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Cadernos PDE
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Constitui-se numa nova modalidade esportiva que nasceu nos EUA a partir da
sistematização da antiga prática de pular corda. O que um dia foi uma brincadeira
exclusiva do público infantil se tornou esporte e hoje em dia, em vários países da
Europa, principalmente, é muito praticado tanto por crianças como adultos de ambos
os sexos.
Trata-se de uma modalidade que ano após ano cresce cada vez mais no
mundo esportivo. Historicamente, essa atividade começou a se constituir de fato
como uma modalidade esportiva ao final da década de 1970. De acordo com o site
da federação Internacional de Rope Skipping (FISAC-IRSF), o jogador de futebol
americano Richard Cendali passou a criar novas formas de pular corda em seus
treinos físicos. Como Cendali também era professor de Educação Física, decidiu,
então, aplicar em seus alunos as experiências que vinha desenvolvendo
individualmente com a corda. A ideia do professor teve tamanha aceitação por parte
dos alunos que eles, além de se exercitarem com os saltos recém-apresentados,
também passaram a inventar novas maneiras de saltar. O Rope Skipping, em pouco
tempo ficou conhecido em muitos países e passou por um processo de
esportivização de sua prática, deixando de ser uma simples atividade recreativa para
tornar-se um esporte competitivo.
O Rope Skipping é uma atividade física que tem por base o aproveitamento
desportivo de um gesto ancestral; SALTAR Á CORDA, utilizando uma diversidade
de saltos, acrobacias e manejos de corda, bem como infinitas combinações de
habilidades e possibilidades de sincronismo entre os saltadores e a música. Devido
à facilidade de adesão (modalidade simples e econômica) e progressão na
aprendizagem, naturalmente se constitui como um modo muito eficaz para
aumentar, não só a condição física, mas também a autoestima e o processo de
socialização, contribuindo para a luta contra a exclusão social. São várias as formas
de saltar, com: corda individual / duas corda longas (Double Dutch); a partilha das
cordas na Roda Chinesa; dois participantes partilhando a mesma corda; todos com
uma corda longa. Para efeitos de competição apenas se contabilizam duas formas,
com:
- corda individual (provas de velocidade; resistência, potência e Freestyle).
- duas cordas em Double Dutch (provas de velocidade e Freestyle).
Atualmente o Rope Skipping continua a ser um excelente método de
desenvolvimento da aptidão física. É frequentemente identificada como uma das
atividades de aptidão físicas mais completas. Um treino bem sistematizado leva ao
desenvolvimento, não só do sistema cardiovascular como também no
desenvolvimento músculo esquelético. Estes aspetos nunca foram esquecidos pelos
pugilistas que sempre utilizaram o salto à corda nos seus treinos. É ainda um
método do treino de resistência utilizado nos variados desportos, desde o handebol
até ao futebol, passando pelo ciclismo e atletismo (Cendali, 1977). Numerosas
organizações de saúde, tal como a American Heart Fundation, reconhecem os
benefícios e apoiam ativamente o desenvolvimento do salto à corda. É também
recomendado pela Faculdade Americana de Medicina Desportiva.
Segundo Kalbyfleisch (1990), numa referência ao médico Norte-americano,
(Dr. Cooper, 1992) a prática desta modalidade queima o triplo das calorias que a
corrida. De fato, 10 minutos a saltar à corda correspondem a cerca de 30 minutos de
corrida e, como é feita de forma aeróbia, contribui para queimar gorduras. Para além
disso, a pressão exercida nos joelhos, nos quadris e nas costas, durante a
aterragem (queda), é inferior à pressão exercida durante a corrida.
O Rope Skipping ajuda no combate às doenças do coração, à obesidade, à
osteoporose e à diabetes do tipo II, ajuda ainda a desenvolver a resistência
cardiorrespiratória, agilidade, coordenação, velocidade, resistência muscular,
flexibilidade, ritmo e equilíbrio. (Kalbyfleisch, 1990).
O Rope Skipping desenvolve:
- Resistência cardiorrespiratória
- Resistência muscular
- Agilidade
- Flexibilidade
- Coordenação
- Ritmo
- Velocidade
- Equilíbrio
Corpo Físico
Corpo Máquina
Biológico
Social
Cultural
Corpo contextualizado
Imagens: Documento – Especialização em Educação Física – Apostila; Universidade Aberta do Brasil, pg16.
Na prática pedagógica efetuada, ficou claro as atividades próprias
desenvolvidas pela corda que servem de ponto de partida para a elaboração de um
plano de trabalho na escola; esta prática pedagógica sempre foi alvo de constantes
discussões e apontamentos, principalmente no que tange a condução de
metodologias pelos educadores em todas as suas ações previstas, pois prioriza
como foco uma reformulação pedagógica na prática para a formação na cidadania e
para a construção do conhecimento significativo.
Entendemos a prática pedagógica como uma metodologia de trabalho que
caracterizou a construção coletiva do conhecimento e que constituiu num resultado
de aprendizagem, e também num processo de construção de conhecimento. O
movimento corporal que é tema da Educação Física não é qualquer movimento, não
é todo movimento, é o movimento com significado/sentido.
Tabela 1 - Questão 1
Quantos alunos foram inscritos no projeto? Qual a Frequência N %
de participação?
6º ano 36 98
9º ano 38 95
[...] Basta uma a duas cordas, a corda pode ser pequena ou grande, e
o adolescente, faz o movimento de saltar naturalmente. Liberar as
energias é uma necessidade e o movimento é uma tentação
irresistível.
Tabela 2 - Questão 2
Tabela 3 - Questão 3
Como era o relacionamento do aluno com os amigos antes N %
de entrar no projeto?
6º ano
Tabela 4 - Questão 5
O relacionamento com os amigos mudou após a atividade N %
do projeto?
6º ano
[...] nuca tive uma atividade com corda deste jeito. A escola poderia
continuar com o projeto no ano que vem com mais cordas, aqui na
aula fiz amigos que me ajudaram na hora de passar na corda. (Fala
de aluno integrante do projeto de intervenção).
Tabela 5 - Questão 6
6º ano
Diante de uma dessas conversas podemos citar um aluno que disse, antes da
prática: “Esta tal de corda “X” é muito difícil e ninguém vai conseguir passar”. Esta
conversa corrobora com os estudos de Vygotsky que diz , ao brincar a criança
reproduz nas atividades adulta de sua cultura e ensaia seus futuros papéis e valores.
Desta forma, esta atividade dá oportunidade para o desenvolvimento intelectual do
aluno, promovendo a aquisição de valores através de estímulos desafinando suas
habilidades e atitudes necessárias à sua participação social mediante a convivência
com seus companheiros. Nessa fase escolar, ocorrem grandes transformações
psicológicas, pelas quais deixam o aluno confuso e com grande capacidade de
reagir a conflitos de maneira diferenciada, pois a intensidade das emoções faz parte
de seu cotidiano. Nesse caso, o aluno reage após uma dificuldade apresentada na
atividade, pois quer de alguma maneira consolidar sua identidade e seu espaço
dentro da turma com o seu sucesso.
Para validar as respostas da pesquisa e referenciar a questão dos conflitos
entre os alunos, constata-se que os níveis de sociabilidade foram alterados de forma
significativa proporcional aos desafios encontrados por etapas que os alunos tiveram
sucesso. Diante dessa análise, a atividades com a corda podem ser considerado um
valioso agente de formação de valores e consequentemente, um fator integrador da
socialização na escola, pois nos contextos escolares os projetos de intervenção,
adotam desafios educacionais e temas transversais para reflexão e aprendizado dos
alunos, como respeito, ética, pluralidade cultural e diversidade.
Dentro dos assuntos abordados através dessa questão, pode-se perceber
que os alunos pesquisados estão sujeitos a grandes situações de cobrança,
reagindo de formas diferenciadas neste contexto escolar, mas constata-se também
que o trabalho de resgate através da cultura corporal realizado pelo projeto de
intervenção, tem cooperado para a transformação desses alunos, aumentando sua
conscientização sobre valores, seus conhecimentos de cidadania e socialização.
Tabela 6 - Questão 4
Internet 25 60
Jogar bola no pátio da escola 6 40
9º ano
Internet
Jogar bola no pátio da escola
Regulares 27 46,7
Boas 19 53,3
8- O aluno melhorou seu desempenho escolar na disciplina N %
após ações previstas do projeto?
Sim 32 67
Não, permaneceu o mesmo 4 33
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. CONCLUSÃO
Coll, C.; Pozo, C. & Sarabia, C. As Atitudes: Conceituação e sua Inclusão nos
Novos Currículos. In: C. Coll; C. Pozo & C. Sarabia (Eds.). Os conteúdos na
reforma (pp. 121-169). S.L.: Artmed. 1997
FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal.
São Paulo: Scipione, 2003.
OLIVEIRA, Valeska F. de. A face oculta dos conteúdos. In: Revista Contexto &
Educação. Ijuí: UNIJUI, ano 4, nº 15, 1989, pp. 09 – 18.
PICCOLO. Vilma Leni Nista (org.). Educação Física escolar; ser... ou não ter?
Campinas, SP; Editora da Unicamp, 1995.
SATO, A.P.B. Rope Skipping; uma nova modalidade esportiva. 2002. 30 folhas.
Trabalho de Conclusão de Curso (Educação Física) Faculdade de Educação Física,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
YIN, Robert , Case Study Research: Design and Methods (2ª Ed) Thousand Oaks,
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