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Rio do Sul
2019
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
Data: 18/09/2019
Local: auditório da UNIDAVI – Rio do Sul
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TÓPICO 1
Redação Oficial e suas formas de linguagem
Há que se acrescentar que a própria Constituição, em seu artigo 37, frisa que “A
administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a
publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública,
fica claro que devem nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.
O Manual ainda é preciso ao enfatizar que “não se concebe que um ato normativo de
qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua
compreensão”. Assim, a transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua
inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito, portanto é inaceitável que
um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, desse modo,
necessariamente, clareza e concisão.
Fica claro, por tudo isso, que as comunicações oficiais são uniformes, pois há sempre
um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o
próprio serviço público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o
conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
Apesar dessa uniformidade, isso não quer dizer que os textos oficiais não acompanham
o próprio processo de evolução da língua, mas sua finalidade básica impõe certos
parâmetros em relação ao uso que se faz da língua, o que o diferencia de outros textos,
com outros fins. A linguagem, como já foi dito, deve ser clara e precisa. Para que isso
aconteça, é preciso observar alguns aspectos de ordem gramatical e linguística.
Faz parte dos atributos da Redação Oficial o uso da norma padrão da língua portuguesa.
Tal norma, contudo, diz respeito à língua escrita, e não à língua falada.
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O curso foi elaborado com base nas normas estabelecidas pelo Manual de Redação da Presidência da
República – (3ª edição revisada e atualizada em 2018), regimento máximo da Redação Oficial no Brasil e
pelo Manual de Redação Oficial (Padronização e Redação dos Atos Oficiais do Estado de Santa Catarina
(3ª edição revisada e atualizada em 2013). Além disso, considerou-se o suplemento à 3ª edição do Manual
de Redação Oficial do Estado (no prelo).
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Há, evidentemente, uma distância entre a língua falada e a língua escrita. Aquela é
dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode
eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como
gestos, entoação, etc. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações,
tem maior vocação para a permanência, e vale-se de si mesma para comunicar. Do
estudo dessas variações ocupa-se a sociolinguística.
A sociolinguística pode ser entendida como uma corrente da linguística que estuda a
relação entre a linguística e a sociedade e, nesse sentido, aspectos extragramaticais
devem ser observados sob pena de extrair a língua do seu contexto de produção. Sendo
assim, a língua, definida como um código de signos linguísticos, sofre variação (idade,
sexo, região, classe social, etc.), fugindo da concepção tradicional de erro.
O que há, portanto, são normas. A norma padrão é aquela descrita e prescrita pela
gramática normativa, que tende a ser homogênea e consensual, já que está presente nas
gramáticas. A norma culta, por sua vez, representa o conjunto das práticas linguísticas e
dos modelos de uso encontrados em textos formais, especialmente na modalidade
escrita, e que, justamente por pertencerem à esfera do uso, variam de um autor para
outro. Trata-se, neste caso, de um ideal perseguido por alguns.
O preconceito linguístico é marcado justamente pela imposição da norma padrão ou
culta da língua, desprezando a sua função mais primordial: a comunicação.
Por tudo isso, é importante frisar que as regras de uso regulamentadas pelo Manual de
Redação Oficial da Presidência da República são fundamentadas na norma padrão da
língua portuguesa e, sendo assim, todos os aspectos relacionados à língua falada devem
ser evitados.
1.2.1 Clareza
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Anote-se o exemplo que consta no Manual de Padronização e Redação dos Atos
Oficiais do Estado de Santa Catarina (2013):
Senhor Gerente,
Atenciosamente,
Senhor Gerente,
Atenciosamente,
1.2.2 Precisão
O texto que atende o atributo da precisão, por sua vez: articula bem a linguagem para a
perfeita e única compreensão da ideia que pretende expor; evita a sinonímia com efeito
estilístico.
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1.3 OBJETIVIDADE
1.4 CONCISÃO
Ser conciso é dizer o necessário com o mínimo de palavras, sem prejudicar a clareza no
processo de comunicação, seja oral ou escrita. Em suma, consiste em ser objetivo e
direto. A prolixidade é, de fato, um dos grandes problemas redacionais. São textos
longos e repetitivos que, ao final da leitura, não cumprem o papel a que se propuseram
no início.
A concisão, no entanto, não se limita a um texto mais curto, não significa escrever
pouco, mas evitar redundâncias e o excesso sem comprometer a eficácia da
comunicação. Assim, é necessário considerar o objetivo do texto e seu contexto de
produção.
O Manual da República (2018) cita a concisão mais como uma qualidade do que uma
característica do texto oficial. Anote-se o exemplo citado pelo referido Manual:
Texto prolixo:
Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado
da consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da
população daquele distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da
alteração realizada pela Lei nº 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada,
com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre
demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a
menos que em Greenwich.
Texto reescrito:
Apurado o resultado da consulta à população acreana, verificou-se que a maioria da
população manifestou-se pela rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008.
Não satisfeita com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população
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do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas
menos que em Greenwich.
1.5 COESÃO
1.5.1 Coesão
O que torna um texto atrativo para o leitor é a coesão textual, ou seus “elos invisíveis”.
Para assegurar a coesão são necessários alguns fatores que devem ser obedecidos, tais
como: “a referência pronominal, a repetição, as substituições e a elipse”. Assim, a
principal qualidade de um bom texto é o encadeamento de todas as ideias apresentadas,
dando ao leitor uma sensação de unidade e coesão. Seguem-se, abaixo, algumas formas
de trazer coesão a um texto.
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Verifica-se, também, a troca de um substantivo por um termo generalizante, isto é, um
“vocábulo-curinga” para substituí-lo, ou até mesmo orações inteiras. Ex.: o promotor de
Justiça acha que dois depoimentos bastam, mas o conselho de sentença não pensa assim.
1.5.2 Coerência
A coerência é uma característica textual que depende da interação do texto, seu produtor
e aquele que procura compreendê-lo. A coerência depende de uma rede de fatores de
ordens linguística, semântica, cognitiva, pragmática e interacional.
É necessário que haja uma adequação do texto ao destinatário. Também é preciso que se
obedeça à ordem de introdução, desenvolvimento e conclusão para que o texto tenha
uma unidade. A coerência, portanto, consiste em ordenar e interligar as ideias de
maneira clara e lógica e de acordo com um plano definido.
1.6 IMPESSOALIDADE
Por fim, é preciso ressaltar que a formalidade e padronização devem ser estendidas a
todos os tipos de documentos e comunicações, inclusive e-mails, em que é comum a
informalidade justificada pela rapidez e versatilidade desse meio. Contudo, trata-se de
atividade profissional, exercida em função do cargo público que se ocupa e, por esse
motivo, todas as recomendações mencionadas devem ser empregadas da mesma
maneira.
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2. ELEMENTOS MAIS COMUNS NAS CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS
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3. A LINGUAGEM DE ATOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS
As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser compreendidas por todos
os cidadãos brasileiros. Para tanto, é preciso evitar o uso de uma linguagem restrita a
determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de
circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
sua compreensão dificultada.
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir
com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
Exs.: Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado.
Se o interlocutor for mulher: Vossa Excelência está atarefada.
3.2 SIGNATÁRIO
O Manual prevê a utilização dos termos interino e substituto após o nome dos cargos,
sem hífen, sem vírgula e em minúsculo. Interino “é aquele designado para ocupar
transitoriamente cargo público durante a vacância”; substituto “é aquele designado para
exercer as atribuições de cargo público vago ou no caso de afastamento e impedimentos
legais ou regulamentares do titular”.
Segundo o Manual da República (2018), o cargo ocupado por pessoa do sexo feminino
deve ser flexionado no gênero feminino. Exs.: ministra de Estado; técnica-
administrativa; coordenadora administrativa.
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3.3 VOCATIVO
Nas comunicações oficiais, deverá sempre ser seguido de vírgula. De acordo com o
Manual:
Saliente-se que, no dia 11 de abril de 2019, foi publicado o Decreto nº 9.758 com
previsão de implementação a partir do dia 1º de maio de 2019 e que dispõe sobre a
forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da
administração pública federal. O Decreto veda as seguintes formas de tratamento:
Vossa Excelência ou Excelentíssimo; vossa Senhoria; vossa Magnificência; doutor;
ilustre ou Ilustríssimo; digno ou Digníssimo; respeitável.
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TÓPICO 2
Tipologias e requisitos de textos oficiais – Dificuldades mais frequentes na
escrita
O texto científico é aquele que revela pesquisa e rigor científico e tem como objetivo a
publicação em revistas especializadas ou livros, tais como as monografias, teses,
resenhas e artigos.
O texto técnico, por sua vez, é mais relativo às profissões e fundamental nas atividades
empresariais. Ex.: atas, memorandos, circulares, requerimentos.
As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser compreendidas por todos
os cidadãos brasileiros. Para tanto, é preciso evitar o uso de uma linguagem restrita a
determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de
circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
sua compreensão dificultada.
Por tudo isso, é importante frisar que as regras de uso regulamentadas pelo Manual de
Redação Oficial da Presidência da República e pelo Manual de Redação Oficial do
Estado de Santa Catarina são fundamentadas na norma padrão da língua portuguesa e,
sendo assim, todos os aspectos relacionados à língua falada devem ser evitados.
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Bimestral – que se realiza de dois em dois meses, ou que dura dois meses. Ex.: O
reajuste do salário será bimestral.
Ir ao encontro de – significa ir a favor de, concordar com. Ex.: A minha ideia vai ao
encontro da sua.
Ir de encontro a – significa ser contrário a, ir contra. Ex.: As demissões impostas pela
empresa vêm de encontro às expectativas dos empregados.
Estada – refere-se somente para pessoas com relação à permanência em um
determinado local. Ex.: A sua estada na prisão trouxe-lhe grandes prejuízos.
Estadia – é a permanência de um navio no porto ou de um veículo em garagem ou
estacionamento. Ex.: Ele pagou caro pela estadia de seu carro no estacionamento do
aeroporto.
Haja vista – tem o significado de tendo em vista, que sirva de modelo, que mereça
exame. Ex.: Ele precisa esclarecer tudo, haja vista os problemas (ou menos usual: hajam
vista os problemas).
Haja visto – esta expressão é correta quando se refere ao modo subjuntivo do verbo ver,
tempo composto, cujo auxiliar do ver é o verbo haver. Ex.: Embora ele haja visto o
acidente, nada declarou.
Se não – emprega-se quando a expressão se pode ser substituída por caso ou na hipótese
de que. Ex.: Se não saíres agora, vais te arrepender.
Senão – esta expressão pode ter os significados de caso contrário, a não ser, mas ou,
ainda, o significado de defeito (substantivo). Ex.: Corra, senão você vai perder o avião.
Não havia nada a fazer senão correr. Ela não possui um senão.
A princípio – tem o significado de no começo, inicialmente. Ex.: A princípio eles
entenderam o problema.
Em princípio – significa em tese. Ex.: Em princípio, o preço parece justo.
A partir de – sua significação é a começar de. Não se deve usar depois do verbo
começar. Ex.: (errado) O curso de redação começará a partir da próxima semana. E,
sim, a forma correta: Começará, na próxima semana, o curso de redação.
Na condição que indica tempo, é correto usar o emprego desta expressão para
antes do verbo começar. Ex.: A partir da próxima semana, começarão as inscrições para
o curso de redação.
Deve-se, contudo, evitar o uso da expressão a partir de com o sentido de com
base em, preferindo-se esta última expressão e outras equivalentes, tais como:
considerando, baseando-se em, fundando-se em, valendo-se de, tomando(-se) por base,
etc. Ex.: (errado) A partir de suas afirmações, poderemos julgar o caso. A forma correta
é: Com base em suas afirmações, poderemos julgar o caso.
Através – significa de um lado para o outro, de lado a lado, por entre, no decurso de.
Ex.: Via a chuva através da vidraça. Os conceitos evoluem através dos anos.
Deve-se evitar o emprego de através de com o sentido de meio ou instrumento.
Nesse caso, emprega-se por intermédio de, por, por meio de, mediante, servindo-se de,
valendo-se de, etc. Ex.: O projeto foi regulado por meio de decreto. Ela apresentou
algumas propostas por intermédio de seu procurador. A comissão foi criada mediante
portaria do Ministro da Justiça.
Onde – é um pronome relativo. Quando acompanhado de um antecedente, equivale às
expressões em que lugar, o lugar em que. Emprega-se, sempre, com verbos de
permanência, estabilidade ou lugar fixo. Ex.: A casa onde moro é confortável. (onde =
em que)
Como onde significa lugar, devem-se evitar outras construções em que onde é
empregado de forma errônea. Ex.: (errado) Neste período, onde as discussões são
constantes... A forma correta é: Neste período, em que as discussões são constantes...
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Mesmo – não tem função de pronome pessoal, não devendo ser empregado em lugar
dos pronomes pessoais ele(s) e ela(s), dele(s) e dela(s), nele(s) e nela(s).
Além de revelar pobreza estilística, esse mesmo, muitas vezes, é inteiramente
dispensável, sem qualquer prejuízo ao sentido do texto.
Seguem-se alguns exemplos do emprego inadequado de mesmo, com as devidas
substituições, ou com a simples eliminação do termo, em benefício da economia e do
bom gosto:
Receba de volta seu título e verifique se o mesmo está rubricado pelo presidente.
Receba de volta seu título e verifique se está rubricado [...].
[...]
Dando a palavra ao advogado do reclamante, perguntou ao mesmo se concordava com
os termos do acordo oferecido.
[...] do reclamante, perguntou-lhe (ou: perguntou a ele) se concordava [...].
Outras vezes, a solução está, não em substituir o mesmo, mas em redigir a frase de
modo diferente:
A tensão emocional é mais comum no início da idade adulta do que no fim da mesma.
A tensão emocional é mais comum no início do que no fim da idade adulta.
No dia aprazado, proposta a reconciliação, foi a mesma rejeitada.
[...], proposta a reconciliação, foi ela rejeitada (ou: foi esta rejeitada).
[...], a perseguição dos pacientes aconteceu logo após consumado o delito, tendo os
mesmos sido capturados horas após pelos agentes da autoridade policial.
[...] tendo (eles) sido capturados horas após pelos agentes [...]”.
3- Junto e sem acento: em respostas, equivalendo a visto que, uma vez que.
Ex.: Devem ter saído, porque não atendem ao telefone.
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TÓPICO 3
Tipos de Atos Administrativos, Comunicações Oficiais, Comunicações
Administrativas e usos. Correspondências Oficiais e usos.
3.1.1 Alvará
Vindo de autoridade judicial, equivale a mandado judicial. Neste caso, tem-se como
exemplos alvará para levantamento de depósito, alvará de soltura, alvará para venda,
etc.
3.1.2 Atestado
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As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados e não
declarações, porque, enquanto estas provam fatos permanentes, aqueles se referem a
fatos transitórios. Em se tratando de habilidades ou qualidades de pessoas, o atestante
deverá especificar, com clareza, os dados pessoais do indivíduo em questão. A
recomendação é muito oportuna, pois tais atestados impõem responsabilidade a quem os
fornece.
3.1.3 Auto
Compreende todo termo ou narração lavrados para prova, registro ou evidência de uma
ocorrência. Também serve para marcar o início de um processo, como no auto de
infração.
3.1.4 Apostila
3.1.5 Certidão
Por este ato, o Poder Público limita-se a trasladar para o documento a ser fornecido ao
interessado o que consta de seus arquivos. Pode ser de inteiro teor ou resumida,
devendo expressar fielmente o conteúdo original de onde foi extraída.
A certidão deve ser escrita em linhas corridas, sem emendas ou rasuras. Deve ser datada
e assinada pelo servidor que a lavrou, conferida pelo chefe da seção e revisada pelo
diretor. Como documento público que é, a certidão pode servir de prova de ato jurídico.
3.1.6 Circular
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3.1.7 Decreto
Por meio de Decreto, tanto podem ser expedidos regulamentos e regimentos como atos
executivos, de efeitos concretos imediatos, e atos de pessoal. Destinando-se à atuação
externa, sobretudo os decretos regulamentares, dependem de publicação no Diário
Oficial para produzirem efeitos. Quanto à formatação, utiliza-se, após a autoria e a
fundamentação legal, a palavra DECRETA.
3.1.8 Despacho
É fórmula que expressa a decisão ou a ordem que a autoridade administrativa, com base
no parecer ou na informação, escreve em expedientes diversos, como requerimentos e
processos sujeitos à sua apreciação. Usualmente, era manuscrito. Entretanto, com a
digitalização de sistemas e processos passa a ser redigido em folha própria.
Como todos os atos administrativos, está sujeito ao princípio da publicidade, o que não
significa que, necessariamente, deva ser publicado, à exceção do despacho com efeito
normativo, em que a autoridade determina sua aplicação aos casos idênticos.
3.1.9 Edital
É o instrumento (fórmula) de que se utiliza a Administração para tornar público fato que
deve ser de conhecimento das pessoas nele mencionadas, bem como outros assuntos de
interesse público.
Os editais levam vantagens sobre os outros atos, pois, após a sua publicação, ninguém
pode alegar desconhecimento do seu teor. Além disso, nos casos de licitações e
concursos públicos, alcançam maior número de interessados que, de outra forma, não
seriam atingidos. Propiciam, assim, melhores condições de seleção de seus eventuais
fornecedores ou prestadores de serviços de qualquer natureza.
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3.1.10 Instrução Normativa
É designação de ato que contém determinação especial dirigida aos responsáveis por
obras ou serviços públicos e que poderá consistir de autorizações, imposições de caráter
administrativo ou especificações técnicas da realização das obras ou dos serviços de que
trata.
A ordem de serviço encerra providências tomadas ou a serem tomadas pela chefia para
orientar a execução de serviços ou o desempenho de encargos. É também recurso de que
se vale o administrador quando deseja que alguém substitua outrem tão somente nos
encargos, nas tarefas, sem direito a qualquer remuneração extra.
3.1.13 Portaria
É fórmula pela qual se transmitem aos escalões inferiores decisões de efeito interno,
seja quanto às atividades que são desenvolvidas seja quanto à vida funcional dos
servidores. As portarias podem ter conteúdo muito variável, prestando-se à abertura de
processos administrativos em geral, inclusive sindicâncias.
3.2.1 Ata
Deve ser lavrada de tal forma que nada lhe possa ser acrescentado ou modificado: os
números devem ser escritos por extenso ou traduzidos em palavras entre parênteses;
palavras não devem ser abreviadas. Em atas manuscritas, se houver engano e for
percebido imediatamente, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o
pensamento. Se o engano for notado no final da redação, escreverá a expressão “Em
tempo: onde se lê ..., leia-se ...”.
Não se observam parágrafos ou alíneas, mas escreve-se o texto todo em sequência linear
para evitar que nos espaços em branco se façam acréscimos. O tempo verbal utilizado
é o pretérito perfeito do indicativo. Ex: “O senhor presidente solicitou a leitura da Ata
da reunião anterior. Após a leitura, como não houve emendas ou ressalvas, foi ela
aprovada por unanimidade”.
Assinam a ata todas as pessoas presentes à reunião ou, quando deliberado, apenas o
presidente e o secretário. A ata é redigida por um secretário efetivo do órgão ou, na falta
desse, por um secretário ad hoc, isto é, designado para secretariar aquela reunião. Como
a ata é um registro fiel dos fatos ocorridos em determinada reunião, sua linguagem deve
ser simples, clara, precisa e concisa, não se prestando, por isso mesmo, à demonstração
ou ao extravasamento de prováveis dotes literários do redator.
As atas podem ser transcritas a mão, em livro próprio, com folhas numeradas e
rubricadas pela autoridade responsável. Esse livro deve conter termo de abertura e
termo de encerramento assinados pela mesma autoridade. Podem também ser digitadas
e arquivadas em pasta própria, ou encadernadas ao final do exercício. Neste caso, todas
as folhas devem ser rubricadas por quem assina a ata. Com os processos digitais,
contudo, as atas devem passar por significativa reformulação.
3.2.2 Informação
3.2.3 Laudo
3.2.4 Parecer
O parecer técnico, pela sua natureza, não pode ser contrariado por pessoas leigas, entre
estas, os próprios superiores hierárquicos, visto que não há subordinação no campo
técnico. Entretanto, desde que suficientemente embasada no campo técnico, nada
impede a Administração de decidir contrariamente.
Por outro lado, diz-se que o parecer é normativo, quando a autoridade que o aprovou
converte-o em norma de procedimento interno, tornando-o impositivo e vinculante para
todos os órgãos subordinados.
3.2.5 Relatório
É o documento oficial que expõe ou narra, de forma concisa, clara e objetiva, um fato
ou uma atividade desenvolvida pelo órgão, entidade ou servidor, com a discriminação
de todos os aspectos pertinentes ao fato ou atividade relatada. Compete aos dirigentes e
titulares de órgão público e aos servidores públicos elaborarem relatórios, quando
solicitados, ou de acordo com o regimento interno de seu órgão, nos prazos
estabelecidos.
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O tema deve ser direcionado aos esclarecimentos que se façam necessários à perfeita
compreensão do assunto tratado. A análise deve ser objetiva e imparcial. O relator
registra fatos relacionados com o tema, abstendo-se de divagações ou apreciações de
natureza subjetiva. Quando se fizer necessário, o relatório poderá ser ilustrado com
tabelas, gráficos, fotografias e outros elementos que possam contribuir para o perfeito
esclarecimento dos fatos. Esses elementos podem ser colocados no corpo do relatório
ou, se muito numerosos, em forma de anexos.
Existem vários tipos de relatórios, que são classificados conforme sua finalidade.
Alguns são apresentados em formulários próprios, como é o caso, por exemplo, dos
Relatórios Financeiros. Outros são descritivos, e seu conteúdo refere-se a estudo
técnico ou científico, participação em eventos, supervisão de projetos ou serviços,
avaliação de desempenho periódico dos diversos setores, entre outros.
Tipos de correspondência
A correspondência entre servidores públicos pode acontecer de acordo com sua
aplicabilidade, motivo, destinatário, e passa por etapas que vão desde um email simples
a uma exposição de motivos, ato externo direcionado ao Chefe do Poder Executivo. O
objetivo primordial é a comunicação e, nesse sentido, a linguagem formal deve sempre
ser priorizada.
As correspondências oficiais, por sua vez, são definidas, de acordo com o Manual
citado, como “instrumentos pelos quais o Poder Público se comunica formalmente com
órgãos e servidores públicos, e com particulares”.
A seguir, algumas formas de comunicação que fazem parte do cotidiano dos servidores:
1. A primeira e mais comum via de comunicação escrita entre servidores é o email
profissional.
2. A formalização de uma correspondência impressa apresenta diferenças no que
diz respeito ao destinatário. A comunicação interna é feita internamente entre
servidores de um mesmo órgão, o ofício é direcionado a um órgão externo, entre
órgãos, e a exposição de motivos é destinada única e exclusivamente ao Chefe
do Poder Executivo, o Governador do Estado e, em outra instância, apenas ao
Presidente da República ou Vice-Presidente.
3. Alguns órgãos possuem sistema de gestão de processos por meio do qual as
correspondências oficiais também circulam.
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O Manual da República (2018) admite, contudo, novas regras para a diferenciação entre
os documentos aviso, ofício e memorando (comunicação interna), no que diz respeito
à finalidade dos documentos. Cite-se o referido Manual:
“Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se
diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando.
Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas,
que sigam o que chamamos de padrão ofício. A distinção básica anterior entre os três
era:
a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
mesma hierarquia;
b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.
Nesta nova edição, ficou abolida aquela distinção e passou-se a utilizar o termo ofício
nas três hipóteses”.
O Estado de Santa Catarina ainda admite tal distinção entre comunicação interna e
ofício, conforme consta no Manual do Estado “Padronização e Redação dos Atos
Oficiais (2013. 3ª edição revisada e atualizada). Entretanto, no suplemento a esta edição
(no prelo) optou-se por adotar o ofício em substituição à anterior distinção entre
comunicação interna e o ofício, entretanto o aviso permanece como forma de
comunicação na administração pública estadual.
A correspondência oficial deve ser escrita respeitando a norma padrão da língua. Serão
apresentadas aqui as definições, especificidades e detalhes sobre o modelo de cada uma
dessas correspondências.
3.3.1 Aviso
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projetos a serem executados, ou ideias e diretrizes a serem adotadas por determinado
setor do serviço público.
A nota, como a adotada no Serviço Público estadual, é uma comunicação emitida por
titulares de órgãos públicos, entidade de classe ou agremiativa, destinada a prestar
esclarecimento ao público e firmar posição da instituição acerca de determinado fato.
Apresenta-se no padrão ofício.
3.3.5 Ofício
O ofício “é a comunicação externa escrita que as autoridades fazem entre si, com
instituições públicas e privadas, e com particulares, em caráter oficial”.
3.3.6 E-mail
O Manual de Redação Oficial de Santa Catarina (2013) não lista o e-mail como
instrumento de comunicação do serviço público. O Manual da República, entretanto,
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atualizado em 2018, cita o e-mail como uma forma de comunicação na administração
pública e sobre ele faz as seguintes considerações:
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como
o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
comunicação oficial. Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-
mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como sistema de
transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se
na principal forma de envio e recebimento de documentos na administração pública.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com
certificação digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será obrigatório
a repetição do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico
reconhecido pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a
aceitação de documento eletrônico que não atenda os parâmetros da ICP-Brasil.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
interessa definir padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se
observar algumas orientações quanto à sua estrutura.
c) Assunto
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da
mensagem. Assim, quem irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se
trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio
eletrônico. Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o conteúdo completo da
mensagem para que não pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um assunto mais preciso seria
“Agendamento de reunião sobre a Reforma da Previdência”.
d) Local e data
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que o próprio sistema apresenta
essa informação.
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e) Saudação inicial/vocativo
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando
endereçado para outras instituições, para receptores desconhecidos ou para particulares,
deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor”
ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.
Exemplos: Senhor Coordenador, Prezada Senhora,
f) Fecho
h) Anexos
Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não
esteja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;
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utilizados, pois não são apropriados para mensagens profissionais, além de
sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se
revisam outros documentos oficiais;
Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da
mensagem, pois denota agressividade de parte do emissor da comunicação.
Não devem ser remetidas mensagens com tamanho total que possa exceder a capacidade
do servidor do destinatário.