Você está na página 1de 53

QUÍMICA VER CAPÍTULO

CAP. 03
Escaneie com o
CINÉTICA QUÍMICA: FATORES DE ALTERAÇÃO E leitor de QR
RAPIDEZ DAS REAÇÕES QUÍMICAS Code da busca de
Exportado em: 19/12/2023 capítulos na aba
Conteúdo

SLIDES DO CAPÍTULO

Olhar de cientista

Rotina de pensamento:
Ver-Pensar-Perguntar
 ROTINA DE PENSAMENTO

Estalactites do Abismo Anhumas, caverna com lago


subterrâneo. Parque Nacional de Bonito, Mato Grosso do
Sul.
Vadim Nefedoff/Shutterstock

Desde a Antiguidade, tentamos controlar o processo de produção das

substâncias por meio das reações químicas, que podem ocorrer de diferentes
modos. Algumas se processam instantaneamente, como é o caso da explosão de
uma bomba, que leva poucos segundos, enquanto outras levam vários anos

para ocorrer, como as estalactites, formações pendentes encontradas no teto de


cavernas em Bonito, Mato Grosso do Sul.

No dia a dia, muitas vezes, é utilizado o conhecimento da rapidez das reações,


bem como a influência do meio ambiente para controlá-las. Ao colocar um bolo

1
para assar a uma temperatura mais elevada, por exemplo, busca-se acelerar o
processo de preparação; já para acender uma fogueira mais rapidamente,
aumenta-se a quantidade de gravetos utilizados. Porém, nem tudo no cotidiano

precisa acelerar a rapidez das reações químicas. Existem casos em que é


necessário exatamente o oposto, como os objetos durarem mais tempo ou os
alimentos serem preservados na geladeira. Em todos os casos, para aceleração

ou desaceleração das reações, é necessário conhecer os modelos que explicam


essas transformações químicas.

Pensando nisso, observe o fenômeno e responda às questões.

Pavel_Chag/iStockphoto.com

Equação:

1.
O que você vê no fenômeno acima?

2.
O que você pensa sobre a rapidez do fenômeno observado anteriormente?

3.
Quais dúvidas, curiosidades ou hipóteses você tem sobre o que faz com que o
fenômeno ocorra com essa rapidez?

A rapidez com que as reações químicas ocorrem depende de diversos fatores. Compreender

como isso funciona é fundamental para o entendimento e a utilização dessas reações. Neste
capítulo, trataremos dos assuntos de Cinética Química, isto é, a área das Ciências da

Natureza que investiga os fatores de alteração e a rapidez das reações químicas.

Por que as substâncias reagem?

2
O contato entre uma superfície de vidro e uma de mármore não é
suficiente para que ocorra uma reação química, pois não há
afinidade entre os materiais.
Maria Tebriaeva/Shutterstock

As reações químicas compõem grande parte dos fenômenos com os quais temos contato

diariamente, contudo, para elas ocorrerem, são necessárias algumas condições. Na


combustão de uma vela, por exemplo, é necessário o contato do oxigênio do ar com o

combustível, caso contrário, não é possível que haja uma reação química. Entretanto, nem

sempre o contato entre duas substâncias irá resultar em uma transformação química. Antes
da queima da vela, as substâncias que entram em combustão estavam e sempre estiveram

em contato com o oxigênio sem que o fenômeno ocorresse. Então, não basta apenas colocar

os reagentes em contato, são necessárias algumas condições para que a reação ocorra. Uma
dessas condições é a afinidade química entre as substâncias reagentes. Por exemplo,

quando colocamos uma xícara de vidro sobre uma pia de mármore, não esperamos que

ocorra uma reação química, afinal, uma transformação poderia influenciar na eficiência
desses objetos, o que não é indicado. Nesse caso, não há uma reação química, pois, mesmo

havendo contato entre os materiais, não há uma afinidade entre as substâncias que

compõem o vidro e as que formam o mármore.

Há, então, duas condições fundamentais que devem ser satisfeitas para uma reação

química acontecer: os reagentes terem certa afinidade química entre si e estarem em

contato um com o outro.

Ademais, para a reação química ocorrer, é necessário que outras condições sejam satisfeitas

no contato entre as moléculas, íons ou átomo que formam as substâncias. Essas condições

são conhecidas como a Teoria das Colisões, proposta pelos químicos Max Trautz (1880-

1960) e William Lewis (1885-1956) em 1916. Quando a teoria foi apresentada, o modelo

3
atômico de Bohr já havia sido aceito por grande parte da comunidade científica. Entretanto,

os pesquisadores citados embasaram sua teoria no estudo dos gases e no modelo de Dalton,
pois fazia mais sentido que as partículas (moléculas, íons ou átomos) se movimentassem

livremente de acordo com a sua energia cinética.

Segundo a Teoria das Colisões, quando os reagentes são postos em contato, as


partículas (moléculas, íons ou átomos) se movimentam livremente e colidem entre si

milhões de vezes por segundo.

Todavia, nem todas essas colisões levam à formação de produtos, algumas delas apenas

fazem com que as partículas sejam ricocheteadas, como as bolas em um jogo de bilhar. Veja

como exemplo a situação em que duas substâncias formadas por moléculas diatômicas,
ambas em estado de agregação gasoso, são colocadas em um mesmo recipiente.

"Heat bath" significa "banho de calor". (Imagem sem escala; cores-


fantasia.)
KERBERT, Sascha. When startup ambition collides. Startmate, 17 mar.
2021.

Perceba que, de acordo com a teoria, nem todas as colisões irão resultar na formação de

uma terceira substância, representada no GIF pelas moléculas triatômicas. Para essa reação

acontecer, as colisões devem ser efetivas, de modo que as partículas dos reagentes

colidam entre si em uma orientação espacial favorável e com energia suficiente para

provocar a quebra das ligações que mantêm os átomos dos reagentes unidos. Nesta página,

focaremos na influência da orientação espacial.

Para entender a efetividade das colisões, temos como exemplo a reação entre o brometo de

hidrogênio e o gás oxigênio representada pela equação:

Quando as colisões ocorrem com uma geometria desfavorável, a disposição espacial das
moléculas no momento da colisão não é adequada para a formação de moléculas do

produto. Então, mesmo que a energia para romper as ligações seja suficiente, se a

orientação das moléculas for desfavorável, a colisão não é efetiva e não ocorre uma reação

química. Nesse caso, as moléculas apenas são ricocheteadas. Veja uma representação desse

processo:

4
A colisão não é favorável, então não há formação de produto.
(Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Quando as colisões ocorrem com geometria favorável e a energia é suficiente para romper
as ligações químicas das substâncias reagentes, ocorre a formação dos produtos. Veja:

Colisões favoráveis à transformação química. (Imagem sem escala;


cores-fantasia.)

Nesse caso, a geometria favorável para a reação é a de choques tangenciais.

5
Agora é com você

Questão 01

As figuras a seguir representam as colisões entre as moléculas reagentes de uma mesma

reação em três situações.

Pode-se afirmar que,

A na situação I, as moléculas reagentes apresentam energia maior que a energia de


ativação, mas a
geometria da colisão não favorece a formação dos produtos.
B na situação II, ocorreu uma colisão com geometria favorável e energia suficiente
para formar os produtos.
C na situação III, as moléculas reagentes foram completamente transformadas em
produtos
D nas situações I e III, ocorreram reações químicas, pois as colisões foram eficazes.
E nas situações I, II e III, ocorreu a formação do complexo ativado, produzindo
novas substâncias.

Saiba mais: os modelos nas reações químicas

Como sabemos a geometria favorável dos choques para as reações químicas se não

podemos ver os átomos? A resposta para essa pergunta está nos modelos científicos.

Os modelos estruturam e representam fenômenos químicos e outros aspectos da

6
realidade. De certo modo, eles são formas diferentes de compreendermos uma

mesma realidade e não podem ser considerados obsoletos ou errados. Por exemplo,

os modelos atômicos possuem diferentes aspectos da estrutura da matéria que


evoluíram junto à compreensão humana sobre os fenômenos químicos e físicos.

Embora o modelo de Dalton seja coerente com aspectos da realidade que embasam a

Teoria das Colisões, ele não poderia ser utilizado para justificar fenômenos

envolvendo eletricidade, afinal, não considera a natureza elétrica da matéria. Nesse

caso, os outros modelos atômicos são mais indicados.

Nesse sentido, o mecanismo proposto nesta página para a colisão das moléculas de

e é um modelo científico que nos permite ter uma visão submicroscópica de

fenômenos da matéria. Macroscopicamente, podemos ter acesso às alterações na

concentração das substâncias envolvidas, à presença de elementos químicos nas

substâncias, às variações de calor e a outros aspectos dessa reação química. Por meio

dessas observações, os(as) químicos(as) propõem modelos como o visto nesta página.
Com a evolução do estudo das reações químicas e com o desenvolvimento de técnicas

que ampliem a nossa capacidade de perceber aspectos da realidade, novos modelos

vão sendo desenvolvidos para propor mecanismos para as reações químicas.

Veja outro exemplo de mecanismo de reação (um modelo científico) para a

transformação do iodo molecular e do hidrogênio molecular em iodeto de

hidrogênio Colisões não efetivas:

(Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Colisão efetiva:

7
(Imagem sem escala; cores-fantasia.)

A rapidez das reações químicas


Além do contato entre os reagentes, a rapidez com que ocorrem as reações na natureza e
na indústria depende de uma série de fatores, como a temperatura e os estados de

agregação dos materiais. Chamamos de Cinética Química a área das Ciências da Natureza

que estuda a rapidez das reações químicas e os fatores que a influenciam. Como tudo nas

ciências, os estudos de cinética estão em constante evolução. Antigamente, utilizava-se a

expressão "velocidade de uma reação" para expressar a variação da quantidade de

substâncias em uma reação química em determinado período. Entretanto, gradativamente, a

expressão está sendo substituída por "rapidez de uma reação". O principal motivo dessa

mudança na expressão está no significado físico de velocidade.

Conexões com Física

Na Física, velocidade é uma grandeza vetorial que tem direção, sentido e intensidade

e está associada ao espaço percorrido em certo tempo. Entretanto, na Química, a

rapidez é uma medida escalar e uma reação química pode, por exemplo, acontecer

em um recipiente em repouso. Por conta disso, alguns(algumas) pesquisadores(as)

preferem utilizar o termo rapidez, mas é possível que você encontre ambas as

expressões em materiais durante os seus estudos. É importante, ainda, ressaltar que o

termo rapidez pode induzir ao pensamento de que todas as reações são rápidas, mas

isso não é verdade. Há reações, como a de formação do petróleo, que ocorrem ao

longo de milhões de anos. Aqui, no capítulo, você encontrará as duas expressões e


poderá utilizá-las como sinônimos.

As reações químicas podem ser classificadas, em função do tempo em que ocorrem,

como instantâneas, moderadas e lentas.

8
► Reações instantâneas: ocorrem em fração de segundos e não apresentam duração

significativa. Uma reação desse tipo é responsável, por exemplo, pelo acionamento dos
airbags dos automóveis.

Airbags são acionados instantaneamente.


Pavel_Chag/iStockphoto

► Reações moderadas: apresentam uma duração mais significativa, de minutos ou horas.

Reações moderadas são de interesse cinético, pois tanto a velocidade com que ocorrem
quanto seus mecanismos podem ser determinados com certa precisão. É o caso da
reação de um comprimido efervescente de vitamina C com a água.

A reação de um comprimido efervescente em água é considerada


moderada, pois dura alguns minutos.
Engin Akyurt/Pexels

► Reações lentas: ocorrem em longos períodos, durando anos e podendo se estender a


séculos. É o que se verifica, por exemplo, na formação do petróleo, proveniente da
decomposição de matéria orgânica em condições especiais de temperatura e pressão.

Outro exemplo de reações lentas é a decomposição de plásticos, acarretando que esses


materiais permaneçam na natureza por muitos anos. Atualmente, um grave problema

ambiental é causado pelo descarte de resíduos sólidos, não só por ocorrerem em locais

inapropriados, mas também pelo volume crescente de objetos industriais confeccionados

todos os dias. Para garantir a economia na produção, muitos desses objetos são feitos com

materiais que se decompõem lentamente na natureza, como os plásticos. Por um lado, a

utilização desses materiais é interessante para garantir que pessoas mais pobres tenham

acesso aos bens de consumo e que os produtos durem mais tempo. Por outro, já é possível

perceber os impactos negativos da poluição de plásticos na natureza. Veja abaixo um

infográfico com o tempo de decomposição dos materiais.

9
Tempo de degradação de alguns materiais.
"Yuliia Hurzhos/enchanted_fairy/chayanuphol/Dean
Drobot/Damsea/Barry Blackburn/AndriiKoval/Teerasak
Ladnongkhun/Josep Curto. Todas as imagens são do acervo da
Shutterstock. "

Nesse sentido, o estudo da Cinética Química permite que a rapidez de uma reação seja

monitorada. Assim, além de determinar e controlar o tempo de decomposição de materiais

descartados no meio ambiente, o estudo da rapidez das reações auxilia na determinação do

prazo de validade dos alimentos expostos comercialmente e no retardo do enferrujamento

de objetos metálicos. Para esse conhecimento, entretanto, é necessário levar em

consideração diferentes aspectos das transformações químicas.

Conexões com Arte

O enferrujamento é uma reação química de corrosão de materiais feitos de ferro.

Esses materiais, em contato com o oxigênio e a umidade do ar, sofrem um processo

de oxidação, transformando-se na ferrugem. Geralmente, é desejável desacelerar essa

reação, para que se mantenha a integridade dos objetos feitos desse material.

Entretanto, a arte, com sua busca por traduzir sentimentos humanos, mostra

10
perspectivas diferentes daquelas com que estamos acostumados(as) no cotidiano. Com

essa proposta, o artista visual Bino Sousa fez a exposição Rendas de Ferro com tecidos

tingidos com a ferrugem de grades de ferro. Para produzir as obras, Bino teve de
utilizar os conhecimentos de fatores que alteram a rapidez das reações químicas para

acelerar a oxidação das grades de ferro e transferir a ferrugem para os tecidos.

Rendas de Ferro, ferrugem sobre tecido, de Bino Souza, 2021.


Acervo pessoal de Bino Souza

11
Artista visual Bino Souza.
Acervo pessoal de Bino Souza

Leia e analise

Questão 01

O problema pouco conhecido do plástico biodegradável

[...]

Os plásticos biodegradáveis estão se tornando um substituto popular, uma vez que os


consumidores exigem cada vez mais alternativas ecológicas.

Em vez de levar centenas de anos para se decompor – atributo pelo qual o plástico era valorizado
quando começamos a usá-lo – o plástico biodegradável pode ser decomposto por micróbios e
convertidos em biomassa, água e dióxido de carbono (ou na ausência de oxigênio, metano, em
vez de

12
Uma parte deles é compostável, o que significa que não apenas é decomposto por micróbios,
como também pode ser transformado – juntamente com alimentos e outros resíduos orgânicos –
em adubo.

No entanto, somente uma pequena parte desses plásticos é apta à compostagem doméstica;
portanto, quando o rótulo diz "compostável" geralmente significa compostagem industrial. Ou
seja, aquele copo de café que você comprou com o logotipo de biodegradável não vai se
decompor muito rapidamente, se é que vai se decompor, na pilha de compostos orgânicos da sua
casa, mas certamente vai se decompor dentro do equipamento industrial apropriado.

[...]

Mas, embora a maioria desses bioplásticos demande compostagem industrial para ser
decomposto após ser descartado, estamos longe de garantir que isso aconteça.

Dado o histórico da humanidade, faz sentido se perguntar o que acontece se eles forem parar
onde não deveriam

AOKES, K. O problema pouco conhecido do plástico biodegradável.BBC, 09 out. 2020. Disponível em:
www.bbc.com/portuguese/vert-fut-52926914. Acesso em: 4 abr. 2022.

1.a)

Do ponto de vista da cinética de decomposição dos materiais e dos impactos ambientais,

quais as vantagens de utilizar plástico biodegradável?

1.b)

Qual o problema pouco conhecido dos plásticos biodegradáveis apresentado no texto?

1.c)

Qual é a classificação, em função do tempo, da decomposição dos plásticos

biodegradáveis, considerando que ela não seja feita industrialmente?

A investigação científica nos permite prever a


rapidez das reações

13
A prática científica pode nos auxiliar a estimar o tempo de
decomposição dos alimentos e a prevenir que eles estraguem em um
curto período.
DC Studio/Shutterstock

Assim como a decomposição de materiais na natureza, o processo de envelhecimento dos

alimentos está relacionado a uma série de reações químicas. As frutas, por exemplo,

quando expostas ao ambiente após serem colhidas, têm sua cor e seu sabor modificados.

Entretanto, diferentemente dos materiais plásticos, é desejável desacelerar a decomposição

das frutas. Para minimizar esses efeitos e conservá-las por mais tempo, alguns cuidados

devem ser tomados. Hoje em dia, sabemos que uma das formas de desacelerar a

decomposição de alimentos é colocá-los na geladeira. Mas nem sempre foi assim. Os

conhecimentos que nos permitem estimar a rapidez das reações químicas e prever formas

de acelerá-las ou desacelerá-las foram produzidos por meio da investigação científica.

A investigação científica consiste em um processo sistemático que contribui para a

compreensão dos conhecimentos na humanidade.

A sistematização da investigação ocorre por meio de diferentes métodos científicos. No dia

a dia, muitas vezes, as pessoas colocam métodos científicos em prática e não se dão conta

de que são verdadeiros(as) pesquisadores(as) de um mundo cotidiano. Ao formular uma

pergunta, estão se colocando diante de um problema a ser solucionado. Todo o seu

conhecimento acerca da situação ajuda as pessoas a formularem um palpite. Nas ciências,

esse palpite é denominado hipótese. No entanto, uma hipótese científica não corresponde a

um palpite sem fundamento, mas sim a uma série de observações e de conhecimentos já

existentes sobre o problema. A única condição para que uma hipótese seja considerada

plausível é que ela possa ser testada. Com isso, os(as) cientistas elaboram diversas deduções

e seguem para os experimentos.

14
Ao realizar experimentos controlados, observações e/ou simulações matemáticas, o(a)

pesquisador(a) reunirá dados que confirmarão ou não sua hipótese. Se não houver

confirmação, ele(a) abandonará a hipótese, refutando-a ou modificando-a para novos testes.

Em caso de confirmação, a hipótese ganhará credibilidade e passará a ser aceita, até que

surjam novos motivos para contestá-la.

Assista: métodos científicos

Essa, entretanto, não é a única maneira de se conduzir uma investigação científica.

Na verdade, os métodos científicos foram modificados ao longo da História. Para

saber mais sobre o assunto, assista a este vídeo sobre o método científico moderno.

https://www.youtube.com/watch?v=eRDBggKy0js&t;=1s

Método Científico. Rogério Anton. 8 out. 2016.

O método hipotético-dedutivo
A seguir, iremos colocar em prática um método científico para investigar os fatores que

alteram a rapidez das reações químicas.

Investigando:
a rapidez do efeito de medicamentos
 PRÁTICA ATIVA

De acordo com o método hipotético-dedutivo, a investigação científica começa

com a criação de um problema a partir da observação de eventos e com base

em teorias pré-estabelecidas. Em seguida, cria-se uma hipótese para passar por

experimentos que irão confirmá-la ou refutá-la. Quando uma hipótese reúne

15
um número considerável de evidências, obtidas por uma grande quantidade de

pesquisadores(as) independentes, outros aspectos das teorias pré-estabelecidas

podem ser consolidados e divulgados à comunidade científica. Se a hipótese for

refutada, são estabelecidas novas hipóteses ou perguntas de pesquisa.

Pensando nisso, colocaremos em prática o método hipotético-dedutivo para

resolução de um problema envolvendo a rapidez das reações químicas.

Situação-problema

Uma das aplicações dos estudos de Cinética Química é o funcionamento dos

fármacos no organismo. Fármacos são misturas de substâncias que possuem

um princípio ativo, isto é, um composto químico que irá atuar no organismo e

promover um efeito terapêutico. Por exemplo, a dipirona líquida é um

medicamento utilizado no controle da dor. Embora esse fármaco contenha

corantes, água e outras substâncias, as responsáveis por diminuir a dor são as

moléculas de dipirona, logo, ela é o princípio ativo desse medicamento. Um

fármaco pode ter efeitos diferentes em cada pessoa, pois o seu resultado é

proveniente de reações químicas do princípio ativo no corpo. Nesse sentido,

alguns medicamentos podem atuar mais rapidamente no organismo, mas não

terão um efeito prolongado, enquanto outros podem demorar mais para reagir,

porém, o efeito irá durar por mais tempo. É nessa perspectiva que o estudo de

Cinética Química auxilia na Farmacologia e na Biologia.

Pensando nisso, uma pessoa deseja obter um efeito mais rápido de um

medicamento. O que poderia ser feito para acelerar esse processo? Pense em

uma hipótese com base na Teoria das Colisões, e lembre-se de que uma

hipótese precisa ser testável para fazer sentido.

Procedimentos

16
1.
Em um espaço de anotação, coloque qual é o problema a ser investigado e qual
a sua hipótese para resolução dele.

2.
Proponha um ou mais experimentos que utilizem cronômetros e outros
instrumentos de medição. Seu grupo precisa ter comprovações empíricas de
que a investigação está gerando resultados, para isso, vocês podem testá-la
utilizando um comprimido de vitamina C, um medicamento que reage com a
água em um processo facilmente visualizado.

3.
Coloque em prática o experimento e faça a coleta dos dados.

4.
Organize os dados em tabelas, gráficos e planilhas virtuais, então, conclua com
o grupo se a hipótese é falsa ou verdadeira.

5.
Faça um relatório contendo uma introdução sobre o tema, incluindo
considerações sobre a Teoria das Colisões; os materiais utilizados; o(s)
experimento(s) executados pelo grupo; os resultados obtidos; e a conclusão
sobre a hipótese ter sido refutada ou reforçada.

Para refletir

Em conjunto com seu grupo, reflita sobre as questões abaixo.

1.
Como a Teoria das Colisões embasa a hipótese do grupo?

2.
Como o grupo interpretou os dados do experimento para concluir se a hipótese
foi refutada ou reforçada?

3.
Quais são as limitações da investigação para solucionar o problema inicial?

4.
Outros grupos chegaram a conclusões parecidas com a do seu grupo? Por quê?

5.
Com base nas observações de toda a sala, proponha alguns fatores que alterem
a rapidez das reações químicas.

A formação do complexo ativado

17
A formação do complexo ativado
Macroscopicamente, nós temos acesso às mudanças de propriedade nos materiais que nos

indicam a ocorrência das transformações químicas e a formação dos produtos. Uma das

evidências é a variação de entalpia das reações químicas. Entretanto, dependemos de

modelos para propor os mecanismos das reações químicas.

Além da Teoria das Colisões, um modelo que explica a ocorrência de reações químicas e a

rapidez delas é a formação de um complexo ativado, isto é, de um estado intermediário

entre reagentes e produtos, em cuja estrutura existem ligações indefinidas entre os átomos

envolvidos no processo.

Veja como exemplo o gráfico abaixo de evolução de uma reação genérica pela variação de

entalpia.

Perceba que, por ser um modelo, não temos como observar empiricamente a formação de

um complexo ativado. Entretanto, podemos deduzir a sua existência pela medida empírica

de variação de calor durante o processo.

Durante a formação do complexo ativo, é necessária uma quantidade de energia, chamada

de energia de ativação. Essa é energia que eleva as vibrações das partículas e é

responsável pelo rompimento das ligações químicas entre os átomos dos reagentes.

Energia de ativação (E.A.) é a energia mínima necessária que as moléculas reagentes

devem possuir para a reação ocorrer.

Veja como exemplo a reação entre gás nitrogênio e gás oxigênio representada

pela equação química:

18
Para ocorrência da reação, é proposto um mecanismo em que a colisão é efetiva se estiver

na seguinte orientação:

(Cores-fantasia; imagem sem escala).

Com o choque das moléculas de gás nitrogênio e gás oxigênio, há formação uma estrutura

instável ou um estado de transição, isto é, do complexo ativado.

Representação da formação de um complexo ativado. (Cores-


fantasia; imagem sem escala).

O complexo ativado é uma estrutura intermediária (estado de transição) entre

reagentes e produtos. Em sua estrutura, existem ligações enfraquecidas (presentes nos

reagentes) e formação de novas ligações (presentes nos produtos).

De maneira simplificada, pode-se dizer que o complexo ativado é o exato momento da

reação em que os reagentes passam a formar produtos.

19
(Cores-fantasia; imagem sem escala).

Como empiricamente só temos acesso às variações de energia, isto é, de entalpia, o que

podemos observar desse processo é descrito em gráficos como o abaixo:

Portanto, outra condição necessária para a ocorrência de reações químicas é que haja
energia de ativação suficiente para a quebra das ligações químicas que formam os

reagentes. Essa energia também é a necessária para a formação do complexo ativado.

Quanto maior for a energia de ativação, mais lenta será a reação. A seguir, serão

explorados os fatores que alteram a rapidez das reações químicas, bem como os modelos

explicativos que apoiam as observações cotidiano.

A influência da temperatura
A maioria das reações é acelerada com a elevação da temperatura. Nas reações químicas, a

quebra das ligações entre os átomos que formam a substância, muitas vezes, é provocada

pelo choque entre esses átomos. Assim, o aumento da energia cinética tem grande

importância no desenvolvimento de uma reação química. Ao elevar a temperatura,

aumenta-se não só a frequência dos choques, como também a energia com que esses

choques ocorrem, o que normalmente torna a velocidade de uma reação química maior.

Essa é a razão das reações que ocorrem entre sólidos serem extremamente vagarosas.

20
Em um sistema, nem todas as moléculas apresentam a mesma energia cinética e somente

uma fração delas (representada na área destacada do gráfico) tem energia suficiente para

reagir:

Como ocorre um aumento na energia cinética média das moléculas com a elevação da

temperatura, a distribuição dessa energia é alterada. Sendo assim, aumenta a quantidade

de moléculas com energia suficiente para reagir e, consequentemente, a velocidade da

reação.

Muitos acontecimentos cotidianos podem demonstrar a relação entre as mudanças na

velocidade das reações e na temperatura. Por exemplo, a temperatura influencia na

velocidade da combustão, que é uma reação exotérmica. Em um ambiente onde a perda de

calor é pequena (como uma floresta), a elevação da temperatura provoca o aumento da

velocidade da combustão. Isso torna os incêndios, especialmente os florestais, tão

devastadores.

21
Saiba mais: a luz e rapidez das reações químicas

O peróxido de hidrogênio, princípio ativo da água oxigenada,


tem sua reação de decomposição acelerada em contato com a
luz.
sulit.photos/Shutterstock

A luz, por ser uma onda eletromagnética, é um dos fatores que pode acelerar

algumas transformações químicas, pois fornece a energia de ativação necessária. É

por esse motivo que certos medicamentos e produtos cosméticos precisam ser

armazenados em vidro âmbar, isto é, frascos escuros que não permitam a passagem

de luz. A água oxigenada, por exemplo, é uma mistura de peróxido de hidrogênio em

água. Essa substância se decompõe em água e gás oxigênio em um processo lento.

Porém, em contato com a luz, a decomposição do peróxido de hidrogênio é acelerada,

o que diminui a vida útil da água oxigenada.

A influência da superfície de contato


A ocorrência de uma reação química depende do contato entre as substâncias participantes.

Quanto maior for a superfície de contato de um reagente efetivamente exposta aos demais

reagentes, maior será a velocidade da reação. Veja como exemplo a dissolução do mármore
em ácido clorídrico.

22
(Cores-fantasia; imagem sem escala.)

O mármore dissolve-se em ácido clorídrico porém, essa dissolução é

mais rápida quando o primeiro encontra-se pulverizado, pois a área de contato da matéria

em pó é maior que a em barra. Apesar dessa diferença em relação à superfície de contato,

a quantidade de substâncias consumidas e produzidas não se altera.

Agora é com você

Questão 01

“A digestão se inicia na boca com a trituração dos alimentos e ação da salivação. A

mastigação deve tornar o alimento pastoso, facilitando o processo digestivo. Quando há

ansiedade, o controle da ingestão de alimentos é prejudicado e, muitas vezes, comemos

mais. Quando mastigamos bem, automaticamente estamos trabalhando com a ansiedade

e promovendo a saciedade fisiológica (verdadeira). Então, não coma em menos de 20

minutos cada refeição”.

ARANI. Alimentação saudável. Saúde e esporte, 19 jan. 2019.

Qual fator acelera a reação quando mastigamos bem os alimentamos?

A Temperatura
B Pressão
C Catalisador
D Concentração
E Superfície de contato

Questão 02

23
Disponível em:
http://www.marco.eng.br/cinetica/trabalhodealunos/CineticaBasica/Figuras/influencia/infl001.gif. Acesso
em: 12 fev. 2019.

Os experimentos ilustrados utilizaram, nas três situações, quantidades iguais de massa

de carbonato de cálcio e mesma concentração e volume de ácido sulfúrico. Na seringa,

foi coletado o gás carbônico como um dos produtos dessa reação.

A partir desses experimentos, deduz-se que, após reação total nos três casos:

A o tempo necessário para se produzir a mesma quantidade de gás carbônico foi


maior no experimento I, pois na placa a superfície de contato é menor.

B a quantidade de gás carbônico produzida no experimento II é menor que aquela

produzida no experimento III, pois o carbonato estava despedaçado.

C o volume de gás carbônico verificado na seringa no experimento III é menor que

o volume do mesmo gás na seringa do experimento I, em função da pulverização

do carbonato.

D o efeito do ácido sulfúrico na reação do experimento I é diferente do efeito no

experimento II, produzindo uma mistura de gases, além do gás carbônico.

A influência da concentração dos reagentes


A combustão em uma fogueira pode ser acelerada pelo aumento da
concentração de oxigênio no ar.
Pixabay/Pexels

Os reagentes são a matéria-prima de uma reação. Em geral, quanto maior for a

concentração dos reagentes, maior será a rapidez ou a velocidade da reação. À medida que

uma reação química ocorre, a sua rapidez diminui, pois os reagentes vão sendo consumidos

e suas concentrações vão diminuindo. Essa relação pode ser observada, por exemplo, na

combustão da madeira utilizada em uma fogueira.

Em um pedaço de carvão em brasa, as moléculas de oxigênio presentes no ar estão

colidindo com ele. No entanto, apenas 20% das moléculas do ar são de as demais

também estão colidindo com a matéria, mas não participam da reação. Nessa situação, a

queima acontece lentamente. Porém, se esse carvão for colocado em brasa em um frasco

com gás oxigênio puro ele incendeia. Isso ocorre em razão de as moléculas de

24
oxigênio colidirem com o carvão, logo, podemos concluir que a concentração de oxigênio

aumentou — passou de 20% para 100% —, provocando o aumento da velocidade da reação.

Como caso particular da influência exercida pela concentração dos reagentes, a pressão só

altera significativamente a velocidade de uma reação quando, no mínimo, um dos reagentes

estiver no estado gasoso. Quando a pressão aumenta, há diminuição do volume e,

consequentemente, aumento da concentração dos reagentes, o que torna menor a distância

entre as partículas e maior a probabilidade de choques eficazes que elevem a velocidade da

reação.

Saiba mais: influência da pressão

A velocidade de uma reação envolvendo moléculas no estado gasoso pode ser

influenciada de forma significativa pela pressão, conforme o esquema a seguir.

O aumento da pressão de um sistema gasoso acarreta a diminuição de volume do

sistema. Com isso, a área na qual as moléculas se encontram fica menor e, em

consequência disso, a quantidade de colisões entre as moléculas pode ser maior por

unidade de tempo, aumentando a velocidade da reação. Dessa forma, aumenta o

número de colisões entre as moléculas e, por conseguinte, a velocidade da reação.

(Cores-fantasia; imagem sem escala.)

Leia e analise

Questão 01

Leia o texto abaixo e responda às questões.

25
Queimada na Floresta Amazônica no Brasil.
Pedarilhosbr/Shutterstock

Nesta época do ano, as queimadas se intensificam e alteram o cenário das cidades, ocasionando
diversos prejuízos e transtornos. As condições climáticas de estiagem, altas temperaturas, ventos
fortes e baixa umidade são fatores que agravam a situação. Mas é a ação humana uma das
principais responsáveis pelo fogo que destrói e contribui para um período caótico, tanto para a
saúde do planeta quanto da população.

Recentemente, a Agência Espacial Americana (Nasa) divulgou estudo sobre os focos incêndios na
região amazônica e constatou que a maioria das queimadas tem origem no desmatamento.
Segundo as análises, foram observadas grandes concentrações de queimadas em áreas próximas
a importantes rodovias, sendo o Pará um dos estados mais atingidos pelo fogo.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que, em julho, os incêndios
na Amazônia aumentaram 28% em comparação ao ano passado. Já nos primeiros 17 dias de
agosto, foram registrados mais de 16 mil focos de incêndios na Amazônia. As cidades paraenses
de Altamira, São Félix do Xingu e Novo Progresso aparecem entre as cinco com maior número de
queimadas no país.

[...]

Segundo o professor Dr. Wallace Beiroz, do Instituto de Estudos do Xingu (IEX/Unifesspa), de


forma geral, as queimadas se concentram onde há expansão de atividades ligadas,
principalmente, à monocultura, pecuária, madeireiras, garimpo, além de atividades ilegais. "Se
observarmos os dados, grande parte dessas queimadas ocorreram no arco do desmatamento.
Essa área é conhecida pela grande taxa de desmatamento, principalmente pela expansão da
fronteira agrícola”, explica.

O pesquisador relaciona a incidência do fogo com áreas que possuem uma fiscalização ambiental
precária, sendo raros os eventos de queimada natural. No bioma Amazônia, essa prática
criminosa, prevista no art. 41 da Lei de Crimes Ambientais, tem um impacto ainda maior. “A
floresta Amazônica não evoluiu sob a pressão do fogo, como ocorreu em outros ambientes como

26
o Cerrado. A vegetação, a fauna e os micro-organismos não desenvolveram características que
os tornem mais resistentes às queimadas, sendo as suas consequências devastadoras. Além
disso, uma área queimada torna-se mais suscetível a pegar fogo novamente, mesmo que cresça
uma vegetação ali”, ressalta Wallace Beiroz.

Outra consequência perceptível em áreas incendiadas é a destruição da vegetação. Esta tem um


papel importante na redução do gás carbônico na atmosfera, o que ajuda a reduzir as
consequências danosas do efeito estufa.

UNIFESSPA. Pesquisadores da Unifesspa alertam para os riscos e danos das queimadas ilegais na
região, 25 ago. 2020. Disponível em: https://unifesspa.edu.br/noticias/4759-pesquisadores-da-unifesspa-
alertam-para-os-riscos-e-danos-das-queimadas-ilegais-na-regiao. Acesso: 07 mar. 2022.

1.a)

Do que trata o texto?

1.b)

Quais as consequências do desmatamento causado por atividades antrópicas como as

queimadas?

1.c)

Do ponto de vista da Cinética Química, como a estiagem, as altas temperaturas, os

ventos fortes e baixa umidade agravam as queimadas?

Catalisadores
Catalisador é uma substância que aumenta a velocidade da reação, sem ser consumida

durante tal processo. Sua principal finalidade é possibilitar um novo caminho, isto é,

mecanismo, no qual há diminuição da energia de ativação, facilitando a transformação de

reagentes em produtos.

Observe os gráficos que demonstram uma reação com e outra sem catalisador:

27
Com base na análise dos gráficos, podemos observar que um catalisador:

• Aumenta a velocidade de uma reação, pois reduz a energia de ativação.

• Não altera a variação de entalpia da reação.

• Acelera a reação, mas não aumenta seu rendimento, isto é, produz a mesma quantidade
de produto em um tempo menor.

Os catalisadores mais comuns em reações bioquímicas são as enzimas. Tais moléculas de

proteínas com grande massa molar atuam como catalisadores biológicos e também são

chamadas biocatalisadores altamente especializados, que aceleram reações químicas

específicas. Esses catalisadores tornam a vida possível. Por exemplo, uma enzima

encontrada na saliva quebra o alimento durante a digestão. Sem esse catalisador,

levaríamos semanas para digerir os alimentos.

28
Em Química, catálise é o aumento da velocidade de uma reação devido à adição de

uma substância (catalisador); sendo assim, a catálise pode ser definida como a ação

do catalisador.

Existem dois tipos de catálise: homogênea e heterogênea.

► Catálise homogênea: o catalisador se dissolve no meio em que ocorre a reação (sem


mudança de fase).

Exemplo 1: catálise homogênea

Por meio do gás oxigênio, o dióxido de nitrogênio catalisa a oxidação do dióxido de enxofre

a trióxido de enxofre, como pode ser observado na reação:

Note que todos os compostos estão no mesmo estado físico.

► Catálise heterogênea: ocorre próxima a duas fases, ou na superfície entre elas, ou


através de uma interface (por exemplo, por meio de adsorção dos reagentes).

Exemplo 2: catálise heterogênea

Da reação entre o gás hidrogênio e o etileno, forma-se o etano, sob ação catalítica de alguns
metais sólidos, como a platina e o níquel.

Observe que o catalisador está em um estado físico diferente dos outros compostos.

Existem ainda as substâncias que reduzem a ação dos catalisadores. Elas são chamadas

inibidores catalíticos se são reversíveis e venenos catalíticos se são irreversíveis. Já os

promotores ou ativadores são substâncias que aumentam a atividade catalítica, quando

não são catalisadores.

29
Conexões com Biologia

A febre é um sintoma causado pela tentativa do corpo de


acelerar as reações químicas do sistema imunológico.
Entretanto, o aumento da temperatura pode desnaturar
enzimas, importantes catalisadores biológicos.
Aleksandra Suzi/Shutterstock

As enzimas são catalisadores específicos que não resistem a temperaturas muito

elevadas. Como catalisadores, promovem um mecanismo alternativo favorável à

rapidez da reação. Por esse motivo, a febre é um dos sintomas das inflamações e

infecções. Para acelerar a rapidez com que o sistema imune elimina um corpo

estranho detectado, há um aumento da temperatura corporal. Porém, em dado

momento, a temperatura é alta o suficiente para desnaturar a enzima, por isso a

velocidade diminui, apesar do aumento da temperatura.

Agora é com você

Questão 01

30
Catalisador.
Ulianenko Dmitrii/Shutterstock

A imagem anterior apresenta um catalisador veicular, cuja função é reduzir a emissão

de poluentes. Os catalisadores conservam suas atividades, em condições normais de

operação, por cerca de . Seu envelhecimento se dá por degradação térmica,

à temperatura de cerca de , que pode ser atingida, caso haja grande quantidade

de hidrocarbonetos não queimados ou por envenenamento. Os venenos principais dos

catalisadores são: aditivos usados no passado à base de chumbo, que entopem seus

poros e inibem sua ação catalítica; enxofre, que, além de inibir a ação catalítica do

paládio (metal ativo), pode levar à formação de .

Dessa forma, os chamados venenos agem

A inativando os catalisadores.

B ativando os catalisadores reacionais.

C reduzindo as energias de ativação das reações.

D diminuindo as variações de entalpia das reações.

E aumentando as variações de entalpia das reações.

Velocidade de consumo e velocidade de produção


Para determinar a rapidez de uma reação química de forma experimental, podemos usar

várias técnicas, como: medir a concentração de consumo de reagentes ou formação de

produtos; medir a variação da pressão em reações envolvendo gases; ou medir a alteração

31
de coloração em casos que envolvem compostos coloridos. Como visto anteriormente, a

velocidade é definida como mudança de uma propriedade pela variação do tempo. Em

geral, como as reações químicas ocorrem em soluções aquosas ou com substâncias em

estado gasoso, a medida adotada é a variação da concentração das substâncias. Para

expressar essas medidas, os(a) químicos(as) precisam utilizar diversas ferramentas

matemáticas para demonstração dos dados dos experimentos, incluindo as tabelas e os

gráficos.

Para entender esse processo, tomemos como exemplo a reação de decomposição da amônia.

Considere que, em um reator, é colocada amônia de modo que a sua concentração

seja igual a e que, em condições adequadas, essa substância sofra decomposição.

Em laboratório, foram tomadas medidas da variação da concentração do reagente e dos

produtos a cada hora, as quais possibilitaram a construção da seguinte tabela:

Veja que, nessa tabela, a primeira coluna indica o tempo em horas e as demais colunas

indicam a alternância de concentração das substâncias, tanto do consumo do reagente

quanto da formação dos produtos. Perceba que, na variação do reagente, a concentração é

reduzida, afinal ele está sendo consumido. Observe também que, à medida que o tempo

passa, a concentração da amônia diminui, e as de nitrogênio e de hidrogênio

aumentam. A amônia é o reagente, enquanto o nitrogênio e o hidrogênio são os

produtos da reação. Reagentes e produtos são, respectivamente, consumidos e produzidos

nas reações químicas.

Pensando na perspectiva do consumo de reagente, uma forma de organizar o experimento

seria dividir as etapas com as seguintes informações:

• Transformação
Reação de decomposição da amônia:

• Resultado do experimento
Em 3 horas de experimento, a reação decompôs isto é:

• Velocidade média do processo

32
• Interpretação do experimento
A reação decompôs, em média, de a cada uma hora de experimento.

Essas informações também podem ser representadas em um gráfico de variação da

concentração pelo tempo.

A notação para a concentração de uma substância é a sua fórmula entre colchetes. Assim,

e indicam, respectivamente, as concentrações em de amônia,

nitrogênio e hidrogênio. A curva relativa a é decrescente, o que comprova o consumo

do reagente, enquanto as curvas referentes a e são crescentes, indicando a

formação dos produtos.

33
De olho no gráfico

Questão 01

O fenômeno da chuva ácida é um grave problema ambiental nos grandes centros

industriais. Óxidos ácidos, produzidos pelas chaminés das indústrias e pelos

escapamentos dos automóveis, combinam- se com a água da chuva, resultando em

ácidos que prejudicam plantações e edificações. Por exemplo, o dióxido de enxofre

existente nas fumaças, reage com o oxigênio atmosférico, produzindo

anidrido sulfúrico Essa reação, equacionada a seguir, é ainda catalisada por

outro gás poluente – o monóxido de nitrogênio

O gráfico seguinte refere-se à variação de concentração dos componentes, em função do

tempo de reação, quando a reação é reproduzida em condições de laboratório.

As curvas que representam as concentrações de e são, respectivamente:

A I, II e III.
B I, III e II.
C II, III e I.
D III, I e II.

Observe, na página a seguir, de que forma é possível calcular a velocidade média –

também chamada de rapidez média – e a velocidade instantânea das reações

químicas.

Velocidade média

34
Nas reações químicas, é possível calcular a rapidez de consumo dos reagentes e de

obtenção dos produtos. A velocidade é sempre positiva. Com isso, para evitar equívocos, a

diferença entre as concentrações dos reagentes e – se for o caso – dos produtos é expressa

em módulo.

Voltando ao exemplo anterior, a velocidade média de consumo da amônia será:

A velocidade média de formação de gás nitrogênio:

Já a velocidade média de formação do gás hidrogênio:

Portanto, os dados presentes na tabela abaixo servem para calcular as velocidades médias

de consumo da amônia e de formação dos gases nitrogênio e hidrogênio nos intervalos de

tempo e assim por diante:

Para o intervalo entre e por exemplo, teremos:

Para o intervalo entre e teremos:

Para o intervalo entre e teremos:

À medida que o tempo passa, a concentração e a velocidade média de decomposição do

diminuem. A amônia é um reagente, por isso a sua decomposição implica em menos

35
reagente no reator e em uma menor velocidade de reação. Não é necessário utilizar

fórmulas ou cálculos complexos para estimar as velocidades médias das substâncias nas

reações químicas. Isso pode ser feito apenas se observando a tabela.

Na tabela a seguir, podemos comparar as velocidades médias das substâncias amônia,

nitrogênio e hidrogênio nos três intervalos de tempo citados.

Analisando essa tabela, concluímos que as velocidades médias das três substâncias

diminuem à medida que o tempo passa. Isso permite inferir que, conforme a reação ocorre,

a velocidade média das substâncias participantes diminui. Adiante, serão vistos casos

particulares, nos quais a velocidade pode aumentar com o tempo.

Há uma relação estequiométrica entre as velocidades médias das substâncias participantes

da reação. Essa relação pode ser constatada entre os coeficientes estequiométricos das

substâncias na equação química e as velocidades médias de cada uma delas.

No intervalo os valores numéricos das velocidades médias das três substâncias

participantes do fenômeno são iguais aos coeficientes dessas substâncias na equação

química. No intervalo os valores numéricos das velocidades médias são múltiplos

dos coeficientes da equação. No último intervalo, os valores numéricos das velocidades

médias das substâncias participantes são submúltiplos (divididos por 2) dos coeficientes da

equação.

A relação estequiométrica (coeficientes da equação com velocidades médias das substâncias)

permite, a partir de uma velocidade conhecida, descobrir as outras velocidades.

36
Exercício resolvido

1.
Seja a equação química hipotética:

Supondo que a velocidade média de B seja quais as velocidades


médias em relação a A e a C?

Resolução:

Como o coeficiente de A é o dobro do coeficiente de B, e o coeficiente de C é o triplo

do coeficiente de B, basta levar essa informação para as velocidades:

logo:

logo:

37
Agora é com você

Questão 01

A tabela a seguir fornece as concentrações em mol/L de A em vários intervalos de

tempo de acordo com a sua reação com B.

I. Calcule a velocidade média de consumo de A nos seguintes intervalos.

a) a min.

b) a min.

II. Use a velocidade média de consumo de A no intervalo de min a min e calcule a

velocidade média de formação de D e de consumo de B.

A velocidade média de uma reação química é dada pelo módulo da velocidade de

consumo de um reagente ou de formação de um produto dividido pelo respectivo

coeficiente da substância. Tomando como exemplo a reação genérica tem-

se:

38
Agora é com você

Questão 01

Considere a reação de formação da amônia.

Suponha que, no instante segundos, têm-se de gás nitrogênio e, no instante

20 segundos, restam apenas desse reagente. Qual é a velocidade média da reação

em relação ao nitrogênio nesse intervalo de tempo?

A
B
C
D
E

Saiba mais: velocidade instantânea

A velocidade ou rapidez instantânea de uma reação, como o nome indica, é a rapidez

em um instante determinado. Para o cálculo preciso dessa velocidade, admite-se que

o intervalo de tempo entre as duas medidas fique cada vez menor, ou seja, que tenda

a zero. Essa operação matemática só é possível com cálculo infinitesimal, o que não é

exigido no Ensino Médio. Porém, estudaremos o modo de calcular essa velocidade

com uma aproximação aceitável por meio de gráficos. Para isso, utiliza-se

a inclinação da tangente em relação à curva, veja:

39
O artifício utilizado para encontrar a inclinação da tangente é traçar uma reta que

tangencie a curva no ponto correspondente ao tempo no qual se pede a velocidade.

Esse tempo, no gráfico, é Logo após isso, é feita a escolha arbitrária de dois

pontos da tangente. No gráfico, os pontos escolhidos foram e A relação

corresponde à tangente e é derivado da expressão matemática das somas dos

catetos. Como consequência, é a velocidade instantânea para o tempo

Veja:

Conclui-se, então, que, na decomposição da amônia, a velocidade da reação, em

relação ao hidrogênio, em é igual a Já a velocidade da


reação propriamente dita é igual a ou seja, a velocidade, em

relação ao hidrogênio, dividida por 3, que é o coeficiente do hidrogênio na equação

química.

Pratique:
fatores de alteração, rapidez das reações químicas e
os métodos científicos
Questão 01

Diariamente somos inundados por inúmeras promessas de curas milagrosas, métodos de

leitura ultrarrápidos, dietas infalíveis, riqueza sem esforço. Basta abrir o jornal, ver

televisão, escutar o rádio, ou simplesmente abrir a caixa de correio eletrônico. A grande

40
maioria desses milagres cotidianos é vestida com alguma roupagem científica: linguagem

um pouco mais rebuscada, aparente comprovação experimental, depoimentos de

“renomados” pesquisadores, utilização em grandes universidades. São casos típicos do que

se costuma definir como “pseudociência”.

KNOBEL, Marcelo. “Ciência e pseudociência”. In: Física na escola, v. 9, n. 1, 2008.

Pode-se elaborar a crítica filosófica aos conhecimentos pseudocientíficos por meio

A da imposição de novos sistemas ideológicos.

B da confiança em teorias fundamentadas no senso comum.

C da ampla divulgação de ideias individuais.

D da preservação de saberes populares.

E da demonstração de ausência de evidências empíricas.

Questão 02

As experiências e erros do cientista consistem de hipóteses. Ele as formula em palavras, e

muitas vezes por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em qualquer uma dessas

hipóteses, criticando-as experimentalmente, ajudado por seus colegas cientistas, que ficarão

deleitados se puderem encontrar uma brecha nelas. Se a hipótese não suportar essas

críticas e esses testes pelo menos tão bem quanto suas concorrentes, será eliminada.

POPPER, Karl. Conhecimento objetivo. Tradução de Milton Amado. São Paulo: Edusp & Itatiaia, 1975. p. 226.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método científico, é correto afirmar

que:

A o método científico implica a possibilidade constante de refutações teóricas por meio


de experimentos cruciais.
B a crítica no meio científico significa o fracasso do cientista que formulou hipóteses
incorretas.
C o conflito de hipóteses científicas deve ser resolvido por quem as formulou, sem
ajuda de outros cientistas.
D o método crítico consiste em impedir que as hipóteses científicas tenham brechas.
E a atitude crítica é um empecilho para o progresso científico.

Questão 03

41
Observe os recipientes a seguir para responder à questão.

Em cada um dos recipientes A, B, C e D, foi colocada a mesma massa, em gramas, de

pérolas de zinco e o mesmo volume de ácido clorídrico de igual concentração, nas

temperaturas indicadas na figura anterior. Após um tempo t, observou-se, em cada

recipiente, desprendimento de gás e calor. Com base nos dados apresentados, assinale a

única opção verdadeira.

A Não há aumento de energia cinética e, consequentemente, não haverá maior número


de choques efetivos entre as moléculas reagentes.
B Há liberação de cloro gasoso na reação, em virtude do aumento da temperatura.
C A intensidade da reação será a mesma nos recipientes A, B, C e D, pois o volume de
ácido clorídrico é também o mesmo.
D A temperatura não interfere na velocidade da reação, sendo a taxa de
desaparecimento do zinco proporcional ao volume do ácido.
E A taxa de desaparecimento do zinco nos recipientes será

Questão 04

O carvão é um combustível constituído por compostos ricos em carbono. As melhores

condições para favorecer a combustão do carbono com maior taxa de desenvolvimento é:

A Utilizar carvão em pedaços na temperatura de


B Utilizar carvão pulverizado na temperatura de
C Utilizar qualquer tipo de carvão, porém, na temperatura de
D Utilizar carvão pulverizado na temperatura de
E Utilizar qualquer tipo de carvão na temperatura ambiente.

Questão 05

No interior de uma célula mantida a ocorreu uma reação bioquímica enzimática

exotérmica. O gráfico 1 mostra a energia de ativação (Ea) envolvida no processo e o gráfico

2 mostra a atividade da enzima que participa dessa reação, em relação à variação da

42
temperatura.

Gráfico 1

Gráfico 2

Se essa reação bioquímica ocorrer com a célula mantida a a energia de ativação (Ea)

indicada no gráfico 1 e a velocidade da reação serão, respectivamente,

A a mesma e a mesma.
B maior e menor.
C menor e menor.
D menor e maior.
E maior e maior.

Questão 06

A tabela a seguir mostra a variação da concentração de uma substância A, em função do

tempo em uma reação química:

43
Qual será o valor da velocidade média da reação de A correspondente ao intervalo entre

e minutos?

A .
B .
C .
D .
E .

Questão 07

Amostras de magnésio foram colocadas em soluções de ácido clorídrico em diversas

concentrações e temperaturas, havendo total dissolução do metal e desprendimento do

hidrogênio gasoso. Observaram-se os seguintes resultados:

a) Em qual caso a velocidade média da reação foi maior?

b) Em qual caso se desprendeu maior quantidade de ? Mostre como você chegou a

essas conclusões.

Questão 08

44
Em um determinado meio onde ocorre a reação , observou-se a

seguinte variação na concentração de em função do tempo:

Calcule a velocidade média da reação no intervalo de tempo de a minutos.

Pratique: Vestibulares e Enem


Questão 01

No diagrama a seguir, o valor da energia de ativação corresponde (em a:

A 25

B 85

C 110

D 6

E 40

Questão 02

45
Um palito de fósforo não se acende, espontaneamente, enquanto está guardado, mas basta

um ligeiro atrito com uma superfície áspera para que ele, imediatamente, entre em

combustão, com emissão de luz e calor. Considerando essas observações, é correto afirmar

que a reação:

A é endotérmica e tem energia de ativação maior que a energia fornecida pelo atrito.
B é endotérmica e tem energia de ativação menor que a energia fornecida pelo atrito.
C é exotérmica e tem energia de ativação maior que a energia fornecida pelo atrito.
D é exotérmica e tem energia de ativação menor que a energia fornecida pelo atrito.
E é exotérmica, e a energia de ativação é igual à energia fornecida pelo atrito.

Questão 03

Analise as curvas a seguir, que representam uma reação química ocorrendo em duas

diferentes temperaturas e em que é menor do que e é a energia de

ativação), e as afirmativas:

I. Um aumento de temperatura aumenta a velocidade de reação, pois aumenta a energia de

ativação da reação.

II. Um aumento de temperatura provoca um aumento na velocidade da reação, pois

aumenta a fração de moléculas que irão colidir eficazmente.

III. Na temperatura , a velocidade de reação é maior, pois a energia das moléculas é

também maior.

IV. Na temperatura , a velocidade de reação é menor, pois diminui o número de

moléculas com energia mínima necessária para a reação ocorrer.

Pela análise do gráfico, está correto apenas o conteúdo de:

46
A I.
B II.
C I e III.
D II e IV.
E II, III e IV.

Questão 04

Alguns medicamentos de natureza ácida, como vitamina C (ácido ascórbico) e aspirina

(ácido acetilsalicílico), são consumidos na forma de comprimidos efervescentes. A

efervescência desses comprimidos, responsável pela produção de gás carbônico, decorre da

reação (a seguir representada) entre a substância ativa e um bicarbonato do excipiente.

Um professor partiu desse acontecimento cotidiano para demonstrar a influência de certos

fatores na velocidade de reação (ver figura a seguir). Primeiramente (I), pediu que os

alunos medissem o tempo de dissolução de um comprimido efervescente inteiro em um

copo de água natural Em seguida (II), sugeriu que repetissem a experiência, usando

um comprimido inteiro, em um copo de água gelada Finalmente (III), recomendou


que utilizassem um comprimido partido em vários pedaços, em um copo de água natural

Os estudantes observaram que, em relação ao resultado do primeiro experimento, os


tempos de reação do segundo e do terceiro foram, respectivamente,

A menor e maior.
B menor e igual.
C maior e igual.
D maior e menor.
E menor e menor.

Questão 05

A nanotecnologia pode ser caracterizada quando os compostos estão na ordem de

milionésimos de milímetros, como na utilização de nanomateriais catalíticos nos processos

47
industriais. O uso desses materiais aumenta a eficiência da produção, consome menos
energia e gera menores quantidades de resíduos. O sucesso dessa aplicação tecnológica

muitas vezes está relacionado ao aumento da velocidade da reação química envolvida.

O êxito da aplicação dessa tecnologia é por causa da realização de reações químicas que
ocorrem em condições de

A alta pressão.

B alta temperatura.

C excesso de reagentes.

D maior superfície de contato.

E elevada energia de ativação.

Questão 06

Numa determinada condição experimental e com o catalisador adequado, ocorre uma


reação, conforme representada no gráfico, que relaciona porcentagem do composto pelo

tempo de reação.

Uma representação adequada para esse processo é:

A limoneno ρ-cimeno α-terpineno

B limoneno α-terpineno

C limoneno ρ-cimeno α-terpineno

D limoneno ρ-cimeno

48
E limoneno α-terpineno ρ-cimeno

Questão 07

O odor que permanece nas mãos após o contato com alho pode ser eliminado pela
utilização de um “sabonete de aço inoxidável”, constituído de aço inox (74%), cromo e

níquel. A principal vantagem desse “sabonete” é que ele não se desgasta com o uso.
Considere que a principal substância responsável pelo odor de alho é a alicina (estrutura I),

e que, para que o odor seja eliminado, ela seja transformada na estrutura II.

Estrutura I

Estrutura II

Na conversão de I em II, o “sabonete” atuará como um

A ácido.

B redutor.

C eletrólito.

D tensoativo.

E catalisador.

Questão 08

O sulfeto de mercúrio (II) foi usado como pigmento vermelho para pinturas de quadros e

murais. Esse pigmento, conhecido como vermilion, escurece com o passar dos anos,
fenômeno cuja origem é alvo de pesquisas. Aventou-se a hipótese de que o vermilion seja
decomposto sob a ação da luz, produzindo uma fina camada de mercúrio metálico na

superfície. Essa reação seria catalisada por íon cloreto presente na umidade do ar.

WOGAN, T. Mercury's Dark Influence on Art. Disponível em: www.chemistryworid.com. Acesso em: 26 abr.
2018 (adaptado).

49
Segundo a hipótese proposta, o íon cloreto atua na decomposição fotoquímica do vermilion

A reagindo como agente oxidante.


B deslocando o equilíbrio químico.
C diminuindo a energia de ativação.
D precipitando cloreto de mercúrio.
E absorvendo a energia da luz visível.

Questão 09

O peróxido de hidrogênio é um produto secundário do metabolismo celular e apresenta


algumas funções úteis, mas, quando em excesso, é prejudicial, gerando radicais que são

tóxicos para as células. Para se defender, o organismo vivo utiliza a enzima catalase, que
decompõe em e . A energia de reação de decomposição, quando na

presença e ausência da catalase, está mostrada no gráfico.

Disponível em: www.pontociencia.org.br. Acesso em: 14 ago. 2013


(adaptado).

Na situação descrita, o organismo utiliza a catalase porque ela

A diminui a energia de ativação.

B permite maior rendimento da reação.

C diminui o valor da entalpia da reação.

D consome rapidamente o oxigênio do reagente.

E reage rapidamente com o peróxido de hidrogênio.

Questão 10

A água oxigenada se decompõe, produzindo água e gás oxigênio, de acordo com

50
a equação:

O gráfico a seguir foi construído a partir de dados experimentais e mostra a variação da

concentração de água oxigenada em função do tempo.

Qual será a velocidade média de decomposição da água oxigenada nos intervalos I, II e III?

51
Resumo

• Há duas condições fundamentais que devem ser satisfeitas para a reação química
acontecer: os reagentes terem certa afinidade química entre si e estarem em contato
um com o outro.

• De acordo com a Teoria das Colisões, quando os reagentes são postos em contato, as
partículas (moléculas, íons ou átomos) se movimentam livremente e colidem entre si
milhões de vezes por segundo.

• Para a reação acontecer, as colisões devem ser efetivas, de modo que as partículas dos
reagentes colidam entre si em uma orientação espacial favorável e com energia
suficiente para provocar a quebra das ligações que mantêm os átomos dos reagentes
unidos.

• Chamamos de Cinética Química a área das Ciências da Natureza que estuda a rapidez
das reações químicas e os fatores que a influenciam.

• As reações podem ser classificadas, em função do tempo em que ocorrem, em:


instantâneas, moderadas e lentas.

• A investigação científica consiste em um processo sistemático que contribui para a


compreensão dos conhecimentos na humanidade.

• De acordo com o método hipotético-dedutivo, a investigação científica começa com a


criação de um problema, a partir da observação de eventos e com base em teorias pré-
estabelecidas. Em seguida, cria-se uma hipótese para passar por experimentos que irão
confirmá-la ou refutá-la. Quando uma hipótese reúne um número considerável de
evidências, obtidas por uma grande quantidade de pesquisadores(as) independentes,
podem ser promovidos outros aspectos da teoria, que devem ser devidamente
comunicados à comunidade científica. Se a hipótese for refutada, são estabelecidas
novas hipóteses ou perguntas de pesquisa.

• Além da Teoria das Colisões, um modelo que explica a ocorrência de reações químicas
e a rapidez delas é a formação de um complexo ativado, isto é, de um estado
intermediário entre reagentes e produtos, em cuja estrutura existem ligações
indefinidas entre os átomos envolvidos no processo.

• Energia de ativação (E.A.) é a energia mínima necessária que deve ser fornecida aos
reagentes para a reação ocorrer.

• As reações químicas são aceleradas com a elevação da temperatura. Nas reações


químicas, há a quebra das ligações entre os átomos que formam a substância, que
muitas vezes é provocada pelo choque entre esses átomos.

52
• A ocorrência de uma reação química depende do contato entre as substâncias
participantes. Quanto maior for a superfície de contato de um reagente efetivamente
exposta aos demais reagentes, maior será a velocidade da reação.

• Os reagentes são a matéria-prima de uma reação. Em geral, quanto maior for a


concentração dos reagentes, maior será a rapidez ou a velocidade da reação.

• Catalisador é uma substância que aumenta a velocidade da reação, sem ser consumida
durante tal processo. Sua principal finalidade é possibilitar um novo caminho, isto é,
mecanismo, no qual há diminuição da energia de ativação, facilitando a transformação
de reagentes em produtos.

• A velocidade média de consumo de um reagente ou de formação de um produto é


expressa por:

• A velocidade de uma reação química é dada pelo módulo da velocidade de consumo


de um reagente ou de formação de um produto dividido pelo respectivo coeficiente da
substância. Se tomar como reação tem-se:

53

Você também pode gostar