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2023/10/15

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA


Operações Unitárias Mecânicas

I-7. Redução de Tamanhos e Classificação


de Partículas Sólidas

Docentes:
Profa. Doutora Maria Eduardo, Enga.
Eng. Dominic Joaquim
10/15/2023

Sumário

➢ Caracterização de partículas sólidas

• Dimensão característica da partícula;


• Forma da partícula; e
• Análise granulométrica.

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Caracterização de partículas
sólidas
Importância
➢ O conhecimento das propriedades dos sólidos particulados é
fundamental para o estudo de muitas operações unitárias:
• Redução de tamanho
• Fluidização
• Transporte pneumático
• Centrifugação
• Decantação/Sedimentação
• Filtração

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Caracterização de Partículas
Sólidas
Propriedades dos Sólidos Particulados
A) AS QUE DEPENDEM DO B) AS QUE DEPENDEM DA
SISTEMA (LEITO POROSO): NATUREZA DAS PARTÍCULAS:
• forma;
• densidade aparente; • dureza;
• área específica; • densidade;
• Permeabilidade; • calor específico;
• porosidade; • condutividade.
• entre outras.
➢ Neste caso, a propriedade passa a
ser uma característica do conjunto
de partículas (leito) e não mais do
sólido em si.
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Caracterização de Partículas
Sólidas

Tamanho de Partículas
➢ Granulometria: termo usado para caracterizar o tamanho de
partículas de um material.
• Distinguem-se pelo tamanho 5 tipos de sólidos partículados:

Tipo de sólidos particulados Tamanho


• Pós 1 μm até 0,5 mm
• Sólidos granulares 0.5 até 10 mm
• Blocos pequenos 1 a 5 cm
• Blocos médios 5 a 15 cm
• Blocos grandes > 15 cm

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Caracterização de Partículas
Forma da partícula Sólidas
• A forma das partículas é determinada pelo
sistema cristalino dos sólidos naturais e no caso
dos produtos industriais, pelo processo de
fabricação.
• A forma é uma variável importante.
• Os parâmetros mais utilizados são os seguintes:
❖ Esfericidade e Diâmetro Equivalente
❖ Densidade, Densidade aparente
❖ Dureza
❖ Fragilidade
❖ Aspereza
❖ Porosidade
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Caracterização da forma da
Partícula
➢ Forma da partícula - Esfericidade (ø)
• A forma de uma partícula pode ser expressa pela esfericidade que
mede o afastamento da forma esférica.

• Seja uma partícula de volume Vp e área Ap:

á𝑟𝑒𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎


∅=
á𝑟𝑒𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎

𝑆𝑒 𝜋𝑑𝑝2
∅= = 𝑆𝑒 << 𝑆𝑝 ՜ 0 < ∅ ≤ 1
𝑆𝑝 𝑆𝑝
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Caracterização da forma da Partícula


Esfericidade de partículas
regulares
Esfericidade de partículas
irregulares

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Caracterização da forma da Partícula

➢ Forma da partícula – Densidade


permite classificar os sólidos em diferentes classes:

Classes de sólidos Densidade (kg/m3) Exemplo de materiais


Leves < 500 Serragem, turfa, coque
Intermédios 550<< 1000 Produtos agrícolas
Médios 1000   2000 Areia, minérios
Muito pesados > 2000 Minérios de ferro ou
chumbo

sólidos homogéneos ρ= constante;


sólidos heterogéneos ρ = variável;
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Escala de Mohr
Caracterização da forma da Partícula

➢ Forma da partícula - Dureza


• Propriedade com 2 significados:
❖ Plásticos e metais => resistência ao
corte
❖ Minerais => resistência que oferecem ao
serem riscados por outros sólidos
• Escala de dureza = Escala de Mohr
(de 1 a 10)
• Afecta o consumo de energia e o desgaste
da máquina.
❖ Para materiais duros e abrasivos =>
necessário usar uma máquina de baixa
velocidade e proteger o apoio das

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poeiras abrasivas que se produzem.

Caracterização da forma da Partícula

➢ Forma da partícula - Fragilidade


• Mede-se pela facilidade à fractura por impacto.
• Muitas vezes não tem relação com a dureza – os plásticos são
moles, mas não são fragéis.

➢ Forma da partícula - Aspereza


• Determina a maior ou menor dificuldade de escorregamento das
partículas.
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Caracterização da forma da Partícula


➢ Forma da partícula - Porosidade
❖ É a propriedade que mais
influencia as demais
propriedades do conjunto (leito
Esferecidade (ϕ)

poroso).

❖ Quanto + a partícula se afasta da


forma esférica => + poroso será
o leito.
❖ Quanto maior a esfericidade Porosidade (ε)
menor a porosidade do leito.
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Caracterização da forma da Partícula

➢ Forma da partícula – Densidade aparente (ρa)

❖ É a densidade do leito poroso, ou seja, a massa por unidade de


volume do sólido particulado não considerando o fluido.

❖ Pode-se calcular por balanço de massa a partir das densidades


do sólido e do fluido, que muitas vezes é o ar.

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Caracterização primária da partícula


• Dimensão característica: A maneira de caracterizar a
dimensão de uma partícula e os métodos para sua obtenção.

• Forma da partícula: Conceito de esfericidade – factores de


forma.

• Análise granulométrica: Análise de distribuição de tamanhos


de um conjunto de partículas (Modelos de Distribuição)
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Caracterização primária da
partícula
➢ Dimensão característica - Diâmetro equivalente

• Para partículas que possuem uma forma geométrica


canônica como esfera, cilindro ou cubo, a determinação do
tamanho das mesmas é dada (convencionalmente) pela
medida do seu raio ou diâmetro, do diâmetro da base e
altura e do comprimento da aresta, respectivamente.

• Nas plantas de beneficiamento de minérios, as partículas na


grande maioria das vezes possuem forma irregular => o uso
do conceito de tamanho equivalente, que é determinado pela
medida de uma propriedade dependente do tamanho da
partícula, relacionando-a com uma dimensão linear.
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Caracterização primária da
partícula
Definição dos diferentes diâmetros da partícula
Diâmetro Definição
Volumétrico (dv) Diâmetro da esfera com o mesmo volume
que a partícula
Superficial (ds) Diâmetro da esfera com a mesma área
superficial que a partícula
Peneira (dp ou d#) Tamanho equivalente da menor abertura
através da qual a partícula passa
Stokes (dSt) Diâmetro da esfera com a mesma velocidade
de sedimentação que a partícula
Área projectada (da) Diâmetro do círculo com a mesma área
projectada que a partícula

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Caracterização primária da
partícula
➢ Dimensão característica - Tamanho da partícula
• Volume da partícula:
π d v3
V = Onde dv é definido como sendo o diâmetro da
p 6 esfera que possui o mesmo volume da
partícula.
dv = d p
• Área superficial da partícula:
A = πd2 Onde dS é definido como sendo o diâmetro da
sup S esfera que possui a mesma área superficial
da partícula.
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Caracterização primária da
partícula
➢ Dimensão característica – Diâmetro da peneira (dp ou d#)
(abertura da peneira)

Notas:
• As peneiras são especificadas, pelo Mesh, que
é o número de abertura em cada polegada
linear, medida ao longo de um fio (Série Tyler).

• No Foust et al. (Apendice C-8, pág 641) tem uma


relação de peneiras que varia de 2 1/2 mesh à 400
mesh com os respectivos diâmetros, em forma de
tabela (Série de peneiras Tyler)
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Diâmetro da peneira
(dp ou d#) (abertura
da peneira)

“Sieve opening”= abertura peneiro


“Nominal wire diameter”= Diâmetro do fio
“Mesh” = malha (fios por polegada)

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Caracterização primária da
partícula
➢ Dimensão característica – Diâmetro de Stokes (dstk)

• Diâmetro da esfera de mesmo material que a partícula que


sedimenta no fluido de referência em regime laminar com a
mesma velocidade terminal da partícula.

V =
(ρs − ρ)g dstk
2
t 18 μ
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Caracterização primária da
partícula
➢ Dimensão característica – Diâmetro da área projectada (da)

Método: Microscopia óptica

• Área projectada da partícula:

Onde da é definido como sendo o diâmetro da esfera que possui a


mesma área projectada da partícula.

Nota: Uma mesma partícula medida por diferentes métodos apresenta


diferentes valores de diâmetro (diâmetro característico) (d#, ds, dstk, da)
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Análise Granulométrica
Distribuição de tamanhos de uma amostra de
partículas heterogéneos

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Distribuição de tamanhos de uma amostra de


partículas heterogéneos
• Peneiração (crivagem) é uma operação unitária de separação
de uma mistura de materiais sólidos granulados de diversos
tamanhos em duas ou mais porções (fracções), cada uma delas
mais uniformes em tamanho que a mistura original.

❖ É uma operação mecânica que ocorre por separação


através de uma superfície perfurada => peneira.

❖ As peneiras (padronizadas) são agrupadas em ordem


decrescente de mesh, de baixo para cima, ou em ordem
crescente de diâmetro de peneira.
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Distribuição de tamanhos de uma


amostra de partículas heterogéneos
Peneiração
❖ As peneiras (padronizadas) são agrupadas em ordem
decrescente de mesh, de baixo para cima, ou em ordem
crescente de diâmetro de peneira.

❖ Quanto ao número de peneiras:


Uma Peneira: Separa apenas duas fracções que são ditas não
classificadas, porque só uma das medidas extremas de cada
fracção é conhecida (a da maior partícula da fracção fina e a
menor da fracção grossa).

Várias Peneiras: Com mais peneiras será possível obter fracções


classificadas, cada uma das quais satisfazendo as especificações
de tamanho máximo e mínimo das partículas.
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Distribuição de tamanhos de uma


amostra de partículas heterogéneos

Termos:
• Diâmetro máximo e diâmetro mínimo (abertura da maior e da
menor peneira em análise)
• Diâmetro médio (média aritmética das aberturas das peneiras em
análise)
• Dimensão máxima característica (abertura da malha cuja
percentagem retida acumulada é igual ou imediatamente inferior a
5% em massa)
✓ As dimensões de tais aberturas podem ser dadas em μm ou em
mesh
Mesh - número de abertura por polegada linear.
Ex.: 200 mesh => abertura = 0,0029 in => diâmetro do fio = 0,0021 in

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(0,0029 in + 0,0021 in)*200 = 1,00 in

Peneiração

• Várias escalas de peneiras padrão têm sido apresentadas, nas


quais o diâmetro do arame e o nº de malhas (mesh) por polegada
são especificadas
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➢ As peneiras são organizadas em ordem decrescente de


abertura:

➢ As peneiras estão padronizadas, existindo as séries:


• B.S. – British Standard
• I.M.M. – Institute of Mining and Metarlurgy (USA)
• National Bureau of Standards (Washington)
• Série Tyler – (Americana)
Os diâmetros de abertura da malha (mesh) e dos fios são tabelados e encontram-se
em livros de Operações Unitárias (Foust et al., Coulson & Richardson, Perry, …)
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Série Tyler
• Série Tyler é a mais comumente
utilizada.
• É constituída de 14 peneiras e tem como
base uma peneira de 200 malhas por
polegada (200 mesh), feita com fios de
0,053 mm de espessura, com uma
abertura livre de 0,074 mm.
• As demais peneiras, apresentam 150,
100, 65, … e 3 mesh (veja Quadro ao
lado).
• A área de cada orifício numa peneira é
exactamente o dobro do orificio da
abertura da peneira imediatamente
menor, i. e, a razão de dimensão de 1
peneira é o imediatamente inferior e igual
a 2=1,41.
• Para dimensões + próximas há peneiras Especificar a gama do incremento
intermédias em que a razão é igual a Ex.: 14/20 => passa na peneira 14, mas fica retida na 20
4
2=1,189.

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➢ A base de representação da distribuição de tamanho de partícula é a massa de partícula (+


especificamente a fracção mássica) => na qual a distribuição de tamanho de partículas é
associada à fracção mássica dentro de cada intervalo de tamanho.
M
Fracções retidas nas peneiras Peneiras Massas
• as quantidades retidas nas peneiras e
na panela são determinadas por 1 m1
2 m2
pesagem;
3 m3

• as diversas fracções retidas podem ser


calculadas dividindo-se as diversas i-1 m i-1
massas retidas pela massa total da i mi
amostra.

Fracção retida na peneira m n-1


n-1
𝒎𝒊 n mn
𝒙𝒊 =
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𝑴

Distribuição de tamanhos de uma amostra de


partículas heterogéneos
Esta fracção poderá ser caracterizada de dois modos:
1) A fracção passou pela peneira i-1 e ficou retida na
peneira i. Se estas forem as peneiras 14 e 20,
respectivamente, será a fracção 14/20 ou –14+20.
Intervalo
2) A fracção é representada pelas partículas de diâmetro de
igual a média aritmética das aberturas das malhas das diâmetro
peneiras i e i-1. No caso, será a fracção com partículas (Tyler)
de tamanho (Di): 14 + 14
Malha Abertura Diâmetro 20 - 14 +20
livre (mm) do fio (mm)
i-1 28 - 20 +28
14 1,168 0,635
i 35 - 28 +35
20 0,833 0,437
i+1 48 - 35 +48
𝟎, 𝟖𝟑𝟑 + 𝟏, 𝟏𝟔𝟖 65 - 48 +65
ഥ𝒊 =
𝑫 = 𝟏 mm
𝟐 - 65
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➢ Uma vez os sólidos analisados utilizando o sistema Tyler, a sua


classificação segundo a abertura da peneira pode ser observada

Classificação dos sólidos de acordo com o sistema Tyler


Tipo de sólidos Abertura das malhas
Sólidos grosseiros abaixo de 4 mesh (> 4.750 μm)
Finos de 4 a 48 mesh (300 – 4.750 μm)
Ultrafinos 48 a 400 mesh (38 – 300 μm)

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Análise Granulométrica

• Quando as fracções são classificadas => a operação passa a se chamar


Classificação Granulométrica.
❖ Classificação granulométrica – classificação das partículas de acordo
com seus diâmetros (tamanhos).

➢ Análise granulométrica – sequência de procedimentos de


ensaio normatizados que visam determinar a distribuição
granulométrica de determinada amostra de partículas.
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Resultados da Análise Granulométrica/ ensaio


em peneiras
➢ Os resultados da análise granulometrica são registados numa
tabela e representados graficamente.

➢ Os gráficos podem ser representados na forma: diferencial ou


cumulativa dos incrementos, retidos (grossos), ou que passam
(finos).

• Seja: D – dimensão característica da partícula

• x - fracção em massa das partículas com diâmetro menor que D

• Δx- fracção em massa retida em cada peneira


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Resultados da Análise Granulométrica/ ensaio em


peneiras

Resultados de uma análise granulométrica típica

Intervalo de diâmetro Diâmetro médio da partícula Fracção ponderal retida, %


(peneira Tyler) (Dp), in
- 10 + 14 0,0555 2
- 14 + 20 0,0394 5
- 20 + 28 0,0280 10
- 28 + 35 0,0198 18
- 35 + 48 0,0140 25
- 48 + 65 0,0099 25
- 65 0,0041 15

“-10 + 14” ou “10/14” ou “passa na 10, fica na 14” => partículas menores que a malha 10
porém maiores que a malha 14

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Resultados de uma análise granulométrica


Intervalo de diâmetro Massa retida Fracção em massa Abertura da Fracção mássica de
(peneira Tyler) retida (Δx) peneira (d#) (mm) partículas (x) com
diâmetro menor que D
+8 12.6 0.052 2.38 0.948 (1-0.052)
-8+10 38.7 0.159 1.68 0.789
-10+14 50 0.206 1.19 0.683
-14+20 63.7 0.262 0.841 0.321
-20+28 32.5 0.134 0.595 0.187
-28+35 17.4 0.072 0.420 0.115
-35+48 11.2 0.046 0.297 0.069
-48+65 7.8 0.032 0.210 0.037
-65+100 3.7 0.015 0.149 0.022
-100+150 2.6 0.011 0.105 0.011
-150+200 1.8 0.007 0.074 0.004
-200 1.1 0.005 - -
243.1 1.000
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RESULTADOS DA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA –


REPRESENTAÇÃO EM HISTOGRAMA
Análise diferencial
Histograma
Abertura da menor peneira Abertura da peneira seguinte
dx – fracção ponderal entre os
limites de cada classe Intervalo de abertura entre
(ou seja fracção ponderal da 2 peneiras consecutivas
amostra total que fica entre 2
peneiras sucessivas)

D - Diâmetro da partícula ou
abertura da peneira

Intervalo de abertura entre


2 maiores peneiras
consecutivas

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Panela/Bandeja cega

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RESULTADOS DA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA EM CURVAS DE


FRACÇÃO ACUMULADA Fracção ponderal das partículas maiores
(ou menores) que a dimensão assinalada

• curvas construídas
Fracção ponderal
admitindo que o material acumulada com
que fica entre 2 peneiras tamanhos menores
tem um diâmetro de que os das abcissas
correspondentes
partícula que é igual à
média aritmética das
aberturas das 2 peneiras

Dimensão da partícula (D), μm, ou abertura da peneira

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Modelos de Distribuição Granulométrica


• A aplicação de modelos estatísticos de distribuição que relacionam a
quantidade de material com o tamanho das partículas de um dado
sistema, facilita a manipulação dos dados e os cálculos
computacionais.
• A utilização destes modelos torna mais simples o projecto dos
equipamentos de separação de partículas.
• Os modelos matemáticos a 2 parâmetros:
❖ Gates-Gaudin-Schuhmann (GGS)
❖ Rosin-Rammler-Bennet (RRB)
❖ Log-Normal (LN)
❖ Sigmoide
Descrevem satisfatoriamente a maioria dos casos de sistemas de materiais
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particulados.
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Modelo de GGS - Gates-Gaudin-Schuhmann


• A estimativa dos parâmetros poderá ser feita através da regressão não
linear ou ainda usando a regressão linear.
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Equipamentos de Classificação e
sedimentação
• Nesses equipamentos => as partículas se
movem numa corrente de fluido.

• A maior parte da instalação utiliza a diferença


nas velocidades limite de queda das partículas.

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Tanque de sedimentação gravitacional

(sobrenadante)
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Spitzkasten
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Elutriador
• A partícula que fica parada é a que tem
a velocidade terminal igual a
velocidade do fluido, partículas maiores
que ela são recolhidas e as menores são
arrastadas pelo fluido.

• Ao entrar no 2º recipiente de diâmetro


maior que o anterior, a velocidade do
fluido diminui e a partícula que fica parada
tem velocidade terminal igual a velocidade
do fluido, consequentemente as partículas
maiores são recolhidas e as menores
arrastadas, assim por diante.

➢ Se conhecer (por cálculo) o diâmetro da


partícula ter-se-á uma classificação de
partículas semelhante a peneiração.

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Redução de tamanho
de partículas sólidas
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OBJECTIVOS DA REDUÇÃO DE TAMANHO


DE SÓLIDOS
• Aumentar a superfície: (Reacções químicas; Extracção;
Secagem).
• Diminuir o tamanho para separar dois ou mais constituintes.
• Modificar propriedades de um material: Ex: Reactividade
química; cor (intensidade); especificação de produtos
comerciais.
• Mistura mais íntima entre dois sólidos: Ex: produtos
farmacêuticos em pó.
• Auxiliar em outras etapas de utilização do produto.
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Métodos de redução de tamanho das partículas

• Compressão (compactação, esmagamento);


• Impacto (choque);
• Atrito superficial (abrasão); e
• Corte e/ou dilaceramento.

Nota:
➢ Geralmente a redução de tamanho na indústria exige a
combinação destas operações em uma certa sequência.

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Medida do tamanho da partícula


• Para calcular a potência dos equipamentos é necessário determinar o
tamanho das partículas, e para isso usam-se peneiras vibratórias.

Eficiência das peneiras:

𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎
% 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎
=
% 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑟 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎

Peneiras vibratórias de planta Peneiras vibratórias de


piloto ou pequena indústria laboratório

➢ Com os dados experimentais elaboram-se gráficos que permitem:

• Observar a distribuição de tamanho de partícula;

• Calcular o diâmetro médio de partícula;

• Fazer o gráfico de distribuição cumulativa.

➢ Nas operações de redução de tamanho, o material sólido particulado


heterogéneo é caracterizado pela quantidade que escoa através de uma
determinada peneira (“mesh”), diferente de outras operações unitárias
que usam o diâmetro médio calculado através da distribuição das fracções
que ficam retidas nas peneiras.
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Exemplo: Abertura da peneira em (mm) % retida % acumulada que passa


1.000 0 100
0.500 11 89
0.250 49 40
0.125 28 12
0.063 8 4
0.063 (panela) 4 0
60

50
retida

40
100% do material passou pela peneira de 1,0mm
30
%

% retida
89% do material passou
20
pela peneira de 0,5mm
10
% acumulada que passa

120
0
0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200 100

Abertura da peneira em mm 80
A que MESH corresponde?
Para materiais heterogéneos, o diâmetro (de 60
projecto) do material que vai ser reduzido de % acumulada
40
tamanho, geralmente é estabelecido como aquele em
que 80% da massa do material passa por uma 20
Mesh 35
peneira. No exemplo ao lado, seria uma peneira de 0
0,43mm, ou seja, um diâmetro de projecto de 0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200
0,43mm.
10/15/2023 Abertura da peneira em mm
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Potência necessária para a redução de tamanho

• Precisa-se de energia para vencer a resistência interna do material e


fragmentá-lo.

• A energia necessária para gerar uma fenda (corte ou fractura) no


sólido depende do tipo de material (tamanho, dureza, humidade,
plasticidade, etc.) e do tipo de equipamento de redução de tamanho.
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➢Os parâmetros no cálculo de redução de tamanho


são:
• A quantidade de energia usada;

• O tamanho inicial da partícula; e

• O tamanho da nova partícula formada.

➢ Existem vários modelos teóricos para prever o valor da energia


necessária para reduzir o tamanho de partículas sólidas.
➢ Estes modelos não são muito confiáveis, por isso, é necessário
realizar testes práticos para escolher o modelo adequado.

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Modelos teóricos

• Existe um modelo geral para explicar o fenómeno da redução


de tamanho das partículas. A partir desse modelo, vários
pesquisadores desenvolveram leis para prever a potência
necessária pelos moinhos.

• Os modelos mais usados são:


✓ Rittinger;
✓ Kick; e
✓ Bond.
53

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Modelo geral
• A ruptura de um material cria um novo tamanho (X).

Trituração de partículas de X1 para X2


250

200

150
E
100

50

0
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
X1

Supõe-se que a energia necessária (E) para produzir uma modificação dX


em uma partícula de tamanho X, é uma função de X elevado a uma certa
potência n.
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Modelo geral

dE C
=− n (1)
dX X
Onde:

X é o diâmetro da partícula.

n e C são constantes (dependem do tipo de material e do tipo de


equipamento de redução de tamanho).

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Integrando (1) E X2 dX
 0
dE = − C 
X1 Xn

Obtém-se a expressão do modelo geral:

C  1 1 
E=  −  (2)
n − 1  X 2n −1 X 1n −1 
Onde:
X1 é o diâmetro médio da matéria-prima.
X2 é o diâmetro médio do produto.

Modelo de Kick (1885)


Kick assume a partir de observações experimentais, que n = 1. Substituindo na
equação (1) do modelo geral tem-se:

dE C dX
=− n (1)  dE = − C  X
dX X
X1 X
E = C ln = K K log 1 (3)
X2 X2
onde KK é uma constante.

Neste caso a energia requerida para reduzir um material de 100 a 50 mm


é a mesma para reduzir o mesmo material de 50 mm a 25 mm.

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Modelo de Rittinger (1867)


Rittinger propos uma lei na qual o trabalho necessário para a trituração é
proporcional à nova superfície criada; E é proporcional a área formada; o
valor de n = 2:
C  1 1 
E=  − 
n − 1  X 2n −1 X 1n −1 

Então com n = 2 obtém-se a equação de Rittinger:

 1 1 
E = K R  −  (4) KR é uma constante.
 X 2 X1 
Considera que a quantidade de energia (“E”) para reduzir um material de 100 mm a
50 mm é diferente da requerida para reduzir de 50 a 25 mm.
“E” seria equivalente a redução do material de 50 mm a 33.3 mm.

Modelo de Bond (1952)


Resultados das experiências de Bond sugerem que o trabalho necessário para moer
partículas de tamanho grande é proporcional à raíz quadrada da razão da área por volume
do produto obtido. Isto corresponde a n = 1.5 na Eq. (1):

dE C dX 1 1
=− n
 dE = − C  X E = KB −
(1) Obtém-se: (5)
dX X 3/ 2 X2 X1

Onde o KB é uma constante que depende do


material a moer e do moínho.
Posteriormente, Bond modificou a sua lei para incluir “Ei” (“índice de trabalho”), para
representar o trabalho necessário para reduzir as partículas alimentadas com diâmetro DF a
um produto com diâmetro de partícula Dp.

Modelo de Bond modificada


Equação de Bond em HP: Equação de Bond em kW:

P  1 1  𝑃 1 1
=1.46 Ei  − (6) = 0.3162𝐸𝑖 − (6a)
T  D D  𝑇 𝐷𝑃 𝐷𝐹
 p F 

P - potência necessária, [kW];


P - potência necessária, [hp];
T - taxa de alimentação ao moinho, [ton/h];
T - taxa de alimentação ao moinho,
KB = 0.3162Ei
[ton/min];
Ei - índice de trabalho, [kWh/ton]
KB = 1.46 Ei
DF - diâmetro característico das partículas
Ei - índice de trabalho, [kWh/ton]
alimentadas [mm];
DF - diâmetro característico das partículas
Dp - diâmetro característico das partículas do
alimentadas [ft];
produto [mm].
Dp - diâmetro característico das partículas do
produto [ft].
Os valores de Ei (para mineração) podem ser encontrados no Manual do Engenheiro Químico (Perry e
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Green) e nos textos de Bond.

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Valores de índice de trabalho para alguns materiais (moagem à húmido)


Material Densidade, g/cm 3 Índice de Trabalho, Ei
(kW.h/ton)
Bauxite 2,20 8,78
Cimento clinquer 3,15 13,45 Observação: para
Cimento bruto 2,67 10,51 moagem a seco,
deve-se multiplicar o
Argila 2,51 6,30
Ei por 1,33.
Carvão 1,40 13,00
Coque 1,31 15,13
Granito 2,66 15,13
Gesso 2,69 6,73
Minério de ferro 3,53 12,84
Calcário 2,66 12,74
Rocha fosfática 2,74 9,92
Quartzo 2,65 13,57

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Trigo 1,1 4,35

Equipamentos de Redução de
tamanho de partículas
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Classificação dos equipamentos em função do grau de redução


de tamanho

➢ Pode-se distinguir as seguintes categorias:

• Britadores: (fragmentação de partículas de tamanho grande para


médio);

• Trituradores ou moinhos intermédios: (para partículas de tamanhos


médios);

• Moinhos: (redução de partículas médias a pós finos);

• Moinhos coloidais: (redução de partículas muito finas (pós) a


coloidais).
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Embora não haja uma classificação rigorosa das partículas mencionadas,


costuma-se considerar os seguintes valores como critério:

• Partículas grossas: 1500 a 50 mm;

• Partículas médias: 50 a 1 mm;

• Partículas finas e muito finas: inferiores a 1 mm até uma finura


correspondente ao peneiro de 300 malhas por polegada linear; e

• Partículas coloidais: de dimensões correspondentes as que


aparecem em soluções coloidais (abaixo de 1).

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TPC - Investigar o princípio de funcionamento dos diferentes


tipos de equipamentos de redução de tamanho de partículas.
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Exercícios
1. Um profissional foi convocado para projectar um reactor do tipo leito
fluidizado, destinado ao craqueamento catalítico de petróleo. Para tal, a
primeira informação a ser obtida sobre o projecto refere-se à
caracterização do particulado. A classificação do particulado de FCC foi
conduzida por meio de peneiramento de uma amostra de 100 g de
partículas, cujo resultado está apresentado na tabela. Construa os
gráficos para a distribuição de frequência e para a distribuição
granulométrica da amostra.

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Construa os gráficos para a distribuição de frequência e para a distribuição


granulométrica da amostra.
Tabela 1. (Exercício 1) Tabela 2. (Exercício 1)

Peneiras (Mesh) Xn (100%) Peneiras (Mesh) Diâmetro de


-65+80 0,00 abertura (μm)

-80+100 1,29 70 250

-100+120 5,93 80 177

-120+140 9,70 100 149

-140+170 14,16 120 125

-170+200 16,97 140 105

-200+230 15,21 170 88

-230+270 14,32 200 74

-270+325 11,21 230 63

-325+400 6,18 270 53

-400 5,03 325 44


400 fundo
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2. Consome-se 30 Hp para moer 140 t/h de um material qualquer, sendo


reduzido de 2 mm para 1 mm. Qual é a energia necessária para moer 120
t/h do mesmo material, mas sendo reduzido de 1 mm para 0,5 mm? Utilize o
modelo de Bond.

3. Fazer uma estimativa da potência necessária para britar 100 t/h de calcário,
desde um diâmetro médio de 5 cm até o diâmetro final de 8 mesh (série Tyler).
Considere: Lei de Bond e britamento a seco.
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4. A moagem do trigo está sendo realizada numa indústria com um moinho de


rolos. Na operação actual, 5 Hp são consumidos durante o processo de
fragmentação de 6,4 t/h do trigo, desde um diâmetro de 3 mm a 1 mm. Um
motor de 7 Hp está instalado para executar esse trabalho. Verifique se o
mesmo motor poderia ser utilizado quando um ajuste no espaçamento entre os
cilindros, de modo a reluzi-lo na metade, fosse realizado. Considere a lei de
Bond.

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Série Fina

ASTM Aberturas Aberturas


TYLER
ASA em em
MESH
USS milímetros polegadas
4 4 4,76 0,187
6 6 3,36 0,132
8 8 2,38 0,0937
12 10 1,68 0,0661
16 14 1,19 0,0469
20 20 0,84 0,0331
30 28 0,59 0,0232
40 35 0,42 0,0165
50 48 0,297 0,0117
70 65 0,210 0,0083
100 100 0,149 0,0059
140 150 0,105 0,0041
200 200 0,074 0,0029
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270 270 0,053 0,0021
400 400 0,037 0,0015

Relação entre a abertura em mesh e em μm


(segundo padronização estabelecida pela International Standard
Organization, segundo o sistema Tyler, um dos mais utilizados)
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