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Índice

INTRODUÇÃO........................................................................................................................................1
1.1.Tema: Importância do Uso do mapa histórico na disciplina de História........................................2
1.2. Delimitação do tema.......................................................................................................................2

1.3. Justificativa.....................................................................................................................................2
1.4. Objectivos.......................................................................................................................................2
1.4.1. Geral.......................................................................................................................................2
1.4.2. Específico...............................................................................................................................2
1.5. Relevância......................................................................................................................................3

1.6.Problema..........................................................................................................................................3
1.7. Hipóteses........................................................................................................................................4
CAPITULO II-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................5
2.1. Uso do material didáctico para o estudo da história.......................................................................5

2.2. Conceitos de mapas históricos........................................................................................................5

2.2.1. Mapas Históricos....................................................................................................................5

2.3. Análise do programa de ensino.......................................................................................................7

2.4. Os mapas históricos e a Internet.....................................................................................................9

2.5. Importância dos mapas históricos.............................................................................................9

2.6. Mapas Históricos como material didáctico..................................................................................10

CAPITULO III-METODOLOGIA.........................................................................................................14
3.1 Tipo e a natureza da pesquisa........................................................................................................14

3.2. Métodos de pesquisa...................................................................................................................14

3.2.1. Empírico..............................................................................................................................14

3.2.2. Método estatístico................................................................................................................14

3.3. Actividades específicas................................................................................................................15

CAPÍTULO IV- ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS.........................................................16


4.1. Apresentação da área de estudo....................................................................................................16

4.1.1. Historial da Escola................................................................................................................16

4.1.2. Organização da escola..........................................................................................................17

4.1.3. Administração da escola.......................................................................................................17

4.1.4. Chefe da Secretaria...............................................................................................................19


4.1.5. Área Pedagógica...................................................................................................................19

4.1.6. Conselho Pedagógico...........................................................................................................21

4.1.7. Dificuldades na área Pedagógica..........................................................................................22

4.2. Descrição das actividades do Campo............................................................................................22

4.2.1. Primeira etapa -Assistência de aulas tradicionais.................................................................22

4.2.1.Elaboração de pré -teste.........................................................................................................23

4.2.2. Segunda etapa – Aulas usando mapas históricos.................................................................23

4.2.3. Correcção das actividades....................................................................................................23

4.2.4. Elaboração do pós-teste........................................................................................................23

4.3. Análise e discussão dos resultados do Questionário.....................................................................24

4.3.1. Perguntas dirigidas aos docentes de história........................................................................24

4.3.2. Experiência em uso de mapas históricos.............................................................................24

4.3.3. Sobre importância do uso de mapas históricos nas aulas de história..................................25

4.3.4. Sobre a razão de não uso de mapas históricos.....................................................................26

4.4. Análise do questionário dirigido aos alunos.................................................................................27

4.4.1. Sobre o nível de dificuldade para com a disciplina (Como classifica a disciplina de
historia)………………………………………………………………………………………………..27

4.4.2. Sobre o material didáctico utilizado pelos docentes de História (Assinale o que o professor
traz na sala para usar durante as aulas)...................................................................................................27

4.5. Análise do trabalho prático..........................................................................................................28

4.5.1. Analise dos testes................................................................................................................28

4.5.2. Análise do pré-teste.............................................................................................................29

4.5.3 Análise do pós-teste...............................................................................................................30

CAPITULO V-CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.....................................................................33


5.1. Conclusões....................................................................................................................................33

5.2. Recomendações............................................................................................................................33

Referências bibliográficas......................................................................................................................35
Apêndices e Anexos...............................................................................................................................36
iv

Índice de abreviaturas

AC-Ar condicionado

dr-doutor

etc- e mais outras coisas

HD-Disco Duro

II-Dois

III-Três

I-um

IV-Quatro

PE-Programa de Ensino

V-Cinco

VI-Seis

ESEM-Escola Secundária Eduardo Mondlane

PEA-Processo de Ensino-Aprendizagem

REGEB-Regulamento Geral do Ensino Básico


v

Índice de Tabelas

Tabela no1-Conteúdos programáticos a serem leccionados com recurso a Mapas Históricos.....8


Tabela no 2- informação da existência de mapas históricos…………………………………...24

Tabela no 3- Experiência em uso de mapas históricos…………………………………….…..25


Tabela no 4- importância do uso de mapas históricos nas aulas de história……………….…..25
Tabela no 5- razão de não uso de mapas históricos…………………………………………....26

Tabela no 6- nível de dificuldade para com a disciplina………………………………………27


Tabela no7- material didáctico utilizado pelos docentes de História…………………………27
Tabela no 8-número total de respostas por cada Grupo nopré-teste………………………….29
Tabela no 9- número total de respostas por cada grupo no pós-teste…………………………31
vi

Índice de Gráficos

Gráfico no 1-Razão de não uso dos mapas históricos…………………………...……………26

Gráfico no 2-Avaliação do nível de dificuldade …………………………………………..…27

Gráfico 3- grupo experimental e o grupo de controlo …………………………..……………29

Gráfico 4- percentagem das respostas certas e erradas do grupo de controlo………...………30

Gráfico 5- percentagem das respostas certas e erradas do grupo Experimental……………..30

Gráfico 6-percentagem das respostas certas e erradas do grupo de controlo…………………31

Gráfico 7-percentagem das respostas certas e erradas do grupo Experimental…...……….…32


vii

Índice de Figuras

Imagem no 1-vista frontal da Escola…………………………………………………………..…16


viii

DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que este trabalho de monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações
do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de
qualquer grau académico.

Chimoio, 28 de Fevereiro de 2015

____________________________________________
(Jolita Andrade)
ix

AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar agradeço a Universidade Católica de Moçambique no geral e O CEAD-Chimoio


em particular.
Agradeço o meu supervisor, dr. Matias Aleixo Manejo pela sua vontade e paciência de orientar este
trabalho. Agradeço porém ao corpo docente desta universidade Católica de Moçambique no geral e em
particular aos docentes do curso de História pela sua maneira sábia de transmissão de conhecimentos.
Agradeço aos meus colegas da turma e do grupo de estudo que me auxiliaram moralmente e
materialmente até ao presente momento para que o curso decorra com êxitos.
x

DEDICATÓRIA

Dedico largamente com satisfação, a todos os docentes do Curso de História da Universidade Católica
de Moçambique, que de forma sábia, souberam transmitir e orientar e transmitir uma série de
conhecimentos que contribuíram na a elaboração deste trabalho com sucesso. Dedico igualmente as
minhas irmãs Dalila e Sarifa Andrade que me apoiaram de forma directa e indirecta nesta tarefa
estudantil.
Dedico aos meus filhos: Aguinaldo, Carmen da Meguta, Noelma, Joelma e Marília Lourenço
Ambrósio Mariano.
Por último dedico ao meu esposo Ambrósio Mariano que muito se preocupou com os meus estudos,
encorajando-me dizendo que “o saber não ocupa espaço e não tem idade” .
xi

RESUMO

O presente trabalho versa sobre a proposta de utilização de mapas históricos no ensino de História na
Escola secundária Eduardo Mondlane. O estudo tinha por objectivo perceber a razão de não utilização
dos mapas históricos como ferramenta didáctica para mediarem os conteúdos de História. Para fazer
face a este objectivo foram avançadas as hipóteses com recurso ao método de observação. As mesmas
hipóteses foram provadas com ajuda dos métodos como: Observação, método bibliográfico e pesquisa
documental. Para a colheita de dados, foram usados instrumentos que são: Questionário, inquérito,
testes e ficha de observação. Os dados adquiridos foram analisados com ajuda do método estatístico
onde foram desenhadas tabelas e gráficos que ilustram os dados colhidos no campo. No final foi dada
a conclusão e as recomendações. Duma forma sumária, concluiu-se que os professores de história na
Escola Secundária Eduardo Mondlane não recorriam aos mapas históricos para mediarem os
conteúdos de História devido a inexistência deste material naquela escola. Razão pela qual, coloca-se
como desafio, interagir com os professores de forma a ajudá-los a usar tais materiais e como
recomendações propõe-se que a Direcção da escola procure adquirir mapas históricos para garantir a
eficiência e qualidade das aulas de História.
Mapa histórico é um mapa que descreve lugares, eventos ou fenómenos que existiam ou acreditavam
que ocorreu em tempo antes da data do mapa
Ao ler o espaço, desencadeia-se o processo de conhecimento da realidade que é vivida
quotidianamente. Constrói-se o conceito, que é uma abstracção da realidade, formado a partir da
realidade em si, a partir da compreensão do lugar concreto, de onde se extraem elementos para pensar
o mundo (ao construir a nossa história e o nosso espaço). Nesse caminho, ao observar o lugar
específico e confrontá-lo com outros lugares, tem início um processo de abstracção que se assenta
entre o real aparente, visível, perceptível e o concreto pensado na elaboração do que está sendo vivido
Actualmente, com a evolução da tecnologia, há a necessidade de trabalharmos cada vez mais com a
linguagem não verbal e o ensino pode (e deve) se utilizar das diferentes linguagens existentes para
buscar e sintetizar informações, estudar determinadas situações, estabelecer relações, enfim,
potencializar a construção de conhecimentos pelos alunos em ambiente escolar.

Palavras-chave: Mapas Históricos, Ensino, Material Didáctico, Motivação


1

INTRODUÇÃO

A aprendizagem nas escolas consolida-se com a verificação dos factos reais nas aulas práticas
onde os alunos confrontam a teoria e a realidade bem próxima do seu quotidiano.

Foi nesse contexto que se elaborou o presente projecto com o tema “Importância do Uso do
mapa histórico na disciplina de História. Estudo do caso na 10ª classe Escola Secundária
Eduardo Mondlane (2013-2014) ”.
É um trabalho científico e visa obter uma classificação avaliativa para a conclusão do nível de
Licenciatura em Ensino de História pela universidade Católica de Moçambique. Para sua
elaboração contou com a leitura de várias Obras e pesquisas de conteúdos da internet
apresentados na parte final.
O estudo tem como principal objectivo de incentivar Uso do mapa histórico na disciplina de
História aos professores da escola Secundária Eduardo Mondlane. Estando estruturado da
seguinte maneira: Tema, Delimitação do tema, Justificativa da escolha do tema, Problematização,
Objectivos, Hipóteses, Resultados esperados, Delimitação do Universo, Metodologias de
trabalho, Tipo de pesquisa, Técnicas de colecta de dados, Referências bibliográficas, bibliografia
geral e por fim Apêndices.

O ensino de história assim como de outras ciências exige dos professores um exercício inteligente
de forma a garantir que os conteúdos transmitidos sejam assimilados pelos alunos. Para atingir
este objectivo, o professor há que explorar além do conhecimento psico-pedagógico, os materiais
didácticos que facilitem a aprendizagem.

Os mapas históricos são materiais didácticos que facilitam não só a aprendizagem dos alunos,
como também criam condições para que os conhecimentos adquiridos sejam duradouros porque
partem da descoberta dos próprios alunos.

O uso de mapas históricos como material didáctico no ensino de Historia vem incentivar a
motivação para aprendizagem desta disciplina uma vez que os docentes tem explorado materiais
tradicionais como livros, caneta e cadernos, este material ira despertar atenção aos alunos e
motiva-los para descobrir cada vez mais os acontecimentos que se passaram no tempo.
2

1.1. Tema: Importância do Uso do mapa histórico na disciplina de História.


Estudo do caso na 10ª classe Escola Secundária Eduardo Mondlane (2013-2014)

1.2. Delimitação do tema

O presente trabalho foi realizado na cidade de Chimoio, na Escola Secundaria Eduardo Mondlane
no período compreendido entre os meses de Julho a Novembro de 2014. Pretende estudar a
viabilidade da aplicação do Mapa Histórico para leccionação das aulas na disciplina de Historia
naquela escola.

1.3. Justificativa

A escolha do tema surge durante as práticas pedagógicas, decorridas na Escola Secundária


Eduardo Mondlane, onde a autora pôde notar que as aulas de História vem sendo abordadas com
fraco uso de materiais didácticos que contribuem para boa assimilação dos conteúdos em sala de
aula. Assim, "como forma de contribuição motivadora se propõe um encaminhamento didáctico
pedagógico que busque privilegiar práticas de ensino que ofereçam a condição de aprendizagem
significativa".(Machado:37) Sendo futura professora de história mediante esses impasses sugere
o uso do mapa histórico como material didáctico para auxiliar a mediação das aulas de História.
Não se trata de inovações, mas sim de orientações para a superação do facto denotado em
encontros com professores de História.

A iniciativa de implantar um mapa histórico na comunidade escolar não apenas se restringe a dar
suporte ao ensino de História, mas também, de promover na comunidade escolar um instrumento
de consulta constante sobre os principais acontecimentos.

1.4. Objectivos

1.4.1. Geral

 Propor o uso de mapa histórico como material didáctico para auxílio das aulas de história.

1.4.2. Específico

 Identificar as razões do fraco uso do mapa histórico como material didáctico nas aulas de
história;
3

 Descrever as razões do fraco uso de mapa histórico como material didáctico;


 Despertar a consciência dos alunos sobre a importância do mapa histórico.

1.5. Relevância

"Mapas são cartas geográficas, relação, catálogo ou relação sumária e Metódica, enumeração
por ordem da descrição da terra". (Novo Dicionário da Língua portuguesa-Domingos Barreira )
O presente trabalho encontra a sua aplicação em qualquer situação de ensino aprendizagem pois,
preocupa-se em motivar o uso de materiais didácticos durante a transmissão dos conteúdos, dai
que encontra enquadramento em algumas cadeiras curriculares no curso de ensino de História na
Universidade Católica de Moçambique a se destacarem: Didáctica geral e Didáctica de História.
Também enquadra-se nas iniciativas ministeriais de promoção do Material e modelos didácticos
visando a redução da abstracção dos conteúdos da disciplina de História.

1.6.Problema

Referente a pesquisa em causa, a problemática concentrou-se no fraco uso do material didáctico,


voltado para o aproveitamento pedagógico do mapa histórico escolar, como forma de auxílio na
mediação das aulas ao estudo significativo de História. Podendo o ensino de história encontrar-se
fechado em salas de aula na maioria das escolas, preso a livros didácticos e limitado a
visualizações de imagens, muito longe do quotidiano dos alunos.
Segundo Carvalho (2004:72) as aulas práticas são ferramentas importantes para
melhorar aprendizado, pois aproximam o aluno do conteúdo estudado. O uso
destas actividades práticas que relacionam os conceitos teóricos com a prática,
além de consolidar a aprendizagem, fortalece também atitudes e hábitos para a
construção de indivíduos mais conscientes e saudáveis, com princípios a serem
aplicados em outras situações fora da vivência escolar.

No entanto, as actividades práticas de história vêm acompanhadas de empecilhos para os


docentes, seja na falta de material específico ou de instalações adequadas.
Segundo defende Silva (1999:65), a falta de aplicação de ferramentas ideais e contextualizados,
provoca no aluno a falta de motivação e consequente fraco aproveitamento pedagógico pois o
aluno recorre ao decoro como única forma de poder reter a matéria.

Neste contexto, verificando-se fraca exploração dos mapas históricos, coloca-se a seguinte
pergunta de partida:
4

Porque é que os docentes não recorrem a mapas históricos na mediação das aulas de
História na 10ª classe?

1.7. Hipóteses

a) Principal
 Acredita-se que o mapa histórico poderá auxiliar na mediação das aulas de
história.

b) Secundarias

 É provável que o fraco uso do material didáctico (mapa histórico) nas aulas de
história deve-se a falta de criatividade do próprio professor.
 Acredita-se que o uso de mapa histórico nas aulas despertará a consciência dos
alunos sobre a importância deste na ligação entre a teoria e a prática, relacionando
o seu quotidiano.

1.8. Resultados esperados

Com o estudo feito, procura-se contribuir na melhoria do processo e ensino-aprendizagem em


Historia, na medida em que o trabalho aborda o uso de mapas históricos como material didáctico
no ensino de Historia vai incentivar a motivação para aprendizagem dos alunos.
5

CAPITULO II-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Uso do material didáctico para o estudo da história

A produção de recursos didácticos está intimamente ligada às actividades práticas


dos docentes. Estes recursos, de diferentes naturezas, muito contribuem para o
aprendizado, ampliando o potencial interpretativo do conteúdo, rompendo o
limite da exposição oral. No entanto, a concepção do material didáctico não deve
ficar restrita a uma possibilidade ilustrativa às aulas do professor, nem, tão pouco,
corresponder à única fonte de informação sobre determinado conteúdo, o que,
muitas vezes, acontece com o livro didáctico. O material didáctico para ter função
significativa no aprendizado de história deve ser concebido através de uma acção
conjunta entre o professor e o aluno. Assim, este recurso não deve ser apenas
utilizado em sala de aula, mas produzido na mesma, gerando um processo de
interacção entre o conteúdo e sua compreensão. O grande ganho com a prática de
produção de materiais didácticos está em criar um elo explicativo dos temas
abordados na disciplina de história. (Machado:http)
Através da produção desse recurso, o aluno cria intimidade com o assunto trabalhado, sendo
capaz de perceber os significados dos processos históricos e identificar sua própria identidade
dentro dos mesmos. A prática, em geral, cativa mais a atenção do discente do que a exposição
oral, permitindo que o aluno descubra novas interpretações para os fenómenos históricos,
identificando suas habilidades e competências dentro desse universo.

2.2. Conceitos de mapas históricos

Na visão de Callai (2005; 203), "mapa histórico é um esboço figurativo que têm por finalidade
localizar os acontecimentos do passado nos espaços geográficos da actualidade".

Traduzindo o conceito dado em espanhol pela Wikpedia em http://es.wikipedia.org/wiki/Map "


Mapa histórico descreve lugares, eventos ou fenómenos que existiam ou acreditavam que ocorreu
em tempo antes da data do mapa. "

O conceito mapa histórico não pode ser confundido com o termo "mapa velho", que refere-se a
um mapa que na época de sua criação iria reflectir a realidade de seu tempo, mas agora está
obsoleta.

2.2.1. Mapas Históricos

Mapas sempre existiram, ou pelo menos o desejo de se representar o espaço


esteve continuamente presente no pensamento humano. Hoje, o mapa é um
instrumento utilizado no dia-a-dia, com maior ou menor frequência, tanto por
6

cientistas quanto por leigos, em especial para se localizar e/ou traçar trajectos.
Seu uso data da pré-história, cuja finalidade era expressar deslocamentos e
registar informações, por meio de símbolos iconográficos, referentes à exploração
do espaço. Surge, portanto, como um meio de comunicação entre os homens,
precedendo, inclusive, a própria linguagem escrita. É possível dizer, portanto, que
o mapa desempenha um papel importante na compreensão da organização do
espaço, pelo qual se deslocam e/ou na obtenção de alguma informação espacial.
(Callai:240).

Ao pensarmos na prática pedagógica, verificamos que ao longo do tempo a escola ficou restrita ao uso da
linguagem verbal. Porém, actualmente, com a evolução da tecnologia, há a necessidade de trabalharmos
cada vez mais com a linguagem não verbal e o ensino pode (e deve) se utilizar das diferentes linguagens
existentes para buscar e sintetizar informações, estudar determinadas situações, estabelecer relações,
enfim, potencializar a construção de conhecimentos pelos alunos em ambiente escolar.

Ao ler o espaço, desencadeia-se o processo de conhecimento da realidade que é


vivida quotidianamente. Constrói-se o conceito, que é uma abstracção da
realidade, formado a partir da realidade em si, a partir da compreensão do lugar
concreto, de onde se extraem elementos para pensar o mundo (ao construir a
nossa história e o nosso espaço). Nesse caminho, ao observar o lugar específico e
confrontá-lo com outros lugares, tem início um processo de abstracção que se
assenta entre o real aparente, visível, perceptível e o concreto pensado na
elaboração do que está sendo vivido. (Callai:241).
Isto reforça a importância de aproximar o mapa do quotidiano dos alunos, e como afirmam
Almeida e Passini (1992), “a compreensão desse recurso possibilita uma transformação
qualitativa na capacidade dos estudantes de pensar o espaço em que vivem”. Os mapas nos
contam e nos ensinam muito mais do que simplesmente ir de um lugar a outro e representam um
dos meios pelo qual nós tentamos compreender o mundo e registá-lo. Cavalcanti (1998) salienta
que “a finalidade ao ensinar Geografia deve ser justamente auxiliar os alunos a formarem
raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados em relação ao espaço, cuja noção é
construída socialmente”. Impressões e percepções relacionadas a ele são criadas por cada
indivíduo desde os primeiros anos de vida decorrente das interacções que este estabelece com o
meio sociocultural em que está inserido.
Os mapas e as imagens presentes nas aulas são procedimentos, ou seja,
estratégias de aprendizagem que possibilitam aos alunos trazer para a discussão o
conhecimento prévio e ao mesmo tempo mobilizam habilidades mentais
(classificar, analisar, relacionar, sintetizar...) e estimulam a percepção, bem como
a observação e a comparação das influências culturais existentes nos diferentes
lugares. Permitem ainda que os alunos entendam os mapas como construções
sociais que transmitem ideias e conceitos sobre o mundo (Castellar, 2005, p.
221).
7

A utilização de mapas históricos é de vital importância para o ensino de Ciências Sociais, uma
vez que oferece uma vista do espaço-tempo, mostrando um contexto geográfico em um
determinado momento. Do ponto de vista educacional fornece um contributo essencial para a
localização de eventos e processos. Mapas históricos têm aplicação didáctica na geografia e na
história.

Um exemplo de aplicação didáctica da história seria o mapa da Europa em 1787.


É muito ilustrativo do fim da Europa na idade moderna, uma década antes de
algumas das fronteiras europeias mudou pelas campanhas napoleónicas e tratados
internacionais. Pode-se fazer uma comparação entre as antigas e actuais
fronteiras, além de uma análise da Europa do final do século XVIII. As
representações gráficas indicam não somente os aspectos económicos, políticos e
naturais de uma região, mas, podem ser lidas a partir da perspectiva humana
utilizada para o levantamento destes dados e principalmente, a ausência de
referências, naturais ou humanas, nos chamados “vazios”. Esta consideração nos
leva a reflectir sobre o que havia naqueles lugares, quais povos ou pessoas ali
habitavam e porque não foram assinaladas. (Silva:65)

As possibilidades de uso dos mapas históricos em sala de aula envolvem não somente lidar com
um documento que tem “leituras” de uma época a apresentar, mas também, com os limites de seu
próprio traçado: as ausências, as mudanças e as permanências.

Este documento nos coloca uma riqueza de possibilidades: a comparação de


mapas em várias épocas históricas e a actualidade, considerando os dados
económicos, políticos e mesmo estratégico em muitos momentos; a confecção de
mapas pelos alunos utilizando representações mais simples conforme sua série
para configurar cartograficamente, uma região, sua cidade (e aí, por que não, seu
bairro, sua escola e sua sala de aula) ou mesmo a partir de um documento escrito,
a disposição espacial descrita ou idealizada. (Silva 66)

Este, pode ser considerado o aspecto mais importante ao lidar com mapas: o espaço. Localizar em
um espaço as realizações do homem em determinado período, a natureza modificada e as
transformações sofridas colocam-nos a envolver o aluno a perceber seu entorno e as mudanças no
tempo.

2.3. Análise do programa de ensino

O programa de ensino de história da 10a classe apresenta quatro Unidades Temáticas a saber:

I. As contradições imperialistas nos finais do Sec. XIX, ate ao final da 1 a guerra Mundial
II. O mundo entre a 1ª e a 2ª guerra mundiais (1918-1939)
III. A 2ª guerra mundial-1939-1945 e o Movimento de Libertação Nacional
8

IV. O Mundo entre a confrontação e o Desanuviamento


Analisados os conteúdos que compõem estas Unidades, foi produzido a seguinte tabela:
Tabela no 1-Conteúdos programáticos a serem leccionados com recurso a Mapas Históricos

Unidade Conteúdo Objectivos


I. As contradições I.2. O estabelecimento do sistema Explicar o processo de
imperialistas nos colonial em África (1885- ate a instalação colonial em
finais do Sec. 1ª guerra mundial) África
XIX, ate ao final I.3. A Instalação do sistema de
da 1 a guerra dominação colonial e a
Mundial resistência africana

II. O mundo entre a II.1. A formação da União das Localizar as regiões


1ª e a 2ª guerra Republicas Socialistas abrangidas pela URSS
mundiais (1918- Soviéticas Descrever os impactos
1939) 2.6. O estado novo de Salazar e a das políticas
situação nas colónias portuguesas Salazaristas na
caso de Moçambique formação das
2.7. As primeiras manifestações fronteiras
nacionalistas em África e em moçambicanas
Moçambique
III. A 2ª guerra 3.2.O decorrer e os resultados da 2ª Localizar
mundial-1939- guerra mundial 1939-1945 geograficamente os
1945 e o campos de principais
Movimento de confrontos
Libertação
Nacional
IV. O Mundo entre a Os estados industrializados mais Localizar os principais
confrontação e o desenvolvidos países industrializados
Desanuviamento As contradições Leste-Oeste daquela época
9

Tabela no 1- Conteúdos programáticos a serem leccionados com recurso a Mapas Históricos

2.4. Os mapas históricos e a Internet

Está disponível na internet uma ferramenta que permite visualizar os países nos séculos passados,
através de uma colecção de mapas históricos, disponíveis de forma georreferenciada no Google
Maps. O projecto, desenvolvido pelo coleccionador norte-americano David Rumsey e pela
Google, permite visualizar as alterações dos países desde o século XVII.

Os documentos históricos foram disponibilizados pela Fundação David Rumsey - “Historical


Map Collection”. Segundo o site oficial da Fundação, “a nova ferramenta inclui a pesquisa
geográfica através da localização no mapa e pela cobertura do mapa antigo sobre o mapa actual,
numa camada do Google Maps”.

Para professores e investigadores de historia, podem adquirir vários mapas disponibilizados


através do site http://www.historia.uff.br/nec/albuns/mapas-historicos usando conhecimentos
básicos de pesquisa na internet.

2.5. Importância dos mapas históricos

Nas salas de aula, os mapas contribuem para o ensino da Geografia e até mesmo da História.
Nesta última, podemos observar as mudanças na estrutura política dos países decorrentes das
guerras e conflitos por territórios
O estudo da linguagem cartográfica, tem cada vez mais reafirmado sua
importância, desde o início da escolaridade. Contribui não apenas para que os
alunos venham a compreender e utilizar uma ferramenta básica da Geografia em
outras ciências, os mapas, como também para desenvolver capacidades relativas à
representação do espaço” (Atlas, 1999: 118). Assim sendo, desde o período
escolar os mapas ganham importância na vida do ser humano. Primeiramente, é
importante aprender a fazer a leitura de um mapa, saber interpretá-lo para tomar
consciência de suas informações para que através delas possamos tomar decisões.
E são muitas as informações que um mapa pode fornecer, dependendo do tipo de
mapa. (Atlas, 1999: 119).
Portanto, os mapas nos proporcionam um conhecimento do espaço em que vivemos e até a
compreensão de lugares que nunca fomos.
10

2.6. Mapas Históricos como material didáctico

Na visão da autora há uma vasta produção de livros didácticos, atlas, dicionários, apostilas,
cadernos. Porem ainda não é observada a importância de produzir outros materiais como: vídeos,
cd´s, dvd´s, programas de computadores, dentre outros materiais destinados ao espaço escolar,
utilizados para fins didácticos. Tendo o aporte teórico das pesquisas da UCM, a autora desenha as
seguintes considerações acerca dos suportes de informações:

Conjunto de signos, principalmente de textos, que se apresentam como um saber


constituído e que se apresenta como uma fonte de informação sobre um
determinado objecto de estudo. São considerados suportes de informação o texto
de um livro didáctico, ou um extracto de livro, um documentário que aborda um
determinado assunto, uma curva estatística, um mapa, um quadro produzido com
o objectivo de uma comunicação de informação de uma determinada disciplina
escolar. Da enciclopédia ao atlas passando pelo livro escolar, ou seja, todo
discurso produzido com a intenção de comunicar os elementos de saber escolar
das disciplinas pertencem à esfera dos suportes de informação [...] Eles se
caracterizam pela sua intenção de comunicação de um saber. Esta intenção
pressupõe um determinado funcionamento de linguagem, um apelo a certos
registos de vocabulário e a certos tipos de construções sintácticas que indicam
claramente a comunicação na perspectiva de transmissão a saber. Bittencourt,
(2006: 4-5)

Alguns materiais didácticos são produzidos sem uma finalidade escolar e que posteriormente
passam a ser utilizados didacticamente. São objectos produzidos para um público amplo que, pela
mediação pedagógica do professor, se transformam em materiais didácticos.

Esses materiais não são necessariamente produzidos pela indústria cultural e são seleccionados de
diferenciadas formas, de acordo com a opção pedagógica do professor ou projectos pedagógicos
da escola. São diversos materiais como contos, lendas, filmes, documentários, músicas, poemas,
pinturas, revistas, jornais, leis, cartas, romances e outros.

Materiais didácticos, como suportes de informações e/ou documentos, estão esparramados no


quotidiano escolar, como instrumentos didácticos que auxiliam na mediação pedagógica entre
professor, conhecimento e aluno. É importante compreender que tipo de material o educador
utiliza na acção didáctica, se está coerente com os métodos de ensino e convicções pedagógicas
que o docente acredita e defende, para assim fazer a utilização do instrumento pedagógico de
forma consciente e crítica.
11

Ampliando a compreensão sobre os materiais didácticos, Bittencourt (2004) discorre sobre os


produtos didácticos que são elaborados pelos alunos, e concebendo que a criação de materiais
didácticos pelo educando é decorrente do conhecimento construído no transcorrer do processo de
aprendizagem, defende que essa proposta deve ser uma das tarefas do trabalho pedagógico. Nesse
contexto exemplifica que as produções dos alunos podem ser: textos escritos (relatórios,
esquemas, monografias e dissertações), painéis, jogos, mapas, maquetes e dentre outras
possibilidades que a acção ensino e aprendizagem podem resultar.

A proposta dos alunos como produtores de materiais didácticos é defendida pela professora
Emília Viotti da Costa, que em seu artigo produzido na década de 50: “O Material Didáctico no
ensino da História”, aponta que esse preceito deve estar permeado nos espaços escolares, para a
formação de alunos mais autónomos, responsáveis e pertencentes, perante os materiais que estão
utilizando e construindo:

[...] Reafirmamos a necessidade de fazer com que os alunos tenham real


participação, quer na organização do material didáctico, quer na sua utilização.
Ele não deve receber o material pronto, mas sempre que possível irá colaborar na
sua organização e na ampliação do que já existe. O professor não se contentará
em mostrar ao aluno os gráficos e mapas ou os diapositivos, solicitará dele a sua
participação directa, levando-o a analisar, explicar, interpretar o que vê, bem
como a redigir pequenos trabalhos. Todas as vezes que for possível, empregar-se-
ao trabalho de equipe, habituando-se aos alunos a colaboração com os colegas
[...] (Costa, 1959: 72)

Os materiais didácticos dentre várias possibilidades de usos, apropriações, adaptações e


concepções na sala de aula, podem resultar em duas abordagens de trabalho pedagógico.
Primeiramente, esses artefactos educativos potencializam o trabalho educacional, com
situações didácticas contextualizadas e dinâmicas, mas por outro lado, esses instrumentos
podem ser formas de controle do trabalho do professor na sala de aula. Essa discussão é
polémica, pois alguns professores não tem um entendimento lúcido, que os materiais
podem-se tornar formas de manipulação e adestramento do trabalho pedagógico por
diversos agentes do poder. Discute a relação entre produção, consumo de material
didáctico e a desqualificação docente. Essa lógica transforma a escola num mercado
lucrativo para a indústria cultural, transformando-a numa cultura mercantilizada. Suas
pesquisas se pautam no contexto demonstrando que o uso de “pacotes” de materiais
didácticos, têm o objectivo de controlar e cercear a actividade docente.
12

Isso evidencia que em algumas circunstâncias políticas e educacionais, os materiais


didácticos são instrumentos à serviço do poder: reprimindo e domesticando o trabalho
docente.
Esses materiais no lugar de serem desencadeadores de acções educativas dialógicas,
tornam-se formas de inculcar valores e condutas impostas pelos grupos que estão no poder.
Paralelamente Bittencourt (2006) aponta que os materiais didácticos, são também formas
de regular os elementos que compõe as disciplinas escolares:

[...] O problema se situa no controle que os materiais têm exercido em relação


não apenas aos métodos, mas ao conjunto dos elementos que constituem as
disciplinas ou matérias escolares. Dominam os objectivos, os conteúdos e o
processo avaliativo, determinando externamente o trabalho dos professores e
alunos. Daí o desvirtuamento do papel essencial que devem desempenhar os
materiais didácticos. (Bittencourt, 2006: 10)

Em síntese, os materiais didácticos podem servir para legitimar uma hegemonia cultural que é
imposta. Essa conjuntura acaba transformando ideologicamente os objectivos, princípios e
conteúdos das disciplinas escolares. Esse olhar atento que os educadores devem incorporar no
momento da selecção de materiais, optando por instrumentos pedagógicos, que cumpram
realmente uma finalidade pedagógica mais democrática e ética. Esse ponto é ressaltado também
por Gimeno(1995), que ressalta a atenção e cuidado na selecção dos materiais:

Sobre os instrumentos culturais de primeira ordem como estes que, ademais,


movem uma quantidade importante de recursos, sendo mecanismo de proposição-
imposição de uma determinada cultura, se convertem em inevitavelmente em
ponto de referência dos poderes que querem assentar sua legitimidade através da
cultura escolar; e o que deve ser também todo aquele que queira contrariar a
hegemonia cultural estabelecida na escola, o tipo de cultura que se transmite nas
aulas. Os materiais curriculares devem ser objectos de atenção porque através
deles se eleva a categoria de normal e universal um tipo de conhecimento e
alguns determinados valores. (Gimeno, 1995: 98)

Por outro lado, os materiais didácticos são destinados a proporcionar um aprendizado significativo,
organizando tempos e espaços educativos para a construção de saberes escolares de forma agradável. Essa
óptica diferenciada sobre os materiais didácticos é a qual os educadores comprometidos com uma
educação democrática devem defender e cultivar em suas práticas educativas, construindo assim uma
escola que crie pontes e não abismos e fracassos.
Em relação aos materiais didácticos como instrumentos que potencializam o saber, Bittencourt (2006)
comenta que os professores sempre desejam materiais didácticos, pois a aula possui actividades, em que as
13

relações de ensino e aprendizagem, são mediadas com o uso de instrumentos capazes de informar e criar
formas de construir conhecimento.
Nesse mesmo processo, é importante problematizar os estudos levantados por Fiscarelli (2008) na qual
têm apontando que as pesquisas, políticas e as reformas educacionais, incentivam massivamente o
emprego de diversos materiais didácticos, principalmente os provenientes das novas tecnologias, como
recursos que fomentam uma aprendizagem mais eficaz, de acordo com o discurso imposto pelas novas
demandas educacionais.
Esses são alguns dos discursos propagados no contexto educacional, em relação ao material didáctico.
Através de inúmeras legislações, portarias e orientações curriculares que determinam ao professor, a
utilização dos recursos provenientes das novas tecnologias como sinónimos de eficiência, eficácia e
modernidade. Esse pressuposto acaba orientando a acção didáctica, no sentindo de controlar e normalizar
a prática pedagógica, com um arsenal de recursos pedagógicos.

Os materiais didácticos, antes simples objectos, passam a adquirir significados


importantes na concretização e efectivação de novas propostas educacionais,
direccionando e definindo nossas visões sobre o que é ser um bom professor, o
que é dar uma boa aula, o que é ser uma boa escola e o que é melhor utilizado em
sala de aula [...] (Fiscarelli, 2008: 22)
14

CAPITULO III-METODOLOGIA

3.1 Tipo e a natureza da pesquisa

Não fugindo a regra, a pesquisa é do tipo Experimental, e de natureza quantitativa e qualitativa,


que procura identificar os factores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos
fenómenos e gerar conhecimentos para solução dos problemas de ensino e aprendizagem da
História, utilizando uma abordagem descritiva, isto é, procura descrever de forma crítica as
características da população envolvida.

3.2. Métodos de pesquisa

3.2.1. Empírico

Método empírico foi usado para permitir a busca de elementos necessários para condicionar a
verificação da proposta da solução dada, permitindo desta forma flexibilizar as conclusões indutivas.
Sendo assim destacamos os seguintes elementos que testemunham o uso das seguintes técnicas:

 Questionário: esta técnica permitiu colher informações sobre o uso de mapas históricos,
colher informações sobre a percepção desta ferramenta no seio dos docentes de História.
 A observação: recorremos a esta técnica para observar as condições em que decorre o
processo de ensino e aprendizagem, a interacção professor – aluno, interacção aluno –
aluno. Isso permitiu a obtenção de dados e informações sobre o que se passa de concreto
na sala de aulas, observou-se os programas de ensino secundário geral em particular do 1º
ciclo.

 Consultas bibliográficas: esta técnica permitiu colher informação dos registos disponíveis
em pesquisas anteriores, livros, artigos, teses, para confrontar os procedimentos
metodológicos constatados e a realidade na sala de aulas.

3.2.2. Método estatístico

Este foi usado na determinação da amostra estudada assim como os procedimentos da informação
recebida, o que facilitou na generalização das interpretações exercidas a partir dos dados
colectados.
15

3.3. Actividades específicas


1. Aplicou-se um pré-questionário investigatório (alunos e professores)
2. Usou-se o mapa histórico como material didáctico para auxiliar na mediação das aulas de
História na 10ª classe.
3. A seguir os alunos foram submetidos a um “pós-questionário.

Para que se tenha condições de avaliar a eficiência dos objectivos propostos, foi elaborado um
questionário com diversas questões sobre os temas que foram abordados ao longo do trabalho.

Primeiramente esse questionário foi aplicado aos professores de história e em seguida aos alunos
como segunda actividade. A pré-execução do “questionário investigativo”, teve como objectivo o
levantamento do conhecimento prévio dos alunos, e no final das actividades, fez-se o
questionamento final a fim de poder avaliar as respostas.
16

CAPÍTULO IV- ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

4.1. Apresentação da área de estudo


A pesquisa foi realizada na escola Secundária Eduardo Mondlane cita na cidade de Chimoio. A
fotografia abaixo ilustra a face frontal do edifício da instituição que decorreu a pesquisa.

Imagem no I- Face frontal da ESEM

Fonte: Autora (2013)

4.1.1. Historial da Escola

A escola Secundária Eduardo Mondlane localiza-se na zona da cidade de Chimoio, no bairro


Josina Machel, quatrocentos metros á Leste do prédio Manuel Nunes.
Segundo dados obtidos junto a Direcção Pedagógica, a escola foi fundada em 1970 com quatro
salas de aula funcionando na altura como Cíclo Preparatório, como uma das escolas primárias
reservadas para filhos dos assimilados e brancos (fonte DAP da escola). Em 1995 a escola
beneficiou-se de obras de expansão tendo sido construídas outras quatro salas e passou já em
1997 a leccionar sexta e Sétima classes.
Com o tempo beneficiou-se de mais obras tendo passado em 2006 a escola Secundária Eduardo
Mondlane, nome que ostenta desde 1975 após a independência em homenagem ao fundador da
FRELIMO o saudoso presidente Eduardo Chivambo Mondlane.
A escola possui actualmente 19 salas de aulas convencionais e em bom estado de conservação
distribuídas em Seis blocos, possui uma sala de informática com 35 computadores bem
17

conservados e em estado operacional, possui uma cantina, seis balneários sendo dois para alunos,
dois para alunas e igual número para professores estando todos edifícios vedados por um murro
de vedação em bom estado.
No pátio da escola não existe espaço desportivo para prática de qualquer modalidade facto que
levou a Direcção a ter que negociar com outras escolas vizinhas e Governo Municipal de forma a
obter espaço para prática desport
Não possui biblioteca nem laboratório para aulas práticas estando em construção um edifício
onde irão funcionar a Biblioteca e o Laboratório.

4.1.2. Organização da escola

A Escola Secundária Eduardo Mondlane possui os seguintes bens:

a) Bens móveis
Possui 35 computadores, duas máquinas fotocopiadoras, dois televisores, um retroprojector, um
videogravador e mais de Setecentas carteiras.
b) Bens imóveis
Seis edifícios com um total de 19 salas de aula, uma secretaria, um bloco administrativo, uma
sala de docentes e uma sala onde se estalou a máquina fotocopiadora (de pertença privada), uma
cantina, seis balneários, uma torneira.
Os espaços que a escola possui são preservados por um jardineiro, um guarda e pelos alunos
(através das actividades programadas nos sábados e em punições a quem comete inflação).
Esta preservação mantém os espaços das escolas seguros, preservados e embelezados, embora a
escola sinta falta de mão-de-obra para compra duma máquina de cortar relva e torneira para regar
o jardim pois a única existente não satisfaz todo o recinto.
Relativamente ao processo de matrículas, a escola tem feito inscrições de alunos internos durante
o decurso do ano lectivo escolar e a matrícula para novos ingressos no começo de cada ano. Os
requisitos para as matrículas e inscrições são: processo do aluno, cópia de BI, certificado e um
boletim que se obtém na escola e depósito bancário no valor a afixar em cada ano.

4.1.3. Administração da escola

A área Administrativa é da responsabilidade do Administrativo da escola também denominado: o


Director-Adjunto Administrativo. É a terceira figura na hierarquia da escola depois do Director e
18

Director-Adjunto Pedagógico. Este tem como principal tarefa coordenar as actividades


relacionadas com movimentação de fundos da escola e trabalha em estreita ligação com o Chefe
da Secretaria e o Director da escola.

Segundo Regulamento Geral do Ensino Básico (REGEB), na pasta de arquivo do Director-


adjunto Administrativo deve aparecer os seguintes documentos:
 Plano de trabalho mensal do Sector, anual da Escola;
 Horário do pessoal docente e não docente;
 Justificação de faltas de todos os funcionários da escola;
 Inventários de bens móveis e imóveis patrimoniais da escola.

a) Competências do Director-Adjunto Administrativo

O Director-Adjunto Administrativo tem como competências:

1.) Assegurar o processamento e recepção mensal dos salários dos funcionários da escola e o
arquivo de inventariação anterior ou actualizada de bens patrimoniais da escola;

2.) Zelar pelas receitas não consignadas da produção escolar, despesas do orçamento e
receitas não consignadas da escola, pontualidade, assiduidade do pessoal não docente da
escola e limpeza da escola e pela manutenção e conservação dos bens patrimoniais
móveis e imóveis da escola.
Para satisfazer as necessidades da escola o sector administrativo depende essencialmente dos
fundos disponibilizados pelo orçamento do Estado, além das receitas obtidas localmente por via
de pequenas contribuições por parte dos pais e encarregados da educação. Este fundo é
distribuído por duas rubricas dos bens e serviços da escola:

1. Rubricas dos bens corresponde a material da escola-que são enxada, catanas, quadros,
carteiras, aparelhagem da escola, equipamentos desportivos, equipamentos de laboratório,
material do escritório e roupa do guarda.
2. Rubrica de Serviços-pagamentos de agentes de serviço (continos), energia, água também
para manutenção e reposição de materiais danificados. Os fundos recebidos são aplicados
para compra de bens não duradouros. Contudo verifica-se que as verbas que estão
disponíveis para escola não cobrem na totalidade as necessidades da escola assim, esta
19

não tem nenhuma forma de angariação de fundos de forma a cobrir as despesas da


mesma.

Para além do orçamento geral do estado a escola recorre ao fundo das matrículas que são
realizadas uma vez por ano, outros pequenos fundos provém de arrendamento de salas para
exames.

4.1.4. Chefe da Secretaria.

É membro do Colectivo de Direcção e subordina-se directamente ao Director-Adjunto


Administrativo da Escola.

a) Competências do Chefe da Secretaria:

1) Assegurar a recepção, protocolo e despacho de todo expediente interno e externo da


escola;

2) Controlo e registo de entrada e saída de documentação da escola, do arquivo de


documentação da escola e pela emissão de Declarações e Certificados de Habilitações
Literárias;

3) Zelar pelas actividades do pessoal não docente da escola.

4.1.5. Área Pedagógica

A área Pedagógica é encabeçada pelo Director-Adjunto Pedagógico que é membro do Colectivo


de Direcção da Escola. Ele subordina-se directamente ao Director da Escola. É responsável pelo
funcionamento correcto do Sector Pedagógico, coordena todas as actividades que dizem respeito
ao processo de ensino e aprendizagem na Escola.

Coordena as suas actividades e trabalha em estreita ligação com os Chefes do Departamento e das
Disciplinas; Coordena as suas actividades, além dos Chefes dos Departamentos, também com os
Delegados de Disciplinas.

a) Director da escola
20

O director da escola é o órgão máximo da escola. É coadjuvado nas suas funções por dois
Directores-Adjuntos Pedagógicos, pelo Directora Adjunto Administrativo e pelo Chefe da
Secretaria.
Como Líder executivo máximo da Escola, dirige, orienta, coordena, verifica, supervisão e
controla todas actividades que dizem respeito ao funcionamento correcto da instituição. Coordena
as suas actividades e trabalha em estreita ligação com os seus Adjuntos. Deve ter um arquivo com
diversas pastas contendo toda a informação do que acontece na escola.
O Director da escola não só coordena as actividades do sector pedagógico, mas sim todos os
sectores funcionais da escola desde o administrativo, Pedagógico e os demais departamentos
existentes.

b) Competências do Director da Escola:

Compete ao Director da escola:


 Convocar e presidir as reuniões do Colectivo de Direcção, as reuniões do Conselho
Pedagógico e as reuniões dos Conselho de Notas;
 Garantir, controlar a aplicação e cumprimento do regulamento de avaliação e
regulamento interno da escola;
 Cumprir e fazer cumprir as normas da função pública, o Estatuto Geral do
Funcionário do Estado na escola, o Estatuto do Professor na escola e o plano anual
da escola.
 Assegurar a veracidade da assinatura e emissão das declarações e certificados de
habilitações literárias;
 Zelar pela manutenção e conservação de todo o património móvel e imóvel da
escola, pelo funcionamento integral da escola, pela classificação anual dos
funcionários, promoção e progressão nas carreiras profissionais e pelo respeito,
dignidade aos símbolos da Nação, pela aplicação devida do orçamento e outras
receitas da escola e pelo aproveitamento geral da escola;
 Controlo de todos Sectores da escola.
21

4.1.6. Conselho Pedagógico

É um órgão de apoio técnico, científico e metodológico do Director da escola em matéria


pedagógica, composto pelo Director, Director-Adjunto Pedagógico, Chefes dos Departamentos
das disciplinas Gerais e Técnicas, Delegados de Disciplinas ou Especialidades.

a) Competências do Conselho Pedagógico


 Organizar o processo docente, metodológico e educativo;
 Garantir e controlar a aplicação dos programas, metodologias de ensino e da
avaliação da aprendizagem superiormente definida;
 Assegurar o cumprimento das normas de organização, avaliação e direcção escolar
no estabelecimento;
 Assegurar a formação dos professores em exercício na escola e a execução dos
programas de aperfeiçoamento dos mesmos;
 Promover estudos de natureza pedagógica que lhe sejam propostos;
 Coordenar e compatibilizar os planos e programas curriculares.

b) Competências do Director-Adjunto Pedagógico:


 Assegurar o cumprimento das Normas de organização, planificação, avaliação e
controle;
 Zelar pelo cumprimento de todas actividades programadas no Sector Pedagógico;
 Zelar pelo preenchimento correcto das pautas semestrais e anuais de
aproveitamento;
 Controlo da pontualidade e assiduidade do pessoal docente da escola;
 Zelar pela organização do arquivo das pastas do Sector.

c) Director de turma.

É membro do Conselho Pedagógico e subordina-se directamente ao Director do Ano.

d) Competências do Director de turma.


 Convocar e dirigir reuniões da turma;
22

 Convocar e dirigir reuniões com os Pais e Encarregados de Educação dos alunos da


turma;
 Cumprir e fazer cumprir o preenchimento correcto do livro de turma;
 Controlo do aproveitamento pedagógico da turma, e Controlo do comportamento
dos alunos da turma.
 Organizar e estruturar a turma conforme regem as Normas

4.1.7. Dificuldades na área Pedagógica

 Falta de Biblioteca no recinto escolar facto que obriga os alunos a recorrerem á


biblioteca provincial;

 Falta de um laboratório para realização de aulas práticas;


 Excesso de faltas por parte de alunos;
 Falta de espaço para práticas desportivas e aulas de educação Física

IV.2. Descrição das actividades do Campo


Reserva-se a descrever e analisar cada etapa da pesquisa das actividades desenvolvidas pelos
alunos assim como o comportamento e visão face ao mapa Histórico.

IV.2.1. Primeira etapa -Assistência de aulas tradicionais

Nesta etapa assistimos as aulas tradicionais, normalmente aplicadas em sala de aulas, sem o
auxílio do mapa histórico como forma de acompanhar a dinâmica de processo do ensino e
aprendizagem de história. Das aulas assistidas constatamos que os professores cumpriram com
todas as funções didácticas recomendadas pelos documentos normativos que regem o ensino da
disciplina de História assim como o plano curricular da 10ª classe no que tange a organização dos
conteúdos e sequência a ser usada durante a leccionação.
O facto que nos deixou triste é a fraca participação activa dos alunos nas aulas assistidas, a maior
parte dos alunos participavam de forma passiva, cabendo o professor e um grupo de dois a três
voluntários a realização de actividade facto que chamou atenção a autora. Nesta vertente, para
além de assistência de aulas elaborou-se um pré – teste como forma de medir a assimilação dos
conteúdos leccionados.
23

4.2.1.Elaboração de pré -teste


Nesta fase, elaboramos o pré – teste constituído por 5 perguntas para medir o nível de assimilação
das aulas assistidas. A primeira pergunta tinha objectivo de situar os alunos sobre o tipo de
perguntas que de seguida iriam responder, nesta ordem de ideia para esta pergunta todos alunos
responderam que “sim” tinham ouvido falar sobre mapa. Esta pergunta não está contemplada na
tabela que faz a menção de número total de respostas certas e erradas por razões acima citada,
para as perguntas subsequentes tinhamos as seguintes perguntas (Ver Apêndice 1).
Os alunos aderiram positivamente ao pré - teste visto que sensibilizamos a eles quanto ao
objectivo do questionário que não era de carácter avaliativo mas sim colher informações sobre o
nível de habilidades em uso de mapas.

IV.2.2. Segunda etapa – Aulas usando mapas históricos

Foram capacitados 20 alunos durante cinco dias, sendo aulas de 45 minutos perfazendo um total
de 225 minutos de leccionação.
O intuito principal das aulas era de testar a eficácia do instrumento. No entanto, os alunos
mostraram – se muito entusiasmados em aprender a História através das imagens que exploravam
através dos mapas, foram aulas muito concorridas tanto por parte dos alunos como por parte do
professor-tutor.

IV.2.3. Correcção das actividades


Esta fase foi caracterizada por exibição do trabalho feito, e as conclusões tiradas pelos alunos em
cada alínea.
Um facto curioso constatado nesta fase foi da disponibilidade que os alunos mostraram em
apresentar as suas actividades no quadro preto, como forma de gerir este voluntarismo, cada
tarefa era apresentada por um grupo de alunos.

IV.2.4. Elaboração do pós-teste

Como forma de medir o nível de assimilação das aulas desenvolvidas depois do pré – teste
elaborou-se um pós -teste, que permitiu fornecer dados sobre o estudo, visto que pretende-se com
esta variável medirmos a sua influência no grupo experimental em relação ao grupo de controlo.
Foram envolvidos no pós -teste todos os dois grupos sendo o grupo experimental e de controlo.
24

IV.3. Análise e discussão dos resultados do Questionário


O presente estudo tinha como ponto de partida a seguinte pergunta: “Porque é que os docentes
não recorrem a mapas históricos na mediação das aulas de História na 10ª classe?” Para
encontrar a resposta, foram colocadas várias perguntas a saber:

IV.3.1. Perguntas dirigidas aos docentes de história

IV.3.1.1. Sobre a informação da existência de mapas históricos

V. Já ouviu falar de Mapa Histórico?


Sim_____
Não_____
Respondidas estas perguntas pelos dois docentes de história da 10ª classe da Escola Secundária
Eduardo Mondlane obteve-se as seguintes respostas;
Tabela no 2- informação da existência de mapas históricos

Sim Não

4 1

80% 20%

Fonte:Autora
Estes dados indicam que maior parte dos professores da Escola Secundária Eduardo Mondlane
estão informados sobre a existência de mapas históricos.

4.3.2. Experiência em uso de mapas históricos

VI. Alguma vez usou qualquer tipo de mapa para leccionação das suas aulas?
Sim___
Não_____
25

Tabela no 3- Experiência em uso de mapas históricos

Sim Não

0 5

0% 100%

Fonte: Autora
Observa-se a partir dos resultados colhidos que apesar de quatro professores terem respondido
positivamente (que já teriam ouvido falar de mapas históricos), no que se referem a sua
utilização, todos eles disseram que nunca teriam usado algum mapa histórico.
Para apurar a veracidade da resposta dada por estes, a autora visitou a biblioteca e a secção
pedagógica tendo solicitado os mapas aí existentes, constatou que naquela escola não existe
nenhum mapa puramente adquirido para aulas de história. Os únicos existentes se relacionam
com a disciplina de Geografia.

4.3.3. Sobre importância do uso de mapas históricos nas aulas de história


Respondendo a pergunta número 6 “Na sua opinião acha que usando os mapas históricos melhora
o processo de ensino-aprendizagem?” obteve-se os resultados do quadro a seguir:
Tabela no 4- importância do uso de mapas históricos nas aulas de história

Sim Não

4 0

100% 0%

Fonte: Autora
Observa-se nesta secção que a autora trabalhou com quatro inqueridos invés de Cinco pelo facto
de um dos docentes ter respondido que nunca ouviu falar de mapas históricos, acreditando que
este teria poucas ideias sobre a sua importância. Sendo assim, os quatro inqueridos foram
unânimes em assinalar que acreditavam que a sua aplicação nas aulas de História seria um
contributo para melhorar o processo de Ensino-aprendizagem.
26

4.3.4. Sobre a razão de não uso de mapas históricos


Respondendo a pergunta 7, (Qual é a maior dificuldade que sustenta o não uso dos mapas
históricos na disciplina de história? foram dadas as seguintes respostas
Tabela no 5- razão de não uso de mapas históricos

Falta deste Escassez de Falta de experiência no Falta de Outro


material tempo manuseio dos mapas motivação

3 1 1 0 0

60% 20% 20% 0% 0%

Fonte: Autora

Representados graficamente, observa-se que a razão determinante que justifica o não uso de
mapas históricos nas aulas de História na escola é a falta deste material. Eis o respectivo gráfico:
Gráfico no 1-Razão de não uso dos mapas históricos

Fonte: Autora

A partir destas constatações, pode se afirmar que na Escola secundária Eduardo Mondlane não se
explora mapas históricos para a leccionação das aulas de história devido a inexistência deste
material na biblioteca da escola bem como na secção pedagógica da mesma.
27

4.4. Análise do questionário dirigido aos alunos

4.4.1. Sobre o nível de dificuldade para com a disciplina (Como classifica a disciplina de
historia)
Respondendo a esta pergunta, foram obtidos os seguintes resultados:

Tabela no 6- nível de dificuldade para com a disciplina


Fácil Difícil Razoável
11 8 21
Fonte: Autora

Para melhor percepção dos dados da tabela acima, apresenta-se o gráfico correspondente:
Gráfico no 2-Avaliação do nível de dificuldade

Fonte: Autora

Podemos afirmar que a maior parte dos alunos daquela escola sentem que a disciplina de história
não é fácil nem difícil. Isto é, razoável. Esta resposta, chama atenção a aplicação de mais esforço
no sentido de tornar a prendizagem de história muito mais facilitada do que já é. Um dos
instrumentos que quando efectivamente explorado pode ajudar a apróximar o ensino a esta
pertenção, é o uso de mapas históricos durante as aulas.
Os mesmos alunos, respondendo a pergunta sobre o material didáctico usado pelos seus
professores de história, assinalaram as seguintes respostas:

4.4.2. Sobre o material didáctico utilizado pelos docentes de História (Assinale o que o
professor traz na sala para usar durante as aulas)
Tabela no7- material didáctico utilizado pelos docentes de História
Desenhos Imagens Mapas Cartazes Áudio ou vídeo Livros
3 12 0 0 0 33
Fonte: Autora
28

Antes de analizarmos estes resultados, importa frizar que esta pergunta admitia várias respostas
pelo que os alunos cada alínea poderia ser assinalada pelo máximo de 4 alunos.
Pelas respostas, ficou claro que os professores recorrem principalmente aos livros para
transmissão dos conteúdos. Isso chama atenção não só para aquisiçào dos materiais
necessãrios(mapas históricos) mas também, há que pensar-se numa sensibilização aos docentes
para motivá-los a aplicarem no uso do material didáctico sobretudo no material de fácil acesso.

4.5. Análise do trabalho prático


Neste ponto apresenta-se a discussão dos resultados bem como as conclusões parciais. Tal como
referiu-se anteriormente, esta pesquisa tem como objectivo divulgar a importância dos mapas
históricos no ensino da disciplina de História na ESEM, como uma ferramenta didáctica
motivadora do PEA.
Neste contexto, a discussão dos resultados e as conclusões são orientadas para a resposta às
questões de estudo. No entanto, continua-se este capítulo com uma etapa em que se faz a
apresentação dos casos constituídos no estudo, devido a sua importância para os alunos, visto que
nas constatações acima, cerca de 47 % dos alunos inqueridos apontaram a disciplina de História
como sendo complicada. Para facilitar a aprendizagem de história assim como de qualquer
disciplina, é importante torná-la motivadora e participativa usando instrumentos e materiais
didácticos que tornam a aprendizagem facilitada.
Assim, foram realizados testes diagnósticos e Pos-teste para averiguar a eficácia deste
instrumento (Mapas históricos) no ensino de História na ESEM em Chimoio

4.5.1. Analise dos testes


Nessa fase analisamos os resultados dos testes realizados pelos alunos. De recordar que a nossa
amostra foi de 40 alunos, este grupo dividimo-lo em dois grupos nomeadamente o 1º que é o
grupo de controlo e o 2º que é o grupo experimental. Importa salientar que este grupos foram
criados de forma aleatória isto é, sem nenhum critério predefinido.

Com tudo, o 2º grupo experimental, foi constituído por 20 elementos nos quais foram submetidos
a uma aprendizagem de aulas com auxílio de mapa histórico como ferramenta motivadora do
PEA, sendo este um factor que desejamos saber a influência sobre o grupo experimental, em
relação ao 1º grupo de controlo que é constituído por 40 alunos, sendo este grupo dos elementos
29

que apresentam exactamente todas as características do grupo experimental, menos a variável a


ele aplicada, como ilustra o gráfico 3.
Gráfico 3- grupo experimental e o grupo de controlo

Fonte: Autora

4.5.2. Análise do pré-teste


Nesta etapa efectuamos o levantamento dos resultados obtidos no pré - teste e a sua análise, os
resultados dos testes aplicados aos alunos que constituíram a nossa amostra são a principal base
da análise da nossa investigação, nesta vertente, foi necessário fazer a apresentação da tabela
geral dos resultados encontrados. Importa ainda salientar que foram avaliados todos os grupos, de
controlo e experimental, onde constatou – se que os dois grupos responderam todas as 6
perguntas que constituíram o pré-teste não havendo resposta em branco o que ajudou nas nossas
conclusões de pesquisa. Para melhor ilustração dos dados das respostas compilamos -os na tabela
no 8.

Tabela 8-número total de respostas por cada Grupo no pré-teste

Grupo de controlo Grupo experimental


Alíneas No de Resp. No de Resp. No de Resp. No de Resp.
Perguntas Certas Erradas Certas Erradas
2.1 2 18 3 17
2.2 6 14 4 16
2.3 8 16 8 12
2 2.4 9 11 5 15
3 6 14 3 17
4 3 17 1 19
Total 34 90 24 96

Fonte: Autora
30

Analisado os dois grupos concluímos que apresentavam quase o mesmo nível de assimilação
visto que para o grupo de controlo dos 20 alunos avaliados, das 124 respostas certas esperadas
apenas 34 perguntas estavam certas e 90 erradas o que significa 27.4% das respostas certas, e
72.6% das respostas erradas. Como ilustra o gráfico.
Gráfico 4- percentagem das respostas certas e erradas do grupo de controlo

Fonte: Autora
Já para o grupo Experimental, das 120 respostas certas esperadas apenas 24 estavam certas e 96
erradas, o significa 20% de respostas certas e 80% de respostas erradas como ilustra o gráfico 5.
Gráfico 5- percentagem das respostas certas e erradas do grupo Experimental

Fonte: Autora

4.5.3 Análise do pós-teste


Nesta fase a analise foi de carácter quantitativo e qualitativo. Visto que pretendíamos não só
quantificar os resultados assim como verificar a natureza dos erros cometidos.
No entanto, os alunos adeririam de forma a activa na resolução das questões, não houve
respostas em branco.
31

Com tudo, o pós - teste foi constituído por 5 perguntas ambas com objectivo geral de medir a
percepção conteúdo ministrado com ajuda do mapa histórico como ferramenta didáctica. No
concernente aos resultados constatados segue a tabela 9 com o número total das respostas certas e
erradas.
Tabela 9- número total de respostas por cada grupo no pós-teste
Grupo de controlo Grupo experimental

Perguntas No de Resp. No de Resp. No de Resp. No de Resp.


Certas Erradas Certas Erradas

1 18 2 20 0
2 11 9 19 1
3 8 12 18 2
4 6 14 14 6
5 1 19 11 9
Total 44 56 82 18
Fonte: Autora
Diante dos dados que nos são fornecidos pela tabela II está evidente que para o grupo de controlo
das 100 respostas certas esperadas apenas 44 estavam certas e 56 estavam erradas o que significa
44.2% das respostas certas e 55.7% de respostas erradas com forme ilustra o gráfico 6.
Gráfico 6-percentagem das respostas certas e erradas do grupo de controlo

Fonte: Autora
Para o grupo Experimental das 100 respostas certas esperadas apenas 82 estavam certas e 18
estavam erradas o que significa 82% de respostas certas e 18% de respostas erradas com forme o
gráfico 7.
32

Gráfico 7-percentagem das respostas certas e erradas do grupo Experimental

Fonte: Autora
33

CAPITULO V-CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

1. Com as constatações feitas, ficou provado que o fraco uso do material didáctico (mapa
histórico) nas aulas de história deve-se a inexistência desse material na biblioteca e na
secção pedagógica daquela escola. Ficou ainda claro a partir das respostas dadas pelos
alunos que os professores daquela escola não fazem esforços pessoais no sentido de
explorar o material didáctico de fácil acesso (33 dos 40 alunos assinalaram que os
professores usam principalmente o livro de aluno)
2. Quanto a sua utilidade, todos os docentes acreditam que este é um material didáctico
importante para a disciplina que leccionam e que a sua aplicação poderá auxiliar na
mediação e assimilação dos conteúdos de história.
3. A aplicação dos mapas históricos na leccionação da disciplina de História não so facilita a
percepção dos conteúdos como também constrói um conhecimento duradouro pois, é um
estudo pela descoberta. Ao aproximar o estudante a realidade e ajuda-o a construir ideias
próprias.
4. As aulas de história leccionadas com auxílio de Mapa histórico, tornam-se cada vez mais
interessantes e o aproveitamento pedagógico melhora.(82% dos alunos do grupo
experimental acertaram nas respostas enquanto 42.2 % das respostas dadas pelo grupo de
controlo é que estiveram certas)
5. É preciso perceber que este instrumento é negligenciado em muitas escolas do país onde
não é atribuida a categoria de ser um instrumento importante para o ensino e
aprendizagem de História assim como são considerados os laboratórios de Química,
Biologia entre outros.
6. A escola Secundária Eduardo Mondlane está em condições de adquirir mapas históricos e
equipar a biblioteca de outros meios que são úteis para a disciplina de História.
7. Os mapas históricos são de extrema importancia no PEA da Disciplina de História.

5.2. Recomendações
 Recomenda-se a Direcção da Escola secundária Eduardo Mondlane a adquirir mapas
históricos junto as livrarias da cidade ou fora dela para apetrechar a biblioteca e a Secção
Pedagógica;
34

 Os docentes da escola Secundária Eduardo Mondlane devem explorar os materiais


didácticos ao seu dispor e serem criativos na produção de material didáctico de facil
acesso para facilitar o processo de ensino de História;
 Deve-se fazer um levantamento ao nível de classe dos temas ou conteúdos que precisam
ser leccionados com ajuda dos mapa históricos de modo a encontrar meios aternativos da
sua exploração;
 A Direção da Escola deve fazer o acompanhamento não só dos mapas históricos, como
também de todos outros materiais didáticos que possam ser usados na disciplina de
História.
35

Referências bibliográficas

Anpuh. 2005. XXIII Simpósio Nacional de História; Londrina,


Atlas mundial
Bittencourt, Circe Maria Fernandes,2004. Ensino de História fundamentos e métodos. São Paulo:
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fundamental. Caderno Cedes. Campinas.
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Mediação.
Carvalho, A. M. P. (2004). Ensino de ciências: Unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Ed.
Pioneira, Thomson Learning.
Cavalcanti, L. de S. (1998). Geografia, escola e construção de conhecimentos. (3ª ed). Campinas:
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Costa, E. da V. (1959. O Material Didático no ensino da História. Revista Pedagógica: São
Paulo.
Fiscarelli, R. B. O. (2008). Material didático: discursos e saberes. Araraquara.
Gimeno, S. J. (1995). Materiales y textos: contradicciones de la democracia cultural. In:
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Machado, S. & Barbosa, S (2010). Manual de Procedimentos - Mapa histórico. In
www2.ibb.unesp.br/instituição/mapa histórico/ documentos/ manual. BOTU.pdf. a cessado no dia
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Moreira, I.A. G, (2002). Construindo o espaço humano. São Paulo: Ática,.
Silva, A. de M. (1999). A importância dos meios didácticos na educação infantil. Brasil.
MEC- Moçambique. (2008). Regulamento Geral do Ensino Básico(REGEB).
Barreira. Domingos. (1956). Novo Dicionário da Língua portuguesa.
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Apêndices e Anexos
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

Licenciatura em Ensino de Historia

Importância do Uso do Mapa Histórico na Disciplina de Historia

Jolita Andrade

Chimoio, Março de 2015


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

Licenciatura em Ensino de Historia

Importância do uso do Mapa histórico na Disciplina de Historia

Monografia apresentada ao Centro de Ensino à


Distância da UCM, como um dos requisitos
exigidos para obtenção do Grau de
Licenciatura em Ensino de História.

Candidata: Jolita Andrade

Supervisor: Matias Aleixo Manejo

Chimoio, Março de 2015

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