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REDAÇÃO OFICIAL

Sinais e Abreviaturas Empregados


* = indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical.
§ = parágrafo
adj. adv. = adjunto adverbial
arc. = arcaico
art.; arts. = artigo; artigos
cf. = confronte
CN = Congresso Nacional
Cp. = compare
EM = Exposição de Motivos
f.v. = forma verbal
fem.= feminino
ind. = indicativo
ICP-Brasil = Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
masc. = masculino
obj. dir. = objeto direto
obj. ind. = objeto indireto
p. = página
p. us. = pouco usado
pess. = pessoa
pl. = plural
pref. = prefixo
pres. = presente
Res. = Resolução do Congresso Nacional
RICD = Regimento Interno da Câmara dos Deputados
RISF = Regimento Interno do Senado Federal
s. = substantivo
s.f. = substantivo feminino
s.m. = substantivo masculino
SEI! = Sistema Eletrônico de Informações
sing. = singular
tb. = também
v. = ver ou verbo
v. g. = verbi gratia
var. pop. = variante popular
1 – AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
Capítulo I – Aspectos Gerais
1 - Panorama da comunicação oficial.
A finalidade da língua é comunicar pela fala ou escrita, sendo necessários:
a) alguém que comunique - Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção, etc.;
b) algo a ser comunicado - algum assunto das atribuições do órgão que comunica
c) alguém que receba comunicação - público, instituição privada, outro órgão do Executivo e demais Poderes.
Considera-se a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto esteja adequado,
empregando certo nível de linguagem, em razão do caráter público.
Os atos oficiais de caráter normativo ou regram a conduta dos cidadãos ou regulam os órgãos públicos.
A finalidade precípua dos expedientes oficiais é a de informar com clareza e objetividade.

2 - O que é redação oficial.


É a maneira pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais e atos normativos.
A redação oficial não é contrária à evolução da língua, buscando comunicar com objetividade e clareza, de
maneira a da literatura, do jornal ou da correspondência particular.

3 - Atributos da redação oficial.


A redação oficial caracteriza-se por:
a) clareza e precisão;
b) objetividade;
c) concisão;
d) coesão e coerência;
e) impessoalidade;
f) formalidade e padronização;
g) uso da norma padrão da língua portuguesa.
Esses atributos decorrem da CF, a qual dispõe em seu art. 37 que a ADM pública direta ou indireta, de
qualquer dos entes e poderes, obedecerá os princípios “LIMPE” – sobretudo da publicidade, impessoalidade
e eficiência, os quais deverão nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.

3.1 - Clareza e precisão.


CLAREZA: qualidade básica do texto oficial, possibilitando imediata compreensão, sem obscuridade.
A transparência é requisito do Estado e o princípio da publicidade estendendo-se a clareza do texto.
Para a obter clareza, sugere-se:
a) utilizar palavras simples em sentido comum, salvo assunto técnico com nomenclatura própria da área;
b) frases curtas e estruturadas, orações diretas, sem intercalações excessivas.
• Para evitar ambiguidade, adotar a ordem inversa da oração;
c) uniformidade do tempo verbal;
d) não usar regionalismos e neologismos;
e) pontuação adequada;
f) explicitar a sigla na primeira referência;
g) uso de palavra estrangeira se necessário, por se tratar de expressões consagradas ou sem tradução exata,
grifando em itálico, conforme item 10.2.
PRECISÃO
A precisão complementa a clareza e caracteriza-se por:
a) articulação da linguagem comum ou técnica, para a perfeita compreensão do texto;
b) manifestação da ideia com as mesmas palavras, evitando sinonímia com propósito estilístico; e
c) uso de palavra que não confira duplo sentido.
É indispensável, também, a releitura de todo o texto para a sua correção, evitando obscuridade.
Na revisão avalia-se a facilidade de compreensão de 3ºs, pois nem sempre têm o nosso domínio do assunto.
Explicite os termos técnicos, as siglas, abreviações e os conceitos específicos indispensáveis.
A revisão atenta exige tempo, pois a pressa quase sempre compromete a clareza.
“Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.

3.2 - Objetividade.
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto, sem voltas ou redundâncias.
É fundamental saber a ideia principal e as secundárias, que servem para esclarecer o sentido da principal.
A objetividade busca um contato mais direto, sem subterfúgios ou excessos, jamais um texto rude e grosseiro.

3.3 - Concisão
Conciso é o texto que transmite o máximo de informações com o mínimo de palavras.
Não é economia de pensamento, não se devendo eliminar passagens substanciais do texto.
Exclui-se redundâncias, comentários supérfluos, adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva, etc.

3.4 - Coesão e coerência


A coesão e coerência favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre palavras, frases e parágrafos, dando
continuidade uns aos outros.
Alguns mecanismos de coesão e a coerência são: referência, substituição, elipse, conjunção, etc.
-Referência: termo que se relaciona a outro necessário à sua interpretação, com a retomada ou antecipação.
Ex.: O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e de identificação no documento.
-Substituição: é a colocação de um item lexical no lugar de outro ou no lugar de uma oração.
Ex.: O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do servidor.
-Elipse: é a omissão de um termo recuperável pelo contexto.
Ex.: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, (*) os particulares. (omissão do verbo)
-Conjunção: estabelece ligação entre orações, períodos ou parágrafos.
Ex.: O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o interesse de seu Governo pelo assunto.

3.5 – Impessoalidade (art. 37 da CF).


Remete a dois aspectos:
1º: ADM não privilegiar ou prejudicar alguém, sendo norteada pelo interesse público;
2o: abstração da pessoalidade dos atos administrativos, pois ação do servidor é resultado da vontade estatal.
A redação é feita em nome do serviço público e atende ao interesse geral, de forma impessoal, decorrendo:
a) da ausência de impressões individuais do comunicante: embora assinado pela chefia é feita em nome do
serviço público, obtendo-se a padronização e uniformidade das comunicações de diferentes setores da ADM.
b) da impessoalidade do destinatário: sempre é concebido como público de forma homogênea e impessoal,
seja destinada a um cidadão, uma instituição privada, a outro órgão público.
c) do caráter impessoal do assunto: o tema das comunicações se restringe ao interesse público, não cabendo
tom particular ou pessoal, como ocorre em uma carta, em um jornal ou em textos literários.
A concisão, clareza, objetividade e forma dos expedientes oficiais contribuem para alcançar a
impessoalidade.

3.6 - Formalidade e padronização.


As comunicações administrativas são formais, com certas regras de forma, valendo para as comunicações
eletrônicas (e-mail, documento do SEI!, documento em html, etc.), e para eventuais documentos impressos.
É imperativa a formalidade de tratamento e vincula-se a uniformidade das comunicações, seja com o correto
emprego dos pronomes ou com a civilidade dada ao seu assunto.
A ADM é una, e suas comunicações devem seguir um mesmo padrão.
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes no texto definitivo, a necessidade de impressão e a correta
diagramação são indispensáveis à padronização.
Os expedientes oficiais usam o padrão culto do idioma, com gramática formal e um léxico (vocabulário)
compartilhado pelos usuários da lingua.
O padrão culto está acima das diferenças léxicas, morfológicas, sintáticas, regionais, modismos e
particulares.
Recomendações:
 a língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a simplicidade;
 o uso do padrão culto não significa a linguagem rebuscada ou do estilo literário;
 a consulta ao dicionário e gramática é imperativa ao redigir um bom texto.
Não existe um padrão oficial de linguagem, mas o uso da norma padrão nas comunicações oficiais.
Há preferência no uso de certas expressões ou obediência a tradição sintática, mas isso não implica
linguagem burocrática.
O jargão burocrático e os demais, devem ser evitados, pois terão a sua compreensão limitada.
Capítulo II – As comunicações Oficiais
4 - Introdução
A redação oficial apresenta características específicas para cada expediente.
A seguir alguns aspectos comuns a quase todas as modalidades.

4.1 - Pronomes de tratamento.


Na redação oficial observamos três momentos para a utilização do pronome de tratamento:
a) endereçamento - é o texto utilizado no envelope da correspondência;
b) vocativo - autor dirige-se ao destinatário no início do documento;
c) corpo do texto – emprega-se os pronomes em forma abreviada ou por extenso.
A seguir, alguns exemplos:
Os exemplos são exemplificativos, sendo inviável arrolar todas as hipóteses de uso do “Vossa Excelência”.

4.1.1 - Concordância com os pronomes de tratamento.


Os pronomes apresentam peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nominal e pronominal.
Embora se refiram à segunda pessoa (com quem se fala), levam a concordância para a terceira pessoa.
-Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria são utilizados para se comunicar diretamente com
receptor.
Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.
-Os pronomes possessivos referidos ao pronome de tratamento são sempre os da terceira pessoa.
Ex.: Vossa Senhoria designará seu substituto. (“Vossa Senhoria designará vosso substituto”)

-Nos adjetivos referidos aos pronomes, o gênero gramatical coincide com o sexo pessoa, não com
substantivo.
Ex.: homem - Vossa Excelência está atarefado; mulher - Vossa Excelência está atarefada.
-O pronome Sua Excelência é utilizado para se referir a autoridades, der forma indireta.
Ex.: A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil. (no endereçamento do expediente)

4.2 – Signatário.
4.2.1. Ao identificar signatário, após cargo pode usar ’interino’ e ‘substituto’ sem hífen, vírgula, em minúsculo.
-Interino é o ocupante transitório do cargo em vacância;
-Substituto é o ocupante do cargo vago ou em caso de afastamentos e impedimentos do titular.
Ex.: Diretor-Geral interino; Secretário-Executivo substituto.

4.2.2. Signatárias do sexo feminino.


No signatário, o cargo ocupado por mulher é flexionado no gênero feminino.
Ex.: Ministra de Estado; Secretária-Executiva interina; Técnica Administrativa; Coordenadora Administrativa

4.3 - Grafia de cargos COMPOSTOS.


Utiliza hífen em:
a) cargos com o adjetivo “geral”: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral;
b) gradações de diplomacia: primeiro-secretário, segundo-secretário;
c) hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-tenente;
Obs.: com elemento de ligação preposicionado NÃO usa hífen: general de exército, tenente-brigadeiro
do ar, capitão de mar e guerra;
d) cargos hierárquicos: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-chefe, editor-assistente, sócio-gerente;
e) cargos formados por numerais: primeiro-ministro, primeira-dama;
f) cargos com os prefixos “ex” ou “vice”: ex-diretor, vice-coordenador.

O novo Acordo Ortográfico torna opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas reverencialmente.
Ex.: o Presidente francês ou o presidente francês;
Porém, em palavras com hífen, ao optar por maiúscula ou minúscula, se mantém opção em todos elementos.
Ex.: “Vice-Presidente” ou “vice-presidente”; Jamais “Vice-presidente”.

4.4 – Vocativo.
O vocativo é uma invocação ao destinatário e sempre será seguido de vírgula.
Na comunicação aos Chefes de Poder, usa Excelentíssimo Senhor ou Senhora e cargo, seguido de vírgula.
Ex.: ‘Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,’.
As demais autoridades, inclusive tratadas por Vossa Excelência, usa-se Senhor ou Senhora e cargo.
Ex.: ‘Senhora Senadora,’, ‘Senhor Juiz,’, ‘Senhora Ministra,’.
Na comunicação com particular, pode usar o Senhor ou Senhora e forma como instituição trata o interlocutor.
Ex.: ‘Senhora Beneficiária,’, ‘Senhor Contribuinte,’, ‘Senhor Eleitor,’.
Ainda ao destinatário particular, pode usar Senhor ou Senhora, seguido do nome ou antecipado de Prezado.
Ex.: ‘Senhora [Nome],’, ‘Prezado Senhor,’.

Obs.1. Está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).


Obs.2. Evite-se usar “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por ‘Senhor’ confere a formalidade desejada.
5 – O PADRÃO OFÍCIO
Havia três expedientes diferentes, antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando.
a) aviso: expedido por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades;
c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.
Para uniformizá-los, adota-se nomenclatura e diagramação ÚNICAS, o padrão ofício.
ATENÇÃO: fica abolida aquela distinção e se passamos a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.

5.1 - PARTES do documento no padrão OFÍCIO


5.1.1 – Cabeçalho.
O cabeçalho é utilizado só na primeira página, centralizado e com os seguintes elementos:
a) brasão de Armas da República: no topo da página, não sendo necessário em cores.
A marca da instituição deve ser evitada para não se sobrepor ao Brasão de Armas da República.
b) nome do órgão principal;
c) nomes dos órgãos secundários, se necessário, da maior para a menor hierarquia;
d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0):

Os dados do órgão, como endereço, telefone, e-mail e site podem ser informados no rodapé, centralizados.

5.1.2 - Identificação do expediente.


a) nome do documento por extenso em maiúsculas;
b) abreviatura da palavra “número”, padronizada como No;
c) número, ano (quatro dígitos) e siglas do setor expeditor, da menor para maior hierarquia, separados com ‘/’.
d) alinhamento: à margem esquerda da página.
Ex.: OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT

5.1.3 - Local e data do documento.


a) partes: local e data do documento:
b) cidade onde foi expedido seguido de vírgula. NÃO usa a sigla da federação após a cidade;
c) dia do mês em número ordinal se for 1º e cardinal para os demais. NÃO Não utiliza zero à esquerda do dia;
d) nome do mês com minúscula;
e) coloca-se ponto-final após a data;
f) o alinhamento do texto é alinhado à margem direita.
Ex.: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

5.1.4 – Endereçamento.
Informa quem receberá o expediente e possui os seguintes elementos:
a) vocativo: na forma de tratamento para quem recebe o expediente;
b) nome: nome do destinatário;
c) cargo: cargo do destinatário;
d) endereço: endereço postal do receptor em duas linhas:
1ª - localidade/logradouro do destinatário ou setor, quando for mesmo setor;
2ª – CEP e cidade/federação (espaço simples, barra ou travessão). Ao mesmo órgão o CEP é opcional.
e) alinhamento: à esquerda.
O pronome no endereçamento às autoridades tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma:
“A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento é:
“Ao Senhor” ou “À Senhora”.
NÃO se utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”.

5.1.5 – Assunto.
Traz uma ideia geral e sucinta do que trata o documento, sendo grafado da seguinte maneira:
a) título: a palavra ‘Assunto’ antecede o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
b) assunto: frase sobre conteúdo tem inicial maiúscula, de preferência sem verbos e com 4/5 palavras;
c) destaque: todo o texto sobre o assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
d) pontuação: coloca-se ponto-final após o assunto;
e) alinhamento: à margem esquerda. Exemplos:
“Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018.”
“Assunto: Aquisição de computadores.”

5.1.6 - Texto do documento.


I – quando não for para encaminhar documentos, contem a seguinte estrutura:
a) introdução: traz o objetivo da comunicação.
Obs. evite formas: Tenho a honra de, Cumpre-me informar que; use a direta: Informo, Solicito, Comunico;
b) desenvolvimento: detalhamento do assunto, com ideias diversas em parágrafos distintos, trazendo clareza;
c) conclusão: afirma a posição sobre o assunto.

II – quando usado para encaminhar documentos, segue a estrutura:


a) introdução: referência expediente que o solicitou ou motivo da comunicação que é encaminhar, indicando a
seguir os dados do documento (tipo, data, origem ou signatário e assunto) e razão do encaminhamento;
Exemplos:
“Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de
abril de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do servidor Fulano.”
“Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do
Presidente da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de modernização agrícola no Norte.”
b) desenvolvimento: só no caso de desejar fazer comentários sobre documento que envia;

III – Na estrutura I e II, o TEXTO é formatado da seguinte maneira:


a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
• espaçamento: de 6 pontos após cada parágrafo;
• recuo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
• numeração: a partir do primeiro, quando tiver 3 ou mais parágrafos. Não numera vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito;
• corpo do texto: tamanho 12 pontos;
• citações recuadas: tamanho 11 pontos;
• notas de Rodapé: tamanho 10 pontos;
e) símbolos: quando não existentes nas fontes indicadas, se utilizar as fontes Symbol e Wingdings;

5.1.7 - Fechos para comunicações.


Objetiva arrematar o texto e saudar destinatário. Este Manual estabelece o emprego de 2 fechos:
a) Para autoridades de hierarquia superior, inclusive o Presidente da República:
“Respeitosamente,”
b) Para autoridades de hierarquia igual, inferior ou demais casos:
“Atenciosamente,”
Ficam excluídas dessa forma as comunicações a autoridades estrangeiras, que possuem rito próprio.
O fecho é formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
c) espaçamento entre linhas: simples;
d) espaçamento: de 6 pontos após cada parágrafo;
e) NÃO deve ser numerado.
5.1.8 - Identificação do signatário.
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente, todas as demais Informam o signatário com o padrão:
a) nome: da autoridade que o expede em letras maiúsculas, sem negrito ou linha acima do nome do
signatário;
b) cargo: da autoridade que expede documento com as iniciais maiúsculas e preposições em minúsculas;
c) alinhamento: centralizado, evitando assinatura em página isolada, transferindo última frase do documento.

5.1.9 - Numeração das páginas.


A numeração das páginas é obrigatória a partir da segunda página, sendo centralizada com formatação:
a) posição: no rodapé OU acima da área de 2 cm da margem inferior;
b) fonte: Calibri ou Carlito.

5.2 - Formatação e apresentação.


Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: pode ocorrer em ambas as faces, com margens invertidas (espelhadas) nas páginas pares;
h) cores: texto na cor preta em papel branco e, se necessário, impressão colorida para gráficos e ilustrações;
i) destaques: deve-se utilizar, sem abuso, o negrito;
OBS.: deve-se evitar destaques com itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra,
relevo, bordas ou formas que afetem a sobriedade e padronização do documento;
j) palavras estrangeiras: devem ser grafadas em itálico;
k) arquivamento: se possível, arquivo deve ser preservado para consulta ou aproveitamento de trechos,
utilizando os principais editores de texto utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF;
l) nome do arquivo: tipo de documento + número + ano (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo.
Exemplo: “Ofício 123_2018_relatório produtividade anual”.

Seguem exemplos de Ofício:


6 – TIPOS DE DOCUMENTOS

6.1 - Variações dos documentos oficiais.


a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: um órgão envia o mesmo expediente para mais de um receptor.
A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: mais de um órgão envia, conjuntamente, para único órgão.
As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: 2 ou mais órgãos enviam a vários receptores.
As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

No circular, por haver 2 ou mais receptores, remetente pode inserir no rodapé sigla ou nome dos receptores.

6.2 - Exposição de Motivos (EM).


6.2.1 Definição e finalidade
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao seu Vice para:
a) propor medida;
b) submeter projeto normativo à sua consideração;
c) informá-lo de determinado assunto.

A EM é dirigida ao Presidente por um ou mais Ministros de Estado – interministerial – e assinada por todos.
Com um autor ou interministerial, terá sequência numérica única, iniciando e terminando no mesmo ano civil.

6.2.2 - Forma e estrutura.


a) introdução: o problema que demanda a adoção de medida ou norma proposta; ou informar algum assunto;
b) desenvolvimento: razão da medida ou norma ser a ideal para solucionar problema ou detalhar assunto;
c) conclusão: propor medida ou norma para solucionar problema; ou considerações finais na EM informativa.

A EM com proposta normativa segue o Decreto 9191/17, trazendo os pareceres jurídico e de mérito para
avaliação da proposição, buscando:
a) permitir a reflexão sobre o problema a resolver;
b) avaliar causas do problema e efeitos da medida ou norma, em consonância as proposições do Executivo;
c) dar transparência aos atos propostos;
d) resumir os principais aspectos da proposta;
e) evitar a devolução da proposta para complementação ou reformulação.
A EM é o principal expediente dos Ministros ao Presidente, podendo enviar cópia ao Congresso e Judiciário.
6.2.3 - Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof).
É a ferramenta eletrônica para elaborar, redigir, alterar e controlar a tramitação e gerência das EM’s.
No Sidof, a assinatura, o nome e cargo do signatário (item 6.2.2) são substituídos pela assinatura eletrônica,
com nome do ministro e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico.

6.3 – Mensagem.
6.3.1 - Definição e finalidade.
Mensagem: comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes para informar fatos da ADM pública;
Exs.: expor planos de governo; submeter ao Congresso matérias para deliberação; apresentar veto; etc.
Ministérios podem enviar Minuta de mensagem a Presidência, cabendo as suas assessorias a redação final.
As mensagens mais usuais do Executivo ao Congresso servem para:
a) Propostas de projetos de emendas, leis, planos e diretrizes orçamentárias, créditos adicionais;
b) Encaminhamento de medida provisória;
c) Indicação de autoridades ao Senado para a ocupação de determinados cargos, com currículo e CPF;
d) Pedido de autorização ao Congresso para o Presidente ou o Vice se ausentar do país por mais de 15 dias;
e) Encaminhamento ao Congresso de atos de concessão e sua renovação para emissoras de rádio e TV;
f) Encaminhamento ao Congresso das contas referentes ao exercício anterior;
g) Mensagem de abertura da sessão legislativa, na forma de livro, com plano governo, situação do País, etc.
h) Comunicação de sanção com restituição de autógrafos;
i) Comunicação de veto, dirigida ao Presidente do Senado Federal, com texto publicado na íntegra no DOU;
OBS.: nas demais mensagens, a publicação se restringe à notícia do seu envio ao Legislativo;
j) Outras mensagens ao Legislativo:
-Apreciação de intervenção federal;
-Encaminhamento de atos internacionais com encargos gravosos;
-Pedido de estabelecimento de alíquotas de prestações interestaduais e de exportação;
-Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada;
-Pedido de autorização para operações financeiras externas;
-Convocação extraordinária do Congresso;
-Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República;
-Pedido de autorização para declarar guerra ou decretar mobilização nacional;
-Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz;
-Justificativa para decretar o estado de defesa;
-Pedido de autorização para decretar o estado de sítio;
-Relato das medidas praticadas durante estado de sítio ou defesa;
-Proposta de modificação de projetos sobre plano plurianual, orçamentários e créditos adicionais;
-Pedido para utilizar recursos sem despesas, decorrentes de veto, emenda ou rejeição de projetos;
-Pedido para alienar ou conceder terras públicas superiores a 2.500 ha.

6.3.2 - Forma e estrutura.


a) brasão: timbre em relevo branco;
b) identificação: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: pronome e cargo do destinatário, alinhado esquerda, com mesmo recuo de parágrafo do texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
e) local e data: posicionados a 2 cm do fim do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como todos os atos assinados pelo Presidente não traz identificação do signatário.
6.4 - Correio eletrônico (e-mail).
6.4.1 - Definição e finalidade.
O termo e-mail pode ser empregado em 3 sentidos:
1. Gênero textual: é considerado documento oficial, como o ofício, evitando-se linguagem incompatível;
2. Endereço eletrônico da ‘ADM’: o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo;
3. Sistema de transmissão de mensagens eletrônicas: pelo custo e celeridade é a principal forma de envio e
recebimento de documentos na administração pública.

6.4.2 - Valor documental.


Conforme MP nº 2.200-2/2001, para que o e-mail tenha valor documental e original, necessita certificação
digital com identificação do remetente, segundo parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
O destinatário pode reconhecer o e-mail sem certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil;
contudo, poderá ter que repetir ato enviando documento físico ou e-mail reconhecido pela ICP-Brasil.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de e-mail que não atenda a ICP-Brasil.

6.4.3 - Forma e estrutura.


A forma do e-mail é flexível, sem padronização rígida definida.
No entanto, devem-se observar algumas orientações quanto à sua estrutura.

6.4.3.1 - Campo “Assunto”.


Deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem.
O receptor deve identificar de pronto o assunto e quem a envia, posteriormente, deverá localiza lá facilmente.
Deve refletir claramente o conteúdo da mensagem para que não pareça algo não solicitado ou lixo eletrônico.
Em vez de “Reunião”, um assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião sobre horas extras”.

6.4.3.2 - Local e data.


São desnecessários na mensagem, pois o sistema apresenta essa informação.

6.4.3.3 - Saudação inicial/vocativo.


No e-mail enviado a outras instituições, a receptores desconhecidos ou a particulares, utiliza o mesmo
vocativo dos documentos oficiais, ou seja, “Senhor”, seguido do cargo ou “Prezado Senhor”.

6.4.3.4 – Fecho.
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais.
No e-mail, popularizou-se a abreviação “Att.”, e fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que mesmo muito
usados, não são oficiais e devem ser evitados em e-mails profissionais.
O e-mail, em alguns casos, aceita saudação inicial e fecho menos formais, porém a linguagem do texto deve
ser formal.

6.4.3.5 - Bloco de texto da assinatura.


Sugere-se que ADM adote assinatura padrão: nome completo, cargo, unidade, órgão e telefone do remetente.

6.4.4 – Anexos.
A mensagem que encaminha arquivos (documentos, planilhas e imagens) traz informações mínimas do
conteúdo anexo, avaliando se ele é indispensável e se não seria possível colocá-lo no corpo do e-mail.
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminhamento de anexos nas respostas.
Os arquivos devem estar em formatos, apresentando poucos riscos de segurança.
Quando se tratar de documento em discussão, os arquivos devem ser enviados em formato editável.
6.4.5 – Recomendações:
• Se necessário, utiliza-se o recurso confirmação de leitura ou, se indisponível, a solicitação de
confirmação de recebimento;
• Recomenda-se a fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, 12, preta;
• Fundo ou papéis de parede são inapropriados e sobrecarregam o tamanho do arquivo;
• A mensagem eletrônica é revisada com o mesmo cuidado dos documentos oficiais;
• O texto profissional dispensa manifestações emocionais, evitando-se ícones e emoticons;
• É proibido as abreviações como “vc”, “pq”, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
• Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques, pois denota agressividade do emissor;
• Evite imagem no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República e logotipo do órgão na assinatura;
• Não devem ser enviados e-mails com tamanho total que exceda a capacidade do servidor do receptor.

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