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IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situ-

DIREITO PROCESSUAL ação de inatividade, criando ou simulando incapacidade.

PENAL MILITAR III Ex.: Dia 07 acaba o afastamento e dia 09 ele está na
escala do serviço, das 17h30 às 05h30
CAP PM MARINA
➔ 10 – início
2Q. Abertas Complexas na VC. ➔ 11 – 1º dia da ausência ilegal

IPM Art. 188 Qualquer licença, qualquer afastamento.


Crime Militar Estadual APFD →Já inicio com a 0h pura. Não tem a data da falta, 1º
TD dia de ausência é a data do retorno + 8
 Recesso até dia 24. Volta dia 25. Dia 25 você já
Art. 187 está de escala. Dia 26 é o primeiro dia da ausên-
Art. 188 cia ilegal.
Art. 192
Deserção por evasão ou fuga
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escol-
dolosos contra a vida e cometidos por militares contra ta, ou de recinto de detenção ou de prisão, ou fugir em
civil, serão da competência do Tribunal do Júri. seguida à prática de crime para evitar prisão, permane-
cendo ausente por mais de oito dias:
Deserção Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da Ex.: Dia 07 prendi o mike. Dia 08 inicia a con-
unidade em que serve, ou do lugar em que deve per- tagem às 00h00 e dia 09 - primeiro dia de ausência
manecer, por mais de oito dias:
Início da ausência – soma +2
 Elemento subjetivo do crime é o dolo. Início da deserção – soma +9

O crime é ausentar-se SEM LICENÇA, por mais que a Metade da prova: DESERÇÃO
autoridade que conceda a licença não tenha competência  Art. 451 ao art. 457: rito da deserção
para tal. Nesse caso, será transgressão, e não crime.
Art. 451 – ATO PRIVATIVO do Cmt Unidade – NÃO
Diferença para o abandono de posto: por mais de oito PODE SER DELEGADO (mas o cmt está de férias? O
dias interino assina) – CAI NA VC***

Desconsidero o 1º dia e incluo o último Parágrafo 1º do 451 – contagem


➔ O início da contagem da ausência não significa
1. Data da falta (não importa o horário da escala) que ele está ausente. Só estará ausente depois
“Horas de ouro” – estou de serviço das 08h às 18h. Fal- das 24h processuais. Para a deserção, eu inicio a
tei. Se eu apareço entre as 18h00min01seg e das 23h59 contagem na 00h00 subsequente a data da falta e
não inicia a ausência ilegal. Somente às 00h00 da data só posso falar que ele está ausente depois de
subsequente. 24h.
2. Início da contagem da ausência no dia subse-
quente à data da falta; VC*: obrigação de exclusão do estado efetivo divide-se
3. Primeiro dia de ausência quando completa 24h em duas etapas:
do “passo 2”. Só posso falar que ele está ausente  se for praça estável ou se for oficial, será
quando transcorrer 24h do início da contagem da AGREGADO
ausência.  se for praça instável ou a praça especial serão
Casos assimilados EXONERADOS
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I - não se apresenta no lugar designado, dentro  VC*: determina a remessa do assentamento in-
de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias; dividual e fazer o inventário.
II - deixa de se apresentar a autoridade compe-
tente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele em  VC*: mandar publicar a parte da ausência ilegal
que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em e da deserção, pois a partir do momento que pu-
que é declarado o estado de sítio ou de guerra; blico, devo transcrever para o assentamento
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresen- individual. Tudo deve estar publicado para
tar, dentro do prazo de oito dias;
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que o ato da deserção seja um ato jurídico per- tolha a liberdade de depor, ou a independência para
feito. a realização de perícias ou exames.
Ex.: faltou dia 13, passou a ser ausente no dia 15
e a deserção consuma-se às 00h00 do dia 22 TESTEMUNHA PROTEGIDA Provimento 036/2013
Importante, pois se falar que o crime está con- – normas de serviço da Corregedoria Geral da Justiça
sumado no dia 21, quando na verdade ele ainda está em Militar.
ausência, pode ocorrer o crime de abuso de autoridade.
 Este provimento só poderá ser usado em crimes
 Termo de Deserção: apresentação espontânea previstos no rol do item 1. do capítulo IX
ou captura
Obs.: Inspeção de saúde antes de passar no Ro- Tem que ser só nesses porque ele limita até pode
mão Gomes cercear o direito da defesa, da atuação e ciência do in-
vestigado, se usar em outros crimes pode ser que haja
➔ APFD Flagrante NÃO SE APLICA o 16-A abuso de autoridade.
➔ 16-A está no capítulo do inquérito, somente pa-
ra IPM PROVIMENTO Nº 036/2013 - Gab Pres (TJM) – traz
➔ Escrivão do IPM presta compromisso uma série de medidas da atividade correcional de polí-
cia judiciária militar do TJM
 O flagrante não tem previsão de homologação
“Artigo 1º – Ficam, as NORMAS DE SERVI-
na lei
ÇO DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA MI-
LITAR, que regulam o exercício da função correcional e
CAP PM MÁRCIO D’ANGELO a execução dos serviços cartorários e os auxiliares da
1Q Múlt. Escolha e 1Q aberta simples na VC. Justiça Militar, dispostas em 20 (vinte) Capítulos, nume-
 PDM: rados de I a XX, destinando-se aos serviços judiciais e
de polícia judiciária militar.”
13/09/2023 Cap. IX
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO ÀS VÍTIMAS E
PROTEÇÃO A VÍTIMAS E TESTEMUNHAS
TESTEMUNHAS
➔ Previsão: CPPM – Art. 13
➔ PROVITA – Lei federal n° 9807/99
1. Aplicam-se aos IPM e processos em que os réus
➔ Decreto Estadual n° 44.219/99 e 56.562/10
são acusados dos crimes militares de:
CPPM - FORMAÇÃO DO INQUÉRITO ● homicídio doloso;
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para ● sequestro ou cárcere privado;
a formação deste (um rol de que o encarregado deve ● roubo;
fazer, o art 11 é sobre o que antecede o inquérito):
● extorsão;
Atribuição do seu encarregado
a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda ● extorsão mediante sequestro;
não o tiverem sido; ● estupro;
b) ouvir o ofendido; ● atentado violento ao pudor;
c) ouvir o indiciado; ● epidemia com resultado morte;
d) ouvir testemunhas; ● envenenamento com perigo extensivo e caso as-
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coi- similado qualificado pela morte;
sas, e acareações; ● genocídio;
f) determinar, se for o caso, que se proceda a ● tráfico, posse ou uso de entorpecente ou subs-
exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e tância de efeito similar e casos assimilados.
perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coi-
“Quando se utiliza este provimento, há de certa
sa subtraída, desviada, destruída ou danificada, ou da
forma um cerceamento de defesa, portanto deve-se utili-
qual houve indébita apropriação;
zar este provimento como um rol taxativo de crimes, de
h) proceder a buscas e apreensões, nos termos preferência. Posso até usar com outros crimes, porém
dos art. 172 a 184 e 185 a 189; terei que trabalhar mais para justificar o uso deste pro-
i) tomar as medidas necessárias destinadas à vimento com um crime que não está descrito no rol aci-
proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido, ma.”
quando coactos ou ameaçados de coação que lhes
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“Este procedimento, pode-se utilizar para IPM, ração. O termo original fica lacrado e ao término do IPM
processos tanto quanto para APFD, este último que não ele é entregue junto. O desentranhamento não é só no
está escrito no provimento, porém numa interpretação termo de declaração da testemunha, é em todas as outras
extensiva alcançamos o APFD, pois também é peça folhas que estão os dados da testemunha.
inaugural de processo, assim como o IPM.”
“Posso utilizar este provimento inclusive em 4. Na capa de feito serão lançadas duas tarjas
uma IP, pois a IP eventualmente pode vislumbrar crime vermelhas, que identifica tratar-se de processo em que
que continuará a ser apurado por IPM. A denúncia às vítimas ou testemunhas postularam o sigilo de seus da-
vezes é muito fraca, e eu não parto de um IPM, parto de dos e endereço, consignando-se ainda, os indicadores da
uma IP, como início a apuração de um crime pela IP,
pasta onde estão depositados os dados reservados (1
que pode vir a se tornar IPM, também posso utilizar
listra vermelha é quando o indiciado está preso) 3 listras,
este provimento na IP, que nesta IP terá sim a teste-
testemunha protegida podendo ser várias e indivíduo
munha protegida conforme provimento”
preso.
2. Quando vítimas ou testemunhas reclamarem 5. O acesso à pasta fica garantido ao MP e ao
de coação ou grave ameaça, em decorrência de depoi- Defensor constituído ou nomeado nos autos, com con-
mentos que devam prestar ou tenham prestado, juízes e trole de vistas, feito pelo coordenador, declinando data.
oficiais da PM no exercício da função de policial mili- 5.1. A pasta terá, no máximo, 200 folhas, que
tar judiciária estão autorizados a proceder conforme o serão numeradas e, após o encerramento, lacra e arqui-
presente capítulo. Essa grave ameaça é relativa, é relati- vada.
vo à pessoa.
“Quando a vítima será protegida? Quando a ví- “O acesso ao IPM continua igual, todos têm (qualquer
tima se sentir ameaçada, com medo, desde que exista advogado) acesso. Os que têm acesso à pasta com os
realmente uma ameaça direta, já ocorrida, ou o histórico dados da testemunha protegida são o MP e o Defensor
do investigado leve a crer que exista um risco real, ainda constituído ou nomeado. Se comparecer o advogado
que não tenha existido uma ameaça direta, você fará um com procuração do investigado ok, se comparecer o
filtro de quando proteger ou não a testemunha.” advogado junto com o indiciado, ok, necessário do-
cumentar que o indiciado constituiu este advogado como
seu defensor, assinam o termo de vistas o advogado e o
Quando e quem: está acima. Juízes e oficiais no exercí-
indiciado.”
cio de policial militar judiciária. O oficial não necessi-
ta solicitar a ninguém. A decisão, a responsabilidade e as
“Ouve a testemunha igual a outra, faz a oitiva normal, o
consequências são do oficial.
que muda é o documento de recibo. Em uma via reser-
vada contém os dados da testemunha, na outra via con-
3. Quando as vítimas ou testemunhas coagidas tém apenas o histórico, e a informação “testemunha pro-
ou submetidas a grave ameaça, em assim desejando, tegida” sem os dados da vítima.”
não terão quaisquer de seus endereços e dados de
qualificação lançados nos termos de seus depoimen- 6. O mandado de intimação de vítima ou tes-
tos. Aqueles anotados em impresso distinto, remetido temunha, que reclame tais providências, será feito em
pela autoridade de polícia judiciaria militar ao juiz com- separado, individualizado, de modo que os demais
petente juntamente com os autos do inquérito policial convocados para depoimentos não tenham acesso aos
militar após edição do relatório e solução. Na Coordena- seus dados pessoais.
doria, será arquivada a comunicação em pasta própria, 6.1. Após cumprimento, apenas será juntada
atuada com, no máximo, 200 folhas, numeradas, sob aos autos a correspondente certidão do oficial de jus-
responsabilidade do Coordenador. tiça, sem identificação dos endereços, enquanto o ori-
ginal do mandado será destruído pelo Coordenador.
 AQI (auto de qualificação e interrogatório) →
não é obrigado a produzir prova contra si. “Considerando que a partir deste momento a tes-
 IS (inquirição sumária) → testemunha com- temunha disse estar sendo ameaçada e por passar a ser
promissada a dizer a verdade testemunha protegida, é feito o desentranhamento dos
 TD (termo de declaração) → sem compromis- autos, retirando todas as folhas de antes da testemu-
so de dizer a verdade nha ser protegida, que continham os de qualificação
dela. Na prática eu estou documentando o que foi feito,
A testemunha já tendo declarado e quiser retirar alteração das folhas por outras iguais sem a qualifi-
a declaração que não pode, faz um termo de desentra- cação da testemunha, para que não caracterize altera-
nhamento. Tira os dados da testemunha e copia a decla- ção de feito de polícia judiciária, o que seria crime.

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Lembrando que ameaçar a testemunha justifica pedir mes de família, mormente quando se tratar de crimes
a prisão preventiva do indiciado.” sexuais praticados contra vulnerável.”

Resumo:  Proteção à testemunha – tanto de um novo cons-


− rol taxativo de crimes; trangimento, quanto ela ser vítima de ameaça ou
reclamação de coação ou grave ameaça, em ra- coação
zão de depoimento prestado ou a serem presta-
dos. Lei Federal n 9.807/99, de 13 de JULHO DE 1999.
− capa do procedimento – duas tarjas vermelhas; Estabelece normas para a organização e a manutenção
− endereços e dados de qualificação não serão de programas especiais de proteção a vítimas e a teste-
lançados, devendo ser anotados e impressos munhas ameaçadas, institui o Programa Federal de
distinto; Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e
− MP e defensor nomeados ou constituídos terão dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que
acesso. tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à
investigação policial e ao processo criminal.
➔ Resumo do provimento: rol taxativo de crimes pa-
ra os quais a gente pode aplicar o provimento. Esse CAPÍTULO I
rol do item 1 do capítulo IX é taxativo e não DA PROTEÇÃO ESPECIAL A VÍTIMAS E A
exemplificativo porque quando adotamos as pro- TESTEMUNHAS
o
vidências do provimento, diminuímos as armas Art. 1 As medidas de proteção requeridas por
da defesa. vítimas ou por testemunhas de crimes que estejam
“Trata-se de um ROL TAXATIVO, portanto não coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de
usamos o provimento de proteção a testemunhas para colaborarem com a investigação ou processo criminal
feitos que não tratam dos crimes elencados, podendo serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito
incorrer cerceamento de defesa / abuso de autoridade Federal, no âmbito das respectivas competências, na
(se houver dolo específico).” forma de programas especiais organizados com base nas
➔ Quem decide sobre a proteção ou não é o oficial disposições desta Lei.
“Aqui estabelece realmente uma proteção ativa a
ou juiz. Se tiver, retira os dados qualificativos da
testemunha ou vítima. Pode ser desde uma escolta para
testemunha protegida dos autos, ou não insere. Se
depor até mudança de nome, endereço, etc. Quem ava-
já estiver lá retiramos. Vai em autos apartados e
lia a necessidade de fazer parte deste programa é
esse IPM ganha duas tarjas na capa. Quem tem uma comissão, a autoridade do IPM só apresenta ao
acesso é o MP, o advogado nomeado (quando au- programa.”
toridade nomeia o defensor para aquele ato) e o ➔ A vítima tem que efetivamente falar tudo que
advogado constituído (contratado). sabe, se não pode ser retirada do programa.
➔ Qualquer advogado pode ter acesso a investiga- Ela pode até deixar de trabalhar, ou continuar
ção em andamento. No caso do provimento, tem recebendo os proventos sem trabalhar nesse
essa ressalva de advogado constituído ou nome- programa de proteção à testemunha.
ado. Comprovar por meio de procuração. § 1º A União, os Estados e o Distrito Federal po-
derão celebrar convênios, acordos, ajustes ou termos de
💀 VC: Advogado quer fazer vistas aos autos do inqué- parceria entre si ou com entidades não-governamentais
rito, mas não tem procuração nem ato de nomeação. objetivando a realização dos programas.
Pode? § 2º A supervisão e a fiscalização dos convênios,
Resp.: Pode ter vista aos autos, o que não pode é ter acordos, ajustes e termos de parceria de interesse da
acesso às informações da testemunha!!!! As informa- União ficarão a cargo do órgão do Ministério da Justiça
ções da testemunha estarão apartadas. Ou seja, qual- com atribuições para a execução da política de direitos
quer advogado pode ter acesso aos autos do inquérito, humanos.
mas não acessando os dados da testemunha.
Critérios para conceder
PROVIMENTO Nº 060/2016 Art. 2º A proteção concedida pelos programas e
Art. 1º as medidas dela decorrentes levarão em conta a gravi-
dade da coação ou da ameaça à integridade física ou
2.1 Os nomes das vítimas constantes dos bancos
psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-
de dados, quando necessários à identificação, deverão
las pelos meios convencionais e a sua importância
cingir-se à indicação das iniciais dos nomes e sobreno- para a produção da prova.

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Para entrar no programa, deve deixar de fazer al- sobre o disposto no art. 2º e deverá ser subseqüentemen-
gumas coisas. Não pode ir à casa da sua mãe, na escola te comunicada à autoridade policial ou ao juiz compe-
dos filhos, por exemplo. Os filhos não vão entrar no tente.
programa, você aceita isso? É feito um acordo em que Art. 4º Cada programa será dirigido por um con-
se compromete a fazer essas medidas impostas pelo pro- selho deliberativo em cuja composição haverá repre-
grama. Se não cumprir, uma das sanções é ser retira- sentantes do Ministério Público, do Poder Judiciário
do do programa. Só entra e permanece no programa e de órgãos públicos e privados relacionados com a se-
quem quer. gurança pública e a defesa dos direitos humanos.
Gravidade do crime, gravidade da ameaça, só vou Apoio e execução
proteger pelo PRO VITA se não puder proteger por ou- § 2º Os órgãos policiais prestarão a colabora-
tros meios tradicionais. No PRO VITA, nem a gente vai ção e o apoio necessários à execução de cada programa
saber onde a testemunha está, perdemos o contato. Quem pode solicitar
Art. 5º A solicitação objetivando ingresso no
Quem coloca como testemunha protegida é quem programa poderá ser encaminhada ao órgão executor:
vai responder como autoridade coautora. No provi- I - pelo interessado;
mento, o oficial que determina, ele que vai responder II - por representante do Ministério Público;
pela ação dele. Por exemplo, advogado faz uma repre- III - pela autoridade policial que conduz a inves-
sentação criminal contra você, pois você não deu acesso tigação criminal;
aos dados da testemunha. Vistas ao MP, depois ele deci- IV - pelo juiz competente para a instrução do
de. Está certo o encarregado, não é para fornecer. Ou processo criminal;
MP denúncia por abuso de autoridade e o juiz determina V - por órgãos públicos e entidades com atribui-
que você dê acesso dos dados ao advogado. ções de defesa dos direitos humanos.
§ 1º A solicitação será instruída com a qualifica-
Quem poderá participar? ção da pessoa a ser protegida e com informações sobre a
§ 1º A proteção poderá ser dirigida ou estendida sua vida pregressa, o fato delituoso e a coação ou amea-
ao cônjuge ou companheiro, ascendentes, descenden- ça que a motiva.
tes e dependentes que tenham convivência habitual com § 2º Para fins de instrução do pedido, o órgão
a vítima ou testemunha, conforme o especificamente executor poderá solicitar, com a aquiescência do interes-
necessário em cada caso. sado:
Vedação de ingresso I - documentos ou informações comprobatórios
§ 2º Estão excluídos da proteção os indivíduos de sua identidade, estado civil, situação profissional,
cuja personalidade ou conduta seja incompatível com patrimônio e grau de instrução, e da pendência de obri-
gações civis, administrativas, fiscais, financeiras ou pe-
as restrições de comportamento exigidas pelo pro-
nais;
grama, os condenados que estejam cumprindo pena e
II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua
os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em
personalidade, estado físico ou psicológico.
qualquer de suas modalidades. Tal exclusão não trará
prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação “A lei não prevê um rol de crimes de que as tes-
da integridade física desses indivíduos por parte dos temunhas podem ser protegidas, no provimento prevê
órgãos de segurança pública. um rol. As medidas a serem adotadas é uma outra difi-
Ingresso voluntário culdade. No provimento o encarregado decide quem vai
§ 3º O ingresso no programa, as restrições de se- utilizar a proteção, já no ProVita o encarregado do feito
gurança e demais medidas por ele adotadas terão sempre vai só solicitar, quem vai decidir é o conselho.”
a anuência da pessoa protegida, ou de seu representan- “Algumas pessoas não entram no programa de-
te legal. ingresso e permanência no PRO VITA sem- vido a incompatibilidade com os critérios, pessoas fa-
pre voluntário. mosas que são reconhecidas, pessoas que postam conte-
Sujeição às normas/condições prescritas údo habitualmente na internet, e o ingresso é sempre
§ 4º Após ingressar no programa, o protegido fi- voluntário, caso contrário participar do programa seria
cará obrigado ao cumprimento das normas por ele uma sanção, a pessoa terá que abrir mão de algumas de
prescritas. suas liberdades, ir, vir, visitar parentes, deixar de abrir
Sigilo sua loja, etc.”
§ 5º As medidas e providências relacionadas “Quanto ao sigilo, os protegidos têm que manter
com os programas serão adotadas, executadas e man- sigilo de como, onde e as ações de proteções eram fei-
tidas em sigilo pelos protegidos e pelos agentes envol- tas.”
vidos em sua execução. Proteção provisória durante análise do pedido e
Art. 3º Toda admissão no programa ou exclusão processo
dele será precedida de consulta ao Ministério Público
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§ 3º Em caso de urgência e levando em conside- Art. 9º Em casos excepcionais e considerando as
ração a procedência, gravidade e a iminência da coação características e gravidade da coação ou ameaça, poderá
ou ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada o conselho deliberativo encaminhar requerimento da
provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo pessoa protegida ao juiz competente para registros pú-
órgão executor, no aguardo de decisão do conselho deli- blicos objetivando a alteração de nome completo.
berativo, com comunicação imediata a seus membros e A quem poderá se estender tal medida?
ao Ministério Público. § 1º A alteração de nome completo poderá es-
tender-se às pessoas mencionadas no § 1o do art. 2o
Art. 6º – não cai, conselho deliberativo, etc desta Lei, inclusive aos filhos menores, e será precedida
das providências necessárias ao resguardo de direitos de
➔ Saber quais as possíveis medidas, que não terceiros.
é obrigatório, quais as possibilidades e que “Para retornar ao nome original se a pessoa se
a gente não decide nada, só encaminha o manifestar requerendo”
pedido.
§ 5º Cessada a coação ou ameaça que deu causa
Decisão do conselho à alteração, ficará facultado ao protegido solicitar ao juiz
competente o retorno à situação anterior, com a altera-
Art. 6º O conselho deliberativo decidirá sobre:
ção para o nome original, em petição que será encami-
o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;
nhada pelo conselho deliberativo e terá manifestação
as providências necessárias ao cumprimento do progra-
prévia do Ministério Público.
ma. Exclusão do programa
Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de pro-
Das medidas de segurança grama de proteção a vítimas e a testemunhas poderá
Art. 7º Os programas compreendem, dentre ou- ocorrer a qualquer tempo:
tras, as seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumula- I - por solicitação do próprio interessado;
tivamente em benefício da pessoa protegida, segundo a II - por decisão do conselho deliberativo, em
gravidade e as circunstâncias de cada caso: conseqüência de:
I - segurança na residência, incluindo o controle a) cessação dos motivos que ensejaram a prote-
de telecomunicações; ção;
II - escolta e segurança nos deslocamentos da re- b) conduta incompatível do protegido.
sidência, inclusive para fins de trabalho ou para a pres-
tação de depoimentos; Duração do programa
III - transferência de residência ou acomodação Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá
provisória em local compatível com a proteção; a duração máxima de dois anos.
IV - preservação da identidade, imagem e dados Parágrafo único. Em circunstâncias excepcio-
pessoais; nais, perdurando os motivos que autorizam a admissão,
V - ajuda financeira mensal para prover as des- a permanência poderá ser prorrogada.
pesas necessárias à subsistência individual ou familiar,
no caso de a pessoa protegida estar impossibilitada de
desenvolver trabalho regular ou de inexistência de qual-
💀 Bezout.: Só cairá Pregão na VC.
quer fonte de renda;
VI - suspensão temporária das atividades funcio-
nais, sem prejuízo dos respectivos vencimentos ou van- 💀 Conceito de Pregão?
tagens, quando servidor público ou militar; Resp.: Modalidade de licitação para aquisição de bens e
VII - apoio e assistência social, médica e psico- serviços comuns em que a disputa é feita em sessão
lógica; pública, por meio de propostas e lances de menor preço.
VIII - sigilo em relação aos atos praticados em
virtude da proteção concedida;
IX - apoio do órgão executor do programa para o CAP PM HERRERO
cumprimento de obrigações civis e administrativas que
Q. Múlt. Esc. e 1Q. aberta simples na VC.
exijam o comparecimento pessoal.
Parágrafo único. A ajuda financeira mensal terá  PDM:
um teto fixado pelo conselho deliberativo no início de
cada exercício financeiro. Art. 7º CPPM, inciso “h”

Alteração do nome completo Juiz auditor passou a se chamar Juiz de Direito

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RECONHECIMENTO DE PESSOA E DE COISA § 1º O disposto na alínea c só terá aplicação no
Por vezes, no curso apuratório será necessário curso do inquérito.
proceder à conferência à confirmação de uma pessoa – § 2º Do ato de reconhecimento lavrar-se-á têrmo
geralmente o imputado, mas não só ele – ou de uma pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa
coisa – objeto ou instrumento do delito -, com o intuito chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
de confirmar a tese da acusação ou da defesa na instru- testemunhas presenciais.
ção criminal, ou mesmo a linha de raciocínio investiga- ➔ Lembre-se que não há ofensa ao princípio nemo
tiva na fase de polícia judiciária. Toma corpo o reco- tenetur se detegere nos casos em que a pessoa é
nhecimento de pessoa ou de coisa. submetida a reconhecimento pessoal de forma pas-
Pelo art. 368 do CPPM, há um procedimento a siva, sem que haja sua positiva no sentido de pro-
ser seguido quando houver necessidade de se fazer o dução de algo que a incrimine.
reconhecimento de pessoa, na seguinte conformidade: No reconhecimento de coisa, por força do art. 369 do
CPPM, proceder-se-á com as mesmas cautelas do reco-
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para nhecimento de pessoa, naquilo que for cabível.
a formação dêste: Caso várias sejam as pessoas chamadas a efetuar o re-
Atribuição do seu encarregado conhecimento de pessoa ou coisa, cada uma o fará em
a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.
não o tiverem sido; Se forem várias as pessoas ou coisas que tiverem de ser
b) ouvir o ofendido; - não tem compromisso com reconhecidas, cada uma o será por sua vez (art. 370 do
a verdade, cônjuge, descendente, ascendente, irmão - CPPM).
Termo de Declaração Note-se, por fim, que o Código não traz como meio
c) ouvir o indiciado; AQI – Auto de qualificação de obtenção de prova o reconhecimento fotográfico,
e Interrogatório mas o entendemos perfeitamente válido, em função da
d) ouvir testemunhas; - inquirida – “inquirição liberdade probatória vigente no CPPM, acima já aborda-
sumária – compromisso com a verdade da.
e) proceder a reconhecimento de pessoas e
coisas, e acareações; Viatura abordou – confesso. Reconhecimento fotográfi-
f) determinar, se fôr o caso, que se proceda a co –
exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e
perícias; Reconhecimento Fotográfico:
g) determinar a avaliação e identificação da coi- A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça
sa subtraída, desviada, destruída ou danificada, ou da (STJ) decidiu que o reconhecimento por foto é válido
qual houve indébita apropriação; ainda que sem reconhecimento pessoal em Juízo,
h) proceder a buscas e apreensões, nos têrmos dos arts. quando amparados por outros elementos.
172 a 184 e 185 a 189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à EXAMES PERICIAIS
proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido, quando Normas:
coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liber- • Art. 13 CPPM;
dade de depor, ou a independência para a realização de • Art. 314 a 346 CPPM;
perícias ou exames. • Art. 47 a 52 CPPM
• Resolução SSP-113, de 30 mar. 2001. Disciplina
Formas de procedimento o atendimento a requisições de exames periciais
Art. 368. Quando houver necessidade de se fa- provenientes da Polícia Militar.
zer o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela se- • Art. 7º XXI “a” EOAB
guinte forma: • Art. 346 CPM – Falsa Perícia
a) a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento
será convidada a descrever a pessoa que deva ser
reconhecida; “Perícia é considerada prova. A perícia é irrepetível, e aí
b) a pessoa cujo reconhecimento se pretender, vai ser considerada só elemento de informação? Qual foi
será colocada, se possível, ao lado de outras que com a sacada do direito?”
ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se a “O perito tem jeitão de juiz, já está empossado, não tem
apontá-la quem houver de fazer o reconhecimento; envolvimento com as partes, e a defesa pode questioná-
c) se houver razão para recear que a pessoa chama- lo, por isso é considerado prova.”
da para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou “Se verificarmos que haverá um vestígio que vai desapa-
outra influência, não diga a verdade em face da pessoa recer, devemos requisitar perícia.”
que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará Contou história do professor cracudo da USP que estava
para que esta não seja vista por aquela. fumando craque no terreno baldio e tomou uns safanão
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da ROCAM e foi na Cia reclamar. Ouviu o cracudo, fez Art. 319. Os peritos descreverão minuciosa-
uma requisição de Exame de Corpo de Delito e pediu mente o que examinarem e responderão com clareza
para ir no IML central fazer o exame, mesmo antes de e de modo positivo aos quesitos formulados, que se-
ter PD, Processo, IPM ou qualquer coisa instaurada. rão transcritos no laudo.
Fundamentação
RECONHECIMENTO DE PESSOA E DE COISA Parágrafo único. As respostas poderão ser fun-
Formação do inquérito damentadas, em seqüência a cada quesito.
Apresentação de pessoas e objetos
CAPÍTULO V Art. 320. Os peritos poderão solicitar da autori-
DAS PERÍCIAS E EXAMES dade competente a apresentação de pessoas, instrumen-
Objeto da perícia tos ou objetos que tenham relação com crime, assim
Art. 314. A perícia pode ter por objeto os vestí- como os esclarecimentos que se tornem necessários à
gios materiais deixados pelo crime ou as pessoas e coi- orientação da perícia.
sas, que, por sua ligação com o crime, possam servir-lhe
de prova. Requisição de perícia ou exame
Determinação Art. 321. A autoridade policial militar e a ju-
Art 315. A perícia pode ser determinada pela diciária poderão requisitar dos institutos médico-
autoridade policial militar ou pela judiciária, ou reque- legais, dos laboratórios oficiais e de quaisquer repar-
rida por qualquer das partes. tições técnicas, militares ou civis, as perícias e exames
Negação que se tornem necessários ao processo, bem como,
Parágrafo único. Salvo no caso de exame de cor- para o mesmo fim, homologar os que nêles tenham
po de delito, o juiz poderá negar a perícia, se a repu- sido regularmente realizados.
tar desnecessária ao esclarecimento da verdade. Divergência entre os peritos
Formulação de quesitos Art. 322. Se houver divergência entre os peritos,
Art 316. A autoridade que determinar perícia serão consignadas no auto de exame as declarações e
formulará os quesitos que entender necessários. Pode- respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separa-
rão, igualmente, fazê-lo: no inquérito, o indiciado; e, damente o seu laudo, e a autoridade nomeará um tercei-
durante a instrução criminal, o Ministério Público e o ro. Se êste divergir de ambos, a autoridade poderá man-
acusado, em prazo que lhes fôr marcado para aquêle fim, dar proceder a nôvo exame por outros peritos.
pelo auditor. Suprimento do laudo
Requisitos Art. 323. No caso de inobservância de formali-
Art 317. Os quesitos devem ser específicos, sim- dade ou no caso de omissão, obscuridade ou contradi-
ples e de sentido inequívoco, não podendo ser sugesti- ção, a autoridade policial militar ou judiciária man-
vos nem conter implícita a resposta. dará suprir a formalidade, ou completar ou esclare-
cer o laudo. Poderá igualmente, sempre que entender
Slide do art. 323, instrutor falou pra decorar os artigos, o necessário, ouvir os peritos, para qualquer esclarecimen-
número deles, etc to.
Procedimento de nôvo exame
Exigência de especificação e esclarecimento Parágrafo único. A autoridade poderá, tam-
§ 1º O juiz, de ofício ou a pedido de qualquer bém, ordenar que se proceda a nôvo exame, por ou-
dos peritos, poderá mandar que as partes especifi- tros peritos, se julgar conveniente.
quem os quesitos genéricos, dividam os complexos ou Ilustração dos laudos
esclareçam os duvidosos, devendo indeferir os que Art. 324. Sempre que conveniente e possível, os
não sejam pertinentes ao objeto da perícia, bem co- laudos de perícias ou exames serão ilustrados com foto-
mo os que sejam sugestivos ou contenham implícita a grafias, microfotografias, desenhos ou esquemas, devi-
resposta. damente rubricados.
Esclarecimento de ordem técnica Prazo para apresentação do laudo
§ 2º Ainda que o quesito não permita resposta Art. 325. A autoridade policial militar ou a judi-
decisiva do perito, poderá ser formulado, desde que te- ciária, tendo em atenção a natureza do exame, marcará
nha por fim esclarecimento indispensável de ordem téc- prazo razoável, que poderá ser prorrogado, para a apre-
nica, a respeito de fato que é objeto da perícia. sentação dos laudos.
Número dos peritos e habilitação
Art. 318. As perícias serão, sempre que possí- Vista do laudo
vel, feitas por dois peritos, especializados no assunto Parágrafo único. Do laudo será dada vista às par-
ou com habilitação técnica, observado o disposto no tes, pelo prazo de três dias, para requererem quaisquer
art. 48. esclarecimentos dos peritos ou apresentarem quesitos
Resposta aos quesitos suplementares para êsse fim, que o juiz poderá admitir,
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desde que pertinentes e não infrinjam o art. 317 e seu § § 3º A falta de exame complementar poderá ser
1º. suprida pela prova testemunhal.
Liberdade de apreciação Realização pelos mesmos peritos
Art. 326. O juiz não ficará adstrito ao laudo, § 4º O exame complementar pode ser feito pe-
podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. los mesmos peritos que procederam ao de corpo de
Perícias em lugar sujeito à administração mili- delito.
tar ou repartição Exame de sanidade mental
Art. 327. As perícias, exames ou outras diligên- Art. 332. Os exames de sanidade mental obede-
cias que, para fins probatórios, tenham que ser feitos em cerão, em cada caso, no que fôr aplicável, às normas
quartéis, navios, aeronaves, estabelecimentos ou reparti- prescritas no Capítulo II, do Título XII.
ções, militares ou civis, devem ser precedidos de co- Dúvida a respeito de imputabilidade
municações aos respectivos comandantes, diretores ou Art. 156. Quando, em virtude de doença ou de-
chefes, pela autoridade competente. ficiência mental, houver dúvida a respeito da imputabi-
Infração que deixa vestígios lidade penal do acusado, será êle submetido a perícia
Art. 328. Quando a infração deixar vestígios, se- médica.
rá indispensável o exame de corpo de delito, direto ou Na fase do inquérito
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 2º A perícia poderá ser também ordenada na fase
Corpo de delito indireto do inquérito policial militar, por iniciativa do seu encar-
Parágrafo único. Não sendo possível o exame de regado ou em atenção a requerimento de qualquer das
corpo de delito direto, por haverem desaparecido os pessoas referidas no parágrafo anterior.
vestígios da infração, supri-lo-á a prova testemunhal. Quesitos obrigatórios
Oportunidade do exame a) se o indiciado, ou acusado, sofre de doença men-
Art. 329. O exame de corpo de delito poderá tal, de desenvolvimento mental incompleto ou
ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. retardado;
b) se no momento da ação ou omissão, o indiciado,
ou acusado, se achava em algum dos estados re-
Exame nos crimes contra a pessoa feridos na alínea anterior;
Art. 330. Os exames que tiverem por fim com- c) se, em virtude das circunstâncias referidas nas
provar a existência de crime contra a pessoa abrangerão: alíneas antecedentes, possuía o indiciado, ou
a) exames de lesões corporais; acusado, capacidade de entender o caráter ilícito
b) exames de sanidade física; do fato ou de se determinar de acôrdo com êsse
c) exames de sanidade mental; entendimento;
d) exames cadavéricos, precedidos ou não de exu- d) se a doença ou deficiência mental do indiciado,
mação; ou acusado, não lhe suprimindo, diminuiu-lhe,
e) exames de identidade de pessoa; entretanto, consideràvelmente, a capacidade de
f) exames de laboratório; entendimento da ilicitude do fato ou a de autode-
g) exames de instrumentos que tenham servido à terminação, quando o praticou.
prática do crime. Parágrafo único. No caso de embriaguez pro-
Exame pericial incompleto veniente de caso fortuito ou fôrça maior, formular-se-ão
Art. 331. Em caso de lesões corporais, se o quesitos congêneres, pertinentes ao caso.
primeiro exame pericial tiver sido incompleto, pro-
ceder-se-á a exame complementar, por determinação Casos de morte violenta
da autoridade policial militar ou judiciária, de ofício Art. 335. Nos casos de morte violenta, bastará
ou a requerimento do indiciado, do Ministério Público, o simples exame externo do cadáver, quando não hou-
do ofendido ou do acusado. ver infração penal que apurar, ou quando as lesões ex-
Suprimento de deficiência ternas permitirem precisar a causa da morte e não hou-
§ 1º No exame complementar, os peritos terão ver necessidade de exame interno, para a verificação de
presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a alguma circunstância relevante.
deficiência ou retificá-lo. Fotografia de cadáver
Exame de sanidade física Art. 336. Os cadáveres serão, sempre que possí-
§ 2º Se o exame complementar tiver por fim ve- vel, fotografados na posição em que forem encontrados.
rificar a sanidade física do ofendido, para efeito da clas- Identidade do cadáver
sificação do delito, deverá ser feito logo que decorra o Art. 337. Havendo dúvida sôbre a identidade do
prazo de trinta dias, contado da data do fato delituo- cadáver, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto
so. de Identificação e Estatística, ou repartição congênere,
pela inquirição de testemunhas ou outro meio de direito,
Suprimento do exame complementar lavrando-se auto de reconhecimento e identidade, no
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qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indi- ção militar, bem como quaisquer outras circunstâncias
cações. que interessem à elucidação do fato. Será recolhido no
Arrecadação de objetos local o material que os peritos julgarem necessário para
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arre- qualquer exame, por êles ou outros peritos especializa-
cadados e autenticados todos os objetos que possam ser dos, que o juiz nomeará, se entender indispensáveis.
úteis para a identificação do cadáver. Reconhecimento de escritos
Exumação Art. 344. No exame para o reconhecimento de
Art. 338. Haverá exumação, sempre que esta fôr escritos, por comparação de letra, observar-se-á o se-
necessária ao esclarecimento do processo. guinte:
Designação de dia e hora a) a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir
§ 1º A autoridade providenciará para que, em dia o escrito, será intimada para o ato, se fôr encontrada;
e hora prèviamente marcados, se realize a diligência e o b) para a comparação, poderão servir quaisquer
exame cadavérico, dos quais se lavrará auto circunstan- documentos que ela reconhecer ou já tiverem sido judi-
ciado. cialmente reconhecidos como de seu punho, ou sôbre
cuja autenticidade não houver dúvida;
Indicação de lugar Requisição de documentos
§ 2º O administrador do cemitério ou por êle c) a autoridade, quando necessário, requisita-
responsável indicará o lugar da sepultura, sob pena de rá, para o exame, os documentos que existirem em
desobediência. arquivos ou repartições públicas, ou nêles realizará a
Pesquisas diligência, se dali não puderem ser retirados;
§ 3º No caso de recusa ou de falta de quem indi- d) quando não houver escritos para a compara-
que a sepultura, ou o lugar onde esteja o cadáver, a auto- ção ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade
ridade mandará proceder às pesquisas necessárias, o que mandará que a pessoa escreva o que lhe fôr ditado;
tudo constará do auto. Ausência da pessoa
Conservação do local do crime e) se estiver ausente a pessoa, mas em lugar cer-
Art. 339. Para o efeito de exame do local onde to, esta última diligência poderá ser feita por precatória,
houver sido praticado o crime, a autoridade providencia- em que se consignarão as palavras a que a pessoa será
rá imediatamente para que não se altere o estado das intimada a responder.
coisas, até a chegada dos peritos. (Vide Lei nº 6.174, de
1974)  Contraditório diferido (CAI NA VC*) - pri-
Perícias de laboratório meiro se produz a prova, mas é possível depois
Art. 340. Nas perícias de laboratório, os peri- ser contraditado pela defesa
tos guardarão material suficiente para a eventuali-
dade de nova perícia. Exame de instrumentos do crime
Danificação da coisa Art. 345. São sujeitos a exame os instrumen-
Art. 341. Nos crimes em que haja destruição, tos empregados para a prática de crime, a fim de se
danificação ou violação da coisa, ou rompimento de lhes verificar a natureza e a eficiência e, sempre que
obstáculo ou escalada para fim criminoso, os peritos, possível, a origem e propriedade.
além de descrever os vestígios, indicarão com que Precatória
instrumentos, por que meios e em que época presu- Art. 346. Se a perícia ou exame tiver de ser feito
mem ter sido o fato praticado. em outra jurisdição, policial militar ou judiciária, expe-
Avaliação direta dir-se-á precatória, que obedecerá, no que lhe fôr aplicá-
Art. 342. Proceder-se-á à avaliação de coisas vel, às prescrições dos artigos 283, 359, 360 e 361.
destruídas, deterioradas ou que constituam produto de Parágrafo único. Os quesitos da autoridade
crime. deprecante e os das partes serão transcritos na precató-
Avaliação indireta ria.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação dire-
ta, os peritos procederão à avaliação por meio dos ele- Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados
mentos existentes nos autos e dos que resultem de pes- Lei n. 8.906 de 04 de julho de 1994
quisas ou diligências.
Art. 7º São direitos do advogado:
Caso de incêndio XXI - assistir a seus clientes investigados duran-
Art. 343. No caso de incêndio, os peritos verifi- te a apuração de infrações, sob pena de nulidade absolu-
carão a causa e o lugar em que houver começado, o pe- ta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subse-
rigo que dêle tiver resultado para a vida e para o patri- quentemente, de todos os elementos investigatórios e
mônio alheio, e, especialmente, a extensão do dano e o probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
seu valor, quando atingido o patrimônio sob administra-
“ASP 24” Al Of PM Coimbra -
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indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respecti-
va apuração:
a) apresentar razões e quesitos;

Dos peritos e intérpretes


Nomeação de peritos
Art. 47 Os peritos e intérpretes serão de nomea-
ção do juiz, sem intervenção das partes.
Preferência
Art. 48. Os peritos ou intérpretes serão nomea-
dos de preferência dentre oficiais da ativa, atendida a
especialidade.
Compromisso legal
Parágrafo único. O perito ou intérprete presta-
rá compromisso de desempenhar a função com obe-
diência à disciplina judiciária e de responder fielmente
aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes.
Encargo obrigatório
Art. 49. O encargo de perito ou intérprete não
pode ser recusado, salvo motivo relevante que o nomea-
do justificará, para apreciação do juiz.
Impedimentos dos peritos
Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes:
a) os que estiverem sujeitos a interdição que os
inabilite para o exercício de função pública;
b) os que tiverem prestado depoimento no pro-
cesso ou opinado anteriormente sôbre o objeto da perí-
cia;
c) os que não tiverem habilitação ou idoneidade  Aula 1 a 4 e aula 5 até o conceito de casa, asilo
para o seu desempenho; inviolável e o slide 3 da aula 5
d) os menores de vinte e um anos.  Aulas 5 e 6
Suspeição de peritos e intérpretes
Art. 53. É extensivo aos peritos e intérpretes, no CAPÍTULO I
que lhes fôr aplicável, o disposto sôbre suspeição de DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
juízes. (amizade, familiaridade, situações pessoais) COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis-
Falso testemunho ou falsa perícia tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
Art. 346. Fazer afirmação falsa, ou negar ou ca- ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilida-
lar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou de do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguran-
intérprete, em inquérito policial, processo administrativo ça e à propriedade, nos termos seguintes:
ou judicial, militar: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
Pena - reclusão, de dois a seis anos. guém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
Aumento de pena rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
§ 1º A pena aumenta-se de um têrço, se o crime para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
é praticado mediante subôrno. judicial;

• Hotel: enquanto residência e hospedagem (STF),


estendido para Motel e Camping (privado);
• Boléia Caminhão em local privado.
• Estabelecimentos profissionais e Comerciais
(consultórios, gabinetes de magistrado, reparti-
ções – vida privada) – são considerados casa!

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Pode opor-se a inviolabilidade do domicílio em Espécies de busca
local laborativo Art. 170. A busca poderá ser domiciliar ou pes-
• “Bens móveis”: Não possuem natureza de soal.
Domicílio (dispositivo reitor é o da busca Busca domiciliar
pessoal 244 CPP / 182 CPPM.) Art. 171. A busca domiciliar consistirá na pro-
• Exceção: Bens móveis de Uso pessoal: cura material portas adentro da casa.
“Trailer” a depender do uso no momento. Finalidade
Engatado e em deslocamento em local pú- Art. 172. Proceder-se-á à busca domiciliar,
blico perde o caráter de casa. quando fundadas razões a autorizarem, para:
• Busca pessoal: Ato discricionário, não arbi- a) prender criminosos;
trário, fundamentação fundada. (cautela b) apreender coisas obtidas por meios criminosos
com decisões recentes STJ, trazendo disci- ou guardadas ilicitamente;
plina e requisitos de “domicílio”. c) apreender instrumentos de falsificação ou con-
trafação;
Consentimento do morador: d) apreender armas e munições e instrumentos uti-
• Filho maior de idade: a autorização dos pais não lizados na prática de crime ou destinados a fim
abrange o quarto do maior de 18 anos; delituoso;
• 2 moradores: Apenas um dos moradores precisa e) descobrir objetos necessários à prova da infração
autorizar (1 presente outro não); ou à defesa do acusado;
➔ Se estiver os dois presentes, o discentimen- f) apreender correspondência destinada ao acusado
to de 1 prevalece – Não pode dispor da in- ou em seu poder, quando haja fundada suspeita
timidade de terceiro. de que o conhecimento do seu conteúdo possa
• Funcionários (vínculo laborativo) não podem ser útil à elucidação do fato;
consentir: Porteiro / Caseiro / Empregada g) apreender pessoas vítimas de crime;
• Caseiro que aparenta morador: não há respon- h) colhêr elemento de convicção.
sabilização dos agentes, mas apreensão ilícita.
• Filho que aparentar ser maior de idade: idem. Compreensão do têrmo "casa"
➔ Carro / vaga no condomínio estão abrangi- Art. 173. O têrmo "casa" compreende:
dos pela inviolabilidade. a) qualquer compartimento habitado;
b) aposento ocupado de habitação coletiva;
Período diurno c) compartimento não aberto ao público, onde al-
Buscas período noturno (STF) admite quando da guém exerce profissão ou atividade.
exigência da diligência sigilosa. Se determinada pelo
juiz, que afaste a exigência diurna, na qual a única ma- Não compreensão
neira de resguardar o sigilo é se for realizado em período Art. 174. Não se compreende no têrmo "casa":
noturno. a) hotel, hospedaria ou qualquer outra habitação
Ex.: Busca com finalidade diversa de apreensão, coletiva, enquanto abertas, salvo a restrição da
para instalação de escuta ambiental em escritório. alínea b do artigo anterior;
 Art. 7º par. 6 e 7 do EOAB: b) taverna, boate, casa de jôgo e outras do mes-
mo gênero;
TÍTULO XIII c) a habitação usada como local para a prática de
DAS MEDIDAS PREVENTIVAS E ASSECURA- infrações penais.
TÓRIAS Oportunidade da busca domiciliar
SEÇÃO I Art. 175. A busca domiciliar será executada de
Da busca dia, salvo para acudir vítimas de crime ou desastre.
Parágrafo único. Se houver consentimento ex-
Caso prático: mandado de prisão da Justiça Militar, che- presso do morador, poderá ser realizada à noite.
gou via P2. A vtr foi e falou “comando, ele está na ca- Ordem da busca
sa”. 15h. Ligo para o juiz “Doutor, a equipe viu o cara la Art 176. A busca domiciliar poderá ordenada
dentro e estamos com mandado de prisão. Pode entrar pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes, ou
com mandado de prisão?”. Juiz: “descreve que essa dili- determinada pela autoridade policial militar.
gência está em curso que eu vou despachar um mandado Parágrafo único. O representante do Ministério
de busca”. Público, quando assessor no inquérito, ou dêste tomar
O mandado de prisão converte em busca? Podemos conhecimento, poderá solicitar do seu encarregado, a
apreender coisas no domicílio com base em um manda- realização da busca.
do de prisão? Não.

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Art. 176 – antes da constituição de 1988 o encarregado que conste do respectivo auto, a fim de teste-
podia determinar a busca. NÃO TEMOS MAIS ESSA munhar a diligência;
POSSIBILIDAE DE DECRETAR A BUSCA. c) entrará na casa, arrombando-a, se necessário;
A inviolabilidade do art. 5º inciso XI cortou essa atribui- d) fará a busca, rompendo, se preciso, todos os
ção do encarregado de DETERMINAR A BUSCA, mas obstáculos em móveis ou compartimentos on-
podemos, de posse de ordem judicial, determinar que de, presumivelmente, possam estar as coisas
faça a busca. O art. 5º traz “durante o dia, ou pessoas procuradas;
Casa desabitada
Precedência de mandado III - se a casa estiver desabitada, tentará locali-
Art. 177. Deverá ser precedida de mandado a zar o proprietário, procedendo da mesma forma como no
busca domiciliar que não fôr realizada pela própria auto- caso de ausência do morador.
ridade judiciária ou pela autoridade que presidir o inqué- Rompimento de obstáculo
rito. § 1º O rompimento de obstáculos deve ser feito
Conteúdo do mandado com o menor dano possível à coisa ou compartimento
Art. 178. O mandado de busca deverá: passível da busca, providenciando-se, sempre que possí-
a) indicar, o mais precisamente possível, a casa vel, a intervenção de serralheiro ou outro profissional
em que será realizada a diligência e o nome do habilitado, quando se tratar de remover ou desmontar
seu morador ou proprietário; ou, no caso de fechadura, ferrolho, peça de segrêdo ou qualquer outro
busca pessoal, o nome da pessoa que a sofrerá aparelhamento que impeça a finalidade da diligência.
ou os sinais que a identifiquem; Reposição
b) mencionar o motivo e os fins da diligência; § 2º Os livros, documentos, papéis e objetos que
c) ser subscrito pelo escrivão e assinado pela au- não tenham sido apreendidos devem ser repostos nos
toridade que o fizer expedir. seus lugares.
Parágrafo único. Se houver ordem de prisão, § 3º Em casa habitada, a busca será feita de mo-
constará do próprio texto do mandado. do que não moleste os moradores mais do que o indis-
pensável ao bom êxito da diligência.
Procedimento
Art. 179. O executor da busca domiciliar proce- A busca e apreensão pode estar disciplinada por
derá da seguinte maneira: dois dispositivos diferentes:
Presença do morador Fazer uma busca num policial, por exemplo, e apreender
I — se o morador estiver presente: um objeto com ele, com base no art. 244 do CPP ou
a) ler-lhe-á, o mandado, ou, se fôr o próprio au- CPPM art. 182 se estiver dentro do quartel. Fundada
tor da ordem, identificar-se-á e dirá o que pre- suspeita que tenha objeto ilícitos, arma, droga ou decor-
tende; rente de algum crime.
b) convidá-lo-á a franquiar a entrada, sob pena de
a forçar se não fôr atendido; Busca pessoal
c) uma vez dentro da casa, se estiver à procura de Art. 180. A busca pessoal consistirá na procura
pessoa ou coisa, convidará o morador a apre- material feita nas vestes, pastas, malas e outros objetos
sentá-la ou exibi-la; que estejam com a pessoa revistada e, quando necessá-
d) se não fôr atendido ou se se tratar de pessoa ou rio, no próprio corpo.
coisa incerta, procederá à busca; Revista pessoal
e) se o morador ou qualquer outra pessoa recalci- Art. 181. Proceder-se-á à revista, quando houver
trar ou criar obstáculo usará da fôrça necessá- fundada suspeita de que alguém oculte consigo:
ria para vencer a resistência ou remover o em- a) instrumento ou produto do crime;
pecilho e arrombará, se necessário, quaisquer b) elementos de prova.
móveis ou compartimentos em que, pre- Revista independentemente de mandado
sumìvelmente, possam estar as coisas ou pes- Art. 182. A revista independe de mandado:
soas procuradas; a) quando feita no ato da captura de pessoa que
Ausência do morador deve ser prêsa;
II — se o morador estiver ausente: b) quando determinada no curso da busca domi-
a) tentará localizá-lo para lhe dar ciência da dili- ciliar;
gência e aguardará a sua chegada, se puder ser c) quando ocorrer o caso previsto na alínea a do
imediata; artigo anterior;
b) no caso de não ser encontrado o morador ou d) quando houver fundada suspeita de que o re-
não comparecer com a necessária presteza, vistando traz consigo objetos ou papéis que
convidará pessoa capaz, que identificará para constituam corpo de delito;

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e) quando feita na presença da autoridade ju- se identificará. A apresentação poderá ser feita após a
diciária ou do presidente do inquérito. diligência, se a urgência desta não permitir solução de
Busca em mulher continuidade.
Art. 183. A busca em mulher será feita por outra Pessoa sob custódia
mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da Art. 188. Descoberta a pessoa ou coisa que se
diligência. procura, será imediatamente apreendida e posta sob cus-
Busca no curso do processo ou do inquérito tódia da autoridade ou de seus agentes.
Art. 184. A busca domiciliar ou pessoal por Requisitos do auto
mandado será, no curso do processo, executada por ofi- Art. 189. Finda a diligência, lavrar-se-á auto cir-
cial de justiça; e, no curso do inquérito, por oficial, de- cunstanciado da busca e apreensão, assinado por duas
signado pelo encarregado do inquérito, atendida a hie- testemunhas, com declaração do lugar, dia e hora em
rarquia do pôsto ou graduação de quem a sofrer, se mili- que se realizou, com citação das pessoas que a sofreram
tar. e das que nelas tomaram parte ou as tenham assistido,
Requisição a autoridade civil com as respectivas identidades, bem como de todos os
Parágrafo único. A autoridade militar poderá incidentes ocorridos durante a sua execução.
requisitar da autoridade policial civil a realização da Conteúdo do auto
busca. Parágrafo único. Constarão do auto, ou dêle fa-
rão parte em anexo devidamente rubricado pelo executor
 Se houver mais de uma pessoa na casa, e houver da diligência, a relação e descrição das coisas apreendi-
o DISCENTIMENTO de um, prevalece o dis- das, com a especificação:
sentimento. a) se máquinas, veículos, instrumentos ou armas,
da sua marca e tipo e, se possível, da sua ori-
Apreensão de pessoas ou coisas gem, número e data da fabricação;
Art. 185. Se o executor da busca encontrar as b) se livros, o respectivo título e o nome do au-
pessoas ou coisas a que se referem os artigos 172 e 181, tor;
deverá apreendê-las. Fá-lo-á, igualmente, de armas ou c) se documentos, a sua natureza.
objetos pertencentes às Fôrças Armadas ou de uso ex-
clusivo de militares, quando estejam em posse indevida, Restituição de coisas
ou seja incerta a sua propriedade. Art. 190. As coisas apreendidas não poderão ser
Correspondência aberta restituídas enquanto interessarem ao processo.
§ 1º A correspondência aberta ou não, destinada § 1º As coisas a que se referem o art. 109, nº II,
ao indiciado ou ao acusado, ou em seu poder, será apre- letra a, e o art. 119, nºs I e II, do Código Penal Militar,
endida se houver fundadas razões para suspeitar que não poderão ser restituídas em tempo algum.
pode ser útil à elucidação do fato. § 2º As coisas a que se refere o art. 109, nº II, le-
Documento em poder do defensor tra b , do Código Penal Militar, poderão ser restituídas
§ 2º Não será permitida a apreensão de docu- sòmente ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
mento em poder do defensor do acusado, salvo quando Ordem de restituição
constituir elemento do corpo de delito. Art. 191. A restituição poderá ser ordenada pela
Território de outra jurisdição autoridade policial militar ou pelo juiz, mediante têrmo
Art. 186. Quando, para a apreensão, o executor nos autos, desde que:
fôr em seguimento de pessoa ou coisa, poderá penetrar a) a coisa apreendida não seja irrestituível, na
em território sujeito a outra jurisdição. conformidade do artigo anterior;
Parágrafo único. Entender-se-á que a autorida- b) não interesse mais ao processo;
de ou seus agentes vão em seguimento de pessoa ou c) não exista dúvida quanto ao direito do recla-
coisa, quando: mante.
a) tendo conhecimento de sua remoção ou trans- Direito duvidoso
porte, a seguirem sem interrupção, embora de- Art. 192. Se duvidoso o direito do reclamante,
pois a percam de vista; sòmente em juízo poderá ser decidido, autuando-se o
b) ainda que não a tenham avistado, mas forem pedido em apartado e assinando-se o prazo de cinco dias
em seu encalço, sabendo, por informações fi- para a prova, findo o qual o juiz decidirá, cabendo da
dedignas ou circunstâncias judiciárias que está decisão recurso para o Superior Tribunal Militar.
sendo removida ou transportada em determi- Questão de alta indagação
nada direção. Parágrafo único. Se a autoridade judiciária mi-
Apresentação à autoridade local litar entender que a matéria é de alta indagação, remete-
Art. 187. O executor que entrar em território de rá o reclamante para o juízo cível, continuando as coisas
jurisdição diversa deverá, conforme o caso, apresentar- apreendidas até que se resolva a controvérsia.
se à respectiva autoridade civil ou militar, perante a qual Coisa em poder de terceiro
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Art. 193. Se a coisa houver sido apreendida em b) nos demais casos, as coisas serão restituídas
poder de terceiro de boa-fé, proceder-se-á da seguinte àquele de quem houverem sido apreendidas.
maneira: Venda em leilão
a) se a restituição fôr pedida pelo próprio tercei- Art. 198. Fora dos casos previstos nos artigos
ro, o juiz do processo poderá ordená-la, se es- anteriores, se, dentro do prazo de noventa dias, a contar
tiverem preenchidos os requisitos do art. 191; da data em que transitar em julgado a sentença final,
b) se pedida pelo acusado ou pelo lesado e, tam- condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos não
bém, pelo terceiro, o incidente autuar-se-á em forem reclamados por quem de direito, serão vendidos
apartado e os reclamantes terão, em conjunto, em leilão, depositando-se o saldo à disposição do juiz de
o prazo de cinco dias para apresentar provas e ausentes.
o de três dias para arrazoar, findos os quais o
juiz decidirá, cabendo da decisão recurso para
o Superior Tribunal Militar.

Persistência de dúvida
§ 1º Se persistir dúvida quanto à propriedade da
coisa, os reclamantes serão remetidos para o juízo cível,
onde se decidirá aquela dúvida, com efeito sôbre a resti-
tuição no juízo militar, salvo se motivo superveniente
não tornar a coisa irrestituível.
Nomeação de depositário
§ 2º A autoridade judiciária militar poderá, se
assim julgar conveniente, nomear depositário idôneo,
para a guarda da coisa, até que se resolva a controvérsia.
Audiência do Ministério Público
Art. 194. O Ministério Público será sempre ou-
vido em pedido ou incidente de restituição.
Parágrafo único. Salvo o caso previsto no art.
195, caberá recurso, com efeito suspensivo, para o Supe-
rior Tribunal Militar, do despacho do juiz que ordenar a
restituição da coisa.
Coisa deteriorável
Art. 195. Tratando-se de coisa fàcilmente dete-
riorável, será avaliada e levada a leilão público, deposi-
tando-se o dinheiro apurado em estabelecimento oficial
de crédito determinado em lei.
Sentença condenatória
Art. 196. Decorrido o prazo de noventa dias,
após o trânsito em julgado de sentença condenatória,
proceder-se-á da seguinte maneira em relação aos bens
apreendidos:
Destino das coisas
a) os referidos no art. 109, nº II, letra a , do Código
Penal Militar, serão inutilizados ou recolhidos a Museu
Criminal ou entregues às Fôrças Armadas, se lhes inte-
ressarem;
b) quaisquer outros bens serão avaliados e vendidos
em leilão público, recolhendo-se ao fundo da organiza-
ção militar correspondente ao Conselho de Justiça o que
não couber ao lesado ou terceiro de boa-fé.
Destino em caso de sentença absolutória
Art. 197. Transitando em julgado sentença abso-
lutória, proceder-se-á da seguinte maneira:
a) se houver sido decretado o confisco (Código
Penal Militar, art. 119), observar-se-á o disposto na le-
tra a do artigo anterior;

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