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AULA 03 – Propriedades do

Concreto

Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Materiais de Construção II
Prof. Jefferson Heráclito
Concreto no Estado Fresco
● Concreto ideal

● O que seria um concreto ideal?

ideal
i.de.al
adj (baixo-lat ideale) 1 Que existe apenas na ideia. 2 Imaginário,
fantástico, quimérico. 3 Que reúne todas as perfeições concebíveis e
independentes da realidade. sm 1 Aquilo que é objeto de nossa mais
alta aspiração. 2 O modelo idealizado ou sonhado pelo
artista. 3 Perfeição. 4 Sublimidade.
Propriedades do Concreto
Concreto ideal
● Condições técnicas
●Trabalhável => adequado ao tipo de aplicação, ferramentas, ...
●Resistência mecânica => compressão, tração, flexão, desgaste, ...
●Durável => impermeável, sem retração, resistentes às condições
ambientais, ...

● Condições econômico
●Geralmente buscando o menor consumo de cimento.
●Menor gasto com aplicação/produção
●Menor manutenção
Propriedades do Concreto

● Nos concretos as propriedades são decorrentes das


características de seus componentes

●Cimento => quantidade e tipo

●Agregado => granulometria, forma e teor/tipo de impurezas

●Água => qualidade e quantidade


Propriedade no Estado Fresco
Trabalhabilidade
● Um concreto é considerado trabalhável quando
apresenta características adequadas ao tipo de obra a
que se destina, e aos métodos de lançamento, de
adensamento e de acabamento, que vão ser adotados.
Por exemplo:
●Concreto aparente ≠ concreto protegido com revestimento de
argamassa
●Concreto produzido em obra ≠ concreto produzido em central
para ser bombeado
●Concreto para pré-moldados ≠ Concreto plástico de uso
convencional
Propriedade no Estado Fresco
● Um concreto é dito com
trabalhabilidade quando:

●mantém-se bem misturado e


homogêneo no tempo
usualmente utilizado para
mistura;
●não segrega ou exsuda
durante o transporte;
●apresenta pouca ou
nenhuma segregação
durante o manuseio e
lançamento;
Propriedade no Estado Fresco
● Um concreto é dito com
trabalhabilidade quando:

●pode ser fácil e


adequadamente compactado
com os equipamentos
disponíveis, preservando a
homogeneidade da mistura;

●enche a fôrma
completamente e envolve a
armadura nela contida
Propriedade no Estado Fresco
● Fatores que influenciam a trabalhabilidade

●Parâmetros internos
●Características da mistura de concreto.

●Parâmetros externos
●Condições de operação, produção, transporte e lançamento do concreto; e

●Parâmetros do projeto de estruturas.


Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros internos
●Relação água materiais secos
●É expressa em porcentagem da massa de água em relação à
massa de cimento e agregados, parâmetro que exerce grande
influencia na consistência do concreto
Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros internos
●Relação água materiais secos

●Lei de Lyse: “Dentro de certos limites, a consistência


é constante para uma mesma relação água/(mistura
seca), independente da composição dos materiais
secos”
Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros internos

●Tipo e finura do cimento

●Uma maior superfície específica demanda uma maior quantidade


de água.
Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros internos
●Granulometria, textura, forma dos grãos e teor de
finos
●A granulometria altera a demanda de água, em função da
superfície específica.
●Formas que se afastam dos tipos esféricos e cúbico pode
influenciar negativamente na demanda de água e no volume de
vazios, alterando a consistência.
Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros internos
●Teor e tipo de aditivos
●Plastificantes e Superplastificantes
● Provocam modificações nas forças de atração entre as partículas de cimento.
●Retardadores e aceleradores de pega
● Provocam modificações na velocidade de reação de hidratação, durante a pega e
endurecimento.
●Incorporadores de ar
● Provocam a incorporação de ar durante a mistura do concreto.
Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros externos
●Mistura
●Tempo de mistura adequado em função do equipamento (tipo de
betoneira e sua capacidade)
●Tipo mistura:
● em betoneira, na obra,
● ou mistura no próprio caminhão de transporte (concreto usinado)
Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros externos
●Transporte e lançamento
●Evitar segregação e exsudação
●Concreto bombeado exige misturas com características especiais:
principalmente teor de água/(materiais secos) e teor de pasta
(lubrificação da tubulação de bombeamento)
Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros externos
●Adensamento
●Tem por objetivo minimizar a presença de vazios (aumentar a
compacidade);
●Favorecer a acomodação da mistura na fôrma; e
●Envolver completamente a armadura

●Durante o adensamento há um redução da coesão,


permitindo que o concreto escoe e ocupe os espaços
existentes entre a fôrma e as armaduras
Propriedade no Estado Fresco
Adensamento
Propriedade no Estado Fresco

●Adensamento
Propriedade no Estado Fresco
●Parâmetros externos
●Parâmetros de projeto
●Cobrimento nominal da
armadura;
●Dimensão máxima
característica;
●Dimensões das fôrmas,
●Concreto aparente;
●Espaçamento entre
armaduras; ...
Propriedade no Estado Fresco
● Dimensão da fôrma e espaçamento entre armaduras
inadequados => ninhos de concretagem
Propriedade no Estado Fresco
● Dimensão da fôrma e espaçamento entre armaduras
inadequados => ninhos de concretagem
Propriedade no Estado Fresco
● Dimensão da fôrma e espaçamento entre armaduras
inadequados => ninhos de concretagem
Propriedade no Estado Fresco
● Consistência
●Parâmetro mais utilizado durante a caracterização da
trabalhabilidade dos concretos

● Definição tecnológica
●É a maior ou menor facilidade com que o concreto se deforma
sob a ação de cargas (inclusive seu peso próprio).
Propriedade no Estado Fresco

●A consistência se relaciona diretamente com:

●A coesão e o atrito interno entre as partículas


constituintes da mistura fresca;
●Partículas de menor dimensão => favorecem a coesão
●Partículas de maior dimensão => favorecem o atrito interno
Ensaios do Concreto no Estado Fresco
● Ensaio de abatimento do tronco de cone (NBR NM
67/98) – consistência plástica;

● Ensaio de abatimento na mesa de Graff (NBR NM


68/98) – consistência fluída;

● Ensaio de VeBe – (ACI 211.3/87) – consistência seca;

● Caixa de Walz – (DIN 1048-1) – consistência entre


plástica e seca.
Ensaios do Concreto no Estado Fresco
Ensaios do Concreto no Estado Fresco
● Mesa metálica 700x700mm
● Base inferior 200mm
● Base superior 130mm
● Altura 200mm

● 2 camadas
● 25 golpes

● 15 quedas na mesa
Ensaios do Concreto no Estado Fresco
Ensaios do Concreto no Estado Fresco
● Ensaio Vebê

● Tronco de Cone;
● Recipiente cilíndrico;
● Disco de vidro;
● Mesa vibratória.
Ensaios do Concreto no Estado Fresco
● Ensaio Vebê

● Tronco de Cone;
● Recipiente cilíndrico;
● Disco de vidro;
● Mesa vibratória.
Ensaios do Concreto no Estado Fresco
● Caixa de Walz

● Caixa metálica 200x200x400mm


Ensaios do Concreto no Estado Fresco
● Verificar a consistência do concreto fresco:

● Abatimento ≥ 20mm
●Tronco de Cone

● Abatimento ≤ 20mm
●Ensaio de Vebê
●Caixa de Walz

● Consistência flúida
●Mesa de Graff
Abatimento do tronco de cone
e corpo-de-prova cilíndrico
1. Trabalhabilidade;
2. NBR NM 67:1998 – Abatimento do Tronco de
Cone;
a) Materiais;
b) Procedimentos e Resultados.
3. NBR 5738:2003 – Moldagem e corpo-de-prova;
a) Materiais;
b) Modelagem;
c) Cura
1. Trabalhabilidade

●Propriedade do concreto no estado fresco que


determina a facilidade e a homogeneidade com
a qual podem ser misturados, lançados,
adensados e acabados.
1.1. Fatores condicionantes da trabalhabilidade

●Equipamentos e procedimentos de concretagem:


●Mistura;
●Transporte;
●Lançamento;
●Adensamento.

●Tempo de uso do concreto;

●Fatores ambientais.
1.2. Fatores determinantes da trabalhabilidade

●Proporção relativa entre constituintes:


●Traço:
●% relativa de argamassa;
●% relativa de brita;
●% relativa de água.
●Características dos agregados:
●Forma e dimensões das partículas.

●Aditivos e adições.
1.3. Avaliação da trabalhabilidade

●Ensaio de abatimento do tronco de cone (NBR


NM 67/98) – consistência plástica;
●Ensaio de abatimento na mesa de Graff (NBR
NM 68/98) – consistência fluída;
●Ensaio de VeBe – (ACI 211.3/87) – consistência
seca;
●Caixa de Walz – (DIN 1048-1) – consistência
entre plástica e seca.
2. NBR NM 67
●ABNT NBR 7223:1992 - Concreto -Determinação
da consistência pelo abatimento do tronco de
cone;
●NM 67:1996 – Hormigón – Determinación de la
consistencia mediante el asentamiento del tronco
de cono;
●ABNT NBR NM 67:1998 - Concreto -
Determinação da consistência pelo abatimento
do tronco de cone.
2.1. NBR NM 67 - Molde
●feito de metal não facilmente atacável pela pasta
de cimento;

●espessura igual ou superior a 1,5 mm.

●confeccionado com ou sem costura


●seu interior deve ser liso e livre de protuberâncias
criadas por rebites, parafusos, soldas e dobraduras.
2.1. NBR NM 67 - Molde
●O molde deve ter a forma de um tronco de cone
oco, com as seguintes dimensões internas:

diâmetro da base inferior: 200 mm ± 2 mm;


diâmetro da base superior: 100 mm ± 2 mm;
altura: 300 mm ± 2 mm.

●02 alças, posicionadas a 2/3 de sua altura


●02 aletas em sua parte inferior.
2.1. NBR NM 67 - Molde
2.2. NBR NM 67 – Haste
●Haste de compactação

●deve ser de seção circular, reta, feita de aço ou outro


material adequado, com diâmetro de 16 mm,
comprimento de 600 mm e extremidades
arredondadas.
2.3. NBR NM 67 – Placa de Base

● Deve ser metálica, plana, quadrada ou retangular, com


lados de dimensão não inferior a 500 mm e espessura
igual ou superior a 3 mm.
2.4. NBR NM 67 – Procedimentos
● Umedecer o molde e a placa de base e colocar o molde
sobre a placa de base.

● Posicionar os pés sobre as aletas

● Encher rapidamente o molde com o concreto coletado,


em 03 camadas, cada uma com aproximadamente 1/3 da
altura do molde compactado.
2.4. NBR NM 67 – Procedimentos
● Compactar cada camada com 25 golpes da haste de
socamento.

● Compactar a segunda camada e a camada superior, de


forma que os golpes não penetrem na camada anterior.

● Na camada superior, acumular o concreto sobre o molde,


antes de iniciar o adensamento.

● Rasar a superfície do concreto com uma


desempenadeira e com movimentos rolantes da haste de
compactação.
2.4. NBR NM 67 – Procedimentos

● Limpar a placa de base e retirar o molde do concreto,


levantando-o cuidadosamente na direção vertical.
● A operação de retirar o molde deve ser realizada em 5 s
a 10 s
● A operação completa deve ser realizada em um intervalo
de 150 s.
● medir o abatimento do concreto
2.5. NBR NM 67 – Resultados

● O abatimento do corpo-de-prova durante o ensaio deve


ser expresso em milímetros, arredondando aos 5 mm
mais próximos.
2.6. NBR NM 67 – Relatório

a) referência à Norma MERCOSUL;

b) data do ensaio;

c) identificação da amostra;

d) abatimento do corpo-de-prova de ensaio e/ou


anomalias observadas (deslizamento, colapso, etc.).
3. NBR 5738:2003
● ABNT NBR 5738:2003 - Concreto - Procedimento para
moldagem e cura de corpos-de-prova.

● Moldes:

●Cilíndricos;

●Prismáticos.
3.1. NBR 5738:2003 - Moldes
●Cilíndricos

●Devem ter altura igual ao dobro do diâmetro.

●O diâmetro deve ser de 10 cm, 15 cm, 20 cm, 25 cm,


30 cm ou 45 cm.
3.1. NBR 5738:2003 - Características
● Ser de aço ou outro material não absorvente, que não
reaja com o cimento, e suficientemente resistentes para
manter sua forma durante a operação de moldagem.

● O molde deve ser aberto em seu extremo superior e


permitir fácil desmoldagem, sem danificar os corpos-de-
prova.

● A base, colocada no extremo inferior do molde, deve ser


rígida e plana, com tolerância de planeza de 0,05 mm.
3.1. NBR 5738:2003 - Características
● O conjunto constituído pelo molde e sua base deve ser
estanque.

● Não devem ser aceitos moldes com geratrizes abertas


desencontradas. Para evitar esse problema, os moldes
podem ter um dispositivo que evite o desencontro das
geratrizes abertas.
3.1. NBR 5738:2003 - Controle
●Deve ser realizado um controle geométrico,
sendo:

●dimensões, com exatidão de 0,1 mm

●perpendicularidade e planeza das laterais e base dos


moldes, respectivamente, com exatidão de 0,05 mm.
3.2. NBR 5738:2003 - Haste
●Haste de adensamento

●Deve ser de aço, cilíndrica, com superfície lisa, de


(16,0 ± 0,2) mm de diâmetro e comprimento de 600
mm a 800 mm, com um ou os dois extremos em forma
semiesférica, com diâmetro igual ao da haste.
3.3. NBR 5738:2003 - Amostragem
● Registrar, para posterior referência:
● a data;
●a hora de adição da água de mistura;
●o local de aplicação do concreto;
●a hora da moldagem e;
●o abatimento obtido.

● Um controle mais rigoroso pode solicitar, ainda, a retirada


de amostras no início, metade e final da carga da
betoneira.
3.4. NBR 5738:2003 - Moldagem
● Dimensão do corpo-de-prova 4x maior que o agregado
graúdo do concreto.

● Fina camada de óleo mineral.

● Deslocar a concha ao redor da borda do molde, de forma


a assegurar uma distribuição simétrica
3.4. NBR 5738:2003 - Moldagem
●Escolha do método de adensamento

a) os concretos com abatimento compreendido entre 10


mm e 30 mm devem ser adensados por vibração;
b) os concretos com abatimento compreendido entre 30
mm e 150 mm podem ser adensados com a haste
(adensamento manual) ou por vibração;
c) os concretos com abatimento superior a 150 mm
devem ser adensados com a haste (adensamento
manual).
3.4. NBR 5738:2003 - Moldagem
●Adensamento manual com haste
● Introduzir o concreto no molde em camadas de volume
aproximadamente igual e adensar cada camada utilizando a
haste
3.4. NBR 5738:2003 - Moldagem
● Deve-se penetra, no máximo, 20mm da camada anterior.

● Se a haste de adensamento criar vazios na massa de


concreto, deve-se bater levemente na face externa do
molde, até o fechamento destes.

● A última camada deve ser moldada com quantidade em


excesso de concreto, de forma que ao ser adensada
complete todo o volume do molde e seja possível
proceder ao seu rasamento.
3.4. NBR 5738:2003 - Moldagem
●Manuseio e transporte

● Quando não for possível realizar a moldagem no local de


armazenamento, os corpos-de-prova devem ser levados
imediatamente após o rasamento até o local onde
permanecerão durante a cura inicial.
● Após a desforma, os corpos-de-prova destinados a um
laboratório devem ser transportados em caixas rígidas,
contendo serragem ou areia molhadas.
3.5. NBR 5738:2003 - Cura
●Cura inicial

● Após a moldagem, colocar os moldes sobre uma


superfície horizontal rígida, livre de vibrações e de
qualquer outra causa que possa perturbar o concreto.
● Durante as primeiras 24h todos os corpos-de-prova
devem ser armazenados em local protegido de
intempéries.
3.5. NBR 5738:2003 - Cura
●Cura inicial

● Os corpos de prova devem ser identificados


imediatamente à sua moldagem

● Após o período de 24 horas, os corpos de prova são


transferidos para o laboratório, onde serão armazenados
em câmaras úmidas até serem ensaiados.

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