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PANORAMA DA COMUNICAÇÃO OFICIAL

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja
comunicação, são necessários: alguém que comunique; algo a ser comunicado;
alguém que receba essa comunicação.
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou
aquele/aquela Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se
comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o
destinatário dessa comunicação é o público, uma instituição privada ou outro órgão ou
entidade pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. Além disso, deve-se
considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto esteja
adequado à situação comunicativa.
O QUE É REDAÇÃO OFICIAL

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público
redige comunicações oficiais e atos normativos.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que
sua finalidade básica – comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos
parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
texto jornalístico, da correspondência particular etc.
CLAREZA E PRECISÃO

CLAREZA
Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto; não utilizar
regionalismos e neologismos; pontuar adequadamente o texto; explicitar o
significado da sigla na primeira referência a ela; e utilizar palavras e
expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão de
serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem
exata tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico, conforme orientações do
subitem 10.2 deste Manual.
PRECISÃO
O ATRIBUTO DA PRECISÃO COMPLEMENTA A CLAREZA
E CARACTERIZA-SE POR:

Articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da


ideia veiculada no texto;
manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando
o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico; e
escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto.
OBJETIVIDADE

Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem
redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão
qual é a ideia principal e quais são as secundárias.

Procure perceber certa hierarquia de ideias: as fundamentais e as secundárias.


CONCISÃO

A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial.

Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo


de palavras.

Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é,


não se deve eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de
reduzi-lo em tamanho.
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, abusou-se no emprego de
adjetivos (impressionante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe
confere carga afetiva injustificável, sobretudo em texto oficial, que deve primar pela
impessoalidade. Eliminados os excessos, o período ganha concisão, harmonia e unidade:
EXEMPLO:
Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado
da consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da
população daquele distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da
alteração realizada pela Lei n° 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada,
com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre
demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a
menos que em Greenwich.
EXEMPLO:
Apurado o resultado da consulta à população acreana, verificou-se que a maioria da
população manifestou-se pela rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008.
Não satisfeita com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população
do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas
menos que em Greenwich.
IMPESSOALIDADE
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu
significado remete a dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a
administração pública proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar ninguém, de que
o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da pessoalidade
dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser exercida por
intermédio de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos
que constam das comunicações oficiais decorre:

Da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por


exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação é
sempre feita em nome do serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
padronização, que permite que as comunicações elaboradas em diferentes setores da
administração pública guardem entre si certa uniformidade; da impessoalidade de quem
recebe a comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como
público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a outra entidade pública. Em
todos os casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; e do
caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações
oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural não
caber qualquer tom particular ou pessoal.
FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO

As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas


regras de forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em
meio eletrônico (por exemplo, o e-mail , o documento gerado no SEI!, o documento
em html etc.), quanto para os eventuais documentos impressos.
A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
o uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar
figuras de linguagem próprias do estilo literário;
a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.
VOCATIVO

O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo


será sempre seguido de vírgula.
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a expressão Excelentíssimo
Senhor ou Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,
VOCATIVO

As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por Vossa Excelência, receberão o


vocativo Senhor ou Senhora seguido do cargo respectivo.

Exemplos:
Senhora Senadora,
Senhor Juiz,
Senhora Ministra,
VOCATIVO

Na hipótese de comunicação com particular, pode-se utilizar o vocativo Senhor ou


Senhora e a forma utilizada pela instituição para referir-se ao interlocutor:
beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc.

Exemplos:
Senhora Beneficiária,
Senhor Contribuinte,
Ainda, quando o destinatário for um particular, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou
Senhora seguido do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado
Senhor” ou “Prezada Senhora”.
1. Quanto à elaboração de ofício, segundo o Manual de Redação da Presidência da
República, a parte do documento que informa quem receberá o expediente é o(a)

(A) cabeçalho.

(B) assunto.

(C) endereçamento.

(D) identificação do expediente.


2. De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República (2018),
na identificação do signatário de documento oficial, depois do nome do cargo,
é possível utilizar o termo:

(A) interino.

(B) em férias.

(C) em vacância.

(D) em licença.

(E) impedido.
3. No que diz respeito à identificação do expediente, o Manual de Redação da Presidência
da República orienta que os documentos oficiais devem ser identificados com o nome do
documento, a indicação de numeração e as informações do documento, que estão
corretamente exemplificados em:

(A) OFÍCIO NÚMERO 652/SAA/SE/MT.

(B) OF. NÚM. 652/2018/SAA/SE/MT.

(C) OFÍCIO Nº 652/2018/SAA/SE/MT

(D) OFC. N. 652-SAA-SE-MT.

(E) OFÍCIO NRO. 652/SAA-SE-MT.


4. Para se conhecer uns aos outros e a si mesmo, no ambiente de trabalho, é necessário,
portanto, que as pessoas troquem informações sobre si e sobre suas funções na
empresa. As informações precisam ser transmitidas de forma clara, com o mínimo de
distorção possível, o que pode ser garantido com um bom nível de comunicação. Sobre o
esquema de comunicação, analise:
( ) - O emissor é aquele que envia a mensagem, sendo a fonte da comunicação;

( ) - O receptor é aquele que recebe a informação transmitida;

( ) - O canal é o conjunto de sinais ou signos com os quais, segundo certas regras, se


transmite mensagens e deve, necessariamente, ser o mesmo para os envolvidos na
comunicação;

( ) - O código é a parte física da comunicação, o meio (ar – no caso da comunicação


verbal, papel, ondas de rádio) pelo qual circula a mensagem e que permite o contato entre
os participantes.
Sabendo que (V) significa Verdadeiro e (F) significa Falso, assinale a alternativa que
contém a sequência CORRETA, respectivamente:

Alternativas

(A) V-F-F-V.

(B) V-F-V-F.

(C) V-V-F-F.

(D) F-V-F-V.

(E) F-F-V-V.
5. Nas instituições de domínio público ou privado, circulam textos adequados às
comunicações internas e externas. O texto a seguir constitui exemplo desse tipo de
comunicação.

1 Senhor Diretor Alcides, De acordo com seu Memo. n.º 42/05, indico a funcionária
Maria Guadalupe Moreira para assumir a função de 4 secretária dessa divisão.

Renovo os votos de apreço, ao mesmo tempo em que


coloco os serviços deste setor à disposição de V. S.ª.
Com relação à correspondência oficial apresentada no texto acima, julgue os
itens a seguir.

A expressão vocativa "Senhor Diretor Alcides" (R.1) atende às recomendações da


correspondência oficial, cuja estrutura exige que seja especificado o cargo e o nome do
destinatário.

Certo ( )

Errado ( )
6. Texto para os itens de 1 a 14

1 Os bancos médios alcançaram um de seus melhores anos em 2006. A rigor, essas


instituições não optaram por nenhuma profunda ou surpreendente mudança 4 de foco
estratégico. Bem ao contrário, elas apenas voltaram a atuar essencialmente como
bancos: no ano passado a carteira de crédito dessas casas bancárias cresceu 39,2%,

7 Álvaro Fidélio de Abreu Chefe do Departamento de Pessoal São Luiz, 22 de maio de


2005
7 enquanto a carteira dos dez maiores bancos do país aumentou 26,2%, ambos
com referência a 2005.
É apressado asseverar que essa expansão do 10 segmento possa gerar maior
concorrência no setor. Vale lembrar, apenas como comparação, que a chegada
dos bancos estrangeiros (nos anos 90) não surtiu o efeito 13 esperado quanto à
concorrência bancária. Os bancos estrangeiros cobram o preço mais alto em 21
tarifas.
E os bancos privados nacionais, médios e grandes, têm os preços 16 mais altos em
outras 21. O tamanho do banco não determina o empenho na cobrança de tarifas.
O principal motivo da fraca aceleração da concorrência do sistema bancário é a 19
permanência dos altos spreads, a diferença entre o que o banco paga ao captar e o
que cobra ao emprestar, que não se altera muito,
Entre instituições grandes ou médias.
22 Vale notar, também, que os bons resultados dos bancos médios brasileiros atraíram
grandes instituições do setor bancário internacional interessadas em participação 25
segmentada em forma de parceria. O Sistema Financeiro Nacional só tem a ganhar
com esse tipo de integração. Dessa forma, o cenário, no médio prazo, é de acelerado
movimento 28 de fusões entre bancos médios, processo que já começou.
Será um novo capítulo da história bancária do país.

Gazeta Mercantil, Editorial, 28/3/2007.


A correção gramatical, o nível de formalidade e as escolhas lexicais permitem
afirmar-se que a linguagem do texto está apropriada para correspondências oficiais.

Certo ( )

Errado ( )
PORTARIA nº 03388/2009, de 30 DE FEVEREIRO DE 2009.

A DEFENSORIA PÚBLICA GERAL, no uso das suas atribuições que lhes conferem o
Art.13 Parágrafo único; nº 203, de 26/12/1989 e considerando também do Art. 221,
da Lei nº 88/1988 RESOLVE:
7. A partir do texto hipotético acima, julgue os seguintes itens, a respeito da
elaboração de documentos oficiais.
No corpo do texto, considerando-se a flexibilidade de uso de palavras em caixa-alta,
respeitam-se as exigências de objetividade, clareza e correção gramatical em
documentos oficiais.

Certo ( )

Errado ( )
8. O pronome de tratamento empregado no segmento Encaminho a Vossa Excelência
o Relatório de Atividades referente a 2007 atenderia às normas de redação oficial
para um expediente dirigido ao presidente do Senado Federal.

Certo ( )

Errado ( )
9. Com relação à correspondência oficial, julgue os itens a seguir
de acordo com o Manual de Redação da Presidência da
República.

Mensagem é o instrumento de comunicação oficial utilizado entre os chefes dos


Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Certo ( )

Errado ( )
10. As comunicações expedidas por órgãos públicos federais devem ser compreendidas
por todo e qualquer cidadão brasileiro, excetuando-se as de cunho específico, nas quais
é adequado o emprego de jargão técnico.

Certo ( )

Errado ( )
11. Na redação de atas de reuniões em instituições públicas, deve-se evitar o modelo
das narrações literárias.

Certo ( )

Errado ( )
12. As atas devem conter o resumo sucinto da pauta discutida e das deliberações
tomadas na reunião a que se refere.

Certo ( )

Errado ( )

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