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O que é o TDAH?
Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei
quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.
Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados
médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica
realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que
não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as
mesmas idéias sobre todos os aspectos de um transtorno.
Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé.
Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria
farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.
No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer
pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum
grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam
casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas.
Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados”
em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a
veracidade do que dizem.
Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente
daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo
correto.
Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com
medicamentos causa conseqüências terríveis. Quando a literatura científica é pesquisada,
nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do
mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de
cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.
Veja um texto a este respeito e a resposta dos Professores Luis Rohde e Paulo Mattos:
O TDAH é comum?
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as
suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas
no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do
comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de
prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região
frontal e suas conexões.
A) Hereditariedade:
Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao
TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas
famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAH era mais
freqüente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença
entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em
geral (isto é chamado de recorrência familial).
A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi começar
a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar que no TDAH, como na
maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em
determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece
nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene
(como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente não
existe, ou não se acredita que exista, um único “gene do TDAH”. Além disto, genes podem ter
diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo
diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais.
Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente denominado
Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.
Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar
alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital.
Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de
hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos
mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.
C) Sofrimento fetal:
Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram
causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa
não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais
predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem
(e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.
D) Exposição a chumbo:
Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas
semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer
exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser
facilmente identificado pela história clínica.
E) Problemas Familiares:
Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa
instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias
com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos
recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do
que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais).
F) Outras Causas
1. corante amarelo
2. aspartame
3. luz artificial
QUADRO CLÍNICO
Elas têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não
lhes sejam interessantes. Elas são facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo,
mas também se distraem com pensamentos “internos”, isto é, vivem “voando”. Nas provas,
são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.). Como a atenção é
imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como
“esquecidas”: esquecem recados ou material escolar, aquilo que estudaram na véspera da
prova, etc. (o “esquecimento” é uma das principais queixas dos pais). Quando elas se dedicam
a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem permanecer mais tranqüilas. Isto
ocorre porque os centros de prazer no cérebro são ativados e conseguem dar um “reforço” no
centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em níveis normais. O fato de uma
criança conseguir ficar concentrada em alguma atividade não exclui o diagnóstico de TDAH. É
claro que não fazemos coisas interessantes ou estimulantes desde a hora que acordamos até a
hora em que vamos dormir: os portadores de TDAH vão ter muitas dificuldades em manter a
atenção em um monte de coisas.
Elas também tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a pergunta até o final e já
respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar). Freqüentemente também
apresentam dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer.
Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual. O
TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida escolar, embora esta seja uma
queixa freqüente de pais e professores. É mais comum que os problemas na escola sejam de
comportamento que de rendimento (notas).
Sintomas em adultos:
A existência da forma adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida apenas em 1980 pela
Associação Psiquiátrica Americana. E, desde então inúmeros estudos têm demonstrado a
presença do TDAH em adultos. Passou-se muito tempo até que ela fosse amplamente
divulgada no meio médico e ainda hoje, observa-se que este diagnóstico é apenas raramente
realizado, persistindo o estereótipo equivocado de TDAH: um transtorno acometendo meninos
hiperativos que têm mau desempenho escolar. Muitos médicos desconhecem a existência do
TDAH em adultos e quando são procurados por estes pacientes, tendem a tratá-los como se
tivessem outros problemas (de personalidade, por exemplo). Quando existe realmente um
outro problema associado (depressão, ansiedade ou drogas), o médico só diagnostica este
último e “deixa passar” o TDAH.
Atualmente acredita-se que em torno de 60% das crianças com TDAH ingressarão na vida
adulta com alguns dos sintomas (tanto de desatenção quanto de hiperatividade-impulsividade)
porém em menor número do que apresentavam quando eram crianças ou adolescentes.
Para se fazer o diagnóstico de TDAH em adultos é obrigatório demonstrar que o transtorno
esteve presente desde criança. Isto pode ser difícil em algumas situações, porque o indivíduo
pode não se lembrar de sua infância e também os pais podem ser falecidos ou estar bastante
idosos para relatar ao médico. Mas em geral o indivíduo lembra de um apelido (tal como
“bicho carpinteiro”, etc.) que denuncia os sintomas de hiperatividade-impulsividade e lembra
de ser muito “avoado”, com queixas freqüentes de professores e pais.
Os adultos com TDAH costumam ter dificuldade de organizar e planejar suas atividades do dia
a dia. Por exemplo, pode ser difícil para uma pessoa com TDAH determinar o que é mais
importante dentre muitas coisas que tem para fazer, escolher o que vai fazer primeiro e o que
pode deixar para depois. Em conseqüência disso, quem TDAH fica muito “estressado” quando
se vê sobrecarregado (e é muito comum que se sobrecarregue com freqüência, uma vez que
assume vários compromissos diferentes), pois não sabe por onde começar e tem medo de não
conseguir dar conta de tudo. Os indivíduos com TDAH acabam deixando trabalhos pela
metade, interrompem no meio o que estão fazendo e começam outra coisa, só voltando ao
trabalho anterior bem mais tarde do que o pretendido ou então se esquecendo dele.
O portador de TDAH fica com dificuldade para realizar sozinho suas tarefas, principalmente
quando são muitas, e o tempo todo precisa ser lembrado pelos outros sobre o que tem para
fazer. Isso tudo pode causar problemas na faculdade, no trabalho ou nos relacionamentos com
outras pessoas. A persistência nas tarefas também pode ser difícil para o portador de TDAH,
que freqüentemente “deixa as coisas pela metade”.
TRATAMENTO
DURAÇÃO
APROXIMADA
NOME QUÍMICO NOME COMERCIAL DOSAGEM DO EFEITO
SEGUNDA ESCOLHA: caso o primeiro estimulante não tenha obtido o resultado esperado,
deve-se tentar o segundo estimulante
TERCEIRA ESCOLHA
QUINTA ESCOLHA: caso o primeiro antidepressivo não tenha obtido o resultado esperado,
deve-se tentar o segundo antidepressivo
OUTROS MEDICAMENTOS
Modafinila
Programas de treinamento para pais de crianças com TDAH frequentemente começam com
ampla divulgação de informação.
Existe uma grande quantidade de livros, vídeos e fitas disponíveis, com dados a respeito do
transtorno em si e de estratégias efetivas, que podem ser usadas por familiares.
A lista que segue revê alguns pontos, de uma série de estratégias, que podem ajudar os pais de
crianças com TDAH:
Mandamentos
Estabeleça regras e limites dentro de casa, mas tenha atenção para obedecer-lhes também.
Use português claro e direto, de preferência falando de frente e olhando nos olhos.
Não exigir mais do que a criança pode dar: deve-se considerar a sua idade.
Estudo
Escolher cuidadosamente a escola e a professora para que a criança possa obter sucesso no
processo de ensino-aprendizagem.
O estudo deve ser do jeito que as crianças ou os adolescentes bem entenderem. Tudo deve ser
tentado, mas se o resultado final não corresponder às expectativas, reavalie após algumas
semanas e peça novas opções; vá tentando até chegar à situação que mais favoreça o
desempenho.
Tenha contato próximo com os professores para acompanhar melhor o que está acontecendo
na escola.
Todas as tarefas têm que ser subdivididas em tarefas menores que possam ser realizadas mais
facilmente e em menor tempo.
Regras do dia-a-dia
Dar instruções diretas e claras, uma de cada vez, em um nível que a criança possa
corresponder.
Ensinar a criança a não interromper as suas atividades: tentar finalizar tudo aquilo que
começa.
Estabelecer uma rotina diária clara e consistente: hora de almoço, de jantar e dever de casa,
por exemplo.
Organizar e arrumar o ambiente como um meio de otimizar as chances para sucesso e evitar
conflitos.
Casa
Manter em casa um sistema de código ou sinal que seja entendido por todos os membros da
família.
O quarto não pode ser um local repleto de estímulos diferentes: um monte de brinquedo,
pôsteres, etc.
Comportamento
Preparar a criança para qualquer mudança que altere a sua rotina, como festas, mudanças de
escola ou de residência, etc.
Ensinar para a criança meios de lidar com situações de conflito (pensar, raciocinar, chamar um
adulto para intervir, esperar a sua vez).
Pais
Incentivar as brincadeiras com jogos e regras, pois além de ajudar a desenvolver a atenção,
permitem que a criança organize-se por meio de regras e limites e, aprenda a participar,
ganhando, perdendo ou mesmo empatando.
Quem tem TDAH pode descarregar sua “bateria” muito rapidamente. Se este for o caso,
recarregue-a com mais frequência. Alguns portadores precisam de um simples cochilo durante
o dia, outros de passear com o cachorro, outros de passar o fim de semana fora, outros ainda
de ginástica ou futebol. Descubra como a “bateria” do seu filho é melhor recarregada.
Evite ficar o tempo todo dentro de casa, principalmente nos fins de semana. Programe
atividades diferentes, não fique sempre fazendo a mesma coisa. Leve todos à praia, ao teatro,
ao cinema, para andar no parque, enfim, seja criativo.
Nenhuma atividade que requeira concentração (estudo, deveres de casa) pode ser muito
prolongada. Intercale coisas agradáveis com tarefas que demandam atenção prolongada
(potencialmente desagradáveis, portanto).
Procure sempre perguntar o que ela quer, o que está achando das coisas. Não crie uma relação
unidirecional. Obviamente, os pedidos devem ser negociados e atendidos no que for possível.
Use mural para afixar lembretes, listas de coisas a fazer, calendário de provas. Também
coloque algumas regras que foram combinadas e promessas de prêmio quando for o caso.
Estimule e cobre o uso diário de uma agenda. Se ela for eletrônica, melhor ainda. As agendas
devem ser consultadas diariamente.
Lembre-se sempre
Procure o máximo de informações possível sobre o TDAH: leia livros, faça cursos, entre para
organizações como a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (www.tdah.org.br), faça
contato com outros pais para dividir experiências bem e mal sucedidas.
Tenha certeza de que o tratamento está sendo feito por um profissional que realmente
entende do assunto.
Lembre-se que seu filho (a) está sempre tentando corresponder às expectativas, mas às vezes
não consegue. Deve sempre lembrar-se aos pais que estes devem ser otimistas, pacientes e
persistentes com o filho. Não devem desanimar diante dos possíveis obstáculos.
5. Pôr notas das datas em que devem ser entregues as tarefas e trabalhos.
No ambiente
Organização
4. Conferir com o professor ou parentes os materiais necessários para levar para casa.
Ensino e avaliação
1. Dar tempo extra para processar informações (falar mais lentamente e dar mais
“tempo para que o aluno pense e responda”).
14. Usar técnicas de perguntas variadas para dar mais oportunidades de resposta.