Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Oficial
Para desenvolver-se na escrita de redações, não há nada melhor do que a prática. Indicamos, por isso, a
leitura atenta dos itens deste material que dizem respeito à tipos de textos, bem como os itens sobre aspectos
linguísticos e gramaticais, tais como: ortografia, acentuação, coesão e coerência; todos temas de suma impor-
tância no domínio da língua para a produção escrita.
No que diz respeito à produção de texto em um concurso público, tem-se como tipo mais comum a proposta
de produção de texto Dissertativo, que expõe ideias acerca de um relevante e determinado no dia da prova.
Dentre deste tipo dissertativo temos duas categorias:
“— Dissertativo-argumentativa: o autor deve apresentar uma tese, ou seja, um ponto de vista sobre algo, que
contará com argumentos consistentes para convencer o leitor de algo. Você precisa dar sua opinião e explicar
por que a pessoa que está lendo deveria concordar com ela. Contudo, é necessário sustentar sua argumenta-
ção com falas de autoridades no assunto ou dados científicos/matemáticos. Caso contrário são apenas opini-
ões que podem ser rebatidas;
— Dissertativo-expositiva: o texto não tem o propósito de persuadir o leitor, mas apenas expor fatos a respei-
to do tema trabalhado utilizando dados e fontes confiáveis. Aqui o objetivo é informar a pessoa que está lendo,
por isso você deve apresentar conceitos exemplificados e usar uma linguagem de fácil compreensão.”
Aspectos muito relevantes também da produção textual podem ser encontrados no Manual de Redações
Oficiais, muito comum em concursos públicos e disponibilizado aqui para complementar seus estudos.
O que é Redação Oficial1
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normati-
vos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve carac-
terizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformida-
de. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração
pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
(...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está
que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão.
A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado
de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, ne-
cessariamente, clareza e concisão. Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos
obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao período de nossa história imperial,
como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de
que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática foi
mantida no período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão
e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in-
terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. Nesse
quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um
único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no
caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de
forma homogênea (o público).
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tem-
po, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc.
Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do
Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado
pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
buscou fazer das características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que
se proponha a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem administrativa, o que
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma
palavra.
Além de saber desses conceitos, é importante sabermos identificar quando um texto é baseado em outro. O
nome que damos a este processo é intertextualidade.
Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a uma conclusão do que se lê. A interpretação é
muito ligada ao subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos prévios que cada pessoa possui antes da leitura
de um determinado texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça uma relação com a in-
formação já possuída, o que leva ao crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma apreciação
pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva,
uma leitura analítica e, por fim, uma leitura interpretativa.
É muito importante que você:
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias (e também da estrutura das palavras para
dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações ortográficas, gramaticais e interpretativas;
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre qualquer tema para presenciar opiniões diver-
sas das suas.
Dicas para interpretar um texto:
– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar compreender o sentido global do texto e identi-
ficar o seu objetivo.
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada parágrafo e compreender o desenvolvimento
do texto.
– Sublinhe as ideias mais importantes.
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia principal e das ideias secundárias do texto.
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal,
tendenciosa e mutável).
Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dra-
mática (ou satírica).
Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro significado, normalmente oposto ao sentido literal.
A expressão e a intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Ironia de situação
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se espera ou
que se planeja.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente imaginário. Com linguagem linear e curta,
envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só
espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho.
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferenciado por sua extensão. Ela fica entre o conto e o
romance, e tem a história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O tempo na novela é base-
ada no calendário. O tempo e local são definidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais curto.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que nós mesmos já vivemos e normalmente é
utilizado a ironia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não é relevante e quando
é citado, geralmente são pequenos intervalos como horas ou mesmo minutos.
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a obten-
ção de informações. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum
assunto de interesse.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materializa em uma concretude da realidade. A cantiga
de roda permite as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a iden-
tificar o nível de alfabetização delas.
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam
dando uma certa liberdade para quem recebe a informação.
2) Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar com vírgula os termos
da oração. Veja exemplos de tal incorreção:
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgu-
las, assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é a regra básica nº2 para a colocação da vírgula.
Dito em outras palavras: quando intercalamos expressões e frases entre os termos da oração, devemos isolar
os mesmos com vírgulas. Vejamos:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de século XX, causa desemprego no Brasil.
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o sujeito e o verbo. Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, está causando desemprego no Brasil e na América
Latina.
Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
As orações adjetivas explicativas desempenham frequentemente um papel semelhante ao do aposto expli-
cativo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu complemento.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, no Brasil…
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não pertence ao assunto: globalização, da frase principal, tal
oração é apenas um comentário à parte entre o complemento verbal e os adjuntos.
Obs: a simples negação em uma frase não exige vírgula:
A globalização não causou desemprego no Brasil e na América Latina.
3) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra
nº3 da colocação da vírgula.
No Brasil e na América Latina, a globalização está causando desemprego…
No fim do século XX, a globalização causou desemprego no Brasil…
Obs3: na língua escrita, normalmente, ao realizarmos a ordem inversa, emprestamos ênfase aos termos que
principiam as frases. Veja este exemplo de Rui Barbosa destacado por Garcia:
“A mim, na minha longa e aturada e continua prática do escrever, me tem sucedido inúmeras vezes, depois
de considerar por muito tempo necessária e insuprível uma locução nova, encontrar vertida em expressões
antigas mais clara, expressiva e elegante a mesma ideia.”
Estas três regras básicas não solucionam todos os problemas de organização das frases, mas já dão um
razoável suporte para que possamos começar a ordenar a expressão das nossas ideias. Em suma: o impor-
tante é não separar os termos básicos das orações, mas, se assim o fizermos, seja intercalando ou invertendo
elementos, então devemos usar a vírgula.
- Quanto à equivalência e transformação de estruturas, outro exemplo muito comum cobrado em provas é o
enunciado trazer uma frase no singular, por exemplo, e pedir que o aluno passe a frase para o plural, mantendo
o sentido. Outro exemplo é o enunciado dar a frase em um tempo verbal, e pedir para que a passe para outro
tempo verbal.
O termo paralelismo corresponde a uma relação de equivalência, por semelhança ou contraste, entre dois ou
mais elementos. É um recurso responsável por uma boa progressão textual. Dizemos que há paralelismo em
uma estrutura quando há uma correspondência rítmica, sintática/gramatical ou semântica entre as estruturas.
Vejam a tirinha a seguir da famosa personagem Mafalda:
Vejam como o slogan da marca de cosméticos “Nívea” também segue uma estrutura em paralelismo – “BE-
LEZA QUE SE VÊ, BELEZA QUE SE SENTE”. Notem que a repetição é intencional, mantendo uma unidade
gramatical.
O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja, promove a conexão das ideias, através de repetições
planejadas, trazendo unidade a um texto.
Vejamos o exemplo a seguir:
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
Há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para respeitarmos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la
das seguintes maneiras:
a) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM] E [MELHORAR O SISTEMA.]
Ou
b) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDANÇAS NA DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
Vejam que, na primeira reescrita, mantivemos verbos no infinitivo iniciando as orações – “mudar” e “melho-
rar”. Já na segunda, mantivemos bases nominais – substantivos – “mudanças” e “melhorias”. Dessa forma,
estabelecemos o paralelismo nas frases.
“Mas como achar o tal do paralelismo?”. Uma dica boa é encontrar os conectivos na frase. Eles são im-
portantes marcadores textuais para ajudá-los a identificar as estruturas que devem permanecer em relação de
equivalência. Exemplo:
Queremos amor E ter paz.
PARALELISMO RÍTMICO
O paralelismo rítmico é um recurso estilístico de grande efeito, do qual alguns autores se servem com o
propósito de dar maior expressividade ao pensamento.
Vejam os exemplos a seguir, retirados do livro “Comunicação em prosa moderna”, de Othon Garcia:
“Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o cisne é negro; se com amor, o demônio é
formoso; se com ódio, o anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante”.
(“Sermão da quinta quarta-feira”, apud M. Gonçalves Viana, Sermões e lugares seletos, p. 214)
“Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as esquadrinhou com maior estudo, nem as enten-
deu com maior propriedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou com maior clareza, nem as
recapacitou com mais facilidade, nem as propugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com maior
abundância”.
(M.Bernardes)
Repare as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas construções acima, caracterizando um parale-
lismo rítmico.
Ortografia
ORTOGRAFIA OFICIAL
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronuncia-
da nos grupos gue, gui, que, qui.
Regras de acentuação
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento
tônico na penúltima sílaba)
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas continuam com acento: Ex.: papéis, herói,
heróis, troféu, troféus.
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um di-
tongo.
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento perma-
nece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/
polo(s) e pêra/pera.
Acentuação gráfica
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons com mais relevo do que outros. Os sinais diacrí-
ticos servem para indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. Vejamos um por um:
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre aberto.
Já cursei a Faculdade de História.
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre fechado.
Mau e Bom
Os Antônimos em questão são adjetivos, ou seja, eles dão característica a um substantivo, locução ou qual-
quer palavra substantivada. Seu significado está ligado à qualidade ou comportamentos, podendo ser tanto
sinônimos de “ruim/ótimo” e “maldoso/bondoso”. As palavras podem se flexionar por gênero e nûmero, se tor-
nando “má/boa”, “maus/bons” e “más/boas”. Veja alguns exemplos e entenda melhor o seu uso.
Ele é um mau aluno
Anderson é um bom lutador
Essa piada foi de mau gosto
Não sei se você está tendo boas influências
Mal e Bem
Essas palavras normalmente são usadas como advérbios, ou seja, elas caracterizam o processo verbal.
São advérbios de modo e podem ser sinônimos de “incorretamente/corretamente”, “erradamente/certamente”
e “negativamente/positivamente”. Mal também pode exercer função de conjunção, ligando dois elementos ou
orações com o significado de “assim que”. Outro uso comum para estas palavras é o de substantivo, podendo
significar uma situação negativa ou positiva. Veja os exemplos seguidos das funções das palavras em cada um
deles para uma compreensão melhor.
Maria se comportou mal hoje. – Adverbio
Eles representaram bem a sala. – Adverbio
Mal começou e já terminou. – Conjunção
Eles são o mal da sociedade. – Substantivo
Vocês não sabem o bem que fizeram. – Substantivo.
MAIS OU MAS
Exemplos:
- Mais café, por favor! / + café, por favor!
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis + seis é igual a doze.
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto + conhecimento, melhor.
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota + alta da turma.
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de + frutas no café da manhã.
A forma mais comum de usar “mais” é como advérbio de intensidade, mas existem outras opções. Esta pa-
lavra pode receber classificações variadas a depender do contexto da oração. E assumir a forma de um subs-
tantivo, pronome indefinido, advérbio de intensidade, preposição ou conjunção.
Como identificar
Para saber quando deverá ser usado “mais” ao invés de “mas”, troque pelo antônimo “menos”.
Assim:
- Mais café, por favor! / Menos café, por favor!
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis menos seis é igual a zero.
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto menos conhecimento, pior.
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota menos alta da turma.
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de menos frutas no café da manhã.
Como identificar
Para saber quando deve-se usar “mas”, pode-se substituir a palavra por outra conjunção.
Exemplos:
- Sairei mais tarde de casa, mas (porém) não chegarei atrasado no trabalho.
- É uma ótima sugestão, mas (no entanto) precisa passar pela gerência.
- Prefiro estudar Português a Matemática, mas (contudo) hoje tive que estudar Trigonometria.
- Não peguei engarrafamento, mas (entretanto) chegarei atrasado na escola.
Dica esperta para identificar o “mas” na oração: como você pode ver nos exemplos, a palavra “mas” vem
sucedendo uma vírgula. Esta observação se aplica em muitos casos que geram a dúvida de quando usar “mais
ou mas” no texto.
Além da dica acima, na hora de identificar o uso de mais ou mas, atente-se para a possibilidade da palavra
“mas” assumir característica de substantivo, quando trouxer ideia de defeito, e advérbio, quando intensificar ou
der ênfase à afirmação.
Exemplos:
A frase expressa defeito porque embora Messias seja um bom garoto, anda com más influências.
2) Como ênfase: Carlos é ingênuo, mas tão ingênuo, que todo mundo tira vantagem disso.
(...)
Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sin-
táticos, destinados a organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas.
Estes sinais também participam de todas as funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”.
(BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é
constituída por alguns sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ],
ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], col-
chetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que termi-
nem por qualquer tipo de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.
Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também
chamada retórica.
Você vai à festa?
Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!
Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque
os fatos se dão com breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), ou
hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.
Dois-pontos ( : )
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado para:
Introduzir uma citação (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma
oração subordinada substantiva apositiva.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
Ponto e vírgula ( ; )
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o ponto, e é empregado num trecho longo,
onde já existam vírgulas, para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enumeração (frequente
em leis), etc.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi também uma linda decoração e bebidas caras.
Travessão ( — )
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição
de sílabas (ab-so-lu-ta-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir vírgulas, parênteses,
colchetes, para assinalar uma expressão intercalada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição
de um diálogo, com ou sem aspas.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
CLASSES DE PALAVRAS
Substantivo
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imaginários (pessoas, animais, objetos), lugares,
qualidades, ações e sentimentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.
Classificação dos substantivos
Pronomes Demonstrati-
Singular Plural
vos
Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles
• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, inde-
terminado. Os pronomes indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam
em gênero e número).
Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia
para te dar: o estudo da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem ima-
gina. Para começar, precisamos de classificar algumas questões importantes:
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo.
Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio!
• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.
• Período Simples: formado por uma única oração.
O clima se alterou muito nos últimos dias.
• Período Composto: formado por mais de uma oração.
O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.
Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que
compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto
sem o auxílio da preposição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto
por meio de preposição.
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo
etc.) ou intensifica um verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz
passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o
sem a intermediação de um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios,
e vem preposicionado.
Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobre-
Exercem a função de sujeito mesa do jantar.
Completivas Nominal
Estou convencida de que ele é
Exercem a função de comple- solteiro.
mento nominal
Predicativas
O problema é que ele não entre-
Exercem a função de predica- gou a refeição no lugar.
Orações Subordinadas Subs- tivo
tantivas Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que
Exercem a função de aposto não se aborrecesse com ela.
Objetivas Direta
Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto
direto
Objetivas Indireta
Lembrou-se da dívida que tem
Exercem a função de objeto com ele.
indireto
Explicativas
Os alunos, que foram mal na
Explicam um termo dito an- prova de quinta, terão aula de re-
teriormente. SEMPRE serão forço.
acompanhadas por vírgula.
Orações Subordinadas Adjeti-
vas Restritivas
Restringem o sentido de um Os alunos que foram mal na pro-
termo dito anteriormente. NUN- va de quinta terão aula de reforço.
CA serão acompanhadas por
vírgula.
• Regência Nominal
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem outra pala-
vra para completar-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu complemento é estabelecida por
uma preposição.
• Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o verbo (termo regente) e seu complemento
(termo regido).
Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos concordam em gênero e número com os subs-
tantivos aos quais se referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amistosa.
Casos Especiais de Concordância Nominal
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam alerta.
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na formação de palavras compostas:
Colocação pronominal
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no
Brasil é o uso do pronome antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o
emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se inicia um período com pronome oblíquo átono.
Assim, se na linguagem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, formal, usa-se “Encon-
trei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise.
Assim, sempre que estas não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que prejudique a eufonia
da frase.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pacientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais
expressiva. É um recurso linguístico para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo ori-
ginalidade, emotividade ao discurso, ou tornando-o poético.
As figuras de linguagem classificam-se em
- figuras de palavra;
- figuras de pensamento;
- figuras de construção ou sintaxe.
Figuras de palavra: emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a
fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos conectivos comparativos; é uma comparação
subjetiva. Normalmente vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Exemplos
...a vida é cigana
É caravana
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
(Carlos Drummond de Andrade)
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos:
como, tal qual, tal como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a comparação: parecer, asseme-
lhar-se e outros.
Exemplo:
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando você entrou em mim como um sol no quintal.
(Belchior)
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o qual não existe uma designação apropriada.
Exemplos
– folha de papel
– braço de poltrona
– céu da boca
– pé da montanha
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sentidos físicos.
Vícios de linguagem
Vícios de Linguagem são os deslizes cometidos em ralação a norma culta da língua, eles podem estar pre-
sentes nos níveis semânticos, morfológicos ou sintáticos. São eles:
Barbarismo
São desvios cometidos na grafia, flexão ou pronúncia de uma palavra.
Para um texto ser considerado bem escrito ele deve possuir algumas características.
São qualidades da boa linguagem:
Correção, Originalidade, Clareza, Harmonia, Concisão, Colorido e Elegância, Precisão, Nobreza e Natura-
lidade.
Definições dos Aspectos Que Um Texto Deve Ter.
Fonemas
Muitas pessoas acham que fonética e fonologia são sinônimos. Mas, embora as duas pertençam a uma
mesma área de estudo, elas são diferentes.
Fonética
Segundo o dicionário Houaiss, fonética “é o estudo dos sons da fala de uma língua”. O que isso significa?
A fonética é um ramo da Linguística que se dedica a analisar os sons de modo físico-articulador. Ou seja, ela
se preocupa com o movimento dos lábios, a vibração das cordas vocais, a articulação e outros movimentos
físicos, mas não tem interesse em saber do conteúdo daquilo que é falado. A fonética utiliza o Alfabeto Fonético
Internacional para representar cada som.
Sintetizando: a fonética estuda o movimento físico (da boca, lábios...) que cada som faz, desconsiderando
o significado desses sons.
Fonologia
A fonologia também é um ramo de estudo da Linguística, mas ela se preocupa em analisar a organização e
a classificação dos sons, separando-os em unidades significativas. É responsabilidade da fonologia, também,
cuidar de aspectos relativos à divisão silábica, à acentuação de palavras, à ortografia e à pronúncia.
Sintetizando: a fonologia estuda os sons, preocupando-se com o significado de cada um e não só com sua
estrutura física.
Semântica
Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática
Normativa: quem cuida dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das pa-
lavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que compõem este estudo.
Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de triste-
za, porque o significado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de
mulher.
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O
uso de sinônimos é muito importante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma
palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
tamento e homem é sinônimo de macho/varão.
Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, en-
quanto que o hiperônimo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são
hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um
sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo coletivo. Hiperônimos
estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!
Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:
Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enun-
ciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio,
comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido
figurado e depende do contexto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:
Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:
Emprego da crase
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a é uma preposição, a segunda vogal a é um
artigo ou um pronome demonstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
• Devemos usar crase:
– Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã
Mediante à situação.
O Governo visa à resolução do problema.
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas locuções prepositivas com núcleo feminino
iniciadas por a:
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substantivos masculinos, o que pode fazer você pensar
que não rola a crase. Mas... há crase, sim!
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniver-
sariante.
– Expressões fixas
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de crase:
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à vontade, à venda, à mão armada, à beça, à noite,
à tarde, às vezes, às pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à direita, à vontade, às
avessas, às claras, às escuras, à mão, às escondidas, à medida que, à proporção que.
• NUNCA devemos usar crase:
Exercícios
GABARITO
1 A
2 B
3 E
4 C
5 A
6 B
7 C
8 A
9 A
10 D
11 C
12 A
13 C
14 C
15 E
16 A
17 A
18 B
19 B
20 CERTO
21 E
22 C