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O Supremo Tribunal Federal, ao concluir o julgamento do tema 1.

199 de Repercussão
Geral (ARE 843.989), em que se trata da possibilidade ou impossibilidade de
aplicação da norma benéfica da Lei 14.230/21, revogação da modalidade culposa do
ato de improbidade administrativa, definindo em linhas gerais pela
IRRETROATIVIDADE para condenações definitivas, por força do Art. 5º, inciso XXXVI,
da CF.

Antes, porém, de relatar os dizerem que dão suporte à pretensão sobre a


retroatividade da Lei, é importante destacar que sua aplicação esta voltada para os
atos ilícitos que causem prejuízo ao Estado, sendo os que importam enriquecimento
ilícito; os que causam lesão ao patrimônio público, e; os que atentam contra os
princípios da Administração Pública, todos praticados na modalidade culposa.

Ocorre que, dentro do julgamento, aconteceram fundamentações que deram amparo


ao entendimento acerca da retroatividade. Aqui cabe o destaque para, em síntese,
informar que a Lei pode retroagir para beneficiar agentes acusados pela pratica de ato
ímprobo na modalidade culposa, isto é, sem a presença de elemento subjetivo, no
caso o dolo, desde que a respectiva ação de improbidade não tenha transitado em
julgado, em virtude da revogação expressa do texto anterior, devendo o juízo
competente analisar eventual dolo por parte do agente. Observa-se que este
entendimento está se baseando em particularidades do direito penal, o qual está
vinculado à liberdade do criminoso, sendo fundamento inexistente no direito
administrativo sancionador.

Desse modo, deve-se observar a necessária razoabilidade na interpretação e a


prudência na aplicação, sobretudo do ponto de vista da transposição da abolitio
criminins, ou da regra da retroatividade da lei penal mais favorável, ao sistema da
improbidade administrativa.

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