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PM-MG

Oficial

Língua Portuguesa e Interpretação de Textos


Língua Portuguesa e Interpretação de Textos

Domínio da Expressão Escrita (redação).........................................................................................1


Adequação conceitual. Pertinência, relevância e articulação dos argumentos.
Seleção vocabular. Estudo de texto (questões objetivas sobre textos de conteúdo literário,
informativo ou crônica)...................................................................................................................15
Tipologia textual e Gêneros textuais..............................................................................................43
Ortografia.......................................................................................................................................47
Acentuação gráfica.........................................................................................................................48
Pontuação......................................................................................................................................54
Estrutura e formação de palavras..................................................................................................56
Classes de palavras.......................................................................................................................61
Frase, oração e período. Termos da oração. Período composto por coordenação e
subordinação. Orações reduzidas..................................................................................................68
Funções sintáticas dos pronomes relativos. Emprego de nomes e pronomes..............................71
Emprego de tempos e modos verbais............................................................................................71
Regência verbal e nominal.............................................................................................................71
Concordância verbal e nominal......................................................................................................72
Colocação pronominal...................................................................................................................73
Estilística. Figuras de linguagem...................................................................................................75
Vícios de linguagem.......................................................................................................................79
Qualidade da boa linguagem.........................................................................................................81
Fonemas........................................................................................................................................82
Semântica......................................................................................................................................84
Emprego da crase..........................................................................................................................85
Sintaxe (regência, concordância e colocação)...............................................................................86
Exercícios.......................................................................................................................................86
Gabarito..........................................................................................................................................97

Apostila gerada especialmente para: Felipe Monfradini de Mello 115.638.147-90


Domínio da Expressão Escrita (redação)

Para desenvolver-se na escrita de redações, não há nada melhor do que a prática. Indicamos, por isso, a
leitura atenta dos itens deste material que dizem respeito à tipos de textos, bem como os itens sobre aspectos
linguísticos e gramaticais, tais como: ortografia, acentuação, coesão e coerência; todos temas de suma impor-
tância no domínio da língua para a produção escrita.
No que diz respeito à produção de texto em um concurso público, tem-se como tipo mais comum a proposta
de produção de texto Dissertativo, que expõe ideias acerca de um relevante e determinado no dia da prova.
Dentre deste tipo dissertativo temos duas categorias:
“— Dissertativo-argumentativa: o autor deve apresentar uma tese, ou seja, um ponto de vista sobre algo, que
contará com argumentos consistentes para convencer o leitor de algo. Você precisa dar sua opinião e explicar
por que a pessoa que está lendo deveria concordar com ela. Contudo, é necessário sustentar sua argumenta-
ção com falas de autoridades no assunto ou dados científicos/matemáticos. Caso contrário são apenas opini-
ões que podem ser rebatidas;
— Dissertativo-expositiva: o texto não tem o propósito de persuadir o leitor, mas apenas expor fatos a respei-
to do tema trabalhado utilizando dados e fontes confiáveis. Aqui o objetivo é informar a pessoa que está lendo,
por isso você deve apresentar conceitos exemplificados e usar uma linguagem de fácil compreensão.”
Aspectos muito relevantes também da produção textual podem ser encontrados no Manual de Redações
Oficiais, muito comum em concursos públicos e disponibilizado aqui para complementar seus estudos.
O que é Redação Oficial1
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normati-
vos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve carac-
terizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformida-
de. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração
pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
(...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está
que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão.
A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado
de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, ne-
cessariamente, clareza e concisão. Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos
obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao período de nossa história imperial,
como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de
que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática foi
mantida no período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão
e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in-
terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. Nesse
quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um
único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no
caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de
forma homogênea (o público).
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tem-
po, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc.
Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do
Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado
pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
buscou fazer das características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que
se proponha a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem administrativa, o que
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm

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coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a reda-
ção oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de
construção de frases. A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua.
É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao
uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência
particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise por-
menorizada de cada uma delas.
A Impessoalidade
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são ne-
cessários:
a) alguém que comunique,
b) algo a ser comunicado, e
c) alguém que receba essa comunicação.
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secreta-
ria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições
do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um ex-
pediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a
comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em
diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um
cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário
concebido de forma homogênea e impessoal;
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se
restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular
ou pessoal. Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem-
plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A
redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, a clareza, a obje-
tividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que
seja alcançada a necessária impessoalidade.
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um
lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui
entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
objetividade. As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a deter-
minados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os
regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há neces-
sariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma
imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a
sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para
a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compreende
diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos
valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais;
em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois
casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a emprega-

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mos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o
máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão
culto é aquele em que
a) se observam as regras da gramática formal, e
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a
obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, per-
mitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida
com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebus-
cada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir,
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos
atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será
obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve
ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo
o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familia-
rizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da
administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. Outras questões sobre a linguagem, como o emprego
de neologismo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das
já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa
formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele
pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao
assunto do qual cuida a comunicação. A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária unifor-
midade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural que as comunicações que expede
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente
para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispen-
sáveis para a padronização. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas específicas
para cada tipo de expediente.
Concisão e Clareza
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade,
é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo
para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias
ou repetições desnecessárias de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de
economia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens
substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, re-
dundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias
que existe em todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas últimas
podem esclarecer o sentido daquelas detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que
não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso,
ser dispensadas. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já sublinhado na intro-
dução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor.
No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da
redação oficial. Para ela concorrem:

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a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento per-
sonalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocá-
bulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos;
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam.
É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispen-
sável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramati-
cais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser
desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa expe-
riência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é
verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e
os conceitos específicos que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo.
A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve
proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos
atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, As-
pectos Gerais da Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos
fechos e a identificação do signatário.
Pronomes de Tratamento
Breve História dos Pronomes de Tratamento
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De
acordo com Said Ali, após serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico
de distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior. Pros-
segue o autor: “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou
qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos
de seu rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o tratamento ducal de vossa
excelência e adotou-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa
santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já estava em voga também para
os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E
o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes de
tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas.
Concordância com os Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à
concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com
quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o
verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará
o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não
“Vossa... vosso...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir
com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso inter-
locutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for
mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.

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Emprego dos Pronomes de Tratamento
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo;
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor,
seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência,
terá a seguinte forma:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça

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70.064-900 – Brasília. DF
A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Rua ABC, no 123
01.010-000 – São Paulo. SP
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na
lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua
repetida evocação.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal,
(...)
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
70.123 – Curitiba. PR
Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as au-
toridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que te-
nham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacha-
réis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere
a desejada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por
força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:
Magnífico Reitor,
(...)
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:
Santíssimo Padre,
(...)
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe
o vocativo:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
(...)

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Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Re-
verendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa
Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
Fechos para Comunicações
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o des-
tinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria nº1 do Ministério
da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito
e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais
devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
identificação deve ser a seguinte:
(espaço para assinatura)
NOME
Chefe da Secretária-geral da Presidência da República
(espaço para assinatura)
NOME
Ministro de Estado da Justiça
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira
para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
O Padrão Ofício
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o
memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos
de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas semelhan-
ças.
Partes do documento no Padrão Ofício
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede:
Exemplos:
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita:
Exemplo:
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Brasília, 15 de março de 1991.
c) assunto: resumo do teor do documento
Exemplos:

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Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser
incluído também o endereço.
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a
seguinte estrutura:
– Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva
a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”,
empregue a forma direta;
– Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto,
elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
– Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens
ou títulos e subtítulos.
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:
– Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do
documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encami-
nhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e
assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de
abril de 1990, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal. ” Ou
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991,
do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas
agrícolas na região Nordeste. ”
– Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento
que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de
desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
g) assinatura do autor da comunicação; e
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signatário).
Forma de diagramação
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte forma de apresentação:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10
nas notas de rodapé;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wing-
dings;
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número da página;
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste
caso, as margens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O constante neste item aplica-se também à
exposição de motivos e à mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem).
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;

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i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, rele-
vo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada
apenas para gráficos e ilustrações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja,
29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para con-
sulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu-
mento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
Aviso e Ofício
— Definição e Finalidade
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles
é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.
— Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invo-
ca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:
– Nome do órgão ou setor;
– Endereço postal;
– telefone E endereço de correio eletrônico.
Memorando
— Definição e Finalidade
O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que
podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de
comunicação eminentemente interna. Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a
exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua
característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de
comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de
espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado,
assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria
tratada no memorando.
— Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destina-
tário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

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Exposição de Motivos
— Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser as-
sinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
— Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo
que acompanha a exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normativo,
segue o modelo descrito adiante. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que
proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão de alguma
medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura
do padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente,
apontar:
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo proposto;
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o
problema, e eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para
solucionar o problema.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente preenchido, de acor-
do com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002.
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) nº de 200.
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida proposta
3. Alternativas existentes às medidas propostas
Mencionar:
- Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
- Outras possibilidades de resolução do problema.
4. Custos
Mencionar:
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas
para custeá-la;
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, especial ou suplementar;
- Valor a ser despendido em moeda corrente;

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5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato proposto for medido provisória ou
projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência)
Mencionar:
- Se o problema configura calamidade pública;
- Por que é indispensável a vigência imediata;
- Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido previstos;
- Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista.
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida proposta possa vir a tê-lo)
7. Alterações propostas
8. Síntese do parecer do órgão jurídico
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposta à luz das questões levantadas no item
10.4.3.
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Ju-
rídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o exame ou se reformule
a proposta. O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de
alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que pode ter a adoção
da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de
proposições normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.).
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na elaboração de atos normativos no âmbi-
to do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e formam um todo co-
eso: no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção
de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solução
que se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de motivos fica,
assim, reservado à demonstração da necessidade da providência proposta: por que deve ser adotada e como
resolverá o problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção, ascen-
são, transferência, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração,
demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do formulário de
anexo à exposição de motivos.
Ressalte-se que:
– A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o encaminhamento do parecer
completo;
– O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser alterado de acordo com a maior ou
menor extensão dos comentários a serem ali incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos requisitos básicos da redação
oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de linguagem)
deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional
ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.
Mensagem
— Definição e Finalidade
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensa-
gens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração
Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso

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Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer
comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensagem pode
ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação final. As
mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou
complementar são enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§
1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de
nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do
Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64,
caput). Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamentos anuais e créditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Con-
gresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão
é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis financeiras em sessão conjunta,
mais precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está o Presi-
dente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas. As mensagens aqui
tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técni-
co, jurídico e econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames
materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles o da
Advocacia-Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da exposição de
motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a
mensagem de encaminhamento ao Congresso.
b) encaminhamento de medida provisória.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presidente da República encaminha mensa-
gem ao Congresso, dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntan-
do cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.
c) indicação de autoridades.
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de pessoas para ocuparem determinados
cargos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central,
Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu
art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indica-
ção. O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a mensagem.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se ausentarem do País por
mais de 15 dias. Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a autorização é da com-
petência privativa do Congresso Nacional. O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando
a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes
mensagens idênticas.
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e TV. A obriga-
ção de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constitui-
ção. Somente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem a urgência prevista no art. 64 da Cons-
tituição, porquanto o § 1o do art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga ou renovação,
acompanha a mensagem o correspondente processo administrativo.
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior. O Presidente da República tem o prazo de
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas referentes ao
exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Consti-
tuição, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51,
II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
g) mensagem de abertura da sessão legislativa.

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Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação do País e solicitação de providências que
julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência
da República. Esta mensagem difere das demais porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congres-
sistas em forma de livro.
h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Se-
cretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem
dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho
de sanção.
i) comunicação de veto.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1o), a mensagem informa sobre a decisão
de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai publicado na ínte-
gra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação
se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
j) outras mensagens.
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensagens com:
– Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constitui-
ção, art. 49, I);
– Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de expor-
tação
(Constituição, art. 155, § 2o, IV);
– Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
– Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, V); e outros.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
– Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
– Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
– Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, XX);
– Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
– Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
– Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, pará-
grafo único);
– Proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constituição, art. 166, § 5o);
– Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência
de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
– Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constitui-
ção, art. 188, § 1o); etc.
— Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda:
Mensagem no
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da
margem esquerda; Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

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c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com
a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu
signatário.
Telegrama
— Definição e Finalidade
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o tí-
tulo de telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por tratar-se de forma
de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do
telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência
justifique sua utilização e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se
pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).
— Forma e Estrutura
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
Correios e em seu sítio na Internet.
Fax
— Definição e Finalidade
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação que está sendo menos
usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o
envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência, quando não há condições de envio do
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma
de praxe. Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo
papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.
— Forma e Estrutura
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o
envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário com os dados de
identificação da mensagem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:
Correio Eletrônico
— Definição e finalidade
Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comuni-
cação para transmissão de documentos.
— Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir for-
ma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunica-
ção oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário
quanto do remetente. Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato
Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve
constar na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
—Valor documental
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, i. é,
para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identi-
dade do remetente, na forma estabelecida em lei.

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Adequação conceitual. Pertinência, relevância e articulação dos argumentos. Seleção
vocabular. Estudo de texto (questões objetivas sobre textos de conteúdo literário, infor-
mativo ou crônica)

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o seu estudo: a interpretação de textos. Desen-
volver essa habilidade é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa prova de qualquer
área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de forma explícita, aquilo que está na superfície
do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito, nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais
profundo no texto ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas podemos interpretar que Jorge parou de fu-
mar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?
Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela pode ser escrita ou oral.

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma
palavra.

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• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção
da linguagem verbal com a não-verbal.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos identificar quando um texto é baseado em outro. O
nome que damos a este processo é intertextualidade.
Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a uma conclusão do que se lê. A interpretação é
muito ligada ao subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos prévios que cada pessoa possui antes da leitura
de um determinado texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça uma relação com a in-
formação já possuída, o que leva ao crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma apreciação
pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva,
uma leitura analítica e, por fim, uma leitura interpretativa.
É muito importante que você:
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias (e também da estrutura das palavras para
dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações ortográficas, gramaticais e interpretativas;
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre qualquer tema para presenciar opiniões diver-
sas das suas.
Dicas para interpretar um texto:
– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar compreender o sentido global do texto e identi-
ficar o seu objetivo.
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada parágrafo e compreender o desenvolvimento
do texto.
– Sublinhe as ideias mais importantes.
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia principal e das ideias secundárias do texto.
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal,
tendenciosa e mutável).

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– Retorne ao texto sempre que necessário.
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os enunciados das questões.
– Reescreva o conteúdo lido.
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tópicos ou esquemas.
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado para
aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, mas tam-
bém um aprendizado.
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela tam-
bém estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria perspectivas,
nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que
é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí,
localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao es-
clarecimento das questões apresentadas na prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escon-
dida, e por isso o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum valor individual. Portanto,
apegue-se tão somente ao texto, e nunca extrapole a visão dele.
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia principal que o texto será desenvolvido. Para
que você consiga identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferentes informações de forma
a construir o seu sentido global, ou seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um texto por sentir-se atraído pela temática re-
sumida no título. Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre o assunto que será
tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura porque achou o título pouco atraente ou, ao con-
trário, sentiu-se atraído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito comum as pessoas se
interessarem por temáticas diferentes, dependendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, sexualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas,
moda, cuidados com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente infinitas e saber reco-
nhecer o tema de um texto é condição essencial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz
ao ler um texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os
cães se juntaram aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa amizade começou há
uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam
que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a comida que sobrava. Já os homens
descobriram que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da casa, além de
serem ótimos companheiros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o possível assunto abordado no texto. Embora você
imagine que o texto vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele falaria sobre cães. Repare
que temos várias informações ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a associa-
ção entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre
cães e homens.

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As informações que se relacionam com o tema chamamos de subtemas (ou ideias secundárias). Essas
informações se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unidade de sentido.
Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você
chegou à conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você pensou,
parabéns! Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto!
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-secundarias/
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM TEXTOS VARIADOS
Ironia
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que está pensando ou sentindo (ou por pudor em
relação a si próprio ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou expressão que, em um outro contexto diferente do
usual, ganha um novo sentido, gerando um efeito de humor.
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dra-
mática (ou satírica).
Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro significado, normalmente oposto ao sentido literal.
A expressão e a intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Ironia de situação
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se espera ou
que se planeja.

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Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não saem
como o esperado. No livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a personagem título
tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem su-
cesso. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que planejou ficar famoso antes de morrer e
se tornou famoso após a morte.
Ironia dramática (ou satírica)
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos literários quando o leitor, a audiência, tem
mais informações do que tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre intenções de outros per-
sonagens. É um recurso usado para aprofundar os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando
captado pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comédia, visto que um personagem é posto
em situações que geram conflitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo da narrativa.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o que se passa na história com todas as per-
sonagens, é mais fácil aparecer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exemplo, se inicia com
a fala que relata que os protagonistas da história irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens
agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão
bem-sucedidos.
Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pareçam cômicas ou surpreendentes para provo-
car o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas compartilham da característica do efeito surpresa. O
humor reside em ocorrer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as tirinhas e charges, que aliam texto e imagem
para criar efeito cômico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente acessadas como
forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e
charges.
Exemplo:

ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊNERO EM QUE SE INSCREVE


Compreender um texto trata da análise e decodificação do que de fato está escrito, seja das frases ou das
ideias presentes. Interpretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao conectar as ideias do
texto com a realidade. Interpretação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qualquer texto ou discurso e se amplia no entendimen-
to da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no mercado de
trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-se criar vários problemas, afetando não só o
desenvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

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Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada parágra-
fo. Isso auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendi-
do, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explicitadas pelo autor. Textos argumentativos não
costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Deve-se
ater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é funda-
mental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o
raciocínio e a interpretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a
escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-
-nos dos detalhes presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente. Interpretar exi-
ge paciência e, por isso, sempre releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar
dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo ex-
posto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira ale-
atória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica
do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Diferença entre compreensão e interpretação
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do texto e verificar o que realmente está escrito
nele. Já a interpretação imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O leitor tira conclusões
subjetivas do texto.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de personagens fictícios, podendo ser de comparação
com a realidade ou totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma novela é a extensão do tex-
to, ou seja, o romance é mais longo. No romance nós temos uma história central e várias histórias secundárias.

Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente imaginário. Com linguagem linear e curta,
envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só
espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho.

Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferenciado por sua extensão. Ela fica entre o conto e o
romance, e tem a história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O tempo na novela é base-
ada no calendário. O tempo e local são definidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais curto.

Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que nós mesmos já vivemos e normalmente é
utilizado a ironia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não é relevante e quando
é citado, geralmente são pequenos intervalos como horas ou mesmo minutos.

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Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refle-
tindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a opinião do editor através de argumentos e fatos
sobre um assunto que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é convencer o leitor a concordar
com ele.

Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a obten-
ção de informações. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum
assunto de interesse.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materializa em uma concretude da realidade. A cantiga
de roda permite as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a iden-
tificar o nível de alfabetização delas.
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam
dando uma certa liberdade para quem recebe a informação.

DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO


Fato
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência do fato pode ser constatada de modo indis-
cutível. O fato pode é uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma maneira, através de algum
documento, números, vídeo ou registro.
Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Interpretação
É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos quando relacionamos fatos, os comparamos,
buscamos suas causas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apontamos uma causa ou consequência, é ne-
cessário que seja plausível. Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferenças sejam de-
tectáveis.
Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em outro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão do que com a filha.
Opinião
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um juízo de valor. É um julgamento que tem
como base a interpretação que fazemos do fato.
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerência que mantêm com a interpretação do fato.
É uma interpretação do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião pode alterar de pessoa
para pessoa devido a fatores socioculturais.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações anteriores:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em outro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão do que com a filha. Ela foi egoísta.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequências negativas que podem advir de um fato, se
enaltecem previsões positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já estamos expressando nosso
julgamento.

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É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, principalmente quando debatemos um tema
polêmico ou quando analisamos um texto dissertativo.
Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando com o sofrimento da filha.
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si ajustadas a uma ideia central que norteia todo o
pensamento do texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as ideias para fazer com que o lei-
tor entenda o que foi dito no texto. Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento e o do leitor.
Parágrafo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é desenvolvida por ideias secundárias. O pa-
rágrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-argu-
mentativo, os parágrafos devem estar todos relacionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente
apresentada na introdução.
Embora existam diferentes formas de organização de parágrafos, os textos dissertativo-argumentativos e
alguns gêneros jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a ideia-
-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-bási-
ca). Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão.
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz uma ideia da sua posição no texto, é normal-
mente aqui que você irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo escrito. Normalmente o
tema e o problema são dados pela própria prova.
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e ideias que apoiem o seu posicionamento sobre
o assunto. É possível usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até citações de pessoas que
tenham autoridade no assunto.
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado e conclui o texto. Esta última parte pode ser
feita de várias maneiras diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma pergunta reflexiva,
ou concluir o assunto com as suas próprias conclusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
Outro aspecto que merece especial atenção são os conectores. São responsáveis pela coesão do texto e
tornam a leitura mais fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as ideias e servem de ligação
entre o parágrafo, ou no interior do período, e o tópico que o antecede.
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto ao passar de um enunciado para outro, é uma
exigência também para a clareza do texto.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advérbios, preposições, palavras denotativas) as ideias
não fluem, muitas vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, sem coerência.
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumentativos, e por conta disso é mais fácil para os
leitores.
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa estrutura de texto, entretanto, apenas segui-la já
leva ao pensamento mais direto.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencio-
nais, sonoros, gráficos, gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo da idade, cultura,
posição social, profissão etc. A maneira de articular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina
nossa linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com o decorrer do tempo, mudanças na estrutura
da língua, que só as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo social. Muitas novidades
criadas na linguagem não vingam na língua e caem em desuso.
Língua escrita e língua falada

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A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua falada, por que os sinais gráficos não conse-
guem registrar grande parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e ainda os gestos e a
expressão facial. Na realidade a língua falada é mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta
na conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão do falante. Nessas situações informais,
muitas regras determinadas pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da liberdade de ex-
pressão e da sensibilidade estilística do falante.
Linguagem popular e linguagem culta
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da linguagem culta. Obviamente a linguagem popular é
mais usada na fala, nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja presente em poesias
(o Movimento Modernista Brasileiro procurou valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em
que o diálogo é usado para representar a língua falada.
Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é
carregada de vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo – erros de pro-
núncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela
coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular está presente nas conversas
familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na expres-
são dos esta dos emocionais etc.
A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial.
É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas
gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais
artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos
políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como arma de defesa contra as classes dominan-
tes. Esses grupos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam deco-
dificadas apenas por eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à
mídia. Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos, às ve-
zes, também inventam alguns. A gíria pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, “mina”, “tipo assim”.
Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco ou nenhum contato com centros civilizados. Na
linguagem vulgar há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na comida”.
Linguagem regional
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às construções gramaticais e em-
pregos de certas palavras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, nordestino, baiano,
fluminense, mineiro, sulino.
Argumentação
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informação a alguém. Quem comunica pretende criar
uma imagem positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, ou culto), quer ser
aceito, deseja que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja,
tem o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele propõe.

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Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo texto contém um componente argumentativo.
A argumentação é o conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir a pessoa a quem a
comunicação se destina. Está presente em todo tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos
de vista defendidos.
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutí-
vel para comprovar a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acima, é um recurso
de linguagem utilizado para levar o interlocutor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro
o que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da retórica, arte de persuadir as pessoas
mediante o uso de recursos de linguagem.
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do
século IV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de escolher entre duas
ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não
precisamos argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas coisas igualmente
vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável.
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que torna uma coisa mais desejável que outra.
Isso significa que ele atua no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer que, entre duas
teses, uma é mais provável que a outra, mais possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à
outra.
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como
verdadeiro o que o enunciador está propondo.
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. O primeiro opera no domínio do necessário, ou
seja, pretende demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das premissas propostas, que se deduz
obrigatoriamente dos postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de crenças, de
uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadeamento de premissas e conclusões.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
A é igual a B.
A é igual a C.
Então: C é igual a B.
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, que C é igual a A.
Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero.
A vaca é um ruminante.
Logo, a vaca é um mamífero.
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigató-
ria. Por isso, deve-se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plausível. Se o Banco do Bra-
sil fizer uma propaganda dizendo-se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada da
família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um banco com quase dois séculos de existência é
sólido e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma instituição bancária e
sua antiguidade, esta tem peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase impossível, tantas são as formas de que nos
valemos para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante entender bem como eles
funcionam.
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso acrescentar mais uma: o convencimento do
interlocutor, o auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto mais os argumentos
estiverem de acordo com suas crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório

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pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando
coisas que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência associada ao fute-
bol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o
futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo de um argumento está vinculado
ao que é valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
Tipos de Argumento
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fazer o interlocutor dar preferência à tese do
enunciador é um argumento.
Argumento de Autoridade
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas pelo auditório como autoridades em certo do-
mínio do saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recurso produz dois efeitos
distintos: revela o conhecimento do produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto um amontoado de citações. A citação precisa
ser pertinente e verdadeira.
Exemplo:
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem ima-
ginação, não há conhecimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto.
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais importante do que o conhecimento. Para levar o
auditório a aderir a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se um físico de renome
mundial disse isso, então as pessoas devem acreditar que é verdade.
Argumento de Quantidade
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior número de pessoas, o que existe em maior número,
o que tem maior duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento desse tipo de argumento é
que mais = melhor. A publicidade faz largo uso do argumento de quantidade.
Argumento do Consenso
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se em afirmações que, numa determinada épo-
ca, são aceitas como verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o objetivo do texto seja
comprovar alguma delas. Parte da ideia de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu-
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não desfruta dele. Em nossa época, são consen-
suais, por exemplo, as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que as condições de
vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases carentes de qualquer base científica.
Argumento de Existência
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar aquilo que comprovadamente existe do que
aquilo que é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o argumento de existência
no provérbio “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”.
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações,
etc.) ou provas concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante a invasão do Iraque,
por exemplo, os jornais diziam que o exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser vista como propagandística. No entanto,
quando documentada pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de navios, etc., ganhava
credibilidade.
Argumento quase lógico

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É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa e efeito, analogia, implicação, identidade,
etc. Esses raciocínios são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógicos, eles não pre-
tendem estabelecer relações necessárias entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis,
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma
relação de identidade lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” não se institui
uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente aceito do que um texto incoerente. Vários são
os defeitos que concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do tema proposto, cair em
contradição, tirar conclusões que não se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais com
fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações indevidas.
Argumento do Atributo
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas daquilo que é mais valorizado socialmente,
por exemplo, o mais raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o que é mais grosseiro,
etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, celebridades recomendando prédios residenciais,
produtos de beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor tende a associar o produto
anunciado com atributos da celebridade.
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da competência linguística. A utilização da variante
culta e formal da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística socialmente mais valorizada e, por
conseguinte, deve produzir um texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de dizer
dá confiabilidade ao que se diz.
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde de uma personalidade pública. Ele poderia
fazê-lo das duas maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais adequada para a persu-
asão do que a segunda, pois esta produziria certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
médico:
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em conta o caráter invasivo de alguns exames, a
equipe médica houve por bem determinar o internamento do governador pelo período de três dias, a partir de
hoje, 4 de fevereiro de 2001.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque alguns deles são barrapesada, a gente botou o
governador no hospital por três dias.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado
a sério, para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação deseja-se influenciar alguém.
Por mais neutro que pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalis-
ta, ao falar de um homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar
sua grandeza.
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omi-
tindo certos episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não outras, etc. Veja:
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras trocavam abraços afetuosos.”
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não
teria escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, que serve para incluir no
argumento alguma coisa inesperada.
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tratamos de alguns tipos de argumentação, va-
mos citar outros:
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão amplo, que serve de argumento para um ponto
de vista e seu contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser usada pelo agressor
e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carrega-
das de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, injustiça, corrupção).

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- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por um único contra exemplo. Quando se diz
“Todos os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir o argumento.
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do contexto adequado, sem o significado apropria-
do, vulgarizando-as e atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por exemplo, da frase
“O imperialismo de certas indústrias não permite que outras crescam”, em que o termo imperialismo é desca-
bido, uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir outros à sua dependência política e
econômica”.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação concreta do texto, que leva em conta os
componentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o assunto, etc).
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com manifestações de sinceridade do autor (como eu,
que não costumo mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas (como estou certo,
creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu
texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve construir um texto que revele isso. Em
outros termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e,
com isso, levar a pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda-
mentação, que inclui a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo
pelo qual se estabelecem relações para chegar à conclusão, com base em premissas.
Persuadir é um processo de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se convencer os
outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu comportamento.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão válida, expõem-se com clareza os fundamentos de
uma ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio empregado na argumenta-
ção. A persuasão não válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mímica e até o choro.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige
argumentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta dados sem a
intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam
uma “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, ainda que sem a apresentação ex-
plícita de argumentos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, debate, questio-
namento, o que implica a liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A
liberdade de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É necessária
também a exposição dos fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argumentativa. A argumentação está presente em
qualquer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, é necessária a capacidade de conhecer
outros pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes, a análise de argu-
mentos opostos, antagônicos. Como sempre, essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvolver as seguintes habilidades:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que ado-
te a posição totalmente contrária;
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os argumentos que essa pessoa imaginária
possivelmente apresentaria contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação oposta.
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, argumentar consiste em estabelecer relações para
tirar conclusões válidas, como se procede no método dialético. O método dialético não envolve apenas ques-
tões ideológicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em questão e da mudança dialética que ocorre na
natureza e na sociedade.

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Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o método de raciocínio silogístico, baseado na
dedução, que parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mesma coisa, e pelo ra-
ciocínio torna-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes,
começando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio de deduções, a conclusão final. Para a
linha de raciocínio cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar os conceitos,
simplificando-os, enumerar todos os seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Des-
cartes propôs quatro regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma série de movimentos
sucessivos e contínuos do espírito em busca da verdade:
- evidência;
- divisão ou análise;
- ordem ou dedução;
- enumeração.
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enu-
meração pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
A forma de argumentação mais empregada na redação acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas
regras cartesianas, que contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a conclusão. As três propo-
sições são encadeadas de tal forma, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não caracteriza a universalidade.
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silogística), que parte do geral para o particular, e
a indução, que vai do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o silogismo. A dedução
é o caminho das consequências, baseia-se em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de verdades universais, pode-se chegar
à previsão ou determinação de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para o efeito.
Exemplo:
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
Fulano é homem (premissa menor = particular)
Logo, Fulano é mortal (conclusão)
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase em uma conexão ascendente, do particular
para o geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de fatos particula-
res conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa.
Exemplo:
O calor dilata o ferro (particular)
O calor dilata o bronze (particular)
O calor dilata o cobre (particular)
O ferro, o bronze, o cobre são metais
Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se
as duas premissas também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, pode-se partir de premis-
sas verdadeiras para chegar a uma conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata,
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma
pressupõe má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem essas intenções
propositais, costuma-se chamar esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo
simples de sofisma no seguinte diálogo:
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
- Lógico, concordo.

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- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
- Claro que não!
- Então você possui um brilhante de 40 quilates...
Exemplos de sofismas:
Dedução
Todo professor tem um diploma (geral, universal)
Fulano tem um diploma (particular)
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
Indução
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral – conclusão falsa)
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm
diploma são professores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete-se erro quando
se faz generalizações apressadas ou infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise su-
perficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamentais, que contribuem para a descoberta ou
comprovação da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem outros métodos par-
ticulares de algumas ciências, que adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma realidade
particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc.
A análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, porque pela organização
e ordenação das ideias visam sistematizar a pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; a análise parte do todo para as partes, a
síntese, das partes para o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma depende da outra. A
análise decompõe o todo em partes, enquanto a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se,
porém, que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém reunisse todas as peças de um re-
lógio, não significa que reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria todo
se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas, seguida uma ordem de relações necessárias,
funcionais, então, o relógio estaria reconstruído.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por meio da integração das partes, reunidas e rela-
cionadas num conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise, que é a decomposição.
A análise, no entanto, exige uma decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim relacionadas:
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias a respeito do tema proposto, de seu desdo-
bramento e da criação de abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha dos elementos que
farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou informal. A análise formal pode ser científica ou
experimental; é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e experimentais. A análise informal é
racional ou total, consiste em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de um
todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece as necessárias relações de dependência
e hierarquia entre as partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se confundir uma com a
outra, contudo são procedimentos diversos: análise é decomposição e classificação é hierarquisação.

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Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora
das ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou menos arbitrário, em
que os caracteres comuns e diferenciadores são empregados de modo mais ou menos convencional. A classi-
ficação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e espécies, é um exemplo de classi-
ficação natural, pelas características comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens integrantes
de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pin-
tassilgo, queijo, relógio, sabiá, torradeira.
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabética e pelas afinidades comuns entre eles.
Estabelecer critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é uma habilidade
indispensável para elaborar o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato
mais importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração do plano compreende a
classificação das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
(Garcia, 1973, p. 302304.)
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na introdução, os termos e conceitos sejam defini-
dos, pois, para expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racionalmente as posições
assumidas e os argumentos que as justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posi-
ção adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos de vista sobre ele.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da linguagem e consiste na enumeração das qualidades
próprias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a espécie a que pertence,
demonstra: a característica que o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição é um dos mais importantes, sobretudo no âm-
bito das ciências. A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às palavras seu sentido usual
ou consensual, enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
- o termo a ser definido;
- o gênero ou espécie;
- a diferença específica.
O que distingue o termo definido de outros elementos da mesma espécie. Exemplo:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:

Elemento especie diferença


a ser definidoespecífica
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, por exemplo: Análise é quando a gente decom-
põe o todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é advérbio de tempo, não
representa o gênero, a espécie, a gente é forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para determinar os “requisitos da defini-
ção denotativa”. Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe
em que ‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta ou instalação”;

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- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os exemplos específicos da coisa definida, e
suficientemente restrito para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, definição, quando se diz que o “triângulo não é
um prisma”;
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser
vivo é um homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa
(séries de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expandida;d
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o
gênero) + adjuntos (as diferenças).
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação
metalinguística que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a palavra e seus significados.
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma
razão verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada com argumentos válidos.
O ponto de vista mais lógico e racional do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
mentação coerente e adequada.
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clássica, que foram abordados anteriormente, au-
xiliam o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reconhecer-se facilmente
seus elementos e suas relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mis-
turando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem
um argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos são verdadeiros ou
falsos; em seguida, avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e adequação entre
seus elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e
por indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo específico de rela-
ção entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos argumentativos mais empregados para com-
provar uma afirmação: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São
expressões comuns nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior relevância que. Em-
pregam-se também dados estatísticos, acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme os
dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de causas e consequências, usando-
-se comumente as expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em virtude
de, em vista de, por motivo de.
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar ou esclarecer os pontos de vista apresenta-
dos. Pode-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação. Na explicitação por
definição, empregamse expressões como: quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, segundo, na opinião de, no parecer de,
consoante as ideias de, no entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela interpretação,
em que são comuns as seguintes expressões: parece, assim, desse ponto de vista.
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de elementos que comprovam uma opinião, tais
como a enumeração de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são frequentes as ex-
pressões: primeiro, segundo, por último, antes, depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente,
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, respectivamente. Na enumeração de fatos
em uma sequência de espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, além, adiante, perto
de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de se estabelecer a comparação, com a finalidade
de comprovar uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma forma, tal como, tanto
quanto, assim como, igualmente. Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
que, melhor que, pior que.

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Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo
encontram-se:
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade reconhecida em certa área do conhecimento
dá apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credibilidade da autoridade
citada. Lembre-se que as citações literais no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na linha de raciocínio que ele considera mais ade-
quada para explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais caráter confirmatório
que comprobatório.
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é
aceito como válido por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse caso, incluem-se
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, mortal, aspira à imortalidade);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postulados e axiomas);
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem
razões que a própria razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se discute); diz res-
peito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que parece absurdo).
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de um fato ou afirmação pode ser comprovada por
meio de dados concretos, estatísticos ou documentais.
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se realiza por meio de argumentos racionais,
baseados na lógica: causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, julgamento, pronunciamentos, apreciações
que expressam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, e só os fatos provam.
Em resumo toda afirmação ou juízo que expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade dos argumentos, porém, pode ser contesta-
da por meio da contra-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-argumentação:
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clás-
sico é a contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses para eliminá-las, apresentando-se, então,
aquela que se julga verdadeira;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringin-
do-se a universalidade da afirmação;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consiste em refutar um argumento empregando os
testemunhos de autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em desautorizar dados reais, demonstrando que o
enunciador baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se na
argumentação afirmou-se, por meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvi-
mento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser
comprovada. Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é que gera o controle
demográfico”.
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para desenvolver um tema, que podem ser ana-
lisadas e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em seguida, sugerem-se os
procedimentos que devem ser adotados para a elaboração de um Plano de Redação.
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução tecnológica
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder a interrogação (assumir um ponto de vista);
dar o porquê da resposta, justificar, criando um argumento básico;
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e construir uma contra-argumentação; pensar a
forma de refutação que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la (rever tipos de argumen-
tação);

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- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas
ao tema (as ideias podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequência);
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o argumento básico;
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que poderão ser aproveitadas no texto; essas
ideias transformam-se em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argumento básico;
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma sequência na apresentação das ideias selecio-
nadas, obedecendo às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou menos a seguinte:
Introdução
- função social da ciência e da tecnologia;
- definições de ciência e tecnologia;
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
Desenvolvimento
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvolvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as condições de vida no mundo atual;
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica
dos países subdesenvolvidos;
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do passado; apontar semelhanças e diferenças;
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros urbanos;
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar mais a sociedade.
Conclusão
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos apresentados.
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de redação: é um dos possíveis.
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece entre dois textos, quando um texto já criado
exerce influência na criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade como sendo a criação
de um texto a partir de outro texto já existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções dife-
rentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a
textos literários.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de não só persuadir o leitor como
também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc).
Intertextualidade é a relação entre dois textos caracterizada por um citar o outro.
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de um texto com clareza. Ela diz respeito à ma-
neira como as ideias são organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compreensão textual. Na
redação espera-se do autor capacidade de mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente,
além de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
Coerência
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa
adequada relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na linguagem popular: “di-
zer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se estabelece entre as partes do texto. Uma
ideia ajuda a compreender a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma das partes ganha
sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos elementos formativos de um texto.

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A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito aos conceitos e às relações semânticas que
permitem a união dos elementos textuais.
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante de uma língua, quando não encontra sentido
lógico entre as proposições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, tomada em sentido
lato, que permite a esse falante reconhecer de imediato a coerência de um discurso.
A coerência:
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão conceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Coesão
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, numa linha de sequência e com os quais se
estabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, fala-se em coesão
gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre palavras, expressões ou frases do texto. Ela ma-
nifesta-se por elementos gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os componentes do texto.
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical, que é obtida pelas relações de sinônimos,
hiperônimos, nomes genéricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir do emprego ade-
quado de artigo, pronome, adjetivo, determinados advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
A coesão:
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
PONTO DE VISTA
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes sentidos ao leitor em relação à uma obra.
Existem três pontos de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que compreende a perspectiva
através da qual se conta a história. Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, considera-se dois pontos de vista como funda-
mentais: O narrador-observador e o narrador-personagem.
Primeira pessoa
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto de vista, ou seja, o escritor usa a primeira
pessoa. Nesse caso, lemos o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo também sa-
ber quais são seus pensamentos, o que causa uma leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas
nossas vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e só descobrimos ao decorrer da
história.
Segunda pessoa
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com
que o leitor se sinta quase como outro personagem que participa da história.
Terceira pessoa
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas observasse a ação acontecer. Os diálogos não são
como na narrativa em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como alguém que estivesse
apenas contando o que cada personagem disse.

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Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmitida ao leitor por um ou vários personagens.
Se a história é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para outro deve ser bem
clara, para que quem estiver acompanhando a leitura não fique confuso.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a com-
preensão do que é dito, ou lido. Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e retomada
do que foi escrito ou dito, são os referentes textuais, que buscam garantir a coesão textual para que haja coe-
rência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a sequência de orações dentro
do texto.
Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores
que os participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o
público a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego
de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego
de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o
contexto – decorre daí a coerência textual.
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa
incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de
parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto.
Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e
orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica,
recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja
uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto.
Além disso, relembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que
compõem a estrutura textual.
Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto:
- Substituição de palavras com o emprego de sinônimos, ou de palavras ou expressões do mesmo campo
associativo.
- Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgas-
tar / desgaste / desgastante).
- Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intenção articulatória,
e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande
na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima)
- Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um
deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico).
- Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais espe-
cífico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato.
- Substitutos universais, como os verbos vicários (verbos que substituem um outro empregado anteriormen-
te). Ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro.
A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como certos pronomes, certos advérbios e ex-
pressões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quando, ao remeter a um enunciado
anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar
de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas
orações.).

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Dêiticos são elementos linguísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou
ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são
elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa.
Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora,
hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).”
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e
coerência relaciona--se intimamente a contexto.
A seleção vocabular
Na produção de texto, a seleção vocabular também é importante elemento de coesão, já que, muitas vezes,
substituímos uma palavra que já empregamos por outra que lhe retoma o sentido. Observe:
Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz, no entanto o magistrado não acatou a solicitação dos
patronos do acusado.
Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patronos e acusado funcionam como elementos de coe-
são, pois retomam, respectivamente, os termos juiz, pedido, advogados e réu. Veja que a seleção vocabular
utilizada na frase acima, além de dar coesão ao texto, tem função estilística, pois permite que não se repitam
as mesmas palavras.
Os mecanismos de combinação e seleção – a coerência e articulação de sentidos
Como você já deve ter percebido, escrever não é só colocar as ideias no papel. Até porque essas ideias não
surgem do nada. Elas fazem parte do processo de comunicação de que participamos e de todas as informações
que nos chegam, através de trocas de experiências com seus interlocutores e muita, muita leitura.
Veja a manchete de um jornal de grande circulação nacional que publicou o seguinte:
Professoras mandam carta a deputados protestando contra o aumento de seus salários.
Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o leitor poderia entendê-la de dois modos diversos: as
professoras, chateadas com o aumento insignificante de seus salários, reclamam, protestando, através de uma
carta, aos senhores deputados; ou as professoras questionam o aumento de salário que os deputados tiveram,
comparando com o salário delas e escrevem-nos protestando.
Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece quando menos esperamos?
Nesse caso, é o emprego do pronome “seus” o causador desse duplo sentido. Podemos dizer que o prono-
me possessivo destacado tanto pode se referir aos salários das professoras como dos deputados.
Sendo o texto uma ‘unidade de sentido’, os elementos que o compõem (palavras, orações, períodos) preci-
sam se relacionar harmonicamente.
A estruturação de uma simples frase pode ser comparada com a articulação de um esqueleto com seus
ossos. Do mesmo jeito que uma articulação entre dois ou mais ossos acontece, resultando num movimento, as
palavras devem combinar umas com as outras numa articulação de pensamentos, tornando o texto coeso, com
nexo. Não se esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo”.
Esse modo de estruturar o texto, a combinação e seleção das palavras para evitar a falta de nexo, recebe o
nome de mecanismos de coesão.
A coesão decorre das relações de sentido que se operam entre os elementos de um texto. Também resulta
da perfeita relação de sentido que tem de haver entre as partes de um texto. Assim, o uso de conectivos é de
grande importância para que possa haver coesão textual.
Leia o texto que se segue:

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“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações é preciso que todos sejam livres para manifes-
tar opiniões e críticas sobre o comportamento do governo. Não basta, porém, dizer na Constituição que essas
liberdades existem. É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o povo para a obtenção e divul-
gação de informações, e por esses meios o povo participe constantemente do governo, que existe para realizar
sua vontade, satisfazer suas necessidades e promover a melhoria de suas condições de vida”.
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São Paulo: Editora Moderna, 1985. p. 41.
Atente para o fato de que as orações que formam esse trecho apresentam uma perfeita relação de sentido
criada com a ajuda dos conectivos. Vamos analisar um a um os períodos encontrados no texto transcrito acima
para entender esses mecanismos relacionais que os conectivos nos dão.
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações é preciso que todos sejam livres para manifestar
opiniões e críticas sobre o comportamento do governo.”
No 1º segmento, encontramos a locução conjuntiva “além de” que introduz as orações seguintes, ambas su-
bordinadas adverbiais finais ‘para receber e (para) transmitir’, que por sua vez são coordenadas aditivas entre
si, ou seja, têm a mesma função.
Na 2ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição que essas liberdades existem”, a conjunção destaca-
da indica contradição, oposição ou restrição ao que foi dito na oração anterior.
Já, no último segmento do texto encontramos o pronome relativo “que” retomando o substantivo “governo”
da oração anterior e que aparece como oração principal de três outras orações subordinadas a ela, também
com o sentido de finalidade – para realizar sua vontade; (para) satisfazer suas necessidades e (para) promover
a melhoria de suas condições de vida.
‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o povo para a obtenção e divulgação de infor-
mações, e por esses meios o povo participe constantemente do governo, que existe para realizar sua vontade,
satisfazer suas necessidades e promover a melhoria de suas condições de vida”.
Repare que trabalhamos com os conectores (outro nome para os conectivos), visando à perfeita relação de
sentido que deve haver entre as partes que compõem um texto.
Sendo os conectivos elementos que relacionam partes de um discurso, estabelecendo relações de significa-
do entre essas partes, possuem valores próprios, uns exprimindo finalidade, outros, oposição; outros, escolha
e assim por diante.
A seleção vocabular é também um importante mecanismo coesivo e a estamos empregando quando subs-
tituímos uma palavra que já foi usada por outra que lhe retoma o sentido. Podemos usar sinônimos, pronomes
(retos ou oblíquos), pronomes relativos, etc. Esse mecanismo seletivo, além de dar coesão ao texto, tem função
estilística, pois permite que as palavras não sejam repetidas.
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto coerente e coeso quando este não contém contradi-
ções, o vocabulário utilizado está adequado, as afirmações são relevantes para o desenvolvimento do tema, os
fatos estão corretamente sequenciados, ou seja, o texto deverá estar constituído de relações de sentido entre
os vocábulos, expressões e frases e do encadeamento linear das unidades linguísticas no texto.
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá coesão quando, por exemplo, empregarmos con-
junções e pronomes de modo inadequado, deixarmos palavras ou até frases inteiras desconectadas e quando
a escolha vocabular for inadequada, levando à ambiguidade, entre outros problemas.
Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão no texto produzido por você, o melhor que se tem a
fazer é lê-lo atentamente, estabelecer as relações entre as palavras que o compõem, as orações que formam
os períodos e, por fim, os períodos que formam o texto.
Como você pôde notar, a coesão e a coerência textuais são elementos facilitadores para a compreensão
perfeita de um texto.
Coerência diz respeito a tudo que se harmoniza entre si, que tem ligação. O conceito da palavra relaciona-se
à presença de conexão, de nexo entre as ideias. Isso porque buscamos sempre a existência de sentido, quer
seja ao refletirmos sobre algo, quer seja interpretando o que nos rodeia, quer seja ao tentarmos compreender
o conteúdo daquilo que nos é apresentado em forma de texto escrito. Assim, podemos inferir que o uso de al-
gumas expressões pode comprometer o entendimento de um texto.

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“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase leva- -nos a refletir sobre a organização das ideias
em um texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmente devemos dominar o assunto sobre o qual
iremos tratar e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, do contrário haverá dificuldade em trans-
mitir ideias bem acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a experiência de vida antecedem o
ato de escrever.
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos escrever, feito o esquema de exposição da matéria,
é necessário saber ordenar as ideias em frases bem estruturadas. Logo, não basta conhecer bem um determi-
nado assunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores.
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso aliado para organizarmos as ideias de maneira clara em
frases. Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sintaxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte
da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação
lógica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistura”, isto é, saber misturar as palavras
de maneira a produzirem um sentido evidente para os receptores das nossas mensagens. Observe:
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está Latina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e na América Latina.
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma frase, as palavras estão amontoadas sem a realização
de “uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe
ocorreu de maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de língua portuguesa inteirados da situação
econômica e cultural do mundo atual.
A Ordem dos Termos na Frase
Leia novamente a frase contida no item 2. Note que ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramaticalmente tal frase, tudo depende da necessidade ou da
vontade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos seus termos.
Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões e intercalações em nossas frases, con-
forme a nossa vontade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos transmitir uma ideia. Por exemplo,
podemos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:
No Brasil e na América Latina, a globalização está causando desemprego.
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase
a alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que, para obter a clareza tivemos que fazer o uso
de vírgulas.
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e o que mais nos auxilia na organização de um perío-
do, pois facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando
produzimos frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem organizadas aos nossos leitores.
O básico para a organização sintática das frases é a ordem direta dos termos da oração. Os gramáticos
estruturam tal ordem da seguinte maneira:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL+ CIRCUNSTÂNCIAS
A globalização + está causando+ desemprego + no Brasil nos dias de hoje.
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas contêm todos estes elementos, portanto cabem
algumas observações:
- As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quando queremos recordar algo ou narrar uma história, exis-
te a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases: “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…”
“Nas minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e outros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No
Brasil existe…”
Observações:
- tais construções não estão erradas, mas rompem com a ordem direta;
- é preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. São quatro horas agora;

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- Outras frases são construídas com verbos intransitivos, que não têm complemento: O menino morreu na
Alemanha, (sujeito +verbo+ adjunto adverbial), A globalização nasceu no século XX. (idem)
- Há ainda frases nominais que não possuem verbos: Cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a
ordem direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos existentes nelas.
Levando em consideração a ordem direta, podemos estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula:
1) Se os termos estão colocados na ordem direta não haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um
exemplo disto:
A globalização está causando desemprego no Brasil e na América Latina.
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração por três vezes ou mais, então é necessário usar a vír-
gula, mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a regra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja:
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” causam desemprego… = (três núcleos do sujeito)
A globalização causa desemprego no Brasil, na América Latina e na África. = (três adjuntos adverbiais)
A globalização está causando desemprego, insatisfação e sucateamento industrial no Brasil e na América
Latina. = (três complementos verbais)

2) Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar com vírgula os termos
da oração. Veja exemplos de tal incorreção:
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego.

Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgu-
las, assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é a regra básica nº2 para a colocação da vírgula.
Dito em outras palavras: quando intercalamos expressões e frases entre os termos da oração, devemos isolar
os mesmos com vírgulas. Vejamos:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de século XX, causa desemprego no Brasil.
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o sujeito e o verbo. Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, está causando desemprego no Brasil e na América
Latina.
Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
As orações adjetivas explicativas desempenham frequentemente um papel semelhante ao do aposto expli-
cativo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu complemento.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, no Brasil…
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não pertence ao assunto: globalização, da frase principal, tal
oração é apenas um comentário à parte entre o complemento verbal e os adjuntos.
Obs: a simples negação em uma frase não exige vírgula:
A globalização não causou desemprego no Brasil e na América Latina.

3) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra
nº3 da colocação da vírgula.
No Brasil e na América Latina, a globalização está causando desemprego…
No fim do século XX, a globalização causou desemprego no Brasil…

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Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente se dá com a colocação das circunstâncias antes do
sujeito. Trata- -se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramática, são representadas pelos adjuntos ad-
verbiais. Muitas vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais que têm uma função semelhante
a dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
Quando o século XX estava terminando, a globalização começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia desenvolvem--se, a globalização causa desemprego nos
países pobres.
Durante o século XX, a Globalização causou desemprego no Brasil.
Obs 1: alguns gramáticos, Sacconi, por exemplo, consideram que as orações subordinadas adverbiais de-
vem ser isoladas pela vírgula também quando colocadas após as suas orações principais, mas só quando
a) a oração principal tiver uma extensão grande: por exemplo: A globalização causa… , enquanto os paí-
ses…(vide frase acima);
b) Se houver uma outra oração após a principal e antes da oração adverbial: A globalização causa desempre-
go no Brasil e as pessoas aqui estão morrendo de fome , enquanto nos países portadores de alta tecnologia…
Obs 2: quando os adjuntos adverbiais são mínimos, isto é, têm apenas uma ou duas palavras não há ne-
cessidade do uso da vírgula:
Hoje a globalização causa desemprego no Panamá.
Ali a globalização também causou…
A não ser que queiramos dar ênfase: Aqui, a globalização…

Obs3: na língua escrita, normalmente, ao realizarmos a ordem inversa, emprestamos ênfase aos termos que
principiam as frases. Veja este exemplo de Rui Barbosa destacado por Garcia:
“A mim, na minha longa e aturada e continua prática do escrever, me tem sucedido inúmeras vezes, depois
de considerar por muito tempo necessária e insuprível uma locução nova, encontrar vertida em expressões
antigas mais clara, expressiva e elegante a mesma ideia.”
Estas três regras básicas não solucionam todos os problemas de organização das frases, mas já dão um
razoável suporte para que possamos começar a ordenar a expressão das nossas ideias. Em suma: o impor-
tante é não separar os termos básicos das orações, mas, se assim o fizermos, seja intercalando ou invertendo
elementos, então devemos usar a vírgula.
- Quanto à equivalência e transformação de estruturas, outro exemplo muito comum cobrado em provas é o
enunciado trazer uma frase no singular, por exemplo, e pedir que o aluno passe a frase para o plural, mantendo
o sentido. Outro exemplo é o enunciado dar a frase em um tempo verbal, e pedir para que a passe para outro
tempo verbal.
O termo paralelismo corresponde a uma relação de equivalência, por semelhança ou contraste, entre dois ou
mais elementos. É um recurso responsável por uma boa progressão textual. Dizemos que há paralelismo em
uma estrutura quando há uma correspondência rítmica, sintática/gramatical ou semântica entre as estruturas.
Vejam a tirinha a seguir da famosa personagem Mafalda:

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No segundo quadrinho, na fala da mãe da menina, há uma estrutura sintaticamente equivalente:
“[PARA TRABALHAR,] [PARA NOS AMAR,] [PARA FAZER DESTE MUNDO UM MUNDO MELHOR]”
As três orações em destaque obedecem a uma mesma estrutura sintática: iniciam-se com a preposição
“para” e mantêm o verbo no infinitivo. A essa relação de equivalência estrutural, damos o nome de paralelismo.
Analisemos o próximo exemplo:

Vejam como o slogan da marca de cosméticos “Nívea” também segue uma estrutura em paralelismo – “BE-
LEZA QUE SE VÊ, BELEZA QUE SE SENTE”. Notem que a repetição é intencional, mantendo uma unidade
gramatical.
O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja, promove a conexão das ideias, através de repetições
planejadas, trazendo unidade a um texto.
Vejamos o exemplo a seguir:
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
Há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para respeitarmos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la
das seguintes maneiras:
a) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM] E [MELHORAR O SISTEMA.]
Ou
b) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDANÇAS NA DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
Vejam que, na primeira reescrita, mantivemos verbos no infinitivo iniciando as orações – “mudar” e “melho-
rar”. Já na segunda, mantivemos bases nominais – substantivos – “mudanças” e “melhorias”. Dessa forma,
estabelecemos o paralelismo nas frases.
“Mas como achar o tal do paralelismo?”. Uma dica boa é encontrar os conectivos na frase. Eles são im-
portantes marcadores textuais para ajudá-los a identificar as estruturas que devem permanecer em relação de
equivalência. Exemplo:
Queremos amor E ter paz.

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O verbo querer possui duas ideias que o complementam: “amor” E “ter paz”. O conectivo “e” marca o para-
lelismo. As estruturas por ele ligadas estão iguais gramaticalmente? Não. Uma é um substantivo e a outra uma
oração. Para equilibrá-las, podemos reescrever, por exemplo, das seguintes formas:
Queremos [amor] e [paz].
Ou
Queremos [ter amor] e [ter paz].
Ou
Queremos ter [amor] e [paz].
PARALELISMO SINTÁTICO OU GRAMATICAL
É aquele em que se nota uma correlação sintática numa estrutura frasal a partir de termos ou orações seme-
lhantes morfossintaticamente. Veja os exemplos a seguir:
Exemplo 1:
O condenado não só [roubou], mas também [é sequestrador].
Corrigindo, temos:
Ele não só roubou, mas também sequestrou.
Os termos “não só... mas também” estabelecem entre as orações coordenadas uma relação de equivalência
sintática. Dessa forma, é preciso que as orações apresentem a mesma estrutura gramatical.
Exemplo 2:
O cidadão precisa [de educação], [respeito] e [solidariedade].
Corrigindo, temos:
O cidadão precisa [de educação], [de respeito] e [de solidariedade]. (os três complementos verbais devem
vir preposicionados - encadeamento de funções sintáticas)
Exemplo 3:
[Gosto] e [compro] livros.
Nesse caso, temos um problema na construção. O verbo “gostar” é transitivo indireto, enquanto o verbo
“comprar” é transitivo direto. A frase mostra-se incompleta sintaticamente, uma vez que só há um complemento
verbal (“livros”).
Corrigindo, temos:
Gosto [de livros] e [os] compro.
OI OD
Exemplo 4:
Quero [sua ajuda] e [que você venha].
Nesse caso, o paralelismo foi quebrado, uma vez que os complementos do verbo “querer” têm “pesos sin-
táticos” diferentes: “sua ajuda” é um objeto direto “simples” e “que você venha” é um objeto direto oracional.
Repare que os objetos estão ligados pelo conectivo “e”, devendo, portanto, haver uma equivalência entre eles.
Corrigindo, temos:
Quero [sua ajuda] e [sua vinda].
ou
Quero [que você me ajude] e [que você venha].
PARALELISMO SEMÂNTICO
É aquele em que se observa uma correlação de sentido entre as estruturas. Observe:
“Trocava [de namorada] como trocava [de blusa]”.

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“Marcela amou-me durante [quinze meses] e [onze contos de réis]”
(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas)
Notem que, apesar de haver paralelismo gramatical ou sintático nas frases, não há uma correlação semân-
tica.
No primeiro caso trocar “de namorada” não equivale a trocar “de blusa”; no segundo, amar “durante quinze
meses” (tempo) não corresponde a amar “durante onze contos de réis”. São relações de sentido diferentes.
Dessa forma, podemos dizer que houve uma “quebra” do paralelismo semântico, pois é feita uma aproximação
entre elementos de “carga significativa” diferente. Entretanto, isso foi intencional e não deve ser visto como uma
falha de construção.
Na maioria das vezes, esse tipo de construção é proposital para trazer a um trecho determinado efeito de
sentido a partir da ironia ou do humor, como nos exemplos acima.

PARALELISMO RÍTMICO
O paralelismo rítmico é um recurso estilístico de grande efeito, do qual alguns autores se servem com o
propósito de dar maior expressividade ao pensamento.
Vejam os exemplos a seguir, retirados do livro “Comunicação em prosa moderna”, de Othon Garcia:
“Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o cisne é negro; se com amor, o demônio é
formoso; se com ódio, o anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante”.
(“Sermão da quinta quarta-feira”, apud M. Gonçalves Viana, Sermões e lugares seletos, p. 214)
“Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as esquadrinhou com maior estudo, nem as enten-
deu com maior propriedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou com maior clareza, nem as
recapacitou com mais facilidade, nem as propugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com maior
abundância”.
(M.Bernardes)
Repare as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas construções acima, caracterizando um parale-
lismo rítmico.

Tipologia textual e Gêneros textuais

Tipos e genêros textuais


Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abrangentes que objetivam a distinção e definição da
estrutura, bem como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e explicação. Eles apresentam
estrutura definida e tratam da forma como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clássicos
que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo.
Vejamos alguns exemplos e as principais características de cada um deles.
Tipo textual descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de
um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, um movimento etc.
Características principais:
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adjetivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjeti-
va), por sua função caracterizadora.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enumeração.
• A noção temporal é normalmente estática.
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a definição.

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• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anúncio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
Exemplo:
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
(Vinícius de Moraes)
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, instrui o interlocutor. Chamado também de
texto instrucional, o tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos, nas leis
jurídicas.
Características principais:
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com verbos de comando, com tom imperativo; há tam-
bém o uso do futuro do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas re-
flexivas etc.
Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleitoral) – Não podem alistar-se eleitores: os que
não saibam exprimir-se na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direi-
tos políticos. Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes
ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.
Tipo textual expositivo
A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver raciocínio, analisar contextos, dados e fatos, por
meio de exposição, discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação pode ser expositiva ou
argumentativa.
A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um assunto de maneira atemporal, com o objetivo de
explicá-lo de maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, informar.
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa de ponto de vista.
• Apresenta linguagem clara e imparcial.
Exemplo:

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O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no questionamento, na reflexão, na polemização,
no debate, na expressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um determinado tema.
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a dissertação expositiva (ou informativa) e a argumen-
tativa (ou opinativa).
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um assunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcial-
mente.
Tipo textual dissertativo-argumentativo
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concursos — apresenta posicionamentos pessoais e
exposição de ideias apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, clareza, respeito pelo
registro formal da língua e coerência, seu intuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
(leitor ou ouvinte).
Características principais:
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento e conclusão): ideia principal do texto (tese);
argumentos (estratégias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho de autoridade, citações,
confronto, comparação, fato, exemplo, enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com sugestão/
solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações informais) e na 3ª pessoa do presente do
indicativo (normalmente nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e um caráter de ver-
dade ao que está sendo dito.
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modalizações discursivas (indicando noções de possi-
bilidade, certeza ou probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o desenvolvimento coerente da ideia principal,
evitando-se rodeios.
Exemplo:
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvolvimento, como o nosso, podem ser resolvidos
com uma eficiente administração política (tese), porque a força governamental certamente se sobrepõe a pode-
res paralelos, os quais – por negligência de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metrópoles.
Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os traficantes, o que comprovou uma verdade simples:
se for do desejo dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da população, isso é plenamente pos-
sível (estratégia argumentativa: fato-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar de
mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o caos se estabelece; o povo tem e sempre terá
de colaborar com uma cobrança efetiva (conclusão).
Tipo textual narrativo
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num de-
terminado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, personagens, tempo,
espaço e narrador (ou foco narrativo).
Características principais:
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da história – onipresente) ou de 3ª pessoa (não par-
ticipa da história – onisciente).
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em prosa, não em verso.
Exemplo:
Solidão
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era o que o tornava assim. Conheceu Maria,
também solteira, só e feliz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. Dura poucas se-
manas. Não havia mesmo como dar certo: ao se unirem, um tirou do outro a essência da felicidade.

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Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/4835684
GÊNEROS TEXTUAIS
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes de expressão comunicativa. As muitas formas
de elaboração de um texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu produtor. Logo, os gêneros
apresentam maior diversidade e exercem funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservando características preponderantes. Vejamos,
agora, uma tabela que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textuais que neles predo-
minam.

Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais


Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Descritivo
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Receita culinária
Bula de remédio
Injuntivo Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos
Seminários
Palestras
Conferências
Expositivo Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Resenha
Dissertativo-argumentativo Artigo
Ensaio
Monografia, dissertação de mestrado e tese de dou-
torado

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Romance
Novela
Crônica
Narrativo
Contos de Fada
Fábula
Lendas
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da forma como o texto se apresenta. Os gêneros
textuais são fluidos, infinitos e mudam de acordo com a demanda social.

Ortografia

ORTOGRAFIA OFICIAL
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronuncia-
da nos grupos gue, gui, que, qui.
Regras de acentuação
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento
tônico na penúltima sílaba)

Como era Como fica


alcatéia alcateia
apóia apoia
apóio apoio

Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas continuam com acento: Ex.: papéis, herói,
heróis, troféu, troféus.
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um di-
tongo.

Como era Como fica


baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento perma-
nece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica


abençôo abençoo
crêem creem

– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/
polo(s) e pêra/pera.

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Atenção:
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
• Permanece o acento diferencial em pôr/por.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus
derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma.
Uso de hífen
Regra básica:
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.
2. Prefixo terminado em consoante:
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações:
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras
iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navega-
ção, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobriga-
ção, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante.
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, ma-
dressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra,
além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando muita coisa. Mas não podemos parar, não é
mesmo?!?! Por isso vamos passar para mais um ponto importante.

Acentuação gráfica

Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons com mais relevo do que outros. Os sinais diacrí-
ticos servem para indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. Vejamos um por um:
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre aberto.
Já cursei a Faculdade de História.
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre fechado.

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Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este caso afundo mais à frente).
Sou leal à mulher da minha vida.
As palavras podem ser:
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, sa-bo-ne-te, ré-gua...)
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S),
EI(S) (amável, elétron, éter, fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S), E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xa-
rás, convéns, robô, Jô, céu, dói, coronéis...)
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só treinar e fixar as regras.
Divisão silábica
A cada um dos grupos pronunciados de uma determinada palavra numa só emissão de voz, dá-se o nome
de sílaba. Na Língua Portuguesa, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal, não existe sílaba sem vogal e nunca
mais que uma vogal em cada sílaba.
Para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra.
Mas preste atenção, pois as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar semivogais.
Classificação por número de sílabas
Monossílabas: palavras que possuem uma sílaba.
Exemplos: ré, pó, mês, faz
Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas.
Exemplos: ca/sa, la/ço.
Trissílabas: palavras que possuem três sílabas.
Exemplos: i/da/de, pa/le/ta.
Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas.
Exemplos: mo/da/li/da/de, ad/mi/rá/vel.
Divisão Silábica
- Letras que formam os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs”, e “xc” devem permanecer em sílabas diferentes.
Exemplos:
des – cer
pás – sa – ro...
- Dígrafos “ch”, “nh”, “lh”, “gu” e “qu” pertencem a uma única sílaba. Exemplos:
chu – va
quei – jo
- Hiatos não devem permanecer na mesma sílaba. Exemplos:
ca – de – a – do
ju – í – z

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- Ditongos e tritongos devem pertencer a uma única sílaba. Exemplos:
en – xa – guei
cai – xa
- Encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas não permanecem juntos, exceto aqueles em que
a segunda consoante é “l” ou “r”. Exemplos:
ab – dô – men
flau – ta (permaneceram juntos, pois a segunda letra é representada pelo “l”)
pra – to (o mesmo ocorre com esse exemplo)
- Alguns grupos consonantais iniciam palavras, e não podem ser separados. Exemplos:
peu – mo – ni – a
psi – có – lo – ga
Acento Tônico
Quando se pronuncia uma palavra de duas sílabas ou mais, há sempre uma sílaba com sonoridade mais
forte que as demais.
valor - a sílaba lor é a mais forte.
maleiro - a sílaba lei é a mais forte.
Classificação por intensidade
-Tônica: sílaba com mais intensidade.
- Átona: sílaba com menos intensidade.
- Subtônica: sílaba de intensidade intermediária.
Classificação das palavras pela posição da sílaba tônica
As palavras com duas ou mais sílabas são classificadas de acordo com a posição da sílaba tônica.
- Oxítonos: a sílaba tônica é a última. Exemplos: paletó, Paraná, jacaré.
- Paroxítonos: a sílaba tônica é a penúltima. Exemplos: fácil, banana, felizmente.
- Proparoxítonos: a sílaba tônica é a antepenúltima. Exemplos: mínimo, fábula, término.
Usos de “porque”, “por que”, “porquê”, “por quê”
O emprego correto das diferentes formas do “porque” sempre gera dúvida. Resumidamente, esses são seus
usos corretos:
Perguntas = por que
Respostas = porque
Perguntas no fim das frases = por quê
Substantivo = (o) porquê
Vejamos uma explicação melhor de cada um:
Por que?
Usamos em perguntas. “Por que” separado e sem acento é usado no começo das frases interrogativas dire-
tas ou indiretas, e pode ser substituído por: “pela qual” ou suas variações.
Trata-se de um advérbio interrogativo formado da união da preposição “por” e o pronome relativo “pelo qual”.
Exemplos: Por que está tão quieta?
Não sei por que tamanho mau humor.

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Porque?
Usamos em respostas. Escrito junto e sem acento, trata-se de conjunção subordinativa causal ou coordena-
tiva explicativa, e pode ser substituído por palavras, como “pois”, ou as expressões “para que” e “uma vez que”.
Por quê?
Usamos em perguntas no fim das frases. Escreve-se separado e com acento circunflexo, e é usado no final
das interrogativas diretas ou de forma isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interrogativo ou exclama-
tivo.
Exemplos: O portão não foi aberto por quê
Não vai comer mais? Por quê?
Porquê?
Usamos como substantivo, grafado junto e com acento circunflexo. Seu significado é “motivo” ou “razão”, e
aparece nas sentenças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objetivo de explicar o motivo
dentro da frase.
Exemplo: Não disseram o porquê de tanta tristeza.

Mau e Bom
Os Antônimos em questão são adjetivos, ou seja, eles dão característica a um substantivo, locução ou qual-
quer palavra substantivada. Seu significado está ligado à qualidade ou comportamentos, podendo ser tanto
sinônimos de “ruim/ótimo” e “maldoso/bondoso”. As palavras podem se flexionar por gênero e nûmero, se tor-
nando “má/boa”, “maus/bons” e “más/boas”. Veja alguns exemplos e entenda melhor o seu uso.
Ele é um mau aluno
Anderson é um bom lutador
Essa piada foi de mau gosto
Não sei se você está tendo boas influências

Mal e Bem
Essas palavras normalmente são usadas como advérbios, ou seja, elas caracterizam o processo verbal.
São advérbios de modo e podem ser sinônimos de “incorretamente/corretamente”, “erradamente/certamente”
e “negativamente/positivamente”. Mal também pode exercer função de conjunção, ligando dois elementos ou
orações com o significado de “assim que”. Outro uso comum para estas palavras é o de substantivo, podendo
significar uma situação negativa ou positiva. Veja os exemplos seguidos das funções das palavras em cada um
deles para uma compreensão melhor.
Maria se comportou mal hoje. – Adverbio
Eles representaram bem a sala. – Adverbio
Mal começou e já terminou. – Conjunção
Eles são o mal da sociedade. – Substantivo
Vocês não sabem o bem que fizeram. – Substantivo.

MAIS OU MAS

Usadas para adição ou adversidade


As palavras mais ou mas têm sons iguais, mas são escritas de formas diferentes e cada uma faz parte de
uma classificação da morfologia. Seus significados no contexto também vão mudar dependendo da palavra
usada.
No dia a dia, no discurso informal, é comum ouvir as pessoas falando “mais” quando, na verdade, querem se
referir à expressão “mas” para dar sentido de oposição à frase. Por isso, é importante falar certo para escrever
adequadamente.

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Há formas fáceis e rápidas para entender a diferença de quando usar mais ou mas por meio de substituições
de palavras. Elas serão explicadas ao longo do texto. Continue lendo este artigo para nunca mais ter dúvidas
sobre o uso destas expressões e ter sucesso na sua prova.

Quando usar Mais


A palavra “mais” tem sentido de adição, soma, comparação ou quantidade. É antônima de “menos”. Na dú-
vida entre mais ou mas, utilize a opção com “i” quando o interlocutor quiser passar a ideia de numeral.

Exemplos:
- Mais café, por favor! / + café, por favor!
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis + seis é igual a doze.
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto + conhecimento, melhor.
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota + alta da turma.
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de + frutas no café da manhã.
A forma mais comum de usar “mais” é como advérbio de intensidade, mas existem outras opções. Esta pa-
lavra pode receber classificações variadas a depender do contexto da oração. E assumir a forma de um subs-
tantivo, pronome indefinido, advérbio de intensidade, preposição ou conjunção.

Como identificar
Para saber quando deverá ser usado “mais” ao invés de “mas”, troque pelo antônimo “menos”.

Assim:
- Mais café, por favor! / Menos café, por favor!
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis menos seis é igual a zero.
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto menos conhecimento, pior.
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota menos alta da turma.
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de menos frutas no café da manhã.

Quando usar Mas


A palavra “mas”, por ser uma conjunção adversativa, é usada para transmitir ideia de oposição ou adversida-
de. Ela pode ser substituída pelas conjunções porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto e não obstante.

Como identificar
Para saber quando deve-se usar “mas”, pode-se substituir a palavra por outra conjunção.

Exemplos:
- Sairei mais tarde de casa, mas (porém) não chegarei atrasado no trabalho.
- É uma ótima sugestão, mas (no entanto) precisa passar pela gerência.
- Prefiro estudar Português a Matemática, mas (contudo) hoje tive que estudar Trigonometria.
- Não peguei engarrafamento, mas (entretanto) chegarei atrasado na escola.
Dica esperta para identificar o “mas” na oração: como você pode ver nos exemplos, a palavra “mas” vem
sucedendo uma vírgula. Esta observação se aplica em muitos casos que geram a dúvida de quando usar “mais
ou mas” no texto.
Além da dica acima, na hora de identificar o uso de mais ou mas, atente-se para a possibilidade da palavra
“mas” assumir característica de substantivo, quando trouxer ideia de defeito, e advérbio, quando intensificar ou
der ênfase à afirmação.

Exemplos:

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1) Como ideia de defeito: Messias é um bom garoto, mas anda com más influências.

A frase expressa defeito porque embora Messias seja um bom garoto, anda com más influências.

2) Como ênfase: Carlos é ingênuo, mas tão ingênuo, que todo mundo tira vantagem disso.

A frase passa a ter intensidade quando utilizou-se o termo em negrito.


Observação: a palavra mas não deve ser confundida com más porque esta palavra quando é acentuada
passa a ter equivalência de plural do adjetivo “má”, que é o oposto de “boa”. Exemplo: “As más companhias não
renderão um futuro promissor”.

Mais ou mas em composições


A seguir, observa-se como as expressões foram usadas na música “Mais uma vez”, interpretada por Renato
Russo.
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
(...)
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo

(...)

Compositores: Flavio Venturini / Renato Russo


Na primeira estrofe, observa-se os termos destacados em negrito como exemplos de adversidade ou ressal-
va e adição respectivamente. Já na segunda, tem-se duas ideias de adversidade.
Agora, tem-se o exemplo de como Marisa Monte usou “mais ou mas” na canção “Mais uma vez”, interpretada
por ela.
Mais uma vez eu vou te deixar
Mas eu volto logo pra te ver
Vou com saudades no meu coração
Mando notícias de algum lugar.
(..)
Compositores: Marisa De Azevedo Monte

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Pontuação

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sin-
táticos, destinados a organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas.
Estes sinais também participam de todas as funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”.
(BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é
constituída por alguns sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ],
ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], col-
chetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que termi-
nem por qualquer tipo de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.
Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também
chamada retórica.
Você vai à festa?
Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!
Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque
os fatos se dão com breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), ou
hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.
Dois-pontos ( : )
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado para:
Introduzir uma citação (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma
oração subordinada substantiva apositiva.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
Ponto e vírgula ( ; )
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o ponto, e é empregado num trecho longo,
onde já existam vírgulas, para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enumeração (frequente
em leis), etc.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi também uma linda decoração e bebidas caras.
Travessão ( — )
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição
de sílabas (ab-so-lu-ta-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir vírgulas, parênteses,
colchetes, para assinalar uma expressão intercalada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição
de um diálogo, com ou sem aspas.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.

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Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico mais completo dentro do enunciado, além
de estabelecer maior intimidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parêntese é assinalada
por uma entonação especial. Intimamente ligados aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são
utilizados quando já se acham empregados os parênteses, para introduzirem uma nova inserção.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo governador)
Aspas ( “ ” )
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido particular (na linguagem falada é em geral
proferida com entoação especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para apontar uma pala-
vra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ainda, para marcar o discurso direto e a citação breve.
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
Vírgula
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Evidenciaremos, aqui, os principais usos desse sinal
de pontuação. Antes disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à vírgula:
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “sentimos” o momento certo de fazer uso dela.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em alguns contextos, quando, na leitura de um
texto, há uma vírgula, o leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal, cada um tem seu
tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de textos escritos. Não caia na conversa de algumas
pessoas de que ela é menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma ordem comum de construção de suas frases,
que é Sujeito > Verbo > Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
Maria foi à padaria ontem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocorre por alguns motivos:
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do verbo e o adjunto.
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso
contrário, a vírgula é necessária:
Ontem, Maria foi à padaria.
Maria, ontem, foi à padaria.
À padaria, Maria foi ontem.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é necessário:
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumeração.
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a serem observadas na redação oficial.
• Separa aposto.
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
• Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
• Separa termos repetidos.
Aquele aluno era esforçado, esforçado.

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55
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exemplificativas, como: isto é, ou seja, ademais, a sa-
ber, melhor dizendo, ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com efeito, digo.
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil compreensão.
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complementos).
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (= ... a portaria regulamenta os casos
particulares)
• Separa orações coordenadas assindéticas.
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as ideias na cabeça...
• Isola o nome do lugar nas datas.
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa forma, entretanto, entre outras. E para isolar,
também, expressões conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas informações comprovam,
etc.
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para amenizar o problema.

Estrutura e formação de palavras

estrutura e formação das palavras


As palavras são formadas por estruturas menores, com significados próprios. Para isso, há vários processos
que contribuem para a formação das palavras.
Estrutura das palavras
As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas menores - os morfemas, também chamados
de elementos mórficos:
– radical e raiz;
– vogal temática;
– tema;
– desinências;
– afixos;
– vogais e consoantes de ligação.
Radical: Elemento que contém a base de significação do vocábulo.
Exemplos
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR.
Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos.
Dividem-se em:
Nominais
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
Exemplos
pequenO, pequenA, alunO, aluna.
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas.
Verbais
Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos

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Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem.
Exemplos
1ª conjugação: – A – cantAr
2ª conjugação: – E – fazEr
3ª conjugação: – I – sumIr
Observação
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica oposição masculino/feminino.
Exemplos
livrO, dentE, paletó.
Tema: União do radical e a vogal temática.
Exemplos
CANTAr, CORREr, CONSUMIr.
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se interpõem aos vocábulos por necessidade de eu-
fonia.
Exemplos
chaLeira, cafeZal.
Afixos
Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do radical de uma palavra para a formação de
outra palavra. Dividem-se em:
Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical.
Exemplos
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar.
Sufixo
Afixo que se coloca depois do radical.
Exemplos
contentaMENTO, reallDADE, enaltECER.
Processos de formação das palavras
Composição: Formação de uma palavra nova por meio da junção de dois ou mais vocábulos primitivos. Te-
mos:
Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na estrutura fonética das primitivas.
Exemplos
passa + tempo = passatempo
gira + sol = girassol
Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da estrutura fonética das primitivas.
Exemplos
em + boa + hora = embora
vossa + merce = você

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Derivação:
Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva. Temos:
Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de um prefixo ao radical da primitiva.
Exemplos
CONter, INapto, DESleal.
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um sufixo ao radical da primitiva.
Exemplos
cafezAL, meninINHa, loucaMENTE.
Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de um prefixo e um sufixo ao radical da primi-
tiva ao mesmo tempo.
Exemplos
EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR.
Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra primitiva.
Exemplo
Todos ficaram encantados com seu andar: verbo usado com valor de substantivo.
Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética de uma palavra primitiva para a formação de
uma derivada. Em geral de um verbo para substantivo ou vice-versa.
Exemplos
combater – o combate
chorar – o choro
Prefixos
Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em: vernáculos, latinos e gregos.
Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou foram aportuguesados: a, além, ante, aquém,
bem, des, em, entre, mal, menos, sem, sob, sobre, soto.
Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engar-
rafar, maldição, menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc.
Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina original:
a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar.
a, ad – aproximação, direção: amontoar.
ambi – dualidade: ambidestro.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário.
centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado.
circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante.
cis – aquem de: cisalpino, cisgangético.
com, con, co – companhia, concomitância: combater, contemporâneo.
contra – oposição, posição inferior: contradizer.
de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento: decrescer, deportar.
des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar.
dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária: distrair, dimanar.
entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha, entrevista.

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ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade, privação, situação cessante: exportar, espalmar,
ex-professor.
extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordinário.
im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar, ingrato.
inter – no meio de: intervocálico, intercalado.
intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer.
justa – perto de: justapor.
multi – pluralidade: multiforme.
ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
pene – quase: penúltimo, península.
per – movimento através de, acabamento de ação; ideia pejorativa: percorrer.
post, pos – posteridade: postergar, pospor.
pre – anterioridade: predizer, preclaro.
preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural.
pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir, procurador, pronome.
re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repetição: regressar, revirar.
retro – movimento para trás: retroceder.
satis – bastante: satisdar.
sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé.
subter – por baixo: subterfúgio.
super, supra – posição superior, excesso: super-homem, superpovoado.
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro.
ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo.
uni – um: unânime, unicelular.
Grego: Os principais prefixos de origem grega são:
a, an – privação, negação: ápode, anarquia.
ana – inversão, parecença: anagrama, analogia.
anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro.
anti – oposição: antipatia, antagonista.
apo – afastamento: apólogo, apogeu.
arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo.
caco – mau: cacofonia.
cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia.
deca – dez: decâmetro.
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo.
dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
en – sobre, dentro: encéfalo, energia.
endo – para dentro: endocarpo.

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epi – por cima: epiderme, epígrafe.
eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia.
hecto – cem: hectômetro.
hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole.
hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia.
homo – semelhança, identidade: homônimo.
meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase.
míria – dez mil: miriâmetro.
mono – um: monóculo, monoculista.
neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo.
penta – cinco: pentágono.
peri – em volta de: perímetro.
poli – muitos: polígono, polimorfo.
pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
Sufixos
Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
Nominais
Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama.
Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -astro, -az.
Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório.
Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato.
Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico.
Origem, procedência: -estre, -este, -esco.
Verbais
Comuns: -ar, -er, -ir.
Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
Adverbial = há apenas um
MENTE: mecanicamente, felizmente etc.

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Classes de palavras

CLASSES DE PALAVRAS
Substantivo
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imaginários (pessoas, animais, objetos), lugares,
qualidades, ações e sentimentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.
Classificação dos substantivos

SUBSTANTIVO SIMPLES: apresen- Olhos/água/


tam um só radical em sua estrutura. muro/quintal/caderno/macaco/sabão
Macacos-prego/
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: são
formados por mais de um radical em sua porta-voz/
estrutura.
pé-de-moleque
Casa/
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: são mundo/
os que dão origem a outras palavras, ou
seja, ela é a primeira. população
/formiga
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: são Caseiro/mundano/populacional/formi-
formados por outros radicais da língua. gueiro
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: desig- Rodrigo
na determinado ser entre outros da mes-
/Brasil
ma espécie. São sempre iniciados por
letra maiúscula. /Belo Horizonte/Estátua da Liberdade
SUBSTANTIVOS COMUNS: referem-
biscoitos/ruídos/estrelas/cachorro/prima
-se qualquer ser de uma mesma espécie.
Leão/corrente
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: no-
meiam seres com existência própria. Es- /estrelas/fadas
ses seres podem ser animadoso ou ina- /lobisomem
nimados, reais ou imaginários.
/saci-pererê
Mistério/
bondade/
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: no-
meiam ações, estados, qualidades e sen- confiança/
timentos que não tem existência própria, lembrança/
ou seja, só existem em função de um ser.
amor/
alegria
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: refe-
rem-se a um conjunto de seres da mes- Elenco (de atores)/
ma espécie, mesmo quando empregado acervo (de obras artísticas)/buquê (de
no singular e constituem um substantivo flores)
comum.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS QUE NÃO
ESTÃO AQUI!

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Flexão dos Substantivos
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculino e feminino. E no caso dos substantivos po-
dem ser biformes ou uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta uma forma para o masculino e uma para o
feminino: tigre/tigresa, o presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única forma para o masculino e o feminino. Os
uniformes dividem-se em epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariáveis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/
pulga fêmea, palmeira macho/palmeira fêmea.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto que aparecem que se determina o gênero: a
criança (o criança), a testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino:
o/a turista, o/a agente, o/a estudante, o/a colega.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau diminutivo.
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula.
Adjetivo
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução
adjetiva é expressão composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com
o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal
vespertino).
Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro
japonês/ indústria japonesa, aluno chorão/ aluna chorona.
• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios,
namorador/ namoradores, japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos
da cor de chumbo.
• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.

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– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.
Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular
ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.
Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam
numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.
Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas
do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela, Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as
• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de
comunicação.

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Pronomes de Tratamento Emprego
Utilizado em situações in-
Você
formais.
Tratamento para pessoas
Senhor (es) e Senhora (s)
mais velhas.
Usados para pessoas com
Vossa Excelência
alta autoridade
Usados para os reitores
Vossa Magnificência
das Universidades.
Empregado nas correspon-
Vossa Senhoria
dências e textos escritos.
Utilizado para Reis e Rai-
Vossa Majestade
nhas
Utilizado para príncipes,
Vossa Alteza
princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Utilizado para sacerdotes e
Vossa Reverendíssima
religiosos em geral.
• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
Nosso, nossa, nossos, nos-
1º pessoa do plural
sas
Vosso, vossa, vossos, vos-
2º pessoa do plural
sas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas
• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa
seja no discurso, no tempo ou no espaço.

Pronomes Demonstrati-
Singular Plural
vos
Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles
• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, inde-
terminado. Os pronomes indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam
em gênero e número).

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Classificação Pronomes Indefinidos
algum, alguma, alguns, algumas, ne-
nhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, mui-
to, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, pou-
cos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro,
Variáveis outra, outros, outras, certo, certa, certos,
certas, vário, vária, vários, várias, tanto, tan-
ta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos,
quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
quem, alguém, ninguém, tudo, nada, ou-
Invariáveis
trem, algo, cada.
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e
indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles
também podem ser variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


o qual, a qual, os quais, as quais,
Variáveis cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta,
quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.
Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um deter-
minado tempo.
• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que
o usou. O modo é dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo
(ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo
indicativo: presente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pre-
térito). No subjuntivo, são três: presente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa
(ele amou, eles amaram).
• Formas nominais do verbo
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, subs-
tantivos). São elas infinitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/
DO).
• Voz verbal

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É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou
reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma
ação praticada pelo sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analí-
tica ou sintética. A voz passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no parti-
cípio + preposição por/pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é for-
mada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito pa-
ciente.
Aluga-se apartamento.
Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma
determinada circunstância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais,
ontem, anteontem, brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã,
às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte,
detrás, de cima, em cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, feliz-
mente, às pressas, às ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com
certeza, por certo, etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, ape-
nas, quanto, de pouco, de todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.
Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições
são as seguintes:

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Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser
coordenativas (que ligam orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com
uma relação hierárquica, na qual um elemento é determinante e o outro é determinado).
• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
contudo, entretanto, mas, não obstante,
Adversativas
no entanto, porém, todavia...
já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…,
Alternativas
quer…, quer…
assim, então, logo, pois (depois do ver-
Conclusivas
bo), por conseguinte, por isso, portanto...
pois (antes do verbo), porquanto, por-
Explicativas
que, que...
• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Embora, conquanto, ainda que, mesmo
Concessivas
que, posto que, etc.
Se, caso, quando, conquanto que, salvo
Condicionais
se, sem que, etc.
Conforme, como (no sentido de confor-
Conformativas
me), segundo, consoante, etc.
Para que, a fim de que, porque (no sentido
Finais
de que), que, etc.
À medida que, ao passo que, à proporção
Proporcionais
que, etc.
Quando, antes que, depois que, até que,
Temporais
logo que, etc.
Que, do que (usado depois de mais, me-
Comparativas
nos, maior, menor, melhor, etc.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de
Consecutivas
modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.
Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito,
traduzindo as reações das pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem
construído o que é e a função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da
Sintaxe.

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Frase, oração e período. Termos da oração. Período composto por coordenação e su-
bordinação; Orações reduzidas

Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia
para te dar: o estudo da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem ima-
gina. Para começar, precisamos de classificar algumas questões importantes:
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo.
Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio!
• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.
• Período Simples: formado por uma única oração.
O clima se alterou muito nos últimos dias.
• Período Composto: formado por mais de uma oração.
O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.
Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que
compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto
sem o auxílio da preposição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto
por meio de preposição.
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo
etc.) ou intensifica um verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz
passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o
sem a intermediação de um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios,
e vem preposicionado.

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A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substanti-
vo, pronome ou equivalentes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.
Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que
existem será moleza, moleza. Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não de-
pendem uma da outra para construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são
dependentes (dependem uma da outra para construir sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas
(que não precisam da conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).
Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas


Fomos para a escola e fizemos o Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Aditivas
exame final.
Ao chegar à escola conversamos, estuda-
Pedro Henrique estuda muito, po- mos, lanchamos.
Adversativas
rém não passa no vestibular.
Alfredo está chateado, pensando em se mu-
Manuela ora quer comer hambúr-
Alternativas dar.
guer, ora quer comer pizza.
Não gostamos do restaurante, por- Precisamos estar com cabelos arrumados,
Conclusivas unhas feitas.
tanto não iremos mais lá.
Marina não queria falar, ou seja, ela João Carlos e Maria estão radiantes, alegria
Explicativas
estava de mau humor. que dá inveja.

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Tipos de orações subordinadas
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas sub-
classificações, que veremos agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobre-
Exercem a função de sujeito mesa do jantar.
Completivas Nominal
Estou convencida de que ele é
Exercem a função de comple- solteiro.
mento nominal
Predicativas
O problema é que ele não entre-
Exercem a função de predica- gou a refeição no lugar.
Orações Subordinadas Subs- tivo
tantivas Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que
Exercem a função de aposto não se aborrecesse com ela.
Objetivas Direta
Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto
direto
Objetivas Indireta
Lembrou-se da dívida que tem
Exercem a função de objeto com ele.
indireto
Explicativas
Os alunos, que foram mal na
Explicam um termo dito an- prova de quinta, terão aula de re-
teriormente. SEMPRE serão forço.
acompanhadas por vírgula.
Orações Subordinadas Adjeti-
vas Restritivas
Restringem o sentido de um Os alunos que foram mal na pro-
termo dito anteriormente. NUN- va de quinta terão aula de reforço.
CA serão acompanhadas por
vírgula.

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Causais
Estou vestida assim porque vou
Assumem a função de advér- sair.
bio de causa
Consecutivas
Falou tanto que ficou rouca o
Assumem a função de advér- resto do dia.
bio de consequência
Comparativas
A menina comia como um adulto
Assumem a função de advér- come.
bio de comparação
Condicionais
Desde que ele participe, poderá
Assumem a função de advér- entrar na reunião.
bio de condição
Conformativas
Orações Subordinadas Adver- O shopping fechou, conforme
biais Assumem a função de advér- havíamos previsto.
bio de conformidade
Concessivas
Embora eu esteja triste, irei à
Assumem a função de advér- festa mais tarde.
bio de concessão
Finais Vamos direcionar os esforços
Assumem a função de advér- para que todos tenham acesso aos
bio de finalidade benefícios.
Proporcionais
Quanto mais eu dormia, mais
Assumem a função de advér- sono tinha.
bio de proporção
Temporais
Quando a noite chega, os mor-
Assumem a função de advér- cegos saem de suas casas.
bio de tempo

Funções sintáticas dos pronomes relativos. Emprego de nomes e pronomes

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

Emprego de tempos e modos verbais

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

Regência verbal e nominal

• Regência Nominal
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem outra pala-
vra para completar-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu complemento é estabelecida por
uma preposição.
• Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o verbo (termo regente) e seu complemento
(termo regido).

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Isto pertence a todos.
Regência de algumas palavras

Esta palavra combina com Esta preposição


Acessível a
Apto a, para
Atencioso com, para com
Coerente com
Conforme a, com
Dúvida acerca de, de, em, sobre
Empenho de, em, por
Fácil a, de, para,
Junto a, de
Pendente de
Preferível a
Próximo a, de
Respeito a, com, de, para com, por
Situado a, em, entre
Ajudar (a fazer algo) a
Aludir (referir-se) a
Aspirar (desejar, pretender) a
Assistir (dar assistência) Não usa preposição
Deparar (encontrar) com
Implicar (consequência) Não usa preposição
Lembrar Não usa preposição
Pagar (pagar a alguém) a
Precisar (necessitar) de
Proceder (realizar) a
Responder a
Visar ( ter como objetivo preten-
a
der)
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALA-
VRAS QUE NÃO ESTÃO AQUI!

Concordância verbal e nominal

Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos concordam em gênero e número com os subs-
tantivos aos quais se referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amistosa.
Casos Especiais de Concordância Nominal
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam alerta.
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na formação de palavras compostas:

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Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando pronomes indefinidos adjetivos e numerais e
são invariáveis quando advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou meia dúzia de ovos.
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enormes.
Concordância ideológica ou silepse
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gênero gramatical (masculino ou feminino) que está
subentendido no contexto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Blumenau estava repleta de turistas.
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o número gramatical (singular ou plural) que está
subentendido no contexto.
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplausos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pessoa gramatical que está subentendida no con-
texto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos políticos.

Colocação pronominal

A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no
Brasil é o uso do pronome antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o
emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se inicia um período com pronome oblíquo átono.
Assim, se na linguagem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, formal, usa-se “Encon-
trei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise.
Assim, sempre que estas não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que prejudique a eufonia
da frase.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pacientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.

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Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito anteposto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não sejam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus intentos são para nos prejudicarem.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com outras preposições é facultativo o emprego de
ênclise ou próclise: Apressei-me a convidá-los.
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de qualquer outro fator de atração, ocorrerá a pró-
clise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o
pronome átono deverá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
Devo dizer-lhe a verdade.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do auxiliar ou depois do principal.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois do infinitivo.
Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade.

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Tenho de dizer-lhe a verdade.
Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.

Estilística. Figuras de linguagem

Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais
expressiva. É um recurso linguístico para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo ori-
ginalidade, emotividade ao discurso, ou tornando-o poético.
As figuras de linguagem classificam-se em
- figuras de palavra;
- figuras de pensamento;
- figuras de construção ou sintaxe.
Figuras de palavra: emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a
fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos conectivos comparativos; é uma comparação
subjetiva. Normalmente vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Exemplos
...a vida é cigana
É caravana
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
(Carlos Drummond de Andrade)
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos:
como, tal qual, tal como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a comparação: parecer, asseme-
lhar-se e outros.
Exemplo:
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando você entrou em mim como um sol no quintal.
(Belchior)
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o qual não existe uma designação apropriada.
Exemplos
– folha de papel
– braço de poltrona
– céu da boca
– pé da montanha
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sentidos físicos.

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Exemplo:
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva) mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade)
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sinestesia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão
luminosa”, “indiferença gelada”.
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, atributo ou circunstância que individualiza o ser
e notabiliza-o.
Exemplos
O filósofo de Genebra (= Calvino).
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que a palavra empregada lembra, sugere e retoma
a que foi omitida.
Exemplos:
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
Tomei um Danone. (iogurte)
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como sinédoque quando se têm a parte pelo todo e o
singular pelo plural.
Exemplo:
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu
cavalo. (singular pelo plural)
(José Cândido de Carvalho)
Figuras Sonoras
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geralmente em posição inicial da palavra.
Exemplo:
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes veladas.
(Cruz e Sousa)
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um verso ou poesia.
Exemplo:
Sou Ana, da cama,
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam.
(Chico Buarque)
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou na prosódia, mas diferentes no sentido.
Exemplo:
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
[erro
quero que você ganhe que
[você me apanhe
sou o seu bezerro gritando

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[mamãe.
(Caetano Veloso)
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som produzido por seres animados e inanimados.
Exemplo:
Vai o ouvido apurado
na trama do rumor suas nervuras
inseto múltiplo reunido
para compor o zanzineio surdo
circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade)
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear,
miar etc.
Figuras de sintaxe ou de construção: dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos
da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Podem ser formadas por:
omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
concordância ideológica: silepse.
Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período, frase ou verso.
Exemplo:
Dentro do tempo o universo
[na imensidão.
Dentro do sol o calor peculiar
[do verão.
Dentro da vida uma vida me
[conta uma estória que fala
[de mim.
Dentro de nós os mistérios
[do espaço sem fim!
(Toquinho/Mutinho)
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas apa-
recem separadas por vírgulas.
Exemplo:
Não nos movemos, as mãos é
que se estenderam pouco a
pouco, todas quatro, pegando-se,

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apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis)
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gra-
matical.
Exemplo:
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.
(Rubem Braga)
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um termo já expresso.
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplos:
Não os venci. Venceram-me
eles a mim.
(Rui Barbosa)
Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias)
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidiana, considerado vício de linguagem. Deve ser
evitado.
Exemplos:
Ouvir com os ouvidos.
Rolar escadas abaixo.
Colaborar juntos.
Hemorragia de sangue.
Repetir de novo.
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente subentendidas na frase. Geralmente essas palavras
são pronomes, conjunções, preposições e verbos.
Exemplos:
Compareci ao Congresso. (eu)
Espero venhas logo. (eu, que, tu)
Ele dormiu duas horas. (durante)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
(Camões)
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anteriormente.
Exemplos:
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
(Camilo Castelo Branco)
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
(Machado de Assis)
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elementos na frase.
Exemplos:
Passeiam, à tarde, as belas na avenida.

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(Carlos Drummond de Andrade)
Paciência tenho eu tido...
(Antônio Nobre)
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando a sequência do processo lógi-
co. A construção do período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem função sintática definida.
Exemplos:
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
(Manuel Bandeira)
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.
(José Lins do Rego)
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na
mesma frase).
Exemplo:
...em cada olho um grito castanho de ódio.
(Dalton Trevisan)
...em cada olho castanho um grito de ódio)
Silepse:
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo ou pronome com a pessoa a que se refere.
Exemplos:
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
(Rachel de Queiroz)
V. Ex.a parece magoado...
(Carlos Drummond de Andrade)
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com o sujeito da oração.
Exemplos:
Os dois ora estais reunidos...
(Carlos Drummond de Andrade)
Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
(Machado de Assis)
Silepse de número: Não há concordância do número verbal com o sujeito da oração.
Exemplo:
Corria gente de todos os lados, e gritavam.
(Mário Barreto)

Vícios de linguagem

Vícios de Linguagem são os deslizes cometidos em ralação a norma culta da língua, eles podem estar pre-
sentes nos níveis semânticos, morfológicos ou sintáticos. São eles:
Barbarismo
São desvios cometidos na grafia, flexão ou pronúncia de uma palavra.

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- Barbarismo cometido devido à má pronúncia das palavras
Exemplo: eu robo /róbo/ - ele roba /róba/ Quando deveria ser: eu roubo / ele rouba
- Barbarismo provocado pela alteração da posição da sílaba tônica
Exemplos: récorde em vez de recorde
rúbrica em vez de rubrica
- Barbarismo semântico provocado pelo uso inadequado de palavras
Exemplos: ir de encontro a (chocar-se com) e ir ao encontro de (estar a favor de, na direção de).
Errado: O filho foi de encontro a sua mãe.
Correto: O filho foi ao encontro de sua mãe.
- Barbarismo flexional (seja em número, grau, gênero ou pessoa)
Exemplos: barzinhos em vez de barezinhos
o óculos em vez de os óculos
- Barbarismo cometido em relação aos erros de ortografia
Exemplos: beringela em vez de berinjela
toxa em vez de tocha
Solecismo
Erro cometido pelo descumprimento das regras de sintaxe.
- Solecismo de regência
Exemplo: Chegou em casa e decidiu ir na festa com os amigos. (frase incorreta)
Correção: Chegou a casa e decidiu ir à festa com os amigos.
- Solecismo de concordância
Exemplo: Duas casa depois da minha existe uma loja de conveniência. (frase incorreta)
Correção: Duas casas depois da minha existe uma loja de conveniência.
- Solecismo de colocação
Exemplo: Havia dito-me que vinha-me ajudar. (frase incorreta)
Correção: Havia-me dito que me vinha ajudar
Ambiguidade
Ocorrência de duplo sentido na frase.
Exemplos:
Eles viram o incêndio do prédio.
(O prédio está em chamas.)
(Do prédio, eles assistem ao incêndio.)
Ele não agiu legal. (Legal = termo polissêmico - de várias significações)
(Ele não agiu dentro da lei.)
(Ele agiu mal.)
Preciosismo ou Arcaísmo
Linguagem extremamente rebuscada, dificultando a clareza e o entendimento.
Exemplo: A eloquente verborragia de teus ditames balouçam minha inerme consciência.
(A fácil capacidade de falar e impor suas vontades embaralham meu pouco conhecimento)

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Redundância ou Pleonasmo Vicioso
Toda repetição de uma ideia mediante palavras ou expressões diferentes provoca uma redundância ou ple-
onasmo vicioso. Ex.: subir lá em cima, descer lá embaixo, entrar para dentro, sair para fora, novidade inédita,
hemorragia de sangue, pomar de frutas, hepatite do fígado, demente mental, e tantas outras expressões pre-
sentes diariamente no linguajar.
Consiste na repetição de palavras ou expressões.
Exemplo: Eles me fizeram uma surpresa inesperada.
Algumas expressões são: Elo de ligação, Acabamento final, Juntamente com, Girar em torno, Vandalismo
criminoso, Conviver junto, Enfrentar de cara, Amanhecer o dia, Refazer de novo, Completamente cheio.
Cacofonia
Som desagradável decorrente de construções mal elaboradas.
- Cacófato: encontro de sílabas de dois ou mais vocábulos, causando um som inconveniente ou pejorativo.
Exemplos: fé demais, havia dado, essa fada, por cada.
- Colisão: sequência de consoantes iguais.
Exemplo: Se se estuda, aprende-se. (Correção: Caso estude, conseguirá aprender.)
- Eco: terminações de vocábulos repetidas ocasionando a ressonância de sons.
Exemplo: A gente sente que a mente está descontente.
- Hiato: sequência de vogais iguais.
Exemplo: Ela vai alugar o apartamento amanhã. (Repetição da vogal “a”).
Arcaísmo
Consiste no emprego de palavras ou expressões antigas que já caíram de uso. Exemplo: asinha em vez de
depressa, antanho em vez de no passado.
Neologismo
Criação de novas palavras ou expressões introduzidas na língua portuguesa.
Exemplo: Meu irmão está fazendo um bico na empresa. (Fazer um bico: trabalho temporário)
Eco
Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população.
Hiato
Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância. Exemplo: Eu a amo; Ou eu ou a outra
ganhará o concurso.
Colisão
Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: Sua
saia sujou.

Qualidade da boa linguagem

Para um texto ser considerado bem escrito ele deve possuir algumas características.
São qualidades da boa linguagem:
Correção, Originalidade, Clareza, Harmonia, Concisão, Colorido e Elegância, Precisão, Nobreza e Natura-
lidade.
Definições dos Aspectos Que Um Texto Deve Ter.

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Clareza:
É o que torna o texto de fácil entendimento, refletindo a boa organização das idéias na obra escrita. Deve
evitar-se a obscuridade e a ambiguidade.
Colorido e Elegância:
São qualidade decorrentes do esmero do estilo, graças ao emprego criterioso das figuras de linguagem e à
imaginação do escritor.
Concisão:
Consiste em dizer o máximo com o mínimo de palavras. Deve evitar-se a redundância e a prolixidade.
Correção:
É a utilização das normas cultas e a fidelidade à disciplina gramatical. Deve evitar-se o purismo, a cacogafia,
os barbarismos, os neologismos de mau gosto.
Harmonia:
É a musicalidade da frase. Seu contrário é a cacofonia, o eco e a colisão.
Naturalidade:
É a forma espontânea do autor comunicar-se co seu leitor. Muita preocupação com estilo ou artificialismo,
vão em direção contrária aos aspectos da naturalidade.
Nobreza:
É a não utilização de termos impróprios, devendo ser levado em conta o decoro da linguagem.
Originalidade:
É o dom natural que caracteriza o escritor e torna seu estilo muito pessoal, livre das imitações e coisas co-
muns, que são aspectos contrários à originalidade.
Precisão:
É o emprego do termo adequado para o que se quer dizer. Evita-se a imprecisão.
Fonte: Disponível em: https://www.silabas.com.br/linguagem/ Acesso em: 03.jan.2023.

Fonemas

Muitas pessoas acham que fonética e fonologia são sinônimos. Mas, embora as duas pertençam a uma
mesma área de estudo, elas são diferentes.
Fonética
Segundo o dicionário Houaiss, fonética “é o estudo dos sons da fala de uma língua”. O que isso significa?
A fonética é um ramo da Linguística que se dedica a analisar os sons de modo físico-articulador. Ou seja, ela
se preocupa com o movimento dos lábios, a vibração das cordas vocais, a articulação e outros movimentos
físicos, mas não tem interesse em saber do conteúdo daquilo que é falado. A fonética utiliza o Alfabeto Fonético
Internacional para representar cada som.
Sintetizando: a fonética estuda o movimento físico (da boca, lábios...) que cada som faz, desconsiderando
o significado desses sons.
Fonologia
A fonologia também é um ramo de estudo da Linguística, mas ela se preocupa em analisar a organização e
a classificação dos sons, separando-os em unidades significativas. É responsabilidade da fonologia, também,
cuidar de aspectos relativos à divisão silábica, à acentuação de palavras, à ortografia e à pronúncia.
Sintetizando: a fonologia estuda os sons, preocupando-se com o significado de cada um e não só com sua
estrutura física.

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Bom, agora que sabemos que fonética e fonologia são coisas diferentes, precisamos de entender o que é
fonema e letra.
Fonema: os fonemas são as menores unidades sonoras da fala. Atenção: estamos falando de menores uni-
dades de som, não de sílabas. Observe a diferença: na palavra pato a primeira sílaba é pa-. Porém, o primeiro
som é pê (P) e o segundo som é a (A).
Letra: as letras são as menores unidades gráfica de uma palavra.
Sintetizando: na palavra pato, pa- é a primeira sílaba; pê é o primeiro som; e P é a primeira letra.
Agora que já sabemos todas essas diferenciações, vamos entender melhor o que é e como se compõe uma
sílaba.
Sílaba: A sílaba é um fonema ou conjunto de fonemas que emitido em um só impulso de voz e que tem como
base uma vogal.
A sílabas são classificadas de dois modos:
Classificação quanto ao número de sílabas:
As palavras podem ser:
– Monossílabas: as que têm uma só sílaba (pé, pá, mão, boi, luz, é...)
– Dissílabas: as que têm duas sílabas (café, leite, noites, caí, bota, água...)
– Trissílabas: as que têm três sílabas (caneta, cabeça, saúde, circuito, boneca...)
– Polissílabas: as que têm quatro ou mais sílabas (casamento, jesuíta, irresponsabilidade, paralelepípedo...)
Classificação quanto à tonicidade
As palavras podem ser:
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, sa-bo-ne-te, ré-gua...)
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
Lembre-se que:
Tônica: a sílaba mais forte da palavra, que tem autonomia fonética.
Átona: a sílaba mais fraca da palavra, que não tem autonomia fonética.
Na palavra telefone: te-, le-, ne- são sílabas átonas, pois são mais fracas, enquanto que fo- é a sílaba tônica,
já que é a pronunciada com mais força.
Agora que já sabemos essas classificações básicas, precisamos entender melhor como se dá a divisão si-
lábica das palavras.
Divisão silábica
A divisão silábica é feita pela silabação das palavras, ou seja, pela pronúncia. Sempre que for escrever, use
o hífen para separar uma sílaba da outra. Algumas regras devem ser seguidas neste processo:
Não se separa:
• Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba (cau-le, gai-o-la, ba-lei-a...)
• Tritongo: encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba (Pa-ra-guai, quais-
-quer, a-ve-ri-guou...)
• Dígrafo: quando duas letras emitem um único som na palavra. Não separamos os dígrafos ch, lh, nh, gu e
qu (fa-cha-da, co-lhei-ta, fro-nha, pe-guei...)
• Encontros consonantais inseparáveis: re-cla-mar, psi-có-lo-go, pa-trão...)
Deve-se separar:
• Hiatos: vogais que se encontram, mas estão é sílabas vizinhas (sa-ú-de, Sa-a-ra, ví-a-mos...)

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• Os dígrafos rr, ss, sc, e xc (car-ro, pás-sa-ro, pis-ci-na, ex-ce-ção...)
• Encontros consonantais separáveis: in-fec-ção, mag-nó-lia, rit-mo...)

Semântica

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática
Normativa: quem cuida dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das pa-
lavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que compõem este estudo.
Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de triste-
za, porque o significado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de
mulher.
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O
uso de sinônimos é muito importante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma
palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
tamento e homem é sinônimo de macho/varão.
Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, en-
quanto que o hiperônimo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são
hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um
sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo coletivo. Hiperônimos
estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!
Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:
Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enun-
ciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio,
comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido
figurado e depende do contexto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:
Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

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https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/
Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não du-
rarão no estoque da loja, por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade
e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que po-
dem haver em uma palavra, frase ou textos inteiros.

Emprego da crase

A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a é uma preposição, a segunda vogal a é um
artigo ou um pronome demonstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
• Devemos usar crase:
– Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã
Mediante à situação.
O Governo visa à resolução do problema.
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas locuções prepositivas com núcleo feminino
iniciadas por a:
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substantivos masculinos, o que pode fazer você pensar
que não rola a crase. Mas... há crase, sim!
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniver-
sariante.
– Expressões fixas
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de crase:
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à vontade, à venda, à mão armada, à beça, à noite,
à tarde, às vezes, às pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à direita, à vontade, às
avessas, às claras, às escuras, à mão, às escondidas, à medida que, à proporção que.
• NUNCA devemos usar crase:

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– Antes de substantivos masculinos:
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a pé.
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou plural) usado em sentido generalizador:
Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a homem.
– Antes de artigo indefinido “uma”
Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
– Antes de pronomes
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
A quem vocês se reportaram no Plenário?
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
– Antes de verbos no infinitivo
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.

Sintaxe (regência, concordância e colocação)

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

Exercícios

1. CESGRANRIO - Ass Adm (UNIRIO)/UNIRIO/2019


Assunto: Acentuação
Texto II
Serviu suas famosas bebidas para Vinicius, Carybé e Pelé
Os pedaços de coco in natura são colocados no liquidificador e triturados. O líquido resultante é coado com
uma peneira de palha e recolocado no aparelho, onde é batido com açúcar e leite condensado. Ao fim, adicio-
na-se aguardente.
A receita de Diolino Gomes Damasceno, ditada à Folha por seu filho Otaviano, parece trivial, mas a conhe-
cida batida de coco resultante não é. Afinal, não é possível que uma bebida qualquer tenha encantado um time
formado por Jorge Amado (diabético, tomava sem açúcar), Pierre Verger, Carybé, Mussum, João Ubaldo Ribei-
ro, Angela Rô Rô, Wando, Vinicius de Moraes e Pelé (tomava dentro do carro).
Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do estado, Diolino abriu seu primeiro estabeleci-
mento em 1968, no bairro do Rio Vermelho, reduto boêmio de Salvador. Localizado em uma garagem, ganhou
o nome de MiniBar.
A batida de limão — feita com cachaça, suco de limão galego, mel de abelha de primeiríssima qualidade
e açúcar refinado, segundo o escritor Ubaldo Marques Porto Filho — chamava a atenção dos homens, mas
Diolino deu por falta das mulheres da época. É que elas não queriam ser vistas bebendo em público, e então
arranjavam alguém para comprar as batidas e bebiam dentro do automóvel.
Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veículos , em que os garçons iam até os carros que
apenas encostavam e saíam em disparada. A novidade alavancou a fama do bar. No auge, chegou a produzir
6.000 litros de batida por mês.
SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio

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2019, p. B2. Adaptado.
A palavra saíam contém hiato acentuado.
Deve também ser acentuado o hiato de
(A) juizes
(B) rainha
(C) coroo
(D) veem
(E) suada
2. CESGRANRIO - Aux Sau (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2018
Assunto: Acentuação
O lado sombrio da luz
O domínio do fogo, e consequentemente da luminosidade, possibilitou ao ser humano exercer grande con-
trole sobre o meio em que vivia, proporcionando imensurável vantagem seletiva. A luz também foi fundamental
para incontáveis avanços tecnológicos, que nos proporcionam mais comodidade e praticidade. Mas, apesar de
ser em muitas culturas símbolo do progresso, pureza e beleza, a luz também tem seu lado sombrio.
A poluição luminosa — toda luz desnecessária ou excessiva produzida artificialmente — é a que mais cresce
no planeta e, infelizmente, os impactos do seu mau uso e os mecanismos com os quais podemos minimizá-los
têm pouquíssimo destaque se comparados aos de outros tipos de poluição.
A revolução industrial alavancou os efeitos da poluição luminosa para níveis altíssimos nos dias de hoje. É
possível ver o intenso brilho noturno dos centros urbanos até em fotos de satélites. Mais de perto, a poluição lu-
minosa pode ser notada quando se observa uma “aura” de luz no horizonte, olhando na direção de uma grande
cidade. Esse brilho do céu noturno é causado por luzes terrestres direcionadas ou refletidas para a atmosfera.
A iluminação artificial excessiva, principalmente na área rural, foi associada a uma maior probabilidade de
epidemias por atrair vetores de doenças, como o barbeiro (doença de Chagas), o mosquito-palha (leishmanio-
se) e o mosquito-prego (malária).
Acredita-se também que a iluminação noturna em centros urbanos influencie fatores psicossociais, sendo
mencionada como uma das causas que contribuem para o aumento da criminalidade e depressão. Quebras no
relógio biológico humano são relacionadas aos mais diversos problemas de saúde, como distúrbios cardiovas-
culares, diabetes e obesidade.
Não só seres humanos, mas insetos e aves sofrem consequências da poluição luminosa. Na natureza intac-
ta, as únicas fontes de luz durante a noite eram as estrelas e a luz refletida pela Lua.
Os animais, incluindo os humanos, e as plantas evoluíram nos regimes de luz natural; portanto, é fácil ima-
ginar que sofram direta ou indiretamente com as alterações artificiais da luz noturna.
Vaga-lumes e outros insetos são afetados pela iluminação artificial de formas distintas. Alguns insetos uti-
lizam a posição das estrelas e o sentido da luz para navegação. Mariposas e besouros têm seus ciclos de
vida alterados e são atraídos e desorientados pela luz, tornando-se vítimas fáceis de aves, morcegos e outros
predadores. Esses insetos desempenham diversas funções nos ecossistemas, como polinização, alimento
para outros animais, controle de populações de pragas, decomposição de material orgânico e até dispersão de
sementes. Fica claro, portanto, que estamos longe de compreender a poluição luminosa, seus efeitos e con-
sequências no meio ambiente.
Como as plantas utilizam a luz solar para realizar fotossíntese e direcionar seu crescimento, mudanças na
duração dos dias causadas por luminárias provocam confusão em relação à estação do ano em que se en-
contram, resultando na produção de flores, frutos ou queda de folhas em épocas inesperadas. Tais alterações
podem resultar em graves consequências para outros seres que delas dependam, como insetos polinizadores.
Nos pássaros, a luz vermelha interfere na orientação magnética; e, nas mariposas e nos besouros, focos de luz
atraem as mais diversas espécies, tornando-as mais vulneráveis a predadores.

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Com o desenvolvimento tecnológico das lâmpadas LED (sigla em inglês para diodo emissor de luz), a ilumi-
nação artificial torna-se mais eficiente energeticamente. Mas, em vez de usarmos tal eficiência para reduzir o
consumo de energia, o menor custo energético está sendo utilizado para aumentar o fluxo luminoso e, conse-
quentemente, a poluição luminosa.
Medidas simples podem reduzir a emissão de luz e sua influência negativa sobre outros seres, inclusive
sobre nós. Isso sem mencionar a conta de energia. Para combater a poluição luminosa, é necessário (i) repen-
sar o que precisa ser iluminado, usando, por exemplo, holofotes direcionados e que não irradiem luz para a
atmosfera; (ii) reduzir o tempo de iluminação com o uso de temporizadores e sensores de presença; (iii) avaliar
se precisamos de luzes tão fortes e brancas para todas as tarefas; (iv) tentar reduzir a exposição à luz artificial
forte fora dos horários naturais de luz.
Trocar as lâmpadas brancas por luzes mais amareladas nos locais em que elas não são necessárias, assim
como trocar o celular ou o computador por uma boa revista sob luz branda antes de dormir, podem proporcionar
uma noite mais bem dormida.
HAGEN, O.; BARGHINI, A. Revista Ciência Hoje, n. 340. 21 set. 2016. Disponível em. http.//www.cienciaho-
je.org.br/ revista/materia/id/1094/n/o_lado_sombrio_da_luz. Acesso em. 5 dez. 2017.
Adaptado.
A palavra tecnológicos, recebe acento gráfico, de acordo com as regras da norma-padrão da língua portu-
guesa. O grupo em que todas as palavras devem ser acentuadas pela mesma regra é
(A) fácil, orgânico, vítimas
(B) satélites, altíssimos, vítimas
(C) fotossíntese, atraídos, domínio
(D) saúde, possível, biológicos
(E) vulneráveis, luminárias, incontável
3. CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2021
Assunto: Uso do Hifen
O grupo de palavras que atende às exigências relativas ao emprego ou não do hífen, segundo o Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa, é
(A) extra-escolar / médico-cirurgião
(B) bem-educado / vagalume
(C) portarretratos / dia a dia
(D) arco-íris / contra-regra
(E) subutilizar / sub-reitor
4. CESGRANRIO - Ass Adm (UNIRIO)/UNIRIO/2019
Assunto: Uso do Hifen
Texto III
Beira-mar
Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro do Flamengo próximo ao Morro da Viúva, frente
para o Pão de Açúcar. Com preguiça, o sol começava a esconder-se atrás dos edifícios. Parecia resistir ao cha-
mado da noite. Nas pedras do quebra-mar caniços de pesca moviam-se devagar, ao lento vai e vem do calmo
mar de verão. Cercados por quatro ou cinco pescadores de trajes simples ou ordinários, e toscas sandálias de
dedo.
Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas célebres, Ricardo deixara o carro em estacio-
namento de restaurante nas imediações. Nunca fisgara peixe ali. Olhado com desconfiança. Intruso. Bolsa a
tiracolo, balde e vara de dois metros na mão. A boa técnica ensina que o caniço deve ter no máximo dois metros
e oitenta

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centímetros para a chamada pesca de molhes, nome sofisticado para quebra-mar. Ponta de agulha metálica
para transmitir à mão do pescador maior sensibilidade à fisgada do peixe. É preciso conhecimento de juiz para
enganar peixes.
A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar o caniço. Abriu a bolsa de utensílios.
Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura entre quinze e dezoito centésimos de milímetro,
ainda fiel à boa técnica.
— Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e tensos. abertura do mercado, sobe e desce das co-
tações, situação financeira de cada país mundo afora. Poucas coisas na vida relaxam mais do que pescaria,
cheiro de mar trazido pela brisa, e a paisagem marítima — costuma confessar Ricardo na roda dos colegas da
financeira onde trabalha.
LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro. Ponteio, 2015, p. 101. Adaptado.
Assim como ocorre com a palavra quebra-mar, emprega-se obrigatoriamente o hífen, de acordo com o sis-
tema ortográfico vigente, em
(A) casa-comercial
(B) linha-de-passe
(C) peixe-espada
(D) pedra-fundamental
(E) sala-de-jantar
5. CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/I/2018
Assunto: Substantivo
As palavras juiz, suor e várzea, ao serem passadas para o plural, apresentam a seguinte grafia.
(A) juízes; suores; várzeas
(B) juizes; suores; varzeas
(C) juízes; suóres; várzeas
(D) juizes; suórs; varzeas
(E) juízeis; suóreis; várzeeis
6. CESGRANRIO - Adm (UNIRIO)/UNIRIO/2019
Assunto: Adjetivo
Texto I
Obsolescência programada. inimiga ou parceira do consumidor?
Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil(A) menor do que a tecnologia per-
mitiria, motivando a compra de um novo modelo — eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis são exemplos
evidentes dessa prática(B). Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celu-
lar, ainda que o modelo anterior funcione perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode ser vista como
inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos sem realmente necessitar deles. No
entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.
Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produ-
to num mercado altamente competitivo. Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970?
O desafio é buscar um equilíbrio entre a inovação e a durabilidade.
Do ponto de vista técnico, quando as empresas planejam um produto, já tem equipes trabalhando na suces-
são dele, pois se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.

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Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quando um novo produto oferece características que
os anteriores não tinham, como o uso de reconhecimento facial (C); ou a queda de desempenho do produto
com relação ao atual padrão de mercado, como um smartphone que não roda bem os aplicativos atualizados.
Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios, como carregadores compatíveis, ou mesmo
novos padrões, como tipo de bateria, conector de carregamento ou tipos de cartão de um celular, por exemplo.
Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento. é possível adiar a
substituição de um produto, por meio de upgrades de hardware, como inclusão de mais memória, baterias e
acessórios de expansão, pelo menos até o momento em que essa troca não compense financeiramente. Quan-
to à legalidade, o que se deve garantir é que os produtos mais modernos mantenham a compatibilidade com os
anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja forçado constantemente à compra de um produto mais novo
se não quiser. É importante diferenciá-la da obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosmé-
ticas, como um novo design, fazem o produto parecer sem condições de uso, quando não está.
É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equi-
pamento. Um controle eletrônico de portão tem uma única função e pode ser usado por anos e anos sem altera-
ções ou troca. Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois,
dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.
Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrônico(D). Ao mesmo tempo, a obsolescência deve
ser combatida na restrição que possa causar ao usuário, como, por exemplo, uma empresa não mais disponi-
bilizar determinada função que era disponível pelo simples upgrade do sistema operacional, forçando a compra
de um aparelho novo. O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem
benefícios à sociedade, como itens de segurança mais eficientes em carros e conectabilidade imediata e de
alta qualidade entre pessoas. É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países
diferentes(E) podem conversar diariamente, com um custo relativamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso,
funcionários podem trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com ajuda de dispositivos móveis.
RAMALHO, N. Obsolescência programada. inimiga ou parceira do consumidor? Disponível em. <https.//
www. gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/obsolescencia-programada-
-inimiga-ou-parceira-do-consumidor-5z4zm6km1pndkokxsbt4v6o96/>.
Acesso em. 23 jul. 2019. Adaptado.
Nos seguintes trechos do Texto I, o adjetivo destacado apresenta valor discursivo de avaliação subjetiva, em
relação ao substantivo a que se liga, em.
(A) “um produto tem vida útil”
(B) “exemplos evidentes dessa prática.”
(C) “uso de reconhecimento facial”
(D) “geração do lixo eletrônico”
(E) “moram em países diferentes”
7. CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto I
Gente Humilde
Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar
Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar

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E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.
SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete. Chico Buarque. In.
C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção. Manoel Barebein. Rio de Janeiro. Companhia
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.
No Texto I, o trecho “E aí me dá uma tristeza no meu peito/ Feito um despeito de eu não ter como lutar” ex-
pressa a
(A) profunda inveja que o autor tem dos mais pobres.
(B) devastação causada pela limitação material vivenciada pelo autor.
(C) melancolia causada pelo sentimento de impotência do autor.
(D) amargura do autor com a hipocrisia dos homens.
(E) indiferença do autor frente à existência dos mais pobres.
8. CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto I
Gente Humilde
Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar
Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente É gente humilde, que vontade de chorar.

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SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete. Chico Buarque. In.
C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção. Manoel Barebein. Rio de Janeiro. Companhia
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.
O Texto I como um todo expressa sentimentos de
(A) impotência e tristeza
(B) insegurança e medo
(C) indiferença e desprezo
(D) melancolia e luto
(E) conformismo e rancor
9. CESGRANRIO - Ass (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Administrativo I/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Mobilidade e acessibilidade desafiam cidades
A população do mundo chegou, em 2011, à marca oficial de 7 bilhões de pessoas. Desse total, parte cada
vez maior vive nas cidades. em 2010, esse contingente superou os 50% dos habitantes do planeta, e até 2050
prevê-se que mais de dois terços da população mundial será urbana.
No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, de acordo com o Censo 2010. É preciso, então,
que questões de mobilidade e acessibilidade urbana passem a ser discutidas.
No passado, a noção de mobilidade era estreitamente ligada ao automóvel. Hoje, como resultado, os mora-
dores de grande maioria das cidades brasileiras lidam diariamente com congestionamentos insuportáveis, que
causam enormes perdas. Isso, sem falar no alto índice de mortes em vias urbanas do país. Depreendemos daí
que a dependência do automóvel como meio de transporte é um fator que impede a mobilidade urbana.
É importante investir em infraestrutura pedestre, cicloviária e em sistemas mais eficazes e adequados de
ônibus. Ao mesmo tempo, podemos desenvolver cidades mais acessíveis, onde a maior parte dos serviços
esteja próxima às moradias e haja opções de transporte não motorizado para nos locomovermos.
BROADUS, V. Portal Mobilize Brasil. 16 jul. 2012. Disponível em. <http.//www.mobilize.org.br/noticias/2419/
mobilidade-acessibilidade- e-defi ciencias-fi sicas.html>. Acesso em. 9 jul. 2018. Adaptado
.
Glossário.
Mobilidade urbana – É a facilidade de locomoção das entre as diferentes zonas de uma cidade.
Acessibilidade urbana – É a garantia de condições às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida,
No segundo parágrafo, o texto defende a necessidade de discutir questões relativas à mobilidade urbana.
Antes disso, o texto refere-se à
(A) ampliação da população urbana mundial
(B) diminuição da distância entre casa e trabalho
(C) imobilidade urbana causada pelo automóvel
(D) importância do investimento em infraestrutura
(E) paralisação do trânsito das grandes cidades
10. CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Tecnologia da Informação/2021
Assunto: Colocação pronominal
Medo da eternidade

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Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda
não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de
bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar. com o mesmo dinheiro eu
lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola
me explicou.
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba?
— Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba. parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a
pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar
no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois,
só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possí-
vel o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle
na boca.
— E agora que é que eu faço?
— Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a
mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos
para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cin-
zento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade
eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como
se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade.
Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até que não suportei mais,
e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu!
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a
gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um
dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo
que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
Sim como no trecho “E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.”, a colocação do pronome des-
tacado respeita a norma-padrão da língua portuguesa, em.
(A) Pediria-lhes para considerar a possibilidade da eternidade.
(B) A curiosidade não leva-nos a atitudes bobas e despropositadas.
(C) O prazer que experimenta-se com o sabor dos doces é enorme.
(D) Poucos se impressionam com a descoberta da possibilidade da eternidade.

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(E) Nos perguntamos até quando vamos sonhar com uma vida eterna de prazer.
11. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EXCELÊNCIA - 2019)
Na tirinha abaixo, há dois exemplos de figura de linguagem, identifique-os e assinale a alternativa CORRE-
TA:

(A) Metáfora e pleonasmo.


(B) Metáfora e antítese.
(C) Metonímia e hipérbole.
(D) Metonímia e ironia.
(E) Nenhuma das alternativas.
12. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EXCELÊNCIA - 2019)
Em “Tempos Modernos”, fez-se o uso de figuras de linguagem, assinale a alternativa em que os termos des-
tacados têm a classificação corretamente:
”Hoje o tempo voa, amor
escorre pelas mãos
...Vamos viver tudo que há pra viver .
..eu vejo um novo começo de era
de gente fina, elegante, sincera
com habilidade para dizer mais sim do que não
(A) Prosopopeia / pleonasmo / gradação / antítese.
(B) Metáfora / pleonasmo / gradação / antítese.
(C) Metáfora / hipérbole / gradação / antítese.
(D) Pleonasmo / metáfora / antítese / gradação.
(E) Nenhuma das alternativas.
13. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração e período, é correto afirmar que o trecho
abaixo é considerado um (a):
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças americanas, entre na fila.”
(A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e subordinadas.
(B) Período, composto por três orações.
(C) Oração, pois possui sentido completo.
(D) Período, pois é composto por frases e orações.

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14. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS – 2007) Leia a seguinte sentença: Joana
tomou um sonífero e não dormiu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda oração.
(A) Oração coordenada assindética aditiva.
(B) Oração coordenada sindética aditiva.
(C) Oração coordenada sindética adversativa.
(D) Oração coordenada sindética explicativa.
(E) Oração coordenada sindética alternativa.
15. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011) Assinale a alternativa em que a
concordância verbal está correta.
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que 35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta de lixo.
16. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012) Assinale a opção que fornece a cor-
reta justificativa para as relações de concordância no texto abaixo.
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou um período de vigoroso crescimento da arre-
cadação. A maior lucratividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favoráveis. Elevaram-se,
de forma significativa e em valores reais, deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
as receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL),
e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de salários fez
aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da
previdência social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, responsáveis pelo aumento
da arrecadação do IRPF.
(A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de plural em “deflacionados”.
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural em “Elevaram-se”.
(C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as regras de concordância com “economia”.
(D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de singular em “fez aumentar”.
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância com “relevantes”.
17. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL – 2008) Assinale a alternativa em que
se tenha optado corretamente por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(C) Pretendo viajar a Paraíba.
(D) Ele gosta de bife à cavalo.
18. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA – 2019)
Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto afirmar que o vocativo adequado a um texto no
padrão ofício destinado ao presidente do Congresso Nacional é
(A) Senhor Presidente.
(B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(C) Presidente.
(D) Excelentíssimo Presidente.

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(E) Excelentíssimo Senhor.
19. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR ADMINISTRATIVO - INSTITUTO
AOCP - 2019 )
Referente à aplicação de elementos de gramática à redação oficial, os sinais de pontuação estão ligados
à estrutura sintática e têm várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação que pode ser
utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer.
(A) Dois-pontos.
(B) Ponto-e-vírgula.
(C) Ponto-de-interrogação.
(D) Ponto-de-exclamação.
20. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS- AOCP – 2018)
Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunica-
ções. Em relação à redação de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, os itens a seguir.
A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos são necessários para a comunicação: a) emis-
sor, b) receptor, c) conteúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa. Com relação à redação
oficial, o emissor é o Serviço Público (Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assun-
to é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O destinatário ou receptor dessa comunicação
ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
( ) Certo
( ) Errado
21. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )
Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Conforme as regras do Acordo Ortográfico que en-
trou em vigor em 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras grafadas conforme o Acordo.
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, capitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-
-coordenador.
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, diretor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral,
sócio-gerente.
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-diretor, general de brigada, general de exército, se-
gundo-secretário.
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação, pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-
-vestibular; Secretaria-Geral.
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-
-família, Secretaria-Executiva, tenente-coronel.
Assinale a alternativa CORRETA:
(A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
(B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas.
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas.
(D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
(E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
22. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018)
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua. Portanto, são necessários conhecimentos
linguísticos que fundamentem esses usos.
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:

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1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem.
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp)
e deu detalhes do crime.
3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relacionamento difícil com a mãe e teria discutido com
ela momentos antes de desferir os golpes.
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso da vírgula em cada frase.
( ) Para destacar deslocamento de termos.
( ) Para separar adjuntos adverbiais.
( ) Para indicar um aposto.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
(A) 1 – 2 – 3.
(B) 2 – 1 – 3.
(C) 3 – 1 – 2.
(D) 3 – 2 – 1.

GABARITO

1 A
2 B
3 E
4 C
5 A
6 B
7 C
8 A
9 A
10 D
11 C
12 A
13 C
14 C
15 E
16 A
17 A
18 B
19 B
20 CERTO
21 E
22 C

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