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Teoria Geral do Direito

Constitucional.

Professor: Volnei Rosalen

Alunos: Gustavo Leite


Leandro dos Anjos
Thiago Brune

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Situação Problema 4:

O Código Penal Brasileiro, nos seus artigos 124, 126 e


128 prevê:

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir


que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da


gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.

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Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é


precedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal.

Tais artigos estão incluídos no rol dos crimes contra a vida,


sendo este o bem jurídico potencialmente protegido pela
criminalização do aborto, na forma prevista.

Julgando uma ação que lhe foi submetida, o Supremo


Tribunal Federal considerou inconstitucional a
interpretação desses artigos do Código Penal como
conduta típica quando o aborto for de feto anencéfalo.

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Diante de tais informações, pergunta-se:

1) Entre os papéis atribuídos ao STF, cabe-lhe a


interpretação da Constituição?

2) O que é “interpretação conforme a constituição”?

3) Há previsão no texto constitucional de norma clara


quanto à descriminalização do aborto?

4) Que tipo de interpretação fez o STF neste caso?

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Identificando o problema jurídico.


A Arguição de Descumprimento Federal nº 54 garantiu,
a interrupção terapêutica da gestação de feto
anencéfalo.


A ação foi relatada pelo ministro Marco Aurélio de Mello
e foi proposta em 2004 pela Confederação Nacional
dos Trabalhadores da Saúde.

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Sendo julgada depois de oito anos a votação teve a
participação dos 11 ministros do STF e foi aprovado
com 8 votos a favor e 2 contra, o ministro Dias Toffoli
se declarou impedido.


A decisão do STF não descriminaliza o aborto, a ADPF
54 decidiu apenas que não deve ser considerado como
aborto a interrupção da gravidez de um feto
anencéfalo.

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1) Entre os papéis atribuídos ao STF, cabe-lhe a
interpretação da Constituição?

De acordo com o Art. 102 da Constituição Federal de
1988 compete ao Supremo Tribunal Federal a função
eminente de “guarda da constituição” . A Suprema
Corte tem a prerrogativa de dispor do monopólio da
última palavra em tema de interpretação das normas
escritas.

Segundo o Ministro Luiz Roberto Barroso as cortes
supremas podem ter o poder representativo, que é
exercido quando o Tribunal, dentro dos limites e
possibilidades da interpretação constitucional, atende
demandas sociais não satisfeitas por outros poderes.

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2) O que é “interpretação conforme a constituição”?

A interpretação conforme a Constituição é um método
utilizado pelo Judiciário no controle de
constitucionalidade das leis e atos normativos. É
utilizada para salvar uma norma que possui mais de
uma interpretação possível.

Segundo o jurista alemão Savigny do século XIX. O
intérprete da Constituição deveria restringir-se a buscar
o sentido da norma e por esse sentido guiar sua
aplicação ao caso concreto, sem formular juízos de
valor ou desempenhar atividade criativa.

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3) Há previsão no texto constitucional de norma
clara quanto à descriminalização do aborto?

Não, segundo o Art. 5º da Constituição Federal todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade.

No Brasil, o aborto é considerado um crime, com
penas previstas de 1 a 3 anos de detenção para a
gestante, e de 1 a 4 anos de reclusão para o médico ou
qualquer outra pessoa que realize em outra pessoa o
procedimento de retirada do feto.

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4) Que tipo de interpretação fez o STF neste caso?

A ADPF 54 garantiu no Brasil a interrupção terapêutica
da gestação de feto anencéfalo

O habeas corpus 124306, julgado pela Primeira Turma
do STF afastou a prisão preventiva de denunciados
pelo MPRJ pela suposta prática do crime de aborto
com o consentimento da gestante.

A ADPF 442, proposta apresentada pelo PSOL pede a
exclusão dos artigos 124 e 126 do Código Penal. A
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
não tem data para ser votada pelo STF.

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Bibliografia:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.
htm

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo
=204878

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo
=337860

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo
=330769

https://www.migalhas.com.br/depeso/194782/jurisdicao-constituci
onal-a-tenue-fronteira-entre-o-direito-e-a-politica

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