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ENSAIOS DE LABORATÓRIO EM GEOTECNIA

Adensamento dos Solos

GTP-135 – Ensaios de Laboratório em Geotecnia

Prof. Eleonardo Lucas Pereira

eleonardo@em.ufop.br
GTP-135 Introdução

FUNDAMENTOS DO ADENSAMENTO DOS SOLOS

 Quando uma determinada camada de solo saturado é submetida a um


carregamento, a poropressão é aumentada repentinamente;
 Em solos com alta permeabilidade, a drenagem causada pelo aumento da
poropressão ocorre imediatamente;
 Há, em consequência, uma redução do volume do solo (recalque);
 No caso de solos argilosos, em função da baixa permeabilidade, a
poropressão se dissipa por um longo período;
 A alteração de volume (adensamento) ocorre lentamente;
 Depois de um certo tempo, o excesso de poropressão chegará a zero,
atingindo um estado de equilíbrio.
GTP-135 Introdução
GTP-135 Introdução
GTP-135 Introdução
GTP-135 Introdução
GTP-135 Introdução
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

TÉCNICA DE ADENSAMENTO
EDÔMETRO
Introduzida por Terzaghi

Edometria: técnica utilizada para estudar


a consolidação ou a compactação dos
solos submetidos à ações de cargas
externas.
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

O ensaio é realizado visando a determinação do grau de


compressibilidade de um determinado solo. Este ensaio é feito em
etapas, onde em cada etapa é aplicada uma carga a um corpo de
prova confinado lateralmente, e a carga é mantida constante até o
solo parar de adensar. Durante a execução do ensaio é permitida
a drenagem da água que sai do corpo de prova. Desse ensaio são
interpretados parâmetros fundamentais para o cálculo de
recalques por adensamento.

Coeficiente de adensamento - cv

DETERMINAÇÃO Índice de compressão- cc


(Direta) Índice de expansão - cs
Tensão de pré-adensamento – s’c
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

ABNT – NBR 16853

Solo – Ensaio de Adensamento unidimensional - NBR 16853 (2020)

1. Compressão inicial, causada pelo pré-carregamento;


2. Adensamento primário, onde o excesso de poropressão é
gradualmente transferido para a tensão efetiva (expulsão da
ESTÁGIOS água nos poros);
3. Compressão secundária, que ocorre após a dissipação
completa do excesso de poropressão, quando alguma
deformação do corpo de prova acontece devido ao ajuste
plástico da estrutura do solo.
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

APARELHAGEM PARA REALIZAÇÃO DO ENSAIO

SISTEMA DE APLICAÇÃO DE CARGA

CÉLULA DE ADENSAMENTO
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

SISTEMA DE APLICAÇÃO DE CARGA

 Deve permitir a aplicação e manutenção das cargas verticais


especificadas por um longo período de tempo;
 A aplicação do incremento de carga deve ocorrer em um
intervalo de tempo não superior a 2 segundos.
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

CÉLULA DE ADENSAMENTO

 Deve conter o corpo de prova, evitando deformações laterais;


 Consiste em uma base rígida, um anel para conter o corpo de
prova, pedras porosas em um cabeçote rígido de
carregamento;
 O anel pode ser rígido ou flutuante (deslocável em relação à
base);
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

CÉLULA DE ADENSAMENTO

 O diâmetro interno do anel deve ser, no mínimo, de


50mm e, no caso de amostras oriundas de tubos de
amostragem, no mínimo 5mm menor que o diâmetro
interno do tubo;
 A altura do anel deve ser, no mínimo, de 13mm e não
inferior a dez vezes o máximo diâmetro da partícula do
corpo de prova;
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

CÉLULA DE ADENSAMENTO

 A relação entre o diâmetro interno e a altura do anel de


ser, no mínimo de 2,5;
 O diâmetro da pedra porosa de topo deve ser de 0,2 a
0,5mm menor que o diâmetro interno do anel.
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

 Os corpos de prova podem ser obtidos a partir de


amostras indeformadas, coletadas em blocos ou tubos
de amostragem, ou de amostras deformadas,
compactadas em laboratório;
 As amostras indeformadas devem ser extraídas e
cortadas com ferramentas apropriadas;
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

 No caso de solos de baixa consistência, deve ser


utilizada serra de fio metálico para talhagem das
superfícies da base e do topo;
 Para solos de maior consistência pode ser utilizada uma
régua metálica biselada.
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

 Devem ser determinados o teor de umidade e a massa


específica aparente natural iniciais;
 O teor de umidade é determinado a partir das aparas
restantes no processo de moldagem do corpo de prova;
 A massa específica aparente natural é terminada
conhecendo-se a massa e o volume do corpo de prova.
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

EXECUÇÃO DO ENSAIO

 Após a montagem da célula e a sua colocação no


sistema de aplicação de carga deve ser aplicada uma
carga de assentamento de 5kPa para solos resistentes e
de 2kPa para solos moles;
 O sistema deve ser zerado 5 minutos após a aplicação
da carga de assentamento;
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

EXECUÇÃO DO ENSAIO

 Transmitir cargas adicionais à célula, em estágios, para


obter tensões totais de 10kPa, 20kPa, 40kPa; 80kPa;
160kPa; 320kPa, etc.;
 Para cada estágio de carregamento, devem ser feitas
leituras da variação da altura do corpo de prova antes do
carregamento e nos intervalos de tempo de 1/8min,
1/4min, 1/2min, 1min, 2min, 4min, 8min...24h;
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

EXECUÇÃO DO ENSAIO

 Completados os estágios de carregamento, deve-se


efetuar o descarregamento em, no mínimo, 3 estágios;
 Terminada a fase de descarregamento, enxugar as
superfícies expostas e determinar o teor de umidade
final do corpo de prova.
GTP-135 Ensaio de adensamento unidimensional

ENSAIO DE PERMEABILIDADE

 Em qualquer estágio de carregamento, pode-se realizar


a determinação da permeabilidade do corpo de prova;
 Para tanto, a amostra deve estar saturada e o
equipamento deve possuir uma bureta conectada na
base da célula de adensamento;
 A permeabilidade é realizada por carga variável.
GTP-135 Coeficiente de adensamento
PROCESSO DE CASAGRANDE

2
0,197𝐻𝑑𝑟
𝑐𝑣 =
𝑡50
GTP-135 Coeficiente de adensamento
PROCESSO DE TAYLOR

2
0,848𝐻𝑑𝑟
𝑐𝑣 =
𝑡90
GTP-135 Índices e tensão de pré-adensamento
GTP-135
Índices e tensão de pré-adensamento
Curva e versus s’

 Da curva (para cada estágio de carregamento):

Altura
inicial do
corpo de
prova (H)

Corpo de prova (A) Vazios Sólidos


GTP-135
Índices e tensão de pré-adensamento
Curva e versus s’

 Cálculo do índice de vazios inicial:


𝑉𝑣 𝐻𝑣 𝐴 𝐻𝑣
𝑒0 = = =
𝑉𝑠 𝐻𝑠 𝐴 𝐻𝑠

 Cálculo do índice de vazios para o primeiro incremento de tensão:


∆𝐻1
∆𝑒1 = 𝑒1 = 𝑒0 − ∆𝑒1 (Ao final do adensamento, 𝜎1 = 𝜎1′ )
𝐻𝑠

 Para o próximo carregamento:


∆𝐻2 (DH1 e DH2 são obtidos a partir da leitura
𝑒2 = 𝑒1 − final e inicial do aparelho para os
𝐻𝑠
respectivos estágios de carregamento.)
GTP-135
Índices e tensão de pré-adensamento
Curva e versus s’

Índice de vazios
CURVA
TÍPICA

Tensão efetiva (escala logarítmica)


GTP-135
Índices e tensão de pré-adensamento
Curva e versus s’

 Índice de compressão (Cc): coeficiente angular da reta virgem.

∆𝑒
𝐶𝐶 = ⁡(adimensional)
𝜎0′ + ∆𝜎 ′
log⁡
𝜎0′
e
 Índice de expansão (Cs): coeficiente angular Cc

da reta de descompressão (similar)


Cs

log s’
1 1
Cs  ~ Cc
5 10
GTP-135 Tensão de pré-adensamento
PROCESSO DE CASAGRANDE
GTP-135 Tensão de pré-adensamento
PROCESSO DE PACHECO SILVA
GTP-135 Tensão de pré-adensamento

 Razão de sobreadensamento (OCR):

𝜎𝑐′ Tensão de pré-adensamento


𝑂𝐶𝑅 = ′
𝜎 Tensão vertical presente

s’c  s’0 e OCR  1,0  argilas normalmente adensadas


s’c > s’0 e OCR > 1,0  argilas sobreadensadas
s’c < s’0 e OCR < 1,0  argilas parcialmente adensadas
GTP-135 Ensaios especiais

ADENSAMENTO A GRANDES DEFORMAÇÕES

 A teoria de deformação infinitesimal assume que a espessura da


camada em adensamento permanece constante por todo o processo,
isto é, a deformação da camada para qualquer tempo durante o
processo é insignificante comparado a espessura inicial;
 A teoria de deformação finita introduz a espessura da camada como
uma variável do problema, ou seja, a deformação da camada para um
determinado tempo durante o processo é significativa quando
comparada com sua espessura inicial.
GTP-135 Ensaios especiais

ADENSAMENTO A GRANDES DEFORMAÇÕES

 A análise de materiais com granulometria fina de alta compressibilidade,


onde o peso próprio tem efeito importante na magnitude das
deformações que atingem valores consideráveis, levou ao
desenvolvimento de teorias de adensamento com deformações
finitesimais, apresentando algumas especificidades em relação à teoria
de adensamento convencional.
GTP-135 Ensaios especiais

ENSAIO HCT (Hydraulic Consolidation Test)

 O ensaio consiste no adensamento induzido por forças de percolação,


em que um fluxo é imposto através da amostra e esta deforma até o
estado permanente;
 O sistema consiste de uma célula triaxial, com transdutor diferencial de
pressão, bomba de fluxo, sistema de carregamento e sistema de
aquisição de dados.
GTP-135 Ensaios especiais

ENSAIO CRD (Constant Rate of Deformation)

 O ensaio consiste no adensamento com taxa de deformação constante;


 O ensaio é realizado submetendo uma célula a uma prensa de
deformação controlada. Através do conhecimento da leitura das tensões
totais e das poropressões, a cada leitura, determina-se,
consequentemente, as tensões efetivas. O índice de vazios também é
determinado instantaneamente, a partir da variação da altura da
amostra, durante o ensaio.
GTP-135 Referências bibliográficas

ABNT. Normas Técnicas.

ASTM. Normas Técnicas.

CRAIG, R. F. CRAIG: Mecânica dos Solos. Rio de Janeiro: LTC, 365 p, 2007.

DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. São Paulo: Thomson Learning,


561 p. 2007.

PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos,
365 p. 2012.

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