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SUMÁRIO
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS ................................................................................................................................................. 2
LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA: LEI 7.347/1985 ............................................................................................................................................................. 2

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DIREITOS Presunção da A legitimidade ad causam e o interesse
DIFUSOS E COLETIVOS legitimidade de agir pela demanda coletiva decorrem
“ad causam” da lei (ope legis).
4. ativa pela
AUTOR: MARCO TORRANO afirmação de
INSTAGRAM: @MARCOAVTORRANO/@PROLEGES direito cole-
E-MAIL: PROLEGESMARCOTORRANO@GMAIL.COM tivo
Não se limita as espécies de ações cole-
Não taxativi-
tivas (direito material). O próprio art.
LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA: 5. dade da ação
1º, IV, da LACP, prevê: “qualquer outro
coletiva
LEI 7.347/1985 interesse difuso ou coletivo”.
Legenda de grifos: Como há forte presença do interesse
 AMARELO – REGRA público nas demandas coletivas, o mi-
 VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE crossistema processual coletivo confere
 AZUL – PALAVRA-CHAVE IMPORTANTE DO PARÁGRAFO Máximo be- ao magistrado maiores poderes de im-
6. nefício da tu- pulso e atuação de ofício, bem como fle-
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo tela coletiva xibilizar o rigor processual. Ex.: possibi-
da ação popular, as ações de responsabilidade por danos lidade de emendar a petição inicial,
morais e patrimoniais causados: mesmo após a contestação por parte do
l - ao meio-ambiente; réu (STJ, REsp 1.279.586, j. 3-10-2017).
ll - ao consumidor; Máxima efe- São cabíveis todas as espécies de tute-
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, tividade do las no microssistema processual cole-
turístico e paisagístico; 7.
processo co- tivo.
IV - a qualquer outro interesse (PRINCÍPIO DA NÃO letivo
TAXATIVIDADE – rol exemplificativo) difuso ou coletivo.
V - por infração da ordem econômica; Máxima am- Enquanto o princípio da não taxativi-
VI - à ordem urbanística. plitude (ou dade está para o direito material, o prin-
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou 8. da atipici- cípio da atipicidade está para com as es-
religiosos. dade) da tu- pécies de ações e instrumentos proces-
VIII – ao patrimônio público e social. tela coletiva suais.
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para Preconiza a ampla divulgação da ação
veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições coletiva (art. 94 do CDC: “proposta a
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - Ampla divul-
9. ação, será publicado edital no órgão ofi-
FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos gação
cial, a fim de que os interessados pos-
beneficiários podem ser individualmente determinados. sam intervir”).
Princípios do Obrigatorie- Caso ocorra desídia dos colegitimados
microssistema processual coletivo dade da exe- ativos, caberá ao Ministério Público a
10.
cução cole- promoção da execução da sentença co-
A técnica processual não pode ser um
tiva letiva (art. 15 da LACP e art. 16 da LAP).
Primazia do fim em si mesma, devendo ser vista
1.
mérito sempre a serviço dos direitos difusos e Dada a aplicação das leis para a tutela
coletivos e na solução do caso concreto. coletiva (diálogo das fontes).
Obs1. Hermes Zaneti Jr. e Fredie Didier
Os conflitos coletivos preponderam so-
Máxima prio- Jr.1 substituíram o chamado princípio do
bre os conflitos individuais. Ex.: entre
2. ridade da tu- microssistema por “postulado herme-
100 demandas individuais e 1 demanda
tela coletiva nêutico do microssistema: aplicação in-
coletiva, prefere-se a última.
tegrada das leis para tutela coletiva (di-
Microssis-
Em caso de desistência infundada ou 11. álogo de fontes)”, tendo em vista que o
tema
abandono da ação por associação legiti- CPC/2015 deve ser aplicado direta-
mada, o Ministério Público ou outro le- mente nas ações coletivas.
Disponibili- gitimado assumirá a titularidade ativa. Obs2. Princípio da integração é mencio-
dade moti- Porém, o princípio da disponibilidade nado por Landolfo Andrade, Adriano
3. Andrade e Cleber Masson (2020, p. 52)2
vada da ação motivada da ação coletiva permite ao
coletiva Ministério Público não assumir a titula- e acaba comportando o mesmo signifi-
ridade da ação coletiva que o autor ori- cado (= princípio do microssistema).
ginário desistiu e qualquer outro colegi- [1] DIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de direito processual civil –
timado não a titularizou. processo coletivo. Vol. 4. 12. ed. Salvador: Juspodivm, 2018.
[2] ANDRADE, Landolfo; ANDRADE, Adriano; MASSON, Cleber. Interesses di-
fusos e coletivos. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

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do pedido, especialmente quando não há tese jurí-
dica fixada em precedente vinculante. STJ. 3ª
Microssistema processual coletivo Turma. REsp 1854842/CE, Rel. Min. Nancy Andrighi,
Trata-se de um conjunto de leis específicas que tratam sobre julgado em 02/06/2020 (Info 673).
direitos difusos e coletivos, de modo que se interpenetram e • No mesmo sentido, se a lesividade ou a ilegali-
subsidiam, formando um microssistema. dade do ato administrativo atingem o interesse di-
fuso, passível é a propositura da Ação Civil Pública
• A lei de improbidade administrativa, juntamente fazendo as vezes de uma Ação Popular multile-
com a lei da ação civil pública, da ação popular, do gitimária. STJ. 1ª Turma. REsp 427.140/RO, Rel. Min.
mandado de segurança coletivo, do Código de De- José Delgado, Rel. p/ Acórdão Min. Luiz Fux, PRI-
fesa do Consumidor e do Estatuto da Criança e do MEIRA TURMA, julgado em 20/05/2003
Adolescente e do Idoso, compõem um microssis-
tema de tutela dos interesses transindividuais e sob Questões
esse enfoque interdisciplinar, interpenetram-se e
subsidiam-se. STJ. 1ª Turma. REsp 510.150/MA, Rel.  (Promotor MPESC 2019) O microssistema da tutela
Min. Luiz Fux, julgado em 17/02/2004. coletiva é o conjunto formado pelas normas proces-
suais, materiais e heterotópicas sobre processo co-
Normas heterotópicas ou de natureza híbrida letivo nas diversas noras jurídicas positivadas em
nosso ordenamento jurídico. (correta)
São normas que regulam, ao mesmo tempo, o direito mate-  (Promotor MPERO 2017 FMP) O diálogo de fontes
rial e o direito processual. Ex.: leis que tratam dos direitos entre o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto
difusos e coletivos. do Idoso e o Estatuto da Pessoa com Deficiência con-
Teoria do diálogo das fontes fere ao Ministério Público a legitimidade para o in-
gresso de ação civil pública visando à acessibilidade
Busca-se, por meio da teoria do diálogo das fontes, as nor- das pessoas idosas em estabelecimentos privados.
mas que tratam do tema, gerais ou especiais, a fim de garan- (correta)
tir a tutela mais efetiva aos direitos difusos e coletivos.  (Defensor DPEPB 2014 FCC) Pela teoria do diálogo
Jurisprudência das fontes, deve-se buscar a aplicação, tanto quanto
possível, de todas as normas que tratam do tema,
• É possível condenar judicialmente Estado ou Muni- gerais ou especiais, de modo a garantir a tutela mais
cípio a investir na saúde os valores mínimos que efetiva ao grupo vulnerável protegido pela lei, o que
não foram aplicados em anos anteriores. STF. Ple- pode levar, por exemplo, à aplicação do Código Civil
nário. RE 858075/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, reda- em detrimento do Código de Defesa do Consumidor
tor do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em quando o primeiro for mais favorável. (correta)
14/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 818) (Info  (Defensor DPDF 2013 Cespe) Não obstante a ampla
1017). aceitação da teoria do diálogo das fontes, o Código
• Se uma associação ajuizou ACP, na condição de Civil vigente não pode ser utilizado para tutela con-
substituta processual, e obteve sentença coletiva tratual efetiva dos consumidores, por ausência de
favorecendo os substituídos, todos os beneficiados aproximação principiológica com o CDC. (incorreta)
possuem legitimidade para a execução individual,  (Assessor CODEVASF 2021 Cespe) Ação civil pública
mesmo que não sejam filiados à associação autora. por dano ao meio ambiente, seja coletiva, seja indi-
STJ. 2ª Seção. REsp 1438263/SP, Rel. Min. Luis Felipe vidual, independentemente da natureza do pedido,
Salomão, julgado em 24/03/2021 (Recurso Repeti- obedece a parâmetro jurídico objetivo, solidário e ili-
tivo – Tema 948) (Info 694). mitado, pois é fundada na teoria do risco integral.
• Legitimidade do Ministério Público para ACP em de- (correta)
fesa dos direitos individuais disponíveis de candida-  (Promotor MPEPB 2018 FCC adaptada) É incabível a
tos em exame da OAB. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp ação civil pública, se proposta pelo Ministério Pú-
1701853/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em blico, para veicular pretensões que envolvam tribu-
15/03/2021. tos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Ga-
• É possível o ajuizamento de ACP alegando que o rantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou outros fundos
particular que recebeu a indenização na desapro- de natureza institucional cujos beneficiários podem
priação não era o seu real proprietário mesmo que ser individualmente determinados. (correta)
já tenham se passado 2 anos do trânsito em julgado
da ação de desapropriação. STF. Plenário. RE O que é o chamado
1010819/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do “PROCESSO ESTRUTURAL”?
acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
“O processo estrutural é um processo coletivo no qual se
26/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 858) (Info
pretende, pela atuação jurisdicional, a reorganização de uma
1019).
estrutura burocrática, pública ou privada, que causa, fo-
• Em ACP na qual se questiona acolhimento instituci-
menta ou viabiliza a ocorrência de uma violação pelo modo
onal de menor, não é admissível o julgamento de
como funciona, originando um litígio estrutural. Essencial-
improcedência liminar ou o julgamento antecipado
mente, o processo estrutural tem como desafios:

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1) a apreensão das características do litígio, em toda a sua FUNCIONAL (= COMPETÊNCIA TERRITORIAL ABSOLUTA) para
complexidade e conflituosidade, permitindo que os diferen- processar e julgar a causa.
tes grupos de interesses sejam ouvidos; COMPETÊNCIA
2) a elaboração de um plano de alteração do funcionamento
REGRA GERAL
da instituição, cujo objetivo é fazer com que ela deixe de se
comportar da maneira reputada indesejável; Lei de Ação Dois critérios:
3) a implementação desse plano, de modo compulsório ou Civil Pública a) local do dano (art. 2º da LACP);
negociado; (Lei b) âmbito de extensão do dano (art. 93 do
4) a avaliação dos resultados da implementação, de forma a 7.347/1985) CDC).
garantir o resultado social pretendido no início do processo, Situação Juízo competente
que é a correção da violação e a obtenção de condições que é competente será o juízo
No âmbito local
impeçam sua reiteração futura; estadual do lugar onde
(município ou
5) a reelaboração do plano, a partir dos resultados avaliados, ocorreu ou deveria
comarca):
ocorrer o dano.
no intuito de abordar aspectos inicialmente não percebidos
No Âmbito é competente o foro da
ou minorar efeitos colaterais imprevistos; e
regional justiça estadual na Capital
6) a implementação do plano revisto, que reinicia o ciclo, o (várias do Estado ou o do Distrito
qual se perpetua indefinidamente, até que o litígio seja solu- localidades de Federal, se este estiver
cionado, com a obtenção do resultado social desejado, que um mesmo envolvido.
é a reorganização da estrutura” – na lição de Edilson Vitorelli. Estado ou em
mais de um
#Resumindo: é uma nova tendência do direito brasileiro para Estado):
resolver “problemas estruturais”, ligados às instituições pú- No Âmbito é competente o foro da
blicas ou privadas. nacional justiça estadual na capital
VITORELLI, Edilson. Levando os conceitos a sério: processo estrutural, pro- (em mais de um do Estado ou o foro do
cesso coletivo, processo estratégico e suas diferenças in Revista de Processo: Código de Estado com Distrito Federal, pois
RePro, ano 43, vol. 284, São Paulo: Revista dos Tribunais, out. 2018, p. 348 Defesa do impacto possuem competências
Consumidor relevante para o territoriais concorrentes.
O que é o chamado “PROCESSO CIVIL DOS DESASTRES” (di- (Lei País)
reito processual dos desastres e gestão de risco pelo pro- 8.078/1990) Causas em que a Justiça federal, observas
cesso)? União, entidade as regras acima.
autárquica ou
A expressão “processo civil dos desastres” decorre da aná- empresa pública
lise das alterações no direito processual a partir de questões federal forem
ligadas ao direito material dos desastres. interessadas na
condição de
E o que são desastres? Desastres são eventos que atingem autoras, rés,
assistentes ou
as comunidades e possuem uma dimensão social, ou seja,
oponentes.
fora/além da dimensão individual. Tabela baseada no livro: GARCIA, Leonardo; ZANETI JR.,
Ex.: enchentes, terremotos, furacões, rompimento de barra- Hermes. Direitos difusos e coletivos. 2020, p. 360.
gens, vazamentos de petróleo, terrorismo, epidemias e pan- Competência funcional e territorial
demias globais (COVID-19). (competência absoluta: pode ser declinada
O Direito brasileiro prevê o conceito legal de “desastre”: “VII de ofício, a qualquer e independentemente
- desastre - resultado de evento adverso decorrente de ação da vontade das partes).
natural ou antrópica sobre cenário vulnerável que cause da-
nos humanos, materiais ou ambientais e prejuízos econômi- EXCEÇÃO
cos e sociais” (Decreto 10.593/2020). Estatuto da
Local da ação ou omissão
Criança e do
Segundo Daniel Farber, estas são as FASES DO DIREITO DOS (competência absoluta: pode ser declinada
Adolescente
DESASTRES - pensadas de maneira temporal: de ofício, a qualquer e independentemente
(Lei
a) prevenção e mitigação: risk mitigation, fase inibitória ou da vontade das partes).
8.069/1990)
de remoção do ilícito;
b) resposta de emergência: emergence response, tutela de Estatuto do Foro do domicílio do idoso
urgência; Idoso (competência absoluta: pode ser declinada
c) compensação: compensation and insurance, tutela ressar- (Lei de ofício, a qualquer e independentemente
citória; 10.741/2003) da vontade das partes).
d) reconstrução: rebuilding, tutela ressarcitória na forma es- Ação Popular
pecífica. É do juízo de primeiro grau, conforme a
(Lei
origem do ato impugnado.
GARCIA, Leonardo; ZANETI JR., Hermes. Direitos difusos e coletivos. Salvador: 4.717/1965)
Juspodivm, 2020, p. 92.
Juizados
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro Não tem competência para apreciar ações
Especiais
do LOCAL onde ocorrer o DANO, cujo juízo terá competência coletivas.
Cíveis e

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Criminais 1. O conflito diz respeito a definição do juízo competente para pro-
Federais cessar e julgar dezoito ações civis públicas ajuizadas pelo Ministé-
(Lei rio Público, Defensoria Pública e entidades de defesa do consumi-
dor contra as instituições de ensino suscitantes, integrantes de um
10.259/2001)
mesmo grupo econômico, propostas em comarcas de Estados dis-
Não tem competência para apreciar ações tintos, relacionadas a redução de valor da parcela mensal das se-
coletivas. mestralidades devidas pelos seus alunos, no período de suspensão
das aulas presenciais decorrente da pandemia causada pelo COVID-
19.
FONAJE, Enunciado 139 (substitui o
2. Conflito não conhecido quanto as ações em que ocorreu desis-
Enunciado 32): “A exclusão da competência
tência (princípio da disponibilidade motivada da ação coletiva ou
do Sistema dos Juizados Especiais quanto às princípio da indisponibilidade mitigada da ação coletiva), reco-
Juizados
demandas sobre direitos ou interesses nhecimento de ilegitimidade passiva, homologação de acordo fir-
Especiais
difusos ou coletivos, dentre eles os mado entre as partes e indeferimento da petição inicial, diante da
Cíveis e
individuais homogêneos, aplica-se tanto perda do objeto.
Criminais
para as demandas individuais de natureza 3. Não há que se falar na perda do objeto das ações civis públicas
Estaduais nos Estados em que foi editada lei estadual, reduzindo os valores
multitudinária quanto para as ações
(Lei das mensalidades escolares, diante da declaração de inconstitucio-
coletivas. Se, no exercício de suas funções, os
10.259/2001) nalidade pelo STF daquelas que determinaram descontos obrigató-
juízes e tribunais tiverem conhecimento de
rios.
fatos que possam ensejar a propositura da
4. Há necessidade de reunião dos processos, por CONEXÃO,
ação civil coletiva, remeterão peças ao quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. Na hipótese
Ministério Público e/ou à Defensoria Pública dos autos, verifica-se que as causas de pedir contidas nas ações civis
para as providências cabíveis (Alterado no públicas possuem fundamentos idênticos ou assemelhados, resul-
XXXVI Encontro – Belém/PA)”. tantes da suspensão das atividades educacionais ocorrida em de-
corrência dos atos oficiais praticados pelas autoridades em com-
Parágrafo único A propositura da ação PREVENIRÁ a bate a pandemia da COVID-19. Os pedidos, também semelhantes,
jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente buscam a imposição de obrigação de fazer consistente na redução
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo da cobrança das parcelas mensais das semestralidades em percen-
objeto (pedido). tuais postulados pelos autores das demandas coletivas.

Jurisprudência No mesmo sentido:


VII. Na forma da jurisprudência, "em se tratando de ações
civis públicas intentadas em juízos diferentes, contendo,
• Súmula 489-STJ: Reconhecida a CONTINÊNCIA, de-
porém, fundamentos idênticos ou assemelhados, com
vem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis causa de pedir e pedido iguais, deve ser fixado como foro
públicas propostas nesta e na Justiça estadual. competente para processar e julgar todas as ações, pelo
• Admite-se EMENDA À INICIAL de ação civil pública, fenômeno da prevenção, o juízo a quem foi distribuído a
em face da existência de pedido genérico, ainda primeira ação" (STJ, CC 22.693/DF, Rel. Ministro JOSÉ DEL-
que já tenha sido apresentada a contestação. STJ. GADO, PRIMEIRA SEÇÃO, DJU de 19/04/99).
4ª Turma. REsp 1279586-PR, Rel. Min. Luis Felipe Sa- VIII. Mais recentemente, a Primeira Seção do STJ enten-
lomão, julgado em 03/10/2017 (Info 615). deu, em consonância com o disposto no art. 5º, § 3º, da
Lei 4.717/65 (Lei da Ação Popular), que a propositura da
ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
 (Procurador Valiprev/SP 2020 Vunesp) De acordo que forem posteriormente intentadas contra as mesmas
com o entendimento sumulado do Superior Tribunal partes e sob os mesmos fundamentos, orientação aplicá-
de Justiça, reconhecida a continência entre ações ci- vel, mutatis mutandis, ao caso dos autos (STJ, CC
vis públicas propostas na Justiça Federal e na Justiça 145918/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SE-
Estadual, as ações devem ser reunidas na Justiça Fe- ÇÃO, DJe de 17/05/2017).
deral. (correta)
5. O STJ, como Tribunal da cidadania e guardião da legislação infra-
constitucional, deve zelar pela segurança das relações jurídicas,
Comentando um julgado atual economia e celeridade processuais, evitando a prolação de deci-
sobre prevenção em ações coletivas sões conflitantes que venham a prejudicar o jurisdicionado.
6. O tema envolve interesse nacional, considerando a atuação das
CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. INCIDENTE MANEJADO
suscitantes e o fato de constituírem um mesmo grupo econômico,
SOB A ÉGIDE DO NCPC. AÇÕES CIVIS PÚBLICAS. PANDEMIA COVID-
com estudantes em diferentes unidades da federação.
19. PRETENSÃO DE DESCONTOS NAS SEMESTRALIDADES DAS INSTI-
7. Não mais se discute a limitação territorial dos efeitos da sen-
TUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR INTEGRANTES DE UM MESMO
tença, previsto no art.16 da Lei nº 7.347/1985, diante da declara-
GRUPO ECONÔMICO. AÇÕES NAS QUAIS HOUVE DESISTÊNCIA, CE-
ção pelo STF da inconstitucionalidade do artigo 16 da LACP, com a
LEBRAÇÃO DE ACORDO E INDEFERIMENTO DA INICIAL. PERDA DO
redação da Lei 9.494/1997, cuja finalidade foi ostensivamente res-
OBJETO. CAUSA DE PEDIR E PEDIDOS COMUNS. CONEXÃO ENTRE
tringir os efeitos condenatórios de demandas coletivas, limitando o
OS FEITOS. NECESSIDADE DE JULGAMENTO UNIFORME. PRINCÍPIO
rol dos beneficiários da decisão por meio de um critério territorial
DA SEGURANÇA JURÍDICA. PREVENÇÃO. ART. 2º, PARÁGRAFO
de competência, acarretando grave prejuízo ao necessário trata-
ÚNICO, DA LEI 7.347/85. APLICAÇÃO. PRECEDENTES. CONFLITO CO-
mento isonômico de todos perante a Justiça, bem como à total in-
NHECIDO EM PARTE PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO DA
cidência do Princípio da Eficiência na prestação da atividade juris-
VARA DE INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS DE SÃO LUIS/MA.
dicional (RE 1.101.937, Relator Ministro ALEXANDRE DE MORAES,

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Tribunal Pleno, j. 8/4/2021, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe DNA tratando o tema de forma jocosa e deprecia-
11/6/2021). tiva. STJ. 4ª Turma. REsp 1517973-PE, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 16/11/2017 (Info 618).
Teor do acórdão:
• A exploração de jogo de azar ilegal configura, em si
O relator, Ministro ALEXANDRE DE MORAES, enfatizou
que não é possível compatibilizar a restrição imposta
mesma, dano moral coletivo. STJ. 2ª Turma. REsp
pelo art. 16 da Lei 9.494/1997, com a consagração cons- 1.567.123-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado
titucional da ação civil pública como instrumento de ga- em 14/06/2016 (Info 678).
rantia dos direitos fundamentais de TERCEIRA GERA- • Judiciário pode determinar a reforma de cadeia pú-
ÇÃO. blica ou a construção de nova unidade prisional.
Os direitos de terceira geração são aqueles que materiali- STF. Plenário. RE 592581/RS, Rel. Min. Ricardo Le-
zam poderes de titularidade coletiva atribuídos generica- wandowski, julgado em 13/8/2015 (repercussão ge-
mente a todas as formações sociais, consagram o princí-
ral) (Info 794).
pio da solidariedade e constituem um momento impor-
tante no processo de desenvolvimento, expansão e reco-
• AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA TUTELA DO MEIO AMBI-
nhecimento dos direitos humanos, caracterizados en- ENTE. OBRIGAÇÕES DE FAZER, DE NÃO FAZER E DE
quanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de PAGAR QUANTIA. POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO
uma essencial inexauribilidade (MORAES, Alexandre de. DE PEDIDOS ART. 3º DA LEI 7.347/85. (...) É por isso
Direito Constitucional. 27ª edição. São Paulo: Atlas, 2011, que, na interpretação do art. 3º da Lei 7.347/85 ("A
pág. 34). ação civil poderá ter por objeto a condenação em
O entendimento do STF é consentâneo com aquele ado- dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer
tado pelo STJ desde outubro de 2011, em que a Corte Es- ou não fazer"), a conjunção “ou” deve ser conside-
pecial decidiu pela mitigação do disposto no art. 16 da Lei
rada com o sentido de adição (permitindo, com a
nº 7.347/1985, fixando a tese de que a eficácia da sen-
tença não está circunscrita a lindes geográficos, mas aos
cumulação dos pedidos, a tutela integral do meio
limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando- ambiente) e não o de alternativa excludente (o que
se em conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a tornaria a ação civil pública instrumento inade-
qualidade dos interesses metaindividuais postos em juízo quado a seus fins). É conclusão imposta, outrossim,
(REsp 1.243.887/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, por interpretação sistemática do art. 21 da mesma
Corte Especial, j. 19/10/2011, DJe 12/12/2011). lei, combinado com o art. 83 do Código de Defesa
do Consumidor. STJ. 1ª Turma. REsp 605.323/MG,
8. A ação civil pública possui regramento próprio na Lei nº 7.347/85, Rel. Min. José Delgado, Rel. p/ Acórdão Min. Teori
que estabelece no seu art. 2º, parágrafo único, a ocorrência de pre-
Albino Zavascki, julgado em 18/08/2005.
venção do juízo em que proposta a primeira ação para o processa-
mento e julgamento das demandas posteriormente ajuizadas com
a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. Art. 4o Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta
Lei, objetivando, inclusive, evitar dano ao patrimônio público
Lei seca: e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à
LACP, art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem
no foro do LOCAL onde ocorrer o DANO, cujo juízo terá
urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético,
competência FUNCIONAL (= COMPETÊNCIA
histórico, turístico e paisagístico.
TERRITORIAL ABSOLUTA) para processar e julgar a causa.
Parágrafo único A propositura da ação PREVENIRÁ a
Comentários
jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto (pedido). • FPPC 503: O procedimento da tutela cautelar, reque-
rida em caráter antecedente ou incidente, previsto
9. Conflito conhecido em parte para declarar competente o Juízo no Código de Processo Civil é compatível com o mi-
da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luis/MA, onde foi crossistema do processo coletivo.
proposta a primeira das ações.
STJ. 2ª Seção. CC 175.936/MA, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em
25/08/2021. Art. 5o Têm LEGITIMIDADE para propor a ação principal e
a ação cautelar:
Art. 3º A ação civil poderá ter por OBJETO (pedido) a I - o Ministério Público;
condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de II - a Defensoria Pública;
fazer ou não fazer (STJ: é possível CUMULAÇÃO DE PEDIDOS). III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade
Jurisprudência de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
• Judiciário pode determinar a realização de obras de a) esteja constituída há pelo menos 1 ano (CONSTITUIÇÃO
acessibilidade em prédios públicos. STJ. 2ª Turma. ÂNUA) nos termos da lei civil;
REsp 1607472-PE, Rel. Min. Herman Benjamin, jul- b) inclua, entre suas finalidades institucionais
gado em 15/9/2016 (Info 592). (PERTINÊNCIA TEMÁTICA ou NEXO DE FINALIDADE), a
• Reconhecimento de dano moral coletivo por conta proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
de programa de televisão que divulga testes de consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos
direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao

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patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico. • Súmula 643-STF: O Ministério Público tem legitimi-
dade para promover ação civil pública cujo funda-
Representatividade adequada mento seja a ilegalidade de reajuste de mensalida-
(controle ope legis vs. ope judicis) des escolares.
• Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimi-
Ope legis Ope judicis
dade ativa para atuar na defesa de direitos difusos,
Somente o legislador, e não Caberá ao juiz, de ofício, coletivos e individuais homogêneos dos consumido-
o juiz, poderá prever os re- exercer o controle de idonei- res, ainda que decorrentes da prestação de serviço
quisitos para a legitimação. dade (adequação da repre- público.
É preponderantemente ado- sentatividade) para afe- • Súmula 329-STJ: O Ministério Público tem legitimi-
tada no Brasil. rir/afastar a legitimação ad dade para propor ação civil pública em defesa do
causam de associação. patrimônio público.
Excepcionalmente, o magis- • Não há óbice a que seja invertido o ônus da prova
trado tem o poder-dever – em ação coletiva de consumo, ainda que se cuide de
ainda que de ofício – de exer- ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público.
cer o controle de idoneidade STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1788959/AM, Rel.
(adequação da representati- Min. Marco Buzzi, julgado em 27/09/2021.
vidade) para aferir/afastar a • O MPF possui legitimidade para propor ação civil
legitimação ad causam da pública a fim de debater a cobrança de encargos
ASSOCIAÇÃO (STJ, Resp bancários supostamente abusivos praticados por
1213614). instituições financeiras privadas. STJ. 3ª Turma.
“É digno de realce que, muito embora o anteprojeto da Lei REsp 1573723-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cu-
n. 7.347/1985, com inspiração no direito norte-americano, eva, julgado em 10/12/2019 (Info 662).
previa a verificação da representatividade adequada das • Ministério Público possui legitimidade para propor
associações (adequacy of representation), propondo que ACP em defesa de direitos sociais relacionados com
sua legitimação seria verificada no caso concreto pelo juiz, o FGTS. STF. Plenário. RE 643978/SE, Rel. Min. Ale-
todavia, essa proposta não prevaleceu, pois o legislador op- xandre de Moraes, julgado em 9/10/2019 (repercus-
tou por indicar apenas quesitos objetivos (estar constituída são geral – Tema 850) (Info 955).
há pelo menos 1 (um) ano e incluir, entre suas finalidades • Admite-se a intervenção da Defensoria Pública no
institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumi- feito como custos vulnerabilis nas hipóteses em que
dor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patri- há formação de precedentes em favor dos vulnerá-
mônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico). veis e dos direitos humanos. STJ. 2ª Seção. EDcl no
Com efeito, o legislador instituiu referidas ações visando tu- REsp 1712163-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado
telar interesses metaindividuais, partindo da premissa de em 25/09/2019 (Info 657).
que são, presumivelmente, propostas em prol de interesses • O Ministério Público pode ajuizar ACP para anular
sociais relevantes ou, ao menos, de interesse coletivo, por aposentadoria que lese o erário. STF. Plenário. RE
legitimado ativo que se apresenta, ope legis, como repre- 409356/RO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
sentante idôneo do interesse tutelado (MANCUSO, Rodolfo 25/10/2018 (repercussão geral) (Info 921).
de Camargo. Ação civil pública: em defesa do meio ambi- • O Ministério Público é parte legítima para ajuiza-
ente, do patrimônio cultural e dos consumidores - Lei mento de ação civil pública que vise o fornecimento
7.347/1985 e legislação complementar. 12 ed. São Paulo: de remédios a portadores de certa doença. STF. Ple-
revista dos Tribunais, 2011, p. 430). (...) [Ainda assim], é nário. RE 605533/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, jul-
plenamente possível que, excepcionalmente, de modo de- gado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911).
vidamente fundamentado, o magistrado exerça, MESMO • Município tem legitimidade ad causam para ajuizar
QUE DE OFÍCIO, o controle de idoneidade (adequação da re- ação civil pública em defesa de direitos consumeris-
presentatividade) para aferir/afastar a legitimação ad cau- tas questionando a cobrança de tarifas bancárias.
sam de ASSOCIAÇÃO.” (REsp 1213614/RJ, Rel. Ministro LUIS STJ. 3ª Turma. REsp 1509586-SC, Rel. Min. Nancy An-
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 01/10/2015, drighi, julgado em 15/05/2018 (Info 626).
DJe 26/10/2015). • Associação de defesa do consumidor não tem legi-
timidade para ajuizar ACP discutindo DPVAT. STJ. 2ª
 (Defensor DPESP 2019 FCC) Todo legitimado ativo
Seção. REsp 1091756-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel.
para a ação civil pública deve demonstrar, prelimi-
Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
narmente, aptidão técnica, idoneidade moral e ca-
13/12/2017 (Info 618).
pacidade econômica para ser habilitado como autor,
• Ministério Público tem legitimidade para defender
sob pena de comprometer o interesse público e os
contratantes do seguro obrigatório DPVAT (RE
direitos de terceiros. (incorreta)
631.111/GO, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 06
e 07/08/2014. Repercussão Geral). Obs. Em razão
Jurisprudência dessa decisão do STF, o STJ entendeu por cancelar a
Súmula 470.

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• Antes de o magistrado reconhecer a ilegitimidade Características da legitimação extraordinária nas deman-
ativa do Ministério Público para propor ação civil das coletivas
pública ex delicto, é indispensável que a Defensoria
Disjuntiva: podem ajuizar individualmente, independente-
Pública seja intimada para tomar ciência da de-
mente dos demais legitimados.
manda e, sendo o caso, assumir o polo ativo da
Concorrente: qualquer um pode ajuizar ação.
ação. STJ. 4ª Turma. REsp 888081-MG, Rel. Min. Raul
Exclusiva: só os elencados pela lei.
Araújo, julgado em 15/9/2016 (Info 592).
Mista/plúrima: porque são legitimados para ACP órgãos pú-
• É constitucional a Lei nº 11.448/2007, que alterou a
blicos como também órgãos de direito privado (ex.:
Lei 7.347/85, prevendo a Defensoria Pública como
EP/SEM).
um dos legitimados para propor ação civil pública.
• DPESP (tese institucional de n.º 4): “A Defensoria Pública possui legitimi-
STF. Plenário. ADI 3943/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, dade ampla, concorrente, disjuntiva e autônoma para propor a ação civil pú-
julgado em 6 e 7/5/2015 (Info 784). blica na tutela de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos em ma-
téria ambiental”. (II Encontro Estadual - 2008)
Questões
O Ministério Público tem legitimidade
 (Promotor MPEBA 2015) O Ministério Público tem
para ajuizar quaisquer direitos coletivos?
legitimidade para propor Ação Civil Pública em favor
de uma única pessoa a fim de garantir-lhe o forneci- O MP está sempre legitimado a defen-
mento de medicamento de alto custo. (correta) Difusos der qualquer direito difuso (MP sempre
 (Defensor DPERJ 2021 FGV) As empresas públicas e (SIM) possui representatividade ade-
as sociedades de economia mista têm legitimidade quada).[1]
ativa para a ação civil pública. (correta)
O MP está sempre legitimado a defen-
 (Promotor MPECE 2020 Cespe) Em demanda na qual Coletivos
der qualquer direito coletivo em sen-
beneficiários individualizados pretendem o forneci- stricto sensu
tido estrito (MP sempre possui repre-
mento público de medicamento necessário ao pró- (SIM)
sentatividade adequada). [2]
prio tratamento de saúde, o Ministério Público é
parte legítima para pleitear a entrega do medica- 1) Se forem INDISPONÍVEIS: sim;
mento, porque se trata de direitos individuais homo-
gêneos indisponíveis. (correta) 2) Se forem DISPONÍVEIS: APENAS
 (Promotor MPDFT 2021) O Ministério Público Fede- quando (i) há relevância social obje-
ral possui legitimidade e interesse para pleitear uma tivo do bem jurídico tutelado ou (ii) di-
nova correção e divulgação de todas as provas prá- ante da massificação do conflito em si
tico profissionais, pois a jurisprudência do Superior considerado.
Tribunal de Justiça está sedimentando-se em favor Individuais A jurisprudência do STJ "vem sedimentando-se
Homogêneos em favor da legitimidade do MP para promover
da legitimidade do MP para promover Ação Civil Pú- Ação Civil Pública visando à defesa de direitos in-
blica visando à defesa de direitos individuais homo- (DEPENDE)
dividuais homogêneos, ainda que disponíveis e di-
gêneos, ainda que disponíveis e divisíveis, quando visíveis, quando há relevância social objetiva do
há relevância social objetiva do bem jurídico tute- bem jurídico tutelado (a dignidade da pessoa hu-
mana, a qualidade ambiental, a saúde, a educa-
lado. (correta) ção, para citar alguns exemplos) ou diante da
 (Procurador Prefeitura de Jundiaí/SP 2021 Vunesp) massificação do conflito em si considerado" (STJ,
O Ministério Público tem legitimidade para propor AgInt no REsp 1.701.853/RJ, Rel. Ministro HER-
tal ação em defesa do patrimônio público. (correta) MAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de
19/03/2021).
Legitimidade processual coletiva (natureza jurídica) [1 e 2] “A legitimação do Ministério Público para a propositura de Ação Civil
Pública, em defesa de interesses e DIREITOS DIFUSOS e COLETIVOS STRICTO
Legitimidade extraordinária SENSU, é AUTOMÁTICA ou IPSO FACTO e, diversamente, depende da pre-
Legitimidade ordinária
(substituto processual) sença de relevância social no campo de interesses e direitos individuais ho-
mogêneos, amiúde de caráter divisível” (REsp 347.752/SP, Rel. Ministro HER-
A própria pessoa vai a juízo Lei autoriza ente legitimados MAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2007, DJe
defender seus direitos. a exercer a defesa de direito 04/11/2009).
alheio (coletividade substitu- Em relação ao Ministério Público e aos entes políticos, que tem como finali-
dades institucionais a proteção de valores fundamentais, como a defesa co-
ída), em nome próprio. letiva dos consumidores, não se exige pertinência temática e representativi-
É a que prevalece na dou- dade adequada. STJ. 3ª Turma. REsp 1509586/SC, Rel. Min. Nancy Andrighi,
trina. julgado em 15/05/2018.

É possível legitimação extraordinária por substituição pro-


cessual e por representação?
SIM
Legitimação extraordinária Legitimação processual por
por representação substituição processual
Ocorre mediante autorização Independente de autoriza-
do titular do direito. ção do titular do direito.

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As associações precisam de autorização específica dos as- Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impe-
sociados para ajuizar ação coletiva? trado por partido político com representação no Congresso
Quando uma associação ajuíza ação coletiva, ela atua Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a
como representante processual ou como substituta pro- seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organiza-
cessual? ção sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano,
1) Ação coletiva de rito ordi- 2) Ação civil pública (ação cole-
em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de
nário proposta pela associa- tiva proposta na defesa de di-
parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus
ção na defesa dos interes- reitos difusos, coletivos ou in-
estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dis-
ses de seus associados: SIM dividuais homogêneos): NÃO
pensada, para tanto, autorização especial.
A associação, quando ajuíza A associação, quando ajuíza
Mandado de injunção coletivo
ação na defesa dos interes- ação na defesa de direitos difu-
dispensa autorização especial?
ses de seus associados, atua sos, coletivos ou individuais
SIM
como REPRESENTANTE homogêneos, atua como
PROCESSUAL e, por isso, é SUBSTITUTA PROCESSUAL e Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promo-
obrigatória a autorização in- não precisa dessa autorização. vido:
dividual ou assemblear dos I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for es-
associados. pecialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais
Aplica-se o entendimento O entendimento firmado no RE
indisponíveis;
firmado pelo STF no RE 573232/SC não foi pensado
II - por partido político com representação no Congresso Na-
573232/SC (veja abaixo). para esses casos.
cional, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
O disposto no artigo 5º, in- (...) 1. Ação civil pública, ajui- prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a fi-
ciso XXI, da Carta da Repú- zada pelo Movimento das Do- nalidade partidária;
blica encerra representação nas de Casa e Consumidores de III - por organização sindical, entidade de classe ou associa-
específica, não alcançando Minas Gerais, na qual sustenta ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo me-
previsão genérica do esta- a nulidade de cláusulas de con- nos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liber-
tuto da associação a revelar tratos de arrendamento mer- dades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de
a defesa dos interesses dos cantil. (...) seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e
associados. 3. Por se tratar do regime de desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para
As balizas subjetivas do tí- substituição processual, a au- tanto, autorização especial;
tulo judicial, formalizado torização para a defesa do in-
Jurisprudência
em ação proposta por asso- teresse coletivo em sentido
ciação, é definida pela re- amplo é estabelecida na defini-
• Súmula 629-STF: A impetração de mandado de se-
presentação no processo ção dos objetivos institucio-
gurança coletivo por entidade de classe em favor
de conhecimento, presente nais, no próprio ato de criação
dos associados independe da autorização destes.
a autorização expressa dos da associação, sendo desne-
associados e a lista destes cessária nova autorização ou
juntada à inicial. deliberação assemblear. (...) § 1º O MINISTÉRIO PÚBLICO, se não intervier no processo
STF. Plenário. RE 9. As teses de repercussão ge- como parte, atuará OBRIGATORIAMENTE como fiscal da lei.
573232/SC, rel. orig. Min. ral resultadas do julgamento
Questões
Ricardo Lewandowski, red. do RE 612.043/PR e do RE
p/ o acórdão Min. Marco 573.232/SC tem seu alcance  (Promotor MPEAP 2012 FCC) Se o Ministério Público
Aurélio, julgado em expressamente restringido às não intervier no processo como parte, atuará obri-
14/5/2014 (repercussão ge- ações coletivas de rito ordiná- gatoriamente como fiscal da lei, além de assumir a
ral) (Info 746). rio, as quais tratam de interes- titularidade ativa da demanda em caso de desistên-
ses meramente individuais, cia infundada ou abandono da ação por associação
sem índole coletiva, pois, nes- legitimada. (correta)
sas situações, o autor se limita  (Procurador MPT 2013) Se o Ministério Público não
a representar os titulares do intervier como litisconsorte, atuará obrigatoria-
direito controvertido, atuando mente como fiscal da lei em demanda coletiva inici-
na defesa de interesses alheios ada por outro autor coletivo, cujo objeto verse sobre
e em nome alheio. (...) direitos difusos e coletivos. (correta)
STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp
1799930/MG, Rel. Min. Nancy § 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras
Andrighi, julgado em associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se
26/08/2019. como LITISCONSORTES de qualquer das partes (#MPESP-
2015).
Mandado de segurança coletivo Jurisprudência
dispensa autorização especial?
SIM

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dos interesses e direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos”. (II En-
• Há litisconsórcio passivo necessário da União e da contro Estadual - 2008)
Agência Nacional de Saúde em ação coletiva que § 6° Os ÓRGÃOS PÚBLICOS LEGITIMADOS poderão (=
afete a esfera do poder regulador da entidade da facultativo) tomar dos interessados compromisso de
Administração Pública. STJ. 4ª Turma. REsp ajustamento de sua conduta (TAC) às exigências legais,
1188443-RJ, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Rel. mediante cominações, que terá eficácia de título executivo
Acd. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em EXTRAJUDICIAL.
27/10/2020 (Info 684).
Jurisprudência
§ 3º Em caso de DESISTÊNCIA INFUNDADA ou ABANDONO
da ação por ASSOCIAÇÃO legitimada, o Ministério Público ou • É possível que as associações privadas façam tran-
outro legitimado assumirá a titularidade ativa. sação em ação civil pública. STF. Plenário. ADPF
165/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
Jurisprudência 1º/3/2018 (Info 892).

• Caso ocorra dissolução da associação autora em Questões


ACP, é possível sua substituição no polo ativo por
 (Defensor DPEES 2016 FCC) A Lei da Ação Civil Pú-
outra associação. STJ. 3ª Turma. EDcl no REsp
blica (Lei nº 7.347/1995) atribui legitimidade à De-
1405697/MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, jul-
fensoria Pública para firmar termo de ajustamento
gado em 10/09/2019.
de conduta. (correta)
Indisponibilidade da ação/execução coletiva Art. 6º Qualquer (i) pessoa PODERÁ e o (ii) servidor
Indisponibilidade da ação/execução coletiva (§ 3º do art. 5º público DEVERÁ provocar a iniciativa do Ministério Público,
da LACP): o objeto da ação coletiva pertence à coletividade ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam
e não ao legitimado. objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de
Indisponibilidade mitigada (art. 9º da LACP): a desistência é convicção.
possível se fundamentada e justificada. Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e
Embora trate só da associação, a previsão vale para todos os tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar
legitimados (inclusive MP/Defensoria). Qualquer outro legi- a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério
timado pode seguir com a ação. Desistência fundamentada Público para as providências cabíveis.
(= realizada visando melhor interesse público). Nenhum dos Art. 8º Para instruir a inicial, o INTERESSADO poderá
legitimados será obrigado a dar andamento (nem MP/Defen- REQUERER às autoridades competentes as certidões e
soria). Caso nenhum legitimado se disponha a assumir, de- informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no
verá ser intimado o MP. prazo de 15 dias.
§ 1º O Ministério Público poderá (i) instaurar, sob sua
§ 4° O REQUISITO DA PRÉ-CONSTITUIÇÃO poderá ser presidência, INQUÉRITO CIVIL, ou (ii) requisitar, de qualquer
dispensado pelo juiz, quando (i) haja manifesto interesse organismo público ou particular, certidões, informações,
social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá
ou (ii) pela relevância do bem jurídico a ser protegido ser inferior a 10 dias ÚTEIS.
(DISPENSA da pré-constituição das associações).
Questões
1) Quando haja manifesto interesse so-
 (Promotor MPESC 2010) Para instruir o inquérito ci-
Dispensa da pré- cial evidenciado pela dimensão ou carac- vil instaurado o Ministério Público pode, dentre ou-
constituição das terística do dano; ou tras diligências, requisitar informações e documen-
associações 2) ou pela relevância do bem jurídico a tos de autoridades federais, estaduais e municipais,
ser protegido. assim como de entidades privadas. (correta)

§ 5° Admitir-se-á o litisconsórcio FACULTATIVO entre os § 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo,
Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que
Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles
lei. documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.

Jurisprudência Defensoria Pública tem legitimidade


para instaurar inquérito civil?
• Necessidade de demonstração de motivos para a NÃO1 (ver nota de rodapé)
formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o
 (Defensor DPDF 2019 Cespe) Pacificou-se na doutrina
MPE e o MPF. STJ. 3ª Turma. REsp 1254428-MG, Rel.
o entendimento de que, com a ampliação da legitimi-
Min. João Otávio de Noronha, julgado em 2/6/2016
dade para a propositura de ação civil pública, as De-
(Info 585).
fensorias Públicas passaram a ter a atribuição de ins-
• DPESP (tese institucional de n.º 6): “Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo taurar inquéritos civis destinados a coligir provas e
entre as Defensorias da União, do Distrito-Federal e dos Estados na defesa

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quaisquer outros elementos de convicção aptos a fun- Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
damentar o ajuizamento de ação civil pública. (incor- obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o
reta) cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação
 (Defensor DPEPE 2018 Cespe) A Defensoria Pública da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de
tem legitimidade para instaurar inquérito civil para re- cominação de MULTA DIÁRIA, se esta for suficiente ou
unir elementos de fato e de direito necessários para o compatível, independentemente de requerimento do autor.
ajuizamento de ação civil pública. (incorreta)
Questões
 (Promotor MPEGO 2019) O inquérito civil é de titula-
ridade exclusiva do Ministério Público, tem assento  (Promotor MPEPB 2018 FCC) No que se refere à ação
constitucional e a sua primeira previsto consta na Lei civil pública, na ação que tenha por objeto o cumpri-
Federal n. 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Am- mento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz de-
biente). (correta) terminará o cumprimento da prestação da atividade
 (Analista MPESP 2018 Vunesp) O inquérito civil é um devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena
instrumento de investigação concedido com exclusi- de execução específica, ou de cominação de multa
vidade ao órgão do Ministério Público. (correta) diária, se esta for suficiente ou compatível, indepen-
[1] Em provas subjetivas para Defensoria Pública, é possível defender a legi- dentemente de requerimento do autor. (correta)
timidade com base na teoria dos poderes implícitos e mediante interpreta-
ção extensiva. Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado LIMINAR, com
• DPESP (tese institucional de n.º 3): “É atribuição discricionária do Defensor ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
Público, no âmbito de sua autonomia funcional (art. 5º, VI, ‘g’ c.c art. 162, VI
da LCE 988/2006) a instauração de inquérito civil com intuito de instruir futura
§ 1º A requerimento de PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
ação coletiva, devendo o art.8, §1º da Lei 7.347/85 (lei da ação civil pública) – PÚBLICO interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à
com fundamento na teoria dos poderes implícitos – ser interpretada con- saúde, à segurança e à economia pública, poderá o
forme a Constituição, propiciando-se ao Defensor os meios jurídicos necessá- PRESIDENTE DO TRIBUNAL a que competir o conhecimento
rios à consecução plena de sua missão constitucional (CRFB/88, art.134)”.
• DPERJ (Resolução nº 382/2007): permite ao membro da Defensoria Pública
do respectivo recurso SUSPENDER A EXECUÇÃO DA LIMINAR,
instaurar procedimento de instrução para colher elementos que embasem a em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma
Ação Civil Pública. das turmas julgadoras, no prazo de 5 dias a partir da
Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas publicação do ato.
as diligências, se convencer da inexistência de fundamento Jurisprudência
para a propositura da ação civil, promoverá o
ARQUIVAMENTO dos autos do inquérito civil ou das peças • O deferimento do pedido de suspensão está condi-
informativas, fazendo-o FUNDAMENTADAMENTE.
cionado à demonstração de interesse público e para
§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança ou
informação ARQUIVADAS serão REMETIDOS, sob pena de se à economia públicas, não servindo o instituto como
incorrer em falta grave, no prazo de 3 dias, ao CONSELHO sucedâneo recursal para exame do acerto ou do de-
SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. sacerto da decisão impugnada. STJ. Corte Especial.
Questões AgInt na SLS 2.733/MA, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 09/03/2021.
 (Promotor MPEPR 2010) Os autos do inquérito civil, • Não é necessário o exaurimento das vias recursais
do procedimento preparatório e do procedimento na origem para que se possa ter acesso à medida
investigatório criminal arquivados serão remetidos, excepcional prevista na Lei n. 8.437/1992 [suspen-
sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de são de liminar]. STJ. Corte Especial. AgInt na SLS
3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Pú- 2.430/DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado
blico. (correta) em 26/02/2019.
• A jurisprudência do STJ autoriza que as concessio-
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do
nárias de serviço público formulem pedido de sus-
Ministério Público, seja homologada ou rejeitada a
pensão quando demonstrado o interesse público
promoção de arquivamento, poderão as ASSOCIAÇÕES
envolvido decorrente da prestação do serviço dele-
LEGITIMADAS apresentar razões escritas ou documentos,
gado. STJ. Corte Especial. AgInt na SLS 2.511/PR, Rel.
que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às
Min. Humberto Martins, julgado em 07/04/2021.
peças de informação.
§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a
exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério • A concessão da medida suspensiva com alicerce no
Público, conforme dispuser o seu Regimento. potencial efeito multiplicador exige, além da COM-
§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a PROVAÇÃO CABAL de sua existência, a demonstra-
promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro ção de grave lesão à ordem, saúde, segurança ou
órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. economia públicas, o que não se verifica na hipó-
Art. 10. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 tese, sendo insuficientes alegações genéricas sobre
a 3 anos, mais multa de 10 a 1.000 Obrigações Reajustáveis do eventual concessão de novas liminares de mesma
Tesouro Nacional - ORTN, a recusa, o retardamento ou a natureza. STJ. Corte Especial. AgInt na SLS 2.279/PI,
omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 19/12/2017. STJ.
ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.

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Corte Especial. AgInt na SLS 2.558/DF, Rel. Min. locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local,
Humberto Martins, julgado em 01/02/2021. respectivamente.

Jurisprudência
 (Procurador da República PGR 2017) A suspensão de
liminar, concedida em ação civil pública ajuizada
• Súmula 345-STJ: São devidos honorários advocatí-
pelo Ministério Público para proteção do meio am-
cios pela Fazenda Pública nas execuções individuais
biente, exige a demonstração, precisa e cabal, de
de sentença proferida em ações coletivas, ainda
que a decisão a quo importa em grave lesão à or-
que não embargadas.
dem, à saúde, à segurança ou à economia públicas.
• Sob a sistemática dos recursos representativos de
(correta)
controvérsia repetitiva, este Superior Tribunal fixou
tese segundo a qual: "O art. 85, § 7º, do CPC/2015
Questões não afasta a aplicação do entendimento consoli-
 (Advogado da União AGU 2012 Cespe) Se determi- dado na Súmula 345 do STJ, de modo que são devi-
nado juiz, em ação civil pública, conceder liminar dos honorários advocatícios nos procedimentos in-
desfavorável à fazenda pública, esta poderá interpor dividuais de cumprimento de sentença decorrente
pedido de suspensão de segurança, ainda que esteja de ação coletiva, ainda que não impugnados e pro-
pendente de julgamento agravo de instrumento in- movidos em litisconsórcio" (REsp 1.648.238/RS, Rel.
terposto contra a mesma decisão. (correta) Ministro GURGEL DE FARIA, CORTE ESPECIAL, DJe
 (Promotor MPDFT 2011) Diversamente do procedi- 27/6/2018). STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp
mento do mandado de segurança individual, no 1945927/RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
mandado de segurança coletivo, em regra, a conces- 20/09/2021.
são de suspensão liminar do ato impugnado deve ser
precedida de audiência do representante judicial da Liquidação e execução das sentenças coletivas
pessoa jurídica de direito público. (correta)
Execução coletiva Execução individual
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do da sentença coletiva da sentença coletiva
réu APÓS o trânsito em julgado da decisão favorável ao
autor, mas será devida desde o dia em que se houver a) direitos difusos/coletivos: Legitimidade: cabe aos lesa-
configurado o descumprimento. cabe ao autor promover a li- dos ou sucessores promover
quidação/execução a liquidação individual, com-
Jurisprudência - inércia + de 60 dias: MP ou provando:
outro legitimado assume (15- a) quantum debeatur (valor
• Não é cabível ação rescisória contra decisão do Pre- LACP) devido);
sidente do Tribunal proferida em suspensão de limi- - competência: juízo da con- b) an debeatur (existência da
nar. STJ. Corte Especial. AR 5857-MA, Rel. Min. denação obrigação de indenizar).
Mauro Campbell Marques, julgado em 07/08/2019 - destinação: Fundo de Repa-
(Info 654). ração (13-LACP) Competência: juízo do domi-
• Para a formalização do pedido de suspensão de se- cílio do autor ou juízo da con-
gurança, basta um requerimento em simples peti- b) direitos individuais homo- denação (arts. 101, I, e 98, §2,
ção dirigida ao presidente do tribunal, sem maiores gêneos – admite 2 modalida- I, ambos do CDC).
formalidades. STJ. Corte Especial. AgInt no AgInt na des:
SLS 2116-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em i) execução coletiva (art. 98 Destinação: lesados ou su-
07/11/2018 (Info 644). do CDC): várias execuções in- cessores (art. 103, §3, do
dividuais em uma só execu- CDC).
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização ção
pelo dano causado reverterá a um FUNDO gerido por um - legitimidade: autor ou qual- Concurso de créditos: ha-
Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que quer colegitimado; vendo concorrência entre
participarão necessariamente (i) o Ministério Público e (ii) - competência: juízo da con- créditos coletivos (Fundos) e
representantes da comunidade, sendo seus recursos denação; indenizações individuais, pre-
destinados à reconstituição dos bens lesados. - destinação: lesados ou su- valece a pretensão individual
§ 1o. Enquanto o FUNDO não for regulamentado, o cessores. (art. 99 do CDC).
DINHEIRO ficará depositado em estabelecimento oficial de ii) residual (art. 100 do CDC):
crédito, em conta com correção monetária. restante fluído da condena- Execução individual de sen-
§ 2o Havendo acordo ou condenação com fundamento em ção (fluid recovery), origi- tença coletiva incide honorá-
dano causado por ato de DISCRIMINAÇÃO ÉTNICA nos termos nada da não habilitação de rios advocatícios em face da
do disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro indivíduos lesados. Fazenda Pública? Sim. Sú-
reverterá diretamente ao FUNDO de que trata o caput e será - legitimidade: autor ou qual- mula 345/STJ.
utilizada para ações de promoção da igualdade étnica, quer colegitimado Súmula 345-STJ: São devidos
conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da - competência: juízo da con- honorários advocatícios pela
Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos denação
Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou
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- destinação: Fundo de Repa- Fazenda Pública nas execu- lator. STF. Plenário. RE 1101937/SP, Rel. Min. Ale-
ração ções individuais de sentença xandre de Moraes, julgado em 7/4/2021 (Repercus-
proferida em ações coletivas, são Geral – Tema 1075) (Info 1012).
ainda que não embargadas.
Coisa julgada
 (Defensor DPEPB 2014 FCC adaptada) A execução in-
em ações coletivas
dividual da sentença coletiva pode ser intentada
tanto no juízo sentenciante quanto no juízo do do- COLETIVOS INDIVIDUAIS
micílio do exequente. (correta) Sentença DIFUSOS STRICTO HOMOGÊ-
 (Defensor DPU 2017 CESPE adaptada) Nos processos SENSU NEOS
coletivos contra a União, o beneficiário de sentença
Fará coisa jul- Fará coisa jul- Fará coisa jul-
coletiva procedente que for promover, individual- PROCE-
gada erga gada ultra gada erga om-
mente, a execução da parte que tiver direito deverá DENTE
omnes. partes. nes.
observar prazo prescricional de cinco anos, contado
a partir do trânsito em julgado da sentença coletiva. Fará coisa jul- Fará coisa jul-
(correta) gada erga gada ultra -
 (Defensor DPERO 2017 VUNESP adaptada) Decor- omnes. partes.
rido o prazo de um ano sem habilitação de interes-
Impede nova Impede nova Impede nova
sados em número compatível com a gravidade do IMPROCE-
ação coletiva. ação coletiva. ação coletiva.
dano, poderá o Ministério Público, concorrendo com DENTE COM
os demais legitimados apontados pelo CDC, promo- EXAME DAS O lesado O lesado O lesado pode
ver a liquidação e execução da indenização devida. PROVAS pode propor pode propor propor ação
(correta) ação indivi- ação indivi- individual se
dual. dual. não partici-
Art. 14. O juiz PODERÁ conferir EFEITO SUSPENSIVO AOS pou da ação
RECURSOS, para evitar dano irreparável à parte. coletiva.
Questões Não fará Não fará Impede nova
coisa julgada coisa julgada ação coletiva.
 (Advogado Prefeitura de Vacaria/RS 2021 Fundatec)
erga omnes. erga omnes.
Os recursos em sede de ação civil pública terão
efeito meramente devolutivo, sendo vedada conces- Qualquer legi- Qualquer legi- O lesado pode
são de efeito suspensivo. (incorreta, porque o juiz timado pode timado pode propor ação
poderá conferir efeito suspensivo para evitar dano propor nova propor nova individual se
irreparável à parte) ação coletiva, ação coletiva, não participou
desde que desde que da ação cole-
Art. 15. Decorridos 60 dias do TRÂNSITO EM JULGADO da haja prova haja prova tiva.
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe IMPROCE- nova. nova. Logo, não se
promova a EXECUÇÃO, deverá fazê-lo o Ministério Público, DENTE POR admite a re-
FACULTADA igual iniciativa aos demais legitimados. FALTA DE gra secundum
PROVAS eventum pro-
Jurisprudência
bationis (im-
possível a re-
• O prazo para execução individual de sentença pro-
propositura da
ferida contra planos de saúde em ação civil pública
mesma de-
é de cinco anos. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp
manda cole-
1807990-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado
tiva diante da
em 20/04/2020 (Info 671).
improcedên-
cia por falta
Art. 16. A sentença civil fará COISA JULGADA erga omnes, de provas)
nos limites da competência territorial do órgão prolator,
exceto se o pedido for julgado improcedente por Art. 17. Em caso de LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, (i) a associação
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado autora e (ii) os diretores responsáveis pela propositura da
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, ação serão SOLIDARIAMENTE condenados em honorários
valendo-se de nova prova. (ART. 16 É INCONSTITUCIONAL) advocatícios e ao DÉCUPLO das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.
Jurisprudência Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, (i) não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
• É inconstitucional a delimitação dos efeitos da sen- e quaisquer outras despesas, (ii) nem condenação da
tença proferida em sede de ação civil pública aos li- associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
mites da competência territorial de seu órgão pro- de advogado, custas e despesas processuais.

Jurisprudência

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 (Promotor MPPI 2019 Cespe) O STJ firmou entendi-
• Em regra, o demandado que for sucumbente na ACP
mento de que, em ação civil pública promovida pelo
não tem o dever de pagar honorários advocatícios.
Ministério Público, o adiantamento dos honorários
STJ. Corte Especial. EAREsp 962250/SP, Rel. Min. Og
periciais ficará a cargo da Fazenda Pública a qual está
Fernandes, julgado em 15/08/2018.
vinculado o parquet. (correta)
• O STJ decidiu que esse art. 18 da Lei 7.347/85 é apli-
 (Promotor MPERO 2010 Cespe) Isenção de custas
cável também para a ação civil pública movida por
não abrange execuções individuais referentes a
SINDICATO na defesa de direitos individuais homo-
ações coletivas. Não abrange ação rescisória ou inci-
gêneos da categoria que representa. STJ. Corte Es-
dentes processuais. (correta)
pecial. EREsp 1322166-PR, Rel. Min. Mauro Campbell
 (Assessor COREPR 2021 Quadrix) A dispensa de cus-
Marques, julgado em 4/3/2015 (Info 558).
tas em ação civil pública dirige-se apenas, e em prin-
• Art. 18 da Lei 7.347/1985 deve ser interpretada tam- cípio, ao autor, não desonerando o réu. (incorreta)
bém em favor da parte ré em Ação Civil Pública, de
modo a isentá-la dos honorários sucumbenciais, Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o
salvo se comprovada a má-fé. STJ. Corte Especial. Código de Processo Civil (ERA DA RECODIFICAÇÃO: o
AgInt nos EREsp 1531578/CE, Rel. Min. Napoleão Nu- CPC/2015 é aplicável ao Microssistema Processual Coletivo),
nes Maia Filho, julgado em 07/11/2018. aprovado pela Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo
• Há entendimento firmado no âmbito desta Corte em que não contrarie suas disposições.
Superior segundo o qual, ainda que na vigência do
Código de Processo Civil de 2015, prevalece a orien- Questões de concurso
tação jurisprudencial de que a Fazenda Pública  (Promotor MPEAP 2021 Cespe) A necessária adapta-
deve adiantar os honorários periciais em sede de ção do devido processo legal ao processo coletivo
ação civil pública na hipótese em que a diligência admite a aplicação subsidiária das regras constantes
for requerida pelo órgão ministerial, tendo em vista do Código de Processo Civil ao microssistema de tu-
a especialidade do art. 18 da Lei n. 7347/85. STJ. 2ª tela coletiva, desde que não enseje violação aos
Turma. Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. princípios do processo coletivo. (correta)
22/09/2020.
Art. 20. O FUNDO de que trata o art. 13 desta Lei será
Info 713/STJ regulamentado pelo Poder Executivo no prazo de 90 dias.
 Julgado recente!!!
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses
difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
• É devido o recolhimento inicial de custas judiciais no dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa
âmbito de liquidação de sentença coletiva genérica, do Consumidor (Microssistema Processual Coletivo).
proposta por associação, em nome de titulares de Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
direito material específico e determinado. STJ. 3ª Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário.
Turma. REsp 1.637.366-SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, por unanimidade, julgado em 05/10/2021
(Info 713).[1] Súmulas
sobre ação civil pública
[1] Comentários originais (Info 713/STJ): As regras específicas dispostas nos
arts. 18 da LACP e 87 do CDC relativas ao microssistema da tutela coletiva,
de diferimento e isenção das despesas processuais, alcançam apenas os co- • Súmula 643-STF: O Ministério Público tem legitimi-
legitimados descritos nos arts. 82 do CDC e 5º da LACP, a fim de melhor dade para promover ação civil pública cujo funda-
assegurarem a efetividade das ações coletivas que, em regra, se destinam à mento seja a ilegalidade de reajuste de mensalida-
proteção de direito de grande relevância social.
Tais benesses não mais subsistem na liquidação individual e/ou cumpri-
des escolares.
mento individual da sentença coletiva que forem instaurados, em legitimi- • Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimi-
dade ordinária, pelos titulares do direito material em nome próprio, com a dade ativa para atuar na defesa de direitos difusos,
formação de novos processos tantos quantos forem as partes requerentes, coletivos e individuais homogêneos dos consumido-
visto que sobressai, nesse momento processual, o interesse meramente pri-
vado de cada parte beneficiada pelo título judicial genérico. res, ainda que decorrentes da prestação de serviço
Nesse caso, incidirá a regra do processo civil tradicional (consoante assenta público.
o art. 19 da Lei n. 7.347/1985), de que as despesas processuais, notada- • Súmula 489-STJ: Reconhecida a CONTINÊNCIA, de-
mente as custas judiciais da demanda (aí se considerando a liquidação indi- vem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis
vidual e/ou execução individual autônomas), devem ser recolhidas anteci-
padamente (o que não caracteriza condenação, mas mera antecipação), públicas propostas nesta e na Justiça estadual.
ressalvada a hipótese de concessão da gratuidade de justiça (arts. 19 do • Súmula 329-STJ: O Ministério Público tem legitimi-
revogado CPC/1973 e 82 do CPC/2015), com reversão desses encargos ao dade para propor ação civil pública em defesa do
final do processo.
patrimônio público.
Igualmente ocorre na liquidação e/ou na execução da sentença coletiva
promovidas por uma ASSOCIAÇÃO, na condição flagrante de REPRESEN-
TANTE PROCESSUAL dos titulares do direito material devida e previamente Súmulas canceladas
especificados e determinados na petição de liquidação de sentença e no in- sobre ação civil pública
teresse eminentemente privado de cada um deles, visto que tal situação se
equipara à liquidação e execução individuais da sentença coletiva.

Questões de concurso

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do patrimônio público, para discutir a dominiali-
• Súmula 470-STJ: O Ministério Público não tem legi-
dade do bem expropriado, ainda que já se tenha ex-
timidade para pleitear, em ação civil pública, a in-
pirado o prazo para a Ação Rescisória; II - Em sede
denização decorrente do DPVAT em benefício do se-
de Ação de Desapropriação, os honorários sucum-
gurado.
benciais só serão devidos caso haja devido paga-
mento da indenização aos expropriados. STF. Plená-
Ministério Público tem legitimidade para
rio. RE 1010819. Rel. Min. Marco Aurélio, j.
defender contratantes do seguro obriga-
26/05/2021 (Repercussão Geral - Tema 858).
tório DPVAT (RE 631.111/GO, Rel. Min. Te-
ori Zavascki, julgado em 06 e 07/08/2014.
Repercussão Geral). Obs. Em razão dessa • O Ministério Público tem legitimidade para a pro-
decisão do STF, o STJ entendeu por cance- positura de ação civil pública em defesa de direitos
lar a Súmula 470. sociais relacionados ao FGTS. STF. Plenário. RE
643978. Rel. Min. Alexandre de Moraes, j.
• Súmula 183-STJ: Compete ao juiz estadual, nas co- 09/10/2019 (Repercussão Geral - Tema 850).
marcas que não sejam sede de vara da Justiça Fede-
ral, processar e julgar ação civil publica, ainda que
• É prescritível a ação de reparação de danos à Fa-
a União figure no processo.
zenda Pública decorrente de ilícito civil. STF. Plená-
“Ademais, (a) não se aplica a orientação rio. RE 669069. Rel. Min. Teori Zavascki, j.
contida na Súmula 183/STJ em razão do 03/02/2016 (Repercussão Geral - Tema 666).
seu cancelamento (EDcl no CC 27676/BA,
1ª Seção, Min. José Delgado, DJ de
• O Ministério Público não possui legitimidade ativa
05.03.2001); (b) o Juízo Federal suscitado
ad causam para, em ação civil pública, deduzir em
também tem competência territorial e
juízo pretensão de natureza tributária em defesa
funcional (Resolução n. 600-17, do TRF da
dos contribuintes, que vise questionar a constituci-
1ª Região de 28.06.2005) sobre o local
onalidade/legalidade de tributo. STF. Plenário. ARE
onde ocorreu o dano (art. 2º da Lei n.
694294. Rel. Min. Luiz Fux, j. 26/04/2013 (Repercus-
7.347/85).” (CC 90.722/BA, Rel. Ministro
são Geral - Tema 645).
JOSÉ DELGADO, Rel. p/ Acórdão Ministro
TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SE-
ÇÃO, julgado em 25/06/2008, DJe • A Defensoria Pública tem legitimidade para a pro-
12/08/2008). positura de ação civil pública que vise a promover a
tutela judicial de direitos difusos ou coletivos de que
sejam titulares, em tese, pessoas necessitadas. STF.
Teses de Repercussão Geral (STF) Plenário. RE 733433. Rel. Min. Dias Toffoli, j.
sobre ação civil pública 04/11/2015 (Repercussão Geral - Tema 607).

• I - É inconstitucional a redação do art. 16 da Lei


7.347/1985, alterada pela Lei 9.494/1997, sendo re- • Para que fique caracterizada a responsabilidade ci-
pristinada sua redação original. II - Em se tratando vil do Estado por danos decorrentes do comércio de
de ação civil pública de efeitos nacionais ou regio- fogos de artifício, é necessário que exista a violação
nais, a competência deve observar o art. 93, II, da de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá
Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor). quando for concedida a licença para funcionamento
III - Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âm- sem as cautelas legais ou quando for de conheci-
bito nacional ou regional e fixada a competência mento do poder público eventuais irregularidades
nos termos do item II, firma-se a prevenção do juízo praticadas pelo particular. STF. Plenário. RE 136861.
que primeiro conheceu de uma delas, para o julga- Rel. Min. Edson Fachin, Rel. Min. p/ acórdão Alexan-
mento de todas as demandas conexas. STF. Plená- dre de Moraes, j. 11/03/2020 (Repercussão Geral -
rio. RE 1101937. Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. Tema 366).
08/04/2021 (Repercussão Geral - Tema 1075).
• O Ministério Público é parte legítima para ajuiza-
• É imprescritível a pretensão de reparação civil de mento de ação civil pública que vise o fornecimento
dano ambiental. STF. Plenário. RE 654833, Rel. Ale- de remédios a portadores de certa doença. STF. Ple-
xandre de Moraes, julgado em 20/04/2020 (Reper- nário. RE 605533. Rel. Min. Marco Aurélio, j.
cussão Geral – Tema 999) 15/08/2018 (Repercussão Geral - Tema 262).

• I - O trânsito em julgado de sentença condenatória • O Ministério Público tem legitimidade para propor
proferida em sede de ação desapropriatória não ação civil pública com o objetivo de anular Termo
obsta a propositura de Ação Civil Pública em defesa de Acordo de Regime Especial — TARE firmado en-

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tre o Poder Público e contribuinte, em face da legi- acesso às ações ou aos serviços públicos, independente-
timação ad causam que o texto constitucional lhe mente de o infante estar em situação de abandono ou risco,
confere para defender o erário. STF. Plenário. RE em razão do relevante interesse social e pela importância
576155. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. do bem jurídico tutelado. Na forma da jurisprudência do STJ,
12/08/2010 (Repercussão Geral - Tema 56). 'a competência da vara da infância e juventude para apreciar
pedidos referentes ao menor de idade é absoluta, consoante
art. 148, inciso IV, do Estatuto da Criança e do Adolescente'
Teses de Recursos Repetitivos (STJ) (STJ, AgRg no REsp 1.464.637/ES, Rel.Min. Sérgio Kukina, Pri-
sobre ação civil pública meira Turma, DJe de 28.3.2016). Assim, ao afastar a compe-
tência da Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso para
Improbidade Administrativa
o julgamento de mandamus destinado a assegurar vaga em
creche para menor, o Tribunal local dissentiu do entendi-
• É possível a decretação da "indisponibilidade de
mento desta Corte Superior, devendo o acórdão vergastado
bens do promovido em Ação Civil Pública por Ato de
ser reformado” (STJ, REsp 1.833.909/MS, Rel. Ministro HER-
Improbidade Administrativa, quando ausente (ou
MAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 19/12/2019).
não demonstrada) a prática de atos (ou a sua ten-
tativa) que induzam a conclusão de risco de aliena-
Direito Previdenciário
ção, oneração ou dilapidação patrimonial de bens
do acionado, dificultando ou impossibilitando o
• Na ação de conhecimento individual, proposta com
eventual ressarcimento futuro." (Tema Repetitivo
o objetivo de adequar a renda mensal do benefício
701)
previdenciário aos tetos fixados pelas Emendas
• Na ação civil pública por ato de improbidade admi-
Constitucionais 20/98 e 41/2003 e cujo pedido coin-
nistrativa é possível o prosseguimento da demanda
cide com aquele anteriormente formulado em ação
para pleitear o ressarcimento do dano ao erário,
civil pública, a interrupção da prescrição quinque-
ainda que sejam declaradas prescritas as demais
nal, para recebimento das parcelas vencidas, ocorre
sanções previstas no art. 12 da Lei 8.429/92. (Tema
na data de ajuizamento da lide individual, salvo se
Repetitivo 1089)
requerida a sua suspensão, na forma do art. 104 da
Lei 8.078/90. (Tema Repetitivo 1005)
Direito Ambiental
Direito Processual Civil
• Até o trânsito em julgado das ações civis públicas n.
5004891-93.2011.4004.7000 e n. 2001.70.00.019-
• O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação
188-2, em tramitação na Vara Federal Ambiental,
do entendimento consolidado na Súmula 345 do
Agrária e Residual de Curitiba, atinentes à macro-
STJ, de modo que são devidos honorários advocatí-
lide geradora de processos multitudinários em ra-
cios nos procedimentos individuais de cumprimento
zão de suposta exposição à contaminação ambien-
de sentença decorrente de ação coletiva, ainda que
tal, decorrente da exploração de jazida de chumbo
não impugnados e promovidos em litisconsórcio.
no Município de Adrianópolis-PR, deverão ficar sus-
(Tema Repetitivo 973)
pensas as ações individuais. (Tema Repetitivo 923)
• O Ministério Público é parte legítima para pleitear
tratamento médico ou entrega de medicamentos
Direito Civil
nas demandas de saúde propostas contra os entes
federativos, mesmo quando se tratar de feitos con-
• Os juros de mora incidem a partir da citação do de-
tendo beneficiários individualizados, porque se re-
vedor no processo de conhecimento da Ação Civil
fere a direitos individuais indisponíveis, na forma
Pública quando esta se fundar em responsabilidade
do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacio-
contratual, cujo inadimplemento já produza a
nal do Ministério Público). (Tema Repetitivo 766)
mora, salvo a configuração da mora em momento
anterior. (Tema Repetitivo 685)
Processo Coletivo
Direito da Criança e do Adolescente
• No âmbito do Direito Privado, é de cinco anos o
prazo prescricional para ajuizamento da execução
• "A Justiça da Infância e da Juventude tem compe-
individual em pedido de cumprimento de sentença
tência absoluta para processar e julgar causas en-
proferida em Ação Civil Pública. (Tema Repetitivo
volvendo matrícula de menores em creches ou esco-
515)
las, nos termos dos arts. 148, IV, e 209 da Lei
• O prazo prescricional para a execução individual é
8.069/90." (Tema Repetitivo 1058)
contado do trânsito em julgado da sentença cole-
tiva, sendo desnecessária a providência de que
“O Estatuto da Criança e do Adolescente é lex specialis, pre-
trata o art. 94 da Lei n.8.078/90. (Tema Repetitivo
valece sobre a regra geral de competência das Varas de Fa-
877)
zenda Pública, quando o feito envolver Ação Civil Pública
• Não é possível se exigir do Ministério Público o adi-
em favor da criança ou do adolescente, na qual se pleiteia
antamento de honorários periciais em ações civis

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públicas. Ocorre que a referida isenção conferida ao referido plano econômico, e não os valores de even-
Ministério Público em relação ao adiantamento dos tuais depósitos da época de cada plano subse-
honorários periciais não pode obrigar que o perito quente. (Tema Repetitivo 891)
exerça seu ofício gratuitamente, tampouco transfe- • A instituição financeira depositária é parte legítima
rir ao réu o encargo de financiar ações contra ele para figurar no pólo passivo da lide em que se pre-
movidas. Dessa forma, considera-se aplicável, por tende o recebimento das diferenças de correção
analogia, a Súmula n. 232 desta Corte Superior ('A monetária de valores depositados em cadernetas
Fazenda Pública, quando parte no processo, fica su- de poupança, decorrentes de expurgos inflacioná-
jeita à exigência do depósito prévio dos honorários rios dos Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II.
do perito'), a determinar que a Fazenda Pública ao (Tema Repetitivo 298)
qual se acha vinculado o Parquet arque com tais • A instituição financeira depositária é parte legítima
despesas. (Tema Repetitivo 510) para figurar no pólo passivo da lide em que se pre-
• Em ação civil pública proposta por Associação, na tende o recebimento das diferenças de correção
condição de substituta processual de consumidores, monetária de valores depositados em cadernetas
possuem legitimidade para a liquidação e execução de poupança, decorrentes de expurgos inflacioná-
da sentença todos os beneficiados pela procedência rios dos Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II;
do pedido, independentemente de serem filiados à com relação ao Plano Collor I, contudo, aludida ins-
Associação promovente. (Tema Repetitivo 948) tituição financeira depositária somente será parte
legítima nas ações em que se buscou a correção mo-
Direito Econômico netária dos valores depositados em caderneta de
poupança não bloqueados ou anteriores ao blo-
• Os bancos depositários são responsáveis pela corre- queio. (Tema Repetitivo 299)
ção monetária dos ativos retidos até o momento • É vintenária a prescrição nas ações individuais em
em que esses foram transferidos ao Banco Central que são questionados os critérios de remuneração
do Brasil. Consequentemente, os bancos depositá- da caderneta de poupança e são postuladas as res-
rios são legitimados passivos quanto à pretensão pectivas diferenças, sendo inaplicável às ações indi-
de reajuste dos saldos referente ao mês de março viduais o prazo decadencial quinquenal atinente à
de 1990, bem como ao pertinente ao mês de abril Ação Civil Pública. (Tema Repetitivo 300)
do mesmo ano, referente às contas de poupança cu- • Quanto ao Plano Bresser (junho/1987), é de
jas datas de aniversário ou creditamento foram an- 26,06%, percentual estabelecido com base no Ín-
teriores à transferência dos ativos. (Tema Repeti- dice de Preços ao Consumidor (IPC), índice de corre-
tivo 95) ção monetária para as cadernetas de poupança ini-
• Na execução individual de sentença proferida em ciadas ou com aniversário na primeira quinzena de
ação civil pública que reconhece o direito de poupa- junho de 1987, não se aplicando a Resolução BACEN
dores aos expurgos inflacionários decorrentes do n.º 1.338/87, de 15/06/87, que determinou a atuali-
Plano Verão (janeiro de 1989): (I) descabe a inclusão zação dos saldos, no mês de julho de 1987, pelo ín-
de juros remuneratórios nos cálculos de liquidação dice de variação do valor nominal das Obrigações
se inexistir condenação expressa, sem prejuízo de, do Tesouro Nacional (OTN). (Tema Repetitivo 301)
quando cabível, o interessado ajuizar ação indivi- • Quanto ao Plano Verão (janeiro/1989), é de 42,72%,
dual de conhecimento; (II) incidem os expurgos in- percentual estabelecido com base no Índice de Pre-
flacionários posteriores a título de correção mone- ços ao Consumidor (IPC), índice de correção mone-
tária plena do débito judicial, que terá como base tária das cadernetas de poupança com período
de cálculo o saldo existente ao tempo do referido mensal iniciado até 15 de janeiro de 1989, não se
plano econômico, e não os valores de eventuais de- aplicando a Medida Provisória n. 32/89 (Plano Ve-
pósitos da época de cada plano subsequente. (Tema rão), que determinava a atualização pela variação
Repetitivo 887) das Letras Financeiras do Tesouro (LFT). (Tema Re-
• Na execução individual de sentença proferida em petitivo 302)
ação civil pública que reconhece o direito de poupa- • Quanto ao Plano Collor I (março/1990), é de 84,32%
dores aos expurgos inflacionários decorrentes do fixado com base no índice de Preços ao Consumidor
Plano Verão (janeiro de 1989), descabe a inclusão (IPC), conforme disposto nos arts. 10 e 17, III, da Lei
de juros remuneratórios nos cálculos de liquidação 7.730/89, o índice a ser aplicado no mês de março
se inexistir condenação expressa, sem prejuízo de, de 1990 aos ativos financeiros retidos até o mo-
quando cabível, o interessado ajuizar ação indivi- mento do respectivo aniversário da conta; ressalva-
dual de conhecimento. (Tema Repetitivo 890) se, contudo, que devem ser atualizados pelo BTN
• Na execução de sentença que reconhece o direito de Fiscal os valores excedentes ao limite estabelecido
poupadores aos expurgos inflacionários decorren- em NCz$ 50.000,00, que constituíram conta indivi-
tes do Plano Verão (janeiro de 1989), incidem os ex- dualizada junto ao BACEN, assim como os valores
purgos inflacionários posteriores a título de corre- que não foram transferidos para o BACEN, para as
ção monetária plena do débito judicial, que terá cadernetas de poupança que tiveram os períodos
como base de cálculo o saldo existente ao tempo do aquisitivos iniciados após a vigência da Medida Pro-

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visória 168/90 e nos meses subsequentes ao seu ad- contratual e normatização da autoridade monetá-
vento (abril, maio e junho de 1990). (Tema Repeti- ria. (Tema Repetitivo 648)
tivo 303) • A liquidação e a execução individual de sentença
• Quanto ao Plano Collor II, é de 20,21%* o índice de genérica proferida em ação civil coletiva pode ser
correção monetária a ser aplicado no mês de março ajuizada no foro do domicílio do beneficiário, por-
de 1991, nas hipóteses em que já iniciado o período quanto os efeitos e a eficácia da sentença não estão
mensal aquisitivo da caderneta de poupança circunscritos a lindes geográficos, mas aos limites
quando do advento do Plano, pois o poupador ad- objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando-
quiriu o direito de ter o valor aplicado remunerado se em conta, para tanto, sempre a extensão do
de acordo com o disposto na Lei n. 8.088/90, não dano e a qualidade dos interesses metaindividuais
podendo ser aplicado o novo critério de remunera- postos em juízo (arts. 468, 472 e 474, CPC e 93 e 103,
ção previsto na Medida Provisória n. 294, de CDC). (Tema Repetitivo 480)
31.1.1991, convertida na Lei n. 8.177/91. (Tema Repe- • A sentença genérica proferida na ação civil coletiva
titivo 304) ajuizada pela Apadeco, que condenou o Banestado
• É cabível a inversão do ônus da prova em favor do ao pagamento dos chamados expurgos inflacioná-
consumidor para o fim de determinar às instituições rios sobre cadernetas de poupança, dispôs que seus
financeiras a exibição de extratos bancários, en- efeitos alcançariam todos os poupadores da insti-
quanto não estiver prescrita a eventual ação sobre tuição financeira do Estado do Paraná. Por isso des-
eles, tratando-se de obrigação decorrente de lei e cabe a alteração do seu alcance em sede de liquida-
de integração contratual compulsória, não sujeita à ção/execução individual, sob pena de vulneração
recusa ou condicionantes, tais como o adianta- da coisa julgada. Assim, não se aplica ao caso a li-
mento dos custos da operação pelo correntista e a mitação contida no art. 2º-A, caput, da Lei n.
prévia recusa administrativa da instituição finan- 9.494/97. (Tema Repetitivo 481)
ceira em exibir os documentos, com a ressalva de • A sentença genérica prolatada no âmbito da ação
que ao correntista, autor da ação, incumbe a de- civil coletiva, por si, não confere ao vencido o atri-
monstração da plausibilidade da relação jurídica buto de devedor de 'quantia certa ou já fixada em
alegada, com indícios mínimos capazes de compro- liquidação' (art. 475-J do CPC), porquanto, 'em caso
var a existência da contratação, devendo, ainda, es- de procedência do pedido, a condenação será gené-
pecificar, de modo preciso, os períodos em que pre- rica', apenas 'fixando a responsabilidade do réu pe-
tenda ver exibidos os extratos. (Tema Repetitivo los danos causados' (art. 95 do CDC). A condenação,
411) pois, não se reveste de liquidez necessária ao cum-
• A sentença proferida pelo Juízo da 12ª Vara Cível da primento espontâneo do comando sentencial, não
Circunscrição Especial Judiciária de Brasília/DF, na sendo aplicável a reprimenda prevista no art. 475-J
ação civil coletiva nº 1998.01.1.016798-9, que con- do CPC. (Tema Repetitivo 482)
denou o Banco do Brasil ao pagamento de diferen- • O prazo prescricional da ação individual de co-
ças decorrentes de expurgos inflacionários sobre brança relativa a expurgos inflacionários incidentes
cadernetas de poupança ocorridos em janeiro de sobre saldo de caderneta de poupança proposta
1989 (Plano Verão), é aplicável, por força da coisa contra o Estado de Minas Gerais, sucessor da MI-
julgada, indistintamente a todos os detentores de NAS CAIXA, é vintenário, não se aplicando à espécie
caderneta de poupança do Banco do Brasil, inde- o Decreto nº 20.910/32 que disciplina a prescrição
pendentemente de sua residência ou domicílio no contra a Fazenda Pública. (Tema Repetitivo 519)
Distrito Federal, reconhecendo-se ao beneficiário o
direito de ajuizar o cumprimento individual da sen-
tença coletiva no Juízo de seu domicílio ou no Dis-
trito Federal. (Tema Repetitivo 723) Jurisprudência em Teses (STJ)
• Os poupadores ou seus sucessores detêm legitimi- EDIÇÃO N. 19: PROCESSO COLETIVO I - LEGITIMIDADE
dade ativa - também por força da coisa julgada -,
independentemente de fazerem parte ou não dos 1) O Ministério Público tem legitimidade para atuar em de-
quadros associativos do IDEC, de ajuizarem o cum- fesa dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos
primento individual da sentença coletiva proferida dos consumidores.
na ação civil pública nº 1998.01.1.016798-9 pelo Ju- 2) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação ci-
ízo da 12ª Vara Cível da Circunscrição Especial Judi- vil pública visando tutelar direitos dos consumidores relati-
ciária de Brasília/DF. (Tema Repetitivo 724) vos a serviços públicos.
• A propositura de ação cautelar de exibição de docu- • Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimi-
mentos bancários (cópias e segunda via de docu- dade ativa para atuar na defesa de direitos difusos,
mentos) é cabível como medida preparatória a fim coletivos e individuais homogêneos dos consumido-
de instruir a ação principal, bastando a demonstra- res, ainda que decorrentes da prestação de serviço
ção da existência de relação jurídica entre as par- público.
tes, a comprovação de prévio pedido à instituição
financeira não atendido em prazo razoável, e o pa-
gamento do custo do serviço conforme previsão

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3) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação ci- a observância dos princípios estabelecidos na Constituição
vil pública com o objetivo de assegurar os interesses indivi- Federal.
duais indisponíveis, difusos ou coletivos em relação à infân-
EDIÇÃO N. 22: PROCESSO COLETIVO II – LEGITIMIDADE
cia, à adolescência e aos idosos, mesmo quando a ação vise
à tutela de pessoa individualmente considerada. 1) O integrante da categoria tem legitimidade para ajuizar
execução individual de sentença proveniente de ação cole-
4) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação ci-
vil pública com o objetivo de assegurar assistência médica e tiva proposta por associação ou sindicato, independente-
mente de filiação ou autorização expressa no processo de co-
odontológica à comunidade indígena, em razão da natureza
nhecimento.
indisponível dos bens jurídicos salvaguardados e o status de
Superada.
hipervulnerabilidade dos sujeitos tutelados. O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República encerra represen-
tação específica, não alcançando previsão genérica do estatuto da associa-
5) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação ci- ção a revelar a defesa dos interesses dos associados.
vil pública com o objetivo de assegurar os interesses indivi- As balizas subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por
duais indisponíveis, difusos ou coletivos em relação às pes- associação, é definida pela representação no processo de conhecimento,
soas desprovidas de recursos financeiros, mesmo quando a presente a autorização expressa dos associados e a lista destes juntada à
inicial.
ação vise à tutela de pessoa individualmente considerada. STF. Plenário. RE 573232/SC, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o
6) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação ci- acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 14/5/2014 (repercussão geral)
(Info 746).
vil pública em defesa de interesses e direitos individuais ho-
mogêneos pertencentes a consumidores decorrentes de A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de
contratos de cessão e concessão do uso de jazigos em cemi- rito ordinário, ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos as-
térios. sociados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do
órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propo-
7) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação ci- situra da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do pro-
cesso de conhecimento.
vil pública com o fim de impedir a cobrança abusiva de men-
STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2017
salidades escolares. (Repercussão Geral – Tema 499) (Info 864).
• Súmula 643-STF: O Ministério Público tem legitimi-
dade para promover ação civil pública cujo funda- Obs1: as conclusões expostas no RE 612043/PR e RE 573232/SC valem uni-
camente para as ações coletivas de rito ordinário, não sendo aplicadas para
mento seja a ilegalidade de reajuste de mensalida- as ações civis públicas. Assim, as associações possuem legitimidade para de-
des escolares. fesa dos direitos e dos interesses coletivos ou individuais homogêneos, in-
dependentemente de autorização expressa dos associados (STJ. 2ª Turma.
8) O Ministério Público Estadual não tem legitimidade para REsp 1796185/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/03/2019).
ajuizar ação civil pública objetivando defesa de bem da Obs2: no caso de impetração de mandado de segurança coletivo, a associa-
União, por se tratar de atribuição do Ministério Público Fe- ção não precisa de autorização específica dos filiados (Súmula 629-STF).
deral. 2) Os sindicatos e as associações têm legitimidade ativa para
9) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação ci- atuar como substitutos processuais na defesa de direitos e
vil pública objetivando a cessação dos jogos de azar. interesses dos integrantes da categoria nas fases de conhe-
cimento, liquidação e execução.
10) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação Parcialmente superada.
civil pública em defesa do patrimônio público. (Súmula n. Os SINDICATOS, na qualidade de substitutos processuais, têm legitimidade
329/STJ) para a defesa dos interesses coletivos de toda a categoria que representam,
sendo dispensável a relação nominal dos filiados e suas respectivas autori-
11) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação zações. Isso porque o sindicato, quando atua na defesa dos direitos supra-
individuais da categoria, age como substituto processual (legitimado extra-
civil pública objetivando o fornecimento de medicamentos e
ordinário) e não como representante processual. O substituto processual
tratamentos médicos, a fim de tutelar o direito à saúde e à não precisa da autorização dos substituídos porque esta foi dada pela lei (no
vida. caso do sindicato, esta autorização foi dada pela CF/88, art. 8º, III). Nesse
sentido:
12) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação (...) A Corte de origem decidiu em consonância com o entendimento do STJ
civil pública em defesa dos interesses de mutuários do Sis- sobre o tema, o qual se firmou no sentido da legitimidade dos sindicatos
tema Financeiro da Habitação, visto que presente o rele- para atuar em substituição processual de toda a categoria que representam,
independentemente de autorização ou relação nominal (STJ. 1ª Turma.
vante interesse social da matéria. AgInt no REsp 1856698/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
15/06/2020).
13) O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear,
Por outro lado, as ASSOCIAÇÕES precisam da autorização dos associados
em ação civil pública, a indenização decorrente do seguro para propor a ação na defesa de seus interesses. Isso porque o inciso XXI do
obrigatório (DPVAT) em benefício do segurado. (Súmula n. art. 5º da CF/88 exige que as associações tenham sido expressamente auto-
470/STJ) rizadas. Não se trata de substituição processual, mas sim de legitimação pro-
cessual (a associação defende, em nome dos filiados, direito dos filiados que
A Súmula 470 do STJ foi cancelada.
autorizaram – representante processual) (STF. Plenário. RE 573232/SC, red.
O Plenário do STF decidiu que o Ministério Público tem legi- p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 14/5/2014).
timidade para defender contratantes do seguro obrigatório
DPVAT (RE 631.111/GO, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 3) A Defensoria Pública detém legitimidade para propor
06 e 07/08/2014. Repercussão Geral). Por essa razão, o STJ ações coletivas na defesa de direitos difusos, coletivos ou in-
cancelou a súmula 470 (REsp 858.056/GO). dividuais homogêneos.

14) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação


civil pública com o objetivo de anular concurso realizado sem

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4) A Defensoria Pública tem legitimidade ampla para propor termos da Súmula n. 150/STF, interrompe-se com a proposi-
ação coletiva quando se tratar de direitos difusos e legitimi- tura da execução coletiva, voltando a correr, após essa data,
dade restrita às pessoas necessitadas nos casos de direitos pela metade.
coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos.
Deve ser lida com ressalvas. 5) O art. 18 da Lei n. 7.347/1985, que dispensa o adianta-
A Defensoria Pública tem legitimidade para a propositura de ação civil pú- mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quais-
blica em ordem a promover a tutela judicial de direitos difusos e coletivos quer outras despesas, dirige-se apenas ao autor da ação civil
de que sejam titulares, em tese, as pessoas necessitadas (STF. Plenário. RE pública.
733433/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/11/2015 – Repercussão Ge- Veja o que diz o art. 18 da Lei da ACP:
ral – Tema 607). Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas,
A Defensoria Pública possui legitimidade para propor ação civil pública na emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem con-
defesa de interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos, sendo a denação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de
condição jurídica de 'necessitado' interpretado de forma ampliativa, de advogado, custas e despesas processuais.
modo a possibilitar sua atuação em relação aos necessitados jurídicos em Cuidado. Isso porque existem julgados aplicando a parte final do art. 18 tam-
geral, não apenas dos hipossuficientes sob o aspecto econômico (STJ. 4ª bém ao réu da ACP:
Turma. AgInt no AREsp 282.741/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado O STJ entende, à luz do princípio da simetria, que o disposto no art. 18 da
em 17/12/2019). Lei nº 7.347/85 também se aplica ao réu em sede de ação civil pública, não
Ainda que a competência da Defensoria Pública para a defesa de interesses podendo ser condenado ao pagamento de honorários advocatícios a título
e direitos transindividuais esteja vinculada à interpretação das expressões de sucumbência, salvo se houver comprovação de má-fé (STJ. 2ª Turma.
"necessitados" e "insuficiência de recursos", constantes, respectivamente, AgInt no REsp 1776913/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em
no texto dos arts. 134 e 5º, LXXXIV, da CF, essa interpretação deve se dar de 22/04/2020).
forma ampla e abstrata, bastando que possa haver a existência de um grupo
de hipossuficientes, independentemente de alcançar de forma indireta e 6) Não é possível se exigir do Ministério Público o adianta-
eventual outros grupos mais favorecidos economicamente (STJ. 3ª Turma.
mento de honorários periciais em ações civis públicas, fi-
AgInt no REsp 1418091/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
09/09/2019). cando o encargo para a Fazenda Pública a qual se acha vin-
culado o Parquet. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do
5) Os sindicatos e as associações, na qualidade de substitutos CPC/1973 - TEMA 510)
processuais, têm legitimidade para atuar judicialmente na O art. 18 da Lei n. 7.347/85 explica que na ação civil pública não haverá
defesa dos interesses coletivos de toda a categoria que re- qualquer adiantamento de despesas, tratando como regra geral o que o CPC
presentam, sendo dispensável a relação nominal dos afilia- cuida como exceção. Constitui regramento próprio, que impede que o autor
da ação civil pública arque com os ônus periciais e sucumbenciais, ficando
dos e suas respectivas autorizações. afastada, portanto, as regras específicas do Código de Processo Civil.
Parcialmente superada. Não é possível se exigir do Ministério Público o adiantamento de honorários
Veja comentários às Teses 1 e 2 acima. periciais em ações civis públicas. Ocorre que a referida isenção conferida ao
Ministério Público em relação ao adiantamento dos honorários periciais não
6) A apuração da legitimidade ativa das associações e dos sin-
pode obrigar que o perito exerça seu ofício gratuitamente, tampouco trans-
dicatos como substitutos processuais, em ações coletivas, ferir ao réu o encargo de financiar ações contra ele movidas. Dessa forma,
passa pelo exame da pertinência temática entre os fins soci- considera-se aplicável, por analogia, a Súmula n. 232 desta Corte Superior
ais da entidade e o mérito da ação proposta. (“A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do
Parcialmente superada. depósito prévio dos honorários do perito”), devendo a Fazenda Pública ao
Veja comentários às Teses 1 e 2 acima. qual se acha vinculado o Parquet arcar com tais despesas (STJ. 1ª Seção.
REsp 1253844/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
7) A ilegitimidade ativa ou a irregularidade da representação 13/03/2013).
processual não implica a extinção do processo coletivo, com- 7) A liquidação e a execução individual de sentença genérica
petindo ao magistrado abrir oportunidade para o ingresso de proferida em ação civil coletiva pode ser ajuizada no foro do
outro colegitimado no pólo ativo da demanda. domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia
8) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação da sentença não estão circunscritos a lindes geográficos, mas
civil pública com o objetivo de anular Termo de Acordo de aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, le-
Regime Especial - TARE. vando-se em conta, para tanto, sempre a extensão do dano
e a qualidade dos interesses metaindividuais postos em juízo
EDIÇÃO N. 25: PROCESSO COLETIVO - III (arts. 468, 472 e 474, CPC e 93 e 103, CDC). (Tese julgada sob
1) Por critério de simetria, não é cabível a condenação da o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 480)
parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios em 8) A eficácia subjetiva da sentença coletiva abrange os subs-
favor do Ministério Público nos autos de ação civil pública, tituídos domiciliados em todo o território nacional desde que
salvo comprovada má-fé. a ação tenha sido: a) proposta por entidade associativa de
2) É possível a inversão do ônus da prova da ação civil pública âmbito nacional; b) contra a União; e c) no Distrito Federal.
em matéria ambiental a partir da interpretação do art. 6º, A eficácia subjetiva da sentença coletiva abrange os substituídos domicilia-
dos em todo o território nacional desde que: 1) proposta por entidade asso-
VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei n. 7.347/1985. ciativa de âmbito nacional; 2) contra a União; e 3) no Distrito Federal. Inter-
pretação do art. 2º-A da Lei 9.494/97 à luz do disposto no § 2º do art. 109,
3) No âmbito do Direito Privado, é de cinco anos o prazo § 1º do art. 18 e inciso XXI do art. 5º, todos da CF.
prescricional para ajuizamento da execução individual em STJ. 1ª Turma. AgRg nos EDcl no AgRg no Ag 1424442/DF, Rel. Min. Benedito
pedido de cumprimento de sentença proferida em ação civil Gonçalves, julgado em 20/03/2014.
pública. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 -
9) A abrangência nacional expressamente declarada na sen-
TEMA 515)
tença coletiva não pode ser alterada na fase de execução,
4) Na execução individual de sentença coletiva contra a Fa- sob pena de ofensa à coisa julgada.
zenda Pública, quando já iniciada a execução coletiva, o
prazo quinquenal para a propositura do título individual, nos

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10) Os efeitos e a eficácia da sentença no processo coletivo
não estão circunscritos a lindes geográficos, mas aos limites
objetivos e subjetivos do que foi decidido.
O STF decidiu que é inconstitucional a delimitação dos efeitos da sentença
proferida em sede de ação civil pública aos limites da competência territo-
rial de seu órgão prolator:
I - É inconstitucional o art. 16 da Lei nº 7.347/85, alterada pela Lei nº
9.494/97.
II - Em se tratando de ação civil pública de efeitos nacionais ou regionais, a
competência deve observar o art. 93, II, da Lei nº 8.078/90 (CDC).
III - Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou regional,
firma-se a prevenção do juízo que primeiro conheceu de uma delas, para o
julgamento de todas as demandas conexas.
STF. Plenário. RE 1101937/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
7/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 1075) (Info 1012).

11) A sentença proferida em ação coletiva somente surte


efeito nos limites da competência territorial do órgão que a
proferiu e exclusivamente em relação aos substituídos pro-
cessuais que ali eram domiciliados à época da propositura da
demanda.
Isso está previsto no caput do art. 2º-A da Lei nº 9.494/97:
Art. 2º-A. A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta
por entidade associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus asso-
ciados, abrangerá apenas os substituídos que tenham, na data da proposi-
tura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do órgão pro-
lator.
Esse art. 2º-A da Lei nº 9.494/97 é constitucional?
SIM. O STF, no julgamento do RE 612043/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, jul-
gado em 10/5/2017, declarou a constitucionalidade do art. 2º-A da Lei nº
9.494/97. Veja:
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de
rito ordinário, ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos as-
sociados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do
órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propo-
situra da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do pro-
cesso de conhecimento.
STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2017
(Repercussão Geral – Tema 499) (Info 864).
Vale ressaltar, no entanto, que as teses de repercussão geral resultadas do
julgamento do RE 612.043/PR e do RE 573.232/SC tem seu alcance expres-
samente restringido às ações coletivas de rito ordinário, as quais tratam de
interesses meramente individuais, sem índole coletiva, pois, nessas situa-
ções, o autor se limita a representar os titulares do direito controvertido,
atuando na defesa de interesses alheios e em nome alheio.
STJ. 3ª Turma. REsp 1649087/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
02/10/2018.

12) As limitações da sentença coletiva não podem ser aplica-


das às ações ajuizadas anteriormente à vigência da Lei n.
9494/97.
13) Ajuizada ação coletiva atinente a macrolide geradora de
processos multitudinários, suspendem-se as ações individu-
ais, no aguardo do julgamento da ação coletiva.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/teses/listar/?palavra-
chave=%22processo+coletivo%22&criterio-pesquisa=e

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