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Motores de Combustão Interna

Entes geométricos e cinemáticos de motores


alternativos

Maurício Trielli e Guenther Krieger 1


Motores de Combustão Interna Motores Alternativos

z Entes geométricos
PMS - ponto morto superior (TDC - Top dead center )
PMI - ponto morto inferior (BDC -Bottom dead center)
𝐷 (bore) : diâmetro do cilindro
𝑠 (stroke): curso do pistão
𝑉𝑢 : Cilindrada unitária (volume deslocado) pelo pistão
𝑉2 : Volume da câmara de combustão
𝑉1 : Volume máximo no cilindro 𝜋𝐷2 𝑠 𝑉1
𝑉𝑢 = 𝑟𝑉 = ൗ𝑉
𝑟𝑉 : Razão volumétrica ou taxa de compressão 4 2

𝑍𝐶 : Número de cilindros do motor


𝑉1 = 𝑉𝑢 + 𝑉2 𝑉𝑡 = 𝑍𝐶 . 𝑉𝑢
𝑉𝑡 : Cilindrada total do motor

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z Entes cinemáticos – Posição do pistão


𝑟: comprimento da manivela 𝑟 = 𝑠ൗ2
𝐿: comprimento da biela
𝜆: relação manivela/biela 𝜆 = 𝑟ൗ𝐿
𝛼: posição angular do eixo de manivela
medido a partir do PMS.

𝑥+𝐿

𝐿. 𝑐𝑜𝑠𝛽
Posição do pistão em relação ao PMS:

𝑥 = 𝑟 + 𝐿 − (𝑟. 𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝐿. 𝑐𝑜𝑠𝛽)


𝑟. 𝑐𝑜𝑠𝛼
Ou:
𝑥 = 𝑟(1 − 𝑐𝑜𝑠𝛼) + 𝐿(1 − 𝑐𝑜𝑠𝛽)

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Motores de Combustão Interna Motores Alternativos

z Entes cinemáticos – Posição do pistão


Relacionando 𝛽 e 𝛼:
𝑟
𝑠𝑒𝑛𝛽 = 𝑠𝑒𝑛𝛼 → 𝑠𝑒𝑛𝛽 = 𝜆𝑠𝑒𝑛𝛼
𝐿
Então:

𝑐𝑜𝑠𝛽 = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝛽 = 1 − 𝜆2 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 = (1 − 𝜆2 𝑠𝑒𝑛2 𝛼)1/2

Escrevendo o termo acima em série binomial, obtém-se:

1 2 1 4 1 6
(1 − 𝜆2 𝑠𝑒𝑛2 𝛼)1/2 = 2 4
1 − 𝜆 𝑠𝑒𝑛 𝛼 − 𝜆 𝑠𝑒𝑛 𝛼 − 𝜆 𝑠𝑒𝑛6 𝛼 + ⋯
2 8 16

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z Entes cinemáticos – Posição do pistão


Fazendo-se as devidas transformações:

𝜆2 𝜆2 𝜆4 𝜆6
(1 − 𝜆2 𝑠𝑒𝑛2 𝛼)1/2 = 1 − + 𝑐𝑜𝑠2𝛼 − 𝑐𝑜𝑠4𝛼 + 𝑐𝑜𝑠6𝛼 + ⋯
4 4 64 512
Como 𝜆 é um valor pequeno, então 𝜆2 ≪ 1. Dessa forma:
𝜆2
𝑐𝑜𝑠𝛽 = (1 − 𝜆2 𝑠𝑒𝑛2 𝛼)1/2 ≅ 1 − (1 − 𝑐𝑜𝑠2𝛼)
4
Substituindo a relação encontrada para o 𝑐𝑜𝑠𝛽 na equação de 𝑥, obtemos:

𝝀𝟐
𝒙 = 𝒓(𝟏 − 𝒄𝒐𝒔𝜶) + 𝑳 (𝟏 − 𝒄𝒐𝒔𝟐𝜶)
𝟒

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z Entes cinemáticos – Velocidade do pistão


A equação que descreve a velocidade instantânea do pistão pode ser obtida derivando-
se a equação de posição instantânea anteriormente apresentada. Portanto:

𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝛼 𝑑𝑥
𝑣 = 𝑥ሶ = = Sabe-se que 𝑑𝛼Τ𝑑𝑡 = 𝜔, então: 𝑣=𝜔
𝑑𝑡 𝑑𝛼 𝑑𝑡 𝑑α
Logo, a velocidade do pistão é descrita por:

𝝀
𝒗 = 𝝎𝒓(𝒔𝒆𝒏𝜶 + 𝒔𝒆𝒏𝟐𝜶)
𝟐

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z Entes cinemáticos – Aceleração do pistão


A equação que descreve a aceleração instantânea do pistão pode ser obtida derivando-
se a equação de velocidade instantânea anteriormente apresentada. Portanto:

𝑑𝑣 𝑑𝑣 𝑑𝛼 𝑑𝑣
𝑎 = 𝑥ሷ = = Sabe-se que 𝑑𝛼Τ𝑑𝑡 = 𝜔, então: 𝑎=𝜔
𝑑𝑡 𝑑𝛼 𝑑𝑡 𝑑α
Assim, obtém-se a aceleração do pistão que é dada por:

𝒂 = 𝝎𝟐 𝒓(𝒄𝒐𝒔𝜶 + 𝝀𝒄𝒐𝒔𝟐𝜶)

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z Exercício
a) Determinar a aceleração instantânea do pistão de um motor que possui
curso 𝑠 = 100 𝑚𝑚 e comprimento de biela 𝐿 = 200 𝑚𝑚 quando o ângulo de
manivela, relativamente ao PMS, for 𝛼 = 30° ao funcionar @ 3000 rpm.
b) Qual a taxa de compressão desse motor, sabendo que o diâmetro do pistão
é 𝐷 = 100 𝑚𝑚 e que o volume da câmara de combustão é V2 = 80 𝑐𝑚3 .

Solução
a) 𝜆 = 𝑟Τ𝐿 = 𝑠Τ2ൗ𝐿 = 100Τ2ൗ200 = 0,25 𝜔 = 2𝜋𝑛 = 2𝜋 3000ൗ60 = 314,2 𝑟𝑎𝑑/𝑠

𝑎 = 𝜔2 𝑟 𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝜆𝑐𝑜𝑠2𝛼 = 314,22 (0,5)(𝑐𝑜𝑠30 + 0,25. cos 2.30 = 4.892 𝑚/𝑠 2

𝜋 102 10 (𝑉𝑢 + 𝑉2 ) 785,4 + 80


b) 𝑉𝑢 = 𝜋𝐷2 𝑠ൗ = = 785,4 𝑐𝑚3 𝑟𝑉 = ൗ𝑉 = = 10,82: 1
4 4 2 80

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Motores de Combustão Interna

Ciclos termodinâmicos ideais

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Motores de Combustão Interna Ciclos ideais

z Ciclo padrão-ar de Otto


1-2: compressão isoentrópica 3-4: expansão isoentrópica

2-3: troca de calor com fonte quente 4-1: troca de calor com fonte fria
isovolumétrica isovolumétrica

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Motores de Combustão Interna Ciclos ideais

z Ciclo padrão-ar de Otto

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Motores de Combustão Interna Ciclos ideais

z Ciclo padrão-ar de Otto

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Motores de Combustão Interna Ciclos ideais

z Ciclo padrão-ar de Diesel


1-2: compressão isoentrópica 3-4: expansão isoentrópica

2-3: troca de calor com fonte quente a 4-1: troca de calor com fonte fria
pressão constante isovolumétrica

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Motores de Combustão Interna Ciclos ideais

z Ciclo padrão-ar de Diesel

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Motores de Combustão Interna Ciclos ideais

z Ciclo padrão-ar de Diesel

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Motores de Combustão Interna Rendimentos térmicos

𝑇2 𝑉1 𝑘−1 𝑘−1 𝑉4 𝑘−1 𝑇3


= = 𝑟𝑣 = =
𝑇1 𝑉2 𝑉3 𝑇4

𝑇4 𝑇3
=
𝑇1 𝑇2

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Motores de Combustão Interna Rendimentos térmicos

z Ciclo Otto

k −1
 1
η t = 1 −  
 rv 

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Motores de Combustão Interna Rendimentos térmicos

z Ciclo Otto

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Motores de Combustão Interna Rendimentos térmicos

z Ciclo Diesel
Pela equação da energia temos:

O rendimento do ciclo Diesel é dado por:

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Motores de Combustão Interna Rendimentos térmicos

z Ciclo Diesel
O rendimento também pode ser dado por:

Usando a taxa de compressão e 𝑇1 , temos: Onde:

É a chama razão de corte

Desde que: 𝑉4 = 𝑉1 , a relação isoentrópica no processo 3-4 pode ser expressada desta forma:

𝑉4 𝑉4 𝑉2 𝑉4 𝑉2 𝑉4 𝑉2 𝑉1 𝑉2 𝑟𝑉
= = Substituindo 𝑉4 = 𝑉1 → = =
𝑉3 𝑉3 𝑉2 𝑉2 𝑉3 𝑉2 𝑉3 𝑉2 𝑉3 𝑟𝑐

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Motores de Combustão Interna Rendimentos térmicos

z Ciclo Diesel
Usando a relação anterior:
𝑉4 𝑟𝑉
𝑣𝑟4 = 𝑣𝑟3 = 𝑣𝑟3
𝑉3 𝑟𝑐
Sabendo que:

Substituindo na equação inicial do rendimento térmico, obtém-se:

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Motores de Combustão Interna Rendimentos térmicos

z Comparações de rendimentos térmicos

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Motores de Combustão Interna Rendimentos térmicos

z Comparações de rendimentos térmicos

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Otto

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Otto

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Otto

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Otto

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Otto

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Otto

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Diesel

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Diesel

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Diesel

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Diesel

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Diesel

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Motores de Combustão Interna Exercício ciclos

z Exercício – Ciclo Diesel

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