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Nome: Elisa Maria Machado Lima

Data: 02 de março de 2022

Escreva um breve texto justificando a sua escolha na classificação dos tópicos 24, 25, 28
e 30.

24. Nenhuma teoria é neutra e desinteressada. O currículo passa a ser visto como uma
construção histórica e social que privilegia os conhecimentos considerados válidos.

Fiquei em dúvida, não sabia se colocava em crítica ou pós crítica. Após reler, encontrei
que ambas as teorias (crítica, marxista, e pós crítica, textualista discursiva) concordam
que só há neutralidade para a teoria tradicional. No entanto, decidi colocar como pós-
crítica.

“As teorias críticas e as teorias pós-críticas, em contraste,


argumentam que nenhuma teoria é neutra, científica ou
desinteressada, mas que está, inevitavelmente, implicada
em relações de poder (SILVA, 209, p 16).”

25. Procuram olhar com atenção para o conjunto de transformações políticas, econômicas,
educacionais, culturais e tecnológicas que emergem desde as últimas décadas do século
XX, alterando significativamente os modos de vida de diferentes sociedades,
configurando o que alguns autores chamam de pós-modernidade. Incorporam em suas
análises conceitos e concepções do pós-estruturalismo e dos estudos culturais, dedicando
atenções para a desconstrução, as diferenças, as representações e os processos de
subjetivação implicados com o conhecimento escolar. Nas disputas teóricas do campo do
currículo, são criticadas por enfatizarem processos discursivos das desigualdades e um
certo abandono da classe social em suas produções.

Primeiro coloquei essa afirmação em crítica, após mais leituras, troquei para teoria pós
crítica. Isto porque, acredito que a teoria pós-crítica tece discursos sobre a desigualdade,
por isso, percebo na teoria pós crítica maior desprendimento de energia para encontrar o
equilíbrio social e valorização do diferente.
“As ideias de razão, ciência, racionalidade e progresso
constante que estão no centro desse pensamento estão
indissoluvelmente ligadas ao tipo de sociedade que se
desenvolveu nos séculos seguintes. De uma certa
perspectiva pós-modernista, são precisamente essas ideias
que estão na raiz dos problemas que assolam nossa época.
Em termos estéticos, o pós-modernismo ataca as noções de
pureza, abstração e funcionalidade que caracterizaram o
modernismo na literatura e nas artes (SILVA, 209, p 111).”

As teorias pós-críticas revelam que o poder está em toda parte e que é multiforme. E as
teorias críticas afirmam, existe formas de poder mais perigosos e ameaçadores do que
outros.

“O pós-modernismo também coloca em dúvida a noção de


progresso que está no próprio centro da concepção moderna
de sociedade. O prestígio dessa noção pode ser medido pelo
prestígio do adjetivo correspondente: "progressista". Para o
pós-modernismo, entretanto, o progresso não é algo
necessariamente desejável ou benigno. Outra vez, sob o
signo do controle e do domínio sobre a natureza e o outro,
o avanço constante da ciência e da tecnologia, apesar dos
evidentes benefícios, tem resultado, também, em certos
subprodutos claramente indesejáveis (SILVA, 209, p 112).”

28. E escola tem a função de ajustar e de adaptar os sujeitos à sociedade.

Considero essa afirmação pertencente à teoria tradicional, visto que, essa teoria valoriza
a aceitação, o ajuste e a adaptação. Favorece a hegemonia.

30. São teorias da desconfiança radical da estrutura social dominante, do status quo,
entendendo a escola e o conhecimento como fundamentais para a emancipação dos
sujeitos.
Creditei essa afirmação à teoria pós crítica, pois, segundo Silva (2009),

“O pós-modernismo tem uma desconfiança profunda, antes


de mais nada, relativamente às pretensões totalizantes de
saber do pensamento moderno (SILVA, 209, p 112).”

Teorias Tradicionais Segundo Silva (2009),

Neutralidade, educação escolarizada, formação do trabalhador especializado ou,


proporcionando uma educação geral e acadêmica.

Bobbitt (1876-1956), escreve livro que marca a escola como conservadora e burocrática,
para resultados específicos, por meio do modelo empresarial. Assim, estabelece o
currículo, que tem transmissão de conhecimento sistematizado, lógico e método
expositivo, tendo o professor como centro. Sistema educacional newtoniano-cartesiano,
tradicional, tecnicista e escolanovista, que domina e prevalece até década de 1960.

Teorias Críticas do Currículo trouxe concepções críticas de currículo, que provocam


inversão nas bases das teorias tradicionais

As teorias críticas, inspiradas na teoria dialética-crítica de Karl Marx (1818-1883),


desconfiam do status quo, responsabilizando a teoria tradicional pelas desigualdades e
injustiças sociais.

Bourdieu faz parte da teoria crítica e é quem defende que o currículo determina valores e
hábitos, que produz e mantém a desigualdade, portanto, é teoria crítica.

“A escola contribui para esse processo não propriamente


através do conteúdo explícito de seu currículo, mas ao
espalhar, no seu funcionamento, as relações sociais do local
de trabalho. As escolas dirigidas aos trabalhadores
subordinados tendem a privilegiar relações sociais nas
quais, ao praticar papéis subordinados, os estudantes
aprendem a subordinação. Em contraste, as escolas
dirigidas aos trabalhadores dos escalões superiores da
escala ocupacional tendem a favorecer relações sociais nas
quais os estudantes têm a oportunidade de praticar atitudes
de comando e autonomia (SILVA, 2009, p. 33).”

Teorias Pós-Críticas a questão de gênero e sexo entram para as discussões teóricas. O


sistema patriarcal é questionado diante da desigualdade entre mulheres e homens.

O currículo oficial valoriza a separação entre sujeito e


conhecimento, o domínio e o controle, a racionalidade e
a lógica, a ciência e a técnica, o individualismo e a
competição. Todas essas características refletem as
experiências e os interesses masculinos, desvalorizando,
em troca, as estreitas conexões entre quem conhece e o
que é conhecido, a importância das ligações pessoais, a
intuição e o pensamento divergente, as artes e a estética,
o comunitarismo e a cooperação – características que
estão, todas, ligadas às experiências das mulheres
(SILVA, 2009, p. 94).

A natureza é ampla e constituída pela diversidade, que é um fator biológico, cultural e


humano. Portanto se faz presente na produção de práticas, saberes, valores, linguagens,
técnicas artísticas, científicas, representações do mundo, experiências de sociabilidade e
de aprendizagem. Todavia, há uma tensão nesse processo. Por mais que a diversidade seja
um elemento constitutivo do processo de humanização, há uma tendência nas culturas, de
um modo geral, de ressaltar como positivos e melhores os valores que lhe são próprios,
gerando um certo estranhamento e, até mesmo, uma rejeição em relação ao diferente
(GOMES, 2008, p. 18).

[...] a capacidade de conviver com a diferença, sem falar na capacidade de gosta dessa
vida e beneficiar-se dela, não é fácil de adquirir e não se faz sozinha. Essa capacidade é
uma arte que, como toda arte, requer estudo e exercício. A incapacidade de enfrentar a
pluralidade de seres humanos e a ambivalência de todas as decisões classificatórias, ao
contrário, se perpetuam e reforçam: quanto mais eficazes as tendências a 2807
homogeneidades e o esforço para eliminar a diferença, tanto mais difícil sentir-se à
vontade em presença de estranhos, tanto mais ameaçadora a diferença e tanto mais intensa
a ansiedade que ela gera (BAUMAN, 2001, p. 123).

BAUMAN, Zygmund. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2001.
GOMES, Nilma Lino. Indagações sobre currículo: diversidade e currículo; organização
do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do
Nascimento. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.
48p.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do
currículo. 3.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

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