Você está na página 1de 13

Agrupamento de Escolas Ano Letivo 2019/2020

Francisco de Holanda Disciplina de Química

Catalisadores
Química 12º ano
Realizado por:

João Silva nº19


Marta Mota nº26
Ricardo Faria nº28
Sofia Correia nº30
Índice

Introdução ...................................................................................................................................1
História da catálise ......................................................................................................................2
Teoria das Colisões ......................................................................................................................3
Teoria do Complexo ativado ........................................................................................................4
Catalisadores ...............................................................................................................................5
Como funcionam? ...................................................................................................................5
Tipos de catálise ..........................................................................................................................6
Catálise heterogénea ...............................................................................................................6
Catálise homogénea ................................................................................................................8
Indústria ......................................................................................................................................9
Catálise aplicada na bioquímica .................................................................................................10
Importância da catálise no futuro ..............................................................................................11
Conclusão ..................................................................................................................................12

Catalisadores
Bibliografia.................................................................................................................................12
Web-grafia .................................................................................................................................12

Introdução

O termo catálise deriva do grego Katálysis que remete para decomposição ou dissolução. Com
este documento, procuramos abordar a ideia de catálise e catalisadores.

De início, apresentaremos a história deste processo, as teorias que estão na base destes
conceitos e os tipos de catálise principais. Dentro deste último, iremos, ainda, referir as catálises
heterogéneas e homogéneas e ainda demonstrar a sua importância nos processos industriais e
enzimáticos. No final, refletiremos sobre o seu impacto económico e o seu papel no futuro.

1
História da catálise

Desde a descoberta dos catalisadores até ao entendimento do seu funcionamento e as suas


aplicações práticas foi percorrido um longo caminho que culminou no conhecimento atual. Por
isso, ao contrário que a opinião popular tende a afirmar, o progresso científico é lento e provém
do trabalho de várias gerações de cientistas.

O termo catálise foi introduzido por Jöns Jakob Berzelius, em 1835, para descrever reações que
são aceleradas por substâncias, catalisadores, que não são consumidas durante a reação.

Como costuma acontecer em períodos de guerra, houve um rápido progresso na aplicação de


catalisadores. Por volta de 1900, foi desenvolvido um processo catalítico para sintetizar
amoníaco.

O projeto geral foi coroado com três prémios Nobel - para Fritz Haber, Wilhelm Ostwald e Carl
Bosch, que estão entre os pais fundadores da química moderna. Mais tarde, a aplicação não
militar de nitrogénio tornou este projeto um dos mais importantes processos químicos na
indústria porque os nitratos também formam a base da produção de fertilizantes.
Catalisadores

Novas descobertas científicas também foram recompensadas com prémios Nobel. Schrock
obteve o seu prémio Nobel pelo desenvolvimento do método de metátese em síntese orgânica.
Em 2001, William Knowles, Ryoji Noyori e Barry Sharpless receberam a mesma honra devido às
reações de hidrogenação e oxidação. Isto mostra o enorme progresso que foi alcançado em
catálise homogénea molecular.

O desenvolvimento de processos catalíticos marca uma importante transição na indústria


química. No decorrer do século passado, a indústria começou a implantar técnicas mais
sustentáveis. Recursos naturais escassos foram substituídos por componentes químicos
fabricados. A catálise tornou os processos químicos mais seletivos e, portanto, mais económicos
no uso de materiais. Comparadas aos processos naturais, as nossas grandes fábricas de produtos
químicos são significativamente mais eficientes, impulsionadas pela necessidade constante e
insaciável de energia e materiais.

2
Teoria das Colisões

A temperaturas superiores a 0 Kelvin, as moléculas estão em movimento, o que Teoria colisional


resulta em colisões constantes. Em condições PTN, segundo a teoria cinética

dos gases, ocorrem cerca de 1x1027 colisões binárias (colisões entre duas
Teoria das
moléculas) a cada segundo por ml de gás.
colisões
De acordo com a teoria das colisões, parte-se do princípio de que uma reação a
nível molecular só pode ocorrer, no estado gasoso, quando as moléculas dos Enquanto a
reagentes se encontram. No entanto, nem todas as colisões originam produtos primeira
- se cada colisão binária conduzisse à formação de produtos, no estado líquido, pressupõe que
onde o n.º de colisões no mesmo volume é ainda maior, a maioria das reações todas as colisões
completar-se-ia quase instantaneamente. Isto só acontece se as moléculas entre moléculas
colidirem com energia cinética igual ou superior à energia mínima e com provocam reações
químicas, a
orientação correta (colisão eficaz).
segunda admite
Aquando do choque de duas moléculas, a energia cinética passa a energia que isto apenas
vibracional. Se esta for suficiente para quebrar ligações químicas, então acontece quando
poderão formar-se produtos de reação. Caso a energia cinética inicial seja ocorrem colisões
eficazes.

Catalisadores
inferior à mínima, as moléculas afastar-se-ão intactas uma da outra.

F IGURA 1 - EXEMPLO ILUSTRATIVO DA TEORIA DAS COLISÕES

3
Teoria do Complexo ativado

A energia vibracional proveniente dos


choques pode não ser suficiente para
quebrar ligações químicas, mas ser capaz de
as enfraquecer de modo a formar um
produto intermédio entre os reagentes e os
produtos de reação denominado complexo
ativado. À energia mínima necessária para
iniciar uma dada reação química chama-se
energia de ativação, Ea. Esta assume um
papel de barreira pois evita que as moléculas
de menor energia reajam: apenas formam
produtos aquelas que conseguem ultrapassá-
F IGURA 2 - MODO COMO A ENERGIA POTENCIAL VARIA
-la. A Ea é independente da temperatura e da DURANTE A REAÇÃO EXOTÉRMICA ENTRE CO E NO .
2
concentração dos reagentes e é determinante
para a velocidade de reação.
Catalisadores

Quanto maior for a energia de ativação menor será a velocidade de reação.

Na teoria do complexo ativado, ou teoria do estado de transição, devem ter-se em consideração


os seguintes princípios:

 O equilíbrio do complexo ativado com os reagentes deve ser tido em conta e este deve
ser analisado como uma estrutura química, mesmo apesar da sua instantaneidade.
 A velocidade da reação de decomposição do complexo ativado é geral e não depende da
natureza dos reagentes nem da sua forma física. A decomposição deste ocorre à mesma
velocidade da reação global.

Uma vez formado o complexo ativado, esta estrutura química pode transformar-se de novo em
reagentes ou seguir no sentido direto e formar moléculas de produtos de reação. Porém, sendo
uma forma transitória (apenas se mantém durante um curtíssimo período de tempo), caso haja
a formação do complexo ativado, tem de se formar obrigatoriamente algum composto.

Por abranger não só as reações em estado gasoso, mas também as reações que ocorrem em
solução, pode concluir-se que a teoria do complexo ativado é mais abrangente do que a teoria
das colisões.

4
Catalisadores

A velocidade de uma reação pode ser alterada consoante a temperatura, uma vez que esta faz
variar o número de colisões entre as moléculas. Com o seu aumento verifica-se uma maior
agitação das partículas o que conduz a um maior número de colisões tendo como
consequência o aumento da velocidade das reações.

No entanto, aumentar a temperatura nem sempre é vantajoso:

 Para além deste processo necessitar de enormes quantidades de energia, alguns


equipamentos podem ser danificados por causa do calor intenso;
 Com um aumento de temperatura, podem ocorrer reações não desejadas, como a
decomposição de reagentes e produtos de reação;
 O rendimento das reações exotérmicas diminui. Segundo o princípio de Le Châtelier, o
sistema ajustar-se-á de modo a atenuar a perturbação, ou seja, favorecendo mais a
reação inversa, endotérmica, do que a pretendida.

Outra forma de acelerar as reações químicas é através da utilização de catalisadores. Estes são
substâncias que aumentam a velocidade das mesmas sem se consumirem nelas. Quer isto dizer

Catalisadores
que os produtos provenientes de uma reação onde se utilizaram catalisadores se formam mais
rapidamente e não variam em termos de composição nem de quantidade.

Como funcionam?

O princípio de utilização dos catalisadores é bastante simples e consiste na possibilitação de um


novo caminho para a reação. Esse caminho alternativo exige menor energia de ativação,
fazendo com que a reação se processe de maneira mais rápida. Assim, existem mais moléculas
com a nova energia cinética mínima necessária, ocorrendo, portanto, mais colisões eficazes. No
final do processo o catalisador é devolvido sem sofrer alteração permanente, ou seja, não é
consumido durante a reação.

5
Tipos de catálise

Dá-se o nome de catálise ao processo pela qual a velocidade de uma reação química é alterada,
sem nunca afetar a constante de equilíbrio, devido à presença de um catalisador, que, no final,
não se consome na reação.

Mais como uma diferença prática, a catálise pode ser delimitada em dois tipos: catálise
heterogénea e homogénea.

Curiosidade :

Envenenamento Catalítico: refere-se aos casos onde um catalisador é “envenenado” por reagir
com outro composto que ou se liga permanentemente, não permitindo que continue a reagir, ou
o altera quimicamente. Isto reduz efetivamente a utilidade do catalisador uma vez que não pode
participar na reação. O processo em causa revela-se bastante prejudicial para a indústria.

Catálise heterogénea
Catalisadores

A catálise heterogénea é um tipo de


catálise onde reagentes, produtos e
catalisadores encontram-se em fases
diferentes ou quando são imiscíveis.
Normalmente, os catalisadores são
compostos sólidos finamente divididos ou
sólidos porosos e os reagentes e produtos
estão na forma líquida ou gasosa.
F IGURA 3 -E XEMPLO DE ADSORÇÃO QUÍMICA

Ocorre normalmente em quatro etapas:

 Os reagentes ligam-se à superfície do catalisador. Esse processo designa-se adsorção.


Quando uma substância é adsorvida, as ligações intermoleculares são enfraquecidas ou
quebradas, aumentando a ligação ao catalisador. A Adsorção Química, também chamada
quimiossorção, é específica e é empregada na separação de misturas. Nesta, as moléculas (ou
átomos) unem-se à superfície do adsorvente através da formação de ligações químicas
(geralmente covalentes);
 Os reagentes migram através do catalisador- Migração;
 Após se encontrarem, reagem entre si formando os produtos de reação- Reorganização
e Reação entre as substâncias adsorvida;
 Os produtos libertam-se da superfície do catalisador- Dessorção.
6
Este tipo de catálise é mais utilizado num contexto industrial e são usados muitas vezes
catalisadores que contêm metais de transição. O facto de possuírem vários estados de oxidação
e formar vários iões complexos (favorecendo a formação do complexo ativado) permite que
sejam utilizados como catalisadores. Muitos catalisadores possuem na sua constituição, por
exemplo, platina, ródio, cobalto e níquel.

Catalisadores
F IGURA 1 -MODO DE FUNCIONAMENTO DO CATALISADOR
AUTOMÓVEL , UM EXEMPLO DA CATÁLISE HETEROGÉNEA

Exemplos: produção de ácido nítrico, conservadores catalíticos dos automóveis (usam liga de
platina-ródio), síntese de Haber-Bosch (catalisador que consiste numa mistura de ferro com
óxido de potássio e alumínio).

A área total da superfície do sólido tem um efeito importante na taxa de reação. Quanto menor
o tamanho das partículas do catalisador, maior a área de superfície e, por isso, uma maior
eficácia. O catalisador heterogéneo possui locais ativos, que constituem átomos ou faces de um
cristal onde a reação realmente ocorre. O local ativo pode ser uma superfície metálica exposta
plana ou a borda de um cristal com valência imperfeita. Assim, não apenas a maior parte do
volume, mas também a maior parte da superfície pode ser cataliticamente inativa. A natureza
deste local é ainda um mistério e para a descobrir é necessário uma pesquisa muito
desafiadora.
7
Catálise homogénea

No caso da catálise homogénea, esta distingue-se pelo facto de tanto os reagentes como o(s)
catalisador(es) se encontrem na mesma fase. As enzimas são exemplos de catalisadores
homogéneos. Esta catálise acontece mais frequentemente em soluções líquidas, mas também se
aplica em sistemas gasosos e mesmo em sólidos. Por exemplo, o fabrico do ácido sulfúrico, um
fertilizante vital para a agricultura moderna, a partir do processo das câmaras de chumbo, é um
exemplo conhecido de uma reação catalisada em fase gasosa. Neste caso, o NO 2 age como um
catalisador, uma vez que não se consome.

Em relação a estes dois tipos de catálise, cada uma é usada em circunstâncias diferentes
dependendo da sua eficácia na reação e, por isso, esta distinção entre as duas criam também
situações onde uma delas se torna mais favorável.

Quando nos referimos à catálise homogénea, podemos apontar várias vantagens, tais como:
Catalisadores

 Os catalisadores homogéneos são eficazes por serem altamente seletivos na produção


do produto desejado;
 Se uma reação é exotérmica, ela liberta muito calor. É mais fácil libertar calor de uma
solução em que o catalisador é homogéneo do que se usássemos um catalisador heterogéneo,
que tende a ser um sólido insolúvel na solução que adsorve os participantes da reação nela. Por
isso, neste caso, os catalisadores homogéneos são mais eficientes;
 Os reagentes podem aceder facilmente ao catalisador homogéneo porque ele já está
em solução. Isso promove alta atividade catalítica.
 As espécies em solução, na catálise homogénea, são mais fáceis de caracterizar (por
exemplo, com várias técnicas de espectroscopia) do que as espécies adsorvidas numa superfície
sólida, na catálise heterogénea.

Por outro lado, a catálise homogénea também apresenta as suas desvantagens que, na realidade,
são as vantagens da catálise heterogénea, tais como:

 Um catalisador heterogéneo é mais facilmente separado do resto do sistema, enquanto


que um catalisador homogéneo, capaz de se dissolver na solução, precisará de ser separado
posteriormente para ser reciclado e reutilizado (conforme os princípios da química verde);
 O catalisador heterogéneo, nos casos em que é solido, resiste mais facilmente às altas
temperaturas enquanto o catalisador homogéneo pode ter problemas nestas situações, pois não
é desejável que a solução que contém o catalisador e qualquer reagente volátil evapore.

8
Indústria
As indústrias química, farmacêutica e petrolífera contam com catalisadores para produzir tudo,
desde combustível e tinta a drogas e cosméticos. Estes são o principal facilitador de 90% dos
processos de fabricação química. Isso significa que se tornaram bastante essenciais para a
saúde da economia. Porém, apesar de os catalisadores constituírem apenas uma pequena
fração dos custos totais incorridos pela indústria química, o seu valor agregado é substancial, o
que se explica pela possível utilização destes durante muitos ciclos de produção. Ao
permanecem fundamentalmente inalterados, acrescentam valor repetidamente. Por este
motivo, são usados na produção de cerca de 1 bilhão de euros em produtos em todo o mundo,
enquanto o investimento real em catalisadores é apenas de cerca de 1% desse valor. Esse
efeito multiplicador torna interessante investir no desenvolvimento de novos catalisadores.

Os catalisadores tiveram um papel fundamental num dos processos mais importantes da


história da humanidade que determinou a evolução drástica do século XIX, permitindo a perda
da necessidade de procurar constantemente alimento, deixando vago tempo para desenvolver
outras áreas. Por exemplo, neste período de tempo, foi criado o processo Haber-Bosch
responsável pela produção de amoníaco. Por um lado, o amoníaco pode ser convertido em
nitratos, usados para, por exemplo, fazer explosivos. Por outro lado, o mesmo processo

Catalisadores
também é um passo importante para produzir fertilizantes, sendo esta atualmente a sua
aplicação principal. Ambos os casos tiveram consequências históricas. A indústria tem fixado
nitrogénio mais rápido que a natureza desde 1980. Mil milhões de pessoas agora dependem
desse processo para sua comida diária. No final do século passado, muitos químicos
empenharam-se em tentar conseguir sintetizar amoníaco a partir de nitrogénio e de
hidrogénio. A formação de NH3 a partir de N2 e de H2 é exotérmica:

N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) ∆H = -92,6 kJ

No entanto, a reação é muitíssima lenta à temperatura ambiente. Para ser viável à escala
industrial, esta tem de ocorrer com uma velocidade apreciável e possuir um rendimento
elevado. Um aumento da temperatura acelera a reação, mas, ao mesmo tempo, promove a
decomposição das moléculas NH3 em N2 e H2, diminuindo assim o rendimento em NH3. Depois
de ter testado centenas de compostos a várias temperaturas e pressões, Fritz Haber descobriu
em 1905 que a reação entre o hidrogénio e o nitrogénio para produzir amoníaco era catalisada
por uma mistura de ferro. Assim, o ferro tornou-se num catalisador crucial para a rentabilidade
deste processo.

Contudo, ainda fabricamos fertilizantes por meio de um processo que envolve pressão entre
150 e 250 atm e temperatura entre 300°C e 550 °C, exigindo muita energia (o chamado
processo Haber-Bosch). Atualmente, cerca de 2% de toda a energia utilizada entra na produção
de fertilizantes. A produção mundial de alimentos provavelmente é limitada pela quantidade de
energia que podemos alocar para esse processo. Posto isto, a eficiência deste processo ainda
pode ser aumentada significativamente (os requisitos reais de energia são 50% maiores que o 9
mínimo teórico). Numa perspetiva mais global, os catalisadores, na indústria, ainda têm uma
grande margem de crescimento.
Catálise aplicada na bioquímica

Muitas reações ocorrem ao mesmo tempo no nosso corpo e têm de ser controladas de modo a
que não interfiram umas com as outras e que ocorra a velocidade suficiente para que a vida
continue. A catálise nos seres vivos deve-se às enzimas, proteínas que, tal como os catalisadores
inorgânicos, proporcionam vias reacionais com menores energias de ativação e conseguem
acelerar o metabolismo.

As enzimas são extremamente ativas e reagem em ínfimas quantidades, mas apenas atuam sobre
moléculas cuja forma seja compatível com a sua, semelhante a uma chave que apenas abre uma
fechadura. Ainda assim, executam um trabalho cíclico, ou seja, não se degradam após intervirem
na reação.

A enzima reage com o substrato de maneira


específica, criando um composto intermediário que
se decompõe facilmente, originando os produtos.

A maioria das partes de uma enzima tem finalidades


regulatórias ou estruturais. A reação catalisada
Catalisadores

ocorre em apenas uma pequena parte desta


chamada sítio ativo, que é composta por
aproximadamente 2 a 20 aminoácidos. Algumas
enzimas importantes são a protease, a amilase, a
lipase, os antioxidantes e a lactase.

Uma catálise enzimática que podemos visualizar no


quotidiano é a aplicação de água oxigenada sobre uma F IGURA 2 – A NALOGIA À CATÁLISE ENZIMÁTICA
hemorragia. Ocorre uma intensa efervescência, que consiste na decomposição do H 2O2. Essa
decomposição ocorre muito lentamente, mas quando colocamos o produto em contato com o
sangue, uma enzima chamada catálase aumenta a velocidade da reação. Além disso, visto que a
catálase do sangue não é consumida, a efervescência continuará à medida que adicionamos mais
água oxigenada no local.

Assim como o seu importante papel biológico, as enzimas têm adquirido um importante papel na
indústria. Ao contrário dos catalisadores inorgânicos, as enzimas atuam a temperaturas, pressões
e pH moderadas e, por esse motivo, são bastante eficazes do ponto de vista energético, sendo,
então, utilizadas na indústria alimentar, no fabrico de detergentes e na medicina. Mais
recentemente, tem havido um importante esforço por parte da engenharia genética de modo a
manipular certos microrganismos a produzir determinadas enzimas.

Toda esta complexidade dos sistemas biológicos, surpreendentemente perfeita e adequada às


necessidades físicas, deve ser perspetivada como uma grande fonte de inspiração para o
10 desenvolvimento de novos sistemas criados pelo homem que simulam a ação dos biossistemas.
Também é esperado que o desenvolvimento de novos sistemas de biocatalisadores e outros
pilares inorgânicos, orgânicos ou metal-orgânicos de catálise gere novos conceitos valiosos, novos
catalisadores e materiais práticos.
Importância da catálise no futuro

Um dos maiores desafios do nosso século é reduzir as emissões de dióxido de carbono e


diminuir as concentrações atmosféricas desse gás. A captura de carbono na fonte implica a
produção em larga escala de hidrogénio a partir de combustíveis fósseis, deixando o carbono
na fonte. O hidrogénio é um combustível promissor para a indústria de transportes. O método
atual para produzir hidrogénio a partir do metano liberta CO2, que contribui para o efeito
estufa. Porém, idealmente, seríamos capazes de captar e armazenar o CO2. O desafio de
gaseificar o óleo é reduzir as temperaturas nas quais a gaseificação pode ocorrer. Isso requer o
desenvolvimento de novos catalisadores e uma inovação no armazenamento de hidrogénio. O
hidrogénio pode formar compostos com metais, resultando em hidretos. O conhecimento
catalítico pode levar ao design de materiais que podem armazenar hidrogénio suficiente a uma
temperatura não muito extrema.

Estamos a entrar numa nova era na pesquisa da catálise. Durante a próxima década,
encontraremos e superaremos novas barreiras. O século XXI exige tecnologia que garanta
métodos de produção mais limpos e sustentáveis. Podemos nos inspirar no ambiente natural
que queremos proteger. Os processos catalíticos na natureza geralmente são mais benignos do
que na indústria. Há muito espaço para promover métodos de produção química nos quais

Catalisadores
todos os aspetos sejam totalmente controlados e coordenados, sem subprodutos prejudiciais e
sem excesso ou desperdício de energia, segundo os princípios da química verde.

Do ponto de vista da indústria, os parâmetros determinantes de um catalisador são a sua


atividade, seletividade, vida útil, custos e capacidade de integração num cenário de processo
económico. Qualquer catalisador no interior do reator deve suportar tensão mecânica e térmica.
Para catalisadores sólidos, o design de partículas e os padrões de carregamento precisam de ser
otimizados de forma a minimizar a queda de pressão e maximizar a área de superfície geométrica
acessível ao mesmo tempo. Nos casos de desativação causada por choque ou ‘‘envenenamento’’,
devem ser desenvolvidos cenários de regeneração viáveis que permitam uma operação
comercialmente atraente.

11
Conclusão
Neste trabalho concluímos que, de facto, os catalisadores constituem tanto uma alternativa
viável para um futuro mais sustentável como também um fator determinante económico em
termos de eficiência industrial, sendo ainda fundamental em processos biológicos.

Devido à realização deste documento, foi -nos ainda possível o aprofundamento deste tema,
visto que nos permitiu aperfeiçoar as competências de investigação, seleção, organização e
comunicação da informação.

Bibliografia

Chang, R. (s.d.). QUÍMICA. McGraw-Hill.

Dantes, M. d., & Ramalho, M. D. (s.d.). Novo Jogo de Partículas. Texto.

Mahan, Bruce H. (s.d.). química um curso universitário. EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA.
Catalisadores

Web-grafia

https://en.wikipedia.org/wiki/Catalysis

https://en.wikibooks.org/wiki/Biochemistry/Catalysis

https://www.sciencedaily.com/releases/2019/11/191113075105.htm

http://www.vermeer.net/pub/communication/downloads/future-perspectives-in-cata.pdf

https://www.nap.edu/read/1903/chapter/5#44

https://royalsocietypublishing.org/doi/full/10.1098/rspa.2012.0196

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4707691/

https://dechema.de/dechema_media/Downloads/Positionspapiere/2018_Lehrprofil_Katalyse-p-
20003535.pdf

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/catalisadores.htm

https://www.infoescola.com/quimica/teoria-do-complexo-ativado/

12

Você também pode gostar