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ATUALIDADES

Desmatamento no Brasil -
Parte I

Versão Condensada
Sumário
Desmatamento no Brasil - Parte I���������������������������������������������������������������������������������� 3

1. Avaliar os dados sobre o desmatamento na temporada 2021-2022��������������������������������������������������������������������� 3

1.1 Quase 40% da destruição ocorreu na amacro���������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 4

1.2 Pará e mato grosso seguem com grandes áreas destruídas�����������������������������������������������������������������������������������������5

1.3 Sistema de alertas���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������5

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Desmatamento no Brasil - Parte I

1. Avaliar os dados sobre o desmatamento na temporada 2021-2022

O registro do “calendário do desmatamento” da Amazônia alcançou mais um recorde negativo de destruição. Nos últi-
mos 12 meses, de agosto de 2021 a julho de 2022, foram desmatados 10.781 km² de floresta, o equivalente a sete
vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Essa foi a maior área devastada em um período de 15 anos, representando um
aumento de 3% em relação ao período anterior, de agosto de 2020 a julho de 2021. Essas informações foram fornecidas
pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Pela segunda vez consecutiva, o desmatamento ultrapassou a marca de 10 mil km² no período. Somando-se as
áreas desmatadas nos últimos dois calendários, chegamos a 21.257 km², quase do tamanho do estado de Sergipe.
Além disso, essa foi a quarta vez seguida em que a devastação atingiu o nível mais alto desde 2008, quando o Imazon
começou a monitorar com o SAD.

Devido à menor cobertura de nuvens na região amazônica, o calendário de monitoramento do desmatamento abrange
o período de agosto de um ano a julho do ano seguinte. No entanto, ao analisar especificamente o que ocorreu em
2022, constata-se um aumento ainda maior na destruição. Comparando os meses de janeiro a julho, a área de floresta
perdida neste ano aumentou em 7% em relação a 2021, passando de 6.109 km² para 6.528 km². Isso significa que apenas
em 2022, uma área de floresta semelhante a cinco vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro foi desmatada. Além
disso, esse foi o maior índice de desmatamento para o período nos últimos 15 anos.

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Atenção!

Apesar de uma redução no desmatamento em julho, com uma diminuição de 17% em relação a 2021 (passando
de 2.095 km² para 1.739 km²), os recordes nos acumulados ainda foram alcançados. Essa redução no mês não
indica que a destruição está em declínio. Na verdade, a área de floresta desmatada no último mês foi a segunda
maior para o mês de julho em um período de 15 anos, desde o início do monitoramento pelo SAD

1.1 Quase 40% da destruição ocorreu na amacro

Nos últimos 12 meses, uma parcela significativa do desmatamento, cerca de 36%, ocorreu na região conhecida como
Amacro, que abrange 32 municípios localizados na divisa entre os estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Nessa
área, há um processo de expansão do agronegócio, que resultou na derrubada de aproximadamente 4 mil km² de flo-
restas entre agosto de 2021 e julho de 2022.

Deste modo, é importante ressaltar que, assim como na Amazônia em geral, a destruição na região Amacro também
alcançou o nível mais alto dos últimos 15 anos para esse período. No entanto, enquanto o desmatamento na Ama-
zônia cresceu 3%, a taxa de aumento na área de divisa entre o Amazonas, Acre e Rondônia foi ainda mais alarmante,
chegando a 29%.

Bianca Santos, pesquisadora do Imazon ressalta a necessidade urgente de tomar medidas de proteção na região
Amacro, principalmente para evitar que as áreas de florestas públicas ainda não designadas se tornem alvo de grila-
gem. Além disso, é essencial impedir que a destruição avance sobre áreas protegidas da região, como terras indígenas
e unidades de conservação. Essas ações são cruciais para preservar a região e garantir a sustentabilidade ambiental
a longo prazo.

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1.2 Pará e mato grosso seguem com grandes áreas destruídas

O estado do Pará continua liderando o desmatamento na região amazônica. Nos últimos 12 meses, foram desmatados
3.858 km² de floresta nesse estado, representando 36% do total desmatado na Amazônia. Embora tenha ocorrido uma
redução de 7% em relação ao período anterior, essa área devastada é equivalente a quatro vezes o território da cidade
de Belém.

Em segundo lugar, o estado do Amazonas registrou a segunda maior área desmatada no mesmo período, com 2.738
km² (25%). Esse número representa um aumento de 50% em comparação com o desmatamento detectado entre agosto
de 2020 e julho de 2021, sendo o maior aumento entre os estados.

Em terceiro lugar no ranking está o estado de Mato Grosso, com 1.620 km² (15%) de floresta destruída entre agosto de
2021 e julho de 2022. Essa área é 5% maior do que a registrada no período anterior. Rondônia (1.312 km²) e Acre (865
km²) ocupam a quarta e quinta posição, respectivamente.

1.3 Sistema de alertas

O monitoramento realizado pelo Imazon mensalmente reporta áreas desmatadas identificadas em imagens de satélite
de toda a Amazônia Legal, conhecidas como “alertas de desmatamento”. Essas estimativas tendem a ser menores do
que a área desmatada informada anualmente pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal
por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Assim, isso ocorre porque o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) é um sistema de monitoramento mensal que
analisa aproximadamente 30 dias de imagens de satélite para gerar os alertas de desmatamento. Se houver uma alta
incidência de nuvens durante um determinado mês, algumas áreas desmatadas podem não ser detectadas. Já o Prodes,
sendo um sistema anual, possui pelo menos 365 dias de imagens de satélite para análise.

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Observação:

Dessa forma, uma área que tenha sido desmatada em um mês com muitas nuvens e não tenha sido detectada
no sistema mensal pode ser identificada nas imagens dos meses subsequentes, durante a análise anual.

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