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Continuação – privilégio do crédito tributário

1 – preferências do crédito tributário (artigo 186, CTN) -


O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou tempo de sua constituição,
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho e de acidente do trabalho. Ou seja,
quando ocorrer a concorrência do crédito tributário com outros credores perante um mesmo
devedor quem receberá primeiro? O artigo 186, CTN.
Regra Geral:
1º credores trabalhistas bem como aqueles que tenham créditos decorrentes de acidente do trabalho
2º crédito tributário
Exceção: Lei de Falência.
Essa regra (onde o fisco recebe em segundo lugar, perdendo apenas para créditos trabalhistas
decorrentes de acidente do trabalho) poderá ser alterada por lei específica.
Ex.: lei de falência – artigo 186, §ú e artigo 83, lei 11101/05. Ou seja, essa Regra se altera no processo
de falência. Se uma empresa estiver em situação falimentar e o FISCO for um dos credores dessa
massa falida a classificação dos créditos tributários será realizada da seguinte forma:
1º – serão pagos os créditos extraconcursais:
São aqueles créditos devidos em função da administração e gestão realizados durante o período do
processo falimentar em detrimento da massa falida (administrador da massa falida, etc).
2º – serão pagos os créditos trabalhistas e/ou aqueles decorrentes de acidente de trabalho
3º serão pagos os créditos com garantia real:
Ex: bancos que tem garantia real de um bem imóvel da empresa falida.
4º serão pagos os tributos devidos pela massa falida.
5º – créditos com privilégio especial
6º créditos com privilégio geral
7º credores quirografários
8º multas – artigo 186, §ú, III, CTN
9º subordinados – sócios da empresa falida
Ou seja, no processo de falência, o crédito tributário sai de segundo lugar (regra geral) e desce para
o quarto lugar.
Atenção: o tributo devido da massa falida quando do processo falimentar, via de regra será pago em
4º lugar. Porém, se em um processo falimentar só houver crédito extraconcursal e trabalhista, não
havendo crédito de garantia real, o crédito tributário sobe para a 3ª posição. Logo, nem sempre o
fisco terá todos os privilégios perante os devedores da massa falida, pois se não houver a
presença daqueles que estão a frente dele ele subirá.
Atenção: na falência os tributos ficam em 4º lugar e as multas tributárias (decorrentes de pena ou
mora) ficarão em 9º lugar, ficando a frente apenas dos sócios da empresa que se encontra em processo
falimentar – artigo 186, §ú, III, CTN.
Atenção: E se os tributos devidos pela massa ocorrerem o seu fato gerador durante o processo
falimentar? Artigo 188, CTN – se o FATO GERADOR do tributo ocorrer durante a falência ele
(o tributo) passa a ser extraconcursal.
Ex.: ocorrência do fato gerador e a incidencia do IPTU durante o processo de falência.
obs.: O artigo 188, CTN, englobam créditos tributários, ou seja, abrangendo as multas também,
estando em contrariedade com o artigo 186, §ú, III, CTN. Sendo assim, se for perguntado na prova
sobre as multas, afirmar que se ocorrerem durante o processo falimentar NÃO SERÁ
EXTRACONCURSAL, pois a Lei 11.101/05 no seu artigo 84, V, diz que apenas o tributo é
extraconcursal (e não o crédito tributário conforme mencionado no CTN).
– Artigo 187, CTN:
Ele não quer dizer que o crédito tributário não concorrerá com os demais credores em um
processo falimentar, não é isso. Ele quer dizer que a cobrança do crédito tributário não estará sujeita
a habilitação necessária nos processos de falência ou recuperação judicial. Ou seja, se eu sou o fisco
a fim de executar o devedor tributário eu não preciso cobrá-lo dentro de um processo de falência,
dentro de uma recuperação judicial, etc. A cobrança do crédito tributário pode ocorrer a parte,
apartado, ou seja, o processo de cobrança da execução fiscal não necessariamente estara vinclado
tendo que ocorrer dentro do processo de inventário, RJ, falência, etc, podendo ocorrer através da
execução fiscal, não estando obrigado o FISCO a estar habilitado a buscar a satisfação do seu crédito
dentro da falência, RJ, etc, podendo buscar a satisfação do seu crédito em apartado, através da
execução fiscal. Porém, se o fisco conseguir algum crédito/bem/dinheiro o mesmo estará sujeito
ao quadro de credores do rol do artigo 186, §ú e artigo 83, lei 11101/05.
Porém, se houver a concorrência entre credores fiscais quem recebe primeiro? Artigo 187, §Ú, CTN
– ocorrendo concorrência entre credores fiscais (tributários) primeiro recebe a União, depois
Estado e DF e depois Município.
– Artigo 191 – A: para obter a concessão da recuperação judicial é necessário certidão negativa de
tributo ou certidão positiva com efeito de negativa.
STJ – entende que esse artigo é inconstitucional
STF – para obter a concessão da recuperação judicial é necessário certidão negativa de tributo ou
certidão positiva com efeito de negativa;
A questão é precisa ou não? Provavelmente a banca não entrará nessa questão, mas se existe
divergência utilizar os exatos termos da lei, ou seja, para o deferimento da RJ é necessário a quitação
de todos os tributos ou ter a certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa.
– artigo 192, CTN – tem que ter prova de quitação de tributo relativas aos bens do espólio ou das suas
rendas como forma de expedição informal de partilha a fim de que seus herdeiros em um inventário
tenham a possibilidade de herdar os bens inventariados.
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
– Artigo 194, CTN – para fiscalização tributária os entes competentes poderão dispor através de
decreto e portaria, mas desde que observados os dispostos no CTN (artigo 194, CTN)
§Ú – essas regras de fiscalização serão aplicadas para pessoas que sejam contribuintes ou não,
gozando de imunidade ou isenção tributária sim ou não.
ex.: a igreja nossa senhora do Bomfim, cumprindo todas as suas finalidades essenciais e etc. O templo
recebe notificação do estado para entregar os seus livros contábeis ao ente competente a fim de ser
objeto de auditoria e fiscalização. É possível um contribuinte que seja imune venha a ser fiscalizado
por ente competente? Sim, pois estará sujeito a fiscalização tributária quem é contribuinte ou não,
gozando de imunidade ou isenção sim ou não.
ex.: o templo deverá guardar os livros, pois ele é imune ao pagamento de imposto, não é imune as
obrigações acessórias. Se o templo não cumpre as obrigações acessórias ela terá uma nova obrigação
principal que é de pagar multa.
- Artigo 195 CTN – A legislação do ente competente não poderá proibir/vetar qualquer tipo de
restrição a fiscalização de livro, de documento, de mercadoria, de quem seja contribuinte. Ou seja, a
legislação tributária não poderá restringir ou proibir a análise de livros, mercadorias, documentos de
quem esteja obrigado e deva exibi-los.
§Ú – Quem deverá guardar estes documentos – é o contribuinte, tendo obrigação legal de guardar
esses documentos pelo menos até a ocorrência do prazo prescricional.
Ex.: se o município me pede os meus livros contábeis e eu não forneço, pode o FISCO adentrar o
meu estabelecimento, violando meu estabelecimento com a ideia de pegar esses livros? Não, STF
entende que a propriedade é inviolável, podendo o fisco arbitrar e lançar por arbitramento. Mas,
se quiser entrar no estabelecimento privado terá que ter autorização judicial, por meio de mandado
judicial.
– Artigo 196, CTN – se houver procedimento de fiscalização, a autoridade que presidir esta
fiscalização terá que lavrar um termo.
Ex.: CEISC esteja sobre a vigilância da administração tributária municipal, onde estes estão achando
que o CEIS esteja sonegando ISSQN sob os cursos vendidos. Fiscalização bate na porta do ceisc
afirmando que deseja fazer a fiscalização. Perguntar se tem mandado para entrar? Se não tiver, pode
mandar embora. Porém, o dono do CEISC pode deixar entrar mesmo sem mandado. Quando
acontecer a fiscalização a autoridade terá que emitir um termo de fiscalização.
Esse termo é importante para:
1) a partir da emissão do termo de fiscalização se o CEISC tivesse deixado de declarar e pagar ele
não poderá gozar mais da denúncia espontânea;
2) a partir desse termo inicia-se o prazo decadencial.
– Artigo 197, CTN:
Serão obrigados a entregar documentos de terceiro quando solicitados pela administração
tributária sobre as informações que disponham sobre bem, negócios e atividades:
. Bancos
. Corretores
. Tabelião, etc
Ou seja, terão que atender a administração tributária não somente o contribuinte, tendo que atender
também os administradores e etc.
§Ú – somente não entregarão quem tenha direito ao sigilo.
Obs.: o advogado será obrigado a entregar documentos referentes a bens, atividades de terceiros?
Não, pois via de regra o estatuo da ordem afirma que os advogados deve guardar sigilo em relação as
atividades desempenhadas.
– Artigo 198, CTN – REGRA – Serão sigilosos os documentos fiscais/informações fiscais que a
fazenda/administração tributária tem. Ou seja, a fazenda pública não poderá divulgar e/ou fornecer
para terceiros.
EXCEÇÃO (quando a administração fazendária poderá fornecer estas informações):
I) mediante requisição em processo judicial – se guilherme esta cobrando do victor e não encontra
nenhum bem em nome do victor, pode solicitar para o juízo que quer ter acesso ao IR do victor, oficie
a receita. Se o juizo permitir a administração terá que quebrar este sigilo.
II) solicitações administrativas no interesse da administração pública quando ficar comprovado a
investigação em face de sujeito passivo por prática de infração administrativa; crime de improbidade;
CPI; etc.
E se a administração tributária não tem a informação e quer saber a minha movimentação bancária,
por exemplo, é necessário mandado para quebrar o sigilo das informações bancárias? STF – a
autoridade administrativa fazendária não precisará de mandado judicial para ter, por ex, acesso as
movimentações bancárias de um sujeito passivo, desde que:
. Exista procedimento administrativo aberto contra aquela pessoa;
. Seja reservado o direito ao contraditório.
Neste caso ocorrerá uma transferência de sigilo, ou seja, o sigilo imposto a instituição bancária de
não informar se transfere ao FISCO.
Obs: para entrar em estabelecimento precisa de mandado, o que não precisa de mandado é para ter
acesso a movimentações bancárias.
§3º – não estará coberto pelo sigilo, ou seja, pode a autoridade administrativa fazendária divulgar
informações referentes a representação fiscal para efeitos penais, inscrição em dívida ativa,
parcelamento e moratória. Ou seja, não estará coberto pelo sigilo:
. Representação fiscal para efeitos penais
. Inscrição em dívida ativa
. Ocorrência de parcelamento ou moratória.
– Artigo 199, CTN – poderá ocorrer a troca de informações entre as administrações tributárias, com
a finalidade da ocorrência da fiscalização e consequentemente cobrança do crédito.
– Artigo 200, CTN – quando do cumprimento de qualquer medida de fiscalização poderá esta ser
acompanhada da autoridade policial.

CERTIDÕES
Documento probatório que provará e demonstrará se a parte deve ou não deve tributo. Ou
seja, é um Documento pelo qual o sujeito passivo da relação tributária buscará informações a fim
de que demonstre na certidão se existe ou não débito fiscal perante aquele ente frente ao ente
competente.
A certidão será emitida Ente responsável pelo respectivo tributo. A união não pode emitir uma
certidão afirmando que o Ryan não deve tributo para o município.
Existem 3 tipos de certidões:
1) Certidão negativa – artigo 205, CTN – quer dizer que o sujeito passivo não apresenta débitos fiscais
em face daquele Ente.

2) Certidão positiva – quer dizer que o sujeito passivo tem débito(s) fiscais com aquele Ente.

3) Certidão positiva com efeito de negativa – artigo 206, CTN – possui o mesmo efeito de uma
certidão negativa prevista no artigo 205, CTN, aquela certidão que conste a existência de créditos não
vencidos ou que exista a cobrança já ajuizada desde que exista penhora nos autos ou a exigibilidade
do crédito esteja suspensa. A certidão positiva diz que o contribuinte tem débitos fiscais perante
o ente mas este débito está garantido em juízo (se já houver execução fiscal) ou com a
exigibilidade suspensa na forma do artigo 151, CTN.
Ex.: programa de parcelamento devidamente cadastrado – está com exigibilidade suspensa. Mas
como ainda não pagou totalmente a dívida será emitida uma certidão positiva com efeito de negativa.
Ex.: se está devendo e está discutindo judicialmente e quer participar de um processo licitatório –
pedir a suspensão da exigibilidade e com o deferimento da suspensão será possível emitir a certidão
positiva com efeito de negativa.
ATENÇÃO – Ryan deve IPTU e ISS. Ryan parcela o IPTU e não faz nada com o ISS – Ryan não
tera uma certidão positiva com efeito de negativa, terá a certidão positiva, pois continua
inadimplente com o ISS, muito embora o IPTU tenha sido parcelado.
– Súmula 446, STJ: Se o guilherme deve tributo e a exigibilidade não esta suspensa nem garantida a
execução fiscal, é legitima a recusa de emissão de certidão negativa? Sim – Súmula 446, STJ – se o
sujeito passivo deve tributo, por mais que ainda não esteja sendo executado, é legitima a recusa.
– Artigo 208, CTN: Ryan quer fazer um negócio comercial vultoso e a parte que quer fazer esses
negócios com o Ryan pede as certidões dele. Porém se o ryan aparece com a certidão positiva essa
outra pessoa não vai fazer o negócio. Ryan vai no servidor municipal, por ex, sabendo que está
devendo um monte de certidão e oferece um dinheiro para o servidor para ele emitir uma certidão
negativa para Ryan. Ou seja, um servidor com dolo e fraude oculta débito fiscal e emite uma servidão
negativa, logo esta praticando um crime. Os tributos devidos ocultados na certidão negativa falsa
responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, ou seja, esse servidor responde
pessoalmente pelos tributos devidos por Ryan que ele sonegou na certidão, sem prejuízos dos
processos administrativos, penais, etc.

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