Você está na página 1de 6

CAPA

ECONOMIA DO CUIDADO
Aumento na expectativa de vida da população e novos arranjos familiares
ampliam a demanda por cuidadores e desafiam a gestão pública

Christina Queiroz

C
resce, no mundo todo, o número de Conforme definição da OIT, o trabalho de cui-
pessoas que demandam serviços de dado, que pode ou não ser remunerado, envolve
cuidado. De acordo com o último dois tipos de atividades: as diretas, como alimen-
relatório da Organização Interna- tar um bebê ou cuidar de um doente, e as indi-
cional do Trabalho (OIT), esse uni- retas, como cozinhar ou limpar. “É um trabalho
verso deverá ser de 2,3 bilhões de que tem uma forte dimensão emocional, se desen-
pessoas em 2030 – há cinco anos, volve na intimidade, e com frequência envolve a
eram 2,1 bilhões. O envelhecimento manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães.
da população e as novas configura- Ela relata que o conceito de cuidado surgiu como
ções familiares, com mulheres mais categoria relevante para as ciências sociais há
presentes no mercado de trabalho e menos dispo- cerca de 30 anos e, desde então, tem sido crescen-
níveis para assumir encargos com parentes sem te a sua presença em linhas de investigação em
autonomia, têm levado os países a repensar seus áreas como economia, antropologia, psicologia
sistemas de atenção a populações vulneráveis. e filosofia política. “Com isso, a discussão sobre
Partindo desse panorama, estudo comparativo essa concepção ganhou corpo. Os estudos iniciais
das sociólogas Nadya Araujo Guimarães, da Uni- do cuidado estavam presos à ideia de que ele era
versidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, uma necessidade nas situações de dependência,
do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas mas tal entendimento se alargou. Hoje, ele é visto
de Paris, na França, identificou, nos últimos 20 como um trabalho fundamental para assegurar o
anos, o surgimento de arranjos que visam amparar bem-estar de todos, na medida em que qualquer
indivíduos com distintos níveis de dependência, pessoa pode se fragilizar e se tornar dependente
como crianças, idosos e pessoas com deficiência. em algum momento da vida”, explica a socióloga.
Enquanto em algumas nações o papel do Estado é Os avanços da pesquisa levaram à constatação de
preponderante, em outras, a atuação de institui- que a oferta de cuidados é distribuída de forma
ções privadas se sobressai. Na América Latina o desigual na sociedade, recaindo de forma mais
ILUSTRAÇÕES LINOCA SOUZA

protagonismo das famílias representa o aspecto intensa sobre as mulheres. Dados do relatório da
mais marcante. Recém-publicados, os resultados OIT sobre o tema, publicado em 2019, mostram
da pesquisa emergem em um momento em que que nos 64 países pesquisados elas dedicam, em
a temática do cuidado ganha relevância em dife- média, 3,2 vezes mais tempo do que os homens
rentes campos do saber. com trabalhos não remunerados de cuidado, ou

PESQUISA FAPESP 299 | 33


GASTO PÚBLICO Serviços e benefícios
assistenciais de cuidados
Benefícios assistenciais por
maternidade, deficiência, doença
Educação
pré-escolar

EM POLÍTICAS 10
de longa duração ou acidentes de trabalho

DE CUIDADO 9

Investimentos de 8
países no setor

Gasto público em % do PIB


7

FONTE EL TRABAJO DE CUIDADOS


Y LOS TRABAJADORES DEL CUIDADO 0
Suécia Colômbia Suíça França Alemanha Espanha Reino Itália Portugal Brasil Estados China África México Turquia Índia
PARA UN FUTURO CON TRABAJO
Unido Unidos do Sul
DECENTE/OIT (2019)

seja, 4 horas e 25 minutos por dia, em compara- presença do Estado. “A literatura científica tem
ção a 1 hora e 23 minutos despendida diariamente sublinhado a natureza familialista desse nosso
por homens (ver gráfico na página 35). regime de cuidado. Ele é característico de países
Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga como Brasil, Argentina, Chile e Colômbia, que
Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Way- estudamos em uma rede latino-americana de
ne, localizada em Detroit, no estado de Michigan, pesquisadores”, destaca Guimarães. Segundo ela,
nos Estados Unidos, explica que persiste, nas so- no Brasil, a importância das famílias evidencia-
ciedades, noção arraigada de que o trabalho de -se nos resultados da última edição da Pesquisa
cuidado seria uma manifestação de amor e, por de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, do
essa razão, deveria ser prestado gratuitamente. IBGE. O levantamento mostrou que dos 57,2 mi-
Conforme Gottfried, a ideia decorre, entre ou- lhões de domicílios brasileiros, 17,6% têm algum
tros aspectos, de construção cultural a respeito tipo de despesa com o pagamento de serviços do-
da maternidade e de que cuidar seria um talen- mésticos e de cuidados. “Isso significa que 82,4%
to feminino. Por outro lado, Guimarães lembra dos lares atendem às suas necessidades de cui-
que a partir de 1970 as mulheres aumentaram dado sem acorrer ao mercado, prescindindo de

E
sua participação no mercado de trabalho. Em empregadas domésticas e cuidadoras”, ressalta.
cinco décadas, a presença feminina saltou de
18% para 50%, segundo dados do Instituto Bra- studo conduzido por Guimarães e
sileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Con- Hirata também identificou que no
sideradas provedoras naturais dos serviços de país o Estado atua como coadjuvante
cuidado, as mulheres passaram a trabalhar mais no processo de organização do cui-
intensamente fora de casa. Esse fato, aliado ao dado. Iniciativas pioneiras começa-
envelhecimento da população, gerou o que tem ram a ser desenvolvidas na década
sido analisado como uma crise no provimento de 1990, sendo marcantes os avanços
de cuidados que, em países do hemisfério Nor- normativos expressos no Estatuto
te, tem se resolvido com uma mercantilização da Criança e do Adolescente (ECA),
desses serviços, além de uma maior atuação do que entrou em vigor em 1990 (ver
Estado, por meio da criação de instituições pú- Pesquisa FAPESP nº 296), na Política Nacional do
blicas de acolhimento, expansão de políticas de Idoso, de 1994, e no Estatuto do Idoso, de 2003. A
financiamento, formação e regulação do trabalho antropóloga Guita Grin Debert, da Universidade
de cuidadores”, conta a socióloga. Estadual de Campinas (Unicamp), lembra que a
Na América Latina, entretanto, o fornecimen- adoção da Política Nacional do Idoso e do Esta-
GRÁFICOS ALEXANDRE AFFONSO

to de cuidados é tradicionalmente feito pelas tuto do Idoso representou avanços legislativos.


famílias, nas quais mulheres desempenham gra- “O problema é que nem tudo o que está previsto
tuitamente papel central como cuidadoras de nessas iniciativas foi efetivamente implementa-
crianças, idosos e pessoas com deficiência. Para do”, analisa. De acordo com Guimarães, da USP,
a minoria que pode pagar, o mercado oferece instituições públicas de longa permanência para
serviços de cuidado que compensam a escassa pessoas com mais de 60 anos ainda são escassas e

34 | JANEIRO DE 2021
TEMPO DIÁRIO Mulheres
Trabalho remunerado
Homens
Trabalho remunerado
DEDICADO 500
Trabalho não remunerado Trabalho não remunerado

AO TRABALHO 448 442


463 455

DE CUIDADO
450
417 423 417
404 399
400
378
366
Quanto mulheres 350
358
350
e homens gastam
Minutos diários
292
diariamente com 300

serviços de cuidado 250


remunerado ou
200
não remunerado
150

100

50

FONTE EL TRABAJO DE CUIDADOS


Y LOS TRABAJADORES DEL CUIDADO 0
Mundo África Américas Países Ásia Europa Países com
PARA UN FUTURO CON TRABAJO
árabes e Pacífico e Ásia Central baixa renda
DECENTE/OIT (2019)

atendem menos de 1% da população nessa faixa localizadas. É o caso, por exemplo, do Programa
etária. “Com isso, os cuidados de idosos são feitos de Acompanhamento de Idosos (PAI), criado em
pela própria família, ou mediante a contratação 2012 pela prefeitura de São Paulo com a finali-
de cuidadoras e instituições particulares, serviços dade de promover assistência integral à saúde
inacessíveis à população de baixa renda”, observa de pessoas com mais de 60 anos em situação de
Guimarães. Contabilizando mais de 28 milhões fragilidade clínica, vulnerabilidade ou exclusão
de pessoas acima de 60 anos, 13% da população social. “Existem também programas universi-
brasileira é considerada idosa, percentual que tários voltados à terceira idade, à prática de es-
tende a dobrar, nas próximas décadas, conforme portes e a grupos de convivência, mas a maioria
projeções do IBGE. Estima-se que um quarto se destina a pessoas que contam com autonomia
da sociedade estará nessa faixa etária em 2043. para se deslocar”, observa a antropóloga.
Debert, da Unicamp, também chama a aten- Análises comparativas da estrutura de cuida-
ção para o fato de o estatuto determinar que ca- dos de países que apresentam realidades distintas
da posto de saúde conte com um geriatra – algo permitem uma melhor compreensão das caracte-
impossível de ser colocado em prática, uma vez rísticas brasileiras. Coautora das pesquisas com
que o país não dispõe desses profissionais em Guimarães, Hirata, que integra o Centro Nacional
número suficiente. Além disso, as políticas pú- de Pesquisa Científica (Cresppa-GTM/CNRS) e
blicas existentes para esse público costumam ser a Rede de Pesquisa Internacional e Multidiscipli-

TEMPO QUE AS MULHERES


DEDICAM A SERVIÇOS DE
CUIDADO NÃO REMUNERADO
É TRÊS VEZES MAIOR
DO QUE O DOS HOMENS

PESQUISA FAPESP 299 | 35


nar “Mercado de Trabalho e Gênero” (Mage), na com mais de 65 anos, estejam elas internadas
França, investigou, além do sistema brasileiro, o em instituições ou sob a responsabilidade de
japonês e o francês. Sua pesquisa constatou que, cuidadores domiciliares. Estudos mencionados
nos três países, as mulheres são centrais na ofer- por Hirata indicam que 30% dos idosos no Ja-
ta de serviços de cuidados. Enquanto no Brasil pão viviam com seus filhos, em 2016. Na década
os homens ocupavam 4% dos postos de trabalho de 1960, eram 90%. “Com isso, a demanda por
nas instituições de longa permanência de idosos serviços de cuidadores ou instituições aumentou
pesquisadas, na França eles somavam 10% e, no bastante”, observa Hirata, que estima em 14%
Japão, 40%. o percentual de idosos japoneses acolhidos em
Segundo Hirata, o dado japonês reflete a polí- instituições – diante de 1% estimado para o Bra-
tica pública estabelecida em 2008 para frear os sil. “Hoje o principal desafio, no Japão, envolve
altos índices de desemprego ocasionados pela as crianças. O país praticamente não dispõe de
crise econômica. Pela iniciativa, desempregados creches públicas, em parte devido a uma con-
podiam participar de um programa de qualifica- venção social que pressupõe que elas deveriam
ção para atuar como cuidadores, com a garantia ser criadas pelas próprias mães.”
de que teriam emprego assegurado ao término Na França, o governo financia parte dos cui-
da formação. “Os trabalhadores japoneses não dados de pessoas com mais de 65 anos, ofere-
teriam ido para esse setor laboral, tão marcado cendo uma ajuda de custo que varia conforme o
pela presença feminina, por iniciativa própria. valor da aposentadoria e o nível de dependência
Mas preferiram migrar antes de ficar desempre- do idoso. Chamado de allocation personnalisée
gados”, afirma Hirata. A participação do Estado d’autonomie, o recurso pode ser destinado tan-
japonês no sistema de cuidados inclui a cobrança to para custear gastos com instituições de longa
de um imposto, equivalente a cerca de R$ 250,00, permanência quanto para o pagamento de cuida-
descontado do salário de todos os indivíduos com dores. “Com exceção do cônjuge, o auxílio pode
mais de 40 anos. ser usado inclusive para remunerar algum fami-
É esse imposto que permite financiar o atendi- liar do idoso. Ao contrário do Brasil, na França a
mento dos idosos. Por meio do sistema, o Estado família não é considerada a principal responsá-
arca com 90% dos custos do cuidado das pessoas vel pelos cuidados dos mais velhos”, contrasta

PANORAMA LATINO-AMERICANO
Características similares à situação milhões de idosos em 2018, número que histórico das políticas de cuidado na América
brasileira marcam a estrutura de cuidados deve chegar a 13 milhões, em 2050. Latina. De acordo com a socióloga Karina
na Argentina e no Chile. A socióloga No Chile, de acordo com a socióloga Batthyány, da Universidade da República,
argentina Natacha Borgeaud-Garciandía, chilena Irma Arriagada Acuña, pesquisadora em Montevidéu, que também forma parte da
pesquisadora do Conselho Nacional do Centro de Estudos da Mulher (CEM), rede latino­‑americana, pesquisas científicas
de Investigações Científicas e Técnicas em Santiago, e integrante de uma rede sobre o tempo investido pelas famílias em
(Conicet), na Argentina, e da Faculdade latino-americana de estudos sobre o cuidado, distintas atividades de cuidado serviram
Latino-americana de Ciências Sociais as primeiras leis voltadas ao cuidado de como ponto de partida para a elaboração
(Flacso), comenta que, em seu país, gestantes e crianças foram elaboradas no da política pública. As primeiras ações
a principal responsabilidade recai sobre século XIX, seguidas de iniciativas destinadas estabelecidas foram voltadas a crianças de
as famílias e, no âmbito das famílias, a idosos e pessoas com deficiência. até 3 anos de idade, idosos dependentes,
sobre as mulheres. “Isso significa que não Segundo ela, assim como no Brasil, pessoas com deficiência e cuidadores.
é possível analisar o sistema argentino atualmente a oferta de serviços de cuidado Exemplos dessas políticas de cuidados são
sem pensar no peso do trabalho familiar não para crianças é mais estruturada, se os serviços de assistência remota a idosos,
remunerado e nas desigualdades de gênero comparada com o sistema nacional disponível para ajudá-los na realização de tarefas
que essa atividade envolve”, diz Borgeaud- aos idosos. Em 2013, as instituições cotidianas, o estabelecimento de centros
-Garciandía, também editora de uma série públicas chilenas respondiam por 2,6% do de permanência durante o dia, cursos
de livros denominada Horizontes de total de organizações de longa permanência gratuitos de formação de cuidadores e a
Cuidado. Ela explica que, na Argentina, não para essa faixa etária da população. ampliação da licença-paternidade. “O sistema
há uma política nacional de cuidados “Além disso, o Chile enfrenta escassez de começou priorizando os setores mais
estabelecida. “O Estado entra apenas especialistas em idosos, incluindo geriatras críticos e vulneráveis. Um dos desafios que
para oferecer serviços para idosos e enfermeiras”, diz Acuña. enfrentamos hoje envolve a necessidade
dependentes, em situações em que eles O Sistema Nacional Integrado de de que ele passe a abarcar políticas de
não podem recorrer à família ou ao Cuidados, criado pelo Uruguai em 2015, cuidado para toda a população, adquirindo
mercado”, explica. O país contava com 5,7 é considerado um divisor de águas no caráter universal”, afirma Batthyány.

36 | JANEIRO DE 2021
ATÉ 2030, MAIS
200 MILHÕES DE IDOSOS
VÃO PRECISAR DE
SERVIÇOS DE CUIDADO

Hirata. De acordo com ela, o país europeu, onde mo, o financiamento da escolaridade dos filhos
metade das instituições de longa permanência e até de pequenos negócios”, observa. Em 2018,
para idosos é pública, discute atualmente a cria- essas remessas movimentaram, globalmente,
ção de um quinto ramo da Previdência Social, cerca de US$ 700 bilhões, informa.
para financiar os cuidados de idosos e pessoas Há cerca de quatro décadas desenvolvendo

N
com deficiência. estudos comparados sobre trabalho e emprego,
Hirata aponta as estatísticas oficiais disponíveis
os Estados Unidos a situação é bas- em cada país como um dos principais desafios
tante distinta. Segundo Gottfried, a metodológicos. Na vertente da pesquisa realiza-
marca mais significativa do sistema da com Guimarães, que comparou as atividades
vigente naquele país é seu nível de laborais de cuidadores no Brasil, na França e no
mercantilização. Lá, o Estado sub- Japão, constatou-se que alguns aspectos da eco-
sidia agências e entidades privadas nomia do cuidado só poderiam ser analisados a
com fins lucrativos para prestação partir de estudo qualitativo. Para tanto, foram
de serviços de atendimento a ido- entrevistados 300 cuidadores. “A opção por es-
sos, o que inclui centros de reabi- se caminho metodológico permitiu revelar, por
litação e assistência médica domi- exemplo, que entre populações periféricas brasi-
ciliar. “Essa estrutura é baseada no mercado e leiras a vida comunitária e a ajuda de vizinhos e
transfere os riscos e as responsabilidades para familiares constituem pilar central na estrutura
as famílias, que ficam encarregadas de encontrar de cuidados”, informa Hirata. “Como isso não
e contratar os serviços de cuidado”, informou a aparece nas estatísticas oficiais, esse aspecto da
socióloga em entrevista concedida por e-mail a realidade não teria sido captado se tivéssemos
Pesquisa FAPESP. nos limitado a análises quantitativas.” n
Ao justificar a importância do desenvolvimento
de estudos comparativos sobre o setor de cuida-
dos, Gottfried cita o fato de os imigrantes trans- Projetos
nacionais constituírem parte crescente da força 1. Desafios da velhice: Políticas públicas, gênero e relações entre gerações
de trabalho. Em 2019, os trabalhadores domés- (no 19/09742-6); Modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular; Pesquisadora
responsável Guita Grin Debert (Unicamp); Investimento R$ 91.767,57.
ticos migrantes em todo o mundo somavam 11,5 2. Trabalho, cuidado e políticas públicas: Formação, intermediação e
milhões, sendo 8,5 milhões de mulheres, indica acesso ao trabalho (no 15/08047-1); Modalidade Auxílio à Pesquisa –
ela, ao lembrar que a economia do cuidado mo- Pesquisador Visitante – Internacional; Pesquisadora responsável Nadya
Araujo Guimarães (USP); Pesquisadora visitante Helena Sumiko Hirata;
vimenta, transnacionalmente, grande volume Investimento R$ 67.030,60.
de recursos. “A mãe que deixa os próprios filhos
Livro
em seu país de origem, sob a responsabilidade
GUIMARÃES, N. A. e HIRATA, H. (eds.). Care and care workers – A
de outras pessoas, para trabalhar com famílias Latin American perspective. Serie Latin American Societies – Current
alheias integra uma cadeia global cujo produto é Challenges in Social Sciences. Springer, 2020.
o cuidado. As remessas de dinheiro enviadas aos Os demais livros e relatório citados nesta reportagem estão listados
parentes viabilizam a compra de bens de consu- na versão on-line.

PESQUISA FAPESP 299 | 37

Você também pode gostar