à
base
de
pastoreio
extensivo.
• Por
serem
aspectos
complementares,
o
odor
e
o
sabor
podem
• Por
outro
lado,
no
Japão,
onde
o
consumo
de
carne
é
baixo
ser
agrupados
em
um
complexo
denominado
de
saboroma,
devido
ao
elevado
preço
do
produto,
exige-‐se
um
nível
muito
sendo
que
ao
eliminar-‐se
o
odor,
o
sabor
de
um
alimento
fica
maior
de
marmoreio.
alterado.
• Nos
Estados
Unidos,
o
mercado
presente
no
leste
do
país
• A
melhor
maneira
de
avaliação
é
por
meio
de
testes
de
exige
um
maior
marmoreio
que
no
oeste
(Dikeman,
1987).
análise
sensorial,
embora
possam
ser
criAcados
pela
subjeAvidade.
137
• O
odor
da
carne
fresca
lembra
um
ligeiro
odor
do
ácido
láAco
138
comercial.
139 140
35
Capacidade
de
retenção
de
água
Capacidade
de
retenção
de
água
• A
capacidade
de
retenção
de
água
(CRA)
influência
a
• A
água
apresenta-‐se
sob
três
formas:
cor,
textura,
consistência,
suculência
e
maciez
da
– Ligada
–
(4
a
5%
no
músculo)
ligada
aos
grupos
hidrófilos
carne
cozida.
da
proteína,
fortemente
unida
resiAndo
à
ação
de
intensa
força
mecânica;
• A
capacidade
de
retenção
de
água
pela
carne
crua
se
– Imobilizada
–
água
extraída
pelas
moléculas
aquosas
manifesta:
ligadas
em
camadas
cada
vez
mais
débeis
à
medida
que
á
– Pela
exsudação
(ou
gotejamento)
de
líquido
(weep),
maior
a
distância
do
grupo
reaAvo
da
proteína;
observada
na
carne
não
cozida
nem
congelada;
– Livre
–
é
aquela
que
se
mantém
unicamente
por
forças
– Pela
exsudação
de
liquido
(drip)
Zpica
da
carne
superficiais
.
descongelada;
– Pela
exsudação
(shrink)
da
carne
cozida.
141 142
Capacidade
de
retenção
de
água
Capacidade
de
retenção
de
água
• Quase
todas
as
modificações
da
CRA
das
proteínas
• Durante
o
processamento
a
CRA
pode
ser
alterada
das
musculares
são
devida
às
modificações
experimentadas
pela
seguintes
formas:
água
livre.
– Nos
produtos
de
salsicharias
em
que
as
carnes
são
• Fatores
que
aumentam
a
CRA:
finamente
cominuídas,
há
maior
suscepAbilidade
à
– pH
elevado;
exsudação,
devido
à
destruição
da
estrutura
da
carne.
– Glicólise
pós-‐morte
lenta;
– O
cloreto
de
sódio
e
fosfatos
aumentam
a
CRA
divido
a
– Resfriamento
rápido
da
carcaça
antes
de
se
instalar
o
rigor
formação
do
complexo
sal
/proteína.
mor's
– Armazenagem
temperatura
próxima
de
0ºC;
– Menor
superXcie
de
corte;
– Se
o
corte
se
faz
ao
longo
das
fibras
e
não
no
senAdo
transversal;
143 144
36
Suculência
Suculência
• Segundo
alguns
autores
a
perda
de
suco
durante
a
cocção
é
• O
processo
de
cozimento
é
fator
determinante
da
capacidade
proporcional
à
falta
de
suculência
da
carne
ao
paladar.
de
retenção
de
água
da
carne
(suculência).
• A
suculência
depende
da
sensação
de
umidade
nos
primeiros
• Carne
que
aAnge
uma
dada
temperatura
interna
mais
movimentos
masAgatórios,
ou
seja,
da
liberação
de
líquidos
rapidamente
apresenta-‐se
mais
suculenta,
sendo
que
esse
pela
carne.
Uma
sensação
de
suculência
é
manAda
pelo
teor
fato
é
melhor
observado
até
70°C,
pois
a
parAr
dessa
de
gordura
na
carne
que
esAmula
a
salivação
e
lubrifica
o
bolo
temperatura
as
alterações
protéicas
são
tão
intensas
que
o
masAgatório.
tempo
de
cozimento
torna-‐se
indiferente.
• A
carne
de
animais
jovens
costuma
ser
suculenta
no
início,
• Quando
a
carne
é
assada
forma-‐se
uma
superXcie
(capa)
de
mas,
pela
falta
de
gordura,
torna-‐se
seca
ao
final
do
processo
proteína
coagulada
que
impede
a
perda
de
suco;
quanto
mais
de
masAgação.
rápido
o
processo
de
aquecimento
mais
rápida
será
a
• Os
processos
de
resfriamento/congelamento
em
si
não
formação
dessa
capa.
afetam
a
suculência
da
carne,
entretanto,
o
tempo
de
• Fato
semelhante
ocorre
quando
se
cozinha
a
carne
congelamento
prejudica
a
suculência.
mergulhando-‐a
em
água
já
quente
em
comparação
quando
é
cozida
mergulhando-‐a
em
água
que
inicialmente
estava
fria
145 146
Maciez
Maciez
• É
o
principal
quesito
de
avaliação
ou
apreciação
por
parte
do
– Facilidade
de
fragmentação:
capacidade
dos
dentes
para
consumidor,
inclusive,
podendo
suplantar
aspectos
como
uma
cortar
ou
desagregar
as
fibras
musculares.
Podem
cor
ou
um
soboroma
não
muito
agradáveis
(atraAvos).
acontecer
dois
extremos:
a
carne
ser
tão
fragmentável
que
• Sensorialmente,
a
maciez
de
uma
carne
seria
senAda
como
parZculas
aderem-‐se
à
língua
e
bochechas
dando
a
um
conjunto
de
impressões:
sensação
de
secura;
ou
a
carne
apresentar
fibras
– Consistência
da
carne:
conforme
o
contato
com
a
língua
e
demasiadamente
unidas,
quase
sempre
em
virtude
de
bochechas
pode-‐se
senAr
se
a
carne
é
mole
ou
firme.
excesso
de
tecido
conjunAvo.
– Resistência
à
pressão
dental:
força
necessária
para
a
– Resíduo
ou
restos
de
masAgação:
restos
de
carne
que
permanecem
após
o
processo
masAgatório,
geralmente
penetração
dos
dentes
na
carne.
tecido
conjunAvo
originário
de
perimísio
ou
epimísio.
147 148
37
Maciez
Maciez
• Muitos
fatores
interferem
na
maciez
da
carne,
podendo
ser
• Como
fatores
externos
ao
animal
têm-‐se
aspectos
como
uso
divididos
em
inerentes
(ante-‐mortem)
ou
não
inerentes
(post-‐ ou
não
de
processos
visando
ao
amaciamento
da
carne
e
mortem)
ao
animal.
Entre
os
inerentes
tem-‐se
a
genéAca,
a
distúrbios
de
refrigeração.
fisiologia,
a
alimentação
e
o
manejo
do
animal.
– Encurtamento
pelo
frio:
quando
um
músculo
é
resfriado
– Com
a
idade
do
animal
há
a
formação
de
ligações
cruzadas
imediatamente
após
o
abate,
apresenta
energia
para
entre
as
moléculas
de
colágeno
que
as
tornam
contrair-‐se
fortemente
sob
ação
do
resfriamento,
que,
em
indissolúveis
e
endurece
a
carne.
geral,
ocorre
quando
um
músculo
aAnge
10°C
em
10
horas
– A
deposição
de
maior
ou
menor
teor
de
colágeno
sob
a
post-‐mortem.
forma
de
perimísio
(grão
da
carne)
promove
diferenças
– Rigor
pelo
descongelamento:
quando
um
músculo
congela
raciais
quanto
à
maciez
da
carne.
antes
de
aAngir
o
rigor
mor's,
posteriormente,
quando
do
– Animais
inteiros
apresentam
carne
menos
macia.
descongelamento
ocorre
o
encurtamento
pelo
frio
e
uma
– O
marmoreio
(gordura
intramuscular)
ajuda
na
maciez
por
excessiva
perda
de
suco.
lubrificar
a
masAgação
e
diluir
o
teor
de
tecido
conjunAvo
– Posição
de
resfriamento:
evita
o
encurtamento
e
o
da
carne.
respecAvo
endurecimento,
por
ação
Xsica.
149 150
Maciez
Maciez
– EletroesAmulação:
uma
corrente
elétrica
que,
provocando
• Cocção:
a
maciez
é
dependente
da
temperatura
e
da
contrações,
faz
com
que
os
músculos
consumam
energia
e
velocidade
de
cozimento.
Nas
carnes
bem
cozidas
ocorre
uma
no
momento
do
resfriamento
não
possam
contrair-‐se
maior
rigidez
por
um
fenômeno
denominado
"endurecimento
demasiadamente
protéico",
que
é
devido
à
coagulação
das
proteínas,
• Maturação:
mantendo-‐se
os
cortes
cárneos
em
principalmente
as
miofibrilares,
já
que
com
o
calor,
o
embalagem
a
vácuo
e
em
temperatura
de
1ºC
a
2ºC
por
colágeno
transforma-‐se
em
gelaAna,
favorecendo
a
maciez
da
cerca
de
14
dias,
ocorre
desnaturação
protéica
carne.
Enquanto
a
ação
posiAva
do
colágeno
depende
do
desagregando
as
fibras
musculares
e
ocasionando
fator
tempo,
o
endurecimento
miofibrilar
tem
na
temperatura
maciez.
A
ação
enzimáAca
não
é
sobre
o
complexo
de
cozimento,
o
ponto
críAco.
Entre
57ºC
e
60ºC
ocorre
o
acto-‐miosina,
sendo
o
principal
alvo
o
disco
Z.
Além
da
amaciamento
do
tecido
conjunAvo
sem
que
haja
ação
sobre
ação
sobre
a
maciez,
com
a
maturação
ocorre
as
proteínas
miofibrilares,
ou
seja,
sem
endurecer
a
carne.
desenvolvimento
de
sabor.
Com
base
nisso
é
que
se
recomenda
o
cozimento
prolongado
a
temperaturas
baixas
para
a
carne
rica
em
tecido
conjunAvo
151
e
o
contrário
para
aquelas
pobres
em
colágeno.
152
38
Maciez
• Substâncias
amaciantes
da
carne:
pode-‐se
fazer
o
amaciamento
arAficial
da
carne
por
uma
série
de
Efeitos
de
diversos
ingredientes,
como
vinagre,
suco
de
limão,
sal
e
enzimas
vegetais.
A
papaína
proveniente
do
mamão,
a
bromelina
proveniente
do
abacaxi
e
a
ficina
proveniente
do
figo
tratamentos
na
composição
e
possuem
efeAva
ação
amaciante,
sendo
que
o
efeito
não
é
caracterísAcas
da
carne
apenas
sobre
as
proteínas
miofibrilares
mas
também
sobre
o
tecido
conjunAvo,
principalmente
sobre
a
fração
de
colágeno
Efeito
do
frio
solubilizada
pelo
calor.
Efeito
da
salga
• Corte
da
carne:
arAgo
hŠp://www.sic.org.br/ Efeito
da
cocção
comocortar.asp
153 154
podem
modificar-‐se
em
virtude
de
• Sob
esta
condição
desenvolve-‐se
o
processo
de
maturação,
ou
tratamentos
tecnológicos
e
culinários.
seja,
a
estrutura
muscular
vai
paulaAnamente
sendo
degradada
e
provocando
o
amaciamento.
• A
quebra
de
peso
(perda
de
0,3
até
3%)
que
ocorre
com
o
resfriamento
provoca
apenas
um
problema
econômico.
• Essa
perda
diminui
com
a
chamada
dessecação
pelo
frio,
quando
há
a
formação
de
uma
camada
superficial
ressecada
que
protege
contra
a
evaporação.
155 156
39
Efeito
do
frio
Efeito
do
frio
Congelamento
Descongelamento
• Pode
ocorrer
o
rompimento
celular
pela
formação
de
cristais
• A
velocidade
de
descongelamento
também
exerce
importante
de
gelo,
injúria
celular
pelo
aumento
da
pressão
osmóAca
e
efeito
sobre
a
qualidade
da
carne.
desnaturação
dos
consAtuintes
coloidais
da
célula.
• Quando
o
descongelamento
é
rápido,
não
existe
tempo
para
• Estes
problemas
são
comuns
quando
existe
a
formação
de
os
tecidos
musculares
absorverem
o
líquido
extravasado,
ou
grandes
cristais
de
gelo,
os
quais
são
freqüentes
quando
o
seja,
quando
o
descongelamento
é
rápido
ocorre
maior
perda
processo
de
congelamento
é
lento.
DRIP
de
líquido.
• Como
reflexo,
a
exsudação
é
intensa,
com
a
conseqüente
• Por
esses
efeitos
prejudiciais
à
estrutura
celular
é
que
é
perda
de
nutrientes
(aminoácidos,
vitaminas
e
sais
minerais)
e
proibiAvo
o
processo
de
recongelamento
da
carne.
forte
injúria
de
tecidos.
• Quando
o
tempo
de
congelamento
é
prolongado
(maior
que
6
• Perda
de
1%
de
suco
por
meia
carcaça
ou
quarto
e
em
cortes
meses)
é
possível
haver
a
oxidação
da
gordura,
pequenos
até
8
a
10%.
principalmente,
aquela
camada
superficial,
o
que,
além
de
alterar
o
sabor
da
carne,
pode
gerar
subprodutos
tóxicos
ao
homem.
157 158
159 160
40
Efeito
da
cocção
Efeito
da
cocção
• O
êxito
do
cozimento
da
carne,
além
das
caracterísAcas
do
corte,
baseia-‐se
no
binômio
tempo-‐temperatura.
• Sendo
que
o
processo
térmico,
nesse
caso,
melhora
a
digesAbilidade
da
carne,
já
que
da
forma
natural
o
colágeno
é
pouco
digesZvel.
Sobre
as
proteínas
• Substâncias
voláteis
são
liberadas
com
a
cocção,
conferindo
o
• Com
o
calor
as
proteínas
desnaturam-‐se,
ocorrendo
cheiro
caracterísAco
da
carne
cozida,
em
geral,
são
coagulação.
substâncias
sulfuradas.
• Quando
a
carne
é
bem
cozida
ocorre
endurecimento,
sendo
• Já
a
cor
é
devida
a
reações
entre
proteínas
e
açúcares
naturais
esse
denominado
de
"endurecimento
protéico".
do
músculo,
que
originam
a
cor
acastanhada
como
• Ao
aAngir
uma
temperatura
em
torno
de
64°C
as
proteínas
conseqüência
do
aquecimento
ocorrem
reações
químicas
miofibrilares
se
tornam
menos
tenras
e
vão
perdendo
a
diferentes
que
recebem
o
nome
genérico
de
“Reações
do
capacidade
de
reter
água.
Maillard”,
as
quais
produzem
o
sabor
caracterísAco
do
• Em
relação
ao
colágeno,
esse
fato
é
inverídico,
pois
é
após
a
churrasco.
temperatura
de
64°C
que
a
molécula
de
colágeno
solubiliza-‐se
• A
Reação
de
Maillard,
em
que
açúcares,
aldeídos
e
cetonas
e,
em
presença
de
água,
forma
gelaAna.
reagem
com
compostos
nitrogenados,
tais
como
aminoácidos
e
proteínas,
para
formar
pigmentos
de
cor
marrom,
os
quais
161
são
produtos
de
reações
complexas,
inclusive
de
162
polimerização;
163 164
41
Efeito
da
cocção
Sobre
as
vitaminas
165
42