Você está na página 1de 2

Disciplina: REDAÇÃO

Professor: TEREZA GILLET


Data: ____/_____/2023

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema “A ECONOMIA
DO CUIDADO COMO REFLEXO DA DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL”, apresentando uma proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para a defesa do seu ponto de vista.
TEXTO I
Apesar de anualmente o Dia do Trabalhador relembrar avanços dos direitos trabalhistas, quando se trata de
remunerar o serviço do cuidado doméstico e familiar ainda se impõem barreiras políticas, sociais e até culturais para
validar o papel de quem move a chamada “economia do cuidado”. O termo, que saiu das pesquisas sociológicas e
econômicas sobre o trabalho doméstico e reprodutivo, chegou aos debates acerca dos direitos, principalmente
de mulheres, que dedicam suas vidas ao cuidado dos filhos e ao gerenciamento de seus lares.
É o caso de Dina Silva, que vive em Bragança, interior do Pará. Todos os dias, ela acorda às seis da manhã e
sai de casa para a sua primeira jornada, na casa dos pais. Lá, ela prepara o café, limpa todos os cômodos, lava e
estende as roupas, organiza as refeições, a feira e cozinha a comida do dia. “Eu não tenho como pedir que me paguem
por isso. Eles são idosos e vivem de um salário mínimo para as contas, alimentação e remédios”, explica. Em meio
aos serviços, ela também cuida do pai, que vive com sequelas de um AVC e tem Alzheimer. “Todo dia lavo o quarto,
limpo a cama, dou banho nele e também a comida”, conta. Quando termina todo o serviço, volta para a própria casa e
começa a fazer tudo de novo. É a segunda jornada de cuidados domésticos. Aos 53 anos, ela mora sozinha desde que
perdeu o filho que a ajudava financeiramente.
Se o cuidado é essencial, por que não é reconhecido como trabalho?
Quando uma pessoa prospera na vida profissional, certamente teve o auxílio de mulheres que cuidaram das
necessidades básicas, como a manutenção da rotina doméstica, o conforto do lar, alimentação, abastecimento e
higiene da casa. Serviços que não entram na lista da comemoração de uma promoção na empresa, um diploma ou
destaque do mês. Para Ana Castro, ativista e cofundadora do coletivo “Política é a mãe”, é preciso mudar a lógica da
invisibilidade das tarefas do cuidar e colocar a vida no centro. “É uma revolução que deve ser parida agora: quem cuida
da manutenção e reprodução da vida precisa ser reconhecida. O que aconteceria se todas as mães e cuidadoras
entrassem em greve?”.
Disponível em: https://lunetas.com.br/economia-do-cuidado-e-se-o-trabalho-domestico-fosse-remunerado/ (Adaptado).
TEXTO II
Em 2022, a população com 14 anos ou mais de idade dedicava, em média, 17 horas semanais aos afazeres
domésticos e/ou cuidado de pessoas, sendo 21,3 horas semanais para as mulheres e 11,7 horas para os homens. Os
dados são do tema Outras Formas de Trabalho, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022, que
levantou informações sobre cuidado de pessoas, afazeres domésticos, produção para o próprio consumo e trabalho
voluntário.
Em 2022, 148,1 milhões de pessoas de 14 anos ou mais realizaram afazeres domésticos no próprio domicílio
ou em domicílio de parente, o equivalente a 85,4% dessa população (...), explica Alessandra Brito, analista do IBGE.
Mulheres pretas são as que mais realizam afazeres domésticos
As taxas de realização de afazeres domésticos pelas mulheres brancas (90,5%), pretas (92,7%) ou pardas (91,9%)
são sempre mais altas que a dos homens dos mesmos grupos de cor ou raça (80,0%, 80,6% e 78,0%,
respectivamente).
Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37621-em-2022-mulheres-
dedicaram-9-6-horas-por-semana-a-mais-do-que-os-homens-aos-afazeres-domesticos-ou-ao-cuidado-de-pessoas (Adaptado).
TEXTO III
TEXTO IV
A economia do cuidado corresponde a 11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, revela um estudo feito
pela organização. Para se ter ideia, isso é mais que a agropecuária. Não é por menos, cuidar das crianças, idosos,
pessoas com deficiência, preparar o almoço, fazer o supermercado, limpar e organizar a casa… Tudo isso entra nessa
categoria. “É um trabalho que acontece de forma invisível e contínua, que é nada mais que a manutenção da vida”,
diz a entrevistada.
Por estar quase sempre nas mãos de uma única pessoa da família, geralmente uma mulher, isso acaba
gerando uma sobrecarga. “Traz muitos efeitos na nossa saúde mental, na nossa vida profissional, nas nossas relações,
no nosso crescimento, mas a gente não consegue pôr em palavras”, destaca Maíra, que defende que a única solução
é distribuir esse cuidado, com os homens atuando ativamente nessa economia. “Cada casal vai encontrar a sua forma
de fazer isso”.
Disponível em: https://minabemestar.uol.com.br/economia-do-cuidado-o-trabalho-invisivel-que-sobrecarrega-as-mulheres/.

Você também pode gostar