Nomes: Douglas Felipe Gonçalves de Almeida Tiago José Quadros Pereira
1) Correlacione, segundo Chalmers, as afirmações:
“A consciência pode estar em todo lugar” “(...) a diferença física que faz uma diferença no mundo é informação” “organização funcional” se refere aos padrões físicos de causa/estímulos (input) e efeito/comportamento (output). A abordagem distinta de David Chalmers em relação à mente e à consciência oferece uma visão provocadora que desafia as tentativas convencionais de reduzir fenômenos mentais a meros processos físicos ou funcionais. Chalmers não apenas destaca a organização funcional como explicativa para grande parte da cognição, mas vai além, argumentando que a consciência permanece como uma propriedade irreduzível. Nesse contexto, o filósofo australiano fundamenta sua perspectiva na distinção entre dualismo e monismo na filosofia da mente, apontando para as limitações inerentes das abordagens materialistas, funcionalistas e fisicalistas tradicionais. Ao explorar a inadequação das explicações exclusivamente físicas ou funcionais da mente, Chalmers propõe uma síntese original entre o funcionalismo e o dualismo de propriedade. Sua argumentação sugere que a consciência é uma realidade não funcional, coexistindo intricadamente com a organização funcional dos estados mentais não conscientes. A expressão “a consciência pode estar em todo lugar” ressalta a visão inovadora de Chalmers de que a consciência transcende limites, não se confinando a uma localização específica no cérebro ou em qualquer sistema particular, mas sim, sendo uma propriedade distribuída por todo o universo. Essa perspectiva revela o panpsiquismo de Chalmers, indicando a possibilidade de a consciência estar presente nos níveis mais fundamentais da realidade. Ao afirmar que a diferença física – que efetua uma mudança no mundo – é informação, Chalmers reconhece a importância crucial da organização funcional na explicação de vários aspectos da mente. Contudo, ele enfatiza que a consciência transcende essa análise funcional. Nessa perspectiva, ele explora a intricada relação entre organização funcional e consciência, sugerindo que a organização funcional está intrinsecamente vinculada aos padrões físicos de causa e efeito que podem estar associados à consciência. A organização funcional, compreendida como padrões físicos de causa/estímulos (input) e efeito/comportamento (output), destaca a abordagem de Chalmers em sua análise da consciência em relação à informação e organização funcional. Ele vai além ao afirmar que a consciência não é exclusiva dos seres humanos, podendo também estar presente em sistemas não humanos, enquanto a informação permeia todas as interações físicas que causam mudanças no mundo. Ademais, Chalmers sugere que a organização funcional está intrinsecamente ligada à consciência, ampliando a possibilidade de explicação da consciência em termos de padrões físicos de causa e efeito. Finalmente, ao introduzir o conceito de “pampsiquismo”, Chalmers não apenas sugere, mas fundamenta a ideia de que a consciência é uma propriedade inerente ao universo, manifestando-se em todos os lugares e em todos os níveis. Essa proposição implica uma reconsideração profunda da relação entre mente e cosmos, representando uma ruptura fundamental com as abordagens tradicionais que buscam reduzir a mente a processos físicos ou funcionais específicos. A visão de Chalmers, ao ampliar a compreensão da consciência, não apenas desafia, mas transforma os paradigmas estabelecidos na filosofia da mente. 2) Comente a seguinte passagen de Ramachandran ao discorrer sobre a individualidade conceitual e social: " uma das características do sitema de auto representação é que a pessoa vai confabular para tentar encobrir os déficits nele existentes. Os principais objetivos deste modo de agir, como vimos no Capítulo 7, são impedir a constante indecisão e conferir estabilidade ao comportamento." Antes de mais nada, cabe ressaltar e lembrar que o lado esquerdo do cérebro controla o lado direito do corpo (e vice-versa). Esse lado, propõe Ramachandran, tem a tarefa de criar um sistema de crença, um modelo da realidade no qual se esforça por encaixar as novas experiências. Enquanto isso, o outro lado permanece atento às anomalias que não se encaixam no modelo. Caricaturando um pouco, o hemisfério esquerdo é o general conservador aferrado ao status quo, que nega ou minimiza o que não se encaixa em sua visão de mundo. O contestador esquerdista é o hemisfério direito que, como Advogado do Diabo, chama a atenção para as falhas do modelo e força a busca de alternativas. Nos casos de negação, a crítica do lado contestador é sufocada pelo derrame e o lado conservador pode desenvolver sua lógica, divagar sem limites sobre suas ilusões e ignorar os fatos que contrariam suas expectativas. Já os que tiveram o lado conservador danificado podem perder os mecanismos freudianos de defesa. Toda perturbação coloca em dúvida sua visão do mundo e de si próprios. Para seguir ao fulcral da questão, precisa-se saber que no texto está abordado a relação entre a auto-sugestão e a negação em pacientes com síndrome de negação, explorando a questão de se esses pacientes podem estar cientes de seus déficits quando não estão sendo observados. O autor conclui mencionando a complexidade e o enigma da natureza do eu e da individualidade, destacando que questões como essas são fundamentais para a compreensão científica e filosófica. Assim, considerado as discussões feitas em aulas, o texto em si e, inclusive, a apresentação de trabalho feita pelo grupo que compomos cujo teor abordado foi especificamente a questão aqui posta, com a breve elucidação geral logo acima, temos que essa passagem de Ramachandran foca e destaca uma característica singular do sistema de auto representação humano, enfocando a propensão das pessoas em confabular para encobrir déficits nesse sistema. A confabulação, ou a criação inconsciente de histórias ou explicações falsas para preencher as lacunas na memória ou na compreensão, é apresentada como uma estratégia utilizada pelo cérebro para autopreservação. Ao encobrir déficits, a pessoa busca manter uma imagem coerente de si mesma, evitando a constante indecisão que poderia surgir ao confrontar falhas na representação interna. Ramachandran sugere que a confabulação serve para conferir estabilidade ao comportamento. Isso implica que a criação de narrativas coesas, mesmo que sejam fictícias, pode ajudar a manter uma sensação de continuidade e coerência na autoimagem e no comportamento. Isso pode ser crucial para a adaptação social e para lidar com as demandas da vida cotidiana. Concluímos que a ideia de confabulação, que comentamos, faz-se a encobrir déficits na auto representação e mostra a interseção entre a individualidade conceitual (como uma pessoa se percebe internamente) e a dimensão social (como ela é percebida pelos outros).