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Aula 01

TRT 11ª Região - AM/RR (Analista


Judiciário - Área Judiciária) Passo
Estratégico de Direito Constitucional -
2023 (Pós-Edital)

Autor:
Tulio Lages

27 de Outubro de 2023

05524876600 - Núbia Rafaela Pinto Regne


Tulio Lages
Aula 01

Índice
1) Aposta Estratégica - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - FCC - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Questões Estratégicas - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - FCC


..............................................................................................................................................................................................6

3) Questionário de Revisão - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


..............................................................................................................................................................................................
33

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º da CF/88)", “Catálogo de


direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art. 5º da CF/88” é(são) o(s) ponto(s)
que acreditamos ser(em) o(s) que possui(em) mais chances de ser(em) cobrado(s) pela banca.

Abaixo, destacamos os incisos do art. 5º que possuem maior incidência e, portanto, necessitam
de maior atenção:

SALVO permitida a
ninguém nela
flagrante entrada
Inviolabilidade a casa é asilo pode
delito ou durante o dia
domiciliar inviolável do penetrar sem
desastre ou por
(inciso XI) indivíduo consentiment
para prestar determinação
o do morador
socorro judicial

DESDE QUE
todos podem
não frustrem
reunir-se, exige-se
Direito de outra reunião
pacificamente, independe de prévio aviso à
Reunião anteriorment
sem armas, em autorização autoridade
(inciso XVI) e convocada
locais abertos ao competente*
para o
público
mesmo local

*Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese
de repercussão geral no seguinte sentido, que possui chance elevada de ser cobrado em prova:

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de
critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião
no mesmo local2”.

a autoridade
Requisição no caso de competente
administrativa iminente perigo poderá usar de
(inciso XV) público propriedade
particular

assegurada ao ==c2eec==

proprietário
SE houver dano
indenização
ulterior

Além disso, em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) novidade(s) legislativa(s) possui(em)
grandes chances de ser(em) cobrada(s):

Novidade legislativa incluída pela EC 115/2022


Art. 5º, LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais,
inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

Por fim, os seguintes entendimentos jurisprudenciais também possuem enormes chances de serem
cobrados em prova:

"(I) A vacinação compulsória não significa vacinação forçada, facultada a recusa do


usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais
compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à
frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes,
e tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, venham
acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos
imunizantes, respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas;
atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade; e sejam as vacinas
distribuídas universal e gratuitamente.

2
STF – RE 806.339.

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(II) Tais medidas, com as limitações expostas, podem ser implementadas tanto pela
União como pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, respeitadas as
respectivas esferas de competência"3.

“É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada


em órgão de vigilância sanitária, tenha sido incluída no plano nacional de imunizações;
ou tenha sua aplicação obrigatória decretada em lei; ou seja objeto de determinação
da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios com base em consenso
médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência
e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar” 4.

3
STF – ADIs 6586 e 6587.
4
STF – ARE 1267879

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Catálogo de direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art. 5º da


CF/88, exceto remédios constitucionais.

1. (FCC/2022/TCE-GO/Analista de Controle Externo) Inconformados com a crescente


criminalidade e com a sensação de impunidade manifestada pela sociedade civil, 50
Deputados Federais propuseram, conjuntamente, um projeto de lei visando à aplicação de
pena de trabalhos forçados para os condenados por crimes graves, que envolvam violência e
grave ameaça. Diante da situação hipotética acima descrita, tal projeto

a) é inconstitucional, diante da vedação expressa da Constituição Federal à pena dessa espécie.

b) é inconstitucional, haja vista que a iniciativa de proposta legislativa dessa natureza exige, no
mínimo, um terço dos membros do Congresso Nacional.

c) é constitucional, pois foi regularmente proposto por parlamentares representantes da vontade


popular.

d) deverá, obrigatoriamente, ser convertido em proposta de emenda constitucional, pois


necessária a reforma da atual Constituição Federal, antes de sua aprovação.

e) deverá ser submetido a um grande debate, para sua aprovação, envolvendo representantes
do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Poder Judiciário, por se tratar de matéria
penal.

Comentários

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O artigo 5º, XLVII, da CF/88, traz as penas inaplicáveis:

Art. 5º, XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

Nesse sentido, a lei é inconstitucional, conforme vedação expressa da Constituição Federal.

Gabarito: Letra A.

2. (FCC/2022/DPE-AM/Assistente Técnico de Defensoria) Sobre os direitos e garantias


fundamentais previstos no texto constitucional
a) a propriedade atenderá a sua função social.

b) o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita de forma universal e


independentemente da aferição de hipossuficiência.

c) para o julgamento de crimes hediondos é permitida a criação de juízo ou tribunal de exceção.

d)) a lei penal retroagirá para todos os fins.

e) ninguém será considerado culpado até o julgamento em segunda instância.

Comentários

Alternativa A - correta. Nos termos do artigo 5º, XXII e XXIII, é garantido o direito de
propriedade e esta deverá atender sua função social.

Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Passemos à análise das demais alternativas.

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Letra B - incorreta. Em que pese o Estado prestar assistência jurídica integral e gratuita de forma
universal, dependerá de aferição de hipossuficiência. Dispõe o artigo 5º, LXXIV, da CF/88:

Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;

Letra C - incorreta. A CF veda o juízo ou tribunal de exceção. Dispõe o artigo 5º, XXXVII, CF/88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Letra D - incorreta. A lei penal só retroagirá para beneficiar o réu. Dispõe o artigo 5º, XL, da
CF/88:

Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Letra E - incorreta. Nos termos do artigo 5º, LVII, da CF/88:

Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;

Gabarito: Letra A.

3. (FCC/2022/TRT-4/Técnico Judiciário) Diante do que dispõe a Constituição Federal sobre os


direitos e garantias fundamentais, considere:

I. O direito à liberdade de profissão é protegido constitucionalmente, não podendo a lei


estabelecer qualificações para o seu exercício.

II. A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização,


sendo permitida a interferência estatal em seu funcionamento apenas para assegurar o
cumprimento do seu estatuto.

III. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
somente poderá ser objeto de penhora para o pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva.

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IV. A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e
a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País.

V. É assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios
digitais.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, II e III.

b) I, III e IV.

c) II e V.

d) IV e V.

e) III, IV e V.

Comentários

Item I - errado. A lei estabelecerá as qualificações profissionais ao exercício de trabalho, ofício ou


profissão. Dispõe o artigo 5º, XII, da CF/88:

Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Item II - errado. A criação de associações e cooperativas independem de autorização e é vedada


a interferência estatal em seu funcionamento. Dispõe o artigo 5º, XVIII, da CF/88:

Art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;

Item III - errado. A pequena propriedade rural não será objeto de penhora, nos termos do artigo
5º, XXVI, da CF/88:

Art. 5º, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o
seu desenvolvimento;

Item IV - correto. Nos exatos termos do artigo 5º, XXIX, da CF/88:

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Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

Item V - correto. Nos exatos termos do artigo 5º, LXXIX, da CF/88:

Art. 5º, LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados
pessoais, inclusive nos meios digitais.

Portanto, estão corretos os itens IV e V.

Gabarito: Letra D.

4. (FCC/2022/DPE-AM/Assistente Técnico de Defensoria) O artigo 5º da Constituição Federal


elenca um extenso rol de direitos e garantias individuais, que

a) podem ser suprimidos por emenda constitucional.

b) têm aplicação condicionada à regulamentação infraconstitucional.

c) não excluem outros direitos decorrentes do regime e dos princípios constitucionais.

d) não podem ser restringidos durante o estado de sítio.

e) não estão sujeitos ao controle judicial.

Comentários

Letra C - correta. Os direitos e garantias fundamentais expressamente na Constituição não


constituem uma lista exaustiva. O Brasil possui um sistema aberto (não estanque) de direitos
fundamentais, sendo possível a existência de outros direitos fundamentais não expressamente
previstos na CF/88, mas decorrentes dos princípios por ela adotados ou da assinatura de
tratados internacionais pela República Federativa do Brasil, consoante o disposto no artigo 5º,
§2º, da CF/88:

Art. 5º, §2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Logo, não é necessário que, para ser considerado fundamental, o direito seja
constitucionalizado. O que importa é sua essência, seu conteúdo.

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Letra A - incorreta. Nos termos do artigo 60, §4º, da CF/88, os direitos e garantias individuais
não podem ser abolidos por emendas constitucionais.

Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

(...)

IV - os direitos e garantias individuais.

Letra B - incorreta. As normas definidoras de direitos e garantias individuais têm aplicação


imediata, o que significa dizer que são aplicáveis desde já, no limite do possível, até onde haja
condições para seu atendimento por parte das instituições – inclusive o Poder Judiciário não
pode deixar de aplicá-las, caso provocado em uma situação concreta nela garantida.

Dispõe o artigo 5º, § 1º, da CF/88:

Art. 5º, § 1º - § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm


aplicação imediata.

Letra D - incorreta. Existem hipóteses de restrições e suspensões temporárias de direitos


fundamentais admitidas constitucionalmente. Na vigência de estado de sítio decretado em
função de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa (arts. 137, I e 139 da CF/88), as
seguintes (e únicas) medidas podem ser tomadas:

a) obrigação de permanência em localidade determinada;

b) detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

c) restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à


prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei
(não se inclui em tais restrições a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em
suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa);

d) suspensão da liberdade de reunião;

e) busca e apreensão em domicílio;

f) intervenção nas empresas de serviços públicos;

g) requisição de bens.

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Por outro lado, na vigência de estado de sítio decretado em função de declaração de estado de
guerra ou resposta a agressão armada estrangeira (art. 137, II da CF/88), havendo necessidade,
quaisquer direitos ou garantias fundamentais poderão ser objeto de restrição ou suspensão.

Letra E - incorreta. O princípio da inafastabilidade de jurisdição propugna que apenas o Poder


Judiciário pode decidir de forma definitiva, fazendo coisa julgada material, estando todas as
decisões administrativas sujeitas ao controle daquele Poder. Nos termos do artigo 5º, XXXV, da
CF/88:

Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;

Gabarito: Letra C. ==c2eec==

5. (FCC/2017/TRE SP/Analista Judiciário – Administrativo) A constituição de associação que


pretenda, independentemente de autorização governamental, dedicar-se ao estudo da forma
de governo monárquica, com vistas a defender sua implantação no Brasil, percebendo, para
tanto, auxílio técnico e financeiro de associações estrangeiras simpáticas à causa, será

(A) compatível com a Constituição da República, desde que obtenha autorização governamental
para sua constituição e funcionamento.

(B) compatível com a disciplina da liberdade de associação na Constituição da República.

(C) incompatível com a Constituição da República, por possuir a associação fim ilícito.

(D) incompatível com a Constituição da República, no que se refere à possibilidade de


recebimento de auxílio financeiro de entidades estrangeiras.

(E) incompatível com a Constituição da República, por possuir a associação caráter paramilitar.

Comentários

GABARITO: letra “B”.

Vejamos as disposições constitucionais sobre o direito de associação previstas no art. 5º da CF:

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

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XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade


para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Logo:

A assertiva “a” está errada – a criação de associações independe de autorização (inciso XVIII).

A assertiva “b” está correta – o enunciado da questão não indica nenhuma afronta aos
regramentos constitucionais sobre direito de associação.

A assertiva “c” está errada – não há qualquer ilícito em estudar a forma de governo monárquica
com vistas a defender sua implantação no Brasil.

A assertiva “d” está errada – não há qualquer vedação ao recebimento de recursos de entidades
estrangeiras por parte de associações.

A assertiva “e” está errada – o enunciado da questão não permite inferir que se trata de
associação com caráter paramilitar. Pelo contrário, a questão alude apenas ao “estudo” da forma
de governo monárquica.

6. (FCC/2013/TCE-AM/Analista de Controle Externo) Em relação ao regime constitucional que


disciplina a liberdade de associação,

a) não encontra óbice constitucional a legislação que condicione o recebimento do benefício do


seguro-desemprego à filiação do interessado em associação profissional de sua região.

b) a criação de associações independe da autorização de órgãos públicos, ressalvados os casos


expressamente previstos em lei.

c) é inconstitucional a cobrança por associação de moradores de contribuição voltada a financiar


serviços de segurança privada na região em relação a morador a ela não filiado, mas que seja
beneficiário dos serviços.

d) as entidades associativas, apenas quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para


representar seus filiados judicialmente em sede de mandado de segurança coletivo.

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e) não incorre em inconstitucionalidade ato emitido por autoridade administrativa destinado a


suspender ou dissolver entidade associativa em virtude de possuir fins ilícitos.

Comentários

Gabarito: “C”

a) A CF/88 determina que ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer


associado, por isso, seria um absurdo exigir que alguém, a fim de receber o seguro-desemprego,
devesse estar filiado a alguma associação, concorda? Por mais absurdo que seja, o caso existiu.

Art. 5º (...)

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

Art. 2º, IV, a, b e c, da Lei 10.779/2003. Filiação à colônia de pescadores para


habilitação ao seguro-desemprego (...). Viola os princípios constitucionais da liberdade
de associação (art. 5º, XX) e da liberdade sindical (art. 8º, V), ambos em sua dimensão
negativa, a norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do
benefício do seguro-desemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de
sua região.

[ADI 3.464, rel. min. Menezes Direito, j. 29-10-2008, P, DJE de 6-3-2009.]

b) A CF/88 não faz a restrição contida na assertiva. Não há qualquer menção de que em alguns
casos as associações necessitarão de autorização para serem criadas.

Art. 5º (...)

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

c) A questão trazida está longe de ser pacífica. Os que defendem que a pessoa mesmo não
filiada tem o dever de pagar sobre benefícios de que todos irão usufruir, dizem que o princípio
do não enriquecimento ilícito deve prevalecer. Os que defendem que somente os associados é
que devem arcar com os custos de melhorias realizadas, dizem que a CF/88 determina que
ninguém é obrigado a se filiar e nem a se manter filiado. Contudo, ao analisar as outras
assertivas, a letra “c” é a mais razoável a ser marcada.

d) As associações, para poderem representar seus filiados em juízo ou fora dele, necessitam de
autorização de seus filiados. Contudo, é importante ressaltar a Súmula nº 629, do STF que
dispensa a autorização quando se tratar de mandado de segurança.

Art. 5º (...)

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XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade


para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Súmula nº 629 - STF

A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos


associados independe da autorização destes.

e) Uma associação ilícita poderá ter suas atividades suspensas, bastando qualquer decisão
judicial. Já, para que ela seja compulsoriamente dissolvida, também é preciso de decisão judicial,
mas transitada em julgado.

Suspender atividades - decisão judicial.

Compulsoriamente dissolver – decisão judicial transitada em julgado.

Art. 5º (...)

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

7. (FCC/2017/TRE SP) Seria incompatível com as normas constitucionais garantidoras de


direitos e garantias fundamentais

(A) o estabelecimento de restrições, por lei, à entrada ou permanência de pessoas com seus
bens no território nacional.

(B) a reunião pacífica, sem armas, em local aberto ao público, independentemente de


autorização, mediante aviso prévio à autoridade competente.

(C) a suspensão das atividades de associação por decisão judicial não transitada em julgado.

(D) a interceptação de comunicações telefônicas, para fins de investigação criminal, por


determinação da autoridade policial competente.

(E) a entrada na casa, sem consentimento do morador, em caso de flagrante delito, durante a
noite.

Comentários

GABARITO: letra “D”.

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A assertiva “a” está errada – é possível sim a restrição legal, conforme o art. 5º, inciso XV, da
CF/1988:

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer


pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

A assertiva “b” está errada – o art. 5º, inciso XVI, da CF, permite sim essa reunião:

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar;

A assertiva “c” está errada – não é necessário o trânsito em julgado da decisão judicial pela
suspensão das atividades das associações, mas apenas para sua dissolução compulsória,
consoante art. 5º, inciso XIX, da CF:

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

A assertiva “d” está correta – o levantamento do sigilo das comunicações telefônicas, para fins
de investigação penal, depende de ordem judicial, consoante art. 5º, XII da CF:

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;

A assertiva “e” está errada – tratando-se de flagrante delito, pode haver violação do domicílio
durante o dia ou a noite, conforme art. 5º, inciso XI, da CF:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

8. (FCC/2016/TRT 20ª) Considere a seguinte situação hipotética: Raquel, Regina e Henriqueta


são irmãs. Regina está sendo acusada pela prática no ano de 2015 de crime de furto
qualificado, encontrando-se foragida. A polícia local, suspeitando que as irmãs estão
escondendo Regina, decide fazer uma busca minuciosa da acusada. Neste caso, observando-
se que Raquel reside em um barco e que Henriqueta reside em um hotel, a busca de Regina

(A) poderá ser feita tanto no barco, como no hotel, durante o dia ou à noite, desde que haja
determinação judicial.

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(B) poderá ser feita tanto no barco, como no hotel, em qualquer dia e em qualquer horário, uma
vez que não são considerados domicílio e, sendo assim, não são invioláveis, fazendo-se
necessária a determinação judicial.

(C) não poderá ser feita no hotel, uma vez que se trata de propriedade privada de terceiros, mas
poderá ser feita no barco, desde que durante o dia e por determinação judicial.

(D) poderá ser feita tanto no barco, como no hotel, durante o dia ou à noite,
independentemente de determinação judicial.

(E) poderá ser feita tanto no barco, como no hotel, desde que durante o dia e por determinação
judicial.

Comentários

GABARITO: letra “E”.

Vejamos o teor do art. 5º, inciso XI, da CF:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Além disso, vejamos o entendimento do STF sobre o conceito de “casa”:

O conceito de “casa” abrange: a) qualquer compartimento habitado; b) qualquer


aposento ocupado de habitação coletiva; e c) qualquer compartimento privado não
aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade pessoal1.

Assim, perceba que tanto o barco quanto o hotel estão abrangidos pelo conceito de “casa”,
conforme entendimento do STF, sendo, portanto, invioláveis, consoante art. 5º, inciso XI da CF.

Entretanto, mediante determinação judicial e, durante o dia, é possível a entrada da polícia tanto
na residência de Raquel, quanto na de Henriqueta.

Diante do exposto, a única alternativa cabível é a “e”.

9. (FCC/2013/Sefaz-SP/Auditor) Sobre a disciplina dos direitos e garantias fundamentais na


Constituição da República vigente, considere:

1
STF – HC 93.050.

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I. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.

II. A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,


sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

III. Como exceção à garantia da inviolabilidade de domicílio, a Constituição autoriza o ingresso


na casa do indivíduo, independentemente de seu consentimento, a qualquer hora, em caso de
flagrante delito ou desastre, ou ainda por determinação judicial.

IV. A prática de racismo, assim como a de terrorismo, é considerada crime inafiançável e


imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Comentários

Gabarito: “A”

I- O item é a iteralidade do inciso XXXIII, art. 5º, da CF/88, senão vejamos:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;

II – O item é literalidade do inciso XVIII, art. 5º, da CF/88, senão vejamos:

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

III – Para se adentrar na casa de alguém, é necessário o consentimento do morador. Havendo


consentimento, é possível ingressar a qualquer hora do dia.

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Sem o consentimento, a qualquer hora do dia, somente é possível para prestar socorro, em caso
de desastre ou quando se tem flagrante delito.

Sem o consentimento do morador, durante o dia, somente por ordem do juiz.

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

IV- O terrorismo não é considerado crime imprescritível, mas sim inafiançável e insuscetível de
graça ou anistia:

Art.5º

(...)

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a


prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores
e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

10. (FCC/2017/TRE SP/Analista Judiciário – Administrativo) À luz da Constituição da República,


brasileiro naturalizado que, comprovadamente, esteja envolvido em tráfico ilícito de
entorpecentes, na forma da lei,

(A) poderá ser extraditado, ainda que o envolvimento com o tráfico ilícito de entorpecentes seja
posterior à naturalização.

(B) não poderá ser extraditado, pois é expressamente vedada a extradição de brasileiro.

(C) somente poderá ser extraditado se ficar caracterizado crime político ou de opinião, casos em
que a Constituição veda expressamente a extradição apenas de estrangeiro.

(D) somente poderá ser extraditado se, antes, for cancelada a naturalização, por ato da
autoridade administrativa competente, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.

(E) poderá ser extraditado, desde que haja condenação pelo cometimento de crime comum
praticado anteriormente à naturalização.

Comentários

GABARITO: letra “A”.

Relembremos o teor dos incisos LI e LII do art. 5º da CF:

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LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime


comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

A assertiva “a” está correta – é permitida a extradição de brasileiro naturalizado no caso de


comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, antes ou depois da
naturalização

A assertiva “b” está errada – A extradição de brasileiro naturalizado, na hipótese do enunciado,


é prevista no art. 5º, inciso LI, da CF/1988.

A assertiva “c” está errada – é vedada a extradição por crime político ou de opinião (inciso LII).

A assertiva “d” está errada – não há necessidade de prévio cancelamento da naturalização, pois
essa exigência inexiste (inciso LI).

A assertiva “e” está errada – o que importa é o momento da prática do crime, não da respectiva
condenação (inciso LI).

11. (FCC/2015/TRT 3ª/Oficial de Justiça) Em que pese a Constituição Federal assegure a


inviolabilidade de domicílio, é constitucional o ingresso

I. da autoridade policial em escritório de advocacia particular, de dia, sem o consentimento do


responsável, munida de autorização judicial para realizar busca e apreensão de bens e
documentos necessários à investigação de prática de crime cometido pelo advogado titular da
banca, não recaindo a busca e apreensão sobre a esfera de direito de terceiros.

II. da autoridade administrativa de fiscalização tributária na sede de empresa privada, de dia,


sem o consentimento do responsável e sem autorização judicial, para realizar apreensão de
livros, documentos e equipamentos necessários à lavratura de auto de infração e imposição de
multa.

III. da autoridade policial em residência familiar, de noite, sem o consentimento do responsável e


sem autorização judicial, para realizar prisão em flagrante delito.

IV. de Oficial de Justiça em residência familiar, de noite, sem o consentimento do morador,


munido de autorização judicial para a realização de penhora e avaliação de bens.

Está correto o que consta APENAS em

(A) I, II e III.

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(B) I, II e IV.

(C) I e III.

(D) II e IV.

(E) III e IV.

Comentários

GABARITO: letra “C”.

Vejamos o teor do art. 5º, inciso XI, da CF:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Além disso, vejamos o entendimento do STF sobre o conceito de “casa”:

O conceito de “casa” abrange: a) qualquer compartimento habitado; b) qualquer


aposento ocupado de habitação coletiva; e c) qualquer compartimento privado não
aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade pessoal2.

Assim, perceba que estão abrangidos no conceito de “casa”: escritório de advocacia particular
(item I), sede de empresa (item II) e residência familiar (itens III e IV), conforme entendimento do
STF, sendo, portanto, invioláveis, consoante art. 5º, inciso XI da CF.

Entretanto, mediante determinação judicial e, durante o dia, é possível a entrada da polícia


nesses ambientes mesmo sem o consentimento do morador/responsável, conforme o
mencionado dispositivo constitucional.

Portanto:

O item I está correto – o item atende aos preceitos mencionados;

O item II está errado – nesse caso, é necessária autorização judicial.

O item III está correto – como há flagrante delito, é permitida a entrada à casa em qualquer
horário de noite, mesmo sem consentimento do responsável/morador e sem autorização judicial.

2
STF – HC 93.050.

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O item II está errado – a entrada, nesse caso, teria que ocorrer durante o dia, já que lastreada
em autorização judicial.

12. (FCC/2018/ALESE) À luz da disciplina constitucional dos direitos e garantias fundamentais,

a) ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança.

b) é permitida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

c) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a


decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do dano causado.

d) conceder-se-á habeas corpus para proteger direito líquido e certo, não amparado por
mandado de segurança ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público.

e) são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meio de interceptação telefônica, ainda
que autorizada pela autoridade judicial.

Comentários

GABARITO: LETRA A

Essa questão poderia ser resolvida com o mero conhecimento dos dispositivos literais do art. 5º
da Constituição Federal, de modo que todos os incisos aqui citados pertencem ao artigo
mencionado. Vejamos:

Letra A – Correta:

Art. 5º (...)

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

Letra B – Incorreta. Não é possível a extradição por tais motivos:

Art. 5º (...)

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Letra C – Incorreta. O parâmetro não é o dano causado, mas o valor do patrimônio transferido:

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Art. 5º (...)

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

Letra D – Incorreta. A questão trocou “mandado de segurança” por “habeas corpus”:

Art. 5º (...)

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público;

Letra E – Incorreta. Uma vez autorizadas por pela autoridade judicial, são admissíveis as provas
obtidas por meio de interceptação telefônica:

Art. 5º (...)

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;

13. (FCC/ 2018/DETRAN-MA) A realização de reunião de pessoas, em via pública, para


manifestar apoio ou repúdio à adoção de determinada política pública, é assegurada pela
Constituição Federal, desde que

a) pacífica, sem armas e que não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente, não dependendo de
autorização.

b) pacífica e sem armas, mediante autorização prévia da autoridade competente.

c) para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar, sendo ademais vedada a interferência estatal
em seu funcionamento.

d) haja lei municipal que autorize a realização de reuniões no local escolhido.

e) pacífica, sem armas e realizada durante o dia, mediante autorização judicial.

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GABARITO: LETRA A

Vejamos o inciso XVI do art. 5º da Constituição Federal:

Art. 5º (...)

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;

Perceba que a Constituição Federal não exige autorização do Poder Público para o exercício do
direito de reunião, o que torna as alternativas B, D e E incorretas. Quanto à alternativa E,
verifica-se que pode, sim, ocorrer interferência estatal, desde que não tenha ocorrido o prévio
aviso ou que frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local. Ante ao
exposto, constata-se que a única alternativa que corresponde ao teor do texto constitucional é a
alternativa A.

14. (FCC/ 2016/AL-MS) Considere os seguintes crimes:

I. Tráfico de entorpecentes.

II. Racismo.

III. Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático.

IV. Terrorismo.

V. Tortura.

A Constituição Federal estabelece que são crimes imprescritíveis os que constam APENAS em

a) I, II e IV.

b) I, IV e V.

c) II e III.

d) I, II e V.

e) III e V.

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GABARITO: LETRA C

Vejamos o art. 5º, incisos XLII a XLIV da Constituição Federal:

Art. 5º (...)

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática


da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Vamos analisar item por item:

Item I – Incorreto. O tráfico de entorpecentes, nos termos do inciso XLIII, constitui crime
inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

Item II – Correto, nos termos do inciso XLII.

Item III – Correto, nos termos do inciso XLIV.

Item IV - Incorreto. O terrorismo, nos termos do inciso XLIII, constitui crime inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia.

Item V- Incorreto. A tortura, nos termos do inciso XLIII, constitui crime inafiançável e insuscetível
de graça ou anistia.

Portanto, a única alternativa que corresponde ao exposto acima é a alternativa C.

15. (FCC/2006/Sefaz-PB/Auditor) Segundo a disciplina constitucional da liberdade de associação,

a) as entidades associativas têm legitimidade para representar seus filiados extrajudicialmente,


independentemente de autorização.

b) ninguém poderá ser compelido a manter-se associado, salvo disposição contrária do estatuto
ou contrato social.

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c) as associações somente poderão ter suas atividades suspensas por decisão judicial transitada
em julgado.

d) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,


independentemente de autorização.

e) a criação de associações independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal em


seu funcionamento.

Comentários

Gabarito: “E”

a) As associações, para poderem representar seus filiados em juízo ou fora dele, necessitam de
autorização de seus filiados. Contudo, é importante ressaltar a Súmula nº 629, do STF que
dispensa a autorização quando se tratar de mandado de segurança.

Art. 5º (...)

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade


para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

(...) reafirma-se o entendimento da jurisprudência do STF, corroborada pelo parágrafo


único do art. 2º-A da Lei 9.494/1997, de que a autorização a que se refere o art. 5º,
XXI, deve ser expressa por ato individual do associado ou por assembleia da entidade,
sendo insuficiente a mera autorização genérica prevista em cláusula estatutária.
Todavia, no caso concreto, a demanda foi proposta com base em autorizações
individuais (não havendo notícia alguma sobre deliberação assemblear), sendo esses
associados os únicos beneficiados pela sentença de procedência e,
consequentemente, apenas eles dispõem de título jurídico para promover a execução.

[RE 573.232, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, voto do min. Teori Zavascki, j. 14-5-2014,
P, DJE de 19-9-2014, Tema 82.]

Vide RE 612.043, rel. min. Marco Aurélio, j. 10-5-2017, P, DJE de 6-10-2017, Tema 499

Súmula nº 629 - STF

A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos


associados independe da autorização destes.

b) A CF/88 não faz nenhuma ressalva em relação à liberdade de associação.

Art. 5º (...)

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XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

c) Vamos criar uma associação ilícita qualquer. Sei lá, vamos dar um nome fictício a ela. Nem sei
se existe na verdade. Ela se chamará “Gaviões da Fiel”.

De acordo com o art. 5º, XIX da CF, essa associação fictícia e ilícita poderá ter suas atividades
suspensas, bastando qualquer decisão judicial. Já, para que ela seja compulsoriamente
dissolvida, também é preciso de decisão judicial, mas transitada em julgado.

Suspender atividades - decisão judicial.

Compulsoriamente dissolver – decisão judicial transitada em julgado.

Art. 5º (...)

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

d) A assertiva não trouxe todos os requisitos necessários ao exercício do direito de reunião, já


que o direito de reunião não pode frustrar outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local.

Art. 5º (...)

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;

e) O gabarito da questão está no inciso XVIII, art.5º, da CF/88.

Art. 5º (...)

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

Remédios constitucionais - mandado de segurança, mandado de injunção,


habeas corpus, habeas data e ação popular (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX,
LXXI, LXXII e LXXIII da CF/88)

16. (FCC/2016/TRT 20ª/Oficial de Justiça) Bruna, desconfia que seu filho Murilo, 24 anos de
idade, começou a praticar crimes de furtos, bem como crimes cibernéticos. Preocupada com

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a situação, inclusive porque Murilo recebe diversas cartas de cobranças de dívidas lícitas,
Bruna resolve investigar a situação financeira do filho, mas nenhuma entidade
Governamental, bem como nenhuma entidade de caráter público lhe fornecem qualquer
informação. Conversando com sua amiga Soraia, estudante de direito, a mesma sugeriu que
Bruna impetrasse um habeas data. Neste caso, Soraia fez a sugestão

(A) incorreta porque não cabe habeas data para o conhecimento de informação relativa a
terceiro, mas somente relativa ao impetrante.

(B) correta porque segundo a carta magna conceder-se-á habeas data para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, bem como de terceiros a ela
relacionados constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público.

(C) incorreta porque o habeas data cabe apenas para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

(D) correta porque o habeas data cabe exatamente para a retificação de quaisquer dados
referentes a qualquer pessoa, em razão da observância do princípio da publicidade.

(E) correta porque segundo a carta magna conceder-se-á habeas data exatamente para
assegurar o conhecimento de informações relativas a terceiros constantes de registros ou bancos
de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

Comentários

GABARITO: letra “A”.

Vejamos o teor do inciso LXXII do art. 5º da CF:

LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

Veja que o habeas data serve tanto pode ser utilizado para as duas finalidades previstas nas
alíneas “a” e “b”.

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Perceba, também, que o habeas data é ação personalíssima (“informações relativas à pessoa do
impetrante”), não podendo ser utilizado com a finalidade de acessar informações de terceiros,
consoante alínea “a”.

Além disso, perceba que não cabe habeas data quando a informação a ser acessada consta de
bancos de dados de caráter privado, também conforme alínea “a”.

Assim, a única alternativa cabível é a “a”.

17. (FCC/2016/AL-MS) A medida judicial cabível para se declarar a constitucionalidade em tese


de lei ou ato normativo federal é

a) o habeas data.

b) a ação declaratória da constitucionalidade.

c) a representação interventiva.

d) o mandado de injunção.

e) a ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão.

Comentários

GABARITO: LETRA B

Letra A – Incorreta. O habeas data, nos termos do inciso LXXII, não se presta a tal finalidade:

Art. 5º (...)

LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

Letra B – Correta. A ação declaratória de constitucionalidade consiste em um instrumento de


controle abstrato de constitucionalidade, consubstanciado por uma ação cujo objetivo é obter a
declaração do Supremo Tribunal Federal da constitucionalidade de determinada lei ou ato
normativo federal.

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Letra C – Incorreta. Nos termos do art. 2º da lei 12.562/2011, a representação interventiva possui
outra finalidade:

Art. 2º A representação será proposta pelo Procurador-Geral da República, em caso


de violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da Constituição Federal, ou
de recusa, por parte de Estado-Membro, à execução de lei federal.

Letra D – Incorreta. O mandado de injunção possui outra função:

Art. 5º (...)

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Letra E – Incorreta. A ADIN por omissão é a ação pertinente para tornar efetiva norma
constitucional em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo.

18. (FCC/2006/Sefaz-PB/Auditor) Considere as afirmações em relação aos instrumentos


constitucionais de garantia dos direitos fundamentais:

I. Assegura-se a todos, independentemente de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos


contra ilegalidade ou abuso de poder.

II. Será concedido mandado de segurança para o conhecimento de informações relativas à


pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de caráter público.

III. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
meio ambiente.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e III.

b) I e III.

c) III.

d) II.

e) I.

Comentários

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Gabarito: “B”

I – A assertiva é a literalidade do art.5º, XXXIV, item “a”, da CF/88.

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

II – O examinador conceituou o “habeas data” e não o mandado de segurança.

LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

(...)

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

III – A assertiva está presente no inciso LXXIII, da CF/88.

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

Teoria geral dos direitos fundamentais

1. Qual a diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos?


2. Quais são as principais características dos direitos fundamentais? Explique cada uma delas.
3. Quais são as três gerações de direitos fundamentais classicamente identificadas pela doutrina?
4. As gerações de direitos fundamentais substituem umas às outras?

Direitos fundamentais na CF/88

5. O que são direitos fundamentais? E garantias fundamentais?


6. Qual o princípio-matriz de todos os direitos fundamentais?
7. Os direitos fundamentais podem ser legalmente restringidos de maneira ilimitada?

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8. O que são as eficácias vertical e horizontal dos direitos fundamentais?


9. Há hierarquia entre direitos fundamentais? Como resolver conflitos entre eles?
10. De acordo com art. 5º, § 1º, da CF/88, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata. O que isso significa?
11. O rol de Direitos Fundamentais previsto no Título II da CF/88 é exaustivo?
12. O que se faz necessário para que os tratados internacionais de direitos humanos obtenham
status de emenda constitucional no ordenamento jurídico brasileiro?
13. Qual o status dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos aprovados pelo
rito ordinário?
14. Qual o status dos tratados e convenções internacionais sobre outros temas que não direitos
humanos?
15. Quais são os requisitos para que o Brasil se submeta à jurisdição de Tribunal Internacional, nos
termos da CF/88?

Catálogo dos direitos e deveres individuais e coletivos – art. 5º, caput e


incisos I a LXXIX da CF/88

16. Qual o rol de direitos fundamentais básicos previsto no caput do art. 5º da CF/88?
17. O direito à vida abrange apenas a vida extrauterina?
18. O direito à vida é absoluto?
19. O que determina o princípio da igualdade (art. 5º, inciso I da CF/88)?
20. Qual a diferença entre “igualdade na lei” e “igualdade perante a lei”?
21. A CF/88 preocupou-se com a vedação ao tratamento desumano ou ao degradante?
22. A CF/88 prevê algum limite ao direito de resposta?
23. A liberdade de expressão é absoluta?
24. A Administração Pública pode realizar prestação religiosa?
25. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), instauradas em qualquer esfera de governo,
podem determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal?
26. Qual o conceito de “casa” para fins de aplicação do princípio da inviolabilidade domiciliar (art.
5º, XI da CF/88)?
27. É possível adentrar à casa, sem consentimento do morador, para prestar socorro, durante a
noite?
28. Quais os requisitos que possibilitam a interceptação das comunicações telefônicas?
29. Todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições legais
para o seu exercício, com base no inciso XIII, art. 5º da CF/88?

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30. A liberdade de locomoção no território nacional vigora em qualquer circunstância?


31. É possível a realização de “Marcha de Maconha”, desde que possua finalidade pacífica, ocorra
em local aberto ao público, não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local e seja previamente autorizada pela autoridade competente?
32. Qual o órgão público responsável por autorizar a criação das associações?
33. Qual função deverá ser atendida pela propriedade?
34. Caso a autoridade competente use propriedade particular, no caso de iminente perigo
público, deverá indenizar o proprietário?
35. A pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para
pagamento de débitos estranhos à sua atividade produtiva?
36. A CF assegura a competência do júri para o julgamento dos crimes culposos contra a vida e a
intimidade, sendo que a votação deve ser aberta?
37. De acordo com o inciso XXXIX do art. 5º da CF/88, "não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal". A "lei" prevista no dispositivo deve ser considerada em
sentido estrito ou amplo?
38. É possível a definição de crimes por meio de medida provisória?
39. A lei penal pode retroagir, mesmo que acabe prejudicando o réu?
40. Qual a pena a ser aplicada ao crime de racismo?
41. Quais são os crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, nos termos da CF?
42. Quem deve responder pelos crimes hediondos?
43. A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático é previsto como que tipo de crime na CF/88?
44. O que assevera o princípio da intransmissibilidade da pena?
45. Quais as penas previstas pela CF quando trata da individualização da pena? O rol é exaustivo
ou exemplificativo?
46. Quais as penas vedadas pela CF?
47. De acordo com a CF/88, quais são os fatores a serem considerados para distinguir os
estabelecimentos em que serão cumpridas as penas?
48. O que a CF/88 fala sobre a integridade física e moral dos presos?
49. O que a CF/88 fala sobre as presidiárias cujos filhos estão em período de amamentação?
50. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em caso de crime de furto cometido após a
naturalização?
51. Quais espécies de crime não podem fundamentar extradição de estrangeiro, por expressa
vedação constitucional?

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52. Qual a diferença entre devido processo legal nos aspectos formal e material (art. 5º, LIV da
CF/88)?
53. O que a Constituição assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral?
54. O que a CF/88 assevera sobre as provas obtidas por meios ilícitos?
55. A partir de quando uma pessoa poderá ser considerada culpada?
56. A lei pode prever hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já foi
identificado civilmente?
57. É possível restringir-se a publicidade dos atos processuais?
58. No caso de flagrante delito, é necessária ordem judicial para que seja efetuada a prisão?
59. Quem deve ser comunicado sobre a prisão de um indivíduo? Em quanto tempo essa
comunicação deve ocorrer? O que deve ser objeto dessa comunicação?
60. O que a Constituição fala sobre a prisão ilegal?
61. É possível a prisão por dívida? Em quais casos?
62. O direito à assistência jurídica gratuita e integral é aplicável apenas às pessoas físicas que
comprovarem insuficiência de recursos?
63. O que a Constituição assegura ao condenado por erro judiciário, bem como ao que ficar preso
além do tempo fixado na sentença?
64. O que a CF/88 assegura de forma gratuita a) apenas aos reconhecidamente pobres; b) a
todos?
65. Qual o prazo de duração de um processo assegurado pela Constituição?
66. Em quais meios os dados pessoais são protegidos pela Constituição?

Remédios constitucionais (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII e
LXXVII)

67. Qual o direito protegido pelo habeas corpus?


68. O habeas corpus possui característica repressiva ou preventiva?
69. Qual a legitimidade ativa do habeas corpus? E a passiva?
70. Qual a finalidade do mandado de segurança?
71. O mandado de segurança possui natureza civil ou penal?
72. É possível a concessão de medida liminar em mandado de segurança?
73. É cabível mandado de segurança contra lei?
74. Quais as espécies de direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo?
75. Qual a finalidade do mandado de injunção?

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76. Quem são os legitimados ativos do mandado de injunção?


77. O mandado de injunção coletivo é previsto de forma expressa na Constituição?
78. Quais os pressupostos para o cabimento do mandado de injunção?
79. É possível mandado de injunção para suprir falta de norma regulamentadora
infraconstitucional?
80. Qual a finalidade do habeas data, conforme previsto na CF/88? Qual sua legitimação ativa?
81. Suponha que Fernando tenha o objetivo de conhecer as informações relativas a ele existentes
no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), uma entidade privada. Considere
que tal banco de dados possua caráter público. Fernando poderia, como medida inicial, ingressar
com habeas data no Poder Judiciário para atingir seu objetivo?
82. Qual a finalidade da ação popular, conforme previsto na CF/88?
83. O que é “cidadão” para fins de propositura de ação popular?

Perguntas com respostas

Teoria geral dos direitos fundamentais

1. Qual a diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos?

A expressão "direitos fundamentais" é utilizada para tratar dos direitos de pessoas previstos no
ordenamento jurídico de um dado país, enquanto a expressão "direitos humanos" é utilizada para
se referir de forma universal aos direitos do homem, portanto, sem levar em conta quaisquer
normas de qualquer país.

2. Quais são as principais características dos direitos fundamentais? Explique cada uma delas.

Universalidade: abrangem todos os indivíduos, de modo indiscriminado;

Historicidade: são fruto de conquistas acumuladas ao longo da história;

Inalienabilidade: não podem ser transferidos, alienados a outrem;

Imprescritibilidade: não desaparecem com o decurso do tempo;

Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados, dispostos, pelos seus titulares, via de regra;

Relatividade (ou limitabilidade): não possuem natureza absoluta, sendo limitados por outros
direitos fundamentais previstos constitucionalmente;

Complementaridade: não devem ser interpretados isoladamente, mas sim como um conjunto
único.

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Concorrência: são passíveis de exercício em conjunto, de maneira cumulativa;

Efetividade: a atividade do Estado deve estar voltada à efetivação dos direitos fundamentais; e

Inviolabilidade: não podem ser inobservados pelas leis e pelos agentes públicos.

3. Quais são as três gerações de direitos fundamentais classicamente identificadas pela doutrina?

São os direitos de primeira, segunda e terceira :

Primeira geração: direitos que caracterizam um dever de abstenção estatal aos indivíduos, a fim
de livrá-los da ingerência abusiva do Estado. Realçam o princípio da liberdade, com foco no
homem individualmente considerado, consagrando direitos civis e políticos.

Segunda geração: direitos que caracterizam uma obrigação de fazer estatal em prol da população,
==c2eec==

por meio de políticas e serviços públicos, com a finalidade de proporcionar igualdade e bem-estar
à população. Realçam o valor-fonte igualdade, consagrando direitos econômicos, sociais e
culturais.

Terceira geração: direitos que transcendem os interesses individuais para se preocupar com a
coletividade, consagrando direitos transindividuais, supraindividuais, de titularidade coletiva ou
difusa. Realçam o princípio da fraternidade, consagrando os direitos difusos e os coletivos.

4. As gerações de direitos fundamentais substituem umas às outras?

Não, os direitos da geração seguinte se acumulam com os das gerações anteriores, que
permanecem plenamente eficazes.

Direitos fundamentais na CF/88

5. O que são direitos fundamentais? E garantias fundamentais?

Os direitos fundamentais são os direitos da pessoa humana declarados constitucionalmente, são


os bens e vantagens protegidos pela Constituição, em si mesmo considerados.

Por outro lado, as garantias fundamentais são os instrumentos previstos na Constituição para
proteger aqueles bens, ou seja, são instrumentos por meio dos quais é assegurado o exercício dos
direitos fundamentais, bem como sua pronta reparação, nos casos em que tais direitos forem
violados.

6. Qual o princípio-matriz de todos os direitos fundamentais?

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Princípio da dignidade da pessoa humana1 (art. 1º, inciso III da CF/88).

7. Os direitos fundamentais podem ser legalmente restringidos de maneira ilimitada?

Não, as restrições impostas pela lei devem razoáveis, proporcionais, preservando a essência do
direito a ser objeto de restrição (“teoria dos limites dos limites”).

8. O que são as eficácias vertical e horizontal dos direitos fundamentais?

A eficácia vertical implica que os direitos fundamentais aplicam-se às relações entre os particulares
e o Estado ("relações verticais").

Por sua vez, a eficácia horizontal implica que os direitos fundamentais também incidem nas
relações privadas (“relações horizontais”).

No Brasil, os direitos fundamentais possuem tanto eficácia vertical, quanto eficácia horizontal.

9. Há hierarquia entre direitos fundamentais? Como resolver conflitos entre eles?

Não há hierarquia entre direitos fundamentais, de modo que na hipótese de conflito entre dois ou
mais deles, o intérprete deve efetuar uma ponderação, valendo-se do princípio da concordância
prática (ou da harmonização).

10. De acordo com art. 5º, § 1º, da CF/88, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata. O que isso significa?

Significa que essas normas são aplicáveis desde já no limite do possível, até onde haja condições
para seu atendimento por parte das instituições – inclusive o Poder Judiciário não pode deixar de
aplicá-las, caso provocado em uma situação concreta nelas garantida.

11. O rol de Direitos Fundamentais previsto no Título II da CF/88 é exaustivo?

Não, há outros direitos fundamentais espalhados pelo texto constitucional, como o direito ao meio
ambiente (art. 225) e o princípio da anterioridade tributária (art.150, III, “b”).

Além disso, o Brasil possui um sistema aberto de direitos fundamentais, já que é possível haver
outros direitos fundamentais decorrentes dos princípios constitucionais por ela adotados ou da
assinatura de tratados internacionais pela República Federativa do Brasil, consoante art. 5º, § 2º
da CF/88.

1
Lenza, 2016, p. 1164.

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12. O que se faz necessário para que os tratados internacionais de direitos humanos obtenham
status de emenda constitucional no ordenamento jurídico brasileiro?

Devem ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos por três quintos dos
votos dos respectivos membros (art. 5º, § 3º da CF/88).

13. Qual o status dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos aprovados pelo
rito ordinário?

Possuem status de norma supralegal: situam-se hierarquicamente logo abaixo da Constituição e


acima das demais normas do ordenamento jurídico.

14. Qual o status dos tratados e convenções internacionais sobre outros temas que não direitos
humanos?

Status de lei ordinária.

15. Quais são os requisitos para que o Brasil se submeta à jurisdição de Tribunal Internacional, nos
termos da CF/88?

Requisitos:

a) O Brasil deve ter manifestado adesão à criação do Tribunal Internacional;

b) O Tribunal deve ter natureza penal.

Catálogo dos direitos e deveres individuais e coletivos – art. 5º, caput e


incisos I a LXXVIII da CF/88

16. Qual o rol de direitos fundamentais básicos previsto no caput do art. 5º da CF/88?

Direito à vida; direito à liberdade; direito à igualdade; direito à segurança; e direito à propriedade.

Frase mnemônica para guardar o rol do dispositivo: "ProLiVIg-Se ".

Pro = propriedade;

Li = liberdade;

V = vida;

Ig = igualdade;

Se = segurança.

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17. O direito à vida abrange apenas a vida extrauterina?

Não, abrange também a vida intrauterina.

18. O direito à vida é absoluto?

Não, é relativo, já que a CF/88 admite a possibilidade de pena de morte em caso de guerra
declarada (art. 5º, inciso XLVII).

19. O que determina o princípio da igualdade (art. 5º, inciso I da CF/88)?

Que seja dado tratamento igual aos que estão em condições equivalentes e desigual aos que
estão em condições diversas, dentro de suas desigualdades.

20. Qual a diferença entre “igualdade na lei” e “igualdade perante a lei”?

A igualdade "na lei” diz respeito ao tratamento isonômico na elaboração da lei, enquanto a
igualdade "perante a lei" impõe que a lei já elaborada e em vigor seja aplicada a todos sem
discriminação.

21. A CF/88 preocupou-se com a vedação ao tratamento desumano ou ao degradante?

Ambos os tratamentos, junto com a tortura, foram objeto de preocupação (e vedação) por parte
da CF/88 (art. 5º, inciso III).

22. A CF/88 prevê algum limite ao direito de resposta?

Sim, o direito de resposta deve ser proporcional ao agravo (art. 5º, inciso V da CF/88).

23. A liberdade de expressão é absoluta?

Não, apesar de ser vedada a censura, a liberdade de expressão é limitada por outros direitos
fundamentais, como, por exemplo, a inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indivíduo.

24. A Administração Pública pode realizar prestação religiosa?

Não, em razão do Brasil ser um Estado laico. A assistência religiosa prevista no inciso VII do art. 5º
da CF/88 possui caráter privado, de incumbência dos representantes habilitados de cada religião.

25. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), instauradas em qualquer esfera de


governo, podem determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal?

Não, somente as CPIs federais e estaduais possuem essa prerrogativa.

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26. Qual o conceito de “casa” para fins de aplicação do princípio da inviolabilidade domiciliar (art.
5º, XI da CF/88)?

O conceito de “casa” é abrangente, englobando a) qualquer compartimento habitado; b) qualquer


aposento ocupado de habitação coletiva; e c) qualquer compartimento privado não aberto ao
público, onde alguém exerce profissão ou atividade pessoal.

27. É possível adentrar à casa, sem consentimento do morador, para prestar socorro, durante a
noite?

Sim, para prestar socorro, é possível adentrar à casa a qualquer hora, sem consentimento do
morador, conforme redação do art. 5º, XI da CF/88.

28. Quais os requisitos que possibilitam a interceptação das comunicações telefônicas?

Conforme art. 5º, inciso XII da CF/88: a) ordem judicial; b) existência de investigação criminal ou
instrução processual penal; c) lei que preveja as hipóteses e a forma em que esta poderá ocorrer.

29. Todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições legais
para o seu exercício, com base no inciso XIII, art. 5º da CF/88?

Não. Nesse sentido, o STF entende que só é possível exigir-se inscrição em conselho de
fiscalização profissional quando houver de potencial lesivo na atividade.

30. A liberdade de locomoção no território nacional vigora em qualquer circunstância?

Não, a locomoção é livre apenas em tempo de paz e, além disso, pode ser restringida por meio
de lei (art. 5º, inciso XV da CF/88).

31. É possível a realização de “Marcha de Maconha”, desde que possua finalidade pacífica, ocorra
em local aberto ao público, não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local e seja previamente autorizada pela autoridade competente?

Na verdade, não há necessidade de autorização, mas sim de prévio aviso à autoridade


competente, conforme art. 5º, inciso XVI da CF/88.

Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese de
repercussão geral no seguinte sentido:

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para

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que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião
no mesmo local2”.

- Não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas, conforme
entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

Os demais requisitos foram atendidos, quais sejam:

a) ocorrer de maneira pacífica;

b) ausência de armas;

c) realização em locais abertos ao público;

d) não poderá frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local;

e) prévio aviso à autoridade competente, sendo desnecessária autorização.

Assim, cuidado para não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com
ressalvas, conforme entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

Vale lembrar que o STF já considerou válida a realização de tal tipo de reunião ("Marcha da
Maconha"), desde que sejam atendidos os requisitos constitucionais e não ocorra a incitação, o
incentivo ou o estímulo ao consumo de entorpecentes na sua realização 3.

32. Qual o órgão público responsável por autorizar a criação das associações?

Nenhum! É desnecessária autorização do poder público para a criação das associações e, na forma
da lei, de cooperativas (art. 5º, XVIII da CF/88).

33. Qual função deverá ser atendida pela propriedade?

Função social (art. 5º, XXIII da CF/88).

34. Caso a autoridade competente use propriedade particular, no caso de iminente perigo
público, deverá indenizar o proprietário?

Só se houver dano é que haverá indenização ulterior (art. 5º, XXV da CF/88).

2
STF – RE 806.339.
3
STF – ADPF 187.

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35. A pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para
pagamento de débitos estranhos à sua atividade produtiva?

Sim, conforme leitura do art. 5º, XXVI da CF/88, os requisitos constitucionais para a garantia de
impenhorabilidade da pequena propriedade rural:

a) deve ser trabalhada pela família; e

b) o débito deve decorrer da atividade produtiva da propriedade.

Assim, se o débito é estranho à atividade produtiva, não há garantia da impenhorabilidade.

36. A CF assegura a competência do júri para o julgamento dos crimes culposos contra a vida e a
intimidade, sendo que a votação deve ser aberta?

Não, a competência abrange apenas crimes dolosos contra a vida, sendo assegurado o sigilo das
votações, conforme art. 5º, XXXVIII, alíneas “b” e “d” da CF/88.

37. De acordo com o inciso XXXIX do art. 5º da CF/88, "não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal". A "lei" prevista no dispositivo deve ser considerada em
sentido estrito ou amplo?

Deve ser considerada em sentido estrito, ou seja, lei formal editada pelo Poder Legislativo
(princípio da reserva legal em matéria penal).

38. É possível a definição de crimes por meio de medida provisória?

Não, em razão da vedação prevista no art. 62, § 1º, I, “b” da CF/88.

Obs: preocupe-se com tal informação apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo
abordado nos dispositivos mencionados.

39. A lei penal pode retroagir, mesmo que acabe prejudicando o réu?

Não, só é possível a retroatividade da lei penal para beneficiar o réu (art. 5º, XL da CF/88).

40. Qual a pena a ser aplicada ao crime de racismo?

Pena de reclusão (art. 5º, XLII da CF/88).

41. Quais são os crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, nos termos da CF?

Tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, e os crimes hediondos (art. 5º,
XL da CF/88).

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42. Quem deve responder pelos crimes hediondos?

Os mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem (art. 5º, XLIII da CF/88).

43. A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático é previsto como que tipo de crime na CF/88?

Como crime inafiançável e imprescritível (art. 5º, XLIV da CF/88).

44. O que assevera o princípio da intransmissibilidade da pena?

Assevera que a pena só pode ser cumprida pelo condenado, não por terceiros (art. 5º, XLV da
CF/88).

45. Quais as penas previstas pela CF quando trata da individualização da pena? O rol é exaustivo
ou exemplificativo?

As penas previstas são (art. 5º, XLVI da CF/88):

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos.

Frase mnemônica para guardar o rol do dispositivo: "Priva + PerMulta + SuPre".

Priva = privação ou restrição da liberdade;

Per = perda de bens;

Multa = multa;

Su = suspensão ou interdição de direitos;

Pre = prestação social alternativa.

O rol previsto na CF/88 é não exaustivo ("entre outras"), de modo que a lei poderá criar novas
penas.

46. Quais as penas vedadas pela CF?

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Conforme art. 5º, inciso XLVII da CF/88, são vedadas as penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis.

Frase para ajudar a memorização: "O banimento cruel força a morte perpétua", de modo que:

banimento = de banimento;

cruel = cruéis;

força = de trabalhos forçados;

morte = de morte, salvo em caso de guerra declarada; e

perpétua = de caráter perpétuo.

47. De acordo com a CF/88, quais são os fatores a serem considerados para distinguir os
estabelecimentos em que serão cumpridas as penas?

Os fatores são (art. 5º, XLVIII da CF/88):

a) natureza do delito;

b) idade do apenado;

c) sexto do apenado.

Frase mnemônica para ajudar a memorização: "Ida De Sexta"

Ida = idade do apenado;

De = natureza do delito;

Sexta = sexo do apenado.

48. O que a CF/88 fala sobre a integridade física e moral dos presos?

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A CF/88 assegura aos presos o respeito à integridade física e moral (art. 5º, XLIX).

49. O que a CF/88 fala sobre as presidiárias cujos filhos estão em período de amamentação?

A Constituição assegura às presidiárias condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação (art. 5º, L da CF/88).

50. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em caso de crime de furto cometido após a
naturalização?

Não, já que no caso de crime comum, a extradição só é possível caso o crime tenha sido praticado
antes da naturalização (art. 5º, LI da CF/88).

51. Quais espécies de crime não podem fundamentar extradição de estrangeiro, por expressa
vedação constitucional?

Crime político ou de opinião ("não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião", conforme art. 5º, LII da CF/88).

52. Qual a diferença entre devido processo legal nos aspectos formal e material (art. 5º, LIV da
CF/88)?

Aspecto formal: devem ser asseguradas às partes garantias jurídico-processuais mínimas para fazer
valer seus interesses e defender seus direitos.

Aspecto material: as decisões proferidas no âmbito do processo devem ser efetivamente justas,
razoáveis, proporcionais, desprovidas de arbitrariedade.

53. O que a Constituição assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral?

Assegura o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV da
CF/88).

54. O que a CF/88 assevera sobre as provas obtidas por meios ilícitos?

Que elas são inadmissíveis no processo (art. 5º, LVI da CF/88).

55. A partir de quando uma pessoa poderá ser considerada culpada?

A partir do trânsito em julgado de sentença penal condenatória (art. 5º, LVII da CF/88).

56. A lei pode prever hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já foi
identificado civilmente?

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Sim, já que a lei poderá trazer hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já
foi identificado civilmente, nos termos do art. 5º, LVIII da CF/88.

57. É possível restringir-se a publicidade dos atos processuais?

Sim, desde que por lei, quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem art. 5º, LX
da CF/88.

58. No caso de flagrante delito, é necessária ordem judicial para que seja efetuada a prisão?

Não, no caso de flagrante delito, não se exige ordem judicial (art. 5º, LXI da CF/88).

Sem flagrante delito, regra geral, só pode efetuar-se prisão por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente. Exceções (pode prender mesmo sem ordem judicial):

a) Transgressão militar;

b) Crime propriamente militar.

Já quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança, não é possível efetuar-se prisão
(art. 5º, LXVI da CF/88).

59. Quem deve ser comunicado sobre a prisão de um indivíduo? Em quanto tempo essa
comunicação deve ocorrer? O que deve ser objeto dessa comunicação?

O juiz competente e a família do preso ou a pessoa por ele indicada (art. 5º, LXII da CF/88).

A comunicação deve ser imediata, dela devendo ser objeto a notícia da prisão em si, bem como
o local em que se encontra o preso.

60. O que a Constituição fala sobre a prisão ilegal?

Que ela deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (art. 5º, LXV da CF/88).

61. É possível a prisão por dívida? Em quais casos?

A Constituição prevê que, via de regra, não é possível a prisão por dívida, exceto em duas
situações:

a) a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia;

b) do depositário infiel (cuidado aqui!).

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Nada obstante, a prisão do depositário infiel não é mais aplicável no ordenamento jurídico
brasileiro em razão da ratificação, pelo Brasil, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
e da Convenção Americana sobre Direito humanos – Pacto de San José da Costa Rica.

Portanto, a única hipótese de prisão civil por dívida admitida atualmente é a que ocorre em virtude
do inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.

62. O direito à assistência jurídica gratuita e integral é aplicável apenas às pessoas físicas que
comprovarem insuficiência de recursos?

Não somente a tais pessoas físicas, mas também às jurídicas que comprovem hipossuficiência.

63. O que a Constituição assegura ao condenado por erro judiciário, bem como ao que ficar preso
além do tempo fixado na sentença?

Assegura indenização por parte do Estado (art. 5º, LXXV da CF/88).

64. O que a CF/88 assegura de forma gratuita a) apenas aos reconhecidamente pobres; b) a
todos?

a) Apenas aos reconhecidamente pobres: o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art.
5º, LXXVI da CF/88).

Nada obstante, a lei não está impedida de estender tal direito a outros cidadãos que não sejam
reconhecidamente pobres.

b) A todos: as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania (art. 5º, LXXVII da CF/88).

65. Qual o prazo de duração de um processo assegurado pela Constituição?

A CF/88 não estipula um prazo específico, apenas assegura que a duração do processo será
"razoável", além dos meios que garantam celeridade na sua tramitação (art. 5º, inciso LXXVIII, da
CF/88).

66. Em quais meios os dados pessoais são protegidos pela Constituição?

A CF/88 não elenca um rol de meios em que os dados pessoais são protegidos: ela assegura que
os dados pessoais serão protegidos e especifica que essa proteção inclui os meios digitais (art. 5º,
inciso LXXIX, da CF/88).

Remédios constitucionais (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII e
LXXVII)

67. Qual o direito protegido pelo habeas corpus?

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Direito de locomoção.

68. O habeas corpus possui característica repressiva ou preventiva?

O habeas corpus pode ser tanto repressivo (para devolver ao indivíduo a liberdade de locomoção
que já foi perdida) quanto preventivo (para resguardar o indivíduo de uma eventual perda da
liberdade de locomoção).

69. Qual a legitimidade ativa do habeas corpus? E a passiva?

O habeas corpus possui legitimidade universal, podendo ser impetrado por qualquer pessoa física
ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Público.

Por sua vez, o legitimado passivo é a autoridade coatora, seja ela de caráter público ou um
particular.

70. Qual a finalidade do mandado de segurança?

Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD (caráter residual) – art. 5º, LXIX da
CF/88.

71. O mandado de segurança possui natureza civil ou penal?

O mandado de segurança tem natureza civil, embora possa ser utilizado em processos penais.

72. É possível a concessão de medida liminar em mandado de segurança?

Sim, entretanto, há exceções previstas em lei 4, quais sejam, quando a liminar tenha por objeto a:

a) compensação de créditos tributários;

b) entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;

c) reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a


extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

73. É cabível mandado de segurança contra lei?

Sim, desde que seja uma lei de efeitos concretos (jamais lei em tese – de caráter geral e abstrato).

74. Quais as espécies de direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo?

4
Lei 12.016/2009, art. 7º, § 2º.

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a) direitos coletivos, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular
grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica
básica;

b) direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum e da


atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do
impetrante.

75. Qual a finalidade do mandado de injunção?

Suprir omissão total ou parcial de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.

O MI coletivo, especificamente, presta-se à proteção dos direitos, das liberdades e das


prerrogativas pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou
determinada por grupo, classe ou categoria5.

76. Quem são os legitimados ativos do mandado de injunção?

Qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira).

No caso de mandado de injunção coletivo 6:

a) partido político;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação constituída e em funcionamento há


pelo menos um ano;

c) Ministério Público;

d) Defensoria Pública.

77. O mandado de injunção coletivo é previsto de forma expressa na Constituição?

Não, o mandado de injunção coletivo passou a ser previsto de forma expressa na Lei 13.300/2016,
embora o STF já reconhecesse sua possibilidade antes disso, mesmo diante do silêncio da CF/88.

78. Quais os pressupostos para o cabimento do mandado de injunção?

5
Lei 13.300/2016, art. 12, parágrafo único.
6
Lei 13.300/2016, art. 12, incisos I a IV.

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São os três pressupostos seguintes:

a) Falta (total ou parcial) de norma que regulamente uma norma constitucional programática
propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva;

b) Nexo de causalidade entre a omissão do Poder Público e a impossibilidade de exercício, por


parte do impetrante, de um direito inerente à nacionalidade, à soberania ou à cidadania;

c) O decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora, sem que tenha
sido editada.

79. É possível mandado de injunção para suprir falta de norma regulamentadora


infraconstitucional?

Não! O mandado de injunção somente repara falta de regulamentação de direito previsto na


Constituição Federal.

80. Qual a finalidade do habeas data, conforme previsto na CF/88? Qual sua legitimação ativa?

Finalidade:

a) assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) retificar dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Legitimação ativa: qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira).

81. Suponha que Fernando tenha o objetivo de conhecer as informações relativas a ele existentes
no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), uma entidade privada. Considere
que tal banco de dados possua caráter público. Fernando poderia, como medida inicial, ingressar
com habeas data no Poder Judiciário para atingir seu objetivo?

Não. Embora seja possível que uma entidade privada possua banco de dados de caráter público,
o habeas data só pode ser impetrado após o indeferimento do pedido de informações de dados
pessoais, ou da omissão em atendê-lo7.

Assim, primeiro Fernando deve solicitar as informações ao SPC e, somente em caso de negativa
ou de omissão da entidade poderia, posteriormente, ingressar com o habeas data no Judiciário.

82. Qual a finalidade da ação popular, conforme previsto na CF/88?

7
Lei 9.507/1997, art. 8º.

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Anular ato lesivo:

a) ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe;

b) à moralidade administrativa;

c) ao meio ambiente; e

d) ao patrimônio histórico e cultural.

83. O que é “cidadão” para fins de propositura de ação popular?

Cidadão é a pessoa natural no gozo da capacidade eleitoral ativa, ou seja, um brasileiro nato ou
naturalizado no gozo de seus direitos políticos.

...

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