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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

O coração enfarta quando chega a ingratidão.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a "criança interna" tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Preste atenção!

O plantio é livre, a colheita, obrigatória ...

Preste atenção no que você esta plantando, pois será a mesma coisa que irá colher!!

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ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

São aqueles cujos mecanismos põem o homem em relação com o mundo


que o rodeia.
Órgãos especializados em perceber determinados estímulos externos através
de receptores sensoriais. Estes são constituídos por células sensíveis que levam
informações à respectiva área cerebral.

VISÃO - OLHOS

Objetivo: perceber estímulos luminosos


Órgão receptor: globo ocular situado na cavidade orbitária dos ossos da
face. Possui 3 capas;
1) Esclerótica e córnea: a esclerótica é a membrana externa e branca
que envolve todo o globo por fora, exceto anteriormente onde se continua
com a córnea que é transparente.
2) Coroides; é uma membrana rica em vasos sanguíneos, situado
logo abaixo da esclerótica. Na parte anterior do globo se continua a íris
(membrana colorida e circular, contendo o no centro um orifício chamado
pupila).
3) Retina: é uma membrana interna, formada de células nervosas e
que funciona como receptora dos estímulos luminosos. Câmaras: o interior
do globo ocular é oco, formando duas camadas, uma anterior e outra
posterior. No seu interior contém um líquido.

Mecanismo: a cor dos objetos é dada pelo reflexo de luz que incide sobre
eles; se não houvesse luz tudo seria negro. A luz que é refletida do objeto atravessa
a córnea, pupila e cristalino, indo estimular as células nervosas da retina. Através de
nervo ótico essa sensação será levada a até o cérebro e aí interpreta

Olho:
- Orbitais oculares
- Membranas escleróticas, coroide e retina.
- Córnea

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- Substância humor vítreo


- Cristalino
- Humor aquoso
- Íris
- Pupila
- Pálpebras
- Cílios
- Ponto lacrimal

OBSERVAÇÕES:

Olhos: Os músculos dos olhos podem sofrer algumas disfunções como por
exemplo:
Astigmatismo, deformação da córnea que ocasiona um desvio de imagem,
sendo necessário o uso de lentes cilíndricas para sua correção.

Hipermetropia é a formação da imagem atrás da retina. Nesse caso, é


necessário o uso de lentes convergentes para que a imagem se localize sobre a
retina.

Miopia é a formação da imagem à frente da retina. O uso de lentes


divergentes favorece o afastamento da imagem para que coincida sobre a própria
retina.

MIDRÍASE: Na penumbra a pupila se dilata: Pupila dilatada chamamos de


midriática.

MIÓTICA: Na claridade a pupila se contrai. Pupila contraída chamamos


de miótica

ISOCORIA: Quando as pupilas, direita e esquerda, se encontram iguais.

ANISOCORIA: Quando as pupilas, direita e esquerda, se apresentam


diferentes, uma miótica outra midriática.

PALADAR / GUSTATAÇÃO - LÍNGUA

Objetivo: perceber estímulos de sabores

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Órgão receptor: língua: órgão musculoso e móvel que contém receptores


especializados; as papilas gustativas.
Mecanismo: para que as substâncias excitem as papilas gustativas estas
precisam ser solúveis na saliva. Depois de excitadas, as papilas transmitem ao
cérebro esta sensação, onde será interpretada.

Língua: papilas linguais ou gustativas

OLFATO - NARIZ

Objetivo: receber estímulos odorosos (cheiro)


Órgão receptor: mucosa nasal amarela, formada por tecido nervoso.
Mecanismo: toda substância odorífera é volátil, as células excitadas
transmitem ao cérebro corpos gasosos dissolvidos no muco nasal. Essas células
excitadas transmitem ao cérebro esta sensação onde a mesma será interpretada
como sendo desta ou daquela substância.

Nariz:
- Fossas nasais
- Narinas
- Coanas
- Pelos
- Muco

AUDIÇÃO – ORELHA

(orelha interna é a nova denominação de ouvido)

Objetivo: captar estímulos vibratórios (sons)


Órgão receptor: ouvido: que se divide em três partes:
a) Ouvido externo: pavilhão (recolhe e orienta as ondas sonoras) e
conduto auditivo (conduz o som até o tímpano).
b) Ouvido médio: tímpano, ossículos (martelo, bigorna, estribo),
janelas (oval e redonda) e trompa de Eustáquio.
c) Ouvido interno: caracol (possui células nervosas receptadoras de
som) e vestíbulo (órgão receptor do equilíbrio).

Mecanismo: o som é transmitido pelo ar em movimentos vibratórios.


Depois de recolhido pelo pavilhão, é levado pelo conduto auditivo até o tímpano,

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deste, passa para os ossículos até a janela oval e daí ao caracol. O caracol, através do
nervo acústico encaminha a sensação até o cérebro onde o som será interpretado.

Orelha:
- Orelha externa
- Canal auditivo externo
- Pelos
- Glândulas
- Tímpanos
- Orelha média
- Martelo, bigorna e estribo.
- Trompa de Eustáquio
- Orelha interna ou labirinto
- Vestíbulo
- Canais semicirculares
- Sáculo
- Utrículo
- Órgão de Corti

TATO - PELE
Objetivo: levar mensagem da pele ao cérebro
O sentido do tato é feito através da pele, a qual reveste todo o corpo. Na sua
camada mais profunda é que se localizam as terminações nervosas. Estas levam a
mensagem da sensação ao cérebro.
Órgão receptor: a pele
Mecanismo: a pele possui vários tipos de receptores sensoriais que são
formados por fibras nervosas. Estas se agrupam compondo os corpúsculos
sensoriais. Estes são especializados para um determinado tipo de sensação.
Com o toque da mão podem-se perceber diferenças como liso, áspero,
pequeno, grande, fino, grosso, mole e duro. Além disso, é possível identificar
objetos sem utilizar a visão através da s diferenças citadas anteriormente. Na
extensão da pele também se percebe sensações como frio, calor, dor, coceira,
pressão, ardência e outras, conforme a situação vivenciada.

ALGUMAS TERMINOLOGIAS:
BOCA
Afagia - impossibilidade de deglutir
Afasia - impossibilidade de falar ou entender a palavra falada
Afonia – perda, mais ou menos acentuada, da voz.
Anodontia – ausência congênita ou adquirida dos dentes

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Aposia – ausência de sede


Aptialismo – Deficiência ou ausência da saliva
Sialorréia – salivação excessiva
OLHOS
Ablepsia – cegueira
Ambliopia – diminuição da acuidade visual
Anirídia – ausência ou falha da Íris
Anisocoria – desigualdade de diâmetro das pupilas
Blefarite – inflamação das pálpebras
Diplopia – visão dupla
Midríase – dilatação da pupila
Miose – contração da pupila
Ptose palpebral – queda das pálpebras

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Como todos os seres vivos, com exceção dos vírus, somos formados por
microscópicas estruturas chamadas células. No início da vida, surgimos como uma
única célula: a célula-ovo ou zigoto. A partir dela, formam-se todas as outras.
As células semelhantes vão se agrupando de maneira a desempenhar
determinada função no organismo. Desse agrupamento de células semelhantes
constitui os tecidos, do agrupamento de tecidos constitui os órgãos, do
agrupamento dos órgãos constitui os sistemas que por fim, do agrupamento dos
sistemas constitui o organismo.

A sociedade celular

Cada célula de nosso corpo tem função específica, mas todas desempenham
uma atividade comunitária, trabalhando de maneira integrada com as demais células
do corpo. É como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células, que
cooperam umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, as células
garantem a execução das inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção da vida.

Seres Unicelulares e Pluricelulares

Há seres vivos formados por uma única célula: são os organismos


unicelulares. Os seres formados por inúmeras células são conhecidos como seres
pluricelulares.

Seres Unicelulares

A célula é o próprio organismo. Esta célula única é capaz de desenvolver o


próprio organismo e reproduzir-se. (ex: Protozoários). Eles vivem em todos os
ambientes: no ar, na terra, na água e até dentro de outros seres vivos.

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Seres Pluricelulares

Animais, plantas e certos fungos são seres pluricelulares. Só o corpo


humano é formado por cerca de 60 trilhões de células. Entre elas existe uma nítida
divisão de trabalho, essa divisão de trabalho é consequência da diferenciação celular,
que permite a formação de células especializadas na execução de cada função do
organismo.

Células: Microscópicas e Macroscópicas

Em geral são minúsculas, as microscópicas, só podem ser vistas ao


microscópico. Ex: células que formam o tecido adiposo.
E as macroscópicas, podem ser observadas a olho nu. È o caso dos alvéolos
da laranja e a gema do ovo.

Formas das células

Elas têm formas variadas, podendo ser cilíndricas, estreladas, fusiformes,


discoides, esféricas e alongadas. A forma da célula apresenta geralmente varia
conforme a função que ela exerce. Exemplo: as células epiteliais tem função de
revestir o corpo; as células ósseas relacionam-se com a sustentação do corpo; as
células musculares estão associadas com os movimentos do corpo; os glóbulos
vermelhos do sangue transportam o oxigênio; células do sistema nervoso
(neurônios).

Partes da célula e divisão celular

Cada célula é composta por três partes:

 Membrana: A camada que envolve a célula;


 Citoplasma: Toda a porção existente entre a membrana e o
núcleo;
 Núcleo: Um importantíssimo corpúsculo encontrado
geralmente na parte central da célula.

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Membrana

A membrana tem capacidade seletiva, isto é, promove uma seleção das


substancias que entram e saem da célula.

Citoplasma

É a maior porção da célula, nele existe água e muitas substancias dissolvidas,


formando um líquido gelatinoso chamado hialoplasma, responsável pelas organelas
que desempenham as diversas funções vitais, como digestão, respiração, excreção,
circulação, etc.

Núcleo

O núcleo geralmente tem forma esférica, e na maioria dos casos fica no


centro das células. Possui membrana nuclear, suco nuclear, nucléolos e cromatina
ou cromossomos. A função do núcleo é comandar todas as atividades da célula.

As células que constituem o corpo humano possuem 46 cromossomos no


núcleo celular. Antes de uma célula se multiplicar, formando duas novas células, os
cromossomos se duplicam no núcleo. Assim da célula-mãe que lhe deu origem, as
células-filhas terão as mesmas características genéticas entre si.

TECIDOS

Tecidos são grupos de células especializadas e semelhantes entre si, que


desempenham funções específicas no organismo.
Os tecidos do organismo humano são classificados em quatro grupos
principais:

 Tecido Epitelial;
 Tecido Conjuntivo;
 Tecido Muscular;
 Tecido Nervoso;

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TECIDO EPITELIAL

Especializado em revestir e proteger todas as partes internas e externas do


organismo, os tecidos epiteliais são formados por células justapostas (encostadas
umas nas outras). Reveste mucosas das cavidades de órgãos, boca, intestino, etc.
As células do tecido epitelial se transformam em glândulas. Glândulas são
estruturas com a função de fabricar determinadas substancias, como saliva, suor,
lágrimas, hormônios, etc.

PELE

Nossa pele é um órgão tão necessário à vida, quanto o nosso coração ou o


nosso cérebro, mas esta teia humana de fibra é incrivelmente implicada e
importante para a nossa sobrevivência. A camada externa da pele (epiderme) é
formada de tecido epitelial, as células mais superficiais da epiderme são impregnadas
por uma proteína impermeabilizante chamada queratina. A queratina representa
uma importante barreira, sendo responsável por uma das mais importantes funções
da pele: proteger o organismo contra a desidratação. Além disso, como a queratina
é muito resistente à decomposição, estas células mortas também constituem uma
barreira contra a invasão de micróbios do ambiente. As células mortas são
renovadas por células que se multiplicam na base da epiderme.
As células da epiderme produzem uma proteína chamada melanina, que é
um pigmento marrom-escuro.
A melanina é responsável pela variação da cor da pele e sua função é
proteger os tecidos internos contra a ação dos raios ultravioleta emitidos pelo sol.
Sabe-se que esses raios são capazes de provocar o câncer de pele. Quanto mais
melanina mais escura é a pele, é por isso que a cada 100 casos de câncer de pele,
apenas 06 acontecem em negros.
A pele é o escudo protetor da vida e tem várias funções e nada até hoje
conseguiu se comparar com a pele. Dos sensores táteis muito abaixo da superfície
da pele até a cobertura externa que nos protegem, os poderes da pele são sempre
impressionantes, tanto que a pele é o nosso maior órgão e talvez o mais versátil
órgão.

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ANEXOS DA PELE

Pelos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e unhas, são anexos da pele


onde cada um deles tem a sua real importância.

 Pelos: são constituídos por células queratinizadas produzidas por


folículos pilosos, localizados na derme e epiderme, onde se abrem as
glândulas sebáceas, tem a função de proteger áreas de orifícios e olhos,
possuindo rica inervação que lhes confere ainda o papel de aparelho sensorial
cutâneo (tato= corpúsculo de Meissener, frio= c. de Krause, calor= c. de
Ruffini e pressão= c. Paccini);

 Glândulas sudoríparas: produzem e eliminam suor;

 Glândulas sebáceas: produzem e eliminam uma secreção


gordurosa que lubrifica os pelos e a pele;

 Unhas: recobrem a ultima falange dos dedos e são formadas por


queratina dura e fixadas sobre a epiderme. Crescem apenas
longitudinalmente, não para os lados, o objetivo é proteger as pontas dos
dedos, evitando traumatismos e possui em seu contorno uma espécie de selo
chamado cutícula, que impede a entrada de agentes infecciosos, como
bactérias.

TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo tem uma importante função em nosso corpo. È ele que
sustenta e une os órgãos do corpo, preenchendo os espaços existentes entre os
órgãos.

O tecido conjuntivo é:

 O tecido que existe em maior quantidade em nosso corpo;

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 Formado por células que se encontram separadas umas das


outras. O espaço entre as células é preenchido por um material que
constitui a chamada substancia intercelular.

A substancia intercelular é constituída principalmente de água, proteínas e


fibras. As fibras de proteína podem ser de vários tipos. Entre elas destacam-se as
fibras colágenas e as elásticas. Essas fibras são responsáveis pela elasticidade e
firmeza da pele.

TECIDO CONJUNTIVO CARTILAGINOSO

Também chamado de cartilagem, o tecido conjuntivo cartilaginoso acha-se


presente em várias partes no nosso corpo. O nariz, por exemplo, possui uma
cartilagem hialina, dotada de uma substancia intercelular translúcida e com muitas
fibras colágenas. Já na orelha, existe uma cartilagem elástica, cuja substancia
intercelular é rica em fibras elásticas. Além da orelha e nariz, temos cartilagens na
traqueia, no osso esterno e nas articulações dos ossos. As células do tecido
cartilaginoso chama-se condrócitos. E por fim, muitos dos ossos de nosso corpo
começam como cartilagem e gradualmente transformam-se em osso.

TECIDO CONJUNTIVO ADIPOSO

Esse tecido é formado por células que armazenam gordura. Sua principal
função é reservar energia: as gorduras ali armazenadas são usadas pelo organismo
como fonte de energia, sendo continuamente renovadas. Além de armazenar
gordura, o tecido adiposo pode também exercer funções no corpo humano, como a
de isolamento térmico: a camada gordurosa defende o organismo contra grandes
perdas de calor para o ambiente, ainda pode servir para a proteção contra choques
mecânicos; assim, na palma das mãos e na planta dos pés atuando como
amortecedores.

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TECIDO CONJUNTIVO ÓSSEO

É um dos tecidos que formam os ossos do corpo. Sua substancia


intercelular, chamada de matriz óssea, é sólida e dura. A matriz óssea contem fibras
colágenas, sais de cálcio e fósforo. Ela é a principal responsável pela rigidez dos
ossos. Além disso, tem a função de dar a sustentação ao nosso corpo e proteger
certos órgãos internos.

TECIDO CONJUNTIVO SANGUÍNEO

O sangue também é um tecido conjuntivo, o sangue possui células e uma


grande quantidade de substancia intercelular que é constituída por plasma
sanguíneo (água, sais minerais, proteínas e outros componentes). O sangue possui
diferentes tipos de células: Glóbulos brancos ou leucócitos, glóbulos vermelhos ou
hemácias, plaquetas ou trombócitos.

 Glóbulos vermelhos ou hemácias: tem a função de transportar e


distribuir oxigênio e dá a pigmentação do sangue.

 Glóbulos brancos ou leucócitos: responsáveis pela defesa do


organismo, fagocitando microrganismos invasores e destruindo-os.

 Plaquetas ou trombócitos: Responsável pela coagulação do


sangue.

TECIDO CONJUNTIVO MUSCULAR

O tecido muscular é formado por células alongadas e com capacidade de


contração. Essa capacidade proporciona os movimentos do corpo. Por serem
alongadas, as células musculares também são chamadas de fibras musculares, que
são dois tipos: as estriadas e as lisas.

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 Fibras lisas: Tem contração lenta e involuntária, formam os


músculos das paredes de órgãos internos do corpo.

 Fibras estriadas: Tem contração vigorosa e voluntária, com


exceção do músculo cardíaco que, embora formado por fibras estriadas, tem
contração involuntária.

TECIDO CONJUNTIVO NERVOSO

É o tecido que tem mais importante função de captar estímulos ambientais


ou do próprio corpo, conduzir impulsos nervosos e interpreta-los. Suas células são
estreladas, geralmente longas, e recebem o nome de neurônios. Seu corpo celular
tem um núcleo e dois tipos de prolongamentos: o axônio e os dendritos. Os
dendritos recebem estímulos (frio, calor, etc.), que são transformados em impulsos
nervosos. Esses impulsos são conduzidos no seguinte sentido: dendritos -> corpo
celular -> axônio. Ao chegarem ao final do axônio, os impulsos passam para outro
neurônio ou outro tecido.

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SISTEMA NERVOSO – é quem controla a maioria das funções do


corpo (o respirar, o bater do coração, etc.).
Ele faz por meio do controle das contrações dos músculos esqueléticos de
todo corpo, dos músculos lisos dos órgãos internos, da velocidade de secreção de
glândulas endócrinas (secreção externa como o suor) e endócrinas (glândulas que
secretam substâncias para dentro do organismo) em muitas partes do corpo).

TECIDO NERVOSO: constituído por células nucleadas = neurônios


(capazes de captar estímulos exteriores: calor, frio, dor e de conduzí-los através do
organismo). Para executar suas funções os neurônios possuem dois tipos de
alongamentos: os axônios e os dendritos. É dessa forma que essas células nervosas
se ligam e conduzem os impulsos: ligando azônio a dendrito (sinapse).

Axônio: envolto por camada gelatinosa; função isolante chamada bainha de


mielina.
O conjunto de axônios = fibra nervosa
União das fibras= nervos
A junção dos corpos neuronais  constitui substância cinzenta chamada
córtex

Do ponto de vista anatômico, o sistema nervoso divide-se em:

 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO = formado pelos NERVOS

 SISTEMA NERVOSO CENTRAL = constituído por: ENCÉFALO e


TRONCO CEREBRAL

- ENCÉFALO ( interior da caixa craniana) formado por: CÉREBRO (


hemisférios direito e esquerdo)

- CEREBELO (cujo papel é dar equilíbrio corporal)

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- TRONCO CEREBRAL ( une todas as partes do encéfalo à medula


espinhal- vulgarmente chamada “espinha” )

Do ponto de vista fisiológico, o Sistema Nervoso divide-se em:

 SISTEMA NERVOSO VOLUNTÁRIO = comanda a musculatura


estriada esquelética)

 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO ou INVOLUNTÁRIO =


responsável pelo controle da musculatura lisa do
Músculo cardíaco, da secreção de todas as glândulas digestivas e
sudoríparas e de alguns órgãos endócrinos.

 TRONCO CEREBRAL – emergem 12 (doze) pares de nervos cranianos,


que possuem fibras de controle.
Involuntário= sensitivos e voluntários= motores, todos com funções
específicas no organismo.

Esses 12 pares - cada um com sua ação


1º Olfativo ou olfatório Conduz ao cérebro os impulsos que nos fazem perceber o olfato
(sensitivo)
2º Óptico (sensitivo) Leva ao cérebro os estímulos que geram as sensações visuais
3º Motor ocular comum ou Responsável pela elevação da pálpebra superior e a maioria dos
Oculomotor (motor) movimentos por fora dos olhos.
4º Troclear (motor) Provoca movimento para baixo e para dentro dos olhos (direção do
nariz)
5º Trigêmeo (misto) Atua sobre o músculo temporal e masseter, percebendo as sensações da
face e atuando nas expressões.
6º Abducente ( motor) Responsável pelo desvio lateral dos olhos.
7º Facial ( misto) Um de seus ramos atua nos músculos mímicos da face e o outro inerva
as glândulas salivares e lacrimais, e conduz a sensação de paladar
captada na língua.
8º Acústico ( sensitivo) Possui ramos que permitem a audição e outros, o equilíbrio.
9º Glossofaríngeo ( misto) Sua porção motora leva estímulos da faringe e sensitiva permite que se
perceba o paladar.
10º Vago (misto) Responsável pela inervação de órgãos torácicos e abdominais; controla
as batidas do coração.
11º Espinhal ou acessório (motor) Inerva os músculos do pescoço e do tronco
12º Hipoglosso (motor) Ajuda nos movimentos da língua

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EXISTEM TRES MEMBRANAS QUE SÃO ELAS:

 DURA-MÁTER: É MEDULA ESPINHAL

- Encontra-se no interior do canal formado pelas vértebras da coluna vertebral


- Irradiam-se 33 pares de nervos espinhais que inervam o pescoço, o tronco e
os membros;
- Também é mediadora da atividade reflexa (atos instantâneos, independentes
da consciência).
- Estende-se da base do crânio até o nível da segunda vértebra lombar (pouco
acima da cintura)

MENINGES

O SNC é protegido por uma camada óssea, crânio e coluna vertebral e por
membranas chamadas meninges.
Entre as meninges encontra-se uma substância líquida chamada líquido
cefalorraquidiano ou líquor.

As três membranas protetoras = meninges = são:

 Pia-máter – mais interna – passam os vasos sanguíneos para irrigação cerebral;


 Aracnoide – presa a meninge mais externa;
 Dura-máter – mais externa, fibrosa e resistente.

Entre pia-máter e aracnoide, há espaço subaracnóideo por onde circula o líquido


cefalorraquidiano ou líquor (cuja aparência , quando normal, é chamada água
de rocha e quando turvo, há sinal de agentes infecciosos)

LÍQUOR

Líquido transparente, cristalino, circula pelos ventrículos (quatro cavidades que se


comunicam) e por todo SNC, protegendo-o de impactos (amortecedor) e de agentes
infecciosos e, é responsável pela manutenção da pressão cerebral, sendo fabricado
nos ventrículos laterais do SNC (III e IV), drenado e reabsorvido pelo organismo).
Ex.: quando há acúmulo = hidrocefalia)

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CRITÉRIO FUNCIONAL

1 – Sistema nervoso da vida de relação ou somático

SOMÁTICO = é aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente.


Apresenta:
- componente aferente (conduz aos centros nervosos impulsos originados em
receptores periféricos informando-os sobre o que se passa no meio ambiente)
- componente eferente, leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos
centros nervosos, resultando, pois movimentos voluntários.

2 – Sistema nervoso da vida vegetativa ou visceral

VISCERAL é aquele que se relaciona com a inervação e controle das estruturas


viscerais. É importante na integração das diversas vísceras para manutenção da
constância do meio interno. Também têm componentes:
Componente aferente - conduz os impulsos nervosos originados em receptores das
vísceras (visceroceptores) às áreas específicas do sistema nervoso.
Componente eferente – leva os impulsos originados em certas glândulas, músculos
lisos ou músculo cardíaco.
O eferente do sistema nervoso visceral é denominado sistema nervoso autônomo e
pode ser subdividido em simpático e parassimpático.

 Vale lembrar que os componentes somáticos, viscerais e suas subdivisões


aferentes e eferentes estão.
Intimamente relacionados

Sistema nervoso somático - aferente


- eferente

Divisão funcional do sistema nervoso

- aferente = Sistema nervoso visceral

- eferente = sistema nervoso autônomo - simpático


- parassimpático

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Revisão:

CÉREBRO: controla as funções da audição, visão, fala, tato, movimentação


voluntária e atividades mentais como raciocínio, inteligência, memória,
consciência.

CEREBELO: auxilia no controle do equilíbrio e na coordenação muscular

BULBO: controla as atividades automáticas como: respiração, frequência


cardíaca, pressão sanguínea (artérias e veias).

MEDULA: da medula partem nervos raquidianos que são a via de acesso


entre o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico

SISTEMA NERVOS PERIFÉRICO: é composto por nervos periféricos


que se ramificam dos nervos raquidianos chegando às extremidades do corpo,
controlando principalmente a função motora do corpo.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: regula as atividades dos diversos


sistemas. Divide-se em:
Sistema nervoso simpático e parassimpático que têm ações antagonistas, isto
é, quando um desempenha a função de estímulo a do outro será de bloqueio. Com
isso, o corpo humano funciona de maneira coordenada e harmônica suficiente para
sua sobrevivência.

SISTEMA NERVOSO

Formado por bilhões de células nervosas, tendo seu funcionamento como


uma rede de comunicação.

CÉLULAS NERVOSAS

São neurônios responsáveis pela comunicação entre os diversos órgãos do


corpo e o cérebro.

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As células nervosas nutrem-se basicamente de glicose e oxigênio, 20% do


oxigênio respirado vai para o cérebro.

O SISTEMA NERVOSO DIVIDE-SE EM:

SISTEMA NERVOSO CENTRAL  ENCÉFALO


 MEDULA ESPINHAL

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO  NERVOS

HÁ UM OUTRO SISTEMA CONHECIDO COMO:

Sistema nervoso visceral, importante para integrar as atividades das nossas


vísceras (estômago, intestino e coração).

DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Como já vimos, nosso sistema nervoso central divide-se em dois.

- ENCÉFALO: situado no cranio e formado pelos órgãos,


cérebro, cerebelo, ponte ou protuberância e bulbo.

- MEDULA ESPINHAL: localizada no canal vertebral.

ENCÉFALO COMPOSTO POR:

CÉREBRO

Contem os centros nervosos relacionados com os sentidos, a memória, o


pensamento e a inteligência, coordena as ações voluntárias e os atos inconscientes.
Divide-se em duas partes: hemisfério direito e hemisfério esquerdo, e suas
reentrâncias recebem o nome de circunvoluções cerebrais.
A camada externa do cérebro, formada por uma substância cinzenta
chamada de córtex cerebral.

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CEREBELO

Localizado abaixo do cérebro, possui as seguintes funções:

 Coordenar os movimentos comandados pelo cérebro;


 Dar o tônus muscular;
 Manter o equilíbrio do corpo.

PONTE OU PROTUBERANCIA

- Localizado abaixo do cérebro, diante do cerebelo e acima do bulbo.

- Serve de passagem de impulsos nervosos que vão ao cérebro, e está


também associada às emoções, como o riso e as lágrimas.

BULBO

Localizado abaixo da ponte, controla funções como a respiração, o ritmo


dos batimentos cardíacos e certos atos reflexos como: deglutição, vômito, tosse e o
piscar de olhos.

MEDULA ESPINHAL

- Possui aproximadamente 40 cm de comprimento,

- Tem a forma de um cordão,

- Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas até o nível da 2ª vertebra


lombar.

- Funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como


veículo.
condutor de impulsos nervosos.

Da medula, partem 31 pares de nervos que se ramificam. Por meio dessa


rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo.

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MENINGES

A membrana externa que fica em contato com os ossos;

- PIA-MÁTER: é a membrana interna que envolve diretamente os órgãos;

- ARACNÓIDE: é a membrana intermediária entre as outras duas.

Obs.: entre a pia-máter e a aracnoide existe o líquido cefalorraquidiano, que


protege os órgãos do sistema nervoso contra choques mecânicos.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as


ligações entre o sistema nervoso central e o corpo.

Os nervos classificam em três grupos:

NERVOS SENSITIVOS: conduzem impulsos nervosos de um órgão


receptor de estímulo até o sistema nervoso central.

NERVOS MOTORES: conduzem impulsos nervosos do snc, até um órgão


efetor, que realizará a ação; os órgãos efetores são representados pelos músculos e
pelas glândulas.

NERVOS MISTOS: possuem ao mesmo tempo fibras nervosas sensitivas e


motoras.

Os nervos originam-se no sistema nervoso central. Os que se ligam ao


encéfalo são chamados nervos cranianos, os que se ligam á medula espinhal,
recebe o nome de nervos raquidianos.

OS NERVOS CRANIANOS FORMAM 12 PARES,

OS NERVOS RAQUIDIANOS FORMAM 31 PARES.

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Observações:
Os impulsos nervosos trafegam pelo organismo humano a uma velocidade de
400 km por hora.
A rede completa de nervos de uma pessoa mede 75 km.
Se fôssemos contar todas as conexões entre neurônios que existem no cérebro, e
gastássemos um segundo para cada conexão, levaríamos 32 milhões de anos para
concluir a tarefa.
Com o tempo o cérebro amplia seus conhecimentos, mas enfrenta dificuldades
para processar novas informações. Há idosos capazes de dar uma aula brilhante, mas
que não conseguem operar um aparelho de vídeo.

Um bebê já nasce com aproximadamente seus 14 bilhões de neurônios e


necessitam de uma boa alimentação até os dois anos de idade para que toda a malha
neuronal seja completamente formada.

ALGUMAS TERMINOLOGIAS

Apalestesia - perda do sentido das vibrações


Astasia – incapacidade de permanecer em pé por falta de coordenação
motora
Coma – estado de inconsciência
Convulsão – contrações violentas involuntárias do músculo; agitação
desordenada.
Diplegia – paralisia bilateral
Ecopraxia – repetição dos movimentos ou maneirismo de outra pessoa
Esturpor – inconsciência total ou parcial, mutismo sem perda da percepção
sensorial.
Esturtor – inconsciência total ou parcial
Hemicrania – enxaqueca, dor em metade do crânio.

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Hemiparesia – fraqueza muscular em um lado do corpo


Hemiplegia – Paralisia dos MMII (membros inferiores) / um lado do corpo
Hiperalgia – sensibilidade exagerada à dor
Hipersônia – sonolência excessiva
Hipoestesia – diminuição da sensibilidade
Hipotonia – tonicidade muscular diminuída
Paralisia – diminuição ou desaparecimento da sensibilidade e movimentos
Paresia – paralisia incompleta ou ligeira
Parestesia – alteração da sensibilidade, desordem nervosa com sensações
Anormais, não causadas por meio externo (formigamentos, picadas, queimaduras,
etc.).
Reflexo – contração muscular, resposta involuntária a um estímulo.
Tetraplegia – paralisia dos quatro membros
Insônia – falta de sono, impossibilidade de dormir.
Alucinação – ilusão, devaneio, fantasia na percepção de objeto.
Delírio – perturbação mental, entusiasmo extremo, excitação (ideias de
grandeza, perseguição).
(Fobia – horror instintivo de alguma coisa, aversão irreprimível).
Depressão – estado mental mórbido que caracteriza por lassidão, desânimo,
factibilidade, abatimento grave e profundo de humor.

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Estresse
Trata-se de um “alerta” do organismo que prepara o indivíduo para reagir a
uma ameaça externa (ex.: susto, fuga, briga, etc.). Esta ameaça desencadeia
alterações neuro-hormonais, ou seja, o cérebro libera substâncias (hormônios) que
irão modificar todo o funcionamento do organismo.

Fenômeno da vida moderna, o estresse pode estar presente na vida de todas


as pessoas, independente de sexo, idade, profissão ou posição social.

A reação do estresse deixa de ser normal, quando, em algumas situações


torna-se crônica e passa então a causar uma série de doenças graves, agravar outras
existentes e até mesmo levar á morte.

A vida de hoje se constitui em um jogo extremamente competitivo no qual


as buscas desumanas por dinheiro e prestígio nos transformam a todos em rivais
potenciais. Viver passou a ser uma tarefa muitas vezes maior que nossas resistências
podem suportar.

Vivemos a maior parte do tempo para atender as expectativas do grupo


social a que estamos ligados e esquecemo-nos de satisfazer as nossas reais
necessidades (afeto, paz, harmonia, etc.). Com isso passam-se meses e anos e quando
nos damos conta uma sensação de falta de controle sobre nossas próprias vidas nos
assola a mente gerando altos níveis de ansiedade e angústia que acabam por
predispor o aparecimento do estresse e suas desagradáveis consequências.

Diante da impossibilidade de fugirmos das tensões e pressões do dia a dia


nos vemos impelidos a aumentar nossos conhecimentos sobre o estresse e seus
mecanismos para que possamos evitá-lo e com isso abrirmos a possibilidade de uma
vida com mais qualidade e equilíbrio.

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O estresse pode acometer qualquer pessoa a qualquer momento de sua


existência (infância, fase adulta ou na velhice).

É importante destacar que o mecanismo do estresse é individual, ou seja,


uma situação que para uma pessoa pode ser corriqueira, pode ser muito desgastante
para outra.

Isto acontece pelo fato de que cada ser humano tem um jeito de avaliar e
resolver os problemas.

A descarga de vários hormônios pelo cérebro que ocorre na reação de


estresse visa preparar o indivíduo para enfrentar um determinado problema. Esta
descarga gera uma série de alterações físicas no organismo que são: tensão muscular
(os músculos se contraem), a pele fica retraída, o coração ameaça a bater
rapidamente, a respiração é acelerada, a pupila se dilata, os pelos ficam eriçados,
existe um excesso de suor e em casos extremos pode ocorrer uma eliminação
involuntária de fezes e urina.

Quando todas essas reações ocorrem em um momento de “alerta”, por


exemplo, um assalto, não significa que a pessoa esteja doente, mas sim que ela está
tendo uma reação normal do organismo a um fato inesperado ocorrido.

Vale a pena salientar que estas reações não ocorrem somente em situações
negativas, elas aparecem também em ocasiões boas como paixão, uma grata
surpresa, recebimento de uma boa notícia, etc. O estresse causado por uma situação
positiva costuma ser menos prejudicial ao organismo.

O Estresse possui três fases: Alarme, Resistência e Exaustão. Esta fase ocorre
no momento exato que um fato inesperado surge, seja ele de conteúdo positivo ou
negativo. Encontramos nesse período as seguintes reações físicas: dor de cabeça,
palidez, taquicardia, suor em excesso, pressão alta transitória, dor de estômago,
pressão no peito, aperto na mandíbula, etc.

Se não tivermos a interrupção dos fatores causadores do estresse entramos


na fase de resistência. Nesta fase o estresse deixa de ser uma reação normal do
organismo e passa a ser considerado uma doença que precisa ser tratada. As reações
físicas ficam mais intensas. A pressão arterial permanece alta, o coração bate em
ritmo mais acelerado o tempo todo. O organismo como um todo funciona em
ritmo acima do normal. Pode se ter uma falsa sensação de bem estar. Os sintomas

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desta fase são: irritabilidade, incapacidade de relaxar, isolamento social, impotência,


gripes constantes, queda de cabelos, cabelos brancos, etc.

Nesta fase o organismo está bastante desgastado e surge o risco do


aparecimento de doenças graves ou de morte repentina. Dentre as doenças mais
comuns neste período temos: depressão, infarto, AVC, gastrite, úlcera, câncer,
asma, bronquite, edema pulmonar e reumatismo.

Se houver uma mudança no estilo de vida visando eliminar as causas do


estresse e mudar a maneira de lidar com os problemas, poderá haver uma
recuperação (no caso de úlcera, depressão, infarto, etc.). Se isto não ocorrer as
consequências podem ser fatais em curto prazo ou médio prazo. Os infartos
poderão se repetir até a morte, a úlcera poderá se transformar em câncer ou a
depressão poderá ter como consequência o suicídio.

Transtorno do Pânico
O Transtorno do Pânico não se trata de uma “fraqueza emocional” como
muitas pessoas imaginam. É uma doença grave e incapacitante que traz sérios danos
à vida de seus portadores. Ocorre sob a forma de crises súbitas e inesperadas, que
podem incluir os seguintes sintomas:

 Dispneia
 Vertigem
 Taquicardia
 Tremor ou abalos
 Sudorese (suor excessivo)
 Sensação de sufocamento
 Náuseas ou desconforto abdominal (alteração intestinal)
 Despersonalização ou distorções de percepção da realidade
 Anestesia ou formigamento
 Ondas de calor ou calafrios
 Dor ou desconforto no peito
 Sensação de morte iminente
 Medo intenso de enlouquecer ou cometer ato descontrolado

O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores que são


responsáveis pela comunicação que ocorre entre neurônios (células do sistema

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nervoso). Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução


de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo (ex.: andar, pensar,
memorizar, etc.).

Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar


algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é
exatamente o que ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta
alertando e preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade
não existe. É como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em
horas totalmente inapropriadas. No caso do Transtorno do Pânico os
neurotransmissores que se encontram em desequilíbrio são: a serotonina e a
noradrenalina.

O Transtorno do Pânico já é considerado um problema sério de saúde.


Atualmente 2 a 4% da população mundial sofrem deste mal, que acomete mais
mulheres do que homens em uma proporção de 3:1.

Os portadores do Transtorno do Pânico, em sua maioria, são pessoas jovens


(faixa etária de 24 a 40 anos), que se encontram na plenitude de suas vidas
profissionais. O perfil da personalidade das pessoas que sofrem de Transtorno do
Pânico costuma apresentar aspectos em comum: geralmente são pessoas
extremamente produtivas a nível profissional, costumam assumir uma carga
excessiva de responsabilidade e afazeres, são bastante exigentes consigo mesmos,
não convivem bem com erros ou imprevistos, têm tendência a se preocuparem
excessivamente com problemas cotidianos, etc. Esta forma de ser acaba por
predispor estas pessoas a situações de estresse acentuado, fato este que pode levar ao
aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro desencadeando
assim um desequilíbrio bioquímico e, consequentemente, o aparecimento do
Transtorno do Pânico.

Outro fator importante no surgimento do Transtorno do Pânico é o fator


hereditário (genético) uma vez que ele ocorre com maior frequência em familiares
com história positiva para tal patologia.

Vale ressaltar ainda que alguns medicamentos como anfetaminas (usados em


dietas de emagrecimento) ou drogas (cocaína, maconha, crack, ecstasy, etc.), podem
aumentar a atividade e o medo promovendo alterações químicas que podem levar
ao Transtorno do Pânico.

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Uma crise de pânico dura em média de 10 a 20 minutos e se constitui em


uma das situações mais angustiantes que uma pessoa pode vivenciar.

Durante a crise a pessoa não corre o risco de sofrer de um infarto ou


morrer, embora seja impossível para ele acreditar nisso no momento da mesma. As
perturbações que o Transtorno do Pânico ocasionam e modificam toda a existência
da pessoa, trazendo problemas nos relacionamentos interpessoais, principalmente
os de caráter afetivo e profissional. Cônjuges, amigos e parentes não reconhecem
mais a pessoa que antes se mostrava jovial, produtiva destemida, deparam-se com
alguém dominada pelo medo. A falta de diagnóstico precoce e tratamento adequado
pode fazer com que, gradualmente, o medo e a ansiedade causados pelas crises
tomem proporções tais, que seus portadores tornem-se incapacitados para dirigir,
frequentar determinados locais (bancos, shopping, etc.) ou mesmo sair de casa. Esta
situação de ostracismo forçado pode levar a pessoa ao desespero e a pensar em
suicídio como opção de acabar com todo esse sofrimento.

Transtorno bipolar do humor


O transtorno bipolar do humor é uma enfermidade que se caracteriza pela
alternância de episódios de euforia e episódios de depressão, com épocas de
normalidade nos intervalos. Em geral, os episódios se repetem a intervalos menores
com o passar dos anos.

Algumas pessoas têm mais períodos de depressão que de euforia, outros


mais euforia do que de depressão.

Casos exclusivos de mania são raros. Episódios repetidos de depressão


caracterizam o Transtorno Unipolar.

Euforia
Na euforia existe uma exaltação do humor, de forma desproporcional ou sem
relação com eventos da vida.

A pessoa se irrita facilmente (“pavio curto”) e o fluxo das ideias está acelerado.
Familiares e pessoas à sua volta percebem claramente esta mudança de humor que
quase sempre ocorre de maneira abrupta.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Sintomas mais importantes

 Irritabilidade e impaciência;
 Pensamentos acelerados, fala rápida;
 Ideias de grandeza;
 Sentimentos de bem-estar, alegria ou raiva;
 Otimismo exagerado;
 Gastos excessivos, endividamentos;
 Distraibilidade;
 Aumento da disposição;
 Começa muitas coisas simultaneamente (e não consegue terminar);
 Inquietação física;
 Desinibição exagerada, comportamento provocativo ou mesmo
ofensivo;
 Aumento da libido;
 Insônia;
 Delírios e alucinações podem ocorrer somente em casos graves;

Hipomania
Trata-se de um estado de euforia mais leve, onde há um predomínio claro da
irritabilidade em vez da alegria. A hipomania é bem mais comum que a euforia
(Também chamada de mania).

Na hipomania a irritabilidade e a impaciência são desencadeadas com


mínimos estímulos. As pessoas sentem-se facilmente provocadas e desafiam os que
convivem com elas, gerando brigas e discussões. Muitas vezes a própria família não
percebe e fica desgastada por que o diálogo se torna impossível.

Pessoas com transtorno bipolar consultam em média quatro médicos e


levam mais de nove anos antes de receber o diagnóstico correto.

O reconhecimento precoce e a terapêutica adequada ajudam a evitar uma


série de consequências, tais como: Ato auto agressivo, abuso de álcool e/ou drogas
(em mais de 60% das pessoas), endividamentos, perda de trabalhos e relações
conjugais.

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Estado Misto
Quando a pessoa apresenta sintomas de depressão e de euforia alternados no
mesmo dia, ela está apresentando um transtorno bipolar misto.

O estado misto frequentemente não é diagnosticado porque a pessoa pode


acordar sentindo-se apático, sem energia e ir melhorando no decorrer do dia a
ponto de ficar mais alegre, falante e ativo ao entardecer e de noite.

A doença se inicia em geral na adolescência ou na idade de adulto jovem (20-


24 anos).

Transtorno obsessivo-compulsivo
(TOC)
O Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) trata-se de uma doença onde a
pessoa se torna vítima de pensamentos e comportamentos repetitivos, que não tem
sentido, são desagradáveis e muito difíceis de evitar.
Exemplos

Perturbada por pensamentos repetitivos de que pode ter se contaminado ao


tocar maçanetas e outros objetos "sujos", uma adolescente passa horas todo dia
lavando as mãos. Suas mãos estão vermelhas e irritadas, e sobra pouco tempo para
suas atividades sociais;

Um homem de meia-idade é atormentado pela ideia de que pode ferir outras


pessoas por negligência. Não consegue sair de casa sem antes passar por um longo
ritual de verificação de que os bicos de gás do fogão e as torneiras estão fechadas;

Várias vezes ao dia uma jovem mãe é dominada pelo terrível pensamento de
que vai agredir seu filho. Embora se esforce muito, não consegue se livrar dessa
ideia dolorosa e preocupante. Ela se recusa até a tocar em facas de cozinha e outros
utensílios pontiagudos, por ter medo de que possa utilizá-los como armas.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Se o TOC se torna grave, pode comprometer seriamente as atividades de uma


pessoa, tanto na vida familiar como na vida profissional (ou escolar, no caso de
adolescentes). Por isso, é importante conhecer mais sobre essa doença e os
tratamentos que são disponíveis no momento.

Este transtorno afeta cerca de 2% da população geral, o que significa que o


TOC é mais comum do que a Esquizofrenia e outras doenças mentais graves.

No entanto, acredita-se que este percentual seja um pouco maior, pois muitas
pessoas atormentadas pelo TOC, tentando esconder seus pensamentos e
comportamentos repetitivos, não procuram ajuda médica, o que leva os médicos a
subestimarem o número de pessoas com esta doença.
Principais Características do TOC

OBSESSÕES: São os pensamentos ou impulsos não desejados que retornem


repetidamente à mente da pessoa com TOC. Esses pensamentos são considerados
impostos e desagradáveis pela pessoa que os apresenta. Por isso mesmo produzem
ansiedade.

COMPULSÕES: São comportamentos repetitivos (rituais), que tendem a aliviar a


ansiedade gerada pelos pensamentos desagradáveis. Os comportamentos
compulsivos (compulsões) mais comuns são: de lavar as mãos, verificações
repetitivas, contagem e arrumações intermináveis. A realização desses rituais traz
algum alívio da ansiedade à pessoa com TOC, mas esse alívio é apenas temporário.

As pessoas com TOC, geralmente, têm considerável conhecimento do seu


problema. Entretanto, tal conhecimento não é suficiente para libertá-las de sua
doença.
Muitos são capazes de controlar seus sintomas obsessivo-compulsivos quando
estão no trabalho ou na escola. Porém, com o passar do tempo, a resistência pode
enfraquecer e, quando isso acontece, o TOC pode se tornar tão grave que longos
rituais passam a dominar a vida da pessoa, impossibilitando-a de continuar suas
atividades fora de casa.

As pessoas com TOC geralmente tentam esconder seu problema, ao invés de


procurar ajuda. Frequentemente, conseguem esconder muito bem seus sintomas
obsessivo-compulsivos dos amigos e colegas de trabalho. Uma infeliz consequência
disso é que as pessoas com TOC só recebem ajuda profissional muitos anos após o

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

início de sua doença. Nessa ocasião, os hábitos obsessivo-compulsivos podem estar


profundamente arraigados e muito difíceis de mudar.

O TOC aflige pessoas de todos os grupos étnicos. Tanto homens como


mulheres são afetados. Os sintomas se iniciam, caracteristicamente, durante a
adolescência ou no início da idade adulta.

Transtornos alimentares

Anorexia Nervosa
Esta doença é caracterizada por uma alteração profunda da imagem corporal
e pela busca obsessiva do emagrecimento podendo chegar à desnutrição. É mais
comum em mulheres do que em homens e geralmente começa na adolescência. A
pessoa tem um medo permanente de ficar obesa, mesmo quando está com o peso
muito abaixo do esperado. O transtorno é associado à desnutrição de gravidade
variável, resultando em alterações endócrinas e metabólicas e perturbações da
função corporal secundárias.

Embora não seja comum, a anorexia nervosa geralmente é uma doença


crônica associada à considerável morbidade e pode ter impacto devastador no
desenvolvimento do adolescente e do adulto jovem.
A evolução pode variar desde um único episódio com recuperação
psicológica e do peso corporal a reabilitação nutricional com recaídas, podendo
ocorrer em casos extremos a um curso sem remissão chegando à morte.

Cerca de 40% das pessoas com anorexia nervosa têm sintomas de bulimia
nervosa (ver a seguir). Algumas vezes os sintomas bulímicos precedem o início da
anorexia nervosa.

As pessoas anoréxicas são caracteristicamente desinteressadas no tratamento,


sendo muito difícil conseguir a sua confiança e cooperação, pois têm grande
dificuldade de admitir que o seu comportamento possa ter consequências perigosas.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

O tratamento farmacológico pode trazer bons resultados, sendo que os


antidepressivos são os medicamentos mais utilizados.

Bulimia Nervosa
Consiste em episódios de ingestão compulsiva e rápida de grande quantidade
de alimento, com pouco ou nenhum prazer, que são acompanhados por um
sentimento de perda de controle. Este episódio é interrompido por circunstâncias
sociais ou pelo desconforto físico (dor abdominal ou náusea) e geralmente é seguido
por sentimentos de culpa, tristeza ou auto depreciação. A pessoa também tem
episódios recorrentes de comportamento compensatório como induzir vômitos,
usar laxativos e diuréticos de forma abusiva e fazer exercícios físicos em excesso e
fazer jejum, na tentativa de prevenir o aumento do peso (a pessoa possui medo
mórbido de engordar).

O vômito auto induzido é extremamente comum, sendo encontrado em


até 95% das vítimas, provavelmente pelo seu efeito de redução imediata da
ansiedade. Aproximadamente 20% das vítimas obtêm, com o tempo, controle
voluntário do reflexo de vômito por meio de uma contração abdominal, não
necessitando mais induzi-lo.

A bulimia nervosa ocorre quase que exclusivamente em mulheres jovens.


Menos de 10% das vítimas são homens. O início dos sintomas se dá entre os 16 e os
19 anos, embora possa ocorrer na 3ª ou na 4ª década.

Transtorno do Estresse
Pós-Traumático
Este transtorno pode ocorrer em praticamente qualquer pessoa que tenha
sido exposta a uma situação traumática de natureza excepcionalmente ameaçadora
ou catastrófica, como por exemplo, desastres naturais, acidentes graves, tortura,
guerra, terrorismo, estupro, testemunhar morte violenta ou qualquer tipo de
calamidade.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Quanto maior a gravidade do evento, maior a chance da pessoa manifestar o


transtorno, porém a predisposição varia para cada indivíduo, o que faz com que
após um mesmo evento, algumas pessoas desenvolvam a doença e outras não.

Os sintomas da doença podem aparecer logo após o acontecimento (recebe


o nome de transtorno de estresse agudo) ou meses depois. A pessoa passa a ter
episódios de repetidas revivescências do trauma na forma de lembranças intrusas
(flash backs) ou em sonhos (pesadelos); fica alheia ao meio ambiente e tende a se
afastar das pessoas; passa a evitar situações ou atividades que lembrem o trauma; a
pessoa fica tensa, ansiosa e pode ter insônia, dificuldade de concentração,
irritabilidade e sensação de cansaço; pode haver depressão e uso de drogas
(principalmente álcool).

A preocupação e o envolvimento com o passado faz com que a pessoa


negligencie o presente, o que pode desestruturar sua carreira e relações pessoais
(casamento e amizades).

Esquizofrenia
É uma doença mental do grupo dos transtornos psicóticos que se caracteriza
por perturbações do pensamento (delírios e desorganização), da percepção
(alucinações) e da expressão emocional (embotamento e/ou inadequação afetiva).
Estas e outras manifestações psicóticas (ver a seguir) ocorrem com grande variedade
nos diferentes tipos de transtornos esquizofrênicos classificados atualmente.

No delírio há uma alteração do julgamento da realidade levando a crenças


falsas sobre a realidade externa, que não podem ser abaladas ou removidas por
argumentos lógicos. Por exemplo, quando uma pessoa pensa que está sendo
perseguida, que estão gravando suas conversas e filmando dentro de sua própria
casa ou envenenando sua comida. Mesmo que se vasculhe a sua casa e se prove
logicamente que não há possibilidade disto estar acontecendo, a pessoa não se
convence. É importante não confundir isto com o uso corriqueiro desta palavra,
como por exemplo, quando uma pessoa está delirante devido à febre alta. Neste
caso, o correto tecnicamente é falar em delirium (há alteração do nível de
consciência).

Na alucinação existe uma alteração em qualquer uma das modalidades


sensórias (audição, visão, olfato, tato e gustação). Existe uma falsa percepção que

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

não está associada a um estímulo externo real. Por exemplo, escutar vozes de
pessoas rindo, dando ordens ou xingando sem haver qualquer pessoa ao redor; ou
sentir o gosto de veneno em uma água insípida.
A esquizofrenia ocorre em todo o mundo, não havendo diferenças quanto
ao sexo, classes sociais, entre países desenvolvidos e não desenvolvidos, e entre áreas
urbana e rural. A prevalência está entre 1% e 1,5%. Apesar de acometer igualmente
os dois sexos, a idade de início no sexo masculino (entre 15 e 25 anos) é em média
um pouco inferior à do sexo feminino (entre 25 e 35 anos). O início antes dos 10 ou
após os 50 anos de idade é extremamente raro.

Há maior incidência da doença na família de pessoas com esquizofrenia, e


quanto mais próximo o parentesco, maior a probabilidade.
O tratamento dever ser feito regularmente por toda a vida, mesmo nos
momentos de melhora, para evitar recaídas. A agressividade não é uma
característica da doença. Pode ocorrer nos momentos de piora dos sintomas
psicóticos.

Depressão
A depressão não é apenas uma sensação de tristeza, de fraqueza ou de "baixo
astral".

É muito mais do que se sentir triste ou ficar de luto após uma perda, por
exemplo.

A depressão é uma doença de corpo como um todo (tanto como


hipertensão arterial, a diabetes ou as doenças cardíacas) que afeta o humor, os
pensamentos, a saúde e o comportamento.

Estima-se que 10% da população mundial sofram de uma doença depressiva


em algum período de sua vida.

O quadro clínico da depressão pode apresentar os seguintes sintomas:

 Tristeza persistente, ansiedade ou sensação de vazio;


 Sentimentos de culpa, inutilidade e desamparo;

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

 Insônia terminal (ocorre o despertar 3 a 4 horas da manhã) ou


excesso de sono;
 Perda de apetite e do peso, ou aumento do apetite e ganho de
peso;
 Fadiga e sensação de desânimo;
 Irritabilidade e inquietação;
 Dificuldade para concentrar-se e recordar;
 Dificuldades em tomar decisões;
 Sentimentos de desesperança e pessimismo;
 Ideias ou tentativas de suicídio;
 Dores crônicas que não correspondem aos tratamentos
convencionais;
 Perda de interesses por atividades que anteriormente
despertavam prazer, incluindo-se atividades profissionais, sexuais ou
mesmo lazer.

A depressão é consequência de um desequilíbrio de substâncias cerebrais


chamadas neurotransmissores, que são fundamentais na regulação do humor.

Em algumas famílias, a depressão costuma ocorrer de geração em geração.


Entretanto, pode por vezes, manifestar-se em indivíduos que não possuem história
de depressão familiar. Herdada ou não, a depressão maior está associada à redução
ou ao excesso de certas substâncias neuroquímicas (neurotransmissores).

A personalidade (constituição psicológica) também desempenha papel na


vulnerabilidade à depressão.

Pessoas com baixa autoestima que se veem sistematicamente com


pessimismo, ou que se deixam facilmente abater pelo estresse, são mais predispostas
à depressão. Fatores externos (ambientais) como dificuldades financeiras, doença
crônica, ou qualquer alteração indesejada na vida também podem desencadear um
episódio depressivo.

Assim, concluímos que, com frequência, a combinação de fatores genéticos,


psicológicos e ambientais está presente no aparecimento da doença depressiva.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Drogas
Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no
organismo modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de
determinadas plantas, de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafeína (do café),
a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC - tetrahidrocanabiol
(da maconha). As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso
técnicas especiais. O termo droga presta-se a várias interpretações, mas comumente
suscita a ideia de uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo,
modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento. As drogas
estão classificadas em três categorias: as estimulantes, os depressores e os
perturbadores das atividades mentais. O termo droga envolve os analgésicos,
estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e
substâncias voláteis. As psicotrópicas são as drogas que tem tropismo e afetam o
Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e o comportamento.
Essas drogas podem ser absorvidas de várias formas: por injeção, por inalação, via
oral, injeção intravenosa ou aplicadas via retal (supositório).

Intoxicação Aguda
É uma condição transitória seguindo-se a administração de álcool ou outra
substância psicoativa, resultando em perturbações no nível de consciência,
cognição, percepção, afeto ou comportamento, ou outras funções ou respostas
psicofisiológicas.

Uso Nocivo
É um padrão de uso de substância psicoativa que está causando dano à
saúde. O dano pode ser físico (como no caso de hepatite decorrente da
administração de drogas injetáveis) ou mental (ex. episódio depressivo secundário a
um grande consumo de álcool).

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Toxicomania
A toxicomania é um estado de intoxicação periódica ou crônica, nociva ao
indivíduo e à sociedade, determinada pelo consumo repetido de uma droga, (natural
ou sintética). Suas características são:

1 - irresistível desejo causado pela falta que obriga a continuar a usar


droga.

2 - tendência a aumentar a dose.

3 - dependência de ordem psíquica (psicológica), às vezes física


acerca dos efeitos das drogas.

Síndrome de Dependência
É um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos,
no qual o uso de uma substância ou uma classe de substâncias alcança uma
prioridade muito maior para um determinado indivíduo, do que outros
comportamentos que antes tinham mais valor.

Uma característica central da síndrome da dependência é o desejo


(frequentemente forte e algumas vezes irresistível) de consumir drogas psicoativas
as quais podem ou não terem sido prescritas por médicos.

Abstinência Narcótica
Independente de sexo ou idade, na gravidez ou não, sempre que se
suspendem de forma abrupta os narcóticos, poderá eclodir numa pessoa viciada
nestas drogas, uma sequência de sintomas que vão caracterizar a síndrome de
abstinência narcótica.

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As primeiras 4 horas de abstinência

 Ansiedade, comportamento de procura da droga

As primeiras 8 horas de abstinência

 Ansiedade, procura da droga, lacrimejamento, coriza intensa,


bocejos frequentes,

 sudorese excessiva, adinamia, fraqueza geral

As primeiras 12 horas de abstinência

 Ansiedade, procura da droga, lacrimejamento, coriza intensa,


bocejos frequentes, sudorese excessiva, adinamia, fraqueza geral, dilatação
das pupilas, tremores musculares, ondas de frio, ondas de calor, ereção dos
pelos cutâneos, dores ósseas, dores musculares

As primeiras 18-24 horas de abstinência

 Ansiedade, procura da droga, lacrimejamento, coriza intensa,


bocejos frequentes, sudorese excessiva, adinamia, fraqueza geral, dilatação
das pupilas, tremores musculares, ondas de frio, ondas de calor, ereção dos
pelos cutâneos, dores ósseas, dores musculares, insônia, náusea, vômitos,
muita inquietação, aumento da frequência respiratória, pulso rápido,
aumento da profundidade da respiração, aumento da pressão arterial,
hipertermia (febre), dor abdominal

As primeiras 24-36 horas de abstinência

 Ansiedade, procura da droga, lacrimejamento, coriza intensa,


bocejos frequentes, sudorese excessiva, adinamia, fraqueza geral, dilatação
das pupilas, tremores musculares, ondas de frio, ondas de calor, ereção dos
pelos cutâneos, dores ósseas, dores musculares, insônia, náusea, vômitos,
muita inquietação, aumento da frequência respiratória, pulso rápido,

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aumento da profundidade da respiração, aumento da pressão arterial,


hipertermia (febre), dor abdominal, diarreia, ejaculação espontânea, perda
de peso, orgasmo espontâneo, sinais de desidratação clínica, aumento dos
leucócitos sanguíneos, aumento da glicose sanguínea, acidose sanguínea,
distúrbio do metabolismo ácido-base.

Síndrome de abstinência no recém-nascido

 Costuma ocorrer após 48 horas do parto de uma gestante


viciada em narcóticos com as características:

Febre, tremor, irritabilidade, vômitos, hipertonicidade muscular, insuficiência


respiratória, convulsão, choro agudíssimo, muitas vezes pode ocorrer à morte do
recém-nascido

Barbitúricos
São os calmantes e sedativos, provocam alterações na capacidade de
raciocínio, concentração e coordenação motora.

Quando ingeridos em excesso, afetam as funções do sistema cárdio-


respiratório, podendo levar ao coma.

Enumerando-se os efeitos provocados pelo uso abusivo e indiscriminado dos


barbitúricos, temos:

 Dependência física (a administração repetida de barbitúricos


cria, no sistema nervoso central, um transtorno fisiológico que obriga à
continuação do consumo destas drogas para evitar o aparecimento da
síndrome de abstinência)
 Dependência psicológica (o viciado fica obcecado em obter os
barbitúricos, e persiste em usá-lo apesar do conhecimento prévio de que eles
são nocivos, física, psicológica e socialmente)
 Tolerância (são necessárias doses progressivamente maiores de
barbitúricos para se gerarem os mesmos efeitos iniciais)

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 Depressão do centro respiratório


 Depressão do sistema nervoso central (principalmente do
hipotálamo, sistema límbico, córtex cerebral)
 Depressão dos centros termorreguladores localizados no
hipotálamo
 Depressão dos centros vasomotores localizados na medula
 Redução do volume de urina, gerada por alterações
hemodinâmicas no rim e também pelo aumento da secreção do hormônio
antidiurético hipofisário.
 Interferência na liberação de neurotransmissores no sistema
nervoso central
 Sensação de anestesia
 Vertigem
 Potencialização dos efeitos do álcool e dos narcóticos
 Crise de soluço
 Sedação
 Redução da atividade motora
 Estimulação do sistema microssomial enzimático, aumentando
a velocidade de degradação de várias drogas

Ansiolíticos
São os tranquilizantes e relaxantes, e reduzem o estado de alerta. São
medicamentos quando receitadas e acompanhadas por médicos. Viram drogas ao
serem utilizadas por conta própria. Também ativam o Circuito de Recompensa,
liberando mais dopamina, o que reforça o consumo. Portanto, viciam.

Todos os Benzodiazepínicos de estimular os mecanismos no nosso cérebro


que normalmente combatem estados de tensão e ansiedade. Assim, quando, devido
as tensões do dia a dia ou por causas mais sérias, determinadas áreas do nosso
cérebro funcionam exageradamente resultado num estado de ansiedade, os
benzodiazepínicos exercem um efeito contrário, isto é, inibem os mecanismos que
estavam hiperfuncionantes e a pessoa fica mais tranquila como que desligada do
meio ambiente e dos estímulos externos.

Como consequência desta ação os ansiolíticos produzem uma depressão da


atividade do nosso cérebro que se caracteriza por:

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1) Diminuição de ansiedade;

2) Indução de sono;

3) Relaxamento muscular;

4) Redução do estado de alerta.

É importante notar que estes efeitos dos ansiolíticos benzodiazepínicos são


grandemente alimentados pelo álcool, e a mistura álcool + estas drogas pode levar
uma pessoa ao estado de coma. Além desses efeitos principais os ansiolíticos
dificultam os processos de aprendizagem e memória, o que é, evidentemente,
bastante prejudicial para as pessoas que habitualmente utilizam-se destas drogas.

Finalmente, é importante ainda lembrar que estas drogas também


prejudicam em partes nossas funções psicomotoras, prejudicando atividades como
dirigir automóveis, aumentando a probabilidade de acidentes.

Os benzodiazepínicos quando usados por alguns meses seguidos podem


levar as pessoas a um estado de dependência. Como consequência, sem a droga o
dependente passa a sentir muita irritabilidade, insônia excessiva, sudorese excessiva,
dor pelo corpo todo podendo, nos casos extremos, apresentar convulsões. Se a dose
tomada já é grande desde o início a dependência ocorre mais rapidamente ainda. Há
também desenvolvimento de tolerância, embora esta não seja muito acentuada, isto
é a pessoa acostumada à droga não precisa aumentar de muitas vezes a dose para
obter o efeito inicial.

Inalantes
É a famosa cola de sapateiro. Produz sensação de euforia e excitação,
perturbações auditivas, visuais e até alucinações. A aspiração repetida do solvente
pode resultar na destruição de neurônios, provocando perda de reflexos, dificuldade
de concentração e déficit de memória.

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A maioria dos inalantes deprime o sistema nervoso central (SNC) com


efeitos agudos muito semelhantes aos do álcool. Na verdade, muitos usuários de
inalantes usam simultaneamente outras drogas, especialmente o álcool. Os efeitos
sedativos combinados aos do álcool podem causar morte súbita.

Os sintomas agudos do abuso de inalantes começam com a desinibição, que


pode surgir com a excitação, seguida de falta de coordenação, vertigem,
desorientação e, então, fraqueza muscular, às vezes alucinações e certamente coma e
morte. A morte pode ocorrer cedo e rápido com o abuso de alguns inalantes que
causam distúrbios no ritmo cardíaco. Isto é chamado de síndrome da morte súbita
por inalação (SSD). Os efeitos no coração são mais prováveis se os níveis de
adrenalina forem aumentados através de corrida, excitação ou medo, por exemplo.
Pode ocorrer morte por asfixia se o inalante for aspirado de um recipiente fechado.
O vapor dos inalantes toma o lugar do oxigênio no recipiente e nos pulmões. A
falta de oxigênio não é detectada pelo cérebro durante a intoxicação devido aos
crescentes efeitos sedativos do inalante. No caso de sobrevivência do usuário,
podem ocorrer danos cerebrais permanentes.

Nitritos, como o amil nitrito são exceções entre os inalantes porque eles
não deprimem o sistema nervoso central. Eles relaxam os vasos sanguíneos e
baixam a pressão sanguínea, causando leves torturas e vertigens, que podem ser
sentidas como um "barato" por alguns, mas a principal razão para o uso dos
nitritos é a sua pretensa capacidade de aumentar o prazer sexual.
O contato crônico com alguns inalantes pode danificar os rins e o fígado e
reduzir suas funções. Se isto acontecer, o corpo fica menos apto para se livrar das
toxinas ou produtos do metabolismo (talvez até do próprio inalante).

Lança-Perfume
Antigamente o lança-perfume era a coqueluche dos salões - até mesmo as
crianças ganhavam tubinhos para se divertirem nos bailes. Hoje em dia é
considerado entorpecente pela vigilância sanitária, e seu uso é crime. Com
fabricação proibida no Brasil, ele aparece por ocasião do carnaval, contrabandeado
de outros países sul-americanos, como Argentina, Paraguai , Uruguai e etc., pois lá
seu consumo não é considerado crime.

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No Brasil é a droga mais usada pelos adolescentes, depois do Álcool. A


primeira experiência geralmente ocorre em casa , segundo a já citada pesquisa do
Cebrid. Como o acesso é fácil, o adolescente começa inalando esmaltes, acetona e
removedores.

Uma cheirada profunda com a boca em um pedaço de tecido embebido pelo


solvente, ou no próprio tubo. Imediatamente uma sensação de euforia e excitação,
uma incontrolável dificuldade de se entender o que estão falando ao seu redor,
seguido de um barulhinho constante, semelhante a um apito. O início do efeito,
após a aspiração, é bastante rápido, normalmente de segundos a minutos (em, no
máximo de 5 a20 minutos já desapareceu); assim o usuário repete as aspirações
várias vezes para que as sensações durem mais tempo. Passado o efeito, vem uma
ressaca, eventualmente semelhante a do álcool.

Os efeitos os solventes vão desde um estimulo inicial, com muita excitação e


aceleração das batidas cardíacas, até uma depressão, podendo também surgir
processos alucinatórios. Eles afetam a respiração, causando a sensação de
estrangulamento e asfixia. Dor de cabeça também é um sintoma comum. Vários
autores dizem que os efeitos dos solventes (qualquer que sejam) lembram aqueles do
álcool sendo, entretanto, que este último não produz alucinações. Depois o sistema
nervoso central pode sofrer uma sobrecarga que leva a pessoa a desmaiar ou ate
entrando em coma, é o chamado "Teto".

Os solventes tornam o coração humano mais sensível a adrenalina, que faz a


frequência cardíaca aumentar. Esta adrenalina é liberada toda vez que o corpo
humano tem que exercer um esforço extra, por exemplo, correr, praticar certos
esportes, pular de paraquedas etc.

Assim, se uma pessoa inala um solvente e logo depois faz esforço físico, o
seu coração pode sofrer, pois ele está muito mais sensível à adrenalina liberada por
causa do esforço, podendo levar a morte por síncope cardíaca.
Uma versão do lança- perfume é um produto muito conhecido pelos
adolescentes, é o "cheirinho" ou "loló" ou ainda " cheirinho da loló". Este é um
preparado clandestino, à base de clorofórmio mais éter.

Mas sabe-se que quando estes "fabricantes" não encontram uma daquelas
duas substâncias misturam qualquer outra coisa em substituição, o que traz
complicações quando se tem casos de intoxicação aguda por esta mistura.

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Um outro inalante do gênero é poppers. Vendido em sex shops europeus, e


com a propriedade de aguçar a excitação, é usado principalmente por gays que o
aspiram no momento do orgasmo. É raro no Brasil.

São vários os tipos de inalantes, os mais simples e baratos são os mais


utilizados, e podem ser: gasolina, adesivos, fluido para isqueiro, acetona, cola de
sapateiro, massa plástica clorofórmio, lança perfume ,éter, spray para cabelos e
desodorantes.

Cogumelos
Amanita muscaria

Empregados como alucinógenos há milhares de anos, os cogumelos


apresentam muitas variedades. O tipo Amanita muscaria, também conhecido como
"agário das moscas" porque o seu sumo atordoa as moscas por ele atraídas, é
familiar à maioria das pessoas como cogumelo decorativo. Ele possui um "chapéu"
em forma de guarda-chuva vermelho com bolinhas brancas e um caule branco com
uma base em forma de xícara. Dois alucinógenos muito proximamente
relacionados, o muscimol e o ácido ibotênico são encontrados no Amanita
muscaria; ambos estimulam os receptores do neurotransmissor GABA no sistema
nervoso central. Os primeiros efeitos do cogumelo Amanita são desorientação, falta
de coordenação e sono, enquanto que os efeitos posteriores incluem euforia intensa,
distorção da noção de tempo, alucinações visuais intensas e alterações de humor
que podem incluir fúria. No caso de doses altas podem ocorrer efeitos tóxicos. O
cogumelo A.muscaria em si é menos tóxico do que outros do gênero Amanita, que
são altamente venenosos e até letais.

Psilocybe cubensis

Dentro do grupo Amanita existem variedades venenosas, mas raramente


fatais por causa da toxina muscarina, de ação imediata: ela estimula os receptores de
acetilcolina, situados no cérebro e nos sistema nervoso periférico. Sua intoxicação
provoca salivação, lacrimejamento, perda de controle da urina e das fezes. Podem
ainda ocorrer contração pupilar, cólicas, náuseas, vômitos e queda do ritmo
cardíaco e da pressão arterial.

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O gênero Psilocybe traz os alucinógenos psilosibin, quimicamente


semelhantes à serotonina e ao LSD. Podem provocar euforia, náusea, sonolência,
visão obscura, pupilas dilatadas, aumento de percepção de cores, de contornos,
formas e imagens. Outras reações comuns são forte ansiedade e angústia, com
imagens extraordinárias e assustadoras. Os efeitos podem passar em três horas, mas
cria-se rapidamente a tolerância.

Cocaína
É uma das drogas ilegais mais consumidas no mundo.

A cocaína é um psicotrópico, pois age no Sistema Nervoso Central.

Há dois tipos de envenenamento pela cocaína: um caracterizado pelo


colapso circulatório e, o outro, pela intoxicação do Sistema Nervoso Central.

A respiração, primeiro é estimulada e, depois decai. A morte advém devido


ao colapso cardíaco.

As alucinações cocaínicas são terríveis: no início, um pouco de prazer, mas


com o decorrer do tempo, o usuário pode ouvir zumbidos de insetos, queixando-se
de desagradável cheiro de carrapatos; sente pequenos animais imaginários, como
vermes e piolho, rastejando embaixo de sua pele, e as coceiras ou comichões quase
o levam à loucura. Nos casos agudos de intoxicação, pode haver perfuração do
septo nasal, quando a droga é aspirada ou friccionada nas narinas; e queda dos
dentes, quando a fricção for nas gengivas.

A maneira como a cocaína é usada pode ter influência nos efeitos. Quanto
mais rápido a cocaína é absorvida e enviada para o cérebro, maior será a euforia
experimentada. O reforço do próprio uso e a possibilidade de efeitos colaterais
também são maiores.

Mascar folhas de cocaína devagar e continuamente. As folhas de coca


apresentam apenas o equivalente a 1% do seu peso de cocaína, portanto são
engolidas quantidades relativamente pequenas ao mascar. Estes fatores contribuem
para manter níveis baixos de cocaína no sangue e, portanto, significativamente
menos euforia do que a obtida com a cocaína através de outras formas.

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A cocaína extraída das folhas e purificada como um sal (hidroclorido).


Nesta forma, a cocaína pode ser absorvida por inalação e pode ser injetada. A
inalação produz níveis rápidos e também declives rápidos. Os níveis de cocaína no
cérebro, suficientes para surtir efeitos, são atingidos de 3 a 5 minutos. Os efeitos da
injeção intravenosa são ainda mais rápidos, menos de um minuto.

Fumar produz efeitos em um tempo mais curto ainda do que o da injeção


intravenosa, normalmente abaixo de 10 segundos. Duas formas de base para a
cocaína têm sido usadas para fumar - "freebase" e "crack". Estas formas são
quimicamente idênticas, mas são preparadas de forma diferente. "Freebase" refere-
se a base isolada em éter depois de tratada com sal dissolvido em água com amônia.
O éter é evaporado para obter uma droga muito pura e sólida. "Crack" refere-se à
forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um
tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços
grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos
estouram ou racham (crack) como diz o nome.

Maconha
É a droga de entrada para consumo das outras drogas. Barata e de fácil
acesso, o seu uso continuado interfere na aprendizagem, memorização e na
fertilidade. É uma combinação de flores e folhas da planta conhecida como
Cannabis sativa, e pode ser verde, marrom ou cinza.

Causa vermelhidão nos olhos, boca seca, taquicardia; angústia e medo para
uns, calma e relaxamento para outros.

Vício mundial, a maconha é usada comendo-a, mascando-a, fumando-a;


aspirando-a sob a forma de rapé, ou engolindo-a.

No Brasil, ela é mais usada e, seu emprego é mais comum sob a forma de
"cigarros", que apresentam vários nomes, como: fininho, baseado, dólar, beck e
pacau.

Há cachimbos especiais para fumantes, e são conhecidos, em alguns países


como "josie" e, outros, "narguilé".

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Existe um cachimbo que filtra a fumaça com água que é conhecido em


inglês como "bong". Algumas pessoas misturam a maconha com a comida e
também é usada em forma de chá.

A maconha é considerada um alucinógeno, isto é, faz o cérebro funcionar


de forma desconcertante e fora do normal e seu princípio ativo é o delta nove
tetrahidrocanabiol (THC). O THC produz vários efeitos: avermelhamento da
conjuntiva dos olhos (olhos injetados), redução da imunidade pela queda dos
glóbulos brancos, sinusite crônica, faringite , constrição das vias aéreas, atua sobre o
equilíbrio, movimentos e memória.

A potência da droga é medida de acordo com a quantidade média de THC


encontrada nas amostras de maconha confiscadas pelas agências policiais.
A maconha comum contem uma média de 3% de THC.

A variedade “sinsemilla” (sem semente, que só contem botões e as flores da


planta fêmea) tem uma média de 7.5% de THC, mas pode chegar a ter até 24%.

O haxixe (a resina gomosa das flores das plantas fêmeas) tem uma média de
3.6%,mas pode chegar a ter até 28%.

A maconha cultivada por hidroponia, conhecida popularmente como


SKANK pode ter até 35% de THC.· O óleo de haxixe, um líquido resinoso e
espesso que se destila do haxixe, tem em média de 16% de THC, mas pode chegar a
ter até 43%. Não cria a dependência física, mas a psicológica. Dependendo da
personalidade do usuário, pode ser brutal; logo se retirada imediatamente, a saúde
não correrá nenhum risco, porém, a força de vontade da vítima tem de ser grande,
exatamente para vencer sua necessidade psíquica de buscar a maconha.

Heroína
É produzida a partir de uma modificação química da morfina, que deriva do
ópio.

A heroína determina dependência física e psíquica, isto é, a sua retirada vai


determinar a "síndrome de abstinência".

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A droga é totalmente clandestina, não tendo nenhuma aplicação médica nos


dias de hoje, pois os Estados Unidos proibiram sua importação.

É usada pelas narinas, ou por meio de injeções.

A droga exige adição, isto é, o viciado, para obter os mesmos efeitos, vai
necessitar, cada vez, de doses maiores, em intervalos menores.

As manifestações físicas provocadas pela falta da heroína são náuseas,


vômitos, pupilas dilatadas, sensibilidade à luz, elevação da pressão sanguínea e da
temperatura, dores em todo o corpo, insônia, crises de choro, tremores e diarreia.
A dependência física é grande, isto é, o corpo passa a necessitar da droga para o seu
funcionamento celular normal.

Provoca um estado de torpor e calmaria, fundindo fantasia e realidade. Pode


causar surdez, cegueira, delírios, depressão respiratória e cardíaca, podendo levar ao
coma.

Os efeitos da heroína:

 Imita a química natural do sistema nervoso,


assemelhando-se à endomorfina (neurotransmissor)
 A overdose da heroína pode provocar lesão cerebral
 Aumenta a sensação de bem-estar
 Estimula as células nervosas
 Provoca intensa euforia
 Provoca sono
 Resulta em sonhos intensos
 Gera sensação de paz e de fuga da realidade
 Provoca reações alérgicas na pele, com coceira
 Produz efeitos tranquilizantes
 Provoca bradicardia
 Diminui a frequência respiratória
 Provoca queda da pressão sanguínea
 Relaxa os músculos
 Provoca lentidão nos reflexos

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 Provoca dificuldades na fala


 Resulta em contração das pupilas
 Provoca rubor nas faces
 Diminui a libido e as relações sexuais se tornam raras
 Gera dificuldade na ereção
 Resulta em desorganização da vida escolar, familiar,
afetiva e no trabalho
 Gera o descuido com a higiene e a aparência
 Provoca a diminuição da autoestima

Merla
A merla é um subproduto da cocaína. É obtida das folhas de coca às quais se
adicionam alguns produtos como ácido sulfúrico, querosene, cal virgem, etc.,
transformando-se num produto de consistência pastosa com uma concentração
variável entre 40 a 70% de cocaína. 1 Kg de cocaína chega a produzir 3 Kg de merla.
Pode ser fumada pura ou misturada ao tabaco comum, ou à maconha (bazuca).
Possui a cor amarelo pálido a mais escuro quando vai envelhecendo.

É uma droga altamente perigosa, que causa dependência física e psíquica,


além de provocar danos, as vezes irreversíveis ao organismo.

Sua absorção normalmente é muito grande através da mucosa pulmonar e


seu efeito é excitante do Sistema Nervoso Central. Sua atuação é semelhante a da
cocaína, causa euforia, aumento de energia, diminuição da fadiga, do sono, do
apetite, ocasionando perda de peso e psicose tóxica (alucinações, delírios, confusão
mental). Devido aos resíduos dos ácidos solventes, os usuários poderão apresentar
casos de fibrose (endurecimento pulmonar).

Durante o uso podem ocorrer convulsões e perda da consciência. As


convulsões podem levar a parada respiratória, coma, ou parada cardíaca e,
obviamente, à morte.

O usuário comumente apresenta as extremidades dos dedos amareladas.


Pode evidenciar lacrimejamento, olhos avermelhados, irritados, respiração difícil,

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tremores das mãos, muita inquietação e irritabilidade. A longo prazo, perda dos
dentes causado pelo ácido de bateria usado na mistura.

Passado a euforia provocada pelo uso, surgem efeitos como alucinações,


depressão, sensação de medo e paranoia de perseguição, por isso a merla é também
chamada pelos usuários de "nóia", gíria derivada da palavra paranoia. Essas
sensações continuadas podem, em alguns casos, levar ao suicídio.

Somatório dos princípios do crack, dos inalantes e de outros produtos


químicos altamente tóxicos e viciantes usados na sua fabricação, a merla aciona o
Circuito de recompensa, libera neurotransmissores e exaure os neurônios.

Os efeitos duram cerca de quinze minutos. "A primeira sensação é de bem-


estar.

Seu uso é ainda mais difícil de disfarçar, por ser ela muito mais atuante no
organismo do que o crack. Uma de suas características é o cheiro que o corpo exala
na eliminação (pela transpiração intensa) dos produtos químicos adicionados
durante o preparo da droga. Os usuários cheiram a querosene, gasolina, benzina e
éter.

O fato de ser consumida por 80% de rapazes e por 20% de mulheres entre
16 e 18 anos facilita sua identificação.

Os usuários de merla rapidamente entram para a delinquência: 68,7%


roubavam para sustentar o vício e 17% se envolveram com o tráfico para comprar a
droga. Não bastasse tudo isso, o sofrimento é tão grande que 20,5% dos usuários
tentaram o suicídio para fugir à Síndrome de Abstinência ou à depressão causada
pelo uso contínuo.

Anfetaminas
Anfetaminismo, ou anfetominomania é o que pode contrair quem abusar
das anfetaminas psicotômicas para: emagrecimento, maior energia física, resistência
à fadiga, combate às prostrações alcoólicas, obtenção de euforia, resistência ao sono,
estado de deliberação própria para a prática de atos ilícitos, simulação de estado
mórbido, simulação de suicídio e melhores resultados nos esportes .

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O hábito é perigoso, porque acostuma a pessoa a buscar, através de drogas,


sensações novas; e para se chegar aos demais tóxicos é questão de tempo e
oportunidade.

Os dependentes, geralmente iniciam por via oral, mas depois passam para
"os picos", ou seja, injeções na veia, que vão proporcionar um efeito mais rápido e,
também mais rápida degradação física, moral e psíquica.

As anfetaminas tiram o sono e o apetite, dando ao viciado um estado de


constante vigília e desnutrição, além de sensação de ansiedade para busca de nova
dose. Com o decorrer do tempo estabelece-se uma sensação de perseguição do tipo
paranoico, e o usuário julga-se seguido, acompanhado, com medo e exausto.

A internação é necessária, pois são raros os casos em que a recaída não


advém. O seu uso deve ser controlado pelo médico, como nos casos de regime
alimentar; e o período de uso não deve ultrapassar 8 e 12 semanas, para que a
dependência não se instale.

LSD e Ecstasy
São drogas sintéticas, e provocam distorções sérias no funcionamento
cerebral; o usuário sente-se um "super-homem", incapaz de avaliar situações de
perigo; ilusões, alucinações e desorientação têmporo-espacial são comuns.

Destacamos algumas reações do uso agudo ou crônico do LSD:

 Alteração das percepções visual, gustativa, tátil,


auditiva e olfativa
 Sensação anormalmente estranha de perda do limite
entre o espaço e o corpo
 Sensação de que os sons podem ser vistos
 Sensação de pânico e medo
 Apreensão constante
 Reações psicóticas representadas por alucinações,
delírio

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 Sensação simultânea de relaxamento e tensão, alegria e


tristeza
 Sensação paranoide de poder voar
 Morte acidental
 Aparecimento de surtos de esquizofrenia
 Distúrbio da memória, reflexos exaltados
 Tremores corporais
 Náuseas, tonteira
 Parestesia (sensação de formigamento, arranhamento ou
queimação da pele)
 Distúrbios visuais
 Perda do controle dos pensamentos
 Aumento da glicose no sangue e da frequência cardíaca
 Elevação da pressão arterial e convulsão

O LSD é solúvel em água, pode ser rapidamente absorvido depois de


administrado oralmente e é eficaz em quantidades notavelmente pequenas. Uma
dose média de 25 microgramas pode produzir efeitos significativos durante 10 a 12
horas. Sua potência é impressionante (300 mil vezes mais ativa que a maconha),
porque o tecido cerebral mantém uma baixíssima concentração de LSD em relação
a qualquer outro tecido do corpo, durante todo o tempo posterior a ingestão da
droga.

A tolerância ao LSD ultrapassa a maioria dos outros alucinógenos,


incluindo os derivados de anfetamina alucinógena e a mescalina; mas não se estende
à maconha. Os usuários de LSD, portanto, repetem as doses após longos intervalos
e não o substituem nem o administram simultaneamente com outros alucinógenos.

Crack
Leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação; respiração
e batimentos cardíacos acelerados, seguido de depressão, delírio e "fissura" por
novas doses. "Crack" refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução
de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de

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sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm


bicarbonato. Os últimos estouram ou racham (crack) como diz o nome.

Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais
cruel e mortífero do que ela. Possui um poder avassalador para desestruturar a
personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência
psicológica. Assim como a cocaína, não causa dependência física, o corpo não
sinaliza a carência da droga.
As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como o
estalo, um relâmpago, o "tuim", na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já
não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de
180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura,
alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte.

O pulmão se fragmenta. Problemas respiratórios como congestão nasal,


tosse insistente e expectoração de mucos negros indicam os danos sofridos.

Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração,


palidez e nervosismo atormentam o craqueiro. Outros sinais importantes são
euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas,
aumento de pressão arterial e transpiração intensa. São comuns queimaduras nos
lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro no cachimbo,
no qual a pedra é fumada.

O crack induz a abortos e nascimentos prematuros. Os bebês sobreviventes


apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz.
Demoram mais para falar, andar e ir ao banheiro sozinhos e têm imensa dificuldade
de aprendizado.

Ópio
Mais conhecida como "papoula" é um suco resinoso, coagulado, o látex
leitoso da planta dormideira, extraído por incisão feita na cápsula da planta, depois
da floração.

O Ópio tem um cheiro típico, que é desagradável. Manifesta-se,


especialmente, com o calor. Seu sabor é amargo e um pouco acre, sendo castanha a

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sua cor. Os principais alcaloides do ópio são: a morfina (10%), a codeína, a tebaína,
a papaverina, a narcotina e a narceína.

Sua ação apresenta-se em duas formas:

1. alcaloide de ação deprimente: morfina, codeína, papaverina.


narcotina e narceína.

 influência no córtex cerebral - morfina;


 influência no sistema respiratório - codeína;
 antiespasmódicos e paralisantes das fibras
musculares dos órgãos de musculatura involuntária
(estômago, por exemplo) - papaverina, narcotina e narceína.
2. alcaloides de ação excitantes - laudanosina e tebaína.

O número de viciados, no Brasil, é pequeno.

Para se fumar o ópio, utiliza-se um cachimbo especial, com uma haste de


bambu e um fornilho de barro, e os seus adeptos seguem um verdadeiro ritual.
Pode ser utilizado ainda, como comprimido, supositórios, etc.

Causa, a longo prazo, irritabilidade crescente e lenta deterioração


intelectual, com declínio marcante dos hábitos sociais.

Quanto aos aspectos físicos, os viciados ficam magros e com cor amarela,
diminuindo, ainda, sua resistência às infecções.
A crise de abstinência pode começar dentro de aproximadamente, doze
horas, apresentando-se de várias formas, indo desde bocejos até diarreias, passando
por piorreia, lacrimação, suores, falta de apetite, pele com arrepios, tremores,
cãibras abdominais e insônia ou, ainda, inquietação e vômitos.

Os opiáceos determinam violenta dependência física e psíquica, podendo-se


dizer que a escravidão do viciado é total, deixando-o totalmente inutilizado para si,
para a família e para a sociedade, pois a droga passa a agir quimicamente em seu
corpo, de forma que a retirada brusca da droga pode ocasionar até a morte.

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Anabolizantes
Os esteroides anabolizantes, mais conhecidos apenas com o nome de
anabolizantes, são drogas relacionadas ao hormônio masculino Testosterona
fabricado pelos testículos. Os anabolizantes possuem vários usos clínicos, nos quais
sua função principal é a reposição da testosterona nos casos em que, por algum
motivo patológico, tenha ocorrido um déficit.

Além desse uso médico, eles têm a propriedade de aumentar os músculos e


por esse motivo são muito procurados por atletas ou pessoas que querem melhorar
a performance e a aparência física. Segundo especialistas, o problema do abuso
dessas drogas não está com o atleta consagrado, mas com aquela "pessoa pequena
que é infeliz em ser pequena". Esse uso estético não é médico, portanto é ilegal e
ainda acarreta problemas à saúde.

Os esteroides anabolizantes podem ser tomados na forma de comprimidos


ou injeções e seu uso ilícito pode levar o usuário a utilizar centenas de doses a mais
do que aquela recomendada pelo médico. Frequentemente, combinam diferentes
esteroides entre si para aumentar a sua efetividade. Outra forma de uso dessas
drogas, é toma-las durante 6 a 12 semanas, ou mais e depois parar por várias
semanas e recomeçar novamente.

No Brasil não se tem estimativa deste uso ilícito, mas sabe-se que o
consumidor preferencial está entre 18 a 34 anos de idade e em geral é do sexo
masculino.

No comércio brasileiro, os principais medicamentos à base dessas drogas e


utilizados com fins ilícitos são: Androxon® Durateston®, Deca-Durabolin®. Porém,
além desses, existem dezenas de outros produtos que entram ilegalmente no país e
são vendidos em academias e farmácias. Muitas das substâncias vendidas como
anabolizantes são falsificadas e acondicionadas em ampolas não esterilizadas, ou
misturadas a outras drogas.

Alguns usuários chegam a utilizar produtos veterinários à base de esteroides,


sobre os quais não se tem nenhuma ideia sobre os riscos do uso em humanos.

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Efeitos adversos

Alguns dos principais efeitos do abuso dos esteroides anabolizantes são:


tremores, acne severa, retenção de líquidos, dores nas juntas, aumento da pressão
sanguínea, DHL baixo (a forma boa do colesterol), icterícia e tumores no fígado.
Além desses, aqueles que se injetam ainda correm o perigo de compartilhar seringas
e contaminar-se com o vírus da AIDS ou hepatite.

Outros efeitos

Além dos efeitos mencionados, outros também graves podem ocorrer:

No homem: os testículos diminuem de tamanho, a contagem de


espermatozoides é reduzida, impotência, infertilidade, calvície, desenvolvimento de
mamas, dificuldade ou dor para urinar e aumento da próstata.

Na mulher: crescimento de pelos faciais, alterações ou ausência de ciclo


menstrual, aumento do clitóris, voz grossa, diminuição de seios.

No adolescente: maturação esquelética prematura, puberdade acelerada


levando a um crescimento raquítico.

O abuso de anabolizantes pode causar ainda uma variação de humor


incluindo agressividade e raiva incontroláveis que podem levar a episódios
violentos. Esses efeitos são associados ao número de doses semanais utilizadas pelos
usuários.

Usuários, frequentemente, tornam-se clinicamente deprimidos quando param de tomar a droga. Um sintoma de síndrome de
abstinência que pode contribuir para a dependência.

Ainda podem experimentar um ciúme patológico, extrema irritabilidade,


ilusões, podendo ter uma distorção de julgamento em relação a sentimentos de
invencibilidade, distração, confusão mental e esquecimentos.

Atletas, treinadores físicos e mesmo médicos relatam que os anabolizantes


aumentam significantemente a massa muscular, força e resistência. Apesar dessas
afirmações, até o momento não existe nenhum estudo científico que comprove que
essas drogas melhoram a capacidade cardiovascular, agilidade, destreza ou
performance física.

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Devido a todos esses efeitos o Comitê Olímpico Internacional colocou 20


esteroides anabolizantes e compostos relacionados a eles, como drogas banidas,
ficando o atleta que fizer uso deles sujeito a duras penas.

Os principais esteroides anabolizantes são: oximetolona, metandriol,


donazol, fluoximetil testosterona, mesterolona, metil testosterona, sendo os mais
utilizados no Brasil a Testosterona e Nandrolona.

Fobias
É um grupo de transtornos no qual a ansiedade é evocada
predominantemente por certas situações ou objetos bem definidos, os quais não são
considerados perigosos.

Essas situações ou objetos são caracteristicamente evitados ou suportados


com extremo sofrimento.

A ansiedade pode variar de um desconforto até uma sensação de pavor, que


não é aliviada pelo reconhecimento de que outras pessoas não consideram a
situação em questão como perigosa ou ameaçadora. A perspectiva de passar pela
situação fóbica geralmente gera ansiedade antecipatória.

Tipos

 ACROFOBIA (medo de lugares elevados, altura)


 AEROFOBIA (medo do ar)
 HIDROFOBIA (medo da água)
 AGORAFOBIA (medo de lugares e situações públicas)
 FELINOFOBIA (medo de gatos)
 ARACNOFOBIA (medo de aranhas)
 ASTROFOBIA (medo de relâmpagos)
 BACTEROFOBIA (medo de germes)
 BRONTOFOBIA (medo de trovões)
 CINOFOBIA (medo de cães)

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 CLAUSTROFOBIA (medo de lugares fechados)


 ENTOMOFOBIA (medo de insetos)
 EQUINOFOBIA (medo de cavalos)
 HEMATOFOBIA (medo de sangue)
 HERPETOFOBIA (medo de répteis)
 MISOFOBIA (medo de sujeira, contaminação)
 NICTOFOBIA (medo de noite, escuridão)
 LOFIDOFOBIA (medo de cobras)
 PIROFOBIA (medo de fogo)
 XENOFOBIA (medo de estranhos)
 ZOOFOBIA (medo de animais)

Vítima violenta
Numerosas situações de atendimento colocam o bombeiro frente a uma
vítima agitada ou com comportamento potencialmente destrutivo.

Devemos manter sempre a brevidade no atendimento a vítima, entretanto,


uma vítima agitada ou potencialmente violenta em um serviço de emergência cria
situações que podem levar a uma desorganização completa do atendimento, além de
despertar reações na equipe prejudiciais à avaliação da vítima.

Como medida geral são dois os sentimentos que o bombeiro não deve
sentir: Medo e raiva. O procedimento deve ser coerente visando sempre a segurança
da guranição e da vítima.

Princípios gerais

O ideal seria que a vítima passasse por um rápido processo de revista, a


procura de armas ou objetos potencialmente perigosos. Não é demais lembrar que
o porte de armas brancas ou de fogo vem se tornando cada vez mais comum na
população em geral.

O profissional envolvido no atendimento deve se sentir seguro para uma


primeira aproximação. Atenção aos próprios sentimentos, bem como à regra "não
banque o herói" devem nortear a escolha das primeiras medidas.

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É necessário Ter atenção redobrada na viatura. Afaste tesouras e outros


objetos que possam ferir os membros da guarnição e a própria vítima.

É importante obter maior número de informações junto a todas as fontes


disponíveis, familiares, conhecidos, acompanhantes, policiais ou populares.
Perguntar sobre antecedentes de doença ou tratamento psiquiátrico, uso de drogas
ou álcool, sinais de doença física e outras circunstâncias que precederam a
ocorrência. Deve-se Ter em mente durante atendimento ou transporte que a vítima
tenha que ser contida pela guarnição.

Considere sempre a possibilidade de consumo de substância psicoativa ou


doenças psiquiátricas.

Nos casos em que outras medidas não se impõem pela gravidade dos
sintomas, e respeitadas as condições de redução de riscos, a abordagem verbal deve
ser sempre a primeira escolha com objetivo de colher informações, avaliar o estado
mental e, nos casos indicados, será a única intervenção adotada.

Deixar que a vítima fale numa atmosfera de aceitação e tolerância, sem


confrontação ou recomendações que possam ser sentidas como provocação, e
manter uma atitude empática, geralmente favorecem um alívio da pressão dos
impulsos e promovem maior colaboração da vítima.

Contenção física

Vítimas extremamente agitadas ou descontrolados podem precisar de


contenção física com a finalidade de evitar danos à integridade física da equipe, ou
de si próprios, além de danos materiais.

Se a medida é inevitável, a guarnição deve se aproximar simultaneamente da


vítima e proceder à contenção na prancha rígida com faixas e material apropriado.
Cada membro é preso à prancha por ataduras. Se a vítima estiver cuspindo um
lençol ou compressa sobre parte do rosto deverá ser o suficiente

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Suicídio
Motivações profundas

As pessoas estão esgotadas emocionalmente pela falta de sentimentos, pela


frieza, pela insensibilidade delas próprias e daqueles com os quais convivem.

Todos estão cansados de "deixar o barco correr", de "tirar o time de campo"


para não serem esmagados pelos adversários, de "manter a cabeça fria".

Já não podem mais abafar os próprios sentimentos. Elas como nós,


aprenderam a "desligar" a capacidade de sentir, para sobreviver em um mundo
caracterizado pelo ruído, pela enxurrada de palavras das máquinas de comunicação,
o rádio, a TV e o jornal.

Aprendemos a nos recolher dentro de nós próprios para fugir ao excesso de


exigências da publicidade, da indústria e dos artigos fabricados em série.

Estas pessoas vão em busca de alguém com quem possam realmente ser elas
mesmas.

Muitas vezes só resta a violência contra os outros ou elas próprias como


única forma de comunicar os seus sentimentos.

Nem todos conseguem sobreviver na solidão do seu próprio mundo onde se


refugiam nesse esforço de fugir ao peso esmagador das exigências da vida objetiva.

Muitas vezes esse mundo interior seca, o sentimento diminui, e surge o


vazio angustiante e desesperador.

O principal problema do homem na atualidade é o vazio interior e a


solidão. Eles surgem sempre quando estacionamos em nós mesmos, quando não
caminhamos em direção a coisa alguma, quando não agimos positivamente para dar
e receber do mundo o que nos é necessário.
Surgem então o desespero, a angústia e o desejo de destruição do outro ou
de nós próprios.

O gesto de vir em nossa direção é uma última tentativa de romper a solidão,


saindo de si mesmo à procura de um outro ser humano.

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A Pessoa que pensa em suicídio

A pessoa que pensa em suicídio é uma pessoa solitária. Ela pode estar no
meio de uma grande multidão, ou de uma grande família, mas sente-se só, isolada.
Tentou comunicar-se com muita gente, mas essa gente toda não a atendeu, não se
dispôs a ouvi-la. Logo, o suicídio pode ser classificado como um gesto de
comunicação. O último gesto de comunicação de um indivíduo; gesto desesperado
e violento, mas que, no fundo, comunica alguma coisa para alguém ou para a
sociedade.

Suicídio é auto assassinato. É a agressividade, o ódio que nós sentimos


contra outros, voltado sobre nós mesmos. Muitas vezes nós desejamos ferir,
destruir, matar pessoas, mesmo aquelas que nós amamos. Suicídio é exatamente
isso, executado contra nós mesmos. Mesmo que o método escolhido seja
aparentemente suave, é sempre uma expressão violenta do que nós sentimos.

Contudo, embora à primeira vista se tenha a impressão de que o gesto


suicida surge repentinamente, isso não é correto. Meses e anos de sofrimento são
necessários até que o desejo de morrer supere o forte impulso para a vida que todo
ser humano possui.

A maioria de nós já viveu a experiência de encarar o suicídio como única


saída em certas circunstâncias, ou pelo menos, como uma alternativa possível.

A amizade e o calor humano são o grande antídoto contra esse mal.

Com isso estaremos combatendo as causas mais profundas da atitude


autodestrutiva. Existe uma certa confusão entre fatores causais e desencadeantes do
suicídio.

Existem, sim, fatores desencadeantes do gesto suicida. Isto é, a "última gota"


de um longo processo de autodestruição. Mas, entendamos bem: são fatores
desencadeantes e não geradores da ideia suicida. Por exemplo: o indivíduo foi
despedido do emprego e se matou. Todos afirmam: "está claro, a culpa foi da
empresa que o colocou na rua". Então, perguntamos: será que se suicidam todas as
pessoas que são despedidas de seus empregos? Claro que não. A verdade, portanto,
é que o recém-desempregado já vinha carregando consigo inúmeros outros
problemas e sentimentos que vieram progressivamente agravando-se.

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Esses fatores causais são também chamados "causas primárias" do suicídio: e


os fatores desencadeantes são as chamadas "causas secundárias".

No início das entrevistas geralmente a pessoa aponta como causa do seu


sofrimento essas causas secundárias, mais visíveis e aparentes. Somente após algum
tempo de relacionamento é que as causas reais surgem.

São esses sentimentos que devem merecer toda a nossa atenção.

Sentimentos presentes na pessoa que pensa em suicídio

São muitos esses sentimentos e são comuns a todas as pessoas.

Conhecendo-os estaremos conhecendo também um pouco de nós mesmos.

Falaremos a respeito daqueles que são os mais comumente encontrados.

1. Ambivalência

É a convivência, num mesmo indivíduo, de dois sentimentos em conflito. O


estado de ambivalência é um estado de grande sofrimento. No caso da pessoa que
pensa em suicídio, por exemplo, ela vai aos poucos cultivando (até
inconscientemente às vezes) o desejo de autodestruição; contudo, o instinto de
conservação a prende à vida, a impulsiona a viver. Logo, ela quer morrer mas a
vida, como instinto, grita que quer continuar.

Ninguém pode permanecer muito tempo nesse estado pelo fato de consumir
uma quantidade muito grande de energia.

É uma situação insuportável quando prolongada.

2. Busca de atenção

A "falta de tempo", a pressa, a velocidade com que tudo se realiza hoje em


dia impedem as pessoas de dar atenção umas às outras. "Tempo é dinheiro", "o
tempo é precioso" são frases ouvidas diariamente por todos.

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A comunicação mecanizada pela TV, rádio e jornal, embora traga muita


informação, dificulta o relacionamento mais direto entre as pessoas. Elas
permanecem distantes umas das outras, cada qual em seu refúgio, fechadas em si
mesmas.

3. Desejo de vingança

Quando perdemos algum bem material ou não, é natural que surja a raiva,
sentimento humano dos mais frequentes na nossa vida.

Se for possível identificar um ou mais responsáveis pelo prejuízo que


sofremos, é comum surgir o desejo de vingança, o desejo de impor ao outro o
mesmo sofrimento que estamos sentindo.

Muitas vezes não conseguimos encontrar outra forma de fazer o outro


sofrer que não seja agredindo a nós próprios.

4. Desejo de fugir de uma situação desagradável

A luta contra as dificuldades cotidianas por vezes é vivida como bastante


desigual. Os obstáculos são sentidos como sendo intransportáveis, impossíveis de
serem superados.

A luta torna-se cansativa, monótona, repetitiva e aparentemente


interminável.

É natural que sejam procuradas todas as formas de fugir dessa situação


desagradável, inclusive a violência contra os outros ou contra si mesmo.

As pessoas que cometem o suicídio desejam fugir do sofrimento, mesmo


que essa situação represente o "nada" para elas. O "nada" muitas vezes é sentido
como preferível ao intenso sofrimento.

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5. Desejo de ir para um lugar melhor

As pessoas em geral buscam o melhor para si mesmas, embora, por vezes,


possa parecer o contrário, ou seja, que elas somente desejam o sofrimento.

A força instintiva que existe dentro de todos nós nos impulsiona em busca
de uma vida melhor.

Mesmo as pessoas que cometem suicídio o fazem para ir em busca de uma


situação mais agradável, ou menos desagradável.

6. Procura de paz

Não são todos que conseguem encontrar alguma paz interior necessária à
sobrevivência no mundo, caracterizado atualmente pela competição e pela luta
permanente "por um lugar ao sol".

A morte pode ser vista, em certas circunstâncias, como uma forma de


"descansar em paz".

Suicídio e tentativas
Nós já vimos no item anterior que aqueles que pensam em suicídio desejam
na verdade uma vida melhor, desejam fugir do sofrimento insuportável.

Alguns são mais decididos nesse intento e outros mais indecisos; alguns se
utilizam de métodos altamente letais como a arma de fogo, e outros métodos letais
como a ingestão de medicamentos.

Nós, não podemos ficar analisando se a pessoa que tentou o suicídio

queria ou não se matar. Temos de ouvi-la, de sentir suas angústias. Pois, se antes

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de ouvi-las, já achamos que a tentativa foi apenas uma "fita", estaremos fazendo

julgamento. E o voluntário nunca pode julgar. Lembre-se de que a estatística

prova também que aquele que tentou uma vez - se não tiver apoio para

revalorizar a vida - tentará outras vezes, até que poderá haver uma última

tentativa fatal. Lembre-se também de que muitas vezes, uma tentativa frustrada

pode ser um aviso violento das intenções da pessoa; a próxima pode não ser uma

simples tentativa, pode realmente ser um suicídio. E lembre-se ainda de que o

suicida dá muitos avisos antes de se matar. Avisos diretos ou indiretos, meios

camuflados. Por exemplo: a pessoa que diz que um dia via se matar - é uma

forma de aviso; ou aquele que vai deixando de praticar um "hobby" sem adotar

outro - pode ser outro tipo de aviso. Está provado que de 10 pessoas que se

matam, 8 deixaram avisos que, se compreendidos a tempo, poderiam ter ajudado

o suicida a reiniciar um processo de revalorização da vida.

Fatos e fábulas
Vamos relacionar algumas fábulas:

1. Fábula: o suicídio está no sangue, é hereditário.

Fato : a ciência tem mostrado que quando várias pessoas se matam em uma
mesma família isto não ocorre em razão da hereditariedade. Na verdade aqueles que
ficam, sentem-se culpados por não terem feito nada, não conseguem viver, sem a outra

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pessoa e acabam repetindo o gesto, quando não encontram ajuda para superar esses
sentimentos.

2. Fábula: a pessoa que fala em suicídio não se mata.

Fato : em cada 10 pessoas que se mataram, oito disseram que o fariam.

3. Fábula: o suicídio ocorre sempre sem aviso.

Fato : as pessoas que se matam dão sempre muitos avisos. Acontecem que os
demais não acreditam, não percebem, ou não entendem esses avisos. Geralmente são
avisos indiretos.

4. Fábula: a pessoa que se mata estava decidida a morrer.

Fato : ao lado do desejo de fugir da vida existe sempre a poderosa força que
impulsiona todos nós para ela. É o chamado instinto de conservação, conforme já vimos
antes quando falamos sobre ambivalência.

5. Fábula: uma pessoa que já pensou em suicídio será sempre um candidato a ele.

Fato : qualquer pessoa pode em certas circunstâncias pensar em suicídio.


Superada a fase, ela será uma pessoa como outra qualquer.

6. Fábula: o suicídio ocorre mais entre pessoas pobres (ou ricas).

Fato : a proporção de suicídios é a mesma tanto para pobres quanto para ricos.

7. Fábula: os candidatos ao suicídio são todos doentes mentais.

Fato : as estatísticas demonstram que apenas de 10 a 20% das pessoas que se


matam eram doentes mentais. A grande maioria são pessoas momentaneamente
desorientadas e sofredoras que nunca apresentaram antes qualquer distúrbio mental.

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A FISIOTERAPIA é a ciência que estuda o movimento humano, normal


ou patológico, e como estes ocorrem nas funções (atividades) do indivíduo no seu
dia-a-dia.
O processo terapêutico envolve o fisioterapeuta, o paciente e família, e
recursos físicos. O objetivo deste trabalho é buscar promover, aperfeiçoar ou
adaptar as condições físicas do paciente para as suas atividades de vida diária.

ORIGEM DA FISIOTERAPIA
É interessante observar como agentes físicos (calor, água, eletricidade),
massagens e exercícios são empregados até hoje com finalidades terapêuticas desde
os primórdios da humanidade.
Mas no século XX a evolução dos novos aspectos da prática médica deu
origem ao aparecimento das especialidades. A evolução da ciência médica foi
determinante na diminuição do índice de mortalidade de pacientes submetidos à
cirurgias, portadores de doenças ou vítimas de traumatismos. Com isto os pacientes
sobreviventes passaram por convalescência ou apresentaram sequelas. E foi assim
que a reabilitação começou a fazer parte da saúde do indivíduo.
O primeiro curso de Fisioterapia no Brasil foi fundado em 1959 no Rio de
Janeiro. Desde então a atuação do fisioterapeuta só tem crescido junto às mais
diversas especialidades médicas, empresas e escolas, entre outros.

ÁREAS DE ATUAÇÃO
O fisioterapeuta atua em consultórios ou clínicas, domicílios, centros de
reabilitação e hospitais, nos setores ambulatorial, enfermaria/quarto e U.T.I.
(Unidade de Terapia Intensiva) junto as mais variadas especialidades
médicas.
A Fisioterapia pode atuar nas áreas de :
* Reeducação Postural : (através de técnicas de R.P.G. - Reeducação
Postural Global - e G.D.S. - Cadeias Musculares) alterações da coluna vertebral

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(escoliose, hiperlordose lombar...), deformidades de membros (pés planos, joelhos


valgos ..);
* Ortopedia/Traumatologia : fraturas, entorses, luxações, lesões musculares,
deformidades congênitas ou adquiridas, tendinites, bursites e pré e pós-cirúrgicos;
* Reumatologia : artrose, artrites, lúpus, espondilite anquilosante;

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* Medicina Esportiva : tratamento e prevenção de lesões ósseas, articulares,


ligamentares e musculares em praticantes de atividade física, (corredores,
tenstas, bailarinos etc.);
* Medicina Estética : celulite, flacidez, drenagem linfática no pré e pós
cirurgia plástica;
* Obstetrícia (pré e pós-parto) : orientação às gestantes quanto às mudanças
corpóreas ocorridas durante a gravidez realizada em grupo com ou sem
acompanhamento do cônjuge, tratamento e prevenção de dores lombares e edema
de membros inferiores,
reeducação respiratória;
* Geriatria;
* Cirurgia Vascular : varizes, trombose venosa profunda, obstruções
arteriais, pré/pós cirúrgico;
* Neurologia : sequelas de acidente vascular cerebral (derrame), lesões
medulares (paraplegia, tetraplegia), paralisia cerebral, distrofias musculares,
polirradiculoneurites, Doença de Parkinson, Síndrome de Rett, Síndrome de
Down,
paralisia obstétrica, pós-cirúrgico de cirurgia neurológica, esclerose múltipla,
neuropatias;
* Pneumologia : asma, bronquite, pneumonia, pré e pós-cirúrgico tóraco-
abdominais.

QUANDO PROCURAR UM FISIOTERAPEUTA ?


* TRATAMENTO : de doenças já citadas anteriormente
* PREVENÇÃO : Muitas vezes o indivíduo não apresenta nenhuma
queixa ou problema nas suas atividades de vida diária. Entretanto ele apresenta
discretas alterações que podem predispor a instalação de uma patologia. Entre elas :
* Tensões musculares, alterações na coluna etc. podem predispor ao
aparecimento de dores agudas ou crônicas e a lesões tendíneas, articulares e
nervosas.
* Dificuldades respiratórias : o mau uso da respiração pode predispor ao
aparecimento de crises respiratórias (bronquite, asma); ou ainda a manutenção de
um indivíduo no leito por longos períodos de tempo pode representar riscos de
infeção pulmonar devido à imobilidade de inadequação respiratória.
* Situações que colocam sua saúde em risco, tais como, movimentos
repetitivos, vícios de postura ou movimentos podem indicar fatores de risco para o
aparecimento de lesões (tendinites, hérnias de disco) e/ou dores crônicas (nas
costas, pescoço etc..)

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* Quadro de dor sub-agudo : é importante lembrar que não é necessário


um indivíduo chegar num quadro agudo de dor ou limitação das suas atividades
para procurar tratamento. O tratamento de um quadro de dor/limitação mais
branda permite melhor evolução do mesmo.

CINTURA ESCAPULAR
A cintura escapular, grandemente móvel, é constituída pela clavícula,
omoplata (principalmente este), mantidos em posição pelo conjunto de músculos
que a eles estão ligados.
Articulações:
a) esterno-clavicular
b) acrômio-clavicular

A articulação esterno-clavicular, reúne o esterno à clavícula e acrômio-


clavicular, a clavícula ao acrômio.
“A” – Movimento da cintura escapular: elevação, abaixamento, adução,
abdução, rotação para cima e rotação para baixo.
“B” – Músculos motores da cintura escapular: trapézio, rombóide, angular
da omoplata, grande dentado, pequeno peitoral e subclávio.
Dos músculos acima citados, somente o trapézio interessa ao massagista, por
ser o mais volumoso e superficial.
O rombóide e o angular da omoplata, estão situados abaixo do trapézio; o
grande dentado e o pequeno peitoral, abaixo do grande peitoral ( veja músculos
motores da articulação escápuloumeral ); o subclávio, abaixo da clavícula.
“C” – Massagem nos músculos superficiais mais volumosos, motores da
cintura escapular
1 – TRAPÉZIO

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a) situação – parte superior e posterior do dorso e tronco;


b) origem – occipital, apófises espinhosas das vértebras, da 7º cervical, até a
12º dorsal, ligamento cervical;
c) inserção – clavícula, acrômio e espinha da omoplata;
d) ação - o trapézio é um músculo grande e superficial; possui 4 porções
numeradas de cima para baixo: T1, T2, T3 e T4.

T1 – fibras que se dirigem do crânio para a clavícula;

T2 – fibras que se estendem do ligamento do pescoço para o acrômio;

T3 – fibras que se estendem da 7º vértebra cervical e das 3 primeiras dorsais,


até a espinha da omoplata;

T4 - fibras, que se estendem das restantes vértebras dorsais, até a espinha da


omoplata.
Ação de T1 - elevação dos braços acima de 90 º.

Ação de T2 e T3 – mantém a omoplata próxima da coluna;

Ação de T4 - abaixamento da omoplata, com rotação da cavidade glenóide


para cima.
A contração simultânea das 4 porções , produz as seguintes ações; elevação
do acrômio, adução da espinha, abaixamento do bordo interno, rotação para cima
da cavidade glenóide.

e) técnica

1 - posição:
do paciente - decúbito ventral, braços caídos perpendicularmente ao corpo.
do massagista – de pé ao lado oposto ao trapézio que vai ser trabalhado.

2 – execução das manobras:


Sendo o trapézio um músculo grande, as manobras de massagem não
poderão ser executadas de uma só vez. Assim dividiremos o trapézio em dois
grupos musculares, compreendendo o primeiro grupo, as fibras T1 e o segundo
grupo as fibras T2 e T3.

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Trapézio ao lado direito:


Deslizamento – Massagista à esquerda do paciente, desliza com a mão
esquerda da cabeça para o ombro, visando o primeiro grupo (T1 e T2) e com a
direita, da coluna vertebral para o ombro, visando o segundo grupo (T3 e T4).
Amassadura: É feita com as extremidades dos dedos das duas mãos para os
dois grupos musculares (T1, T2, T3 e T4).
Percussão – É feita com o bordo cubital das duas mãos, ou em cutiladas.
O deslizamento do trapézio, foge a regra geral de que deve ser da periferia
para o centro, sendo feito da coluna vertebral para a articulação acrômio-clavicular,
isto é, do centro para a periferia.
Para o Trapézio esquerdo, o massagista coloca-se à direita a executa o
deslizamento da seguinte maneira.
a) primeiro grupo (T1 e T2), mão direita;
b) segundo grupo (T3 e T4), mão esquerda.

Amassadura e percussão, com as extremidades dos dedos e com bordo


cubital das mãos ou em cutiladas, respectivamente.
“D” – Massagem na articulação acrômio-clavicular:

Técnica
1 – posição:
do paciente – sentado, braço caído ao longo do corpo:
do massagista – de pé e ao lado da articulação a trabalhar.

2 – execução de manobras: a mão direita executa a fricção enquanto a


esquerda mantém o braço em posição, segurado ao nível da articulação do cotovelo.
“E” - Mobilização passiva da cintura escapular
Técnica
1 – posição:
do paciente - sentado, braço caído ao longo do corpo (o que vai ser
trabalhado); o outro braço, apoiado no encosto da cadeira.
do massagista - de pé, por trás do paciente.
2 – Execução das manobras:
Cintura Escapular Direita – A mão esquerda do massagista, fixa a clavícula e
a omoplata; a mão direita, segura ao nível da articulação do cotovelo e realiza os
movimentos.
Para a rotação da cintura escapular, é necessária a elevação lateral do braço
até a vertical, seguindo o abaixamento.

75
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- ARTICULAÇÃO ESCÁPULO-UMERAL

A articulação escápuloumeral, é formada pela reunião de cabeça do úmero


com a cavidade glenóide da omoplata.
“A” – Movimento das articulações escápuloumeral: elevação, abaixamento
abdução, rotação para dentro, rotação para fora.
“B” – Músculo motores da articulação escápuloumeral: grande peitoral,
deltóide, coracobraquial, supra espinhoso, infra espinhoso, grande redondo,
pequeno redondo, subescapular e grande dorsal.
Dos músculos acima citados, os Grandes Peitorais, Deltóides, Grande
Dorsal interessam ao massagista. Os demais estão situados no plano profundo.
“C” – Massagem nos músculos superficiais mais volumosos, motores da
articulação escápuloumeral.

1 – DELTÓIDE:
a) situação – o deltóide, cobre a articulação escápuloumeral, anterior, lateral
e posteriormente.
b) origem – clavícula, acrômio e espinha da omoplata;
c) inserção – rugosidade deltoidiana do úmero;
d) ação – elevação, abdução;
e) técnica:

1 – posição:
do paciente: de pé;
do massagista: de pé e de frente para a região a trabalhar.
2 – execução das manobras:

DELTÓIDE DIREITO
Deslizamento e amassadura – a mão esquerda executa as manobras, isto é, o
deslizamento e amassadura, enquanto a direita segura o membro ao nível da
articulação do cotovelo.
Percussão – Massagista coloca por trás do paciente, percute com as duas
mãos (bordo cubital).
Para o deltóide, a mão direita do massagista executa as manobras
(deslizamento e amassadura), enquanto à esquerda, segura o membro ao nível da
articulação do cotovelo; para a percussão, o massagista fica por trás do paciente e
percute com as duas mãos (bordo cubital ou em cutiladas).

GRANDE PEITORAL
a) situação – região do tórax;

76
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

b) origem – metade interna da clavícula, cartilagem external 1ºe 6º costelas;


c) inserção – goteira bicipal do úmero;
d) ação – elevação, adução e rotação para dentro;
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito dorsal, braços caídos perpendicularmente ao corpo;
do massagista – de pé, colocado do lado oposto ao músculo que vai ser
trabalhado.
2 – execução das manobras:

GRANDE PEITORAL – DIEITO


Deslizamento e amassadura: A mão que desliza e amassa, é à esquerda.
Percussão – É feita com as duas mãos, bordo cubital ou em cutiladas.
Para o grande peitoral esquerdo, o massagista coloca-se à direita do
paciente4, desliza e amassa com a mão direita e percute com as duas mãos (bordo
cubital ou em cutiladas).

GRANDE DORSAL
a) situação - região póstero-inferior e lateral do tronco (camada superficial);
b) origem – sacro, crista ilíaca, vértebras lombares, seis últimas costelas;
c) inserção – goteira bicipal do úmero;
d) ação – abaixamento, adução e rotação para dentro;
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito ventral, braços caídos perpendicularmente ao corpo.
do massagista – de pé, colocado do lado oposto ao músculo que vai ser
trabalhado.
2 – execução de manobras:
GRANDE DORSAL – DIREITO
Deslizamento – Todo grande dorsal deve ser abrangido de uma só vez; o
dedo indicador da mão direita deve corresponder no início da massagem à crista
ilíaca, enquanto o polegar repousa sobre a quinta vértebra lombar; desta posição, a
mão do massagista sobe perpendicularmente até que o dedo polegar venha repousar
sobre a última vértebra dorsal, quando então descreve uma rotação na direção de
sua inserção (cavalo axilar).
Amassadura – Feita com as extremidades dos dedos.
Percussão – Feita com o bordo cubital das mãos.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Para o grande dorso do lado esquerdo, o massagista coloca-se à direita do


paciente, desliza com a mão esquerda, amassa com as extremidades dos dedos e
percute com o bordo cubital das duas mãos em cutiladas.
O deslizamento do grande dorsal, ainda pode ser feito ao mesmo tempo, à
direita e à esquerda: paciente em decúbito ventral, massagista à direita do paciente,
desliza com as mãos, à direita para o lado direito, e a esquerda para o lado esquerdo.
“D” – Massagem na articulação escapulo-umeral
A manobra de massagem indicada para a articulação, é a fricção.
Para realizarmos a massagem na articulação escápuloumeral, procedermos
da seguinte maneira.
a) fricção da parte anterior da articulação:

Paciente com os braços caídos, coloca a mão do lado da articulação doente


atrás das costas, encostando o dorso da mesma na região lombar, para que a cabeça
do úmero seja projetada pra frente, ficando deste modo mas acessível em
profundidade.
b) Fricção da parte posterior da articulação:

O paciente coloca a palma da mão do lado a friccionar, sobre o ombro do


lado oposto, para melhor acesso a articulação.
f) fricção da parte inferior da articulação:

O paciente coloca a palma da mão do lado da espádua a friccionar sobre o


ombro do massagista; desta maneira o massagista pode penetrar mais
profundamente.
g) fricção da parte superior da articulação:

Braço caído naturalmente ao longo do corpo, o massagista realiza a fricção.

“E” – MOBILIZAÇÃO PASSIVA DA ARTICULAÇÃO ESCÁCULO-


UMERAL
Técnica:
Posição:
Do paciente – sentado em uma cadeira, braço a ser trabalhado, livre; o
outro braço caído apoiado no encosto da cadeira;
Do massagista – de pé e por trás do paciente.
Articulação escápuloumeral esquerda:
a) movimentos de elevação, abaixamento, abdução e adução:

78
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

A mão direita do massagista, apoia-se sobe a articulação, de forma que o


dedo polegar repouse sobre a omoplata e os outros dedos sobre a clavícula.
A mão esquerda do massagista, segura ao nível da articulação do cotovelo do
paciente.
Desta maneira, realizar os movimentos de elevação, abaixamento, abdução e
adução, cinco a dez vezes, aumentando progressivamente em amplitude e em
número.
b) rotação para dentro e rotação para fora:

Paciente sentado, um auxiliar fixa a articulação escapulo-umeral e o


massagista executa os movimentos desejados.
c) movimento de circundunção (articulação escapulo-umeral direita):

Paciente sentado, braço estendido.


Massagista de pé em frente ao paciente, apoiando a mão direita sobre a
articulação, enquanto que a esquerda segura a articulação do punho.
Desta maneira realizar o movimento de circundunção num e noutro
sentido. Para a articulação escapulo-umeral esquerda, a mão esquerda fica apoiada
na articulação escapulo-umeral, enquanto que a mão direita segura a articulação do
punho.

- ARTICULAÇÃO DO COTOVELO

A articulação do cotovelo é formada pela reunião do úmero com o cúbito e


rádio.
“A” – Movimentos da articulação do cotovelo: extensão e flexão; supinação
e pronação, correm por conta das articulações rádio-cubitais inferior e superior.
“B” – Músculos motores da articulação do cotovelo: tríceps, bíceps,
ancôneo, branquial anterior, longo supinador, redondo portador, quadrado
pronador e curto supinadar.
Tríceps, ancôneo, bíceps e braquial anterior, estão situados no braço; os
demais no antebraço.
Dos músculos acima citados, somente o tríceps e o bíceps, interessam ao
massagista. Os demais estão situados no plano profundo ou são pouco volumosos.
“C” – Massagem nos músculos superficiais mais volumosos, motores da
articulação do cotovelo.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

BÍCIPS
a) situação – face anterior do braço;
b) origem – cavidade glenóide e apófise caracóide;
c) inserção – tuberosidade bicipal do rádio;
d) ação – flexão e rotação para fora;
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – de pé, mão em supinação, antebraço ligeiramente flexionado;
do massagista – de pé, em frente ao paciente.
2 – execução das manobras:

BÍCEPS DIREITO
Deslizamento e amassadura – mão direita executa as manobras, enquanto a
esquerda segura o membro ao nível da articulação do punho.
Percussão – Braço do paciente apoiado, o massagista percute com as mãos
(bordo cubital), estando colocado por fora do membro e ao lado do paciente.
Para o bíceps esquerdo, a mão esquerda do massagista executa o
deslizamento e a amassadura, enquanto a direita segura o membro do paciente ao
nível da articulação do punho. A percussão é realizada da mesma maneira que para
o bíceps direito.

TRÍCEPS
a) situação – face posterior do braço;
b) origem – úmero e omoplata;
c) inserção – olecrânio;
d) ação – extensão.
e) Técnica:

1 – posição:
do paciente – de pé, antebraço em ligeira flexão sobre o braço;
do massagista – de pé e ao lado do paciente.
2 – execução das manobras:

TRÍCPS DIREITO
Deslizamento e amassadura – A mão esquerda executa as manobras,
enquanto a direita segura o membro ao nível da articulação do punho.
Percussão – Mão do paciente apoiada, antebraço em ligeira flexão sobre o
braço, o massagista executa a percussão com as duas mãos (bordo cubital), estando
colocado por trás do paciente.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Para o tríceps esquerdo, a mão direita do massagista executa o deslizamento


e a amassadura, enquanto a esquerda segura o ombro ao nível da articulação do
punho.
A percussão é realizada da mesma maneira que para o tríceps direito.
“D” – Massagem na articulação do cotovelo
Faz-se uma fricção em volta de toda a articulação do cotovelo pela face
posterior.
Técnica:
a) posição do paciente – sentado, antebraço ligeiramente flexionado sobre o
braço, palma da mão apoiada sobre a coxa do massagista;
b) posição do massagista – sentado, ao lado do paciente;
c) execução das manobras – o massagista executa a fricção com as duas mãos.

BÍCEPS DIREITO
Deslizamento e amassadura – A mão direita executa as manobras, enquanto
a esquerda segura o membro ao nível da articulação do punho.
Percussão – Braço do paciente apoiado, o massagista executa o deslizamento
e amassadura, enquanto a direita segura o membro do paciente ao nível da
articulação do punho, A percussão é realizada da mesma maneira que para o bíceps
direito.

TRÍCEPS
a) situação – face posterior do braço;
b) origem – úmero e omoplata;
c) inserção – olecrânio;
d) ação – extensão;
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – de pé, antebraço em ligeira flexão sobre o braço;
do massagista – de pé e ao lado do paciente.
2 – execução das manobras:

TRÍCIPS DIREITO
Deslizamento e amassadura – A mão esquerda executa as manobras,
enquanto a direita segura o membro ao nível da articulação do punho.
Percussão – Mão do paciente apoiada, antebraço em ligeira flexão sobre o
braço, o massagista executa a percussão com as duas mãos (bordo cubital), estando
colocado por trás do paciente. Para o tríceps esquerdo, a mão direita do massagista
executa o deslizamento e a amassadura, enquanto a esquerda segura o ombro ao

81
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

nível da articulação do punho. A percussão é realizada da mesma maneira que para


o tríceps direito.
“D” – Massagem na articulação do cotovelo
Faz-se uma fricção em volta de toda a articulação do cotovelo pela face
posterior.
Técnica:
a) posição do paciente – sentado, antebraço ligeiramente flexionado sobre o
braço, palma da mão apoiada sobre a coxa do massagista;
b) posição do massagista – sentado, ao lado do paciente;
c) execução das manobras – o massagista executa a fricção com as duas mãos.

“E” – Mobilização passiva da articulação do cotovelo


Técnica:
a) posição do paciente – sentado com o braço repousando sobre a mesa;
b) posição do massagista – sentado, segurando com uma das mãos acima da
articulação doente e com a outra ao nível da articulação do punho;
c) execução das manobras – realizar os movimentos da articulação de acordo
com a tolerância em média de dez a quinze vezes, aumentando progressivamente.

ARTICULAÇÃO DO PUNHO
O punho é uma das articulações mais móveis do corpo humano, formado
pela reunião do rádio com os ossos do carpo (mão).
“A” – Movimento da articulação do punho – flexão, extensão, adução e
abdução.
“B” – Músculos motores do punho – grande palmar, cubital anterior,
pequeno palmar, flexor comum superficial dos dedos, flexor comum profundo dos
dedos, 1º radial externo, 2º radial externo, cubital posterior, externo comum dos
dedos.
“C” – Massagem nos músculos motores da articulação do punho:
Músculos do antebraço – No antebraço encontramos 20 músculos, uns
superficiais, outros profundos, dos quais uns são motores da articulação do punho:
grande palmar, pequeno palmar, cubital anterior, 1º radial externo e 2º radial
externo; outros são motores da articulação do cotovelo; longo supinador, curto
supinador, ancôneo, redondo pronador e quadrado pronador, e ainda outros
motores da mão e dos dedos: longo flexor do polegar, longo extensor do polegar,
longo abdutor do polegar, extensor próprio do mínimo, extensor próprio do
indicador, extensor comum dos dedos, flexor comum profundo dos dedos e flexor
comum superficial dos dedos (os três últimos, são também motores do punho).
Para maior facilidade na execução das manobras de massagem, dividiremos
os músculos do antebraço em duas regiões:

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Mão em supinação, isto é, palma da mão voltada para cima, traçar uma
linha pelo meio da dobra do cotovelo ao meio da dobra do punho:
1º - para fora, região externa ou lado radial;
2º - para dentro, região interna ou lado cubital.
1º - Região externa ou lado radial
a) situação – para fora da linha tacada do meio da dobra do cotovelo ao
meio da dobra do punho, estando a mão em supinação;
b) origem – de uma maneira geral, epicôndilo;
c) inserção – rádio, cúbito, carpo, metacarpo, falanges;
d) ação – extensão, adução, abdução do punho, extensão das falanges;
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – de pé, antebraço ligeiramente flexionado, mão em pronação;
do massagista – de pé, em frente ao paciente.
2 – execução das manobras:

REGIÃO EXTERNA DO ANTEBRAÇO DIREITO

Deslizamento e amassadura: A mão que desliza e amassa é à esquerda; a mão


direita do massagista segura a do paciente, de modo que o dedo polegar repouse
sobre a direita da face dorsal e os outros dedos sobre a face palmar da mão do
paciente.
Percussão – Antebraço do paciente apoiado, mão em pronação, antebraço
ligeiramente flexionada sobre o braço, a percussão é feita com as duas mãos (bordo
cubital ou em cutiladas), estando o massagista de pé, colocado ao lado do paciente e
por fora do ombro.
Para região externa do braço esquerdo, a mão que desliza e amassa é à
direita, enquanto a esquerda segura a mão do paciente.
2º - Região interna ou lado cubital
a) situação – para dentro da linha traçada do meio da dobra do cotovelo
para o meio da dobra do punho, estando a mão em supinação;
b) origem – de uma maneira geral, epitróclea;
c) inserção – rádio, cúbito, carpo, metacarpo e falanges;
d) ação – flexão, adução, abdução do punho, flexão das falanges;
e) técnica:

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

1 – posição:
do paciente – de pé, antebraço ligeiramente flexionado sobre o braço, mão
em supinação;
do massagista – de pé, enfrente ao paciente.
2 – execução das manobras:

REGIÃO INTERNA DO ANTEBRAÇO DIREITO


Deslizamento e amassadura – a mão que desliza e amassa é à direita; a mão
esquerda do massagista segura a do paciente, de modo que o dedo polegar fique
repousando sobre a face palmar, e os dedos na face dorsal.
Percussão – antebraço do paciente apoiado, mão em supinação, ligeira
flexão do antebraço sobre o braço, a percussão é executada com o bordo cubital das
duas mãos ou em cutiladas, estando o massagista de pé, colocado ao lado do
paciente e por fora do membro..
Para região interna do antebraço esquerdo, a mão que desliza e amassa é à
esquerda, enquanto a direita segura a mão do paciente.
A percussão é executada como para o antebraço esquerdo.
“D” – Massagem na articulação do punho
A massagem na articulação do punho, nos casos de traumatismos (entorses,
contusões, derrames, etc.,), é feita de preferência na região dorsal da mão, por meio
uma fricção.
Após a fricção, fazer um deslizamento que deve se prolongar aos músculos
do antebraço.
Técnica
1 – posição:
do paciente – sentado, palma da mão repousando sobre a coxa do
massagista;
do massagista – sentado, em frente ao paciente.
2 – execução das manobras:
O massagista segura com uma das mãos acima da articulação do punho e
com a outra as extremidades dos dedos. Em seguida iniciar os movimentos passivos
da articulação.

- ARTICULAÇÕES DA MÃO E DOS DEDOS

A mão se compõe de 27 ossos, reunidos em três grupos:


Carpinos, em número de oito, dispostos em duas fileiras:
1º - escafóide, semilunar, piramidal e pisciforme;

84
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

2º - trapézio, trapezóide, grande osso e uniforme.


Metacarpianos, em número de cinco e constitui o esqueleto da região
palmar da mão.
“A” – Movimento das articulações da mão e dos dedos – As articulações
metacarpo-falangianas, têm os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução,
rotação (no polegar) e circundunção, enquanto as articulações Inter falangianas,
têm apenas movimentos de extensão e flexão.
“B” – Além dos músculos situados no antebraço, motores das articulações
do punho, da mão e dos dedos (já estudados quando tratamos da articulação do
punho), encontramos outros localizados na própria mão e dispostos em três
regiões:
1º - região tênar ou palmar externa;
2º - região hipotênar ou palmar interna;
3º - região palmar média.
A região palmar externa ou tênar, compreende quatro músculos: curto
abdutor do polegar, curto flexor do polegar, oponente do polegar e adutor do
polegar.
a) situação – região palmar externa da mão;
b) origem – osso do carpo;
c) inserção – metacarpianos e falanges;
d) ação – flexão, abdução e adução do polegar.

Região palmar interna, ou hipotênar, compreende os seguintes músculos:


adutor do dedo mínimo, curto flexor do dedo mínimo, oponente do dedo mínimo.
a) situação – região palmar interna da mão;
b) origem – ossos do carpo;
c) inserção – primeira falange e no quinto metacarpiano;

2 – execução das manobras:


O massagista segura com uma das mãos acima da articulação do punho e
com a outra as extremidades dos dedos. Em seguida iniciar os movimentos passivos
da articulação.

- ARTICULAÇÕES DA MÃO E DOS DEDOS

A mão se compõe de 27 ossos, reunido em três grupos:


Caepianos, em número de oito, dispostos em duas fileiras:
1º - escafóide, semilunar, piramidal e pisciforme;
2º - trapézio, trapezóide, grande osso e uniforme.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Metacarpianos, em número de cinco e constitui o esqueleto da região


palmar da mão.
Dedos, com catorze falanges, três em cada, exceto o polegar com apenas
duas.
“A” – Movimentos das articulações da mão e dos dedos - As articulações
metacarpo-falangianas, têm os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução,
rotação (no polegar) e circundunção, enquanto as articulações interfalangianas, têm
apenas movimentos de extensão e flexão.
“B” – Além dos músculos situados no antebraço, motores das articulações
do punho, da mão e dos dedos (já estudados quando tratamos da articulação do
punho), encontramos outros localizados na própria mão e dispostos em três
regiões:
1º - região tênar ou palmar externa;
2º - região hipotênar ou palmar interna;
3º - região palmar média.
A região palmar externa ou tênar, compreende quatro músculos: curto
abdutor do polegar, curto flexor do polegar, oponente do polegar e adutor do
polegar.
a) situação – região palmar externa da mão;
b) origem – ossos do carpo;
c) inserção – metacarpianos e falanges;
d) ação – flexão, abdução e adução do polegar.

Região palmar interna, ou hipotênar, compreende os seguintes músculos:


adutor do dedo mínimo, curto flexor do dedo mínimo, oponente do dedo mínimo.
a) situação – região palmar interna da mão;
b) origem – ossos do carpo;
c) inserção – primeira falange e no quinto metacarpiano;
d) ação – adução e flexão do dedo mínimo.

A região palmar média, é constituída pelos músculos lombricais


superficialmente (palma da mão) e profundamente pelos inter-ósseos.
Os inter-ósseos são dorsais (face dorsal da mão, entre os 5 metatarsianos) e
palmares (face palmar da mão entre os 4 metacarpianos).
a) situação – região palmar média;
b) origem – metacarpianos;
c) inserção – falanges;
d) ação – flexão das 1ªs falanges, extensão das 2ªs e 3ª; adução dos dedos em
relação ao eixo da mão; abdução dos dedos em relação ao eixo da mão.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

“C” – Massagem nos músculos motores das articulações dos dedos e da


mão
Técnica:
1 – posição:
do paciente – sentado, mão em supinação, repousando sobre a coxa do
massagista.
do massagista – sentado.
2 – execução das manobras:

1ª - REGIÃO TENAR DA MÃO DIREITA


Deslizamento - A mão esquerda do massagista executa o deslizamento, feito
com a polpa do dedo polegar ou com a polpa de todos os dedos, enquanto a direita
segura nas extremidades dos dedos, polegar na face palmar e os outros dedos na face
dorsal.
Amassadura – É feita comas extremidades dos dedos.
Percussão – É feita com o bordo cubital das duas mãos (mão em supinação,
apoiada sobre a mesa).

2ª - REGIÃO HIPOTENAR DA MÃO DIREITA


Deslizamento – A mão direita do massagista executa o deslizamento, feito
com a polpa do dedo polegar, ou com a polpa de todos os dedos, enquanto a
esquerda segura nas extremidades dos dedos, polegar na face palmar e os outros
dedos na face dorsal.
Amassadura – É feita com as extremidades dos dedos.
Percussão – É feita da mão esquerda, é a mão direita do massagista que
executa o deslizamento e a amassadura.
Para região tênar da mão esquerda, é a mão esquerda do massagista que
executa o deslizamento e a amassadura.
A percussão é feita com o bordo cubital das duas mãos indiferentemente.

3ª - REGIÃO PALMAR MÉDIA DA MÃO DIREITA OU


ESQUERDA
A massagem nos músculos da região palmar média (músculos inter-ósseos e
lombricais), é feita introduzindo-se a extremidade do dedo indicador, no intervalo
situado entre os diversos metacarpianos.
Pressiona-se ao longo de todo o espaço intermetacarpiano, desde a sua parte
superior até a sua extremidade inferior, procurando-se alargar os referidos espaços o
máximo possível.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

“D” – Massagem nas articulações da mão e dos dedos


A massagem nas articulações da mão e dos dedos, é feita principalmente na
face dorsal, por meio de uma fricção; após a fricção, fazer o deslizamento.
Técnica:
1 – posição:
do paciente – sentado, palma da mão sobre a coxa do massagista;
do massagista – sentado, em frente ao paciente.
2 – execução das manobras:
Fricção – A fricção é executada com os polegares de ambas as mãos, ou com
apenas um deles, na região desejada.
Deslizamento – O deslizamento pode ser feito com o indicador da mão
direita apenas, ou com o polegar e indicador.
“E” – Mobilização passiva das articulações da mão e dos dedos
Técnica:
1 – posição:
do paciente – sentado, braço e antebraço apoiados, deixando livres as
articulações da mão e dos dedos;
do massagista – sentado, em frente ao paciente.
2 – execução das manobras:
O massagista segura com as duas mãos a articulação do punho e com a outra
a extremidades do dedo ou dos dedos, conforme seja necessário mobilizar a
articulação da mão ou dos dedos.

- ARTICULAÇÃO COXO-FEMURAL OU DO QUADRIL

A articulação coxofemoral, reúne o membro inferior à cintura pélvica e tem


como superfícies articulares, a cabeça do fêmur e a cavidade catilóide (osso ilíaco).
É profunda e protegida por músculos possantes.
“A” – Movimentos da articulação coxofemoral – flexão, extensão, rotação
para dentro, rotação para fora, adução e abdução.
“B” – Músculos motores da articulação coxofemoral – Psoas, ilíaco,
pectíneo, médio adutor, pequeno adutor, grande adutor, tensor do fascia lata, reto
anterior, costureiro, reto interno, grande glúteo, médio glúteo, bíceps crural, semi-
tendioso, semi-membranoso, gêmeo superior, gêmeo inferior, obturador interno,
obturador externo, piramidal, quadrado crural e pequeno glúteo.
Dos músculos acima citados, uns são superficiais e outros profundo.
Interessam ao massagista apenas os seguintes para efeitos de execução das manobras:
grande glúteo, adutores (grande, médio e pequeno), bíceps crural, semi-tendioso e
semi-membranoso.

88
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

“C” – Massagem nos músculos superficiais, mais volumosos, motores da


articulação coxofemoral

GRANDE GLÚTEO
a) situação – nas nádegas, superficialmente;
b) origem – ilíaco, sacro, aponeurose lombar;
c) inserção – trifurcação externa da linha áspera;
d) ação – extensão da coxa quando fortemente flexionada, rotação para fora
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito ventral;
do massagista – de pé, ficando do lado oposto ao músculo que vai ser
trabalhado.
2 – execução das manobras:

GRANDE GLÚTEO DIREITO


Deslizamento – Massagista colocado à esquerda do paciente, desliza com a
mão direita (do trocanter para o sacro).
Amassadura – É executada com as duas mãos.
Percussão – Massagista colocado à esquerda, percute com as duas mãos
(punho fechado), ou com o bordo cubital.
Para o grande glúteo esquerdo, o massagista fica colocado à direita do
paciente, desliza com a mão esquerda, amassa com as duas mãos (punhos fechados/
bordo cubital).
Adutores (Grande, Médio e Pequeno):
a) situação – face interna da coxa;
b) origem – púbis;
c) inserção – linha áspera do fêmur;
d) ação – grande adutor – adução da coxa e rotação para fora;

médio adutor – adução forte da coxa e flexão fraca;


e) limites:

1 – da espinha ilíaca anterior e superior até o bordo interno da rotula;


2 – da sínfise pubiana até a tuberosidade interna da tíbia;
f) técnicas:

1 – posição:
do paciente – decúbito dorsal, coxa em ligeira abdução;

89
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do massagista – de pé, e ao lado do membro e por fora, percute com as duas


mãos. (bordo cubital).

BÍCEPS CRURAL
a) situação – face póstero-externa da coxa;
b) origem – tuberosidade isquiática e linha áspera do fêmur;
c) inserção – tuberosidade externa da tíbia e cabeça do perônio;
d) ação – extensão da coxa e rotação para fora; este músculo também atua
no joelho, fazendo uma flexão e rotação para fora;
e) limites:

1 – do bordo posterior do grande trocanter ao bordo posterior da cabeça do


perônio;
2 – uma linha que parte do meio da dobra do joelho, segue o meio da coxa e
termina na prega glútea;
f) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito ventral;
do massagista – de pé e colocado do lado contrario à coxa em que vai
trabalhar.
2 - execução das manobras:

BÍCEPS CRURAL DA COXA DIREITA


Deslizamento – É necessário com a mão direita.
Amassadura e percussão – A amassadura e a percussão executadas com as
duas mãos (palma das mãos e em cutiladas ou bordo cubital, respectivamente).
Para bíceps crural da coxa esquerda, o massagista coloca-se à direita do
paciente, executa o deslizamento com a mão esquerda, amassa e percute com as
duas.

SEMI-TENDIOSO E SEMI-MEMBROSO
a) situação – face póstero-interna da coxa;
b) origem – tuberosidade isquiática;
c) inserção – tuberosidade interna da tíbia;
d) ação – extensão da coxa e rotação para dentro; estes músculos também
atuam no joelho, fazendo uma flexão do joelho e rotação para fora;
e) limites:

90
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

1 – uma linha que parte do meio do joelho segue o meio da coxa e termina
na prega do glúteo;
2 – uma linha que parte da tuberosidade interna da tíbia a síntese pubiana;
f) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito ventral;
do massagista – de pé, ao lado do membro em que vai trabalhar;
2 – execução das manobras:

SEMI-TENDIOSO E SEMIMEMBRANOSO DA COXA DIREITA


Deslizamento – Massagista colocado à direita do paciente, desliza com a
mão esquerda.
Amassadura e percussão – Executadas com as duas mãos.
Para o semi-tendioso e semi-membranoso da coxa esquerda, o massagista
fica à esquerda do paciente, desliza com a mão direita, amassa e percute com as duas
mãos.
O deslizamento, a amassadura e a percussão, nos músculos da região
posterior da coxa (bíceps crural, semi-tendioso e semi-membranoso) podem ser ao
mesmo tempo.
“D” – Massagem na articulação coxofemoral ou do quadril
A massagem na articulação coxofemoral direita, é quase impossível de ser
realizada, devido a grande massa de músculos que recebe a articulação. Entretanto,
pode-se atingir em parte pela face anterior, próximo ao músculo costureiro e
posteriormente entre o grande trocanter e a tuberosidade do ísquio.
Técnica
1 – posição:
do paciente – decúbito dorsal;
do massagista – de pé, ao lado da articulação a tratar;
2 – execução das manobras:
A massagem na articulação coxofemoral direita, é executada com a mão
esquerda, por meio de uma fricção e depois por meio de um deslizamento. Para a
articulação coxofemoral esquerda, trabalha a mão direita.
“E” – Mobilização passiva da articulação coxofemoral
A mobilização passiva da articulação coxofemoral, pode ser feita de duas
maneiras:
1ª - com a perna estendida sobre a coxa;
2ª - com a perna flexionada.
Técnica
1 – posição:

91
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

do paciente – decúbito dorsal, cabeça ligeiramente levantada;


do massagista – de pé;
2 – execução das manobras:

O massagista com as duas mãos, segura na articulação do joelho, enquanto


com a outra fixa a articulação tíbia-társica. Um auxiliar fixa a bacia do paciente. De
esta maneira iniciar os movimentos até os movimentos até os limites da dor
tolerável.

ARTICULAÇÃO DO JOELHO
O joelho, ou articulação fêmuro-tibial, reúne a perna à coxa, e tem como
superfícies articulares, a extremidade inferior do fêmur, a extremidade superior da
tíbia e a rótula.
“A” – Movimentos da articulação do joelho – Flexão, extensão, rotação para
fora e rotação para dentro.
“B” – Músculos motores da articulação do joelho – Gêmeo interno, gêmeo
externa, poplítea, planar delgado, bíceps crural, costureiro, reto interno, semi-
tendioso, semi-membranoso, reto anterior, vasto interno, vasto externo e crural.
Dos músculos acima citados, o bíceps crural, semi-tendioso e o semi-
membranoso, já foram estudados quando tratamos da articulação coxofemoral,
devido a sua ação sobre a referida articulação.
O costureiro cruza a coxa de cima para baixo e de fora para dentro, tem
origem na espinha ilíaca ântero-superior chanfradura abaixo e se insere na
tuberosidade interna da tíbia.
O reto interno, situado na face interna da coxa, tem origem no bordo
interno do púbis e do ramo ísquio-pubiano e se insere na tuberosidade interna da
tíbia.
Os dois músculos acima citados sofrem os efeitos da massagem, quando
realizarmos as manobras no quadríceps e nos adutores.
Quanto ao papliteu e ao planar delgado, estão situados abaixo dos gêmeos
interno e externo.
Gêmeos interno e externo, que fazem a flexão do joelho, serão estudados
quando tratamos da articulação tíbia-társica, pois são os responsáveis pela extensão
do pé, justamente com o longo e curto peroneiros laterais, solear, plantar delgado e
tibial posterior.
“C” – Massagem nos músculos superficiais, mais volumosos, motores da
articulação do joelho

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QUADRÍCEPS
(Formado pelo reto anterior, vasto externo, vasto interno e crural).
a) situação – nas faces anterior, interna e externa da coxa;
b) origem – ilíaco, parte superior do fêmur e linha áspera;
c) inserção – bordo superior da rotula;
d) ação – reto anterior isoladamente, flexão da coxa e extensão do joelho; os
quatro juntos, extensão do joelho;
e) limites:

1 – uma linha que parte do grande trocanter ao bordo externo da rotula;


2 – uma linha que parte da espinha ilíaca ântero-superior ao bordo interno
da rotula;
f) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito dorsal;
do massagista – de pé e ao lado do quadríceps a trabalhar;

QUADRÍCEPS DA COXA DIREITA


Deslizamento: a mão direita do massagista executa o deslizamento.
Amassadura: massagista colocado ao lado do membro a trabalhar, amassa
com as duas mãos.
Percussão: Massagista ao lado do membro a percutir, executa a manobra
com bordo cubital das duas mãos.
Para o quadríceps e coxa esquerda, o massagista fica colocado à esquerda,
realiza o deslizamento com a mão esquerda. Amassadura e percute com as duas
mãos.
Deslizamento, a amassadura e a percussão no quadríceps e adutores ser feita
ao mesmo tempo.

“D” – Massagem na articulação do joelho


Nos traumatismos da articulação do joelho, em geral o derrame se localiza
no fundo de saco sub-quadricipal, onde a massagem deve ser realizada, por meio de
uma fricção.
Após a fricção, fazer um deslizamento, que deve se prolongar até o
quadríceps.
Técnica
a) posição do paciente – decúbito dorsal;
b) posição do massagista – de pé, ao lado da articulação a tratar;
c) execução das manobras:

93
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ARTICULAÇÃO DO JOELHO DIREITO


A fricção é feita nos pontos acima citados, ou nos pontos traumatizados.
Após a fricção, fazer o deslizamento.
“E” – Mobilização passiva da articulação do joelho
Técnica
a) posição do paciente – decúbito dorsal;
b) posição do massagista – de pé (um auxiliar fixa a bacia do paciente);
c) execução das manobras:

ARTICULÇÃO DO JOELHO ESQUERDO


O massagista fixa a coxa do paciente com a mão direita, enquanto a mão
esquerda segura ao nível da articulação tíbia-társica. Em seguida realizar os
movimentos da articulação, cinco a dez vezes, aumentando progressivamente em
amplitude e em número, de acordo com a tolerância.

ARTICULAÇÃO TÍBIO-TÁRSICA
A articulação tíbia-társica ou tornozelo, tem como superfícies articulares, de
uma parte, as extremidades inferiores da tíbia e perônio e de outra parte o astrágalo
(osso do tarso).
“A” – Movimentos da articulação tíbia-társica – flexão, extensão, rotação da
planta para dentro e rotação da planta para fora..
“B” – Músculos motores da articulação tíbia-társica – gêmeo externo, gêmeo
interno, solear, plantar delgado, tibial posterior, tibial anterior, peroneiro anterior,
longo peroneiro lateral, curto peroneiro lateral, flexor comum dos artelhos, flexor
próprio de grande artelho, extensor comum dos artelhos e extensor próprio do
grande artelho.
Dos treze músculos acima citados, alguns superficiais e outros profundos, os
três primeiro são também motores do joelho e os quatro últimos dos artelhos.
“C” –Massagem nos músculos motores da articulação tíbia-társica – Para
maior facilidade na execução das manobras de massagem, dividiremos os músculos
da perna em duas regiões:
1ª - região antero-externa;
2ª - região posterior;
a região posterior subdivide-se em duas:
a) interna;
b) externa;

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1ª - REGIÃO ANTERO-EXTERNA (músculos: tibial anterior, peroneiro


anterior, longo peroneiro lateral, curto peroneiro lateral, extensor comum dos
artelhos, situados superficialmente e extensor próprio do grande artelho
profundamente).
a) situação – região antero-externa da perna;
b) origem – extremidades superiores da tíbia e do perônio;
c) inserção – tarso, metatarso e artelhos;
d) ação – flexão, extensão, rotação para dentro e rotação para fora;
e) limites:

1 – crista da tíbia;
2 – uma linha que passa no bordo posterior do perônio;
f) técnica:

1 –posição:
do paciente – decúbito lateral;
do massagista – de pé e ao lado do membro a ser trabalhado;
2 – execução das manobras:

PERNA DIREITA
Deslizamento – A mão que executa o deslizamento é à esquerda, enquanto a
direita segura o membro ao nível da articulação tíbia-társica.
Amassadura – É feita com as extremidades dos dedos; trabalham as duas
mãos.
Percussão – com bordo cubital das duas mãos.
Devido à existência de uma aponeurose resistente que recobre o músculo
tibial anterior, o deslizamento nesta região será executado com as falanges.
A sequência das manobras de massagem na região anterior da perna, é a
seguinte:
1ª - deslizamento com a palma da mão (superficial);
2ª - deslizamentos com as falanges (profundo);
3ª - amassadura com as extremidades dos dedos;
4ª - percussão do bordo cubital das mãos;
5ª - deslizamento com as falanges;
Para a perna esquerda, o massagista coloca-se à esquerda, desliza com a mão
direita, enquanto a esquerda segura o membro ao nível da articulação tíbia-társica.
A percussão é feita com as duas mãos (bordo cubital ou cutiladas), e a amassadura
com as extremidades dos dedos.

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2ª - REGIÃO POSTERIOR DA PERNA (músculos: gêmeo interno,


gêmeo externo, solear, plantar delgado, tibial posterior, flexor comum dos artelhos
e flexor próprio do grande artelho).
Dos músculos acima citados, apenas o tríceps sural, formado superiormente
por três porções, duas laterais e superficiais, denominadas – gêmeo eterno e gêmeo
interno, interessa ao massagista; a terceira porção, media e profunda, é chamada
músculo solear.
O tríceps sural, termina por um tendão único, denominado tendão de
Aquiles. Para efeitos de massagem, só nos interessam as duas primeiras porções –
gêmeo interno e gêmeo eterno.

GÊMEO EXTERNO
a) situação – região póstero-externa da perna;
b) origem – côndilo externo do fêmur;
c) inserção – pelo tendão de Aquiles no calcâneo;
d) ação – flexão do joelho, extensão do pé;
e) limites:

1 – uma linha que passa no bordo posterior do perônio;


2 – uma linha que parte do meio do tendão de Aquiles, passa no meio dos
gêmeos e termina no meio da dobra do joelho;
f) técnica:
1 – posição:
do paciente – decúbito ventral;
do massagista – de pé, ao lado do membro a ser trabalhado;
2 – execução das manobras:

GÊMEO EXTERNO DA PERNA DIREITA


Deslizamento e amassadura – A mão direita executa as manobras, enquanto
a esquerda segura o membro ao nível da articulação tíbio-társica.
Percussão – É feita com o bordo cubital das duas mãos.
Para o gêmeo externo da perna esquerda, o massagista coloca-se à esquerda
do paciente, desliza e amassa com a mão esquerda, enquanto à direita segura ao
nível da articulação tíbia-társica.
A percussão é feita com o bordo cubital das duas mãos ou em cutiladas.

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GÊMEO INTERNO
a) situação – região póstero-interna da perna;
b) origem – cindílo interno do fêmur;
c) inserção – pelo tendão de Aquiles no calcâneo;
d) ação – flexão do joelho, extensão do pé;
e) limites:

1 – uma linha que parte do meio do tendão de Aquiles, passa no meio dos
gêmeos e termina no meio da dobra do joelho;
2 – uma linha tirada pelo bordo interno da tíbia;
f) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito ventral;
do massagista – de pé, ao lado do membro a trabalhar;
2 – execução das manobras:

GÊMEO INTERNO DA PERNA DIREITA


Deslizamento e amassadura – É a mão esquerda que executa as manobras; a
mão direita segura o membro ao nível da articulação tíbia-társica.
Percussão – É feita com o bordo cubital das duas mãos.
Para o gêmeo interno da perna esquerda, o massagista coloca-se à esquerda
do paciente, desliza e amassa com a mão direita, enquanto a esquerda segura o
membro ao nível da articulação tíbia-társica.
A percussão é feita com o bordo cubital das duas mãos ou em cutiladas.
A massagem nos gêmeos, pode ser executada ao mesmo tempo, isto é,
massagista colocado em frente á planta do pé do paciente, desliza com as duas mãos;
perna direita, mão direita sobre o gêmeo externo; mão esquerda sobre o gêmeo
interno. A amassadura e a percussão, são executadas pelas duas mãos ficando o
massagista colocado ao lado do membro a trabalhar.
Para a perna esquerda, a mão direita desliza sobre o gêmeo interno e a
esquerda sobre o gêmeo externo. A percussão e a amassadura são executadas pelas
duas mãos, ficando o massagista colocado ao lado do membro a trabalhar.
“D” – Massagem na articulação tíbio-társcia
A massagem na articulação tíbia-társica consta de fricção, feita de
preferência no pontos onde a cápsula articular é mais acessível, isto é, dos lados do
tendão de Aquiles e dos tendões dos músculos extensores dos artelhos.
Após a fricção, fazer o deslizamento.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Técnica:
1 – posição:
do paciente – decúbito dorsal, planta do pé sobre a mês;
do massagista – de pé, ao lado do membro a trabalhar;

2 –execução das manobras:


A fricção é feita nos pontos acima citados, ou nos pontos traumatizados.
Após a fricção fazer o deslizamento.
“E” – Mobilização passiva da articulação tíbia-társica
A mobilização passiva da articulação tíbia-társica, pode ser feita de duas
maneiras:
1ª)
1 – posição:
do paciente – sentado, repousa a perna sobre a coxa do massagista.
Do massagista – sentado, segura com uma das mãos acima da articulação do
pé, e a outra nas extremidades dos artelhos;
2 – execução das manobras:
Realizar os movimentos da articulação.
2ª)
1 – posição:
do paciente – deitado;
do massagista – de pé, segura com uma das mãos acima da articulação tíbia-
társica e com a outra nas extremidades dos artelhos.
2 – execução das manobras:
Realizar os movimentos da articulação.

ARTICULAÇÃO DO PÉ E ARTELHOS
O pé compõe de 26 ossos, reunidos em três grupos:
Tarsianos – astrágalo, calcâneo, escafóide, cubóide e os 3 cuneiformes (1º,
2º e 3º)
Metatarsianos – 1º, 2º, 3º, 4º e 5º, numerados de dentro para fora.
Artelhos – 14 falanges, 3 em cada artelho, exceção do grande, onde há
somente duas.
“A” – Movimentos das articulações do pé e dos artelhos
As articulações tarsometatarsianas, possuem os movimentos de flexão,
extensão, abdução, adução, rotação da planta para dentro, rotação da planta para
fora e circundunção.
As articulações dos artelhos, possuem os movimentos de flexão, extensão,
adução e abdução.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

“B” – Músculos motores das articulações do pé e artelhos


Os movimentos das articulações tarsometatarsianas e dos artelhos,
dependem de músculos situados na perna, e já estudados quando tratamos da
articulação tíbia-társica e dos outros situados nos pés.
Para facilidade do estudo, dividiremos em duas regiões:
1ª) músculos da região plantar
2ª) músculos da região dorsal.

1ª) – MÚSCULOS DA REGIÃO PLANTAR


a) região plantar interna – adutor, abdutor e curto flexor do grande artelho;
b) região plantar externa – adutor, oponente e curto flexor do 5º artelho;
c) região plantar média – curto flexor doa artelhos, acessório do flexor
comum dos artelhos, 4 lombricóides, 3 inter-ósseos plantares, e 4 inter-ósseos
dorsais.

2ª) MÚSCULOS DA REGIÃO DORSAL – músculos pediosos (ou curto


extensor dos artelhos).
Para efeito de massagem, somente o pedioso interessa.
“C” – Massagem no músculo pedioso
a) situação – região do pé;
b) origem – calcâneo;
c) inserção – nos quatro primeiros artelhos;
d) ação – extensão dos artelhos;
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – deitado, planta do pé sobre a mesa;
do massagista – de pé, à frente a região trabalhar.
2 – execução das manobras:
Deslizamento – para o pé direito, a mão esquerda do massagista executa o
deslizamento.
Amassadura – com as extremidades dos dedos. Para o pé esquerdo, a mão
direita do massagista executa o deslizamento.
“D” – Massagem nas articulações tarsometatarsianas e dos artelhos
A massagem nas articulações tarsometatarsianas e dos artelhos, é feita em
cada articulação, de acordo com o caso, por meio de uma fricção e depois desta, um
deslizamento.
Técnica
1 – posição:
do paciente – decúbito dorsal, planta do pé sobre a mesa;

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

do massagista – de pé, em frente à região a trabalhar.


2 – execução das manobras:
Realizar a fricção e o deslizamento com uma das mãos, enquanto a outra
fixa o pé pela extremidade dos artelhos.
“E” – Mobilização passiva das articulações tarsometatarsianas e dos artelhos
De duas maneiras pode ser executada a mobilização passiva das articulações
tarsometatarsianas e dos artelhos:
1ª - Técnica
1 – posição:
do paciente – deitado, dorso sobre a mesa;
do massagista – de pé, ao lado do pé a ser trabalhado;
2ª - Técnica
1 – posição:
do paciente – sentado, região a ser trabalhada repousando sobre a perna do
massagista;
do massagista – sentado, com as duas mãos segura o pé a ser trabalhado,
enquanto com a outra fixa abaixo da articulação.
2 – execução das manobras:
Em qualquer das posições acima citadas, realizar os movimentos passivos
indicados.

ARTICULAÇÕES DAS VÉRTEBRAS E COSTELAS

Todos os ossos do tronco, estão ligados a um eixo situado na parte


posterior, chamado Coluna Vertebral.
A coluna vertebral, se compõe de 33 peças, chamadas vértebras, grupadas
conforme a região em que se encontram, tomando o nome dessa região: 7 cervicais,
12 dorsais, 5 lombares, 5 formando o sacro e 4 formando o cóccix.
De maneira geral, temos a estudar em uma vértebra:
1 corpo;
2 apófises espinhosas;
3 apófises transversas;
4 facetas articulares;
Separando os corpos vertebrais, existem coxins cartilaginosos, elásticos,
elásticos, chamados discos intervertebrais, que se ligam fortemente aos respectivos
corpos e que, por sua elasticidade, permitem os movimentos à coluna.
“A” – Movimentos da coluna – flexão, extensão, rotação, flexão lateral.
“B” – Músculos motores da coluna – grande reto do abdome, grande
obliquo, escalenos, esterno-cleido-mastoide, esplênios, psoas, espinais, suboccipitais,

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

transversários espinhosos, quadrado nos lombos, trapézio, rombóide, angular da


omoplata, grande dorsal e pequeno obliquo.
Da disposição orto-estática, dobrando o tronco para diante e para baixo,
temos flexão; desta posição, levantando o tronco até a posição da partida, temos
extensão; desta posição, levantando o tronco para trás, temos super extensão;
inclinando-o lateralmente, temos flexão lateral; torcendo-o em redor de um eixo
vertical, temos rotação.
Dos músculos acima citados , uns são superficiais outros profundos e nem
todos interessam ao massagista para efeitos de realização das manobras de
massagem.
Trapézio, já estudado quando tratamos da cintura escapular. Grande dorsal,
também motor da articulação escapulo-umeral, já estudado quando tratamos da
referida articulação.
“C” – Massagem nos músculos superficiais, mais volumosos, motores da
coluna vertebral e do tronco

GRANDE RETO DO ABDOMEN


a) situação – parede anterior do abdômen, entre as costelas e o púbis;
b) origem – crista do púbis;
c) inserção – cartilagens das 5ª, 6ª e 7ª costelas;
d) ação – abaixa as costelas; com as costelas fixas, flexiona o tronco; achata a
parede anterior do abdômen.
e) Técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito dorsal;
do massagista – de pé, e à direita do paciente;
2 – execução das manobras:
Deslizamento – É feito do púbis para o esterno; com a palma das duas mãos
ao mesmo tempo, isto é, grande reto ao lado direito, mão esquerda, grande reto do
lado esquerdo, mão direita.
Amassadura – Com as extremidades dos dedos (trabalham com as duas
mãos).
Percussão – Em ar comprimido (mão em concha).

101
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

GRANDE OBLÍQUO
a) situação – cobre a face anterolateral do abdômen, desde o grande reto ao
grande dorsal;
b) origem – crista ilíaca, crista do púbis, linha branca, neurose crural;
c) inserção – por denteaduras, nas ultimas costelas alternando com as do
grande dentado e as do grande dorsal;
d) ação – atuando separadamente, faz flexão lateral, para o lado oposto e
flexão simples;
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito dorsal;
do massagista – de pé e do lado contrario ao músculo que vai ser trabalhado.
2 – execução das manobras:

GRANDE OBLÍQUO DO LADO DIREITO


Deslizamento – É executado com a mão esquerda, do púbis para as costelas.
Amassadura – É executada com as extremidades dos dedos das duas mãos
estando o massagista colocado à esquerda do paciente.
Percussão – Em ar comprimido. Para o grande oblíquo ao lado esquerdo do
massagista, fica colocado à direita do paciente, desliza com a mão direita, amassa
com as extremidades dos dedos das duas mãos e percute o ar comprimido.
A massagem nos músculos do abdômen, modificações e é executada com
uma técnica especial, quando visamos efeitos....., isto é, sobre órgãos abdominais,
ou no combate à obesidade localizada. Em capitulo especial, trataremos da
massagem abdominal.

ESPINAIS
a) situação – grande massa de fibras verticais, dirigindo-o do sacro ao
pescoço, de cada lado da coluna vertebral, abaixo do trapézio e do grande dorsal;
b) origem – crista ilíaca, sacro, apófises espinhosas das vértebras lombares e
das três ultimas dorsais e apófises espinhosas das vértebras lombares e das três
ultimas dorsais e apófises transversas de todas as dorsais;
c) inserção – apófises transversas e espinhosas de todas as vértebras; ângulo
das costelas e base do crânio;
d) ação – extensão da coluna; este músculo, único na sua origem, com o
nome de massa comum sacro-lombar, ao chegar ao nível das costelas inferiores,
dividem-se em três partes:

102
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

1 – i- espinhoso do dorso;
2 – longo dorso (no pescoço toma o nome de transversário do pescoço);
3 – ílio-costais (lombar, dorsal e cervical);
e) técnica:

1 – posição:
do paciente – decúbito ventral;
do massagista – de pé, e a direita do paciente;

2 – execução das manobras:


Deslizamento – Feito com as palmas das mãos, de modo que, os dois
polegares repousem sobre a 7ª vértebra cervical e os outros dedos fiquem situados
entre a nuca e a espádua correspondente. Colocadas as mãos nesta posição, iniciar o
deslizamento de cima para baixo e ao longo das apófises espinhosas, mas sem atingi-
las. Terminando o deslizamento de cima para baixo, fazer a manobra em sentido
inverso, isto é, de baixo para cima.
O deslizamento nos músculos espinais, é feito nos dois sentidos (de cima
para baixo e de baixo para cima), dada a existência de correntes linfáticas dirigidas
naqueles sentidos.
Deslizamento superficial é feito com as palmas das mãos, a profunda com as
falanges.
Amassadura – É feita com as extremidades dos dedos.
Percussão – Com o bordo cubital das mãos em cutiladas ou com os punhos
fechados.

“D” – Massagem nas articulações costo-vertebrais


A massagem nas articulações costo-vertebrais, é feita por meio de uma
fricção e depois deslizamento, no local indicado.
De difícil acesso, os resultados são relativos.

“E” – Mobilização passiva da coluna vertebral


Técnica:
1 – posição:
do paciente – sentado;
do massagista – de pé;
2 – execução das manobras:
Realizar os movimentos de flexão, flexão lateral e rotação.

103
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

MASSAGEM ABDOMINAL
O abdômen tem como limites: em cima, o apêndice xifóide e a arcada costal
até a coluna vertebral; em baixo, a base do sacro, a crista ilíaca, a crista pubiana e as
pregas inguinais.
Quando estudamos coluna vertebral, tratamos isoladamente da massagem
dos grupos musculares do abdômen, não interessa apenas a camada muscular, mas
também aos órgãos localizados na cavidade abdominal e no combate as
adiposidades localizadas, obedecendo a uma técnica especial.
Além de melhorar a circulação local e geral, tonificar os músculos, ativa as
secreções das glândulas (fígado e pâncreas), combater a adiposidade localizada para
aumentar a diurese e combater certas dores, a massagem abdominal é indicada
principalmente para efeitos terapêuticos na dilatação do estomago, ptose do
estomago e intestinos e especialmente no combate à prisão de ventre.
Técnica
1 – posição:
do paciente – decúbito ventral;
do massagista – de pé, e a esquerda do paciente;
2 – execução das manobras:
Deslizamento superficial – Feito com a palma das mãos, começando na fossa
ilíaca direita, seguindo o trajeto do grosso intestino para terminar na fossa ilíaca
esquerda.
Amassadura – É feita com as extremidades dos dedos.
Percussão – Em ar comprimido, porque desta maneira produzimos choques
suaves que não molestam os órgãos abdominais.
Deslizamento profundo – É feito colocando-se os dedos de uma das mãos
sobre o abdômen, vindo os dedos da outra mão repousar sobre os primeiros. O
deslizamento profundo é feito com bastante pressão e da direita para a esquerda.
A massagem abdominal, só deverá ser aplicada, três horas após as grandes
refeições, com a bexiga vazia e com os intestinos, se possível, também vazios.
Quando aplicamos a massagem para o combate à obesidade localizada, a
técnica é a mesma que a acima descrita; entretanto no caso presente, será a
amassadura com as extremidades dos dedos e a percussão por meio de aparelhos,
feitas com intensidade.

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Os distúrbios músculo esqueléticos relacionados ao trabalho são uma causa


importante de incapacidade que vêm crescendo rápida e progressivamente,
acarretando múltiplos impactos em especial médicos, econômicos e sociais.
O DORT é uma síndrome multifatorial, onde fatores psicológicos, tais
como, estresse e distúrbios emocionais, podem preceder e são responsáveis pela
manutenção de seus sintomas. Existem ainda outros fatores envolvidos, entre os
quais: genéticos, organizacionais (demanda, segurança, ambiente, relacionamento
com superiores hierárquicos e colegas de trabalho), individuais (personalidade,
satisfação com o trabalho, relacionamento com familiares, tabagismo, obesidade,
percepção inadequada sobre seu estado de saúde), idade (redução da capacidade de
trabalho após os 50 anos, devido à diminuição da capacidade aeróbica e força
muscular que promovem uma diminuição do limiar de fadiga), indenizações
trabalhistas e questões de estabilidade no emprego.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do DORT são:
1. Relacionados ao trabalho:
- Sobrecarga física - trabalhadores submetidos à sobrecarga física apresentam
mais problemas de coluna cervical e ombros.
- Sobrecarga mental - é um fator de mau prognóstico em doenças de
membros superiores - Trabalho monótono - Baixo suporte social e no trabalho -
Espaço, ferramentas, acessórios, equipamentos e mobiliário inadequados -
Desrespeito postural a angulações, posicionamento e distâncias - Utilização de
instrumentos ou assentos de veículos que transmitem vibração excessiva. -
Inexperiência: trabalhadores inexperientes apresentam maior índice de problemas
em membros superiores.
- Técnicas incorretas para execução de tarefas - Sobrecarga biomecânica,
dinâmica ou de repetição - Sobrecarga biomecânica estática - Ambiente de trabalho
inapropriado, tais como: ventilação, temperatura e umidade.
2. Relacionados à carga horária
- Carga horária completa - Trabalho noturno - Trabalho monótono -
Excesso de jornadas de trabalho (horas extras) - Falta de intervalos apropriados.

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3. Relacionados ao lazer e família:


- Baixo suporte familiar - Lazer inadequado ou insuficiente - Solidão
Entre os principais DORT são: - Tenossinovite do punho e antebraço -
Síndrome do túnel do carpo - Tendinite do ombro- Epicondilite lateral -
Epicondilite lateral - Cervicalgia - Lombalgia- Aumento dramático relacionado ao
trabalho.
Entre os distúrbios dolorosos mais frequentes em trabalhadores temos:
1. Patologias vertebrais (cervical, lombar e dorsal) 2. Síndromes miofasciais
3. Tenalgias 4. Mialgias
Os patologias dolorosas relacionadas ao DORT são multifatoriais e
correspondem a um grupo heterogêneo de afecções, que muitas vezes não
apresentam uma causa identificável, de alta incidência no exercício médico diário,
não podendo ser atribuídas unicamente às atividades ocupacionais.
É fundamental investirmos na sua prevenção, o que proporcionará melhoria
da saúde e aumento de segurança e produtividade.
Entre as principais medidas de prevenção, devem ser incluídas:
Medidas estruturais:
Ø Melhoria do espaço de trabalho e mobiliário Ø Escolha de ferramentas e
instrumentos adequados Ø Diminuir os erros de postura Ajustando o local do
trabalho Alterando a posição das ferramentas Orientando o trabalhador quanto aos
erros de postura
Medidas de organização:
Ø Projetando um trabalho ergonômico: Utilizando auxílio mecânico
Permitindo pausas para o trabalho Distribuindo uniformemente o trabalho
Ø Estresse psicológico: Promovendo pausas no trabalho Minimizando os
impasses no trabalho
Ø Treinamento: Informando os riscos específicos Orientando corretamente
sobre os métodos de execução do trabalho Orientando as posturas corretas
Sugerindo pausas no trabalho Terapia física ativa
Trabalhadores submetidos à terapia física precoce retornam mais
precocemente ao trabalho. Terapia física precoce: reduz número de visitas médicas,
reduz dias com restrições ao trabalho, diminui número de afastamentos, diminui
custos, melhora a saúde
A prevenção ainda inclui fatores relacionados e não relacionados ao
trabalho. É importante também investirmos em ergonomia, que é a ciência e
tecnologia que promove o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e o
trabalho pois a sua ausência promove:
Absenteísmos e perda de produtividade Custos financeiros com os
trabalhadores afastados Contingentes de trabalhadores com restrições Deterioração
das relações humanas

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ENTREVISTA
Vya Estelar - Como a senhora conceituaria de forma prática para o leitor o
que é LER e Dort - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho?
Maria José O' Neill - São duas siglas que identificam um grupo de doenças
ocupacionais tais como tendinite, tenossinovite, síndrome do túnel do carpo e
bursite.
Vya Estelar - Quais são os primeiros e também os principais sintomas da
LER/Dort?
Maria José O' Neill - Os principais sintomas são: dormência, inchaço,
pequenos cistos e dor. Ao sentir tais sintomas e fizer movimentos repetitivos
somados ao seguintes fatores: estresse, trabalho com postura inadequada,
equipamentos desconfortáveis (cadeira, mesa e etc...). Pode procurar um médico,
existe aí a possibilidade de uma ocorrência de LER/Dort.
Vya Estelar - Constatando que se tem a doença quais atitudes a pessoa deve
tomar?
Maria José O' Neill - Procurar um tratamento multidisciplinar com
fisioterapia, acupuntura e hidroterapia.
Vya Estelar - Quais são os principais fatores que levam a pessoa a adquirir
LER/Dort?
Maria José O' Neill - Os principais fatores são: movimentos repetitivos,
estresse posturas inadequadas e móveis inadequados ergonomicamente.
Vya Estelar - Quais atitudes a pessoa deve tomar para evitar e prevenir-se da
doença?
Maria José O' Neill - Fazer alongamentos, fazer pausas e micro pausas no
horário de trabalho.
Vya Estelar - Fora as lesões por esforço repetitivo, de que forma outros
fatores podem causar LER?
Maria José O' Neill - Além dos fatores já citados anteriormente: estresse,
postura inadequada, móveis sem adequação ergonômica; o excesso de horas
trabalhadas e o medo de perder o emprego, faz com que o trabalhador aceite
qualquer carga horária junto com o excesso de horas extras.
Vya Estelar - Qual seria o método mais eficaz para a cura da Ler/Dort?
Maria José O' Neill: Não existe um melhor método. É o conjunto de
tratamentos: RPG, fisioterapia, acupuntura, hidroterapia que fazem o quadro
clínico da LER regredir.
Vya Estelar - Dentro da ortopedia qual seria a metodologia mais indicada
para a cura?

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Maria José O' Neill - Seria a fisioterapia, mesoterapia - técnica de injetar


nos tecidos subcutâneos anti-inflamatórios, relaxantes musculares, misturados com
algum analgésico. E a RPG - Reeducação da Postura Global: fisioterapia baseada em
exercícios de alongamento.
Vya Estelar - Quanto tempo leva para uma pessoa curar deste mal,
independente de ser pelos 'métodos alternativos' ou pela ortopedia convencional?
Maria José O' Neill - Não existe tempo definido para estes tratamentos,
depende da reação de cada organismo.
Vya Estelar - Se o melhor remédio para a cura da LER/Dort é a prevenção.
Como uma pessoa, obrigada a ficar digitando horas a fio, ou exercendo qualquer
atividade por esforço repetitivo, deve proceder?
Maria José O' Neill - Já respondi anteriormente: micro pausas,
alongamentos, procurar ajuda psicológica para superar o estresse.
A LER e o perfeccionismo feminino
Vya Estelar - A senhora fala em feminilização do risco da LER/Dort. Na
prática como isto acontece?
Maria José O' Neill - As mulheres têm dupla jornada de trabalho, são
perfeccionistas. Por exemplo, um caixa de banco e uma bancária com o mesmo
posto de trabalho, se derem diferença no caixa, o homem manda descontar do seu
salário e a mulher prefere ficar até encontrar o erro.
Vya Estelar - Daria para a senhora fazer um breve relato sobre a sua
trajetória e como a senhora fez para vencer a doença?
Maria José O' Neill - Foram oito anos de pesquisa e eu não venci a LER,
aprendi a lidar com os limites por ela imposta.
Vya Estelar - Em relação a LER/Dort a senhora gostaria de dar mais algum
conselho?
Maria José O' Neill - Ao menor sinal de dormência, dor, vermelhidão ou
inchaço procure um médico. Faça pausas no seu trabalho, alongamentos e procure
ajuda quando o estresse estiver dando sinais perigosos ao corpo humano:
irritabilidade, falta de sono, comer menos ou ter ansiedade e comer muito.
Maria José O' Neill
Presidente do Instituto Nacional de Prevenção à LER/Dort fornece
dicas para sua prevenção e cura

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Uma das motivações básicas que leva alguém a trabalhar com


massagem e a persistir nesta ocupação é o desejo de ajudar outras pessoas, de
diminuir suas dores e aumentar seu bem-estar.
Todo massagista começa por aprender uma série de técnicas manuais que,
com o desenvolvimento da destreza das mãos, percepção e intuição, o possibilitam
relaxar músculos tensos, doloridos e melhorar a circulação sanguínea e linfática.
Existe até o que poderíamos chamar de uma escola de pensamento em massagem
que a define como sendo exatamente isso - a aplicação das mãos em uma série de
manipulações não específicas com a finalidade de relaxar pessoas. Esta abordagem é
muito importante e sempre terá o seu lugar, mas vez por outra, o massagista será
solicitado a atender a uma queixa mais específica como um torcicolo ou uma
lombalgia. E, no seu anseio em ajudar, poderá se sentir limitado pois algumas destas
condições não respondem satisfatoriamente às manipulações tradicionais de
massagem. Entramos então em uma segunda abordagem, mais clínica, que exigirá
conhecimento maior e técnicas mais sofisticadas.

Muito frequentemente, as crises de dor aguda ou mesmo as


dores crônicas estão ligadas a contraturas (espasmos) de um ou mais músculos. O
conceito de pontos-gatilho (trigger point, em inglês) e de como tratá-los, pode ser
então uma ferramenta útil que possibilitará ao massagista eliminar com sucesso
estas contraturas - e as dores a elas relacionadas.

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Por volta do final da década de 20, um alemão chamado Max Lange


descobriu que nos músculos podiam aparecer pontos sensíveis e que o tecido nesses
pontos se apresentava mais rígido que os circundantes. Esses pontos foram
batizados em 1948 pela doutora Janet Travell, médica da Casa Branca na gestão
Kennedy. Ela os chamou de pontos-gatilho miofasciais e desenvolveu um método
de tratamento usando injeções de solução salina nestes pontos. Mais tarde
descobriu-se que era possível desativar os pontos-gatilho usando apenas a pressão
direta sobre eles. Então, por definição, um ponto-gatilho é um local no músculo
altamente irritável que se apresenta rígido à palpação e que produz dor, limitação
na amplitude de alongamento, fraqueza sem atrofia e sem déficit neurológico.
Os pontos-gatilho são instalados num músculo toda vez que este for
sobrecarregado e exigido além da sua capacidade de tolerância no momento. Uma
vez instalado ele pode ficar em estado de latência por muito tempo, às vezes anos,
até ser ativado. Para ativá-lo basta apenas que se some a ele uma situação de stress
físico e/ou emocional e uma nova sobrecarga do músculo. Quando ativado ele
produz um espasmo doloroso em algumas fibras do músculo. A situação se
complica quando o sistema nervoso, recebendo o sinal de dor, intervém exigindo
que o músculo se contraia, numa tentativa de defendê-lo. Esta nova contração sobre
o espasmo doloroso produz mais dor. Fecha-se então um ciclo vicioso em que
quanto mais dor for produzida pela contração, mais contração o sistema nervoso
pede ao músculo. E o que começou com algumas fibras, logo envolve o músculo
inteiro e até mesmo outros próximos, abrangendo toda uma região. Como exemplo
disso temos então um torcicolo ou uma lombalgia.
Como tratá-los? Antes de mais nada é preciso localizar os pontos através da
palpação. Então pressioná-los por mais ou menos dez segundos. Isto vai desativá-
los. Pode ser bem doloroso, devendo por isso ser feito com calma e sensibilidade.
Depois, deve-se alongar os músculos onde eles estavam instalados para devolver a
eles sua extensão normal de alongamento.
Eventualmente, um massagista faz isso intuitivamente. É um procedimento
até bem simples, mas somado a um bom conhecimento de miologia e cinesiologia
pode tornar possível ao massagista atender uma grande variedade de condições
dolorosas, desde que de origem muscular.

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INTRODUÇÃO
Segundo o grande filósofo e cientista árabe Avicewa, "o objetivo da
massagem consiste em dispersar as matérias gastas (metabólitos) formadas no
músculo e não expelidas pelo exercício. Ela faz com que a matéria gasta se disperse,
removendo assim a fadiga". Embora a massagem dos tecidos moles tenha sido
aperfeiçoada ao longo de muitos milhares de anos, existe um número relativamente
pequeno de estudos científicos sobre seus efeitos e eficácia. A grande maioria dos
textos sobre o assunto "massagem" se concentra mais na descrição das técnicas e nos
efeitos observados do tratamento do que nos esforços de investigações destes efeitos
sob o ponto de vista científico. Apenas em uma época recente, temos observado um
grande interesse na mensuração objetiva dos efeitos da massagem. Discutiremos as
descrições tradicionais dos efeitos da massagem.
1. Fricções profundas (Fricções de Cyriax)
Definição
As fricções profundas consistem de movimentos breves, precisamente
localizados e profundamente penetrantes realizados numa direção circular ou
transversal. Estes movimentos profundos são habitualmente realizados pelas pontas
dos dedos, embora a almofada do polegar ou a palma também possam ser
utilizados.
Classificação
Movimentos transversais são uma série de movimentos breves e profundos
realizados transversalmente às fibras do tecido-alvo. E realizada uma série de três ou
quatro movimentos circulares no mesmo ponto, que vão se tornando gradualmente
cada vez mais profundos nos tecidos.
Finalidade
As fricções profundas objetivam mobilizar os tendões, ligamentos, cápsulas
articulares e tecidos musculares particularmente se estão presentes inflamação ou
aderências crônicas.
Técnica Básica e Direção do Movimento
Para que seja obtido um firme contato com a pele, necessário para a
aplicação de movimentos de fricção, é importante que não seja utilizado nenhum

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lubrificante. Os movimentos de fricção sobre o tecido cicatricial seco e descamativo


devem ser aplicados sem lubrificante, apenas quando o tratamento se completar é
que devemos aplicar uma pequena quantidade de lubrificante á área, com
movimentos de alisamento. Os dois tipos de movimentos de fricção são bastante
diferentes e serão descritos separadamente.
1.1. Fricções transversais
Fricções transversais são efetuadas em ângulo reto com o eixo longitudinal
das fibras nas estruturas envolvidas(i.e., transversalmente às fibras). Citamos em
seguida os importantes pontos da técnica que devem ser enfatizados.
A massagem deve ser aplicada exatamente no ponto correto.
A localização acurada da lesão é essencial para que a técnica obtenha êxito.
E essencial um conhecimento completo da anatomia, e uma excelente habilidade na
palpação por parte do terapeuta.
A estrutura a ser tratada deve estar completamente estirada.
A estrutura a ser tratada é habitualmente um tendão, ligamento, cápsula
articular ou músculo. Seu posicionamento em máximo estiramento exige
conhecimento anatômico preciso e uma compreensão aplicada da biomecânica dos
tecidos envolvidos.
Os dedos devem movimentar-se com a pele e tecidos subcutâneos, sobre os
tecidos mais profundos.
As pontas dos dedos e a superfície cutânea devem movimentar-se em
conjunto sobre os tecidos mais profundos; caso contrário, estes movimentos serão
ineficazes, tornando-se fácil provocar a formação de bolhas na pele. No calor, a pele
deve ser lavada e secada, e se necessário alguma solução alcoólica evaporativa pode
ser passada sobre a parte a ser tratada para que a superfície cutânea fique seca.
O atrito é efetuado com um movimento transversal às fibras.
É essencial que o movimento seja efetuado em ângulo reto com a direção
das fibras. Verificou-se que este é o método mais efetivo para a mobilização dos
músculos estriados. Além disso, é desejável um ligeiro arco de movimento através
das fibras, visto que grande parte das estruturas tratadas, quando visualizada em
secção transversal, não é plana, mas encurvada. À medida que os dedos se
movimentam transversalmente à estrutura, a pressão é habitualmente aplicada
apenas numa direção, seja para frente ou para trás. Isso gera uma série de
movimentos de tração ou de empurramento.
Os movimentos devem possuir suficiente profundidade e amplitude de
modo a atingir a lesão.
Isso pode exigir um reforço, com o uso de dois dedos (ou polegares), ao ser
tratado um músculo de grandes dimensões como o quadríceps. Os movimentos
devem ser iniciados suavemente, e a pressão deve ser gradualmente aumentada até
que tenha sido atingida uma profundidade suficiente. Se o movimento da massagem

112
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fica demasiadamente localizado, a mobilização será ineficaz, e frequentemente


dolorosa. Para que o movimento seja efetivo, ele deve abranger uma área suficiente.
Fricções transversais, adequadamente ministradas, podem cansar muito as
articulações terminais dos dedos do terapeuta. Para ajudar a evitar problemas, e
para que seja mantido um tratamento efetivo, uma tala digital sob medida pode
ajudar muito (Steward, Woodman & Hurlburt, 1996).
1.2. Fricções circulares
Esta modalidade pode ser efetuada com as pontas do segundo, terceiro e
quarto dedos ou com o polegar. Os dedos podem ser reforçados pelos dedos
correspondentes da outra mão, caso haja necessidade de maior profundidade. As
pontas dos dedos indicador, médio e anular formam, respectivamente, um arranjo
"em pequeno tripé". As pontas dos dedos indicador e anular se tocam, e o dedo
médio pousa em cima dos dois. Uma técnica alternativa é aquela em que o
terapeuta usa a ponta do dedo indicador reforçado pelo dedo médio.
Os dedos devem ser pressionados obliquamente nos tecidos, antes que tenha
inicio o movimento; em seguida, são mobilizados em círculos bem pequenos, se
aprofundando ligeiramente a cada circulo sucessivo. Desta forma, os tecidos
superficiais são mobilizados sobre os tecidos mais profundos. Ao ser atingida a
profundidade necessária (comumente após três ou quatro círculos), a pressão é
liberada gradualmente, e os dedos são levantados e pousam numa área adjacente,
para que a manipulação possa ser repetida.
Velocidade do movimento
Tanto as fricções transversais como as circulares são efetuadas lentamente,
com um ritmo uniforme.
Profundidade e pressão
Tanto as fricções transversais como as circulares são movimentos muito
profundos. Uma pressão significativa é aplicada a uma área muito pequena de
tecido, sendo importante que os dedos não se movam através da pele, a menos que
se forme uma bolha, devido à pressão. Em ambos os casos, a pressão é
gradualmente aumentada nas primeiras passagens sobre o tecido em tratamento.
Isso ajuda o paciente a se acostumar com a sensação. O movimento será um pouco
desconfortável ou doloroso, mas não deve ser insuportável.
Duração do tratamento
O tratamento pode se prolongar por 5 a 20 minutos em cada sessão e poderá
ser repetido duas ou três vezes por semana, por quanto tempo se faça necessário.
1.3. Efeitos das fricções profundas
A pressão profunda e continua nos tecidos causa lesão local e libera uma
substância similar à histamina (substância H) e outros metabólitos que atuam
diretamente nos capilares e arteríolas do local, causando vasodilatação. A

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magnitude da resposta depende da profundidade de manipulação e da duração da


aplicação.
A vasodilatação local promove um aumento do liquido tecidual da área, o
que provocará distensão local. Com efeito, o movimento produz uma inflamação
controlada da área-alvo e, ao mesmo tempo, mobiliza as estruturas que não estavam
tendo uma mobilidade correta. Se a manipulação for mantida por algum tempo,
pouquíssimos efeitos sensitivos serão percebidos pelo paciente, mas inicialmente ela
pode ser dolorosa. A produção da dor no paciente é, de fato, uma estratégia
terap6eutica muito útil. A estimulação dolorosa é uma técnica bem conhecida para
o tratamento da dor crônica, sobretudo a associada a síndromes de dor miofascial.
isso pode ser conseguido pela aplicação de uma estimulação elétrica ou por técnicas
manuais. De fato, a fricção profunda é um exemplo excelente de tratamento
manual que produz uma resposta muito eficaz, se bem que dolorosa.
1.4. Usos terapêuticos das fricções profundas
Com frequência, o tecido cicatricial secundário à fibrosite ou a um
tratamento é doloroso e sem motilidade. Os tecidos do corpo têm, todos, sua
própria motilidade e elasticidades, e estas características podem ficar
comprometidas por qualquer organização local de tecido fibroso. A produção e
organização de tecido fibroso são o resultado inevitável de traumatismos ou de
processos inflamatórios reumáticos que não se curaram adequadamente.
Provavelmente, o resultado será uma perda dolorosa do funcionamento da
articulação e do membro. Fricções profundas, juntamente com outras intervenções
em um programa terapêuticos planejado, são úteis no tratamento das lacerações
musculares, lesões musculotendinosas, tendinites e rupturas tendinosas parciais
(lacerações tendoperiósticas), tendossinovites, torções ligamentares, endurecimento
de áreas subcutâneas e tecido cicatricial.
1.5. Contraindicações para as fricções profundas
As principais contraindicações para as fricções profundas são semelhantes a
outros movimentos de massagem, sobretudo os que envolvem a aplicação de uma
pressão significativa sobre os tecidos:
>> Lacerações musculares agudas (sobretudo hematomas
intramusculares);
>> Articulações agudamente inflamadas;
>> Doenças de pele (sobretudo dermatite aguda, psoríase, ou qualquer
infecção cutânea comunicável) na área a ser tratada;
>> Vasos sanguíneos lesionados ou enfermos (sobretudo tromboflebite e
trombose de veia profunda) na área a ser tratada;
>> Neoplasia ou tuberculose na área a ser tratada ou em suas
proximidades;

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>> Infecções bacterianas na área a ser tratada, ou em suas proximidades,


sobretudo infecções articulares.
2. Efeitos mecânicos
Os movimentos de compressão, tração, estiramento, pressão e fricção
exercem evidentes efeitos mecânicos nos tecidos. As forças mecânicas associadas a
cada técnica afetam os tecidos de diversas formas. Devemos esperar, por exemplo,
que as várias técnicas de amassamento e torcedura exerçam um considerável efeito
mobilizador (de amolecimento, ou estiramento) sobre a pele, tecidos subcutâneos e
músculos, graças à alternação de compressões e estiramentos dos movimentos da
massagem. Em contraste, espera-se que a pressão gradualmente crescente da
effleurage "empurre" o sangue venoso e a linfa presentes nos vasos superficiais na
direção do coração, promovendo assim uma boa circulação e a resolução do edema
e do hematoma crônico. De modo semelhante, a pressão e direção das técnicas de
alisamento e effleurage promovem a mobilização do conteúdo intestinal.
Embora seja importante a identificação dos efeitos mecânicos da massagem,
são os efeitos fisiológicos que devem ser levados em consideração com certo
detalhe, visto que eles dão origem ao potencial terapêutico da massagem. Então, o
efeito principal da massagem consiste em produzir estimulação mecânica dos
tecidos por meio de uma pressão e estiramento ritmicamente aplicados. A pressão
comprime os tecidos moles e distorce as redes de receptores nas terminações
nervosas. O estiramento aplica tensão nos tecidos moles e distorce os plexos dos
receptores nas terminações nervosas. Ao aumentar os lumens dos vasos sanguíneos
e espaços dos vasos linfáticos, estas duas forças afetam a circulação capilar, venosa,
arterial e linfática. Podemos demonstrar um reflexo axonal; estimular uma série de
receptores, tanto superficiais como profundos, na pele, nos músculos e tendões; nos
ligamentos e cápsulas articulares; e em muitos dos órgãos mais profundos do corpo.
A massagem também pode soltar o muco e promover a drenagem do excesso de
líquidos nos pulmões.
O modo como estas forças mecânicas são aplicadas é determinado, em
grande parte, pela escolha das técnicas de massagem (alisamento, fricção,
amassamento, percussão, vibração) pelo terapeuta e por sua habilidade em ajustar a
duração, qualidade, intensidade e ritmo do estímulo. Quais os efeitos que a
massagem pode ter é um tópico que não está tão bem entendido nem definido.
Muito se tem dito em prol do uso da massagem, mas boa parte disso baseia-se em
grande parte na experiência clínica, tanto em relatos objetivos como em
testemunhos anedóticos. Alguns relatos são racionalizações de hipóteses baseadas
no conhecimento da anatomia e da fisiologia. Outros, baseiam-se em estudos
laboratoriais controlados, e alguns ainda podem ser definitivamente descritos como
sendo frutos de pura imaginação. Comparativamente pouco tem sido escrito sobre
a massagem, e um número relativamente pequeno de artigos foi publicado. Os

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

efeitos da massagem já foram descritos e classificados de diversos modos. Mennel


referiu-se aos efeitos mecânicos (pressão e tensão), químicos, reflexos e psicológicos.
Outros autores discutiram os efeitos gerais e locais. Estes efeitos também poderiam
ser classificados como mecânicos, fisiológicos (inclusive reflexos) e psicológicos.
Um efeito puramente mecânico pode ser demonstrado pelo alisamento das veias
superficiais e, com uma pressão direta, a remoção do sangue que está no interior da
veia submetida ao alisamento.
A técnica de Lucas-Championnière para a obtenção do relaxamento dos
músculos em casos de espasmo subsequente a uma fratura, com o uso do alisamento
superficial, pode ser explicada apenas como um efeito reflexo (fisiológico). O alerta
de Mennel (1945) contra "a colocação de uma incapacidade na mente do paciente",
ao massagear uma parte que sofreu uma lesão pouco importante enfatiza um efeito
puramente psicológico. Contudo, é provável que a maioria dos tratamentos por
massagem produza seus efeitos em decorrência de uma combinação de fatores
mecânicos, fisiológicos e psicológicos.
2.1. Efeitos fisiológicos
Os efeitos mecânicos da massagem dão origem a uma série de efeitos
importantes.
Efeitos na circulação sanguínea e linfática
Considerando que todas as técnicas de massagem envolvem certo grau de
manipulação da pele e dos tecidos subjacentes, é razoável esperar que elas possam
exercer um efeito considerável no fluxo sanguíneo e linfático nestes tecidos
tratados. Além disto, é de se esperar que um edema acumulado nestes tecidos seja
similarmente afetado; contudo, Mennel acreditava ser impossível afetar diretamente
a circulação arterial através dos efeitos mecânicos da massagem. Este autor aventou
a hipótese de que a aplicação da pressão (durante a massagem) na direção do fluxo
venoso é comparável ao efeito de apertar um tubo flexível para esvaziá-lo de seu
liquido. Se os músculos estão relaxados, eles passam a constituir uma massa mole
contendo tubos cheios de líquido. Qualquer pressão aplicada à massa deve
empurrar o liquido nestes tubos na direção da aplicação da pressão; portanto, se for
aplicada uma pressão suficiente a toda a massa, as veias mais profundas também
serão esvaziadas. Simultaneamente, esta pressão poderia retardar o fluxo sanguíneo
arterial, caso ele seja suficientemente vigoroso para comprimir as artérias e veias.
Teoricamente, se a quantidade de sangue venoso conduzida ao coração puder ser
aumentada pela massagem, a frequência cardíaca ou o volume de batimento
também poderiam aumentar, e assim um maior volume de sangue arterial, poderia
ser transportado até a periferia. De fato, existe pouca evidência de tão simples
reação mecânica do sistema arterial e arteriolar á massagem. Wakim (1949; 1955)
verificou que, em seguida a uma massagem por alisamento profundo e
amassamento, o aumento médio na circulação sanguínea total em articulações

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

normais e com artrite reumatoide foi inconsistente. Elevações moderadas,


consistentes e definidas na circulação foram observadas em seguida a massagens
aplicadas a extremidades paralisadas e flácidas. A massagem vigorosa e estimulante
resultou em elevações consistentes e significativas no fluxo sanguíneo médio da
extremidade massageada, mas não promoveu qualquer alteração na circulação
sanguínea na extremidade contralateral não massageada.
Efeitos Fisiológicos da Massagem
>> Aumento da circulação sanguínea e linfática
>> Aumento do fluxo de nutrientes
>> Remoção dos produtos catabólicos e metabólitos
>> Estimulação do processo de cicatrização
>> Resolução do edema e hematoma crônico
>> Aumento da extensibilidade do tecido conjuntivo
>> Alívio da dor
>> Aumento dos movimentos das articulações
>> Facilitação da atividade muscular
>> Estimulação das funções autonômicas
>> Estimulação das funções viscerais
>> Remoção das secreções pulmonares
>> Estímulo sexual
>> Promoção do relaxamento local e geral Segundo Pemberton (1932,
1939, 1950), o sistema nervoso, provavelmente através de sua divisão simpática,
contribui para uma influência reflexa sobre os vasos sanguíneos das partes
envolvidas. Este autor acreditava ser portanto provável que os vasos nos músculos
ou em qualquer outra parte são esvaziados durante a massagem, não apenas em
virtude de serem espremidos, mas também por meio de uma ação reflexa.
Pemberton afirmava que a observação microscópica revela que a massagem
pode fazer com que praticamente todos os menores vasos se tornem visíveis, por
promover a circulação sanguínea através deles. Embora exista pouca informação
sobre o tipo de massagem que foi usado, vários experimentos convincentes foram
realizados, demonstrando que a massagem aumenta a circulação do sangue.
Wolfson (1931) estudou o efeito da massagem por amassamento profundo
sobre a circulação sanguínea venosa em membros de cães normais e verificou que,
de inicio, a massagem promoveu um grande aumento na circulação, que foi seguido
por uma queda bastante rápida, para menos que a velocidade normal, mesmo antes
do final da estimulação. Imediatamente após a cessação do procedimento, Wolfson
observou que a velocidade do fluxo aumentava lentamente até chegar ao normal.
Este autor concluiu que o volume efetivo de sangue que passa através do membro
durante o período de estimulação e recuperação não é maior que o normal, mas que
ocorre um esvaziamento mais completo durante breve período, de modo que um

117
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

volume maior de sangue fresco é trazido até a parte sob tratamento. Wolfson
sugeriu ser lógica a administração de tratamentos por massagens breves, mas
frequentes.
Carrier (1922) demonstrou que a pressão leve produz uma dilatação
praticamente instantânea, se bem que temporária, dos vasos capilares, enquanto a
pressão mais intensa pode promover uma dilatação mais prolongada. Á observação
microscópica dos campos em que apenas alguns capilares estão abertos demonstra
que a pressão pode fazer com que praticamente todos os vasos menos calibrosos se
tornem visíveis.
Pemberton (1945) descreveu o trabalho de Clark e Swanson, que realizaram
estudos cinematográficos da circulação capilar na orelha de um coelho, utilizando
uma janela permanente para observação. Estes estudos demonstraram que, em
seguida à massagem, maior número de capilares estavam abertos, e que a velocidade
da circulação era maior. Uma mudança na parede dos vasos sanguíneos foi
evidenciada pelo "grudamento" e emigração dos leucócitos. O aumento do fluxo
sanguíneo, em decorrência da massagem, foi demonstrado há muito tempo, no final
do século passado (Brunton & Turmiclifle, 1894-1895).
Muitos autores afirmaram que o efeito reflexo do alisamento superficial
melhora a circulação cutânea, especialmente o fluxo sanguíneo nas veias e linfáticos
superficiais; auxilia na troca de líquidos teciduais; aumenta a nutrição dos tecidos; e
ajuda na remoção dos produtos da fadiga ou inflamação. Contudo, há muito
tempo, em 1939, Wright afirmava que estas colocações deviam ser examinadas
criticamente, à luz do conhecimento que se tinha da fisiologia na época. Este autor
mantinha ainda que era difícil fazer qualquer afirmação positiva sobre os efeitos
reflexos gerados pela massagem. Mais de 50 anos depois, sob muitos aspectos a
situação ainda é bastante similar.
Severini e Venerando (1967) informaram que a massagem superficial não
produziu alterações significativas, exceto na temperatura da pele. Contudo, a
massagem profunda aumentou o fluxo sanguíneo e o volume de batimento
sistólico, e diminuiu a pressão arterial (sistólica e diastólica) e a frequência de pulso.
Curiosamente, a massagem profunda também foi associada ao aumento da
circulação sanguínea pelo membro contralateral não tratado. O efeito também foi
demonstrado por Bell (1964), cujos estudos platismográficos realizados depois de
uma massagem da panturrilha por alisamento profundo e amassamento durante 10
minutos, demonstraram que o volume sanguíneo - e portanto a velocidade da
circulação do sangue - havia dobrado, um efeito que se prolongou por 40 minutos,
em comparação com apenas 10 minutos após o exercício. Bell recomendou a
massagem para o tratamento do edema provocado por fraturas, devido aos seus
efeitos no fluxo venoso e linfático. Severini e Venerando (1969) também
combinaram a massagem com um fármaco produtor de hiperemia (contendo

118
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

nicotinato de butoxietila e vanilila). O tratamento combinado levou a uma elevação


significativa e prolongada na temperatura da pele. Quanto o fármaco foi utilizado
isoladamente ou com uma massagem superficial, não ocorreu alteração na
circulação pelos músculos, mas com a massagem profunda houve uma elevação
apreciável efetiva no fluxo sanguíneo muscular.
A um nível mais central, Barr e Taslitz (1970) demonstraram que a pressão
sanguínea sistólica e diastólica tendia a diminuir após uma massagem de 20 minutos
aplicada nas costas. Foram efeitos retardados um aumento na pressão sistólica e um
pequeno decréscimo adicional na pressão diastólica. A frequência cardíaca
aumentou.
Nos capilares linfáticos e plexos cutâneos e subcutâneos, a linfa pode se
movimentar em qualquer direção. Seu movimento depende de forças externas ao
sistema linfático. Seu curso fica determinado por fatores como a gravidade,
contração muscular, movimento passivo e massagem. Se ocorrer obstrução dos
linfáticos mais profundos em determinada parte, é possível ainda manter abertos os
linfáticos superficiais; e, se a parte é massageada ou tem a oportunidade de drenar
por gravidade, a linfa se movimentará através destes outros canais, na direção da
força externa.
Experimentos com animais demonstram ocorrer pouquíssimo fluxo
linfático quando um músculo está em repouso. Os estudos de Von Masengeil, e de
Kellgren e Colombo sobre os efeitos da massagem no fluxo linfático detectaram um
aumento no fluxo linfático, quando os músculos foram massageados (Cuthbertson,
T 933). Von Mesengeil "repetidamente injetou tinta nanquim em articulações
correspondentes de coelhos. Uma articulação era massageada, e a articulação
correspondente era deixada como controle. Nas pernas sem massagem, a tendência
do material colorido em avançar na direção do coração era muito pequena, mas nas
pernas submetidas à massagem ocorreu grande absorção da tinta acima da
articulação, nos tecidos conjuntivos intermusculares e nos nodos linfáticos. Os
linfáticos aferentes aos linfonodos estavam intensamente corados em negro".
Kellgren e Colombo verificaram que "a massagem sempre teve uma
influência certa e efetiva no aumento da rapidez de absorção de substâncias
injetadas em animais, em todos os órgãos que possam ser submetidos a
manipulações - tecidos subcutâneos, músculos, articulações e cavidades serosas. O
trajeto que a substância injetada seguida durante sua absorção era sempre o dos
linfáticos mais próximos e dos nodos linfáticos, para os quais os vasos se dirigiam.
A effleurage profunda provavelmente foi menos eficaz que o aperto e rolamento
dos músculos e tecido subcutâneo". McMaster (1937) também demonstrou que a
massagem aumentava o fluxo linfático, por meio de experimentos em que membros
de indivíduos normais e saudáveis eram massageados após injeções intradérmicas de
corantes.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Drinker e Yoffey (1941) canularam os troncos linfáticos cervicais em um


cão anestesiado e foram capazes de sustentar o fluxo linfático durante todo o dia,
mediante a massagem da cabeça e do pescoço acima das cânulas. Quando a
massagem era interrompida, o fluxo linfático cessava ou tornava-se desprezível.
Neste estudo, os investigadores afirmam que, no tratamento de distúrbios
inflamatórios crônicos em que é certo que ocorrerá fibrose caso o liquido tecidual e
a linfa permaneçam estagnados no local, a massagem na direção do fluxo linfático é
a principal medida artificial para a mobilização do liquido extra vascular para os
linfáticos, e também para a mobilização da linfa na direção da corrente sanguínea.
Drinker e Yoffey também verificaram que os efeitos da postura eram muito
evidentes, e que o fluxo praticamente desprezível. Portanto, para influenciar mais
eficientemente o fluxo linfático em qualquer área do corpo, parecia lógico que a
parte fosse elevada durante a aplicação da massagem.
Ladd e colaboradores (1952) compararam os efeitos da massagem,
movimento passivo e estimulação elétrica na velocidade do fluxo linfático nas
pernas dianteiras de 15 cães, tendo verificado que a massagem "foi
significativamente mais efetiva que o movimento passivo ou a estimulação elétrica,
nesta série de animais Chegou-se à conclusão de que todos os três procedimentos
aumentavam o fluxo linfático muito acima da velocidade no período de controle.
A ideia de usar forças mecânicas para afetar a circulação sanguínea e linfática
não está limitada ás técnicas de massagem manual. Nos últimos anos, foram criados
diversos dispositivos pneumáticos capazes de promover uma série de alterações
controladas (e frequentemente graduadas) da pressão ao longo da superfície de um
membro. Com efeito, estes aparelhos efetuam um tipo de massagem mecânica e
mostraram ser consideravelmente benéficos no tratamento de muitos distúrbios
circulatórios agudos e crônicos, mas sobretudo em casos de linfedema (Yamazaki,
Idezuki, Nemoto & Togawa, 1988). Certamente, as técnicas da massagem manual
também têm importante papel a desempenhar no tratamento do linfedema (Mason,
1993).
A massagem tem sido estudada por seu efeito na circulação, como meio de
evitar a formação de úlceras de decúbito (Dyson, 1978; Ek, Gustavsson & Lewis,
1985; Olson, 1989). Contudo, a massagem com esta finalidade não segue as técnicas
de massagem tradicionais. Na maioria dos casos, ela assume a forma de um breve
período (30 a 60 segundos) de "esfregamento da pele", cuja intenção consiste em
estimular a circulação nas áreas de pele com tendência à formação de úlceras de
decúbito. Não é de surpreender que os resultados deste tipo de massagem são de
difícil interpretação, para não falar do seu emprego como base para fazer
recomendações. Em alguns estudos, este tipo de massagem aparentemente
aumentou a circulação local; em outros, teve-se a impressão que diminuía. Parece
improvável que a massagem por fricção rápida da pele produza o tipo de elevação

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

genuína na circulação capaz de evitar a formação de úlceras de decúbito. E isto


ocorre porque este tipo de massagem simplesmente gera pequeno grau de fricção
mecânica na superfície da pele. Esta prática provavelmente ficaria evidenciada como
uma alteração ligeira e breve na temperatura superficial. Por outro lado, seria de se
esperar que um tipo diferente de massagem produzisse um efeito mais profundo na
circulação, sobretudo se a massagem envolvesse o amassamento profundo dos
músculos situados em torno da área, onde tal prática fosse possível. Um modo mais
eficiente de produzir uma rápida mudança na circulação sanguínea da pele consiste
em massagear a área com um cubo de gelo. Neste caso, é o estímulo gelado que
produz uma profunda vasodilatação, em seguida à vasoconstrição inicial
(Michlovitz, 1996). Sem dúvida, uma breve massagem com um cubo de gelo
provavelmente é muito mais eficaz que um período similar de "esfregamento
cutâneo".
2.2. Efeitos no tecido muscular
Há mais de 100 anos, Maggiora (1891) descreveu a ação fisiológica da
massagem no tecido muscular. Outros autores também descreveram os efeitos da
massagem neste tecido. Grande parte da literatura que trata dos efeitos da
massagem contém um número relativamente grande de declarações positivas e de
implicações acerca dos efeitos da massagem sobre os músculos, em comparação com
seus efeitos em outros sistemas e tecidos do corpo. Algumas destas afirmativas não
podem ser consubstanciadas pela observação clínica e nem pela pesquisa científica.
A revisão que aqui apresentamos considera em separado os efeitos da massagem no
tecido muscular normal e anormal.
Músculos Normais
Kellogg (1919) observou que "a massagem produz um real aumento nas
dimensões das estruturas musculares. Verificamos também que o músculo se torna
mais firme e elástico sob esta influência". McMillan (1925) escreveu que "os
músculos são fortalecidos e induzidos ao crescimento pela manipulação". Segundo
Despard (1932), "a massagem melhora a nutrição dos músculos e,
consequentemente, promove seu desenvolvimento". Estas observações não são
corroboradas pelas autoridades contemporâneas, que em geral concordam que a
massagem não aumenta a força muscular.
Mennell (1945) acreditava que a teoria defendendo a prática do
amassamento de um músculo ("trabalhar o músculo") e, portanto, do seu
fortalecimento, era uma completa "ilusão". Este autor afirmou que "apenas por um
meio a força muscular pode ser desenvolvida, e este meio é a contração muscular.
Nenhuma forma de massagem pode fazer mais do que dar indiretamente alguma
ajuda a este processo", e também "para que usemos adequadamente a massagem,
devemos considerá-la inteiramente como um meio para atingir determinada
finalidade, restauração do funcionamento da parte danificada". Como um meio

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

para atingir uma finalidade, a massagem pode ter utilidade em tornar possível, por
exemplo, que um músculo seja submetido a mais exercício, desenvolvendo assim
sua força. Este fato foi comprovado por trabalhos experimentais realizados por
Rosenthal, Mosso e Maggiora (e por outros, citados em Cuthbertson, T933), que
demonstraram que um músculo fatigado por trabalho ou estimulação elétrica será
restaurado com rapidez muito maior e de forma mais completa pela massagem, em
comparação com a prática apenas do repouso, no mesmo lapso de tempo.
Nordschow e Bierman (1962) estudaram 25 indivíduos ativos, saudáveis e
normais, para determinar se a massagem manualmente aplicada podia causar um
relaxamento muscular mensurável em seres humanos normais, expresso como um
aumento do comprimento do músculo. Foi empregado um texto do "dedo ao
chão", para mediar a tensão nos músculos posteriores das costas, coxas e pernas,
quando cada participante do experimento, de pé e com os joelhos em extensão,
inclinava-se para frente e tentava tocar o chão com as pontas dos dedos. Em seguida
a essa tentativa, cada indivíduo então assumia uma posição de pronação confortável
e bem apoiada durante 30 minutos de descanso. Depois desse descanso, repetia-se o
teste do "dedo ao chão". A seguir, o participante reassumia a posição de pronação,
sendo submetido a 30 minutos de massagem, 15 nas costa e 15 no aspecto posterior
da extremidade inferior, com 7,5 minutos por membro. Os autores concluíram que
a massagem pode causar relaxamento, que se expressa por um aumento no
comprimento dos músculos. Bell (1964) informou que a fadiga muscular era
aliviada com maior rapidez pela massagem e repouso, do que apenas pelo repouso,
tendo sugerido episódios alternados de exercícios e massagem na terapia (como é
prática frequente em alguns esportes).
Em um comunicado preliminar, Smith e colaboradores (1994) estudaram os
efeitos da massagem atlética na irritabilidade muscular de aparecimento retardado,
nível de creatina quinase e contagem de neutrófilos. Seus resultados indicam que a
massagem reduz os efeitos negativos do exercício no músculo normal. Presume-se
que estes efeitos se devam ao aumento da circulação sanguínea/linfática,
"eliminando" efetivamente os subprodutos do exercício.
O termo "tono muscular" é empregado frequentemente na descrição da
qualidade de um músculo que está firme e "pronto para contrair"; contudo, os
músculos em repouso não demonstram atividade eletromiográfica (Goodgold &
Erberstein, 1983) e, portanto, um músculo que exibe tono não pode estar em
repouso: deve estar em um estado de mínima contração. Embora algumas
afirmativas na literatura impliquem que a massagem aumenta o tono muscular, as
evidências em favor desta colocação são inconclusivas, na melhor das hipóteses.
Contudo, teoricamente é de se esperar que vários movimentos de massagem
aumentem a atividade fisiomotora de um músculo; qualquer dos movimentos de
tapotemento (cutiladas, pancadas, socamento), por exemplo, aumenta o disparo dos

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

fusos musculares e, portanto, a ação fusimotora. De fato, este é o mecanismo pelo


qual os movimentos de massagem facilitam a contração muscular. Ele equivale à
estimulação direta dos reflexos de estiramento no interior do músculo estimulado.
Condições patológicas do músculo
A fibrose tende a ocorrer em músculos imobilizados, lesionados ou
desnervados. Um encurtamento significativo dos componentes elásticos em
paralelo e em série (contratura) é, com frequência, o resultado final. O músculo,
como um todo, torna-se mais curto que seu comprimento em repouso normal,
principalmente porque o tecido fibroso perde elasticidade, e formam-se aderências
entre as camadas do tecido conjuntivo.
Com o uso cuidadoso das várias técnicas de massagem é possível aplicar
tensão a este tecido fibroso; o objetivo consiste em impedir a formação de
aderências, e na ruptura das pequenas aderências que já se formaram. Ás técnicas
mais adequadas para esta finalidade são as diversas formas de petrissage e de fricção
profunda. Quando complementadas por regimes apropriados de exercícios e
estiramento, as técnicas de massagem são um componente essencial na restauração
do comprimento dos músculos e de seu funcionamento normal. Vários estudos
experimentais investigaram os efeitos da massagem, tanto em músculos lesionados
como em músculos desnervados. Aqui, estes modelos de músculo serão
considerados em separado, porque os aspectos envolvidos em cada caso são
significativamente diferentes.
Músculo lesionado
Alguns dos primeiros trabalhos experimentais nessa área foram descritos
por Lucas-Championniére (citado por Mennel, 1945), que sumariou os resultados
do trabalho de Castex sobre os efeitos da massagem em músculos lesionados.
Músculos animais foram submetidos a uma lesão por esmagamento; em seguida, foi
aplicada massagem a um grupo, e outro grupo serviu de controle. Mais tarde, o
tecido muscular de ambos os grupos foi examinado microscopicamente. As partes
não tratadas exibiram as seguintes características: (1) dissociação das fibras
musculares em fibrilas, o que ficou demonstrado pela estriação longitudinal bem
caracterizada; (2) hiperplasia (com frequência, simples espessamento) do tecido
conjuntivo; (3) um aumento no número de núcleos no tecido conjuntivo; (4)
hemorragias intersticiais; (5) dilatação dos vasos sanguíneos, com hiperplasia de seus
revestimentos adventícios; e (6) habitualmente um sarcolema intato (mas, em uma
secção, a multiplicação dos núcleos deu uma aparência que lembrava um pouco a
miosite intersticial).
Em contraste, os membros massageados apresentaram as seguintes
características: (1) músculo de aspecto normal; (2) sem faixas fibrosas secundárias
separando as fibras musculares; (3) ausência de espessamento fibroso em torno dos
vasos; (4) maior volume muscular geral; e (5) nenhum sinal de hemorragia.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Músculo Desnervado
Embora a massagem tenha sido utilizada de modo bastante frequente para o
tratamento do músculo desnervado, existe pouca informação na literatura quanto a
sua eficácia. Alguns estudos, contudo, foram levados a cabo. Estes estudos tiveram
como objetivo principal determinar o efeito da massagem nas alterações
histopatológicas no próprio músculo, na atrofia e no vigor muscular. Atualmente,
não podemos extrair conclusões definitivas com base nestes resultados. Chor e
colaboradores (1939) conduziram um experimento com o objetivo de estudar os
efeitos da massagem na atrofia, e também as alterações histopatológicas ocorrentes
no músculo desnervado em primatas. Dois grupos de macacos rhesus foram
submetidos à secção unilateral do nervo ciático; em seguida, os nervos foram
imediatamente suturados, e a extremidade foi imobilizada em gesso. Após 4
semanas, foram aplicadas massagens (alisamento e amassamento) e movimentos
passivos durante 7 minutos diariamente a um grupo, enquanto o grupo-controle foi
mantido em absoluto repouso. Após intervalos de 2 meses para alguns animais e de
até 6 meses para outros, os músculos foram examinados microscopicamente, para
que fossem determinadas as alterações histopatológicas. Os músculos mantidos em
repouso estavam pálidos e circundados por septos espessados de tecido fibroso, com
estrias esbranquiçadas e amareladas por toda parte. Microscopicamente, a fibrose
pode ser nitidamente demonstrada, tanto circundando as fibras musculares como
substituindo as atrofiadas. Os músculos massageados estavam flexíveis e elásticos e
exibiam fibrose e aderências em quantidade consideravelmente menor.
A quantidade do funcionamento muscular restaurada após a inervação é
determinada em grande parte pela relação entre as fibras musculares funcionantes e
o tecido fibroso que substituiu as fibras musculares degeneradas. Por ter prevenido
até certo ponto a formação de tecido fibroso inelástico e de aderências, a massagem
ajudou a manter uma relação favorável, permitindo uma recuperação mais
satisfatória do funcionamento muscular.
Em um estudo precedente, Chor e Dolkart (1936) estudaram a atrofiam
muscular por desuso e a atrofia do músculo desnervado. Estes autores observaram
que a atrofia de um músculo esquelético secundária ao desuso desenvolve-se
lentamente e está associada a alterações estruturais muito simples. A diminuição do
volume muscular foi atribuída a uma redução na quantidade de sarcoplasma nas
fibras musculares individualizadas, em que as fibras musculares atrofiadas estavam
mais estreitas e mais compactadas. Persistiram as estriações transversais
características; na verdade, não ocorre uma degeneração das fibras musculares. Os
vasos sanguíneos intramusculares permanecem inalterados.
A atrofia muscular subsequente á secção de nervo ou a lesões das células do
corno anterior (por exemplo, poliomielite) é mais de depleção em decorrência do
desuso. Seu curso é muito rápido, e ocorrem alterações características. Além do

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

"encolhimento" das fibras musculares, ocorre também a degeneração destas células.


Desaparecem as estriações transversais, e segue-se a ruptura das células musculares.
Nos estágios mais avançados, as células musculares desintegradas são substituídas
por tecido fibroso e gordura. Alterações também ocorrem nos vasos sanguíneos
intramusculares. O número de capilares aumenta, e os pequenos vasos sanguíneos
intramusculares exibem hipertrofia do endotélio e um aumento na sua estrutura
fibrosa.
Chor e colaboradores acreditavam que a atrofia e a degeneração do músculo
esquelético desnervado são inevitáveis; em seguida, estes autores demonstraram que
a massagem não impede a atrofia até um período de 6 semanas, mas devido ao seu
efeito na quantidade de tecido fibroso formado, esta técnica realmente possibilitou
aos músculos um retorno mais rápido ao normal, após a reinervação.
Em um estudo antigo, Langley e Hashimoto (1918) consideraram os efeitos
da massagem em músculos desnervados de um único coelho. Uma massagem firme
foi iniciada no terceiro dia pós-operatório. O tratamento foi descontinuado no
sétimo dia, por terem surgido lesões abertas no membro. O tratamento foi
reiniciado no 11º dia, com uma massagem "mais suave", que teve continuação até
23 dias após a desnervação. Estes autores concluíram que o efeito do tratamento na
atrofia foi, na melhora das hipóteses, incipiente, e que um aumento no crescimento
do tecido conjuntivo é um resultado possível do massageamento do músculo
desnervado.
Hartman e colaboradores (1919) testaram tanto o peso como a capacidade
de trabalho de músculos desnervados em 37 coelhos. Uma perna dos animais
recebeu massagem por amassamento e alisamento. Ambas as pernas foram
submetidas a exercícios passivos. O tratamento teve continuidade por períodos de 7
a 190 dias. Não foram observadas diferenças significativas. Os pesquisadores
sugeriram que o peso do músculo não indica necessariamente a quantidade de
tecido contrátil presente, tendo em vista que a massa estrutural e a função dos
músculos diferiram consideravelmente em 17 dos músculos testados.
Mais tarde, Hartman e Blatz (1920) testaram a força de músculos
gastrocnêmios desnervados em 60 coelhos. Os músculos de um dos lados foram
massageados por períodos de 2 a 20 minutos diariamente, e ambas as perdas foram
submetidas á movimentação passiva. Os músculos foram testados a intervalos de 10
a 14 dias. Os autores concluíram: (1) que "o membro tratado, no todo, não parecia
em nada melhor que o controle"; (2) que a massagem não teve qualquer valor; e (3)
que ocorreu invariavelmente um decréscimo da força, e não foi notada uma
diferença significativa entre os músculos tratados e os músculos-controle.
Em 1939, Wright declarava haver necessidade de uma prova mais rigorosa
para as afirmativas de que a depleção muscular pode ser evitada, ou a nutrição
muscular melhorada, mediante o uso de massagens, mas não de movimentos. Este

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

autor acreditava ser fora de dúvida que alguns efeitos locais eram produzidos no
músculo, e que estes efeitos podem dever-se a agentes químicos liberados no sangue
para a geração de efeitos locais ou sistêmicos. Wright também acreditava que alguns
dos metabólitos da atividade muscular podem ser liberados pela massagem. Ele
punha em dúvida se uma estimulação mecânica direta pode produzir uma resposta
muscular direta no músculo desnervado, visto estarem excluídas as reações reflexas.
Suskind e colaboradores (1946) estudaram músculos gastrocnêmios
desnervados de gatos. Dois períodos de 5 minutos de effleurage e amassamento
foram administrados diariamente a um dos membros; o outro membro serviu de
controle. A força e peso dos músculos foram medidos 28 dias após a secção do
nervo. Os resultados demonstraram que os músculos desnervados tratados com
massagem eram mais pesados e fortes que os controles contralaterais. O efeito no
peso do músculo foi pequeno, mas estatisticamente significativo. Aparentemente, a
massagem diminuiu a perda gradual da força de contração observada no músculo
esquelético, após a desnervação.
Wood e colaboradores (1948) comunicaram os efeitos da massagem nos
pesos e tensão dos músculos tibiais anteriores de 14 cães. Foi praticada a secção
bilateral dos nervos ciáticos, e uma das pernas foi submetidas a um período de 10
minutos diários de massagem por alisamento e amassamento. A outra perna serviu
de controle. Os músculos foram testados a intervalos de 13 1/2 semanas até 36
semanas após a desnervação. Os resultados demonstraram que todos os músculos
tibiais anteriores nos animais tratados pareciam pálidos e pequenos, em termos de
volume, em comparação com músculos tibiais anteriores normais. Também foi
calculado um maior índice de tendão: volume total que nos músculos normais, e
um maior percentual de tecido adiposo. Foi impossível diferenciar, pelo exame
macroscópico, o tecido tratado do músculo não tratado. Secções histológicas de
músculos tibiais anteriores de animais tratados (músculos tratados e não tratados)
não demonstraram diferenças histológicas significativas. Wood concluiu que "a
massagem não se mostrou efetiva no retardamento da atrofia por desnervação, o
que ficou indicado pelas perdas na força e peso e pelo exame de secções histológicas
em músculos tibiais anteriores do cão experimentalmente desnervados".
Os efeitos principais da massagem no tecido muscular podem ser resumidos
como se segue:
>> A massagem não aumenta diretamente a força do músculo normal;
contudo, como meio para atingir determinado fim, a massagem e mais efetiva que o
repouso na promoção da recuperação da fadiga causada pelo exercício excessivo.
Portanto, teoricamente, a massagem torna possível praticar mais exercício, o que,
por sua vez, aumenta a força e resistência musculares. Esse é um fator importante
no tratamento. Parece lógico que a massagem seja administrada entre períodos de

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

exercício, quando o exercício é praticado com o objetivo de desenvolver a força e a


resistência musculares. Isso é particularmente relevante na medicina esportiva.
>> Em termos gerais, a massagem não aumenta o tono muscular, mas
certas manipulações podem ser aplicadas com o objetivo de facilitar a atividade
muscular (sobretudo técnicas de percussão).
>> A massagem pode reduzir a quantidade de fibrose que inevitavelmente
ocorre no músculo imobilizado, lesionado ou desnervado.
>> A massagem não impede a atrofia no músculo desnervado. Embora o
músculo possa sofrer considerável depleção, se a fibrose for mínima e se a
circulação e a nutrição são satisfatórias, um pequeno músculo poderá ter maior
força que um músculo com massa maior, se esta massa é resultante de um excessivo
crescimento de tecido fibroso, que interfere com seu funcionamento e com a
recuperação das restantes fibras musculares inervadas.
>> O objetivo da massagem no tratamento do músculo desnervado deve
ser a manutenção dos músculos no melhor estado possível de nutrição, flexibilidade
e vitalidade, de modo que, após a recuperação (caso isso seja possível) de um
traumatismo ou enfermidade, o músculo possa funcionar no seu limite máximo.
2.3. Efeitos nos ossos e articulações
Key e colaboradores (1934 a, b) conduziram um experimento com o
objetivo de determinar os efeitos do calor, massagem, ou exercício ativo na atrofia
local do osso, causada pela imobilização da parte. Participaram dez pacientes com
extremidades inferiores normais. Ambas as extremidades foram engessadas; o gesso
foi bivalvado e removido durante o tratamento. Uma das extremidades foi usada
como controle; a outra foi tratada. A massagem foi administrada durante 10
minutos, duas vezes ao dia, durante 6 semanas. Radiografias foram tomadas antes
do experimento, e ao seu final. Não foram observadas diferenças significativas entre
os membros tratados e os que serviram de controle. Os pesquisadores concluíram
que períodos breves de calor (cinco pacientes), massagem (dois pacientes), ou
exercício ativo (três pacientes) tiveram pouco ou nenhum efeito na atrofia local do
osso, secundariamente à imobilização em um aparelho de gesso de Paris. Estes
resultados são interessantes; contudo, o experimento foi realizado em um número
muito pequeno de indivíduos, e os resultados são certamente inconclusivos.
No passado, a massagem era amplamente utilizada no tratamento das
fraturas, sendo então considerada benéfica por ajudar no reparo das lesões dos
tecidos moles ocorridas concomitantemente. Não foi estabelecido se, na verdade, a
massagem ajuda na consolidação óssea. A opinião do Comitê de Fraturas do
Colégio Americano de Cirurgiões era que, no processo do processo do reparo ósseo
normal após a fratura, "a eficácia e rapidez do crescimento do tecido dependem da
circulação eficiente nas partes... Portanto, todos os esforços devem ser envidados,
desde o inicio, no sentido de ajudar a eficiência da circulação".

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Mock (1945) acreditava que, considerando que pesquisas recentes tinham


demonstrado a tendência para a formação do calo ao longo das fraturas, qualquer
tratamento que melhorasse a circulação na área fraturada sem a produção de
movimento dos fragmentos deveria promover a deposição do calo. Certamente,
isso pode ser difícil diante de muitos dos movimentos mais profundos de
massagem, cujo objetivo é o deliberado aperto e estiramento dos tecidos musculares
mais profundos. É difícil também ver como estas técnicas podem ser aplicadas
efetivamente sem causar movimento aos fragmentos ósseos em um local fraturado;
contudo, se o local fraturado está estável, as técnicas de massagem podem ter muita
utilidade.
Muitas das estruturas que circundam as diversas articulações do corpo,
como ligamentos, bolsas, cápsulas e tendões, são, com frequência, locais de
problemas crônicos. Em muitos casos de disfunção crônica, o tratamento objetiva a
ruptura do tecido cicatricial nestas estruturas e das aderências entre elas.
Tradicionalmente, a massagem por fricção profunda tem sido a técnica de escolha,
visto que seu vigoroso efeito mecânico no tecido cicatricial tem evidente utilidade
na restauração da amplitude de movimentos normais e indolores em uma
articulação afetada (Cyriax, 1960, 1984; Hammer, 1993).
2.4. Efeitos no Sistema Nervoso
Existe pouca informação direta na literatura sobre os reais efeitos da
massagem no funcionamento do sistema nervoso humano. Apesar disso, é possível
descrever alguns efeitos prováveis, com base no que se sabe da neurobiologia do
sistema. Por exemplo, sempre que a pele é tocada, ou os tecidos subjacentes são
manipulados, são ativados diversos receptores sensitivos em vários tecidos. Sinais
aferentes avançam até a medula espinhal, formam sinapses com diversos neurônios
espinhais e terminam "encontrando seu caminho" até o córtex sensitivo e outros
centros cerebrais. Da espinha, podem ser disparados vários reflexos espinhais,
dependendo do tipo e profundidade da técnica de massagem e da parte do corpo
que está sendo massageada. É provável que ocorra uma ativação reflexa similar em
diversos centro autônomos e núcleos cerebrais. Alguns destes conceitos serão
discutidos na próxima seção, que trata dos efeitos da massagem sobre a dor.
Obviamente, existem duas vias possíveis pelas quais a massagem dos tecidos moles
pode exercer efeitos diretos e indiretos no sistema nervoso.
Diversos estudos demonstraram que, de fato, são possíveis muitos efeitos
diretos. Evidência bastante clara, oriunda de vários estudos bem controlados,
demonstra que a massagem (amassamento) realizada diretamente no músculo causa
uma depressão significativa da amplitude da resposta do reflexo H, mas apenas
durante o período da massagem (Morelli, Seaborne & Sullivan, 1991; Sullivan,
Williams, Seaborne & Morelli; 1991). Este efeito também foi registrado em

128
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

pacientes com lesão na medula espinhal (Goldberg, Seaborne, Sullivan & Leduc,
1994).
Goldberg e colaboradores (1992) estudaram o efeito de duas intensidades de
massagem na amplitude do reflexo H e demonstraram que uma técnica de
massagem mais profunda produziu uma redução mais pronunciada na amplitude do
reflexo 14 do que a massagem superficial. Em todos os estudos citados acima, o
efeito inibidor da massagem na amplitude do reflexo 14 efetivamente se prolongou
apenas durante a fase da massagem. Alguns indivíduos (sobretudo os com lesão na
medula espinhal) realmente evidenciaram uma tendência para a continuação do
efeito inibidor, quando a massagem já havia cessado, mas esta tendência não se
prolongou por tempo suficiente para que tivesse qualquer utilidade terapêutica.
Estes resultados também são importantes, porque indicam que a massagem do
tecido muscular e de suas estruturas afins (por exemplo, pele, tecidos subcutâneos)
pode alterar o nível de excitabilidade dos neurônios motores espinhais. O efeito é
de natureza reflexa, sendo provável que esteja associado a um aumento no disparo
dos receptores pressossensíveis no músculo, especialmente os órgãos do tendão de
Golgi, que são conhecidos por inibir seus neurônios alfa-motores relevantes.
O efeito sedativo da massagem geral pode ser facilmente demonstrado, e
Mennell, em 1945, afirmava que "há provavelmente um efeito no sistema nervoso
central, bem como um efeito local nos nervos sensitivos e, possivelmente,
motores".
Apesar dos primeiros estudos experimentais, bastante promissores, sobre o
controle reflexo da circulação e respostas neuromusculares à massagem
(Cuthbertson, 1933; McCaster, 1937; Pemberton, 1945), além da vigorosa
sustentação de hipóteses sugerindo que a massagem tem efeitos reflexos definidos,
estes efeitos parecem ter se transformado em hipóteses por falta de qualquer outra
explicação racional. Não foi ainda esclarecido quais mecanismos reflexos específicos
são responsáveis, e nem o grau de simplicidade ou complexidade da ação ou ações
reflexas. Para que sejam esclarecidos e verificados estes conceitos, muito trabalho
ainda deve ser realizado, na forma de estudos clínicos e laboratoriais controlados,
correlacionados com os modernos conceitos fisiológicos e neurofisiológicos.
O trabalho de Barr e Taslitz (1970) é um exemplo do tipo de estudo que
deve ser efetuado para uma ampla gama de tratamentos por massagem. Além dos
efeitos na pressão sanguínea e frequência cardíaca promovidos por uma massagem
de 20 minutos nas costas, estes autores detectaram os seguintes: (1) aumento do
suor na pele e, portanto, diminuição da resistência à corrente galvânica (resposta
cutânea galvânica); (2) em seguida a um ligeiro decréscimo na temperatura corporal
(0º a 0,1ºC) no período de controle, um aumento de 0º a 0,2ºC ao final da
massagem; e (3) aumento do diâmetro pupilar, que, na opinião dos autores, pode ou

129
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

não ter sido decorrente da massagem. Seus resultados indicam um aumento da


atividade simpática, para a maioria dos indicadores.
Não é nova a ideia de promover efeitos específicos no sistema nervoso, ou
de fato no controle nervoso de muitos órgãos e sistemas. A acupressura tradicional
e muitas técnicas orientais de massagem se propõem a afetar uma série de funções
do sistema nervoso. Exemplo deste princípio também podem ser encontrados nas
teorias de reflexologia, que defendem que a estimulação manual direta de diversas
áreas do corpo (principalmente, mas não exclusivamente, os pés e mãos) produz
efeitos em outros locais do corpo; e no sistema de massagem japonesa conhecido
como shiatsu.
2.5. Efeitos na dor
Desde a época mais remota, os humanos primitivos provavelmente tinham
conhecimento que a fricção vigorosa de uma área lesionada aliviava a dor. Este
comportamento é nitidamente instintivo, sendo exibido pelos seres humanos e por
muitos animais. A fricção da pele estimula mecanorreceptores cutâneos, e estes
sinais aferentes são capazes de bloquear a transmissão - e, possivelmente, a
percepção - dos sinais nociceptivos (dolorosos). Este efeito é facilmente
demonstrável, e a maioria das pessoas já o experimentou. Estes mesmos receptores
cutâneos podem também ser estimulados por outras modalidades, como a vibração
mecânica e a estimulação elétrica.
Nas últimas três décadas, novas teorias e pesquisas sobre a dor e seus
mecanismos de geração, transmissão, percepção e tratamento (Wall, 1994) tiveram
influência significativa na antiga arte da massagem. Esta nova compreensão levou a
um renascimento do interesse pelo uso da estimulação elétrica (Mannheimer &
Lampe, 1984; Robinson & Snyder-Mackler, 1995) e muitas formas de técnicas de
mobilização manual (Grieve, 1994).
Ocorreu a evolução de um quadro complexo que proporciona um
raciocínio lógico para a intervenção em diversos problemas dos tecidos moles,
inclusive diversas síndromes da dor crônica. Foram elucidadas a especificidade dos
nociceptores e mecanoceptores, e sua relação com a transmissão e eventual
percepção da dor, juntamente com a alteração dos níveis tônicos da atividade
muscular. Visto ser sabido que a estimulação manual das fibras aferentes
condutores de informação sensitiva pode exercer um efeito significativo na dor, isso
constitui um vigoroso embasamento cientifico para o suo da massagem como
medida terapêutica no alívio da dor. Com início no trabalho de Melzack e Wall
(1965), o conceito do "portão" nervoso na região do corno dorsal da matéria
cinzenta da medula espinhal tem sido fundamental nas estratégias intervencionais
ou de pesquisa que envolvem a dor. Embora a teoria original tenha passado por
grandes revisões, os conceitos básicos permanecem intocados.

130
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Todos os portões têm como objetivo o controle do movimento de alguma


coisa. Quando um portão é aberto, é permitida a passagem (possivelmente em
ambas as direções), e quando ele está fechado, a passagem fica obstaculizada. Neste
enfoque, o portão espinhal não é diferente. Várias células são capazes de controlar o
fluxo da informação nociceptiva (dor) das partes distais do corpo para os locais
centrais no sistema nervoso. Á informação nociceptiva é transmitida por fibras de
pequeno diâmetro e lenta condução (fibras-A-delta e C). O portão pode ser
"fechado" por impulsos sensitivos específicos provenientes dos mecanoceptores
(fibras de grande diâmetro) em diversas estruturas, mas sobretudo na pele. Quando
o portão está fechado, a informação nociceptiva fica reduzida, e isso pode diminuir
significativa o nível de dor percebida pelo paciente. Impulsos descendentes também
são capazes de afetar a capacidade de abrir ou fechar o portão. Devemos lembrar
que os próprios sinais nociceptores não são, em si, dolorosos. Eles são simples
impulsos nervosos que se deslocam pelos sistemas nervosos periférico e central.
Apenas quando estes sinais atingem os centros cerebrais superiores serão
interpretados como "dor".
A base neurofisiológica para o controle do portão é um modelo complexo e
ainda em evolução. Este modelo envolve não apenas as vias nervosas do sistema,
mas também interações complexas entre as diversas estruturas cerebrais e
neurotransmissores e hormônios (encefalinas e endorfinas). A área que lida com os
diferentes aspectos da fisiologia e do tratamento da dor foi revisada exaustivamente
em muitos textos. Sua descrição detalhada está muito além dos objetivos deste
livro, e o leitor interessado deve consultor Wall (1994) para uma excelente revisão
do assunto.
Portanto, é óbvio que as técnicas de massagem têm a capacidade de gerar
informações aferentes significativas, mediante a estimulação direta dos
mecanoceptores de grande diâmetro em muitas estruturas. Dependendo das
técnicas em questão, estas estruturas estarão principalmente situadas na pele, ou na
pele e nos tecidos mais profundos. Qualquer que seja o caso, a ativação do
mecanismo de portão espinhal, as influências da supressão da dor descendente e a
liberação de opióides endógenos são explicações razoáveis para o alivio da dor
produzido pelas técnicas de massagem.
Sempre se assumiu uma interação dos sistemas nervosos somático e
autônomo e dos sistemas musculoesquelético e visceral. Nos últimos anos, uma
melhor compreensão deste assunto demonstrou que estas inter-relações são mais
diretas e previsíveis do que anteriormente se pensava. Um exemplo dessa melhor
compreensão pode ser encontrado na abordagem clínica à dor referida. Há muito
tempo, acreditava-se que a dor referida era apenas a única interpretação central da
dor visceral ou musculoesquelética profunda, através de conexões espinhais até
áreas suprajacentes às estruturas doloridas ou relacionadas a estas. Neste enfoque, o

131
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

alivio permanente deste tipo de dor é conseguida apenas mediante a remoção da


causa original. O alivio temporário comumente envolve um agente de ação central
que bloqueia a transmissão ou percepção da dor. Contudo, foi demonstrado que o
local da dor periférica pode conter reflexos que respondem à intervenção periférica
direta, e que esta intervenção pode mesmo exercer uma influência positiva na causa
central da morte. Este conceito é ilustrado de maneira particularmente satisfatória
nos pontos desencadeantes da síndrome da dor miofascial. Neste caso, diversos
métodos (alguns deles manuais) podem ser usados na dessensibilização dos pontos
desencadeantes dolorosos (Travell & Simons, 1983, 1992).
Os efeitos da massagem na circulação sanguínea e linfática também podem
contribuir para o alivio da dor. Tendo em vista que certas técnicas de massagem
exercem um efeito significativo sobre a circulação, espera-se que elas promovam a
remoção de "metabólitos da dor" (cininas) da região de uma área afetada. Este efeito
de eliminação pode constituir-se em uma contribuição significativa ao alivio da dor
obtido com a massagem dos tecidos moles.
O alivio da dor também provém do efeito relaxante produzido por certas
técnicas de massagem (Meek, 1993). e o espasmo muscular é causa significativa da
dor, então fica evidente que a redução do espasmo muscular ajudará a aliviá-la. O
relaxamento mais generalizado que pode ser obtido com a massagem também pode
contribuir para o alivio da dor, especialmente se esta for de natureza central.
Nos últimos anos, métodos não-farmacológicos se tornaram populares entre
enfermeiras, para o alívio da dor em pacientes terminalmente enfermos (Degner &
Barkwell, 1991; Mabily, Herr & Nicholson, 1994; Weinrich & Weinrich, 1990). O
conceito da imposição terapêutica das mãos sustenta que o alivio da dor é
conseguido sem que, na realidade, ocorra qualquer contato com o paciente (Heidt,
1991; Krieger, 1979, 1981; Owens & Ethrenreich, 1991). Tecnicamente, estes
procedimentos não são massagem, visto não produzirem efeitos mecânicos nos
tecidos. Portanto, sua eficácia deve ser atribuída a outros mecanismos (até o
momento não identificados).
2.6. Efeitos na pele
Pouco se sabe acerca do metabolismo da pele, e assim torna-se difícil avaliar
como ele poderia ser afetados pela massagem. Os autores mais antigos propuseram
que a massagem tinha um efeito direto nas camadas superficiais da epiderme, que
"liberava" as aberturas das glândulas sebáceas e sudoríparas. O mecanismo era a
melhora da circulação, que, por sua vez, melhorava diretamente o funcionamento
destas glândulas (Krusen, 1941). Outros escritores antigos pensavam que o suor não
era significativamente aumentado, mas que secreções sebáceas poderiam ser
espremidas (Wright, 1939). Segundo Rosenthal (citado por Cuthbertson, 1933), a
massagem aumenta a temperatura da pele em 2º a 3ºC. Este autor verificou que
pessoas neurastênicas demonstravam um maior aumento na temperatura cutânea,

132
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

em comparação com pessoas saudáveis e normais, em resposta à massagem, e que as


mulheres demonstravam maior aumento que os homens. Ele explicou as diferenças
pelo fato de que todo o sistema nervoso, inclusive os nervos vasomotores, é
estimulado mais facilmente em pessoas neurastênicas, do que em pessoas normais, e
nas mulheres mais que nos homens. O aumento na temperatura da pele pode dever-
se a efeitos mecânicos diretos, e a uma ação vasomotora indireta.
Severini e Venerando (1967) verificaram que tanto a massagem superficial
como a massagem profunda levavam a uma queda significativa na temperatura da
pele no local da aplicação. Barr e Taslitz (1970) observaram um aumento na
produção do suor e uma diminuição na resistência cutânea à corrente galvânica em
resposta à massagem. Estes autores detectaram grande variação nas alterações da
temperatura cutânea, tanto nos períodos de controle como nos de tratamento e
perceberam que não podiam inferir (com base nos achados) um aumento, ou
diminuição, da temperatura da pele em decorrência da massagem.
A observação clínica demonstra que, em seguida à massagem a uma parte
previamente engessada durante algumas semanas, pode ser notada uma melhora
definida na textura e aspecto da pele. Se a pele ficou aderida aos tecidos subjacentes
e se ocorreu formação de tecido cicatricial, movimentos de fricção e tensão são
empregados para o afrouxamento mecânico dos tecidos aderidos, e também para o
amolecimento da cicatriz.
Bodian (1969) recomendava a massagem para melhorar os resultados
cosméticos da cirurgia palpebral. O mecanismo do método que ele descreve "parece
ser o estiramento e a ruptura do excesso de tecido cicatricial". Este autor verificou
que essa massagem tinha utilidade no tratamento de cicatrizes espessas da pálpebra,
queloides, ptose supercorrigida, entrópio supercorrigido, ectrópio pós-operatório e
fórnices superficiais.
Considerando que a pele é o órgão que primeiramente entre em contato
com as mãos do terapeuta, não é descabido esperar que a massagem exerça pelo
menos alguns efeitos na pele. Estes efeitos podem ser benéficos ou maléficos. Se for
usada uma quantidade excessiva de talco ou óleo na pele, é provável que sua
superfície fique entupida com resíduos do lubrificante.
2.7. Efeitos terapêuticos principais
Neste momento, já devem estar evidentes os efeitos terapêuticos da
massagem, visto serem baseados nos efeitos mecânicos, fisiológicos e psicológicos
desta técnica, e descritos anteriormente: relaxamento (local e geral), alívio da dor,
aumento da amplitude dos movimentos das articulações e membros, estimulação da
circulação sanguínea e linfática e facilitação da cura. Esta tabela indica os efeitos

133
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

associados aos movimentos específicos, visto ser óbvio que manipulações diferentes
promovem efeitos diferentes.

3. Principais usos da massagem terapêutica


Os efeitos mecânicos, fisiológicos e psicológicos da massagem dão origem
aos seus efeitos terapêuticos. Estes efeitos são a base para os usos terapêuticos
(também conhecidos como indicações terapêuticas). A essa altura, também estes
usos devem estar evidentes.
Principais usos da massagem terapêutica:
>> Ajudar no relaxamento geral ou local
>> Aliviar a dor
>> Tratar problemas específicos:
- Edema crônico
- Tecido cicatricial (superficial ou profundo)
- Lesões de músculos, tendões, ligamentos ou articulações
- Hematomas (superficiais ou profundos)
- Constipação crônica (há pouca evidência apoiando esta indicação)
- Facilitação dos movimentos
- Prevenção da deformidade
4. Precauções gerais e contraindicações
Mais adiante, fornecemos um sumário, para conveniência do leitor. A
presença de uma destas condições não significa necessariamente que o tratamento
não pode ser ministrado; ao contrário, devemos considerar cuidadosamente estes
aspectos antes que qualquer tratamento seja efetuado.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

É possível conceber três tipos de contraindicação:


>> Absolutamente contraindicada (a massagem nunca deve ser
administrada, qualquer que seja a circunstância);
>> Habitualmente contraindicada (habitualmente, massagem não pode ser
ministrada); e
>> Raramente contraindicada (em raros casos, a massagem não pode ser
ministrada).
Ao determinar se um paciente pode receber uma massagem com segurança,
sempre haverá necessidade de uma avaliação consistente, pois nem sempre é fácil
identificar contraindicações. Mesmo nos casos em que estão presentes
contraindicações, as circunstâncias podem justificar que o terapeuta ignore essa
rotina. Para um paciente terminal, por exemplo, a massagem poderá ajudar muito
no alivio da dor, embora possa estar contraindicada por qualquer outro motivo. De
fato, existem pouquíssimas contraindicações absolutas à massagem. Os exemplos a
seguir são dados para explicar o raciocínio básico.
Contraindicações gerais à massagem:
>> Infecção aguda:
- Ossos (por exemplo, osteomielite);
- Articulações (por exemplo, artrite séptica);
- Pele (por exemplo, dermatite);
- Músculo (por exemplo, miosite); e
- Tecido subcutâneo (por exemplo, celulite);
>> Doença de pele (por exemplo, psoríase);
>> Câncer ou tuberculose na área a ser tratada;
>> Áreas de hiperestesia grave;
>> Presença de corpos estranhos (areia, vidro); e
>> Doenças dos vasos sanguíneos (por exemplo, tromboflebite).
A massagem pode ser ministrada, mas com grande cuidado, a pacientes que
apresentem varicosidade significativa das veias, hemofilia ou edema visível.
A massagem não deve ser ministrada em áreas de tumor ou infecção que
possa se disseminar pelo tratamento (isso se enquadra na categoria de habitualmente
contraindicada). São exemplos disso problemas da pele como a psoríase, qualquer
malignidade e qualquer tipo de infecção articular ou óssea.
A massagem não deve ser ministrada sobre áreas em que estejam incrustados
corpos estranhos como vidro e sujidades, devido ao risco evidente de causar
maiores danos. A massagem também está contraindicada na presença de distúrbios
dos vasos sanguíneos. A massagem poderia causar lesão local aos vasos, ou, em
casos raros, soltar um êmbolo em um membro envolvido com tromboflebite.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

É importante lembrar que as contraindicações geralmente se aplicam à área


a ser tratada. E bastante seguro tratar áreas que não estão afetadas. Seria seguro, por
exemplo, massagear pescoço e ombros de um paciente que tenha uma afeção
arterial significativa nos membros inferiores.
Como sempre, as causas dos sinais e sintomas atuais do paciente são
extremamente importantes. Por exemplo, um paciente pode apresentar-se com uma
tumefação crônica visível em torno dos pés, tornozelos e parte inferior das pernas.
Em uma análise superficial, essa parece ser uma indicação ideal para a massagem de
mobilização dos líquidos e remoção do edema; contudo, se o edema é decorrente de
uma insuficiência cardíaca congestiva, isso poderia contraindicar o tratamento, a
menos que o distúrbio cardíaco esteja muito bem controlado. Neste caso, é
provável que o inchaço das pernas seja um mecanismo pelo qual o sistema
cardiovascular inadequado do paciente "descarregou" líquido na periferia, como
meio de reduzir a carga de bombeamento do coração. A mobilização deste líquido
de volta para o sistema cardiovascular poderia sobrecarregar o coração do paciente.
Este exemplo esclarece a importância de compreender as razões para os sinais e
sintomas de paciente.
4.1. Precauções gerais
A massagem é um tratamento relativamente seguro; contudo, os pacientes
podem sofrer algum dano, caso recebam um tratamento inadequado ou não
apropriado. Obviamente, há necessidade de uma avaliação cuidadosa da situação
global do paciente. A lista a seguir contém muitas precauções baseadas no senso
comum, e que devem ser observadas antes, durante, e depois da massagem:
1. Obtenha um diagnóstico médico acurado;
2. Efetue um exame físico (clínico) apropriado, para que seja determinado
como o estado médico está afetando o paciente e formule um plano terapêutico
adequado. Lembre-se que as técnicas de massagem são melhores utilizadas em
combinação com outras técnicas de reabilitação, e não como tratamento exclusivo;
3. Verifique cuidadosamente as possíveis contraindicações ao tratamento;
4. Cubra, verifique o posicionamento, e apoie o paciente de forma
apropriada;
5. Garanta um elevado padrão de limpeza, especialmente para as mãos (do
terapeuta);
6. Efetue a massagem adequadamente, ao mesmo tempo em que é
monitorada a resposta do paciente;
7. Avalie e documente a resposta do paciente ao tratamento, de modo que,
em caso de necessidade, sejam feitas modificações;
CONCLUSÃO
Pode não haver dúvida de que a massagem tem muitos efeitos mecânicos,
fisiológicos e psicológicos a oferecer, e nem pode restar qualquer dúvida de que a

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

massagem tem muitas aplicações terapêuticas. Apesar da tecnologia cada vez mais
sofisticada, a arte antiga da massagem provavelmente ainda terá um papel
importante no século XXI, e por muito tempo depois. Parece-nos extremamente
improvável que qualquer máquina venha algum dia a substituir a sensibilidade e o
poder das mãos humanas treinadas que trabalham em contato com outros seres
humanos. A atual popularidade dos diversos conceitos da saúde holística
provavelmente também irá assegurar que a massagem continuará sendo uma prática
terapêutica popular no futuro previsível.

As vértebras compõem-se pelas seguintes


estruturas: corpo, pedículos, lâmina e apófises. O corpo vertebral encontra-
se na porção anterior em relação ao eixo corporal. O corpo vertebral, nesta
posição, suporta as forças de carga e pressão e é composto por uma estrutura óssea
esponjosa, apresentando uma placa cartilaginosa na sua porção superior e inferior.
Varia de altura e de diâmetro conforme o segmento vertebral onde se localiza. Os
corpos das vértebras cervicais são de menor diâmetro e altura, sendo a porção mais
alta da coluna na posição ortostática.
Os corpos dorsais ou torácicos aumentam progressivamente a sua altura e
diâmetro, apresentando um aspecto cilíndrico. Os corpos vertebrais lombares são
achatados e largos por constituírem as vértebras que suportam as maiores pressões
da coluna vertebral. As vértebras sacras são fusionados entre si, constituindo-se
num osso que apresenta forma triangular. Este por sua vez articula-se com o ilíaco
na região pélvica, apresentando a base fixa da coluna vertebral e sua relação com a
pelve ou bacia. Assim, estabelece-se a base de suporte da coluna vertebral do
ser humano.
Pedículos vertebrais: são expansões ósseas conectadas ao corpo na sua
porção anterior e a lâmina óssea
vertebral na sua porção posterior. Constituem a face lateral das vértebras e
tem na sua porção posterior as
apófises articulares. O pedículo limita o canal raquidiano em ambos os lados
e, através de sua apófise articular, conecta-se com as vértebras adjacentes.

137
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Lâmina Vertebral: são porções ósseas laminares que limitam o canal


raquidiano em sua face posterior. Como
o corpo vertebral, variam de forma e tamanho conforme a vértebra que
constitui. Vista ao Raio X no sentido
póstero-anterior têm o formato de asa de borboleta.
Apófises:
Apófise Vertebral Posterior: as apófises posteriores da coluna vertebral são
saliências ósseas de localização posterior formada como uma expansão da lâmina
vertebral. Estão situadas na linha média posterior da coluna.
Apófise Transversa ou Costiforme: localiza-se lateralmente em relação ao
eixo vertebral e constitui
uma expansão dos pedículos na sua face lateral. Exceção é feita na quinta
vértebra lombar, cuja apófise transversa é uma extensão posterior do corpo
vertebral.
Apófises Articulares: são saliências articuladas da porção pedicular que
relacionam as vértebras entre si, constituem o apoio posterior intervertebral. O
apoio anterior é realizado pela estrutura do disco intervertebral. As apófises
articulares, relacionadas entre si nas vértebras adjacentes, formam a articulação
interapofisária, cuja relação intervertebral dão origem ao forâmen de conjugação.
Apófise Odontóide ou Processo Odontóide: é uma porção óssea, densa,
que se projeta na parte superior do áxis
(segunda vértebra cervical) para dentro do atlas (primeira vértebra cervical)
e se introduz no forâmen magnum. Este se localiza na base do crânio e tem em seu
interior estruturas como o bulbo (centro nervoso do comando respiratório) e o
início da estrutura medular-nervosa. O processo odontóide estabiliza a coluna
cervical em relação ao crânio, permitindo os movimentos de rotação da cabeça. O
mesmo se projeta no interior do atlas, que realiza o suporte do crânio e do forâmen
magnum que se constitui na cavidade localizada na base do crânio.
Facetas Articulares: são porções cartilaginosas das articulações
interapofisárias. Na região dorsal, existem as facetas costais superiores e a faceta
costal inferior que se localiza superiormente e posteriormente ao corpo vertebral.
Elas servem para fazer a conexão com os arcos costais. Na região torácica também
temos a presença das facetas costais transversas que, unindo-se a porção proximal
das costelas, aumentam a estabilidade entre a coluna e o arcaboço torácico.
Cápsula Articular: é uma estrutura com tecido fibroso que é responsável
pelo revestimento das articulações
interapofisárias e, juntamente com a membrana sinovial, tornam a estrutura
hermeticamente fechada onde circulam líquido sinovial para nutrir e vitalizar as
cartilagens em contato na articulação. Esta membrana capsular reveste também as

138
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

articulações costo-vertebrais e costo-transversas, localizadas ao longo da coluna


torácica.
Forâmen Vertebral: trata-se de um orifício que se localiza lateralmente ao
canal vertebral. Encontra-se
relacionado ao espaço intervertebral e parte inferior do corpo da vértebra.
Localiza-se entre as facetas articulares por trás, e o corpo vertebral e o disco
intervertebral pela frente. Através desses foramens emergem as raízes nervosas de
dentro do canal vertebral. Podem ser comparados a janelas pelas quais as raízes
nervosas têm o seu trânsito para realizar o comando de área e receber a
sensibilidade de áreas segmentares.
Disco Intervertebral: O disco intervertebral constitui-se de uma estrutura
fibro-cartilaginosa formada por anéis concêntricos em sua porção externa e um
núcleo gelatinoso formado por substâncias hidrófilas (muco polissacarídos) que
garantem essa hidrofilia (retenção de água), mantendo a capacidade de hidratação e
flexibilidade do disco. As vértebras desde C2 (segunda vértebra cervical) até S1
(primeira vértebra sacra) são interpostas por estruturas discais chamadas de discos
intervertebrais. Ao todo são 23 discos. O anel fibroso concêntrico suporta as
pressões submetidas à coluna vertebral, transmitidas pelos corpos vertebrais. Um
núcleo gelatinoso, através do seu deslocamento, estimula o anel fibroso na retenção
das pressões e orienta o todo corporal quanto à posição da coluna vertebral. Essa
orientação é dada através dos ramos do nervo sinovertebral ou nervo de
Luschka. Este nervo "comunica" os estímulos recebidos, revelando aos
músculos eretores da espinha as linhas
de força de pressão sobre a coluna vertebral. Sua localização é a porção
posterior do disco e o mesmo se comunica com a raiz nervosa emergente da coluna.
Ligamentos: são estruturas fibrosas cuja função está relacionada à
estabilidade intrínseca das vértebras na
sua posição natural.
Ligamento Longitudinal Anterior: tem forma laminar. Inicia-se na base
do crânio até o sacro. Serve para
reforçar a estabilidade da coluna na sua porção anterior e encontra-se na
linha média do corpo vertebral. Estabiliza a coluna desde a articulação atlanto-
ociptal até a transição lombo-sacro.
Ligamento Interespinhoso: localiza-se na região espinhosa e se inicia pelo
ligamento da nuca, porção
estabilizadora entre o osso ociptal e as apófises cervicais, estendendo-se até
as apófises sacras. É reconhecido como ligamento inter-espinhal tendo a sua porção
contínua com o nome de ligamento
supra-espinhal.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Ligamentos Amarelos: são expansões ligamentares que conectam a face


anterior da lâmina superior com a face
posterior da lâmina vertebral adjacente inferior. Ligamento Longitudinal
Posterior: trata-se de um ligamento laminar que se localiza dentro do canal
vertebral justaposto à porção posterior dos corpos vertebrais.
Ligamentos Cruciformes: localiza-se na base do crânio e é formado pelos
ligamentos superior, transverso e
inferior. Comunica-se com as fibras do ligamento alar.
Ligamentos Inter-transversos: interligam as apófises transversais.
Encontram-se lateralmente à coluna
vertebral.
Ligamento Costo-transverso e Ligamento Radiado: unem a costela com
as apófises transversas e com o corpo
vertebral subsequentemente.

O torcicolo está associado à contratura do músculo Esternocleidomastoideo -


músculo que liga o osso esterno e a clavícula (na parte anterior do pescoço) ao
processo mastóide na região lateral da nuca.

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A forma mais conhecida de torcicolo ocorre por contratura muscular. A


contratura pode ser ocasionada por má postura, má posição ao dormir, tensão ou
por um movimento brusco. Nesse caso, outros músculos podem estar envolvidos: o
trapézio (localizado, atrás do pescoço)ou os escalenos (localizados na lateral do
pescoço).
Em formas mais intensas de torcicolo, pode haver comprometimento dos
nervos que saem da coluna cervical e vão para os braços. Isso pode causar
alterações de sensibilidade ou distúrbios motores nos braços. Normalmente, essas
alterações são reversíveis. Existe uma artéria que, em seu trajeto, atravessa a
coluna cervical. Dependendo do grau de tensão na região, pode haver diminuição
do fluxo de sangue causando sintomas como dor de cabeça, zumbido no ouvido ou
tonturas.

As palavras terminadas com o sufixo 'ite' indicam um processo


inflamatório. Tendinite, pois, é a inflamação que acontece nos tendões.
Essa inflamação pode ter duas causas, que são:
1. Mecânica ? esforços prolongados e repetitivos, além de sobrecarga.
Algumas pessoas ? Como halterofilistas e amadores que
se exibem nas ruas, puxando vários carros ? podem suportar trações de até
300 kg. Mas as pessoas comuns, que não são treinadas para carregar peso, podem
sofrer lesões diante de um movimento errado ou de uma carga de apenas 10kg de
peso.
2. Química ? A desidratação, quando os músculos e tendões não estão
suficientemente drenados, a alimentação incorreta e toxinas no organismo podem
conduzir a uma tendinite.
Como ela se Manifesta?
A tendinite se manifesta inicialmente com dores e muitas vezes com a
incapacidade da pessoa em realizar certos movimentos.
A pessoa pode sentir dores ao subir ou descer escadas, caminhar, dobrar os
joelhos, entre outras posturas ou movimentos.
Ela pode ser confundida inicialmente com artrite reumatoide e, portanto,
existe a necessidade de que o médico faça um bom exame no paciente para
estabelecer um diagnóstico diferencial. No caso da tendinite crônica, o diagnóstico

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em geral é mais difícil, por não haver aumento no fluido sinovial, o que requer
mais cuidado nas investigações.
Exames Necessários
Exame clínico e anamnese (entrevista) são os primeiros procedimentos, em
que o paciente relata suas queixas e o profissional começa a formular a hipótese
diagnóstica.
Os métodos de diagnóstico através de imagem têm papel importante. Desde
o raio-x até a ressonância magnética, cada um atua no diagnóstico de determinadas
lesões, entre elas, uma das mais frequentes é a tendinite. O médico explica que, para
o seu
diagnóstico, com frequência se utiliza a ultrassonografia, quase sempre
depois de feito um exame de radiografia normal. A ultrassonografia, conforme ele
relata, apresenta algumas vantagens tais como boa definição de partes moles, não
utiliza
radiação ionizante, é um método não invasivo, relativamente de baixo custo
e rápido em comparação com outros métodos.
Também alerta-se para a importância da comunicação entre os profissionais
que examina o paciente e o médico que fará os exames de ultrassonografia, muitas
vezes realizados em local diferente daquele da
consulta. É fundamental, diz ele, que o médico ultrassonografista tenha
conhecimento da história clínica do paciente para poder identificar corretamente o
local da lesão, estabelecer prováveis diagnósticos diferenciais e poder sugerir um
diagnóstico final da lesão ao médico que solicitou o exame.
Quais as Profissões mais Afetadas?
A tendinite tem sido alvo de preocupação tanto da medicina do esporte
quanto da medicina do trabalho. Há uma variedade de tipos de atletismo e de
ocupações que podem estar sujeitas ao problema, todas sempre relacionadas com
esforços demasiados ou repetitivos (LER ou DORT ). Jogadores de futebol,
handebol, vôlei, feirantes (que carregam pesadas caixas), estivadores e
até mesmo dançarinos. Ultimamente, a área de informática tem mostrado
esse problema, com o esforço repetido dos digitadores no teclado. Sem contar os
pianistas, que por estudo sistemático de suas partituras musicais podem ser
acometidos de tendinite.
Formas de Tratamento
Dependendo da natureza e do grau de severidade da lesão, as formas de
tratamento vão desde a indicação de anti-inflamatórios até a imobilização do
membro afetado.

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Um tratamento fisioterápico e muito importante. O Fisioterapeuta tem que


ver o tratamento mais adequado para cada caso.Com o decorrer do tratamento o
fisioterapeuta pode colocar mais esforço para o paciente. Mas, em primeiro lugar é
preciso repouso. Após um período, a pessoa é aconselhada a fazer fisioterapia, para
acelerar o processo de cura. Uma das técnicas indicadas para a tendinite é a
crioterapia, aplicação de bandagens a temperaturas muito baixas ou bolsas de gelo.
Massagens também são indicadas como auxiliares no tratamento. No caso de
tendinite de origem química, indica-se uma dieta alimentar especial, para prevenir a
desidratação que pode resultar, nos tendões, na pouca ou nenhuma lubrificação e
consequente agravamento da doença. Essa dieta exige a retirada de alimentos ácidos
e graxos, incluindo-se a manteiga e o chocolate e as frutas ácidas.
A aplicação local de corticóides é apenas indicada dos casos mais graves.
É Possível Haver Sequelas?
Sim, se o tratamento não for feito em tempo e de maneira adequada e se a
fisioterapia não for feita durante o período necessário. A pessoa não tratada pode
sofrer uma ruptura do tendão após um período de inflamação mal cuidada. Pode
continuar com as dores e se tornar incapaz para o trabalho. Por isso, é
importante seguir todos os passos indicados pelo médico para um pronto
restabelecimento.
Quais são os Métodos de Prevenção?
1. As atividades de risco para tendinite são fáceis de serem reconhecidas.
Uma vez reconhecendo o tipo de atividade, é dever de uma empresa ou de um
clube, por exemplo, não expor o funcionário ou o atleta a períodos ininterruptos
de trabalho ou de exercício.
Uma parada, uma pausa na rotina, por alguns minutos, pode significar não
um prejuízo para a empresa, mas sim, um ganho em termos de continuidade em
médio e longo prazo.
2. Alimentação balanceada é vital não só para o tratamento da tendinite,
mas também para sua prevenção.
3. Instruir o digitador, o atleta, o funcionário, o pianista, quem quer que
esteja a seu serviço, sobre as causas e os efeitos da doença e como preveni-la é dever
de todo empregador. Isso pode ser feito através de pequenos seminários, aulas ou
vídeos.
4. Tratamento adequado, consulta ao médico, atenção à fisioterapia e aos
medicamentos são um direito e ao mesmo tempo um dever do paciente para a cura
da tendinite.
5. Por último, vale lembrar que os casos mal curados podem acabar
necessitando de cirurgia. E que a tendinite também é, como qualquer acidente de

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trabalho, passível de indenização. Vale a pena, portanto, a empresa se preocupar


com a prevenção, onde
os gastos (e o desgaste emocional de ambas as partes) são muito menores e
mais proveitosos.
Espero que essa matéria seja útil para você como foi para mim...

Conceito Ombro doloroso é uma síndrome caracterizada por dor e


impotência funcional de graus variados, que acomete estruturas responsáveis pela
movimentação do ombro, incluindo as articulações, tendões e músculos, ligamentos e
bursas. A estes sintomas se agregam àqueles que caracterizam transtornos ou afecções
locais ou a distância de implicações etiopatogênicas no aparecimento da síndrome.
Anatomia local 1. Articulações O ombro é formado por três articulações (gleno-
umeral), acrômio-clavicular e esternoclavicular e uma região de deslizamento entre a
escápula e região torácica, que são essenciais para todos os tipos de movimentos
realizados pelo ombro. Tendões e músculos O principal grupo muscular responsável
pela movimentação do ombro é o manguito rotador. O manguito rotador é formado
pelos seguintes músculos: supra espinhoso, infra espinhoso, subescapular e redondo
menor. Possui inserção tendinosa no úmero, facilitando a estabilidade articular e
propiciando movimentação. Bursas A principal é a bursa subacromial localizada
acima do tendão do músculo supra espinhoso e abaixo do acrômio. Ligamentos São
responsáveis pela estabilidade da articulação; os principais são a cápsula gleno-umeral e
o ligamento coracoacromial. Causas A frequência aproximada das causas de ombro
doloroso é a seguinte: · Bursites subdeltoidiana ou subacromial com ou sem depósito
calcário - 80%; · Miofibrosites - 8%; · Artrites do ombro - 5%; · Outros - 7%.
Em relação às causas de bursite subdeltoidiana ou subacromial temos: ·

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Atividade excessiva; · Hiperabdução prolongada; · Ruptura do supra espinhoso, infra


espinhoso ou longa porção do bíceps; · Luxação acrômio-clavicular; · Fratura do
troquiter; · Irritação por osteófitos; · Aderência - pacientes crônicos em leito; ·
Alterações - inflamações no manguito músculo tendinoso integrado. Clínica/métodos
e avaliação As formas clínicas do ombro doloroso se classificam da seguinte forma: a.
Quanto à intensidade dos sintomas; b. Quanto ao tempo do início da doença; c.
Quanto ao exame radiológico. E quanto ao aparecimento de sintomas como: a.
Agudas; b. Subagudas; c. Crônicas; d. Com ou sem calcificações. Os sintomas da
forma aguda são: dor intensa na região da articulação escápuloumeral agravada pelos
movimentos; irradiação da dor para o pescoço, às vezes para o braço, inserção do
deltóides e pontas dos dedos; limitação dos movimentos com dor extrema a ligeira
abdução ou rotação; hiperalgesia na região do troquiter, apófise coracóide e sulco
bicipital. Os sinais radiológicos são encontrados em 50% dos casos. Na forma crônica
encontramos os seguintes sintomas: · Atrofia do deltóide supra espinhoso; ·
Incapacidade de movimentos articulação escápuloumeral (abdução-rotação); · Dor
localizada ou irradiada de pouca intensidade; · Hiperalgesia em nível do troquiter. Os
sinais radiológicos são de atrofia da grande tuberosidade do úmero (calcificações).
Exame físico É o principal meio utilizado. Localizam-se pontos de maior
sensibilidade à simples pressão digital (inserção supra espinhoso, longa porção do
bíceps, articulação acrômio-clavicular, apófise coracóide, bolsa subacromial). O arco
doloroso de Simmonds é frequente. A abdução é dificultada na passagem da grande
tuberosidade do úmero sob o acrômio. A manobra de Yergason é positiva para
alteração a longa porção do bíceps quando o braço estiver em abdução e o antebraço
flexionado em 90 graus. A supinação e a contra-resistência despertam dor na corrediça
bicipital. Importante é o exame em nível do tendão do supra espinhoso, em que se
instalam lesões mais graves. Elas se localizam em áreas correspondentes ao assoalho da
bolsa subacromial, na qual o tendão do supra espinhoso se adere totalmente à cápsula
articular. Exame radiológico Frequentemente o exame radiológico convencional se
apresenta normal (valoriza-se o exame físico). Pode encontrar-se: · Depósitos calcáreos
- bursite calcárea e outras; · Osteoporose difusa ou localizada; · Condensação óssea -
tumores; · Lesões líticas; · Lesões degenerativas - artrose; · Redução do estreito
acrômio-tuberositário (desgaste-desnutrição do manguito tendinoso).

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Figura 1 - FOSSA ADENÓIDE ESTRUTURA


ESCAPULAR.

Figura 2 - LIGAMENTOS E TENDÕES EM TORNO DA ARTICULAÇÃO


DO OMBRO.

1. Síndrome do impacto É uma síndrome dolorosa do ombro acompanhada


por alteração na mobilidade local, sendo caracterizada por uma tendinite,
geralmente, do tendão do supra espinhoso e bursa subacromial, com lesão parcial
ou total deste ou de outros tendões.
Ocorre com maior frequência acima dos 40 anos de idade, com
predominância da etiologia traumática. Sabe-se que o impacto causando atrito e
posterior degeneração ocorre durante a elevação anterior do braço, ocorrendo
contra superfície inferior do acrômio. Alguns autores descrevem três fases clínicas: -

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Fase I: abaixo dos 25 anos, ocorrendo dor aguda após esforço prolongado. Nesta
fase há edema e hemorragia em nível de bursas e tendões; - Fase II: entre 25 e 40
anos de idade e já começa fibrose e espessamento da bursa subacromial, além da
tendinite. Paciente queixa de dor noturna e após atividades. Pode ocorrer ruptura
parcial do manguito rotador; - Fase III: acima dos 40 anos. Paciente apresenta dor
contínua com perda da força de mobilização devido à ruptura completa de um ou
vários tendões. Diagnóstico Além da anamnese, podemos utilizar algumas
manobras úteis no exame físico, damos preferência à mobilização ativa e passiva do
ombro, deixando de lado inspeção, palpação a ausculta que nos fornecerão poucos
subsídios diagnósticos. Movimentos ativos podem estar alterados pela dor e, em
casos mais graves, pode estar presente devido a capsulite secundária. Os principais
movimentos são: · Abdução do braço: aparecimento da dor entre 70o e 120o de
abdução, conhecido como "arco doloroso de Simmonds";

MÉTODO DE CODMAN Baseia-se no ganho de mobilidade com


exercícios específicos: o paciente em pé fará uma flexão ligeira do ombro e depois
fará movimentos para a extensão, mais tarde para a abdução e adução, e finalmente
movimentos circulares para a rotação externa. O objetivo destes exercícios é ganhar
flexibilidade e aumentar o movimento articular. A seguir alguns dos movimentos
propostos pelo método.

Rotação externa e interna

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Adução contra-resistência

Flexão e extensão contra-resistência

Articulação gleno-umeral

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Exame da corrediça bicipital

Exame do manguito rotador

LESÕES PARA POSSÍVEIS APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CODMAN

Paciente - 50 anos com calcificações homogêneas na região bicipital bursite calcárea

Paciente - 58 anos com acentuada lesão degenerativa – artrose

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Mulher - 45 anos com avançada artrite reumatoide e osteoporose

RM parcial do manguito rotador com lesão do tendão do supra espinhoso

TENDINITE E BURSITE DO OMBRO

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Mecanismo do “arco doloroso de Simmonds”

Bloqueio gleno-umeral

Conclusão Todas estas lesões, afecções ou patologias descritas acima podem


ser tratadas através da utilização dos exercícios de CODMAN. Pois a variação das
formas posturais de tratamento e de movimentos programados favorece a execução
do método para estes acometimentos a nível de ombro. Levou-se mais em conta
neste trabalho o tratamento da síndrome do ombro doloroso, que é a patologia que
mais ocorre atualmente e serve como aplicação direta do método. Referências
Bibliográficas 1. Codman E. A.: The Shoulder. Thomas Todd Cp., Boston. 1934. 2.
Gonçalves G.W. Periartrite do Ombro - Tratamento. Revista Brasileira de
Reumatologia; 4:33, 1960. 3. Gonçalves G.W.: Via posterior para injeção da bolsa
subacromial. Revista Bras. Reum.; 6: 29,1965. 4. Rotes-Querol R. Lience E.,
Escofer D.R.: Semiologia de los Reumatismos. Editorial Espaxs, Barcelona, 1965. 5.
Steinbrocker O. et. al: Shoulder-hand Syndrome: Sympathetic block compared
with corticotropin and cortisone therapy. Jama; 153: 788. 1953. 6. Vischer,
Thomas L. Atlas of Clinical Rheumatology - 20.2 Non-Articular Rheumatism,
1968. 7. Fellet, A. e col. - Conduta terapêutica na periartrite de ombro. Clínica
Geral; vol. 3, 1971. 8. Armstrong. J. R. Excision of the acromion in the treatment
of the supraspinatus syndrome. J. Bone Joint Surg.; 31B: 436, 1949. 9. Dalton S.E.

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The Shoulder Rheumatology; Klippel. J. H. & Dieppe P.A. 1ª edition, Mosby. 10.
Godinho G.G. Ombro Noções práticas de reumatologia; Moreira, C. & Carvalho,
M.A.P. 1ª edição, Health, 1996

1 – Colocar o paciente em decúbito dorsal.


2 – Relaxamento _ 10 min.
3 – Flexionar uma perna por vez até o glúteo explorando o limite de cada
pessoa de 3 a 5 vezes.
4 – Subir na nuca e prender a cintura pélvica com os joelhos, alongar a
coluna com as mãos da lombar para cervical de 3 a 4 vezes.
5 – Capturando os braços puxando-os para traz soltando o peso do seu
corpo, pedindo para o paciente soltar a cabeça, levando até o limite.
6 – Repetir o item 4.
7 – Repita 5 e 6 mais 2 vezes.
8 – Virar o paciente em decúbito ventral flexionar uma perna de cada vez
explorando o limite 3x cada perna.
9 – Subir na maca e explorar o limite da pressão das 2 pernas ao mesmo
tempo, pedindo para o paciente empurrar para cima 3x cada perna.
10 – Encolher as pernas do paciente até que o calcanhar fique apoiado na
mão, pedir para executar a cintura pélvica e coloque a mão por baixo indo até a
coluna encostando-se à zona epitroclear com a mão em gancho, puxar vértebra por
vértebra alongando da torácica para a região lombar (1vez) Fazer exercício
respiratório.......

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11. Segure os 2 tornozelos do paciente com as pernas estendidas levante-o e


dobre-o até tirar a torácica da maca.(obs: cuidado ao fazer esse movimento para não
torcer o paciente para nenhum dos 2 lados).
12. Pegar a perna do paciente e alongar não esquecendo de apoiar com a
mão a pessoa poplítea.
13. Se posicionando na cabeceira da maca peça ao paciente que mexa com o
quadril, entre com o outro braço pelas laterais do corpo posicionando o corpo e
cada lado da coluna, fazendo novamente o exercício respiratório, pedindo ao
paciente para soltar todo peso em suas mãos.
14. Alongue vértebra por vértebra da região dorsal para cervical,
terminando o alongamento segurando na caixa craniana.
15. Posicionando-se ao lado da maca segure a mão do paciente e peça que
solte o braço, alongue o braço para baixo levantando posteriormente acima da
cabeça repita com o outro braço.
16. Paciente relaxar por 5 minutos.

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Esta é mais uma dica fundamental


para as gestantes que desejam um parto natural: a massagem do períneo. Ela prepara
este músculo fundamental no trabalho de parto, porque nos ajuda a ter mais
consciência de onde ele fica e o que ele faz! Além disso a massagem e o óleo vão
"amaciando" esta musculatura que vai ser pressionada pela cabeça do bebê,
ajudando a evitar a laceração das fibras musculares. Dizem que na hora do parto o
períneo deve estar o mais relaxado possível, e para relaxá-lo precisamos saber onde
ele fica! Outra boa preparação é fazer sempre que possível os exercícios de Kegel,
aqueles em que você contrai e relaxa o períneo continuamente. Pois um músculo
forte é diferente de um músculo tenso, rígido, sem flexibilidade. Aliás, este
exercício é altamente recomendável para todas as mulheres de todas as idades,
porque previne a incontinência urinária, melhora sua postura e sua vida sexual. Mas
vamos à massagem: É ideal que se comece a partir da 34. semana de gestação.
Escolha um bom óleo vegetal sem corantes ou aromas: pode ser de oliva, de uva, de
amêndoa... mas eu recomendo mesmo o óleo de coco, que dentre muitas qualidades
terapêuticas, é um magnífico fungicida, muito bom para a predisposta área genital
feminina! Deitada na cama com as pernas afastadas (é bom por uma toalha embaixo
para não manchar seu lençol com o óleo), faça com o dedo um vai e vem em forma
de U, onde a curva deste U é a área mais próxima ao ânus, onde o períneo é mais
fibroso e mais susceptível às rupturas. Neste lugar, coloque um pouco mais de
intensidade na massagem. Não deve ser dolorosa, afinal, você tem que relaxar!
Enquanto faz a massagem, visualize esta região se abrindo, e a cabeça do bebê

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deslizando tranquilamente por lá. Se o seu marido ou pretendente quiser te ajudar


nesta tarefa, será ainda melhor, pois a barriga pode atrapalhar! E se ele se empolgar,
não tem problema!

Muito comuns são os acidentes desportivos, desde uma simples contusão


muscular até uma fratura. Em princípio, somente um médico pode orientar o
tratamento dos acidentes desportivos, pois só ele possui conhecimentos para fazer o
diagnóstico. É indispensável o controle por raio X, pois em muitos casos de
aparência benigna, podem ser reveladas lesões que passam despercebidas ao exame
clínico.

1- Contusões musculares
Muito frequentemente na prática de desportos, embora não produzam
alterações ósseas e musculares, acarretam entretanto transtornos a rede vascular
e nervosa. Para o tratamento das contusões em geral, é indispensável o repouso e
aplicação do saco de gelo nos 2 ou 3 primeiros dias, para em seguida se possa
aplicar a massagem com fins curativos e por meio da fricção e deslizamento.
Nas contusões quase sempre há derrame, e a massagem agirá facilitando a
reabsorção.

2- Distensões
As distensões musculares, originam-se de um esforço exagerado do
músculo e são também consequência de um simples “Mau jeito”.
Repouso funcional, compressas quentes, emplastro de Antiflogistine,
onda curta, infravermelho. Massagem racional, orientada por médico, e por
meio da fricção e deslizamento.

3- Entorses ou torceduras
É a lesão de uma articulação, em consequência de um movimento brusco
e forçado que determina ruptura ou distensão dos ligamentos que unem os ossos
à articulação, sem entretanto haver perda de contato das superfícies articulares.
Dos acidentes desportivos, é a entorse um dos mais comuns,
principalmente entre os jogadores de futebol.

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Além da dor que logo se manifesta, e que aumenta com a tentativa de


movimento, aparece o edema local (inchação), logo após a torcedura que
deforma os contornos da região atingida.
Horas depois, aparece a equimose, que é uma mancha arroxeada.
Tratamento: imobilização, que se consegue praticando uma bandagem,
cobrindo amplamente a articulação. Repouso funcional; compressas úmidas;
infravermelho ou ondas curtas, 2,4 ou 6 dias após o acidente (de acordo com a
gravidade do caso), iniciar a massagem, por meio da fricção que constitui o seu
melhor tratamento. Visa-se nesses casos a reabsorção pronta dos derrames
sanguíneos, linfáticos e articulares.

4- Luxações
Luxação é a lesão de uma articulação em consequência de uma queda ou
movimento brusco e violento que determina a saída da extremidade óssea de sua
cavidade natural.
As luxações, são mais graves que as entorses. As articulações que luxam
mais facilmente são: escápuloumeral, cotovelo e temporo-mandibular.
Dentre os sinais e sintomas que apresentam uma articulação luxada
temos: deformação, impossibilidade de mover o membro, dor a qualquer
tentativa de movimentação, inchação ou edema no local da luxação.
Tratamento: reduzida a luxação, imobilizá-la. Repouso funcional,
infravermelho, ondas curtas, compressas úmidas. Mobilização precoce da
articulação. Massagem.

5- Câimbra
A Câimbra caracteriza-se pela contração brusca e intensa do músculo,
pela dureza ao tato e pelas dores de que se fazem acompanhar.
O excessivo trabalho neuromuscular pode produzir a câimbra.
Entretanto certas e determinadas condições inerentes ao atleta, juntando-se a
intoxicação, dificuldades circulatórias, mudanças bruscas de temperatura, etc.,
podem produzi-las.
A câimbra pode se manifestar em qualquer grupo muscular, sendo
entretanto a panturrilha e os músculos da coxa, os mais comumente afetados.
Tratamento: colocar o atleta em boa posição e iniciar a massagem por
meio do deslizamento, superficial a princípio, aumentando progressivamente, a
medida que as dores vão desaparecendo.

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A massagem produz reais benefícios às pessoas que praticam desportos,


uma vez seja bem orientada e aplicada por profissional competente.
Dos pontos importantes devem ser levados em consideração para a
aplicação da massagem com fins desportivos:
1º - o estado de treinamento do indivíduo;
2º - o desporto que ele vai praticar.
Quanto ao estado de treinamento do indivíduo, devemos observar os
seguintes casos:
a) indivíduos que nunca praticaram a educação física ou há muito
não a praticam;
b) atletas em treinamento;
c) atletas em perfeita forma.
Para cada um dos casos acima citados a massagem será completamente
diferente.
Devemos também observar qual a massagem a ser aplicada:
1- antes dos exercícios;
2- depois dos exercícios.

A1) para os indivíduos que nunca praticaram a educação física ou há


muito tempo não a praticam, devemos aplicar:
1- antes dos exercícios: massagem estimulante, demorada e
energética, constando de deslizamento superficial, deslizamento profundo,
amassamento, percussão e deslizamento profundo.
2- Depois dos exercícios: Massagem desintoxicante, por meio de
deslizamento superficial e deslizamento profundo. (drenagem linfática
manual).

B2) para atletas em treinamento:

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1- antes dos exercícios: massagem estimulante, porém rápida e


suave, constando de deslizamento superficial, deslizamento profundo,
amassamento, percussão e deslizamento profundo.
2- Depois dos exercícios: massagem desintoxicante, por meio de
deslizamento superficial e deslizamento profundo. (drenagem linfática
manual).
C3) para os atletas em perfeita forma, que tem seus músculos
eminentemente excitáveis, devemos empregar:
1- antes dos exercícios: massagem relaxante por meio de
deslizamento superficial, fricções, vibrações.
2- Depois dos exercícios: massagem de drenagem linfática, a fim de
desintoxicar a musculatura das toxinas liberadas com o trabalho muscular.

MASSAGEM NO FUTEBOL
O futebol é um desporto que solicita quase todos os músculos do corpo;
entretanto os mais trabalhados são os músculos dos membros inferiores e entre
esses o quadríceps.
Dependendo do estado de treinamento do atleta, faremos antes das partidas
ou dos treinos, massagem estimulante energética ou suave.
A massagem relaxante, nunca é necessária ao jogador de futebol.
1- antes da partida ou treino: massagem estimulante;
2- depois da partida ou treino: massagem de drenagem linfática.

Antes da partida ou treino e após a massagem estimulante, fazer


mobilização passiva das articulações dos membros inferiores.
Quanto aos acidentes ocasionados durante a partida, o massagista aplicará a
massagem terapêutica de acordo com os casos.
A massagem desintoxicante após a partida, deverá ser prolongada e suave e
nos casos de necessidade, repita durante vários dias.

MASSAGEM NO SALTO
O salto é um desporto que solicita principalmente os músculos extensores
da coluna vertebral, os músculos do tronco e os dos membros inferiores.

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De acordo com o estado de treinamento do saltador, devemos realizar a


massagem visando os músculos acima citados, pois são os mais trabalhados durante
este desporto.
Além da massagem muscular, deve o massagista mobilizar as articulações
que vão ser mais trabalhadas.
Para os atletas em treinamento, devemos proceder da seguinte maneira:
1- antes dos exercícios: massagem estimulante rápida e suave;
2- depois dos exercícios: massagem desintoxicante (drenagem
linfática).

A mobilização passiva das articulações é muito indicada ao remador, e


deve ser realizada após a massagem estimulante.

MASSAGEM NA NATAÇÃO
Quase todos os músculos do corpo são solicitados, e em particular os da
espádua, dorso e coxa.
1- antes do nadador entrar na água: deverá ser feita a massagem
estimulante, dependendo do estado de treinamento do indivíduo;
2- após a prova ou treino: fricção geral do corpo ( de preferência
com uma luva de crina) e massagem desintoxicante (drenagem linfática).

MASSAGEM DE ARREMESSOS
Nos arremessos, trabalham-se principalmente os músculos da coluna
vertebral e do membro superior.
A massagem visa, de preferência esses músculos que são os mais solicitados e
é feita de acordo com o estado de treinamento do atleta. Deverá ser feita a
mobilização passiva das articulações que vão ser mais solicitadas.

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MASSAGEM NA LUTA
Uma luta entre indivíduos de peso pesado, depende quase que
exclusivamente da força, enquanto que nos indivíduos de peso leve e médio,
depende da destreza e da rapidez.
Todos os músculos do corpo, podem ser solicitados na luta, entretanto são
os da coluna vertebral que exercem um papel importantíssimo.
1- antes da luta: realizar um deslizamento geral e profundo, visando
ativar a circulação intramuscular, sem provocar excitação. Após o
deslizamento fazer fricções e amassaduras lentas e energéticas nos músculos
que vão ser mais solicitados.
2- Depois da luta: massagem desintoxicante (drenagem linfática).

MASSAGEM NO LEVANTAMENTO
DE PESO
Como na luta, para o levantamento de peso todos os músculos do corpo
trabalham, muito embora os do dorso e dos membros superiores sejam os mais
solicitados.
A massagem é a mesma que fazemos nos demais desportos e de acordo com
o grau de treinamento do indivíduo.

MASSAGEM NO BOX
Todos os músculos do corpo são trabalhados, especialmente os das pernas,
coxas, braços e cintura escapular.
Antes do combate: fazer uma massagem estimulante rápida e suave.
Durante o combate: no intervalo dos rounds, dispondo o massagista de
apenas um minuto, deverá aproveitar da melhor forma possível o intervalo,
executando uma massagem desintoxicante, por meio de um deslizamento profundo
e suave. Sempre que possível, deverão ser empenhados 3 massagistas: um trabalhará
nos membros inferiores; outro nos membros superiores e o terceiro para o tronco.
Após o combate: fazer uma massagem desintoxicante (drenagem linfática).

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MASSAGEM NA ESGRIMA
A esgrima exige para sua prática, a intervenção de um grande número de
grupos musculares, principalmente dos braços e das pernas.
1- antes do assalto: massagem estimulante;
2- após o assalto: massagem desintoxicante (drenagem linfática), que
poderá ser repetida de acordo com as necessidades.

MASSAGEM NO TÊNIS
O tênis do ponto de vista neuromuscular, resulta um esporte completo,
visto que o jogador deve realizar toda espécie de movimentos, seja com as pernas,
braços ou tronco. Assim sendo, a massagem no tenista deve ser feita de uma
maneira geral, em todo o corpo.
Entretanto, são os músculos motores da coluna vertebral, a cintura
escapular, cotovelo e punho, que requerem mais atenção por parte do massagista.
Cuidado especial deve merecer a articulação do cotovelo do tenista, visto
que são comuns artrites, provocadas pelo esforço do braço que impulsiona a
raquete.

MASSAGEM NO CICLISMO
O ciclismo obriga o trabalho dos membros inferiores, auxilia a circulação,
melhora o desenvolvimento do tórax, contribuindo para o revigoramento de todo
o organismo.
Antes do treino ou prova: Massagem estimulante nos músculos dos
membros inferiores e mobilização passiva das articulações.
Depois do treino ou prova: Massagem desintoxicante ( drenagem linfática).

MASSAGEM NO BOLA AO CESTO


Constituindo um exercício completo, que exige a intervenção de todos os
músculos do corpo, deve a massagem ser aplicada sobre todo o corpo. Entretanto

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certos e determinados grupos musculares poderão ser trabalhados pelo massagista


com preferência.
Não só os grupos musculares dos membros superiores como os dos
membros inferiores, poderão ser massageados.
Antes do treino ou jogo: Massagem estimulante, dependendo do estado de
treinamento do indivíduo. Mobilização passiva das articulações.
Depois do treino ou jogo: Massagem desintoxicante (drenagem linfática).

MASSAGEM NAS CORRIDAS


Como para os diferentes desportos acima tratados, nas corridas devemos
também observar o grau de treinamento do atleta.
Por outro lado, não devemos esquecer as diferentes categorias de corridas,
fundo, meio fundo e velocidade.

a- nas corridas de fundo: que exige do atleta uma reserva


nutritiva suficiente, o massagista deve apenas realizar deslizamentos
demorados e suaves, com a duração de 15 a 20 minutos, antes dos
treinos e das competições.
Depois dos treinos ou das competições: a massagem indicada é a
desintoxicante (drenagem linfática) combatendo também a fadiga.
A massagem desintoxicante (drenagem linfática) poderá ser repetida durante
vários dias, conforme as necessidades.

b- nas corridas de meio fundo: exigem do atleta músculos


delgados e aparelho respiratório perfeito; a massagem a ser aplicada
antes dos exercícios, é a estimulante (por meio de deslizamentos,
amassamentos e percussões), porém rápida.
Depois do treino ou da prova: massagem desintoxicante (drenagem
linfática).

c- nas corridas de velocidade: exigem do atleta um bom


desenvolvimento muscular e coração resistente, a massagem a ser
aplicada antes dos exercícios ou da prova; é a massagem estimulante e
depois das provas ou treinamentos é a massagem desintoxicante,
dependendo do estado de treinamento do atleta.

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A massagem relaxante, é de pouco emprego nos atletas, porque esta


massagem visa ser feita em atletas em perfeita forma ( o que se consegue muito
dificilmente).

DOSAGEM E INTENSIDADE
DA MASSAGEM
É impossível indicar precisamente qual o tempo de duração e a intensidade
da massagem. Para cada caso há uma prescrição especial e cabe ao massagista tomar
a iniciativa que julgar indispensável. Comumente, a massagem geral tem a duração
de uma hora; a local de dez a vinte minutos.

A pele, nossa roupagem, contínua e flexível, é convocada a constituir função


de ser, segundo Montagu:

1. base dos receptores sensoriais, localização do mais delicado de todos os
sentidos;
2. fonte organizadora e processadora de informações;
3. mediadora de sensações ;
4. barreira entre organismo e ambiente externo;
5. fonte imunológica de hormônios para a diferenciação de células
protetoras;
6. camada protetora das partes situadas abaixo delas contra efeitos da
radiação e lesões mecânicas;
7. barreira contra material tóxico e organismos estranhos;
8. responsável por um papel de destaque na regulação da pressão e do
fluxo de sangue;
9. órgão reparador e regenerativo;
10. produtora de queratina;
11. órgão de absorção de substancias nocivas e outras que possam ser
excretadas junto com os resíduos corporais eliminados;
12. reguladora da temperatura;

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13. órgão implicado no metabolismo e armazenamento de gordura;


14. e no metabolismo de água e sal, através da transpiração;
15. reservatório de alimento e água
16. órgão da respiração e facilitadora da entrada e saída de gases através da
mesma;
17. sintetizadora de vários compostos importantes, inclusive a vitamina D,
responsável pelo controle do raquitismo;
18. barreira ácida que protege contra muitas bactérias;
19. a secreção produzida pelas glândulas sebáceas, lubrifica a pele e os
pelos, isolando o corpo contra a chuva e frio e provavelmente ajuda no extermínio
de bactérias;
20. autopurificadora”.
Enfim, suas funções estão relacionadas as respostas adaptativas transmitidas
pelo meio atmosférico- como o deslocamento de ar, gases, partículas, parasitas,
vírus, bactéria, mudança na pressão, na temperatura, na umidade, na luz, na
radiação e muito mais.
Representa 12% do peso total do corpo, e é maior sistema de órgão externo,
com 19.000cm², no homem adulto e é composta por aproximadamente cinco
milhões de poros; 50 receptores sensoriais por 100mm², a área abrangida pela
superfície da pele tem um número enorme de receptores sensoriais(640.000), que
tem como função, captar estímulos de frio, calor, toque, pressão, dor; de 7 a 135
pontos táteis por cm².
Sua composição, em cada centímetro de diâmetro, ainda conta com mais ou
menos um milhão de células, 35 a 115 glândulas sudoríparas, de 16 terminações
nervosas e 30cm de vasos sanguíneos
Tem espessura variável, dependendo da região sendo mais espessa na sola
dos pés e palma das mãos. Como órgãos dos sentidos, é o mais extenso, e o
primeiro sistema sensorial a tornar- se funcional em todas as espécies.
Constituindo- se num dos mais importantes de todos os nossos sistemas de órgãos.
O tato é o primeiro sentido a desenvolver- se no embrião humano, que
reage a estímulos com menos de 6 semanas. Quando o embrião ainda não tem
olhos ou orelhas, já esta desenvolvido, embora não tanto quanto o seu ulterior
desenvolvimento.
Existe uma lei embriológica considerando que quanto mais cedo se
desenvolve uma função mais fundamental ela tende a ser.
A pele e o sistema nervoso originam- se do ectoderma, assim como os
cabelos, dentes, pelos e órgãos dos sentidos, considerando seus apêndices.
O sistema nervoso, porção da superfície geral do corpo embrionico que se
volta para dentro, é considerado a parte escondida da pele, ou a pele é a porção
exposta do sistema nervoso. A pele é o sistema nervoso externo- Sistema orgânico

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que desde suas primeiras diferenciações permanece em íntima conexão com o


sistema nervoso ou interno que tem a função de manter o organismo informado do
que está se passando fora dele.
Frederic Wood Jones, anatomista inglês, comentou que “o médico e filósofo
sábio é aquele que percebe que, quando considera a aparência externa de seus
semelhantes, está estudando o sistema nervoso externo e não simplesmente a pele e
seus apêndices” (apud Montagu).
Na qualidade de órgãos dos sentidos mais antigo e extenso, a pele permite
que o organismo aprenda o que é seu ambiente.
Durante toda a vida encontra- se em renovação contínua. A cada 4h forma
uma nova camada de células. As células da pele e das vísceras podem aparentemente
dividir- se centenas e milhares de vezes durante a vida da pessoa.
A pele varia em textura, flexibilidade, cor, odor e temperatura.
Toda esta explicação foi utilizada no sentido de mostrarmos a importância
da pele e justificar nossa concordância com Hardenberg quando disse: “Não existe
senão um único templo no Universo e é o Corpo do Homem. Nada e mais sagrado
do que essa elevada forma.
Curvar- se diante do homem é um ato de reverencia feito diante da
Revelação da Carne. Tocamos o céu quando colocamos nossas mãos num corpo
humano” (apud Montagu).

Tocar alguém é como descobrir este alguém. Através do toque, podemos


sentir, de fato, a presença física de algum objeto ou pessoa. Não é á toa que
crianças, ao pedirem para ver alguma coisa, imediatamente querem tocar. E os
adultos, também imediatamente, comentam: para ver não e preciso por a mão! Será
que não?
Depende da profundidade com que se quer ver! Quando tocamos alguém,
conseguimos experimentar e vivenciar este alguém. E as crianças nada mais querem
(e precisam) que experimentar, sentir, descobrir e viver e todos os sentimentos e
sensações que ela pode oferecer.

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Por isso e por muito mais, tocar é mágico! Assim como também é mágico
deixar-se tocar, pois através deste contato essencial, pode –se chegar a alma de quem
toca e de quem deixa-se tocar.
A mão sabe!
A mão sabe mesmo, e sabe muito. Sabe mais que o intelecto, porque
experimenta. As mãos estão nas extremidades dos braços e os braços são membros
que partem da linha do coração, é a continuação do centro cardíaco. O coração é a
mente maior, é a inteligência pura.
As pessoas têm a errônea impressão de que devem consultar seu intelecto
quando tem algum problema, no entretanto, o intelecto é apenas um gerenciador
de “arquivos”, ou seja, de memórias, de vidas. Mas a vida em si está no coração de
cada um.
As mãos estão repletas de energias e, ao tocar alguém, há uma troca de
vibrações personalizadas. Portanto, a postura de quem toca deve estar livre para
que este canal (doação/ recepção) esteja aberto e limpo. Para que as mãos falem
linguagem do amor e da compaixão e para libertar esta energia contida no coração,
é preciso humildade. Quem toca deve se encher de simplicidade e mentalizar: “Eu
não sei nada!”
O toque transformador deve estar pleno de humildade. A palavra
humildade vem do prefixo húmus, que significa fertilidade da terra – aquela que
está vazia e pronta para receber.
Uma atitude amorosa
O corpo de quem é tocado sabe quando a mão do outro entra. E a mão de
quem toca, sabe. Tocar é ser tocado; é criar um ciclo do “dar e receber”. O toque é
sensitivo e intuitivo, portanto, a pessoa que se propõe a tocar o outro deve ser
transpessoal para atingir um nível avançado de consciência, ou seja, deve deixar sua
“persona” e ir além da máscara social que todo ser humano cria e carrega ao longo
de sua vida.
Existem várias formas de tocar alguém, mas todas elas sugerem uma ação e
toda ação provoca uma reação. A massagem é uma forma bastante conhecida e cada
vez mais utilizada de tocar alguém. Certamente, o sucesso e a aceitação da
massagem estão diretamente relacionados com o prazer que ela suscita. O mais
interessante é que até este prazer é bilateral, isto é, não se massageia um objeto ou
um ser passivo, por mais que o movimento parta somente de quem faz a massagem.
Sempre é uma troca de energias, por isso, deve haver respeito pelo corpo e pelo ser
de quem massageia e de quem é massageado.

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A massagem também possui sua função estética e além de ser muito gostoso
receber toques com o intuito de relaxar, ela auxilia a manutenção da celulite, a
gordura localizada e a flacidez.
Alguns tipos de massagem utilizam equipamentos ou aparelhos estéticos,
porém, acredita-se que manualmente o massagista consegue avaliar melhor ( através
do toque) o estado dos tecidos do corpo, localizar as regiões problemáticas e, a
partir daí, trabalhar nelas. Além disso, o contato físico permite a troca de energia, o
que é indicada para o alívio de tensões.
A realização da massagem antes de práticas de exercícios físicos promove a
circulação sanguínea, aquecendo o corpo. Aplicada após estes exercícios, propicia a
redução de substancias eliminados pelo organismo como o ácido lático e carbônico,
que aparecem nos músculos após os exercícios e que são os causadores de cãibras e
desconforto.

É importante saber!
 Cuidado com a escolha do profissional! Se você ficar com manchas
roxas pelo corpo depois de uma sessão de massagem, é um sinal de que ela foi
malfeita.
 Dores muito fortes na coluna precisam ser diagnosticadas por um
médico antes de se submeter a uma sessão de massagem.
 A massagem pode ter efeito calmante, desintoxicante e terapêutico, de
acordo com a rapidez e a profundidade das manobras. Em nível psicológico, tem
ação harmônica e regularizadora.

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Nos últimos anos, estamos percebendo que, cada vez mais, diversas técnicas
ocidentais e orientais vem se difundindo com o objetivo de trabalhar a nossa
consciência corpórea, liberando as tensões através de uma atitude de compreensão
da relação que existe, indiscutivelmente, entre o corpo e a mente. Tudo está no
corpo. O toque traz a tona toda a verdade, toda a história pessoal e a interpretação
atual de cada um acerca dessa história.
Faz uso de diversas manobras que possuem finalidades estéticas, desportivas
ou terapêuticas. Tem como princípio básico o reequilibro da energia “Chi” ou
“Ki”, que é considerada a energia vital para os orientais. Esta energia circula ao
longo dos meridianos energéticos através da pressão dos dedos – conhecida também
como digito – pressura e outros tipos de manobras, como no Shiatsu e Tui Na, ou
na aplicação de agulhas ou moxa que é o caso da Acupuntura e da moxabustão.

Meridianos são canais ou condutores energéticos invisíveis, situados em


nível subcutâneo por onde circula a energia vital “Chi”. São compostos por pontos
de passagem de energia.
Os pontos principais são a base da grande circulação da energia no
organismo e responsáveis pelo transporte de energia nutridora.
A energia percorre esses meridianos em um sentido constante e estes se
interligam através dos chamados vasos secundários.

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 Meridianos Músculo- tendinosos: São derivados de canais principais e


transportam superficialmente energias defensivas, que tem a função de defender
nosso corpo contra ataques externos.
 Meridianos distintos: Conduzem a energia que provém dos órgãos
para os meridianos principais.
 Vasos Secundários: Dividem-se em transversais e longitudinais;
possuem a função de conectar diferente meridianos.
 Vasos Extraordinários: São em número de oito ao todo, tendo como
destaque o vaso da concepção e o vaso governador que, juntos, formam a
pequena circulação de energia.
Cada meridiano integrante da grande circulação da energia tem um
período de duas horas diárias de atividade máxima que se altera a cada doze
horas, seguindo a seguinte ordem:
Horários Órgão
Das 03 as 05 Pulmão
Das 05 as 07 Intestino Grosso
Das 07 as 09 Estômago
Das 09 as 11 Baço e Pâncreas
Das 11 as 13 Coração
Das 13 as 15 Intestino Delgado
Das 15 as 17 Bexiga
Das 17 as 19 Rins
Das 19 as 21 Circulação / Sexo
Das 21 as 23 Triplo aquecedor
Das 23 as 01 Vesícula Biliar
Da 01 as 03 Fígado

Pontos Chineses

Na medicina chinesa, ao longo dos meridianos e fora deles, localizam-se


mais ou menos mil pontos que, se estimulados, podem tonificar ou sedar
determinados órgãos e vísceras ou meridianos.
Dentre tantos pontos energéticos, existem alguns com funções específicas e
muito importantes, denominados pontos de comando que são divididos em várias
categorias:

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 Ponto de Tonificação: Seu estímulo provoca o aumento de energia


nos meridianos e da função do seu órgão correspondente.
 Ponto de Sedação: Possui função oposta ao ponto de tonificação.
 Ponto Fonte: Este ponto em específico tem a capacidade de produzir
tanto a sedação quanto a tonificação diretas no meridiano. Equilibram a energia,
suprindo as carências e eliminado os excessos.
 Ponto Lo: Une cada um dos meridianos com o ponto fonte de seu
meridiano. Utilizado para descarregar as deficiências ou excessos energéticos
entre os dois meridianos vizinhos.
 Ponto de Assentimento: Sua ação geral é sedativa. Localiza-se no
meridiano da bexiga e atua direto sobre o órgão correspondente. Conhecido
como ponto Yu.
 Ponto de Alarme: Possui atuação geral de tonificação. Normalmente
não ficam localizados sobre o mesmo meridiano e tornam-se sensíveis em caso
de afecção do órgão. Chamado também de Mo.

Efeitos Terapêuticos
Os efeitos variam de acordo com a profundidade e rapidez das manobras. A
massagem pode ter efeito relaxante, calmante, desintoxicante e terapêutico. Se
relacionado em nível psicológico, possui uma ação harmoniosa e regularizadora,
mas de modo geral, a massagem tem uma ação inicial vaso- constritora e
vasodilatadora.
Em resumo, utiliza-se a massagem para:
 Acalmar a dor, relaxar e sedar;
 Liberar tensões e aliviar a fadiga mental e física;
 Estimular os músculos e, consequentemente, o aparelho locomotor;
 Prevenir lesões;
 Tratar de problemas psicológicos.

A importância do toque
Hoje em dia, podemos perceber facilmente o quanto as pessoas estão
deixando de se comunicar. Como exemplo disso, podemos relatar alguns temas
atuais, tais como a guerra que estamos vendo nos jornais, rádio, teve e Internet. Por
falta de entendimento e extremo egoísmo e desejo de poder, milhares de vidas são
eliminadas como se nada significassem.
Quantas vezes você passa por alguém que conhece e nem ao menos
cumprimenta? Seu vizinho, o cobrador do ônibus que você pega todos os dias para
ir ao trabalho, colegas da empresa mesmo. Você dá um “bom dia” de coração para
as pessoas que moram na mesma casa que você?

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Se a situação da comunicação verbal é assim, imagine a do toque. As pessoas


não se tocam mais e nem sequer percebem a importância de um abraço. O contato
físico transmite amor, seja ele de forma consciente ou não, e pode até auxiliar na
cura de algumas doenças, já que o toque pode desencadear algumas alterações
químicos e metabólicas no organismo. Isto é constatado cientificamente: o toque é
realmente uma necessidade biológica.
Ao tocarmos uma pessoa doente, se enviarmos boas energias, podemos levá-
la a um estado emocional extremamente positivo e, como é verdadeiro o ditado
“mente sã, corpo são”, podemos, inclusive, acelerar o seu processo de cura.
Através do contato físico, pose-se diminuir o medo, a angústia, a frustração
e a sensação de desamparo de pessoas fragilizadas por situações difíceis.

Efeitos Fisiológicos da Massagem


Sabemos que qualquer estímulo desenvolve um reflexo motor ou visceral no
nosso organismo. O reflexo motor se traduz por movimento ou deslocamento do
corpo; o visceral pode ser entendido por uma modificação funcional. A massagem
beneficia, facilita e até previne doenças causadas por esses reflexos, que nem sempre
são resultados de estímulos saudáveis.

Conheça alguns dos benefícios que a massagem pode trazer ao seu


corpo físico e ao seu organismo:
 Sobre a circulação do sangue: A massagem facilita o retorno venoso.
O trabalho do coração pode ficar sobrecarregado, convém verificar a pressão
arterial do paciente. Com este incremento circulatório todos os órgãos
melhoram.
 Sobre os músculos: A fibra muscular é o elemento fundamental do
músculo, pois é ela que dá as propriedades de contração, elasticidade, tonicidade
e vitalidade.
 Sobre o tórax: A massagem nesta região obriga o indivíduo a respirar
profundamente e ritmicamente, de acordo com os movimentos. Além de
trabalhar o diafragma – músculo que separa o tórax do abdome – reeduca a
nossa respiração e também alarga os movimentos das articulações das costelas
com as vértebras, contribuindo ainda para a expansão dos músculos do pescoço,
peito e dorso.
 Sobre o abdome: Além de combater a prisão de ventre e ativar a
secreção de glândulas do abdome, fígado e pâncreas, auxilia na distribuição dos
alimentos.
Algumas contra – indicações que podem evitar sensações
desagradáveis e até problemas mais graves:

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 É importante verificar, antes de se submeter a uma massagem, se não


há contra – indicações para sua saúde
 Pessoas com distúrbios circulatórios e de coluna e problemas do
coração devem receber orientação médica, para que este indique qual o melhor
tipo de massagem a ser aplicada.
 A massagem também não é indicada para pessoas com doenças de pele
infecciosa, bolhas e ferimentos que ainda não estão curados.
 Pessoas em processos pós – cirúrgicos também não devem receber
massagem.
 Não fazer massagens no abdômen após as refeições. Deve-se respeitar a
digestão.
 Nos casos de hérnia de abdômen, não se pode receber massagem.
 Evite também nos casos de gravidez. Consulte, antes seu ginecologista.

Diversos tipos de massagem

Existem muitos tipos de massagem. Algumas são mais indicadas para


relaxamento físico e mental, enquanto outros, visam amenizar e até curar dores e
doenças. Existem, ainda, as energéticas, bioenergéticas, para consciência corporal,
entre muitas outras que propiciam o bem – estar integral de quem a recebe. Abaixo,
descrevemos alguns dos tipos mais procurados e cujos resultados são bastantes
satisfatórios e, cada vez mais, necessários.

É uma massagem criada e desenvolvida especialmente para os bebes.


Originou-se no sul da Índia e era passada de mãe para filha; por motivos
culturais, só as mãos massageavam seus bebês.
Esta técnica foi difundida para o Ocidente pelo médico francês, Dr.
Fredérick Leboyer, nos idos de 1976.
Shantala possui fundamentos no Yoga e na medicina indiana. A relação
entre mãe e filho se torna bem mais intensa com o toque, o que não eixa de ser uma
forma de carinho; mas deve-se aplicar corretamente para que se possa usufruir de
todos os seus benefícios.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

A Shantala é recomendada para bebês a partir de um mês de vida e traz


relaxamento, alívio de cólicas, insônia, desenvolvimento dos músculos e ossos da
criança e equilíbrio do sistema nervoso e emocional. Proporciona também
segurança e auto – estima e a criança pode sentir o quanto é amada. Através da
Shantala, além de massagear o corpo, a mãe estará também massageando os canais
de energia de modo muito sutil.
Não faça a massagem após a refeição do bebê e nem quando ele estiver
com o estômago vazio.
Auxilia no tratamento de bebês que tenham passado por traumas do
nascimento, carências e problemas de saúde, complementando tratamentos médicos
ou terapêuticos.
Faz parte da aplicação da massagem a concentração no toque, a sequência de
movimentos e o olhar. Os olhos nos é uma forma de se conversar com o bebê.
O ambiente onde será aplicada a técnica do Shantala deve ser calmo e
silencioso. Se preferir, utilize uma música bem suave e tranquila. Assim deve estar
também a pessoa que irá massagear a criança. Um adulto relaxado estará bem –
disposto e passará uma melhor energia ao bebê. Não faça a massagem após a
refeição do bebê e nem com o estômago vazio.
Por ser uma troca energética, o bebê deve “querer” receber a massagem. Ele
deve estar receptivo para participar e sentir prazer ao recebê-la.
Não imponha os horários de quem vai aplicar a massagem, mas é
fundamental respeitar os horários do bebê.
A tradição indiana utiliza óleos de coco e de mostarda para aplicar a
massagem. Aqui, utilizarmos o óleo de amêndoas. É importante frisar que o óleo
deve ser vegetal e estar numa temperatura morna. Aqueça levemente antes de
utilizar. O óleo não deve conter perfumes nem tampouco químicas. Procure os
mais naturais, pois as crianças tem o hábito de colocar as mãos na boca.
A massagem pode ser feita colocando o bebê sobre o corpo da mãe ou de
quem irá massageá-la, ou ainda, sobre as pernas, obtendo mais contato com o bebê.
O importante é que ele se sinta confortável. Os movimentos devem ser sempre
suaves e simétricos. Iniciam-se na cabeça e vão descendo até os pés.
No Shantala, trabalha-se ainda a respiração, a circulação e o alongamento.
No final, complementa-se com um banho para que a água ( que é um elemento
altamente purificador) traga relaxamento para as áreas não massageadas. Deixe a
criança na água simplesmente “curtindo” o momento. Após esta verdadeira sessão
de amor, a criança sentirá uma preguicinha e irá dormir tranquilamente e feliz.
A criança que recebe o Shantala conseguirá perceber mais facilmente o
quanto é amada e, consequentemente, será mais segura, dormirá melhor, terá alívio
de cólicas, será calma e tranquila.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Foi desenvolvida na região da China e da Índia há milênios. Baseia-se no


princípio de que todos os órgãos, glândulas e partes do corpo tem pontos
correspondentes nas mãos, pés e ouvidos.
Quando trabalhamos estes pontos, é possível reduzir a tensão nos pontos
reflexos, aliviando a tensão em qualquer parte do corpo, proporcionando bem-
estar.
Podemos dizer que o pé, por exemplo, possui um “mapa” que serve de guia
para o massagista. Cada parte do pé corresponde a um órgão do corpo e, quando
esta dor massageada, ocorre uma ativação no ponto correspondente.
O efeito mais imediato da reflexologia é o relaxamento e, por vezes, este
relaxamento é tão intenso que a pessoa chega a dormir no meio de uma sessão.
A planta do pé pode ser dividida em três regiões:

1. Próxima aos dedos: Parte relacionada a cabeça, incluindo os


olhos, dentes, ouvidos e cérebro.
2. Centro do pé: Corresponde ao coração, a respiração, ao sistema
digestivo e a coluna.
3. Calcanhar: Região do abdômen, pélvis e parte do aparelho
digestivo.

Você pode também aplicar uma automassagem em seus pés, pois é


extremamente simples:
 Sentado, role uma bola de tênis ou de borracha no chão sob a sola do
pé, procurando massagear todas as áreas, inclusive os dedos.
 Você irá perceber que existem pontos mais dolorosos que outros.
 Não faça mais do que 15 minutos em cada pé para não provocar
excesso de estimulação, o que pode acarretar alguns distúrbios.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

As mãos são constituídas de centenas de terminações nervosas a cada


centímetro quadrado de pele. Essas terminações nervosas fazem das mãos e dos
dedos pontos de alta estimulação pelo toque, pressão e temperatura.
A massagem nas mãos as deixam mais bonitas e tonificadas, além do
relaxamento proporcionado.
Se você é manicure ou quer presentear uma pessoa com sensações
agradáveis, pode aplicar esta massagem. Todos, seguramente, vão adorar!
 Massagem na palma e no polegar: Use seu polegar para massagear a
área carnuda da palma da pessoa e a base de seu polegar. Em seguida, vá
massageando em movimentos circulares a área que vai do polegar ao dedo
indicador.
 Manipulação dos dedos: Com o seu polegar e indicador vá fazendo
movimentos circulares a partir da base dos dedos até a extremidade, puxando-o
lentamente. Quando atingir a extremidade do dedo, faça o mesmo movimento
circular só que agora empurrando-o em direção a palma da mão. Repita esses
movimentos para cada um dos outros dedos.
 Massageando a palma da mão: Feche a sua mãe e pressione-a sobre a
palma da mão da pessoa. Faça movimentos deslizando sua mão fechada em
direção ao punho. Repita esses movimentos, cobrindo toda a área da palma da
mão.
 Entrelaçando os dedos: Entrelace seus dedos com os dedos do outro,
observando que ambas as palmas das mãos devem estar voltadas para cima. Faça
pressão com sua mão na direção das costas das mãos da pessoa, forçando os
dedos para cima. Relaxe e faça este movimento por mais três vezes.
 Entre os tendões: Começando a partir do punho e terminando nos
dedos, deslize a base de seu polegar sob os sulcos que separam cada tendão.
 Costas da mão: Com suas duas mãos, segure a de seu parceiro por
cima e por baixo, use seus dois polegares em movimento circular cobrindo toda
a parte de cima da mão, inclusive o pulso. Faça a massagem de maneira firme e
agradável, sem colocar muita pressão nos dedos.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

 Girando o punho: Com uma das mãos segure o punho da pessoa


usando seu polegar e indicador e com a outra mão, um pouco mais acima do
punho, segure o antebraço. Com a mão que segura o punho, faça leves
movimentos de rotação no sentido horário e anti-horário em torno do punho.
 Acariciando o punho: Deslize a parte chata das unhas, lentamente, a
partir do punho até o final do antebraço depois de fazer o mesmo movimento
na volta, do final do antebraço até o punho
 Finalização: Coloque a palma da mão da pessoa entre suas duas mãos.
Respire profundamente e imagine que suas mãos estão enviando energia para o
outro.

Os pés possuem um importante papel no que se refere ao sistema nervoso.


Cada um dos nervos dos pés – e são muitos mesmo! – está conectado a alguma
outra parte correspondente do corpo. Sabendo disso, podemos tirar proveito dos
efeitos positivos que a massagem nos pés podem nos trazer, além do grande
relaxamento.
Para iniciar a massagem nos pés, você pode providenciar:
 Duas toalhas macias e aquecidas;
 Óleo para massagem com temperatura morna;
 Lenço de papel, no caso de o óleo respingar.

Antes de iniciar a massagem, lave bem os pés da pessoa que será massageada
com água morna e seque-os cuidadosamente. Espalhe o óleo sobre o pé. Quando
você terminar a massagem em um dos pés, gentilmente envolva-o na toalha
preaquecida e deixe-o descansando. Enquanto isso, comece a trabalhar no outro pé,
realizando os mesmos movimentos e envolvendo-o em outra toalha preaquecida, ao
final da massagem.

Pressionando a sola: Segure o pé com sua mão esquerda e pressione com


força as articulações dos dedos da sua mão direita na sola do pé. Com pequenos
movimentos circulares, atue sobre toda a sola do pé.

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Alongando os dedos: Com a palma da mão, pressione os dedos dos pés


para trás e segure-os nessa posição (conte até dez, mais ou menos). Repita esse
movimento mais três vezes. Isto ajudará a alongar os dedos do pé.

Usando o polegar: Trabalhe sobre toda a sola do pé com ambos os


polegares ao mesmo tempo e cobrindo toda a sola com movimentos circulares,
pressionando-os com bastante força.

Peito do pé: Com os polegares, em movimentos circulares, massageie a


parte de cima dos pés. Não aplique muita pressão, pois esta é uma área mais
sensível.
Quando você estiver próximo ao calcanhar, evite massagear o osso;
simplesmente deslize seus dedos suavemente.

Entre os tendões: A parte de cima dos pés é dividida por tendões que
chegam a cada dedo. Apoie o pé em uma das mãos e, com o polegar da outra mão
colocado entre os tendões, deslize-o na direção dos dedos do pé a partir do
calcanhar. Faça esse movimento para cada separação entre os tendões.

Finalização: Segure o pé entre suas duas mãos e imagine que elas estão
transferindo energia para o pé. Então, bem devagar, deslize suas mãos na direção
dos dedos dos pés até tocá-los. Neste momento, de uma longa pausa e fique nessa
posição tocando apenas as pontas dos dedos. Em seguida, deslize sua mão até perder
o contato com o pé.

Já que a massagem é uma ótima maneira para relaxar e trazer boas


sensações, por que não proporcionar isto ao seu companheiro(a)? A massagem a
dois serve para estimular os momentos íntimos do casal, ativando o desejo mútuo.
Seu objetivo é tentar romper a “couraça das emoções”, a qual impede que as pessoas

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sintam prazer. A massagem erótica pode despertar uma sexualidade que estava
adormecida, melhorando o relacionamento do casal.
Vale seguir algumas regras, porém faça uso de sua imaginação:

 Faça tudo de modo lento e carinhoso.


 Retire objetos que possam machucar o seu parceiro(a), como anéis e
relógios.
 Se quiser criar um clima romântico, escolha músicas suaves.
 Você pode fazer a massagem na cama ou no chão, forrando-o com
toalhas grossas de modo que fique confortável.
 Use óleos aromáticos, mas tome o cuidado de escolher uma fragrância
que agrade a ambos.
 Antes de aplicar o óleo, esfregue-o nas mãos para que ele fique
aquecido.
 Peça para que seu parceiro(a) deite de bruços, colocando uma almofada
sob o abdome, e comece a massagear as costas com movimentos suaves, para
descarregar a tensão.
 Faça movimentos circulares nas costas e nas nádegas.
 Pressione, de vez em quando, os polegares nos dois lados da espinha,
no pescoço e na nuca.
 Coloque as palmas das mãos um pouco abaixo da cintura e deslize-as
até a nuca, depois desça para os braços. Repita este movimento, afastando as
mãos da espinha em direção as laterais do corpo.
 De pequenos beliscões nas nádegas para ativar a circulação (não
belisque com força, para não causar dores). Em seguida, massageie a região com
todos os dedos. Utilize uma das mãos para massagear e outra para deslizar pela
cintura e pelo quadril do(a) companheiro(a).
 Deitado de costas, comece a massagem pela cabeça. Acaricie o rosto e o
couro cabeludo. Você deve estar posicionada atrás da cabeça dele(a). Massageie
também atrás das orelhas, o pescoço e os braços, sempre com muita leveza.
 Com a ponta dos dedos, massageie o peito, desde o colo até o final do
tórax.
 Corra suavemente suas mãos pelas pernas. A parte interna das coxas é
um local muito sensível a estimulação sexual. Faça pequenos círculos com as
pontas dos dedos, depois passe pelos joelhos até os pés. (Não faça cócegas, para
não quebrar o relaxamento).
 Um detalhe importante é que você não deve aproveitar o momento
para espremer possíveis espinhas, estalar as costas ou tentar curar um problema
de coluna. Lembre-se que esta é uma massagem erótica, e não uma sessão de
fisioterapia ou limpeza de pele.

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A massagem no couro cabeludo é muito simples, fácil e, principalmente,


muito agradável de receber.
Este tipo de massagem deve ser realizada na pessoa sentada, com a cabeça
inclinada para trás, apoiando-a num encosto. Ou então, se for possível, numa
banheira ou hidromassagem, sempre tomando o cuidado de manter o pescoço bem
apoiado, para evitar desconforto ou dores.
 Caso você utilize cadeira, coloque toalhas e uma bacia para reter a água
que poderá escorrer.
 Posicione-se atrás, na linha da cabeça da pessoa. Espalhe pelo cabelo
um pouco de xampu e água morna.
 Evite molhar demais a cabeça de quem está recebendo a massagem,
para que o excesso de água não escorra pelo pescoço e pelas costas. Para tanto,
você pode usar um borrifador de água, conforme a necessidade de molhar o
cabelo.
 Evite a água fria nesse processo.
 Usando as duas mãos, trabalhe distribuindo o xampu sobre o couro
cabeludo por alguns minutos, sempre em movimentos circulares.
 Com uma das mãos, segure a cabeça da pessoa e, então, com a palma da
sua outra mão no topo da cabeça, faça movimentos circulares leves no couro
cabeludo.
 Coloque alguns chumaços de cabelo entre o polegar e o indicador de
cada mão. Vá puxando-os gentilmente e devagar.
 Massageie o couro da cabeça novamente, agora utilizando as pontas dos
dedos e a palma da mão em movimentos circulares, tomando cuidado para não
embaraçar os fios do cabelo em seus dedos ou puxá-los acidentalmente.

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No rosto
Indicações:
 Insônia, vertigem, palpitação, disfunções no aparelho digestivo e enjoo.

Como fazer:
 Mova os dedos médios para cima, partindo dos cantos da boca,
pressionando e deslizando-os até os pontos ao lado das narinas. Siga pelo lado
das narinas até o canto interno dos olhos.
 Pressione várias vezes o ponto dos cantos internos dos olhos e, em
seguida, deslize os dedos pelas sobrancelhas até as têmporas. Pressione várias
vezes este ponto.
 Passe as palmas das mãos pelos lados do rosto, para baixo, deslizando
os dedos indicadores próximos aos ouvidos.

Nas mãos
Indicações:
 Massagear as próprias mãos é gostoso e relaxa.

Como fazer:
 Amasse, aperte, role entre as palmas das mãos uma bolinha de borracha
consistente ou uma de tênis.
 Faça o gesto de tocar piano no ar em velocidade diferentes ou abra e
feche os dedos com força, para dissolver as tensões.

A automassagem promove o autoconhecimento e facilita o processo de


auto – estima.

Também proporciona bem – estar e tranquilidade interior.


Drenagem Linfática

Técnica criada na década de 30 por um terapeuta dinamarquês chamado


Vodder. O objetivo da drenagem linfática é drenar os líquidos retidos no

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organismo, desinchando os nódulos linfático, que são os responsáveis pelo aspecto


de “casca de laranja” espalhados pelo corpo.
A retenção de líquidos pode ser provocada pelo fumo, consumo de
alimentos gordurosos e muito condimentados, açúcar em demasia e uso de roupas
apertadas.
Este tipo de massagem é muito utilizado para combater a celulite e em
processos de pós – lipoaspiração, porque ela acelera os processos de regenerações
dos tecidos. É recomendada também para pessoas com má circulação sanguínea.

Como atua e funciona a drenagem

Devagar e sempre é o lema dessa massagem. Enquanto o sangue irriga e


envia oxigênio e nutrientes aso tecido, a linfa (líquido formado por água, sais
minerais e proteínas) recolhe as toxinas e os resíduos.
O tratamento estímulos elétricos espalham uma sensação de formigamento
no corpo. Como todo tratamento que envolve corrente elétrica, a drenagem
aplicada com esse método é contra – indicada para as pessoas com problemas
cardíacos, diabéticas, portadoras de marca – passo, hérnias, pinos e gestantes.
Normalmente, após a drenagem, o paciente costuma urinar em grande quantidade.

“Nos tempos remotos, os primeiros raios solares despertaram o homem de


seu sono e a manhã presenciou o cerimonial de seu despertar. O animal sentou-se e
esfregou vigorosamente as mãos, o rosto, os pés e o corpo num ritual instintivo de
aquecimento e preparação para a vida”.
Esta técnica foi desenvolvida na China há mais ou menos 5 mil anos. Esta
massagem pode acalmar ou ativar o organismo de quem a recebe, dependendo do
caso. Os resultados são obtidos através de toques profundos ou sutis, com as pontas
dos dedos, para sedar ou tonificar.
Para se obter o equilíbrio desejado, é necessário que haja um movimento,
uma pressão específica para cada órgão afetado.

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O Do – In é um tratamento eficaz que:


 Vitaliza o organismo;
 Tonifica ou seda o meridiano (canais condutores de energia Chi)
correspondente;
 Equilibra o fluxo energético;
 Resgata o bem – estar.

O Do – In está relacionando com a energia do corpo, ou seja, se a energia


não circula de forma harmoniosa, fica estagnada e é a partir daí que surgem as
doenças. Ele atua através da estimulação de pontos estratégicos de localização
subcutânea.
O propósito desta massagem é diminuir o espaço de tempo entre o estado
de inércia (o sono) e o da atividade consciente. Quando há deficiência de energia, o
corpo aciona uma espécie de alarme informando que a atividade daquele órgão em
questão está desequilibrado.
O contrário também existe, que é o excesso de energia, causando dores,
inflamações, contração e alto aquecimento.
Quando existe a falta os sintomas apresentados são pressão baixa, flacidez,
suor frio e inchaços.
Existem vários tipos de meridianos, sendo que os doze principais formam
seis simétricos, com polaridades Yin e Yang; cada par representa dois órgãos que
possuem relação entre si.
As mãos são as ferramentas principais do Do – In. Esfregando uma na
outra, fazemos com que o sangue circule e trazemos a energia para as extremidades
dos dedos. Essa energia é essencial para a massagem. Um valioso check up da
condição geral do organismo é feito analisando-se a flexibilidade das juntas dos
dedos.
De mãos postas, dedos abertos, separar as palmas das mãos de modo a
formar um angulo reto entre elas e os dedos. O teste será positivo se for realizado
sem dor.
Os princípios pontos de pressão situam-se ao redor do pulso. A massagem
realizada nessa região beneficia todos os meridianos que passam pelo braço;
pulmões, intestino grosso e delgado, triplo aquecedor, coração e circulação – sexo.
Do significa caminho e in, casa. Sendo assim, a expressão significa,
literalmente, caminho de casa; casa que é o corpo, moradia do chi ou ki, que é a
energia vital.
Alguns pontos de Do – In
Indigestão: O ponto energético encontra-se na dobra do polegar e do
indicador. Abra bem a mão esquerda e coloque seu polegar direito sobre a prega
nas costas da mão e o indicador sobre a zona correspondente da palma da mão;

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massageie, suavemente, durante dez a vinte segundos. Repita na outra mão. Não
faça isso se estiver grávida.
Dores de garganta: O ponto de pressão encontra-se 5cm abaixo da
clavícula, do centro dela entre a primeira e a segunda costelas. Pressione os dois
lados, ao mesmo tempo, com os polegares, durante 7 a 10 segundo.
Sueca
Também conhecida como clássica, trabalha diretamente com a estrutura
corporal, combinando movimentos de amassamento, deslizamento, fricção e
vibrações nos tecidos moles, trazendo relaxamento para os músculos, maior
circulação sanguínea. Controla o sistema nervoso e promove bem – estar de forma
geral.
O estilo de massagem sueco foi desenvolvido por Per H. Ling que
combinava vários estilos conhecidos de massagem, como os praticados pelos
egípcios, romanos e outros. Seu objetivo era desintoxicar o músculo pelo retorno
venoso.
Hoje, sabe-se que a massagem sueca atua basicamente sobre dois sistemas do
corpo: o sistema nervoso e o sistema circulatório de retorno. Ou seja, variando um
dos componentes, pressão ou velocidade, consegue-se quatro distintos efeitos:
 Lenta e superficial: Produzirá efeitos calmantes e analgesia.
 Lenta e profunda: Efeitos de desintoxicação por atuar na circulação de
retorno.
 Rápida e profunda: Efeito tonificante, de nutrição. Muito usada na
estética e nos casos de atrofias musculares.
 Rápida e superficial: Produz a excitação do sistema nervoso.

Deslizamentos
Superficial: Bloqueia a condutibilidade sensitiva. Deve ser aplicada ao
iniciar-se a massagem e sempre após cada manobra. Sendo leve e suave, tem efeito
calmante e analgésico. Indicada nos casos de varizes.
Profundo: Promove um escoamento mais rápido do sangue venoso e da
linfa. Os movimentos devem ser feitos sempre em direção a circulação de retorno.
É mais enérgica que o deslizamento suave. Se rápido, aquecerá o local a ser
trabalhado.
Amassamento
Provoca a desintoxicação das fibras musculares, estimulando a drenagem
sanguínea a produzir mais rapidamente a eliminação das toxinas. Provoca maior
nutrição celular e combate a flacidez.
Pode ser executada em dois sentidos, devendo atingir pele e músculos. A
musculatura deverá estar completamente relaxada e os movimentos deverão ser
uniformes em cada grupo muscular.

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Nos músculos dorsais, pode-se imprimir amassamento com o polegar de um


lado e as extremidades dos dedos indicadores. Auxilia na dissolução do nódulo de
gorduras e na ativação da musculatura superficial.
Pinçamento
Indicado para ativação muscular e no combate a flacidez. Deve ser
executado com as extremidades do dedo polegar, indicador e médio, pinçando
pequenas quantidades de músculos com uma e outra mão, alternadamente.
Percussão
Estimula a circulação e a tonicidade muscular através da contração de fibras
musculares. Pode ser feita com os punhos fechados, com a borda da mão ou com as
mãos em concha.
Fricção
Uma espécie de deslizamento profundo executado de modo enérgico e
rápido, visando destruir ou nódulos gordurosos, desfazer coágulos e espalhar
detritos da periferia para o centro; provoca grande aquecimento na região
trabalhada. Recomendada nos casos de obesidade ou gordura localizada.
Ling deixou um grande legado, contribuindo com uma massagem muito
eficaz: existe uma grande relação entre dores musculares e problemas viscerais ou
órgãos internos.
Ao massagear um músculo, atua-se também, por ação reflexa, sobre um
órgão ou víscera corresponde, auxiliando a cura de qualquer mal que possa
acometê-los, desde que não provenha de uma lesão irreversível nos tecidos.
A massagem sueca é de ação purificante
 Auxilia o sangue venoso em seu retorno ao coração
 Tem a propriedade de irrigar os tecidos e dilatar os vasos.
 Renova as células epiteliais.
 Relaxa os músculos, eliminado tensões musculares.
 Tem ação direta sobre o sistema nervoso.
 Atua sobre o metabolismo.
 É de ação comprovada na liberação de bloqueios psíquicos
manifestados a nível muscular.

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O estresse é cumulativo, provoca dores na nuca, deixa os ombros


enrijecidos, dores nas costas, pernas, enfim, desequilibra inúmeras funções do nosso
organismo.
A tensão estimula a produção de adrenalina e isto contribui para a retenção
de líquidos e, quanto maior a rigidez do corpo, maior o estado negativo geral do
organismo. A massagem anti – stress cuida do corpo e também da alma.
Algumas sessões são extremamente relaxantes. São acompanhadas de música
suave, estilo new age, aromaterapia e cromoterapia, para que a pessoa se desligue
dos problemas do cotidiano enquanto recebe a massagem.
Os movimentos são longos e acompanham a forma do corpo. Pontos
doloridos são tocados de modo sutil e tudo é feito para estimular e relaxar os cinco
sentidos, promovendo assim, o equilíbrio do corpo.
Produz efeito calmante e diminui a ansiedade causada pelo estresse.

Integração Estrutural Rolfing. Possui este nome pelo fato de a Dr. Ida P.
Rolf ter iniciado investigações de um sistema holístico de manipulação do
movimento do corpo humano, descobrindo que poderia atingir excelentes
mudanças na postura e na estrutura corporal através da manipulação do sistema
miofascial do corpo. As pessoas procuram o Rolfing como uma forma de amenizar
dores crônicas, estresse, otimizar sua performance em atividades diárias e
profissionais, nos casos de atletas, dançarinos, etc.

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O treinamento em Rolfing inicia-se com uma série de 10 sessões


desenvolvidas pela Dr. Ida. Algumas pessoas podem até sentir um certo
desconforto nas sessões, devido ao fato de que se trabalha com estruturas
miofasciais profundas.
Estas manipulação intensas e profundas podem provocar edemas agudos e,
as vezes, sangramento. Um desconforto intenso é um efeito colateral altamente
desfavorável e os praticantes de Rolfing tem procurado desenvolver técnicas que
produzem resultados profundos, porém com bem menos desconforto.
A reeducação dos movimentos auxilia a pessoa a identificar maus hábitos
que criam tensões lombares, ombros arqueados e tornozelos virados e também
aprender os movimentos e a postura correta que vão substituir os velhos hábitos.
Mas o melhor é que este aprendizado se dá a partir do CONHECIMENTO do
que seu corpo pode fazer, o que é bem diferente do que tentar ADIVINHAR.
“Não estamos verdadeiramente eretos, em pé; estamos apenas a caminho de
nos tornaremos eretos. Esta é uma consideração metafísica. Uma das tarefas do
Rolfista é acelerar este processo em decurso. Queremos tirar a pessoa do ponto em
que a gravidade é sua inimiga. Queremos levá-la para o local em que a gravidade a
encoraje, seja”.

A massagem holística é uma variante da massagem sueca, porém adaptada as


necessidades da vida atual, agitada e estressante, misturando técnicas orientais e
ocidentais. Holística porque trata do corpo, da mente e do espírito, auxilia no
relaxamento total de músculos, melhora a circulação, acalma os nervos, fortalece o
sistema imunológico do corpo, refresca o espírito e equilibra o corpo de forma
harmônica.
O termo Holos vem do grego e tem por significado o Todo, o Inteiro. Na
massagem holística, existem técnicas de consciência corporal, músicas de
relaxamento e uso de óleos essenciais.
A partir de informações sobre a pessoa que será massageada, o massagista
pode entender suas necessidades e procurar satisfaze-las através do toque.

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Tem como elemento básico deslizamentos longos e profundos, objetivando


auxiliar a pessoa a recuperar o senso de contato e relacionamento com seu corpo,
perdido com estresse diário.
Tal estado emocional é, na maioria das vezes, causado pelo sofrimento
físico, criando tensão muscular crônica, podendo, com o tempo, causar fadiga e
colapso. Uma importante parte desta técnica é ajudar as pessoas a redescobrirem
um sentido de bem – estar no interior da própria casca, o contato consigo mesmo.

Para realizar uma massagem com os pés, é necessário ter um conhecimento


das condições físicas de quem está recebendo a massagem Deve-se estar com o
intestino e o estômago vazios. Deve-se perguntar se a pessoa está com algum tipo de
dor no corpo. De um modo geral, não ande sobre pessoas que tenham asma,
problemas no coração, hipertensão, diabetes, osteoporose, hérnia e gastrite.

É uma técnica chinesa com mais de 5mil anos que reúne as técnicas da
massoterapia e manipulação articular, trabalhando as regiões em pontos especiais,
situados nos mesmos canais de energia que a acupuntura utiliza. Nestes pontos
usam-se as mãos e os dedos produzindo movimento e levando a normalidade a
circulação energética. Este trabalho, somando ao massageamento das regiões
musculares vizinhas, estimula a articulação sanguínea e a absorção láctica,

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desfazendo o desconforto muscular e produzindo uma sensação de extremo


conforto.
A massagem Tui – na faz parte da grande medicina tradicional chinesa, que
se fundamenta na harmonização da energia Yin e Yang e dos cinco elementos –
água, fogo, madeira, metal e terra (que simbolizam os órgãos internos). O
massagista faz um diagnóstico que avalia os cinco princípios, os quais se manifestam
nos níveis físicos e psíquicos, enquanto o tratamento busca reconduzi-los ao
equilíbrio através de massagem nos meridianos e pontos reflexos.
O nome Tui – na vem do chinês e significa empurrar (Tui) e segurar
fortemente (na). A medicina chinesa acredita que todas as doenças são causadas por
desequilíbrios e bloqueios no fluxo do Ch’i, que é a energia universal. Muitos
fatores físicos e também emocionais impedem o fluxo por todo o corpo, mente e
espírito. É mais leve e relaxante que o Shiatsu. É indicada para pessoas com
problemas de circulação e estresse.

Shiatsu é uma técnica chinesa milenar que significa pressão com os dedos,
apesar utilizar também as mãos, os cotovelos e até os joelhos numa sessão. Trabalha
com a energia vital, conhecida por Ch’i (pronuncia-se Ki) que possuímos no
organismo e que atua através de canais ou meridianos. Estes canais podem estar em
desequilíbrio ou então com a energia estagnada, o que provoca dores pelo corpo.

Através do Shiatsu, podemos ativar as energias estagnadas e equilibrá-las de


forma que os órgãos e as vísceras passem a receber a quantidade de energia ideal
para o seu funcionamento.
Cada meridiano ou canal está ligado a um órgão ou função em nosso
organismo enquanto o Ch’i circula. Cada ponto é conectado com os pontos da
acupuntura. O Shiatsu atua na causa do problema. Como, muitas vezes, as causas
são muito complicadas ( ou não se pode avaliar com precisão porque isto
demandaria um certo estudo e, consequentemente, tempo), costuma-se aplicar a
técnica no corpo todo.
O ambiente para a prática do Shiatsu deve ser aconchegante e bem arejado.
Pode ser aplicado numa maca ou sobre o piso. As técnicas de massagem incluem
manipulação, alongamento de músculos e tendões, rotação de juntas, pressão em

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músculos tensos ou doloridos. O tempo de duração de cada sessão de Shiatsu é de


60 minutos, sendo que a primeira sessão é um pouco mais demorada, para que o
massagista atinja todos os pontos do corpo.
Profissionais dizem que a quantidade de sessões varia de acordo com
paciente. O ideal é que cada sessão possua um intervalo de no mínimo, sete e no
máximo, quinze dias. Não é usado nenhum tipo de óleo e pode ser aplicado na
pessoa vestida, desde que esta esteja com roupas confortáveis.
O Shiatsu atua no sistema nervoso central e periférico. Auxilia no
relaxamento e é usado de forma terápica. Pode atuar conjuntamente em casos de
asma, insônia, cólicas menstruais, dores na cabeça, nas costas e esgotamento.
Mesmo no caso de pessoas saudáveis, é bom que se faça massagens regularmente
para a prevenção de dores e possível mal – estar.
As pessoas que fazem Shiatsu buscam recuperar e manter a saúde ou relaxar
e abrir caminhos interiores, bem – estar e equilíbrio, além da consciência do estado
geral de seu corpo.

Principais efeitos do Shiatsu

 Melhora a circulação sanguínea;


 Melhora a oxigenação das células;
 Estimula a drenagem linfática, eliminando as toxinas mais
rapidamente;
 Alívio de dores;
 Harmonização energética – Yin e Yang;
 Relaxamento geral;
 Elimina a fadiga, braços cansados, ombros duros, torcicolos, etc.

O Shiatsu não é indicado nos casos de febre, infecções, doenças contagiosas,


fraturas e varizes. Grávidas devem ter cuidado com a aplicação desta massagem,
pois existem no organismo pontos abortivos que não podem ser trabalhados.

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Mais um item proveniente da medicina ayurvédica: a massagem ayurvédica.


Esta técnica usa de manobras praticadas na totalidade do corpo, todas com o auxílio
de óleos, empregados para facilitar os movimentos.

Este tipo de massagem pode ser realizado por uma ou duas pessoa que,
como se fosse uma dança, sincronizam todos os seus movimentos.
Os terapeutas usam as mãos, braços, cotovelos, pés, joelhos e punhos. Pode
parecer até estranho receber uma massagem com os pés, porém, ao contrário do
que se possa aparentar – uma luta, talvez? – a massagem não é dolorida.
Como benefício, a massagem ayurvédica melhora a circulação sanguínea,
abre os chakras, elimina as toxinas do organismo, estimula o sistema imunológico.
O local onde é realizada a massagem deve ser silencioso e a pessoa que irá
recebê-la, deverá estar sem roupas ou, se preferir, em trajes de banho para que o
óleo e as ervas usadas, que são aquecidos a uma determinada temperatura, possam
ser aplicados corretamente. Possui duração de 1 hora e a quantidade de sessões é
determinada pelo terapeuta, de acordo com cada caso. Na medicina Ayurvédica
existem ainda outros tipos de massagens, como, por exemplo, a Abhyanga,
massagem realizada no corpo todo com o uso de óleos a base de plantas medicinais,
analisando a necessidade de cada paciente.
Traz vitalidade aos tecidos orgânicos e remove as toxinas das células. Este
tipo de massagem possui efeitos muito mais profundos e duradouros do que a
massagem comum, que faz uso de óleos minerais. Harmoniza corpo, mente e
espírito, que é o fundamento da Ayurvédica.
Seus benefícios podem ser focados no aumento da força dos tecidos,
melhoria na circulação do sangue, retarda o envelhecimento, reduz as tensões e
remove as toxinas do organismo.
Costuma-se fazer Sweda após este tipo de massagem. Sweda é um banho a
vapor combinado com ervas especiais específicas para o equilíbrio da pessoa. Abre
os poros, cora e limpa o organismo, reduzindo as dores no corpo; embeleza a pele e
diminui a celulite.
Outro tipo de massagem é a Navarakizhi. Esta técnica é, na verdade, uma
espécie rejuvenescimento. Utiliza um tipo de arroz diferente do comum, amarrado
em trouxinhas, servem para massagear o corpo durante uma hora. Retarda o
envelhecimento, rejuvenesce, diminui dores no corpo. É indicada para casos de
artrite reumatoide.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

É uma terapia corporal baseada na manipulação das articulações do corpo


humano, dando ênfase ao alinhamento da coluna vertebral. Com o passar dos anos,
nossos ossos e articulações sofrem com o desgaste causado pelo tempo, o qual
provoca desequilíbrios entre as articulações da coluna vertebral e de todo o nosso
corpo. Consequentemente, esses desequilíbrios causam desvios na coluna, dor e
desconforto. O quiropraxista deve localizar subluxações na coluna espinhal, pois
essas causam interferência com o sistema nervoso, impedindo assim uma
apropriada comunicação com os órgãos e periféricos. Surgiu em 1895 e foi
divulgada pelo canadense Daniel David Palmer, em todo o Canadá e EUA. Os
praticantes da Quiropraxia acreditam que o desnível das vértebras, mesmo que
mínimo, provoca dores e prejudica diversos órgãos de nosso corpo. Para realizar
um realinhamento da coluna vertebral, o terapeuta só se utiliza da manipulação.
É um método natural e não invasivo e, nas primeiras sessões, já se pode
sentir os benefícios. Estas duram de 45 e 60 minutos. Há poucos profissionais no
Brasil, sendo que o curso para formar quiropraxistas só existe na cidade de Novo
Hamburgo – RS. Alguns profissionais da área de medicina possuem um curso onde
aprenderam algumas técnicas e são autorizados a exercê-las. Quiropraxia vem do
grego Quiros – que significa mãos – e Praxis – exercer, praticar.

Traduzindo do inglês, significa, literalmente, massagem rápida.

É uma massagem que dura, em média, de 15 a 20 minutos, sendo ideal para


pessoas que não tem tempo disponível para uma massagem mais elaborada e que,
portanto, requer mais tempo. Ela pode ser realizada em qualquer local que o
paciente desejar, desde sua casa até seu local de trabalho, em consultórios, salões de
beleza, feiras de exposição, aeroportos e ao ar livre.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Atualmente, é muito aplicada em empresas, que a inserem em seu pacote de


benefícios. Já foi constatado que as pessoas que a recebem em local de trabalho,
relaxam e ficam mais dispostas no decorrer do dia. Isto traz uma maior
concentração e produtividade do funcionário.
Para que o massagista se locomova, ele dispõe de uma cadeira especial para
aplicar a massagem. Esta cadeira proporciona ao paciente muito conforto. Ele não
precisa se despir para receber a massagem.
A quick massage trabalha as regiões do pescoço, nuca, ombros, braços e
costas. Alivia dores de cabeça, coluna, tensão e o famoso estresse. Um dos grandes
atrativos dessa massagem é também o seu preço, bem inferior em relação a outras
modalidades.

Seitai é uma técnica que originou-se no Japão. Os guerreiros samurais, após


treinos e batalha, feridos e com membros deslocados, precisavam ser socorridos,
por isso, surgiu entre eles a necessidade de uma técnica que, com movimentos
suaves e precisos, deixasse-os sempre prontos para as lutas.
O seitai possui 30 movimentos básicos sendo indicados para problemas na
região cervical (pescoço), coluna e articulações. A técnica vai além da simples
manipulação, pois estabelece uma relação com a patologia (doença) e os fatores que
a estão provocando.
Com seus movimentos (manobras de coluna e articulações) precisos e
absolutos, o seitai ficou, durante séculos, restrito ao mundo das artes marciais e
templos, o que fez com que essa técnica não se tornasse tão popular, mesmo no
Japão.

Os guerreiros samurais, após treinos e batalhas, precisavam ser socorridos. Daí


surgiu a necessidade de uma técnica que, com movimentos suaves e precisos, deixasse-os
sempre prontos para as lutas.

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Anma significa apertar e esfregar. Espalhar paz massageando ou acalmando


com as mãos. Alguns dizem que esta técnica surgiu há mais de 5mil anos, com
alguns sábios da China.

Outros dizem que a origem verdadeira do Anma é a Índia e que tem mais de
10mil anos. Com o passar do tempo, o Anma influenciou o nascimento de outras
formas de massagem como o shiatsu, tui – na e massagem sueca.
A terapia do Anma é baseada nos princípios da medicina oriental. Esta
antiga arte utiliza-se de técnicas especiais para estimular os pontos – chaves na
superfície da pele a fim de promover uma natural auto cura do corpo. Quando estes
pontos são estimulados, aliviam a tensão muscular, facilitando a circulação de
energia e do sangue.
Anma não usa óleos, pode ser feita sobre a roupa, sentado ou deitado, em
qualquer lugar e a qualquer hora também.
É uma maneira de equilibrar o corpo e acalmar os nervos. Normaliza
lentamente as funções do organismo para mantê-lo saudável e forte. Reduz a
tensão, aumenta a circulação e rejuvenesce. Usada para aliviar e prevenir danos
causado pelo esporte; é complementar de tratamentos quiropáticos, restaura e
equilibra as emoções.
Um dos mais importantes benefícios do Anma é a qualidade da respiração.
Quando esta é deficiente, todas as funções do corpo tornam-se lentas. Anma
permite uma respiração profunda e longa e este processo aumenta a nossa
resistência.

Benefícios físicos:
 Relaxa o corpo;
 Reduz dores crônicas;
 Recupera músculos fatigados e doloridos;
 Favorece o sistema imunológico;
 Melhora a postura.

Benefícios mentais:
 Reduz o estresse mental;
 Melhora o sono;
 Acalma o mau humor;

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 Melhora a concentração.

Benefícios emocionais:
 Reduz a ansiedade;
 Melhora a auto – estima;
 Proporciona sentimentos de bem – estar.

A massagem tântrica ainda não é muito conhecida no Ocidente, mas


influenciou diversas outras técnicas de massagem oriental.

Este tipo de massagem foi desenvolvida pelos Drávidas – povo que habitava
as margens do rio indo no ano 3.000 a.C. Naquela época, o mestre tocava o
discípulo para iniciá-lo, para apresentar o seu “eu social” ao seu “eu superior”.
Esta massagem tem duração de, em média, uma hora e é sempre aplicada
entre pessoas do sexo oposto, ou seja, o homem massageia a mulher e a mulher
massageia o homem para a troca de polaridades. É essencialmente preventiva e age
para restabelecer o equilíbrio físico – espiritual do indivíduo.
A massagem harmoniza os corpos energéticos, previne doenças estimulando
as defesas naturais do organismo, atua no sistema glandular e endócrino, além de
tratar fraquezas gerais do coração, fadiga, desequilíbrios nervosos, perturbações
mentais e emocionais e também harmonizar a sexualidade.
Além de ser algo muito prazeroso, a massagem procura elevar a energia
“kundalini” (criativa, fértil) até o chackra do coração, para provocar a expansão da
consciência. Os movimentos iniciam-se nas costas, com o paciente deitado de
barriga para baixo. Todos os órgãos do corpo humano estão ligados e interligados
com as vértebras. Uma boa massagem ativa os órgãos, previne desequilíbrios e
ajuda muito na postura.
Os deslizamentos são feitos com as palmas das mãos e com a ponta dos
polegares em movimentos longitudinais e transversais. O histórico completo acerca
dos distúrbios que vém ocorrendo com a pessoa que procura este tipo de

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tratamento é de muita importância para que o terapeuta possa realizar um trabalho


seguro e eficaz.

A massagem harmoniza os corpos energéticos, previne doenças estimulando as


defesas naturais do organismo, atua no sistema glandular e endócrino, além de tratar
fraquezas gerais do coração, fadiga, desequilíbrios nervosos, perturbações mentais e
emocionais e também harmonizar a sexualidade.

A massagem rítmica foi desenvolvida a partir da massagem clássica pelas


Dras. Wegman e Hauschka, no início do século XX. Baseia-se no conhecimento
dos diferentes membros da constituição humana e nas intenções entre os sistemas
neurosensorial, rítmico e metabólico motor.

O sistema rítmico promove a saúde em todo organismo ajudando na


prevenção de doenças e do estresse. Serve também de apoio para o processo de cura.
Ritmos como a mudança de estações no ano; o acordar e o adormecer; inspirar e
expirar são como o ritmo de ligar e soltar da massagem.
Princípios espirituais trabalham em nosso corpo através do calor, do ar e da
água. Na massagem rítmica, a mão do terapeuta é capaz de imitar as formas do
movimento desses elementos trabalhando de maneira calórica, aérea e fluida. A
qualidade do toque do terapeuta é, desta forma, capaz de produzir uma reposta
interior nos diferentes membros do ser humano. Para afetar os processos vitais que
ocorrem nos líquidos, a qualidade do movimento nessa massagem é dirigida a um
movimento de sedução, ao invés de pressão.
A massagem rítmica traz benefícios em afecções crônicas e agudas. Para
atingir muitos níveis do ser humano, tornando possível seu uso em uma ampla
gama de doenças e de dificuldades físicas, psicológicas e de desenvolvimentos, ela
proporciona mudanças, a fim de se buscar um novo desenvolvimento e um
crescimento interior. Podem beneficiar-se dela, bebês, crianças, jovens, adultos e
idosos.

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Áreas em que a massagem rítmica é efetiva

 Distúrbios ortopédicos, tais como fraturas e afecções articulares;


 Distúrbios circulatórios e do coração, tais como pressão alta ou baixa,
pés e mãos frias.
 Distúrbios digestivos;
 Distúrbios neurológicos;
 Deficiências mentais;
 Estresse, insônia e enxaqueca;
 Controle da dor;
 Enurese noturna;
 Distúrbios de desenvolvimento;
 Torção, distensão e tensão muscular.

Modalidade de massagem que originou-se nos Estado Unidos, na década de


70, através do fisioterapeuta John Barnes, que sentiu necessidade de procurar uma
técnica diferente da fisioterapia tradicional, ou seja, que trouxesse resultados mais
duradouros.

Miofacial porque vem da fáscia do músculo. Todos os músculos de nosso


corpo são envolvidos por um tecido orgânico que tem esse nome. Ela envolve
também as vísceras do corpo, as artérias e nossas veias. Fáscia muscular ou
miofáscia é uma lamina de tecido conjuntivo e quase inextensível, rico em fibras
colágenas, que envolve cada músculo. A espessura deste tecido varia de músculo
para músculo, dependendo de sua função.
As vezes, a fáscia muscular é muito espessa e pode contribuir para prender o
músculo ao esqueleto. Para que os músculos possam exercer eficientemente o
trabalho de tração ao se contrair, é necessário que estejam dentro de uma bainha
elástica de contenção, papel exercido pela miofáscia. Através do toque, com pressão

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moderada tendo como foco o local de restrição muscular, o massagista ou terapeuta


busca um aumento da circulação do sangue na região, alongando então a fáscia e,
por conseguinte, o músculo, relaxando-o.
Segundo J. Barnes, a maioria das técnicas tradicionais alonga somente o
músculo, não dando muita atenção a fáscia. Porém, se ela não é trabalhada, o
músculo volta a sua posição anterior, fazendo com que se tenha um resultado
menos duradouro do que nesta técnica.
A fáscia possui a propriedade de armazenar em sua memória a posição do
músculo e, assim, quando o massagista a manipula, o paciente pode lembrar alguns
fatos que ocorrem com aquele determinado músculo. Ela pode ser aplicada para
tratar os mais diversos problemas musculares, desde algum praticante de esporte
com dores musculares até um paciente com problemas como reumatismo.

O toque ou a massagem são artes que você começa a aprender e nunca


termina.
Elas seguem e a sua experiência se torna cada vez mais profunda. São artes
muito sutis e não dependem da sua eficiência. É uma questão de amor...
Aprenda a técnica, depois esqueça-a. Então, apenas sinta, intua e mova-se
pelo sentimento. Quando você aprende profundamente, 90 % do trabalho é feito
pelo amor, 10% é feito pela técnica.
Apenas o toque em si; um toque amoroso; algo se relaxa no corpo.
Se tiver amor e compaixão pela outra pessoa e sentir o imenso valor dela; se
você não trata-la como uma máquina a ser consertada, mas como uma energia de
tremendo valor; se você for grato e essa pessoa confiar em você e permitir que você
brinque com as energias, então, pouco a pouco, você sentirá como se estivesse
tocando um instrumento musical. O corpo inteiro se torna uma chave para esse
instrumento e você poderá sentir a harmonia criada dentro do corpo. Não apenas a
pessoa será ajudada, mas você também.
A massagem é necessária no mundo, porque o amor desapareceu. Houve
um tempo em que o toque dos que se amavam era suficiente. O marido brincava

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com o corpo da mulher e isso era massagem, isso era suficiente, mais que suficiente.
Era um profundo relaxamento e parte do amor.
Mas isso desapareceu do mundo. Pouco a pouco, nos esquecemos onde
tocar, como tocar, quanto profundamente tocar. Na realidade, o toque é uma das
linguagens mais esquecidas. Tocamo-nos quase embaraçados no toque, porque a
própria palavra se tornou corrompida pelas pessoas denominadas “religiosas”. Elas
emprestaram ao toque uma cor sexual. A palavra tornou-se sexual e as pessoas se
amedrontam. Todos se defendem contra o toque, a não ser que o estejam
permitindo.
Quando você tocar o corpo de uma pessoa, faça-o em atitude de prece,
como se o próprio Deus estivesse lá e você apenas estivesse servindo. Flua com
energia total. E, quando quer que você veja o corpo fluindo e a energia criando um
novo padrão de harmonia, você entrará em profunda meditação. Enquanto tocar,
apenas toque. Não pense em outras coisas porque serão distrações. Esteja em suas
mãos, esteja em seus dedos como se todo o seu ser estivesse aí, toda a sua alma
estivesse aí. Não deixe que seja apenas um toque no corpo. Toda a sua alma entra
no corpo da pessoa, penetrando-o, relaxa as camadas mais completas e profundas.
Faça disso uma brincadeira, uma dança. Não permita que seja apenas
trabalho: permita que seja um jogo e tome-o como entretenimento. Ria e permita
que o outro ria também.
A massagem e o toque produzem um acordo, um encontro, vívido do
corpo, da pessoa com você, para que você sinta onde está a desarmonia, onde o
corpo está fragmentado, e corrija para ajudar a energia do corpo alcançar uma
unificação. Quando a energia do corpo se alinhar e se tornar uma orquestra, então
você conseguiu. Portanto, tenha imenso respeito sobre o corpo humano. Ele é
trono de Deus, o templo divino. Então, em profunda reverência, em prece, aprenda
sua arte. A “sua arte” é a melhor arte aprendida.
Você pode ser muito profundo no toque, pode ir muito longe. Até agora
você apenas tem nadado na superfície. Você pode mergulhar profundamente e isso
será de grande valor para seu crescimento interior. A massagem e o toque não são
coisas ordinárias. Possuem um tremendo significado. Mas lembre-se de algumas
coisas ao realizar uma sessão:
A pessoa que está tocando não tem corpo. Conceba-a sem corpo, visualize-a
sem corpo e o seu toque irá muito, muito fundo. Pense na pessoa como não tendo
corpo. Por corpo, eu quero dizer que, nem você nem a pessoa são matéria, ambos
são energia.
Quando duas coisas materiais se aproximam, colidem. Quando duas
energias se aproximam, simplesmente se misturam, fundem uma na outra, não há
colisão. Sempre que você tocar o corpo de alguém como um corpo e esse alguém

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sentir-se como um corpo, haverá uma defesa, um encolhimento. A armadura, o


escudo começa a funcionar.
A primeira coisa a sentir é que o outro é apenas energia e você também
apenas uma energia. Então, comece a tocar essa energia como se tocasse um violão.
Faça-o mais como música do que como massagem ou toque.
Transforme-o mais em brincadeira que trabalho. Permita que tenha mais
coração do que mente.
A técnica tem que ser aprendida, e então esquecida. Você deve aprendê-la e
depois não lhe dar tanta importância. Ela permanecerá profunda em seu
inconsciente e funcionará desde aí, mas você se moverá por premonição, por
intuição.
Portanto, você sente a energia da pessoa, você se presencia como um
fenômeno de energia, então, as duas energias começam a dançar. O toque é quase
como o amor.
E se você puder se mover dentro do toque, desta maneira, você será
beneficiado tremendamente. A pessoa tocada ou massageada poderá ser beneficiada
profundamente e isso dependerá dela. Se ela abandonar toda consciência do corpo,
esquecer do corpo e lembrar-se apenas da dança sutil da energia, ondas de energia e
nada mais, então, ela também será beneficiada. E o benefício não será apenas o
relaxamento, o benefício se tornará profundamente espiritual. O corpo será
automaticamente beneficiado, porém, profundas camadas serão tocadas.

OSHO

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

No nível microscópico, alguns físicos abandonaram a noção de átomos


isolados não integrantes e consideram o universo como um gigantesco evento
participatório. A física moderna substituiu o antigo mundo mecânico do
pragmatismo Newtoniano e os pensadores pós- Einstenianos defendem um
universo Holístico interconectado reconhecendo a matéria como forma de energia.
O ponto de vista da física quântica, revela um universo muito diferente, de
enormes intercâmbios de energia – o organismo não simplesmente uma sólida
massa fixa, mas em constante intercâmbio de energia interna e externamente.
Na Biologia Molecular, a rígida separação entre o indivíduo e o meio
ambiente se desvanece, e o mundo natural não é um recipiente físico para onde
fomos jogados. A Biologia moderna, acompanhando a física, acredita que todos os
seres vivos são padrões de Energia em movimento, e que todos os seres humanos
estão conectados entre si e com os outros seres vivos numa interação constante. A
natureza já não é desordem, passividade, meio amorfo; é sim, uma totalidade
complexa. O homem não é uma entidade estanque em relação a esta totalidade
complexa: é um sistema aberto, em relação de autonomia/ dependência
organizadora no seio de um ecossistema.
A Medicina Vibracional, ramo da Medicina que surgiu depois das
descobertas de Einstein, descreve o corpo humano como organismo
multidimensional, formado de sistema físico/ celular em interação dinâmica, com
campos energéticos complexos. Busca-se a cura do indivíduo, substituindo a
utilização de drogas ou cirurgias, pela técnica da manipulação destes campos de
Energias sutis, direcionando- os ao organismo. Esta corrente médica acredita na
consciência presente em todas as células e cada célula é vista como parte do rio de
consciência.
Em geral, a Medicina Psicossomática considera a doença como efeito do
distúrbio psicológico e a reação anatômica, sendo o corpo, o centro do self. Já se

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

comprovou cientificamente, com a descoberta dos neurotransmissores e peptídeos,


que pelo menos no campo molecular, somos o que pensamos. Hoje, já se dá muita
importância a observação do comportamento dos indivíduos sofrendo de câncer.
Stanislav Groff, psiquiatra e um dos fundadores da Associação da Psicologia
Transpessoal, comenta que : na nova concepção a consciência é vista como parte
integrante da estrutura universal, certamente não limitada as atividades dentro do
nosso crânio.
Apesar destes avanços contínuos da Ciência, embora lentos, o homem está
longe de poder reconhecer a Unidade. Sua consciência está identificada com a
forma exterior, julgada por ele como única realidade, já que ainda entra em contato
com o mundo objetivo através de seus cinco sentidos, sem desenvolver a
sensibilidade no plano das Energias sutis.
Trazemos, em nossa bagagem, a herança da tradição ocidental, onde só se
aceita o que for cientificamente comprovado e que fragmentou o mundo em
partículas, tratou o organismo como um objeto de pesquisas.
Até a bem pouco tempo, o corpo e suas funções eram consideradas pela
Medicina como uma máquina e, em termos físico-químicos, o ideal era tornar-se
um engenheiro do corpo como comenta Alexander, famoso médico americano.
Ainda hoje, ouvimos pessoas pedirem aos médicos guias de
encaminhamento para fazerem um check-up, com o mesmo cuidado que dispensam
a revisão de seus veículos.
O período de caça as bruxas, na Idade Média, com a intenção de perseguir
pessoas paranormais, culminou por delegar a Igreja os cuidados com a alma e aos
médicos, o corpo. A partir daí, a Ciência, sempre muito influenciada pela Igreja,
segmentou o homem em três facções corpo/ mente/ espírito. É preciso muito
tempo para nos libertarmos dos efeitos destas ideias de dissociação e desvinculação
enraizadas em nós.
O paradigma racionaliza Cartesiano da ortodoxa medicina alopática, em seu
dualismo corpo/ alma criou o axioma, segundo o qual, as moléstias surgem por
causa do deslize do plano físico e não tem relação alguma com a consciência e,
ainda hoje, é comum encontrarmos pessoas que carregam o fardo da ideia corpo
considerado como consequência do efeito do pecado original, onde a
espiritualidade, pertinente ao Criador que, como o espírito, é composto de Essência
pura e fluida, transformou-se no único elo de ligação com Deus, e não faz parte do
sistema orgânico físico.
É comum encontrarmos pessoas que crescem acreditando que são maus por
natureza e que encaram o corpo como espaço de vergonha e culpa. Em nossa
história não podemos desprezar o fato do corpo ter sido ocultado por vestes,
flagelado, maltratado, crucificado na busca do caminho da salvação.

201
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Herdamos a visão do corpo como uma reles armadura, mero suporte que
alberga a consciência e talvez a alma, não para os ateístas.
E, como afirma Carl Simonton, quase todas as convicções culturais são
insalubres.
A visão cientifica ocidental desenvolveu a consciência lógica e a matemática.
O pensamento cartesiano permitiu aos médicos cientistas, dissecarem os corpos de
seus semelhantes, buscando via anatomia , entender a sua fisiologia.
A Engenharia moderna ofereceu- nos os microscópios que permitiriam
fragmentar mais e mais órgãos, tecidos, células, moléculas, genes, átomos.
A medicina começou a auxiliar- se de exames dos mais variados tipos:
microscópicos, bacteriológicos, radioativos, magnéticos, computadorizados. Nossos
superespecialistas transformaram os hospitais em “oficinas de assistência técnica
especializada”. Substituímos órgãos, fazemos cirurgias com o auxilio de laser, a
Física colaborou no obtenção das imagens mais sofisticadas e precisas, a
computação reprograma as funções. Maternidades ultramodernas, com corpo
clinico de alto padrão colocam os lindos rebentos em berçários muito higiênicos,
separados de suas mães e amamentados sem contato de peles.
Embora tantos avanços tecnológicos, continuamos a considerar como
estado de saúde a ausência de doença. Doença e saúde são visualizados como
aspectos isolados reduzidos a conceitos estáticos.
O mundo natural continua sendo, para a maioria das pessoas, nosso habitat,
e não interage conosco.
Muitos persistem no erro de deixar a “vida”, o “destino” ou a Medicina
decidirem por eles, a resolução daquilo que é melhor ao seu organismo.
A tendência reinante e um impulso maníaco de possuir saúde ou adquiri-la e
acreditar que viver eternamente sob tratamento médico ou remédios nos confere a
chance de passarmos imunes ás doenças.
Acredita- se que a doença pode ser provocada por seres microscópicos, tipo
bactéria ou vírus, capazes de alterar a fisiologia de nosso organismo e deva ser
combatida pela eliminação ou neutralização do agente invasor, por meio de
medicamentos com efeitos colaterais mais devastadores que o próprio agente
invasor.
Os avanços das ciências permitiram o crescimento tecnológico, originando a
sociedade industrial que para sobreviver, necessita do mercado, transformando- nos
em habitantes de um capitalismo selvagem, criando valores que obrigam seus
descendentes a vestirem uma máscara e desempenhar um papel cujo “script” nem
sempre, ou quase nunca, combina com sua maneira de ser, estabelecidos por
padrões falsos, embalados por interesses políticos e financeiros que não se
importam com o caminho social da humanidade.

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

Os meios de comunicação massificam a população, induzem a hábitos


nocivos a saúde, injetam notícias carregadas de negativismo, deturpam as verdades
inconvenientes. A tendência a uniformidade em nossa sociedade cria conflitos com
as características individuais. O ajustamento deste indivíduo se faz ás expensas da
supressão das suas necessidades vitais ou pela identificação do indivíduo com as
necessidades da sociedade, a ponto de fazê-lo se comportar de acordo com os
valores sociais.
As mulheres passam a fazer parte ativa da sociedade e seus compromissos as
obrigam a deixar seus filhos aos cuidados de pessoas estranhas. Aquelas que não
trabalham sentem- se diminuídas por se incumbirem de tarefas menos valorizadas.
Os filhos adolescentes desta sociedade resolveram adquirir horários de
estudo, lazer ou trabalho incompatíveis com a fisiologia salutar.
A superpopulação gera violência, que gera insegurança. O ar, as águas e os
solos estão impregnados por substancias tóxicas, as drogas ameaçam os usuários e
não usuários, a desigualdade social é uma afronta aos princípios dos mais
conscientes, a corrupção em todos os níveis traduz- se em vergonha de ser honesto.
Neste mundo moderno, como declara Ashlei Montagu em seu livro Tocar,
“A capacidade de um ocidental relacionar- se com seu semelhante está muito
atrasada em comparação com sua capacidade de relacionar- se com bens de
consumo e com as desnecessárias necessidades que o mantém em escravidão,
possuído por suas próprias posses”.
E é este cliente que nos chega ao consultório.

A pele, nossa roupagem, contínua e flexível, é convocada a constituir função


de ser, segundo Montagu:

21. Base dos receptores sensoriais, localização do mais delicado de todos os


sentidos;
22. Fonte organizadora e processadora de informações;
23. Mediadora de sensações;
24. Barreira entre organismo e ambiente externo;

203
Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

25. Fonte imunológica de hormônios para a diferenciação de células


protetoras;
26. Camada protetora das partes situadas abaixo delas contra efeitos da
radiação e lesões mecânicas;
27. Barreira contra material tóxico e organismos estranhos;
28. Responsável por um papel de destaque na regulação da pressão e do
fluxo de sangue;
29. Órgão reparador e regenerativo;
30. Produtora de queratina;
31. Órgão de absorção de substancias nocivas e outras que possam ser
excretadas junto com os resíduos corporais eliminados;
32. Reguladora da temperatura;
33. Órgão implicado no metabolismo e armazenamento de gordura;
34. E no metabolismo de água e sal, através da transpiração;
35. Reservatório de alimento e água
36. Órgão da respiração e facilitadora da entrada e saída de gases através da
mesma;
37. Sintetizadora de vários compostos importantes, inclusive a vitamina D,
responsável pelo controle do raquitismo;
38. Barreira ácida que protege contra muitas bactérias;
39. A secreção produzida pelas glândulas sebáceas lubrifica a pele e os
pelos, isolando o corpo contra a chuva e frio e provavelmente ajuda no extermínio
de bactérias;
40. “Auto purificadora”.
Enfim, suas funções estão relacionadas às respostas adaptativas transmitidas
pelo meio atmosférico- como o deslocamento de ar, gases, partículas, parasitas,
vírus, bactéria, mudança na pressão, na temperatura, na umidade, na luz, na
radiação e muito mais.
Representa 12% do peso total do corpo, e é maior sistema de órgão externo,
com 19.000cm², no homem adulto e é composta por aproximadamente cinco
milhões de poros; 50 receptores sensoriais por 100mm², a área abrangida pela
superfície da pele tem um número enorme de receptores sensoriais (640.000), que
tem como função, captar estímulos de frio, calor, toque, pressão, dor; de 7 a 135
pontos táteis por cm².
Sua composição, em cada centímetro de diâmetro, ainda conta com mais ou
menos um milhão de células, 35 a 115 glândulas sudoríparas, de 16 terminações
nervosas e 30cm de vasos sanguíneos.
Tem espessura variável, dependendo da região sendo mais espessa na sola
dos pés e palma das mãos. Como órgãos dos sentidos, é o mais extenso, e o

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

primeiro sistema sensorial a tornar- se funcional em todas as espécies.


Constituindo- se num dos mais importantes de todos os nossos sistemas de órgãos.
O tato é o primeiro sentido a desenvolver- se no embrião humano, que
reage a estímulos com menos de 6 semanas. Quando o embrião ainda não tem
olhos ou orelhas, já esta desenvolvido, embora não tanto quanto o seu ulterior
desenvolvimento.
Existe uma lei embriológica considerando que quanto mais cedo se
desenvolve uma função mais fundamental ela tende a ser.
A pele e o sistema nervoso originam- se do ectoderma, assim como os
cabelos, dentes, pelos e órgãos dos sentidos, considerando seus apêndices.
O sistema nervoso, porção da superfície geral do corpo embrionico que se
volta para dentro, é considerado a parte escondida da pele, ou a pele é a porção
exposta do sistema nervoso. A pele é o sistema nervoso externo- Sistema orgânico
que desde suas primeiras diferenciações permanece em íntima conexão com o
sistema nervoso ou interno que tem a função de manter o organismo informado do
que está se passando fora dele.
Frederic Wood Jones, anatomista inglês, comentou que “o médico e filósofo
sábio é aquele que percebe que, quando considera a aparência externa de seus
semelhantes, está estudando o sistema nervoso externo e não simplesmente a pele e
seus apêndices” (apud Montagu).
Na qualidade de órgãos dos sentidos mais antigo e extenso, a pele permite
que o organismo aprenda o que é seu ambiente.
Durante toda a vida encontra- se em renovação contínua. A cada 4h forma
uma nova camada de células. As células da pele e das vísceras podem aparentemente
dividir- se centenas e milhares de vezes durante a vida da pessoa.
A pele varia em textura, flexibilidade, cor, odor e temperatura.
Toda esta explicação foi utilizada no sentido de mostrarmos a importância
da pele e justificar nossa concordância com Hardenberg quando disse: “Não existe
senão um único templo no Universo e é o Corpo do Homem". Nada e mais
sagrado do que essa elevada forma.
Curvar- se diante do homem é um ato de reverencia feito diante da
Revelação da Carne. Tocamos o céu quando colocamos nossas mãos num corpo
humano” (apud Montagu).

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

A artrite reumatoide é uma doença crônica de causa desconhecida, cuja


característica principal é a inflamação persistente das articulações. Afeta
preferencialmente a população feminina.

A bursite é uma inflamação nas bursas (bolsas que funcionam como


amortecedores para o atrito entre as extremidades ósseas de uma articulação).
Geralmente localizada no ombro, pode atingir também o cotovelo e o punho.
Entre os sintomas estão dor, inflamação e limitação dos movimentos nas
articulações atingidas.

Bursite retrocalcaniana
A bursite retrocalcaniana é a causa mais frequente de dor no calcanhar. É
causada pela fricção repetida contra a parte posterior do calçado, que leva a uma
inflamação crônica e aumento das paredes da bursa, apresentando um derrame de
líquido. O inchaço presente gera hipersensibilidade quando entra em contato com
o calçado e os sintomas se agravam pela marcha, se acentuando no inverno.

A cervicalgia é representada por dor na coluna cervical (pescoço). Pode ser


causada pela sobrecarga de trabalho e pela má postura.

A cifose torácica postural é a curvatura anormal da coluna vertebral na


região torácica. Pode ser causada por má postura, fraturas por compressão, defeitos
congênitos, doenças paralíticas, dentre outros problemas. Nas crianças e
adolescentes, se não cuidado desde cedo, pode tornar-se a Moléstia ou Síndrome de
Scheuermann, também conhecida como Cifose Postural do Adolescente. Seu
surgimento ocorre, habitualmente, de forma lenta, com ou sem dor nas costas,
fadiga, sensibilidade e rigidez da coluna vertebral.

A contratura muscular é caracterizada pela contração permanente de um


músculo ocasionada por espasmo tônico ou pela perda de equilíbrio muscular
devido à paralisação de músculos antagônicos.

Contratura paravertebral pós-traumática


A contratura paravertebral é caracterizada pela contração permanente dos
músculos paravertebrais. No caso da contratura paravertebral pós-traumática, a

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Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio “Saint Germain”

lesão é causada pelo período de imobilização decorrente de trauma inicial. Os


sintomas são enrijecimento e dor no local.

As contusões são lesões que ocorrem devido a um golpe direto, levando a


ruptura capilar, edema, sangramento e resposta inflamatória.

Contusão Torácica
A contusão torácica é uma lesão que ocorre devido a golpe direto, levando à
ruptura capilar, edema, sangramento e resposta inflamatória na musculatura.

Crioterapia
A crioterapia é um tratamento baseado na aplicação de frio para diminuir a
temperatura dos tecidos. O frio age melhor quando aplicado nas primeiras 48 horas
após a ocorrência da lesão. Neste período, ajuda na redução da dor e também no
combate ao acúmulo das toxinas e resíduos no local afetado, diminuindo assim a
formação de edemas, hematomas e hemorragias.

Os desvios na coluna são caracterizados por problemas posturais e


estruturais que acabam gerando dor. Dentre eles podemos citar: escoliose,
hiperlordose, espondilolistése e cifose postural.

A distensão é um estiramento ou ruptura de fibras musculares e tendão.


Pode ser classificada em 3 graus: grau I (estiramento leve, que ocasiona
microrrupturas nas fibras musculares), grau II (com rupturas maiores nas fibras e
parte do tendão) e grau 3 (com ruptura total das fibras do músculo lesionado, bem
como do tendão deste músculo).

Correntes Elétricas (TENS, FES, RUSSA)


O uso de correntes elétricas para diferentes objetivos terapêuticos e estéticos
é chamado de eletroterapia. A duração do tratamento e a intensidade das correntes
são ajustadas para cada pessoa, de acordo com a avaliação de profissional
especializado.

A entorse é o estiramento e/ou ruptura dos ligamentos. É causado por


golpe direto ou torção.

A fratura consiste em uma ou mais interrupções na continuidade de um


osso, com a separação deste em dois ou mais fragmentos após um traumatismo.
Pode ocasionar um rompimento ósseo completo ou incompleto. Dependendo do

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tipo e localização, a fratura pode causar dor, incapacidade de mexer o membro


atingido e deformidade.

A fratura osteoporótica ocorre em função da diminuição da densidade


mineral e redução de massa óssea. As mais comuns são na região do quadril, fêmur,
vértebras e punho.

Processos Inflamatórios
As inflamações ou processos inflamatórios são condições nas quais múltiplas
respostas imunológicas são direcionadas contra uma ameaça percebida. A
inflamação apresenta quatro características principais: dor, calor, rubor e edema.

Condromalácia
A condromalácia é uma doença degenerativa que acomete a cartilagem do
joelho, bem como as eminências ósseas arredondadas que se situam na extremidade
do osso fêmur. Ocasiona dor ao redor ou atrás da patela, causada pelo excesso de
atrito durante esforços de repetição e sobrecarga. É muito comum entre esportistas
em função da sobrecarga excessiva no joelho e repetição de movimentos.

Tratamentos de Lesões que necessitam de apoio compressivo


A compressão em regiões lesionadas ou afetadas por algum tipo de patologia
minimiza ou diminui inchaços, além de estabilizar vasos distendidos pela lesão,
auxiliando a regeneração.

A luxação é o deslocamento completo das superfícies que compõem uma


articulação.

Ombro
A capsulite adesiva se caracteriza pela limitação ativa e passiva dos
movimentos do ombro. Entre os sintomas estão dor e rigidez articular.

Tartalgia
A talalgia plantar é causada por fatores como sobrecarga mecânica,
hiperpronação, pé plano e cavismo. Geralmente acomete mulheres obesas, com
mais de 35 anos, e é caracterizada por dor aguda na planta do pé no início do dia,
melhorando nas horas seguintes e piorando na parte da tarde. O pé atingido pode
apresentar edema e achatamento plantar, além de dor durante a flexão dorsal
forçada dos dedos.

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A tendinite é a inflamação no tendão de uma articulação. Geralmente


atinge pessoas que realizam movimentos repetitivos e levam a articulação a um
trabalho excessivo. A tendinite provoca dores muito fortes e pode resultar em
incapacidade física.

Tendinite patelar
A tendinite patelar é uma lesão comum em atletas que utilizam
repetidamente o mecanismo desacelerador do músculo extensor do joelho, como
em saltos, corridas, ciclismo e chute. A dor por esta lesão causa sensação de
fraqueza no joelho, conhecida como instabilidade patelar.

A tenossinovite é a inflamação da bainha que recobre os tendões. A doença


é causada por movimentos repetitivos, que ocasionam atrito do tendão entre o
músculo e o osso.

O torcicolo é uma lesão muscular lateral da coluna cervical. A forma mais


comum é o torcicolo agudo, que tem início súbito, com uma dor repentina e
unilateral, que impossibilita voltar a cabeça para a posição original.

Sequelas de Traumatismo Raqui Medular (TRM)O Traumatismo Raqui


Medular (TRM) ocorre quando a medula espinhal é danificada por um trauma,
processo de doença ou defeito congênito. Entre as sequelas estão hemiplegias,
paraplegias ou tetraplegias.

Trombose Venosa Profunda (TVP)A Trombose Venosa Profunda,


conhecida também por sua sigla TVP, é a formação de um trombo (coágulo de
sangue) em um vaso sanguíneo venoso. Os sintomas são aumento da temperatura
local, edema, dor e rigidez da musculatura.

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Fones: (13) 3232-3615 - 3029-0232

Cursos:
Formação Terapêutica

Massoterapia

Estética Facial e Corporal


Epilação / Depilação
Sobrancelha de Renna
Design de Sobrancelha
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Auriculoterapia
Ayurvédica
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Aromaterapia

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