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GUIA DE LEITURA

AULA 1

SIBELE LETÍCIA RODRIGUES DE OLIVEIRA BIAZOTTO


PLANO DE ENSINO

CURSO
Redação, Leitura e Compreensão de Textos Oficiais
INSTRUTOR(A)
Sibele Letícia Rodrigues de Oliveira Biazotto
EMENTA
Língua e linguagem. Manual de Redação Oficial: características fundamentais do
texto oficial, fechos para comunicações, identificação do signatário e pronomes de
tratamento; leitura e interpretação de textos oficiais; redação e formatação de
documentos oficiais; técnicas e normas de aplicabilidade; aspectos formais na
escrita: norma culta da Língua Portuguesa e observância às regras da ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas.

OBJETIVO GERAL
Compreender e produzir textos oficiais, adequando-os aos princípios e regras que
norteiam o gênero.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Conhecer os princípios que norteiam a escrita oficial.
 Refletir sobre a impessoalidade, a concisão e a objetividade da escrita oficial.
 Redigir textos oficiais, observando os princípios estudados e o uso adequado
dos elementos formais do texto.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 Definição de redação oficial.
 Aspectos gramaticais: o uso dos pronomes.
 Texto do documento.
 Concisão e argumentação.
 O padrão ofício.
 Tipos de atos de comunicação.
 Formas de tratamento.
 A linguagem dos atos e comunicações oficiais.
 Elementos de ortografia e gramática: sintaxe e semântica.
 Comunicações oficiais complementares.
 Fundamentos da elaboração normativa .
 Formatação dos comunicados oficiais.
 Dificuldades da língua portuguesa.
 Novas regras ortográficas.

METODOLOGIA
O curso de capacitação será realizado na plataforma EaD https://unicet.to.gov.br/,
composto por 16 (dezesseis) aulas de 2h30 (duas horas e trinta minutos) cada,
totalizando 40h (quarenta horas), sendo considerados parte integrante as videoaulas
e seus respectivos slides, materiais complementares e atividade de fixação. Ao
término do curso também serão realizadas pelo treinando, uma avaliação final
preparada pelo instrutor e uma enquete inserida pela DICAP/UNICET.

REFERÊNCIAS

ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 9. ed. Cotia:


Ateliê Editorial, 2006.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 22 jun.
2022

______. Decreto n. 9.758, de 11 de abril de 2019. Dispõe sobre a forma de


tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da
administração pública federal. Brasília, DF: Presidência da República, 2019.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9758.htm#:~:text=1%C2%BA%20Este%20Decreto%20disp%C
3%B5e%20sobre,comunica%C3%A7%C3%B5es%20escritas%20a%20eles%20dirig
idas. Acesso em: 22 jun. 2022.

ENAP. Escola Nacional de Administração Pública. Curso de Redação Oficial:


Tópicos Essenciais. Brasília: Escola Virtual do Governo, 2021. Disponível em:
https://mooc38.escolavirtual.gov.br/course/view.php?id=2841. Acesso em: 21 jun.
2022.

_____. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da


República. Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Júnior (Coord.). 3. ed. rev.
atual. e ampl. Brasília: Presidência da República, 2018. Disponível em:
http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-
presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 21 jun. 2022.
COSTA VAL, M. da G. Redação e textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1999.

GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 18. ed. Rio de Janeiro: FGV,


2000.

KOCH, I. V. O texto e a construção dos sentidos. 5. ed. São Paulo: Contexto,


2001.
__________; TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. 11. ed. São Paulo: Contexto,
2001.

OLIVEIRA, J. L. de. Texto técnico: guia de pesquisa e de redação. Brasília: abc


BSB, 2004
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AULA 1 – DEFINIÇÃO DE REDAÇÃO OFICIAL

1.1 Introdução

A Redação Oficial caracteriza-se como um tipo de linguagem escrita, regida por


princípios de objetividade e de obediência à norma gramatical. O campo de
utilização dessa modalidade de linguagem abrange os setores públicos nas
comunicações oficiais.
No Manual de Redação da Presidência da República, temos a definição de
que:

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o
Poder Público redige comunicações oficiais e atos normativos […].
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da
língua. É que sua finalidade básica – comunicar com objetividade e máxima
clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira
diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência
particular etc. (BRASIL, 2018, p. 16)

Assim, os princípios utilizados nessa linguagem são a clareza, a concisão


(frases com pouca adjetivação e advérbios), a impessoalidade, a precisão, o
tratamento (pronomes), bem como, a objetividade, a coesão e a coerência. Essa
produção textual ainda se preocupa com a formalização e padronização, com a
estética, englobando elementos como margens, parágrafos, espaço interlinear,
espaço entre parágrafos, divisão do texto em tópicos e capítulos.
Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no
art. 37:

A administração pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...].

Sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais


de toda a Administração Pública, devem igualmente nortear a elaboração dos atos e
das comunicações oficiais.

1.2 Clareza

A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir
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como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se
concebe que um documento oficial ou um ato normativo de qualquer natureza seja
redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A
transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto
oficial ou um ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O princípio
constitucional da publicidade não se esgota na mera publicação do texto,
estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro (BRASIL, 2018).
O atributo da precisão complementa a clareza e caracteriza-se por:
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da
ideia veiculada no texto;
b) manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando
o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico; e
c) escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto.

É indispensável, também, a releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em


textos oficiais, de trechos obscuros provém principalmente da falta da releitura, o
que tornaria possível sua correção (BRASIL, 2018).

1.3 Concisão

A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial.


Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo
de palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de
pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com o
único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir
palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e
comentários supérfluos, adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva.

1.4 Objetividade

Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e


sem redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de
antemão, qual é a ideia principal e quais são as secundárias.
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A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as


informações, sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado
supor que a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto rude e
grosseiro.

1.5 Impessoalidade

A impessoalidade decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e


seu significado remete a dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a
administração pública proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar ninguém, de
que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser
exercida por intermédio de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade
estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e em
atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos
expedientes oficiais não devem ser tratados de outra forma que não a estritamente
impessoal.

1.6 Coesão e coerência

É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos


favorecem a conexão, a ligação e a harmonia entre os elementos de um texto.
Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se verifica
que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade
uns aos outros.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são:
referência, substituição, elipse e uso de conjunção.

1.7 Formalidade e padronização

As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, devem obedecer a


certas regras de forma: impessoalidade, uso da linguagem culta e formalidade de
tratamento.
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A formalidade de tratamento refere-se à uniformidade das comunicações, ao


emprego correto do pronome de tratamento, à polidez, à civilidade no próprio
enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. O estabelecimento desse
padrão exige atenção a todas as características da redação oficial e ao cuidado com
a apresentação dos textos. O uso de papéis uniformes e a correta diagramação do
texto são indispensáveis para a padronização das comunicações oficiais.
Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem,
o que há é o uso da norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que
haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa
tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente,
que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática.

1.8 Material complementar

Para mais compreensão, leia o texto e assista ao vídeo a seguir.

Sugestão de leitura:
 Princípios – Redação Oficial. Disponível em:
https://www.grancursosonline.com.br/download-demonstrativo/download-
apostila/codigo/rg%2BXqkT2iP0%3D.

Sugestão de vídeo:
 Princípios da Redação Oficial. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=TJP_O6WtrCg.

Bons estudos!

1.9 Atividades de fixação

1 – A redação oficial deve observar estratégias textuais destinadas a reduzir


excessos de estilo e de linguagem que afrontem os seguintes preceitos:
a) impessoalidade; formalidade e uniformidade; clareza e precisão; conclusão e
finalização.
b) impessoalidade; formalidade e uniformidade; clareza e precisão; concisão e
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harmonia.
c) impessoalidade; informalidade e padronização; clareza e precisão; concisão e
harmonia.
d) pessoalidade; informalidade e padronização; clareza e precisão; concisão e
harmonia.

2 – Na redação oficial, deve-se obedecer a alguns atributos para se atender às suas


finalidades básicas. Sendo assim, o atributo segundo o qual deve-se ir diretamente
ao assunto e com as informações, sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de
ideias, é o da:
a) concisão.
b) clareza e precisão.
c) objetividade.
d) formalidade e padronização.

3 – De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, assinalar a


alternativa que preenche as lacunas a seguir CORRETAMENTE:
Percebe-se que o texto tem _________ e ___________ quando se lê um texto e se
verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando
continuidade uns aos outros. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a
harmonia entre os elementos de um texto.
a) coesão / coerência.
b) impessoalidade / padrão da norma culta.
c) informalidade / padronização.
d) precisão / objetividade.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 21 jun.
2022.

______. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da


República. Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Júnior (Coord.). 3. ed. rev.
atual. e ampl. Brasília: Presidência da República, 2018. Disponível em:
http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-
presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 21 jun. 2022.

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