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Metalurgia do pó

Professor: Ramón Raudel Peña Garcia

E-mail: ramon.raudel@ufrpe.br Aula 5

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ETAPAS DA METALURGIA DO PÓ

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MISTURA

✓ Consiste em obter uma homogeneização das diversas


matérias-primas que irão compor o material sinterizado, o
que inclui pós metálicos, elementos de liga e
lubrificantes.

✓ Diversas propriedades de misturas de pós e de peças


sinterizadas podem ser sensíveis a pequenas mudanças
na granulometria dos pós e as flutuações na
concentrações de componentes da mistura

Segregação
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SEGREGAÇÃO

✓ Causas
✓ Consequências
✓ Diferença de Escoabilidade
✓ Propriedades afetadas:
causada pelas propriedades dos
• Escoabilidade
pós.
• Densidade aparente
✓ Gradientes de velocidade
• Força de Extração na
causados pela mistura,
compactação
manuseio, transporte ou
• Variação dimensional
movimentação dos materiais.
na sinterização
• Resistência mecânica
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SEGREGAÇÃO

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COMPOSIÇÃO

✓ A escolha da liga depende das características mecânicas finais desejadas.


Geralmente, as faixas de tolerâncias para os elementos de liga são especificadas
em desenho do produto ou referenciam normas internacionais.

✓ As aplicações para vários tipos de pós metálicos, influência dos elementos de liga
e lubrificantes são fatores que devem ser observados.

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TIPOS DE PÓ
Pó de ferro elementar
Pós de ferro do tipo esponja ou reduzido são indicados para peças com
densidade mais baixas, enquanto os pós de ferro produzidos por atomização
são indicados para peças com densidade acima de 6,4 g/cm3.

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TIPOS DE PÓ

Pós de aço tipo pré-ligado

✓ São indicados para peças com densidade acima de 6,4g/cm3 e usados quando
se deseja um melhor desempenho com relação à homogeneidade química.

✓ Tem a desvantagem de possuir compressibilidade mais baixa pelo efeito


endurecedor dos elementos de liga.

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TIPOS DE PÓ

Pós de aço tipo pré-difundidos

✓ Apresentam partículas finas de elementos de liga aderidas por difusão


metalúrgica às partículas mais grosseiras dos pós de ferro ou aço.

✓ A difusão é feita numa etapa de tratamento térmico sob atmosfera protetora


e o produto resultante minimiza a ocorrência de segregação, mantendo
compressibilidade mais elevada do que pré-ligados.

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TIPOS DE PÓ

✓ elementar ✓ pré-difundidos ✓ pré-ligado


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ELEMENTOS DE LIGA

✓ Carbono
✓ É adicionado à mistura em forma de grafite. Reage com o ferro na
sinterização formando carbonetos que conferem maior resistência e maior
dureza às peças.

✓ Cobre
✓ Aumenta a dureza e a resistência da peça, sua presença tem elevada
influência no comportamento dimensional da peça sinterizada.

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ELEMENTOS DE LIGA

✓ Níquel
✓ Aumenta a dureza da peça e melhora resistência à fadiga. Tem bastante
influência no comportamento dimensional das peças e sua presença faz
com que a peça apresente contração na sinterização.

✓ Molibdênio
✓ Aumenta a temperabilidade da peça e, mesmo pré- ligado, tem vantagem
de não prejudicar a compressibilidade.
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LUBRIFICANTES

✓ É usado para reduzir o atrito entre os componentes do ferramental com a


mistura e entre as próprias partículas do pó de ferro durante a
compactação.

✓ O emprego do lubrificante é sempre necessário nas misturas, porém como


afeta a compressibilidade deve ser usado na porcentagem realmente
necessária.

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LUBRIFICANTES

✓ Estearato de Zinco
✓ Ponto de fusão: 120ºC

✓ Vantagens
✓ Aumenta a densidade aparente da mistura em relação às ceras
✓ Possui boa compressibilidade em relação às ceras.
✓ Boas características de Escoabilidade da mistura
✓ Custo tradicionalmente mais baixo
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LUBRIFICANTES

✓ Estearato de Zinco
✓ Ponto de fusão: 120ºC

✓ Desvantagens
✓ Pode causar manchas na superfície das peças
✓ Deixa significativa quantidade de resíduos no interior do forno
✓ Possíveis restrições de uso devido ao zinco
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LUBRIFICANTES

✓ Ceras Amídicas
✓ Ponto de fusão: 145ºC

✓ Vantagens
✓ Lubrificação ligeiramente superior à do estearato de zinco
✓ Aumenta a resistência a verde da peça em relação ao estearato de zinco
✓ Sua remoção é mais limpa do que a dos estearatos metálicos.

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LUBRIFICANTES

✓ Ceras Amídicas
✓ Ponto de fusão: 145ºC

✓ Desvantagens
✓ Quando comparado com os estearato de zinco, reduz a compressibilidade
✓ Custo por quilograma do material é mais elevado do que o estearato de zinco.

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CÁLCULO

✓ Para o cálculo de mistura a quantidade de lubrificante pode ou não fazer


parte do somatório final dos elementos que compõe a liga.

✓ Tradicionalmente, em grande parte dos fabricantes de peças sinterizadas,


o lubrificante não entra no cálculo dos elementos de liga pois considera que
o mesmo será removido na etapa de sinterização.

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CÁLCULO

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EQUIPAMENTOS

✓ O processo de mistura deve ser conduzido de maneira que a mistura obtida


seja tão próxima quanto possível de uma mistura homogênea.

✓ A qualidade da mistura depende não somente das propriedades dos


componentes, da razão dos componentes em mistura, dos tamanhos
médios de partícula, granulometria e estruturas da superfície das partículas,
mas também do método de mistura adotado.

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CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE FORÇA
APLICADA

✓ Segundo as forças que levam ao movimento das partículas, as diferentes


categorias de modos de misturas são as seguintes:

✓ Grupo A: equipamentos que usam a força da gravidade

✓ Grupo B: equipamentos que usam forças mecânicas

✓ Grupo C: equipamento usando forças de escoamento.


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CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE FORÇA
APLICADA
Grupo A: equipamentos que usam a força da gravidade

✓ Os misturadores que usam a gravidade para o processo de mistura são


basicamente os cilindros rotativos, duplo cone, cubo rotativo, dupla
concha e misturadores-Y de desenhos diversos.

✓ Para misturadores em Y e misturadores em cone-Y, o efeito de mistura


pode ser intensificando se um movimento axial do material em processo
for intensificado por uma construção assimétrica.
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CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE FORÇA
APLICADA

Grupo A: equipamentos que usam a força da gravidade

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CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE FORÇA
APLICADA

✓ Grupo B: equipamentos que usam forças mecânicas

✓ São capazes de misturas de intensidade mais elevada e, portanto, são


usados para processar componentes que normalmente não se misturam
facilmente.

✓ Este grupo compreende os misturadores com corpos estacionários ou


móveis e que possuem elementos internos de mistura rotativos.
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CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE FORÇA
APLICADA
✓ Grupo C: equipamento usando forças de escoamento

✓ São especialmente adequados a pós extremamente finos tais como poeira


ou carga granular fina

✓ Usualmente não tem aplicação significativa na metalurgia do pó


tradicional de peças estruturais e buchas sinterizadas.

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CLASSIFICAÇÃO POR MECANISMO DE
MISTURA
Segundo o critério de mecanismo de mistura, de acordo com esta
classificação, as diferentes categorias de modos de misturas são as seguintes:

✓ Difusão

✓ Convecção

✓ Cisalhamento

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CLASSIFICAÇÃO POR MECANISMO DE
MISTURA

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TIPO DE MISTURADORES

✓ Misturador duplo cone,


✓ Misturador dupla concha
✓ Misturador cubo rotativo
✓ Misturador rotativo
cilíndrico.

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MISTURADORES NAUTA

✓ Os misturadores em que a ação de mistura é criada por convecção são


mais eficientes e seu uso vem se difundindo, apresenta várias vantagens:

✓ Tratamento do pó de uma maneira menos agressiva


✓ Muito flexível em relação ao tamanho de lote
✓ Ação de mistura pode ser mantida durante a descarga reduzindo
segregação na etapa final.

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MISTURADORES NAUTA

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PROCEDIMENTOS PARA MISTURA

❑ Normalmente é definido um tempo mínimo de processamento para que a


mistura atenda aos resultados desejados. Dependendo do tipo de misturador e
do pó a ser misturado o tempo de processamento varia de 10 a 30 minutos.

❑ O volume de pó no misturador define a sua eficiência

❑ A velocidade de rotação também tem um grande efeito sobre a eficiência de


mistura. Geralmente rotações menores vão prolongar o tempo necessário para
obter uma mistura adequada.
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MANUSEIO E TRANSPORTE

✓ Segregação de trajetória

✓ Percolação

✓ Tombamento

✓ Empoeiramento

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SEGREGAÇÃO DE TRAJETÓRIA

✓ O primeiro mecanismo é ativado quando o pó está caindo a partir de um


tubo ou de uma esteira transportadora num ambiente aberto, cada partícula
vai ter sua própria trajetória.

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PERCOLAÇÃO E TOMBAMENTO

✓ Se o pó é mantido numa pilha e submetido a uma leve


vibração, as partículas menores irão percolar através
dos interstícios entre as partículas maiores.

✓ Quando se permite que o pó caia livremente e forme


uma pilha, um cone será formado e crescerá através
do tombamento das partículas

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SEGREGAÇÃO POR EMPOEIRAMENTO

✓ O empoeiramento pode ocorrer quando


partículas pequenas e leves são
carregadas por uma corrente de ar. Isto
acontece frequentemente com as
partículas do pó de grafite por serem leves
e finas.

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AÇÕES PARA REDUZIR A SEGREGAÇÃO

✓ Adição de pequenas quantidades de óleo leve,


levando a adesão de partículas mais finas;

✓ Introdução de pós parcialmente ligados ou pré-


difundidos

✓ Adição de agentes orgânicos adesivos;

✓ Uso de embalagem do tipo big-bag


diretamente na alimentação da prensa. 38
FIM

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