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Redação Oficial

Instrutor: 1º Ten BM Judson

Cap.1 – Panorama da comunicação

Para ser estabelecida uma comunicação, precisamos: Comunicador – Mensagem – Receptor.

➢ A administração Pública obedece alguns Parâmetros (atributos) que analisaremos com mais
detalhe nas próximas aulas. Dentre eles temos:

• Clareza e precisão;

• Objetividade;

• Concisão;

• Coesão e Coerência;

• Impessoalidade;

• Formalidade e padronização;

• Uso da norma padrão (culta) da língua portuguesa.

Cap. 2 – Tipos de comunicação

Para falarmos de comunicação, precisamos conhecer os tipos de comunicação que podem ser
estabelecidos.

Não verbal e verbal.

Sabendo disto, qual o tipo de comunicação pode ser estabelecida em Redação Oficial entre
órgãos da Administração Pública:

Verbal – formal (culta).

Cap. 3 – Gramática básica

De uma forma geral, na língua portuguesa, as divisões da gramática circundam 4 tipos de classes:
• Fonologia; • Morfologia; • Sintaxe; • Semântica.

➢ A Fonologia é a parte que estuda o sistema sonoro de um idioma.

➢ É proveniente das palavras “phonos” = voz, som; e “logos” = palavra / estudo. Mesmo
destacando está parte da gramática, não atentaremos para estudar esta divisão na Redação
oficial, pois como já vimos, A Redação Oficial nos órgãos da Administração Pública tem como
característica a comunicação Verbal, formal e escrita.

➢ A Morfologia trata da estrutura, da formação e da classificação das palavras através de


elementos morfológicos. As classes gramaticais são: Substantivo, Artigo, Numeral, Advérbio,
Preposição, Adjetivo, Pronome, Verbo, Conjunção e Interjeição.

➢ A sintaxe é a parte gramatical que estuda as relações entre os termos que estabelecem as
orações e períodos.

➢ A semântica é parte que estuda o significado das palavras, bem como os sentidos que elas
podem tomar de acordo com o contexto.

Cap. 4 – Regra básica de concordância


➢ É comum na formulação de textos a formação de frases, ou períodos, não utilizando a ordem
direta de concordância do padrão da língua portuguesa.

➢ Esta forma não é incorreta, mas pode conduzir o interlocutor, ou digitador de um documento,
a uma falha quando na confecção de um texto.

➢ Para evitarmos falhas na transmissão da informação, quer seja por falha do transmissor, ou
por falha de interpretação do receptor da mensagem, orientamos que seja usado a forma direta
da concordância no padrão da língua portuguesa, que segue o princípio abaixo:

Sujeito + Verbo + Complemento


Aula II – Fundamentos

Cap. 1 – Introdução

Como percebido na aula 01 a comunicação é uma das expressões básicas da vida humana em
sociedade: constitui o canal pelo qual recebe, transmite e compartilha informações. A vida
social, portanto, pressupõe o intercâmbio de informações e a comunicação, que se realiza
fundamentalmente pela forma oral e escrita, elementos existentes desde os primórdios das
civilizações e cujo papel se tornou cada vez mais importante nas relações pessoais.

Na elaboração e expedição de documentos é preciso evitar a produção desnecessária,


garantindo a redução do volume a ser pesquisado, controlado e organizado, assim como a
produção dos documentos necessários para servir de prova das atividades executadas. Nesta
fase, devem ser observadas as características de autenticidade, fidedignidade, integridade e
originalidade.

Portanto, um texto oficial de boa qualidade, especialmente aquele que é responsável por criar
direitos, obrigações e compromissos, depende de certos pré-requisitos, aqui chamados
fundamentos. Esses fundamentos são de ordem ética, legal e de linguagem.

Cap. 2 – Fundamentos Éticos

A ética é a parte do estudo da filosofia que propõe o bem comum, ou seja, o interesse da
sociedade como um todo deve sobressair ao do indivíduo. Quando exercemos nossas funções
devemos colocar o interesse coletivo acima do particular.

Todo cidadão tem o direito de receber do funcionário público tratamento correto quando
recorre ao Estado, instituição impessoal que deve representar a vontade pública do bem
comum. Para o nosso curso, os fundamentos éticos e os legais consistem em análises breves,
entretanto os fundamentos de linguagem serão estudados com mais profundidade, pois ele é o
processo no qual consiste em a transmissão da informação entre emissor e receptor.

Cap. 3 – Fundamentos legais

Como consta no Manual de Redação Oficial do Estado do Rio de Janeiro (manual de referência
na nossa bibliografia), o servidor público está submetido às leis, estatutos e outros diplomas que
exigem correção e lisura em seus atos.
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.” Art. 37
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Assim como a Constituição da República Federativa do Brasil trata sobre os fundamentos legais
do servidor público, o Manual de Redação Oficial do Estado do Rio de Janeiro elenca diversas
leis, decretos, decretos-leis e portarias que regulam e regulamentam a Redação oficial e gestão
de documentos nas instituições da Administração Pública.

Cap. 4 – Fundamentos de linguagem

O processo de comunicação consiste na transmissão de informação entre um emissor e um


receptor, que é responsável pela decodificação (interpretação) de uma determinada mensagem.
A Redação Oficial é o recurso utilizado pelo Poder Público para redigir atos normativos e
comunicações
Em resumo, a Redação Oficial, sob o ponto de vista da linguagem, deve atender a requisitos
como: ⮚ Impessoalidade; ⮚ Correção e Objetividade; ⮚ Clareza e Concisão; ⮚ Coerência e
Coesão Textual; ⮚ Padronização.

IMPESSOALIDADE

A impessoalidade caracteriza-se pelo emprego dos verbos e pronomes na terceira (3ª) pessoa
do singular. São elementos determinantes para que a impessoalidade seja alcançada e aplicada:
1) Concisão 2) Clareza 3) Objetividade 4) Formalidade requerida

CORREÇÃO

O texto deve respeitar o padrão culto da língua portuguesa, ou seja, seguir as normas
gramaticais. Para isso é importante lembrar os conhecimentos como: Ortografia, acentuação
gráfica, concordância nominal e verbal, pronomes de tratamento e pontuação.

OBJETIVIDADE

O texto deve ser escrito com uma linguagem direta, sem rodeios, atendo-se somente ao assunto
que trata o documento.

CLAREZA

O texto deve permitir a percepção rápida das ideias, evitando-se períodos longos e redundâncias
que venham a desviar a atenção de quem lê.

CONCISÃO

O texto deve conter poucas palavras, mas dizer tudo que se pretende, evitando palavras
supérfluas e de difícil entendimento.

COERÊNCIA

O texto deve ser escrito com harmonia para que nada seja ilógico, desconexo ou contraditório.
Cada parte do texto deve solidarizar-se com as demais, para isso, é importante respeitar a
temporalidade, descrever os elementos mais próximos e depois os mais distantes e manter uma
relação das ideias apresentadas no texto.

COESÃO

O texto deve ser escrito com elementos (conectivos) que estabeleçam uma relação semântica
entre as partes. Neste caso é muito importante a escolha do conectivo adequado (preposições,
conjunções, pronomes e advérbios).
Aula III – Padronização

Cap. 1 – Introdução

A padronização é a definição de métricas e parâmetros para a elaboração de documentos


produzidos no âmbito do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro. Tem como objetivo
facilitar a comunicação e interação entre os órgãos.

ESPÉCIE DOCUMENTAL → É a configuração que assume um documento de acordo com a


disposição e a natureza das informações nele contidas.

TIPO DOCUMENTAL → É a configuração que assume a espécie documental de acordo com a


atividade que ela representa

ESPÉCIE DOCUMENTAL → Ofício, Correspondência Interna, etc.

TIPO DOCUMENTAL → Ofício de solicitação de combustível, ofício de solicitação de serviço, etc.

Na elaboração e expedição de documentos é preciso evitar a produção desnecessária,


garantindo a redução do volume a ser pesquisado, controlado e organizado, assim como a
produção dos documentos necessários para servir de prova das atividades executadas. Nesta
fase, devem ser observadas as características de autenticidade, fidedignidade, integridade e
originalidade.

Portanto, um texto oficial de boa qualidade, especialmente aquele que é responsável por criar
direitos, obrigações e compromissos, depende de certos pré-requisitos, aqui chamados
fundamentos. Esses fundamentos são de ordem ética, legal e de linguagem.

Cap. 2 – Padronização

Os documentos oficiais DEVEM SEGUIR AS REGRAS DETERMINADAS NO DECRETO ESTADUAL nº


44.970, de 25 de setembro de 2014

I) O Cabeçalho dos documentos e atos oficiais produzidos no âmbito do Poder Executivo


Estadual deve apresentar os seguintes elementos: ➢ Brasão do Estado do Rio de Janeiro; ➢
Nome do órgão e hierarquia (subordinação).

II) O brasão deve seguir o padrão e deve constar somente na primeira folha do documento,
podendo ser colorido ou preto e cinza.

III) O nome do órgão e a subordinação devem ser escritos sem abreviações e de vem estar
centralizados abaixo do brasão, com as inicias em letra maiúscula e as demais em letras
minúsculas. A subordinação não deve exceder três níveis de hierarquia. A fonte e o tamanho da
letra do nome do órgão e do setor devem seguir o padrão Times New Roman 9.

IV) A página deverá respeitar as margens superior e inferior de 2,5cm e esquerda e direita de 3
cm.

V) Serão admitidos logotipos de publicidade do Governo em atos administrativos oficiais, desde


que inseridos no rodapé da primeira página.

VI) Na forma de tipos documentais, os documentos devem apresentar os seguintes elementos,


quando aplicável: A) Classificação de sigilo; B) Classificação de precedência; C) Identificador do
documento; D) Local e data; E) Assunto; F) Código de Classificação; G) Anexos; H) Rodapé; I)
Numeração de folha.

VII) O Código de Classificação deve ser inserido no canto superior esquerdo, conforme tipologia
documental correspondente no Plano de Classificação de Documentos de Atividades – Meio do
Estado do Rio de Janeiro, em vigor, e no Plano de Classificação de Documentos referente às
atividades – fim do órgão, se houver.

VIII) Se o documento produzido for de caráter sigiloso, deve ser inserida marcação ou indicação
de grau de sigilo ou indicação das demais hipóteses de sigilo que possuam legislação própria, no
canto superior esquerdo, acima do Código de Classificação, com o respectivo grau de sigilo em
todas as páginas.

IX) Se o documento exigir, pela sua natureza, celeridade e prioridade de encaminhamento na


sua tramitação, deve–se inserir carimbo de classificação de precedência (URGENTE ou
URGENTÍSSIMO) abaixo da Classificação de Sigilo. Os documentos com classificação de
precedência devem ter prioridade na tramitação.

X) Se o documento possuir anexos, indicar o nome da(s) tipologia (s) documental(is) anexada(s)
e a quantidade de folhas entre parênteses.

XI) O endereço do órgão remetente deve ser inserido no rodapé, que aparecerá somente na
primeira página. Deve conter o nome do órgão por extenso, o endereço completo, e ao menos
um telefone de contato. O rodapé deve ser inserido somente em documentos de comunicação
entre órgãos da Administração Pública ou entidades privadas.

XII) A numeração de folhas deve constar em todos os documentos no canto inferior direito,
indicando o número da folha e o número total de folhas. Exemplo: Um documento contendo 5
folhas deve receber em cada uma a indicação: folha 1 de 5, folha 2 de 5, folha 3 de 5, folha 4 de
5, folha 5 de 5.

XIII) O tamanho e a fonte da letra dos documentos devem seguir o padrão Times New Roman,
tamanho 12, o espaçamento entre linhas de 1,5cm e com espaçamento de parágrafo de 1,25
cm.

XIV) Todos os documentos devem ser assinados pela autoridade que o exarou.
Aula IV - Classificação dos Documentos Oficiais no CBMERJ

Cap. 1 – Classificação de documentos oficiais no CBMERJ

Os documentos oficiais no CBMERJ, são classificados quanto:

➢ Ao Âmbito

- INTERNO: É o que tramita exclusivamente entre os integrantes da Corporação.

- EXTERNO: É o que tramita entre as autoridades do CBMERJ e outras autoridades civis ou


militares, partindo das primeiras.

➢ À Publicidade

- OSTENSIVO: É aquele cujo conhecimento é facultado aos integrantes da Corporação não


sendo, porém, permitida a sua distribuição à imprensa, salvo quando autorizado por autoridade
competente.

- SIGILOSA: É aquele cujo conhecimento do conteúdo é restrito, portanto, requer medidas


especiais para a sua segurança. A indicação do grau de sigilo será feita de acordo com o que
prescreve o Regulamento para Salvaguarda de Assuntos Sigilosos (R.S.A.S.).

➢ À Precedência - A classificação dos documentos quanto a precedência no CBMERJ seguem a


mesma classificação citada na aula 04.

➢Rotineiros; ➢Urgentes; ➢Urgentíssimos.


Aula V - Formas de Tratamento e Fechos de Cortesia

Cap. 1 – Pronomes de Tratamento nos documentos oficiais

Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural,


de maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial, é
necessário atenção para o uso dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no
endereçamento, no vocativo e no corpo do texto.

O endereçamento é o texto utilizado no envelope que contém a correspondência oficial. No


vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo do texto, pode-se
empregar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso.

Cap. 3 – Fechos de cortesia nos documentos oficiais

O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto,
saudar o destinatário. Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram regulados pela
Portaria nº 1, de 1937, do Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.

a) Para autoridades de hierarquia inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,


superior a do remetente,

b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos:


Atenciosamente,

O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira: a) alinhamento: alinhado à


margem esquerda da página; b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
c) espaçamento entre linhas: simples; d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada
parágrafo; e) não deve ser numerado.
Aula VI - Principais Documentos Utilizados no CBMERJ

Cap. 1 – SEI – Sistema Eletrônico de Informação

O SEI-RJ é uma ferramenta que permite a produção, edição, assinatura e trâmite de documentos
dentro do próprio sistema, proporcionando a virtualização de processos e documentos,
permitindo atuação simultânea de várias unidades ao mesmo tempo em um mesmo processo,
ainda que distantes fisicamente, reduzindo o tempo de realização das atividades.

Cap. 2 - Documentos Rotineiros do CBMERJ

1. Correspondência Interna: É o instrumento de comunicação para assuntos internos, entre


chefias de unidades administrativas de um mesmo órgão. É o veículo de mensagens rotineiras,
objetivas e simples, que não venham a criar, alterar ou suprimir direitos e obrigações, nem tratar
de assuntos de ordem pessoal.

Componentes:

• Título (abreviado - CI - com a sigla da unidade administrativa emitente e o número do


documento), em letras maiúsculas, à esquerda;

• Data, por extenso, na mesma linha do título, à direita;

• Destinatário, precedido de "Para:", à esquerda;

• Remetente, precedido de "De:", à esquerda; "Assunto:", expresso sinteticamente, à esquerda;

• Texto, paragrafado, explanando o assunto da CI;

• Fecho de cortesia, com o advérbio "Atenciosamente/Respeitosamente", o esquerda;

• Assinatura, nome, cargo e ID funcional da autoridade com competência legal ou delegada que
subscreve a CI, centralizados

2. Ofício: Correspondência por meio da qual se mantém intercâmbio de informações a respeito


de assunto técnico ou administrativo entre órgãos e entidades da Administração Pública direta
e indireta. São objeto de ofícios as comunicações realizadas entre dirigentes de unidades
administrativas do mesmo nível hierárquico, podendo ser também dirigidos aos particulares

Componentes:
• Título abreviado "Of.", acompanhado da sigla do órgão expedidor, sua unidade administrativa,
numeração e ano, à esquerda;

• Local e data, por extenso, à direita, na mesma linha do título;

• Endereçamento (alinhado à esquerda), contendo o nome do destinatário, precedido da forma


de tratamento, cargo (se aplicável) e o endereço;

• Vocativo, a palavra Senhor(a), seguida do cargo (se aplicável) do destinatário e de vírgula;

• Texto paragrafado, com a exposição do(s) assunto(s) e o objetivo do ofício;

• Fecho de cortesia, expresso por advérbios: "Atenciosamente", "Cordialmente" ou


"Respeitosamente";

• Assinatura, nome, cargo e ID funcional da autoridade com competência legal ou delegada do


emitente do Ofício, centralizados;

• Rodapé, centralizado

3. Despacho: É espécie do gênero ato administrativo ordinatório ou interlocutório.


Encaminhamento com decisão proferida por autoridade administrativa em matéria que lhe é
submetida à apreciação. Pode ser informativo (ordinatório ou de mero expediente) ou decisório.

Componentes:

• Setor ou nome de destinatário, seguido do órgão, precedido da preposição adequada,


esquerda;

• Texto que expressa o teor da decisão;

• Local e data, por extenso, à esquerda;

• Assinatura, nome, cargo e ID funcional da autoridade com competência legal ou delegada que
exara o despacho, centralizados;

• Rodapé, centralizado.

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