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ESCOLA PROFISSIONALIZANTE SANTO AGOSTINHO

Apostila de química - 1ª Série– módulo I

Conteúdo:

● Natureza da Química
● Propriedades da matéria.
● Extensão
● Divisibilidade
● Impenetrabilidade
● Compressibilidade
● Elasticidade
● Inércia

Professor: Leandro Henrique Fantini

Data:

Nome:

HO
O O
HO

HO OH

1
0
2
0
3
0
4
0
5
0

O
H3 C
OH
NH2
A todos que usarem este material.

Há muitas maneiras de ensinar química. A organização e o conteúdo dessa apostila foi preparado
levando-se em consideração diversos fatores dentro da Escola Profissionalizante Santo Agostinho, como
carga horária, plano político pedagógico e a nova proposta do MEC para o ensino médio. Apesar de todos
os esforços, erros poderão ter ocorrido ao longo da apostila. Se o leitor imaginar um modo mais claro de
ensinar, ou encontrar algum erro nas discussões, fique à vontade para conversar com o autor para
providenciarmos uma análise deste material.

Por que estudar química?

A Química presta uma contribuição essencial à humanidade com alimentos e medicamentos, com roupas
e moradia, com energia e matérias-primas, com transportes e comunicações. Fornece, ainda, materiais
para a Física e para a indústria, modelos e substratos à Biologia e Farmacologia, propriedades e
procedimentos para outras ciências e tecnologias.

Graças à Química, o nosso mundo se tornou um lugar mais confortável para se viver. Nossos carros,
casas, roupas transbordam criatividade química. O nosso futuro energético dependerá da Química, assim
como atingir um dos objetivos do Milênio, que é prover água e saneamento básico seguros para toda a
humanidade.

Um mundo sem a ciência Química seria um mundo sem materiais sintéticos, e isso significa sem
telefones, sem computadores e sem cinema. Seria também um mundo sem aspirina ou detergentes,
shampoo ou pasta de dente, sem cosméticos, contraceptivos, ou papel - e, assim, sem jornais ou livros,
colas ou tintas. Enfim, sem o desenvolvimento proporcionado pela ciência Química, a vida, hoje, seria
chata, curta e dolorida!

Destaque-se, ainda, que a Química ajuda os historiadores da arte a investigar os segredos por detrás de
pinturas e esculturas em museus, ajuda os peritos forenses a analisar as amostras colhidas em uma cena
de crime e rapidamente rastrear os autores, bem como revelar a base molecular de pratos que encantam
as nossas papilas gustativas.

Enquanto a Física decodifica as leis do universo e a Biologia decifra as do mundo vivo, a Química
desvenda os segredos da matéria e de suas transformações. A vida é sua mais elevada forma de
expressão. A Química exerce, portanto, um papel primordial em nossa compreensão dos fenômenos
materiais, em nossa capacidade de agir sobre eles, para mudá-los e controlá-los. E as transformações
materiais que faremos - como humanos - refletirão o melhor ou o pior de nós.

Presidente da Sociedade Brasileira de Química -SBQ


Introdução - A Química Possui Uma Linguagem Própria.
Você pode estar estudando química por vários motivos. Suponha que você queira ser um químico,
bioquímico, ou engenheiro químico. Certamente a química fará parte da sua vida será o tema principal da
sua profissão. Mas, alguns podem optar por outras áreas como medicina, ou qualquer área ligada à
saúde. Sendo assim, a química também será importante, mesmo que você ainda não perceba muito bem
isso agora. Não importa o nível do seu envolvimento com a química, você irá vivenciar os fenômenos
químicos em um nível macroscópico. Ou seja, perceberá as mudanças com seus próprios olhos.

Para poder perceber e conseguir relatar algumas experiências, a química utiliza símbolos que tornam
possível a representação de alguns fenômenos. Para escrevermos estes fenômenos e tentarmos
compreender o que aconteceu, descrevemos as observações em termos de partículas, denominadas
átomos e moléculas. Esta é a química representada em um nível submicroscópico.

Quando você cozinha algum alimento em casa você está trabalhando a química no nível macroscópico.
Como assim? Suponha que você faça um macarrão. Embora a maioria nem sempre se dê conta disso,
você viu a água sofrer uma mudança de estado, de líquido para vapor, observou o sal (cloreto de sódio)
se dissolver na água formando uma solução e provavelmente notou que o óleo não se misturou a água e
que ele flutua nela devido a diferença de densidade. Pode acreditar, fazer química no laboratório é bem
semelhante, a grande diferença é que você não pode lamber a colher no final.

Simbologia:

H2O (l) 🡪 H2O (g)


O QUE É MATÉRIA? Matéria é tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço.

Qualquer coisa que tenha existência física ou real é matéria. Tudo o que existe no universo conhecido
manifesta-se como matéria ou energia. A matéria pode ser líquida, sólida ou gasosa.

● Cite três exemplos que estão à sua volta e pode ser classificado como matéria.

● Cite três exemplos que estão à sua volta e não podem ser classificados como matéria.

Propriedades da matéria
A lista é bem ampla, e nem todos os tópicos se aplicam universalmente. Alguns têm mais afinidade a uma
ou outra manifestação da Matéria. Confira nestes exemplos de Propriedades:

● Massa
● Extensão
● Divisibilidade
● Impenetrabilidade
● Compressibilidade
● Elasticidade
● Inércia

Capítulo 1- Propriedades Específicas da Matéria


Aqui no conjunto das propriedades específicas da matéria já é possível identificar um determinado tipo
de matéria (substância). Confira nos exemplos:

● Organolépticas: são verificadas pelos órgãos dos sentidos: Alguns exemplos: Sabor, odor, cor
e textura. Uso dos sentidos na percepção das características

● Químicas: são aquelas relacionadas com as transformações químicas. Alguns exemplos: a


queima de um pouco de gasolina e a oxidação de um metal.
● Funcionais: são apresentadas por um grupo de substâncias: Alguns exemplos: acidez,
basicidade, salinidade.
● Físicas: são aquelas relacionadas com os fenômenos físicos. Essas propriedades podem ser
expressas por valores numéricos experimentados e tabelados. São frequentemente utilizadas
para determinar a pureza de certa substância.
Alguns exemplos:

● Densidade: é a massa contida por unidade de volume.


● Temperatura de fusão: é a temperatura que determinada substância passa do estado sólido para
o estado líquido, sob pressão constante.
● Temperatura de ebulição: é a temperatura que determinada substância passa do estado líquido
para o estado gasoso, sob pressão constante.
● Solubilidade: é a capacidade de uma substância ser miscível em outra. Pode ser quantificada pelo
coeficiente de solubilidade.
● Dureza: resistência que um material apresenta de ser riscado.
● Tenacidade: resistência demonstrada por um material de sofrer ruptura pelo impacto.
● Maleabilidade: é a propriedade que um corpo apresenta de ser moldado na forma de lâminas.

Fenômenos: É qualquer transformação que ocorre em um sistema. São divididos em dois tipos:
fenômenos químicos e fenômenos físicos.

Fenômeno Químico: Esse tipo de fenômeno altera a natureza dos compostos que compõem o sistema.
Podemos também afirmar que ocorre alteração na estrutura molecular das substâncias desse sistema em
transformação.

Exemplos: Combustão do etanol, oxidação de metal, digestão de um alimento, fotossíntese.

Há alteração na estrutura da substância:

CaCO3 🡪 CaO + CO2

C + O2 🡪 CO2

Fonte: www.http://educador.brasilescola.com Fig.1

Fenômeno Físico: É aquele que não altera a natureza dos compostos que compõem o sistema. Não
ocorre alteração na estrutura molecular das substâncias participantes:

Alguns exemplos: mudanças de estado físico (fusão, solidificação, vaporização, condensação e


sublimação), expansão de um gás, acendimento de uma lâmpada.

Perceba que não há alteração na estrutura molecular:

H2O(s) → H2O(ℓ)
Derretimento de uma geleira
Fonte: meioambiente.culturamix.com Fig.1.1

Estados da Matéria
O estado que se encontra a matéria é muito útil e de fácil observação. Veremos os três estados
(sólido, líquido e gasoso).

Sólidos em temperatura ambiente* são facilmente identificados pois possuem volume fixo e forma
rígida que mudam muito pouco com a variações de temperatura e pressão.

Líquidos têm volume fixo, mas não possuem forma definida. Assume a forma do seu recipiente.

Gases também são fluidos, mas tanto seu volume quanto sua forma são determinados pelo tamanho
e formato do recipiente que o contém. O volume de um gás varia com a temperatura e pressão.

Teoria Cinético-Molecular
A teoria cinético-molecular nos ajuda a interpretar as propriedades dos sólidos, líquidos e gases
(ver Fig.1.2)

Fig.1.2. Fonte: Fantini, 2019

*Para esta publicação considere temperatura ambiente = 25° C.

De acordo com esta teoria toda matéria consiste de pequenas partículas (átomos e moléculas). Nos
sólidos as partículas possuem vibração em um arranjo compacto e regular. Raramente uma
partícula de um sólido passa seus vizinhos imediatos.
Nos líquidos e gases as partículas não possuem um arranjo organizado e podem se mover passando
umas pelas outras. Nestes estados as partículas possuem vibração e deslocamento. Em condições
normais os gases possuem partículas muito distantes umas das outras e alta velocidade. No ar a
temperatura ambiente, uma molécula de N2 se movimenta em média a 450m/s, colidindo umas
com as outras. Esse movimento aleatório permite que o gás ocupe todo o recipiente que os contém
e consequentemente o volume da amostra de gás é o volume do recipiente. Outra observação é
que quanto mais alta a temperatura, maior será o movimento das partículas. A esta energia damos
o nome de Energia Cinética (estudaremos isso melhor em capítulos à frente).

Misturas, Substâncias Puras e suas respectivas classificações


Elemento Químico: É um conjunto de átomos com mesmo número atômico (ver tabela periódica):

Exemplos: Ferro (Fe), Hélio (He) e Cloro (Cℓ)

Substância: É todo tipo de matéria que apresenta características próprias.

Exemplos: água (H2O), oxigênio (O2) e ácido sulfúrico (H2SO4).

Outros exemplos:

Substância simples: Formada por um único elemento químico.

Exemplos: Ferro (Fe), gás oxigênio (O2), gás ozônio (O3).

Substância composta: Formada por dois ou mais elementos químicos.

Exemplos: Água (H2O), ácido sulfúrico (H2SO4), soda cáustica (NaOH)

Substância pura: Apresentam temperaturas de fusão e ebulição definidas (constantes).

Mistura: É todo tipo de material constituído por duas ou mais substâncias puras, chamadas de
componentes da mistura.

Sistema: É uma porção limitada de matéria que está sendo considerada para estudo.

Fase: É uma porção homogênea (uniforme de um sistema).

Sistema homogêneo (monofásico): apresenta um único aspecto e as mesmas características em toda


a sua extensão. Pode ser formado por uma ou mais substâncias.

Exemplos: água, água + sal de cozinha, álcool + gasolina.


Sistema heterogêneo (polifásico): apresenta diferentes aspectos e diferentes características em sua
extensão e é possível distinguir seus componentes. Pode ser formado por uma ou mais substâncias.

Exemplos: água + óleo, granito (mica, quartzo e feldspato), sal + areia.

Diferença gráfica entre substância pura e mistura

Substância pura: apresenta ponto de fusão e ponto de ebulição definidos.

Mistura: apresenta variação na temperatura durante a fusão e a ebulição.

Mistura eutética: apresenta o ponto de fusão em temperatura definida e ponto de ebulição em


temperatura variável.
Mistura azeotrópica: apresenta o ponto de fusão em temperatura variável e o ponto de ebulição em
temperatura definida.

Alotropia: O mesmo elemento químico forma duas ou mais substâncias simples diferentes:

EXEMPLO:
Pela atomicidade - Gás oxigênio (O2) e gás ozônio (O3). Carbono grafite e Carbono diamante. Fósforo
vermelho e fósforo branco: Pn (atomicidade indeterminada) e P4
Pelo arranjo geométrico: Enxofre rômbico e monoclínico; Grafite, diamante e fulereno

Processos de Separação de Misturas

Ao retirarmos um material da natureza, este vem na forma de mistura. Normalmente contém impurezas
as quais precisam ser removidas para um melhor aproveitamento da substância desejada.

A escolha do processo de separação da mistura requer duas considerações importantes:

1º) Tipo da mistura: homogênea ou heterogênea;

2º) Estado físico dos componentes: sólido, líquido ou gasoso.

Separação de misturas homogêneas


Evaporação: Separação entre sólido e líquido (água + sal).

Aquecimento da mistura para o solvente evaporar e apenas


obter o sólido.

Destilação simples: Separação entre sólido e líquido (água + sal).

Aquecimento da mistura para vaporização do solvente. Após sua vaporização, o solvente passa por um
condensador a fim de retornar ao estado líquido e ser recuperado em recipiente adequado.

Destilação fracionada: Separação entre líquido e líquido (petróleo).

Por aquecimento, obtêm-se diversas frações onde


até mesmo algumas podem ser gases e sólidos à
temperatura ambiente.

Liquefação fracionada: Separação entre gás e gás.


(ar atmosférico filtrado)

Por compressão e resfriamento gradativo da mistura gasosa, ocorre a liquefação de cada um dos
componentes do sistema.

Separação de misturas heterogêneas


Decantação (I): Separação entre líquido e sólido (água + argila).

Por ação da gravidade ocorre precipitação do material sólido, ficando assim depositado no fundo do
recipiente.

Decantação (II): Separação entre líquido e líquido (água + gasolina)

Com o auxílio do funil de decantação, o líquido de maior


densidade passa para a parte inferior do aparelho de
separação, podendo ser retirado pela abertura existente
nesse funil.

Filtração: Separação entre sólido e líquido (água + areia)

A parte sólida da mistura heterogênea pode ser retirada com um material poroso (filtro).
Centrifugação: Separação entre sólido e líquido (sangue)

O processo de centrifugação é exigido em situações em que a parte


sólida não vai naturalmente para o fundo do recipiente.

Separação magnética: Separação de material magnético e não magnético (ferro + areia).

Utilizando um imã, o material magnético é atraído (ferro) e o material não magnético não sofre nenhuma
influência.

Dissolução fracionada: Separação entre dois sólidos (sal de cozinha + areia)

Os dois sólidos são colocados na presença de um determinado solvente. Um dos sólidos não será
solubilizado e posteriormente este será retirado por filtração. O outro sólido (solúvel) pode ser retirado por
evaporação ou destilação simples.

Fusão fracionada: Separação entre dois sólidos (carvão e enxofre)

Por aquecimento, o sólido de menor ponto de fusão passa para o estado líquido (enxofre), sendo retirado
do sistema.

Existem outros processos de separação de misturas heterogêneas que serão abordados em aula, como:
flotação, floculação, catação, ventilação, cristalização fracionada, peneiração entre outros.

Destilação (extração) por arraste a vapor. Diversos tipos de folhas, frutos, sementes, raízes, cascas e
caules permitem extrair óleos essenciais, que se destacam pela grande importância terapêutica e
econômica devido ao alto teor de constituintes ativos. Os interesses das indústrias por esses produtos
vêm crescendo muito e a comercialização movimenta milhões de dólares em todo o mundo.

A extração desses óleos é feita por


destilação. Uma corrente de vapor passa
pela matéria-prima e arrasta com ela o óleo.
Quando esse vapor condensa, temos dois
líquidos imiscíveis: água e óleo essencial.

Levigação - Processo de Separação de


Mistura Heterogênea Sólida com diferente densidade.

Levigação é utilizada para separar uma mistura heterogênea de sólidos com diferentes densidades. Um
exemplo clássico é o da obtenção de ouro em garimpos através do sistema da bateias, onde uma mistura
de água com diversos resíduos de solo é trabalhada com movimentos para ‘mexer’ e ir separando os
diversos produtos pelo peso. Os mais leves ‘sobem’, e os
mais pesados ‘descem’. O ouro, então, fica bem no fundo.

Tamisação ou peneiração

A Peneiração é bem simples de se entender. É o processo


utilizado para separar uma mistura heterogênea de sólidos,
onde estes apresentam diferentes tamanhos. O exemplo
clássico é peneirar areia para remover pedregulhos ou
obter um padrão de grãos do tamanho desejado. Só
‘passam pela peneira’ os grãos até o limite da trama, dos
furos da peneira. Entendeu?

Ventilação

O processo da separação de misturas por ventilação é utilizado para separar uma mistura heterogênea
de sólidos, através do uso de uma corrente de ar. Um exemplo para você nunca mais esquecer: Após
torrar o amendoim e descascá-los é preciso separar a casca dos grãos. Quando você assopra o tabuleiro,
ou quando joga os grãos para cima e os recolhe de volta, ou quando liga um secador de cabelo para
espantar as cascas, o que se faz é um processo de separação de misturas por Ventilação.

Separação magnética

A separação Magnética é utilizada para separar uma mistura heterogênea onde um dos componentes é
magnético, e que por isso mesmo pode ser atraído por ímãs ou eletroímãs. Se você tem um pote com
moedas de ferro e de alumínio, ao passar por sobre elas um ímã, apenas as moedas de ferro serão
puxadas do monte. Outro exemplo é utilizar imãs para separar ferro em pó e enxofre.

Tratamento de água
O tratamento da água consiste em remover ou minimizar, a níveis não prejudiciais à saúde, as impurezas
presentes na água, antes da distribuição da mesma para ser consumida. A origem da água é essencial
para definirmos o tratamento adequado a esta. Águas minerais de fontes subterrâneas profundas não
necessitam nenhum tratamento prévio antes de serem consumidas, porém as águas superficiais
necessitam de um tratamento especial que consiste em 8 etapas.

1ª - Oxidação dos metais com cloro, principalmente ferro e manganês, para precipitá-los.

2ª – Coagulação com alumínio – o alumínio (ou cloreto férrico) complexa (se aglomera) com os resíduos
(principalmente orgânicos) formando flocos insolúveis.

3ª – Floculação – movimentação da água para aglomerar os flocos (aumentar densidade destes).

4ª – Decantação – os flocos são acumulados no fundo dos tanques de tratamento.

5ª – Filtração em filtros naturais (cascalho, antracito, areia) – para reter partículas sólidas.

6ª – Desinfecção com cloro – eliminar germes e microrganismos nocivos.


7ª – Corrigir pH (pH aproximadamente neutro, ou seja, pH= 7,0) – evitar corrosão de canos bem como
prejudicar a saúde.

8ª – Fluoretação – adição de flúor à água para auxiliar a prevenção de cáries dentárias na população.

Propriedades Físicas
Você é reconhecido pelos seus amigos pela sua aparência física: sua altura, seu peso, cor do cabelo e
etc. Isso também é verdade para substâncias químicas.

Por falar em altura e peso, cite duas unidades de medida de massa e duas de comprimento
usualmente utilizadas por nós.

Algumas Propriedades Físicas

Cor
Estado da matéria
Temperatura de fusão
Temperatura de ebulição
Densidade.

Ainda existem outras, mas como não é de interesse neste momento, vamos citá-las adiante.

Unidades de Massa

Desafios

Unidades de Volume

Conversão de unidades

• 1 cm3 = 1 mL
• 1dm3 = 1 L = 1000 mL
• 1 m3 = 1000 L = 1.000.000 mL
Densidade
A densidade, razão entre massa e volume de um corpo, é uma propriedade física usada para identificar
as substâncias.

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎
Densidade =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒

A densidade da água pura a 25°C é 0,997g/cm3. Neste curso, podemos considerar a densidade da
água sendo 1,0g/cm3.

Quando colocamos um objeto na água e ele afunda dizemos que o objeto é mais denso que a água. Se
o objeto flutuar significa que é menos denso que a água.

Se quaisquer duas das três quantidades – massa, volume ou densidade – forem conhecidas para uma
mesma amostra, será possível calcular a terceira.

Temperatura
Outra propriedade muito útil dos elementos e compostos puros é a temperatura de fusão e de ebulição.

Usaremos as escalas Celsius (C) – desenvolvida por Anders Celsius (1701-1744) astrônomo sueco - e
a escala Kelvin (K) – Desenvolvida por Lorde Kelvin (1824-1907) primeiro a sugerir uma escala sem
números negativos.

Vários estudos sugerem que a menor temperatura possível é -273,15°C que é o zero da escala Kelvin ou
zero absoluto. Logo, para você passar dos graus Celsius para Kelvin basta somar 273.

K = °C + 273

Transformações Químicas e Físicas


Transformações envolvendo propriedades físicas são chamadas de transformações físicas. Em uma
transformação física a identidade química é preservada, embora possa ocorrer mudança de estado físico
ou tamanho de uma de suas partes.

Transformações químicas ou reações químicas, é quando uma ou mais substância (os reagentes) são
transformados em uma ou mais substâncias (os produtos).

Capítulo 2 - Modelos Atômicos


As primeiras especulações relativas à origem da natureza são devidas ao filósofo grego Tales, que viveu
na cidade de Mileto, aproximadamente entre os anos 640 e 548 a.C. Ele defendia que toda a natureza
teria água como origem. Note que era necessário uma base teórica e consistente para sustentar esse
pensamento, o que levou à reflexão investigativa, fundamental para o desenvolvimento do conhecimento.

Os próximos registros sobre a constituição da natureza vieram de Abdera, na Ásia Menor, onde o filósofo
Leucipo se fixou por volta de 478 a.C. Ele acreditava que o universo era constituído por elementos
indivisíveis e pelo vazio, e que os movimentos desses elementos, gerando união ou separação,
produziam ou destruíram os materiais. Leucipo não deixou registros sobre suas reflexões. Porém, elas
permaneceram e foram melhoradas pelo seu seguidor Demócrito, que viveu entre 460-370 a.C. e,
seguindo as ideias do seu mestre, afirmava que a menor partícula constituinte de qualquer tipo de matéria
não poderia ser fragmentada, pois se fosse divisível ao infinito, confundir-se-ia com o vazio. Por essa
característica, denominou tal partícula de átomo, palavra grega que significa indivisível.
Essas ideias foram apoiadas por alguns filósofos. Porém, outros, entre os quais Aristóteles, que foi um
dos maiores filósofos de todos os tempos, consideravam um absurdo existir algo indivisível,
estabelecendo-se, então, duas correntes de pensamento.

A partir do século XVII, muitos cientistas começaram a realizar experiências utilizando métodos e
materiais distintos e, logo cedo, ficou demonstrado que a possibilidade da matéria ser contínua não era
respaldada pelos resultados obtidos, fazendo com que o modelo de Aristóteles para a constituição da
matéria desmoronasse e o atomismo se firmasse como uma realidade incontestável.

Para isso, os resultados dos trabalhos do físico e químico irlandês Robert Boyle, publicados em 1661,
foram decisivos. Nesses trabalhos, ele concluiu que todos os objetos eram compostos por átomos, que
seriam as unidades fundamentais da matéria. Para chegar a essa conclusão, ele atentou para o fato de
que algumas das substâncias já conhecidas podiam se combinar formando outras. Assim, o bronze podia
ser formado combinando-se cobre com zinco; os sais podiam ser preparados combinando-se ácidos com
álcalis e algumas substâncias podiam se separar, formando outras mais simples, como se observava
quando se aquecia as amálgamas, fato que resultava na produção de mercúrio e de outro metal.

Dalton
Na segunda metade do século XVII, o empirismo, associado à reflexão, tornou a teoria atômica inegável,
e passou a ser prática comum para muitos estudiosos da natureza. Entre os químicos que assim
procediam, Lavoisier foi um dos que mais se destacou, usando balança sistematicamente como
instrumento para investigação em química, descobriu dezenas de elementos e estabeleceu a lei da
conservação das massas. Todo esse labor criativo fez com que Lavoisier ficasse reconhecido como um
dos mais importantes químicos de todos os tempos.

Na sequência aos trabalhos de Lavoisier, outros químicos – como Proust, Dalton e Richter –
estabeleceram as leis ponderais que contemplava a lei da conservação das massas (conhecida como
lei de Lavoisier) e a lei das proporções definidas (fixas) conhecida como lei de Proust, que dizia que as
proporções em uma reação química, são sempre constantes.

● Lei da conservação das massas. Se você reagir 12g de carbono (C) com 32g de gás oxigênio
(O2), em condições adequadas, você deverá obter 44g de produto, no caso CO2. Ou seja, a soma
das massas dos reagentes deve ser igual à soma das massas dos produtos.
● Lei das proporções definidas. Se uma certa quantidade de átomos de carbono reagir com duas
vezes a quantidade de átomos de oxigênio, dizemos que a proporção é 1:2. Sendo assim, caso
dobremos a quantidade de átomos de carbono, precisaríamos dobrar a quantidade de oxigênio
para manter a reação se processando como antes.

Em 1808, analisando os resultados dos experimentos que conduziram ao estabelecimento das leis
ponderais, observando as relações entre as massas dos reagentes nas reações e, mais uma vez,
resgatando as ideias de Leucipo e Demócrito, Dalton (1766-1844) formulou uma teoria atômica, cujos
postulados estabeleciam que:

● a matéria seria constituída por partículas extremamente pequenas e indivisíveis chamadas de


átomos, que preservariam suas individualidades nas transformações químicas;
● todos os átomos de um mesmo elemento são iguais. Átomos idênticos eram caracterizados pelas
respectivas massas e constituem um mesmo elemento químico;
● Os compostos químicos seriam formados pela união de átomos de diferentes elementos, em
proporções numéricas simples e definidas. Reações químicas são rearranjo de átomos.
● Os átomos são esféricos e maciços.

Os átomos de Dalton eram partículas indivisíveis, esféricas, maciças, impenetráveis e indestrutíveis que
ficaram conhecidas como bola de bilhar, semelhantes às ilustrações da Fig. 2
Eletricidade
Embora o modelo de Dalton não contemplasse cargas elétricas, em 1808 quando Dalton postulou sua
teoria, a humanidade já conhecia a eletricidade. Dois tipos de cargas elétricas foram descobertas à época
de Benjamin Franklin (1706-1790). Franklin denominou-as de carga positiva (+) e negativa(-), pois
comportavam-se como opostas e podiam neutralizar-se mutuamente.

Experiências mostram que cargas opostas atraem e cargas iguais se repelem.

J. J. Thomson
Em 1898 Thomson, após diversos experimentos utilizando tubos de raios catódicos, propôs a existência
de cargas elétricas no átomo. Um tubo de raios catódicos era uma ampola de vidro do qual retirava-se o
ar lá de dentro (promovendo um vácuo parcial) com pequenas peças metálicas em cada extremidade,
denominadas eletrodos (Fig.2.2).

Fig.2.1 J.J. Thomson em seus experimentos


Quando um gás rarefeito, em baixa pressão, (como no caso do ar dentro do tubo) é submetido a uma alta
tensão elétrica (por exemplo, 15000 V), produz um feixe de luz que parte do cátodo (polo negativo) em
direção ao ânodo (polo positivo).

Com esse experimento, Thomson chegou à conclusão de que, quando os átomos do material gasoso no
interior do tubo eram submetidos a uma alta tensão, cargas elétricas eram expelidas em direção à placa
positiva.

Logo, Thomson postulou suas ideias.

● O átomo é uma esfera, de massa fluida e homogeneamente distribuída;

● O átomo é neutro, já que toda matéria é neutra;

● Como o átomo apresenta cargas negativas, deve apresentar partículas positivas para que a carga
final seja nula;

● As cargas negativas não estão fixas ou presas no átomo, podendo ser transferidas para outro
átomo em determinadas condições;

● O átomo pode ser considerado como um fluido contínuo de carga positiva onde estariam
distribuídas as cargas negativas;

Associou o seu modelo a um pudim de passas.

Rutherford
Em 1910 Ernest Rutherford decidiu investigar a fundo o modelo de Thomson havia descoberto que
partículas alfa (raios α) eram compostos por cargas positivas com a mesma massa de átomos de hélio
(He). Ele propôs um experimento utilizando polônio, material radioativo que emitia partículas alfa que
colidiriam com uma finíssima lâmina de ouro. Envolveu o experimento com sulfeto de zinco e com o auxílio
de dois colaboradores, Hans Geiger e Ernest Marsden, montaram o aparelho representado pela Fig. 2.4.
e observaram o que acontecia com as partículas alfa ao se chocarem com a fina lâmina de ouro.

Como eles tinham o modelo do pudim de passas


na cabeça, acreditavam que partículas pesadas
como as alfas sofreriam no máximo pequenos
desvios ao passar pela lâmina de ouro. De fato,
a maioria passava pela lâmina sem sofrer
desvios ou com pequenos desvios, mas, ficaram
surpresos ao perceberem que algumas poucas
partículas sofreram grandes desvios ou mesmo
eram refletidas ao passarem pela lâmina de
ouro. A única forma de explicar este fenômeno
era abandonar o modelo de Thomson e concluir
que toda carga positiva do átomo e quase toda
sua massa estava concentrada em um volume
muito pequeno. Rutherford denominou esta
região de núcleo. Como este modelo lembra um
planeta orbitando o sol, ficou conhecido como
modelo planetário.
Núcleo

e-

Fig.2.5 Modelo atômico de Rutherford (Planetário)

Radioatividade
Em 1896, o físico francês Henri Becquerel, descobriu que um minério de urânio marcava uma chapa
fotográfica, mesmo guardado em um envelope que o protegia dos raios de luz.

Em 1898 Marie Curie (1867-1934) e colaboradores isolaram o polônio e o rádio que emitem a mesma
espécie de raios, e em 1899, ela sugeriu que os átomos de determinados elementos se desintegravam
quando emitem esses raios pouco comuns. Ela chamou este fenômeno de radioatividade e as
substâncias que possuem esta característica são denominadas radioativas.

Pouco depois, muitos estudos foram realizados nesta área. Ernest Rutherford (1871-1937) contribuiu
significativamente nesta área. Pesquisando compostos de urânio, notou que havia pelo menos dois tipos
de radioatividade que ele chamou convenientemente de raios alfa (α) – menos penetrante - e raios beta
(β) – mais penetrante.

Toda atividade radioativa é um fenômeno nuclear, provém do núcleo do átomo.

Pense que o átomo possui núcleo e eletrosfera e que estão presentes no átomo três tipos de partículas:

● os prótons, de carga positiva (+), que se encontram no núcleo;


● os nêutrons, de carga neutra, que se encontra no núcleo;
● os elétrons, de carga negativa (-), que se encontram na eletrosfera.

Neste momento nos interessam três tipos de radiações. As Alfas, Betas (negativas) e a radiação Gama.

Alfa são compostas por dois prótons e dois nêutrons.

Beta (negativa) é um elétron.

Gama não é matéria, é energia eletromagnética de alta frequência, portanto, não possui massa.

Quando um elemento emite uma partícula alfa ele perde 2 prótons e 4 de massa.

Exemplo: 21084Po → α + 20682Pb + γ

Quando um elemento emite uma partícula beta ele perde 2 prótons e 4 de massa.
Exemplo: 13856Ba → β + 13857La + γ

Placa carregada positivamente

+++++++++++
Alfa
Beta
Gama
--------------
Placa carregada negativamente

Fig. 2.6 Fonte: Fantini, 2019

Período de Meia-Vida
A meia-vida de um material radioativo é o período necessário para que ele perca metade do seu poder
radioativo ou de sua massa. Só podemos dizer que um elemento é radioativo quando todos seus isótopos
são radioativos. Quase todos os átomos apresentam um tipo de isótopo radioativo e por isso não são
considerados radioativos. Existe o carbono de massa 12, 13 e 14, sendo este último sendo considerado
radioativo. Temos também os hidrogênios de massa 1, 2 e 3 podendo ser chamados respectivamente de
prótio, deutério e trítio. Sendo o trítio radioativo.

Vamos usar como exemplo o carbono 14 e sua meia vida. A meia vida do carbono-14 é de 5730 anos.
Isso quer dizer que se você tiver 100g de carbono-14 daqui a 5730 anos você terá 50g e com mais 5730
anos, ou seja, após 11460 anos você terá 25g e assim por diante.

Sabe-se que o teor de carbono-14 é constante nos vegetais e animais. Enquanto vivos, cerca de 15
desintegrações por minuto e por grama de carbono total, no entanto, quando o vegetal ou animal morre,
cessa a absorção de CO2 com carbono 14, e começa o decaimento beta do carbono-14. Nesse
decaimento, após 5.730 anos, a radioatividade cairá para a metade. Desse modo, medindo a
radioatividade residual do fóssil, podemos calcular a sua idade.

Existem fórmulas para se calcular a idade de uma amostra usando a datação por carbono-14, uma delas

é: t = [ln (Nf/No) / (-0,693) ] x t1/2

em que In é o logaritmo neperiano, Nf/No é a porcentagem de carbono-14 na amostra comparada com a


quantidade em tecidos vivos e t1/2 é a meia-vida do carbono-14 (5.700 anos aproximadamente).

Por isso, se você tivesse um fóssil com 10% de carbono-14 em comparação com uma amostra viva, o
fóssil teria:

t = [ln (0,10)/(-0,693)] x 5.700 anos

t = [(-2,303)/(-0,693)] x 5.700 anos 7

t = [3,323] x 5.700 anos t = 18.940 anos de idade

Como a meia-vida do carbono 14 é de 5.700 anos, ela só é confiável para datar objetos de até 60 mil
anos. No entanto, o princípio usado na datação por carbono 14 também se aplica a outros isótopos. O
potássio 40 é outro elemento radioativo encontrado naturalmente em seu corpo e tem meia-vida de 1,3
bilhões de anos. Além dele, outros radioisótopos úteis para a datação radioativa incluem o urânio 235
(meia-vida = 704 milhões de anos), urânio 238 (meia-vida = 4,5 bilhões de anos), tório 232 (meia-vida =
14 bilhões de anos) e o rubídio 87 (meia-vida = 49 bilhões de anos).
* Você não precisa usar fórmulas para resolver a maioria dos problemas de vestibulares sobre meia-vida.

Fissão Nuclear
Ocorre através do bombardeamento de nêutrons em um
núcleo grande e instável como o de urânio, promovendo nele
uma ruptura, “fissão”, através de uma rápida reação em
cadeia, podendo liberar grande quantidade de energia.
Atualmente é usada como fonte de produção de energia
elétrica nas usinas nucleares ou nas chamadas bombas
atômicas.

Fig.2.5.1 Fissão Nuclear. Fonte Ciência e Diversão

Fig.2.5.2 Modelo de uma usina nuclear. Fonte: Mundoeducação

Fig.2.5.3 Bomba Little Boy. Fonte: mundodasarmas

* Atualmente 9 países declaram ter bombas atômicas:


Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia,
Paquistão, Israel e Coreia do Norte.

Fig.2.5.4 Explosão atômica. Fonte: Pinterest


Fusão Nuclear

É a junção de átomos que possuem núcleos com


pouca massa. Da junção desses átomos, resulta um
átomo com núcleo de massa maior, o que, libera uma
enorme quantidade de energia (tão grande que ainda
não conseguimos controlá-la).
Submetidos a uma temperatura bastante elevada, o
deutério (2H) e o trítio (3H), que são isótopos de
hidrogênio (H), se unem. Dessa união forma-se núcleos
de hélio.
O processo de fusão nuclear dá origem ao funcionamento
das bombas de hidrogênio (as destrutivas que existem).
Essa é a reação que acontece no sol
Fig.2.5.5 representação da fusão nuclear. Fonte: Toda matéria

Número atômico e número de massa


O número de prótons de um elemento é o seu número atômico, é o que identifica um átomo. Um carbono
sempre possuirá 6 prótons em seu núcleo, caso ele ganhe mais 1 próton e fique com número atômico 7,
deixará de ser carbono e passará a ser nitrogênio. Nêutrons e prótons possuem quase a mesma massa,
com uma ligeira diferença, para mais a favor do nêutron. A soma dessas duas partículas constitui a massa
do átomo. E os elétrons? Os elétrons possuem massa 1830 vezes menor que o próton, por isso não
consideramos eles na contagem da massa atômica. Assim podemos entender que praticamente toda a
massa do átomo se concentra no núcleo.

Número atômico é representado pela letra (Z) e o número de massa pela letra (A). Se a massa é a soma
dos prótons e nêutrons (n), podemos dizer que:

A = Z+ n

Íons
Íons são átomos que deixaram de ser neutros. Na tabela periódica todos os elementos estão na forma
neutra, ou seja, possuem o mesmo número de prótons (+) e elétrons (-). Quando, por alguma razão um
elemento ganha ou perde elétrons ele se torna um íon. Existem dois tipos de íons, os positivos e os
negativos.

Íon positivo é chamado: CÁTION. Exemplo: Na+ ; Fe2+ ; Ni3+

Íon negativo é chamado: ÂNION. Exemplo: Cl - ; O2- ; P3-

O cloreto de hidrogênio HCl, apresenta massa de 35,5 u ( u significa unidade unificada de massa atômica e
corresponde a aproximadamente 1,66x10-27Kg) O conceito de massa atômica se refere ao elemento. Já na análise
da composição de uma substância envolve um número enorme de átomos (estudaremos mais adiante) de modo
que 35,5 u corresponde a uma média em relação à abundância relativa do elemento na natureza. Existem dois
isótopos de cloro na natureza, um com 75,8% de abundância e massa de 35 u, outro com 24,2% de abundância e
massa de 37 u. Fazendo a média ponderada, chegamos a 35,5u.

mCl = 0,758 x 35 u + 0,242 x 37 u = 35,5 u

Isótopos, Isótonos, Isóbaros e Isoeletrônicos


Isótopos: Elementos que apresentam o mesmo número de prótons. Entenda que não há isótopos entre
elementos diferentes. Um oxigênio só será isótopo de outro oxigênio.

Isótonos: Elementos que apresentam o mesmo número de nêutrons.


Isóbaros: elementos que apresentam o mesmo número de massa.

Isoeletrônicos: Elementos que apresentam a mesma distribuição eletrônica.

Bohr

Niels Henrick David Bohr: físico dinamarquês cujos trabalhos contribuíram decisivamente para a
compreensão da estrutura atômica introduziu ao átomo a ideia de quantização de energia. Ou seja, o átomo
entra na perspectiva da mecânica quântica – quantum de energia – Segundo a mecânica clássica, carga
elétrica em movimento emite energia (radiação), algo que não sustentaria o modelo de Rutherford. Com a
ideia de quantização de energia, “no átomo, os elétrons não emitem radiações ao permanecerem na mesma
órbita, portanto, não descrevem movimento em espiral em direção ao núcleo”.

O espectro eletromagnético é a base para o entendimento do modelo de Bohr. Além da luz visível, que
representa apenas uma pequena parte do espectro, outras radiações são de natureza eletromagnéticas, como
ondas de rádio, TV , microondas, celular, raios X e raios gama, todas invisíveis aos nossos olhos.

Fig. 2.8 Fonte: Kotz;Treichel. Chemistry and chemical reactivity 3.ed.

A luz do sol quando atravessa gotículas de água na atmosfera, decompõe-se em um arco-íris. Sabemos que
quanto menor o comprimento de uma onda eletromagnética, maior será a frequência e a energia daquela
onda.

Percebemos através do espectro que cada cor possui um comprimento de onda, logo, possui uma energia
diferente, sendo o vermelho a cor de menos energia e o violeta a de maior energia.
Alguns anos antes, Robert Bunsen com o auxílio de alguns colaboradores decidiram investigar o espectro
das chamas. Pegaram amostras de diversos elementos químicos, submeteram-nos a um chama e
observaram uma série de linhas coloridas separadas por regiões escuras (Fig.2.9).

Fig 2.9 Fonte: Pontociência. Teste de chama

Fig. 2.9.1 Fonte:IF UFRGS

Para explicar as características desse espectro, Bohr sugeriu que a teoria de Max Planck (1858-1947),
poderia ser aplicada ao átomo. De acordo com sua teoria, todos elétrons possuem energia quantizada,
ou seja, uma energia exata que ele poderia absorver ou emitir em pequenos pacotes denominados
quanta.

O modelo de Bohr foi um aperfeiçoamento em relação ao de Rutherford, cujos principais fundamentos


estão resumidos abaixo:

● Os elétrons situam-se em níveis de energia, ou camadas eletrônicas (n), com n variando de 1 a 7


ou pelas letras K, L, M, N, O, P e Q.
● A camada n=1 ou K é a de menor energia e a mais próxima do núcleo. Camadas superiores,
possuem energias maiores.
● O elétron pode se mover em determinadas órbitas sem irradiar. Essas órbitas estáveis são
denominadas estados estacionários.
● As órbitas estacionárias são aquelas nas quais o momento angular do elétron em torno do núcleo
é igual a um múltiplo inteiro de h/2 . Isto é, mvr = nh/2
● O elétron irradia quando salta de um estado estacionário para outro mais interno, sendo a energia
irradiada dada por E = hf = Ei-Ef, onde h é a constante de Planck (6.63 x 10-34 J.s = 4.14 x 10-
15
ev.s), f é a frequência da radiação emitida, Ei e Ef são energias dos estados inicial e final.
● O elétron pode permanecer em cada um deles sem irradiar. No entanto, ele só permanece em
raios superiores ao raio inicial, por um curto intervalo de tempo, da ordem 10-8 segundos. Depois
desse tempo de permanência, ele retorna sucessivamente para órbitas mais internas, até parar
no estado fundamental. Neste retorno o átomo emite fótons (energia) muitas vezes na forma de
luz visível, cujas frequências podem ser calculadas a partir da relação E=hf.
Modelo orbital
O modelo de Bohr continua válido para explicar a maioria das propriedades atômicas que estudaremos
neste curso de química, contudo, o modelo de Bohr não durou muito. Com a introdução da mecânica
quântica ocorreu uma revolução científica no mundo subatômico. Como vimos a cor azul possui um
comprimento de onda diferente da cor vermelha. Isso quer dizer que por enquanto a luz estava sendo
tratada como onda eletromagnética. Contudo, alguns problemas pareciam sem solução diante dessa
única perspectiva – tratar a luz como onda.

Mesmo na época de Bohr, alguns cientistas, diante de fenômenos que não podiam ser explicados
considerando que a luz era apenas onda, admitiam que poderia haver uma natureza dupla para ela.
Segundo essa ideia, a luz se comportaria tanto como onda quanto partícula. Alguns fenômenos poderiam
ser explicados se tratássemos a luz como partículas (corpúsculos) e outros se a tratássemos como onda.
A resposta à dúvida do caráter ora ondulatório e ora de partícula das emissões eletromagnética pôde ser
analisada com o experimento do efeito fotoelétrico de Einstein. O choque de uma emissão
eletromagnética contra uma placa arrancava elétrons da mesma, evidenciando sob certas condições o
caráter de partícula por parte de ondas.

De acordo com este modelo o átomo se encontra em um espaço tridimensional, possuindo os três eixos,
convenientemente chamados de X, Y e Z. A esfera ao centro representa o núcleo (Fig.2.9.3).

E os elétrons? Segundo um modelo matemático há uma densidade de probabilidade eletrônica, isto é, há


uma probabilidade de se encontrar o elétrons na eletrosfera. Esta região do átomo onde há a maior
probabilidade de se encontrar o elétron chama-se orbital. Existem muitos tipos de orbitais e normalmente
nos referimos a esses diferentes orbitais usando as letras s, p, d e f.

Z Z
Z

X X X

Orbital s Orbitais px, py e pz

Y Y Y

Fig. 2.9.3 Fonte: Fantini, 2019


Fig. 2.9.4 Fonte: Fantini, 2019
O orbital s possui um formato esférico, contornando o núcleo, os orbitais p, são três. Isso mesmo, três. A
cada dois lóbulos (região demarcada com formato de pétala) temos um orbital. Cada orbital pode conter
no máximo até dois elétrons.

Vamos entender melhor: Neste modelo temos os níveis, os mesmo de Bohr, 1,2,3... ou K,L,M...Porém,
além dos níveis, temos os subníveis s, p, d, f e dentro dos subníveis os orbitais com formatos diversos.
Neste momento vamos abordar os orbitais s e p.

Nos orbitais, há uma grande probabilidade de se encontrar elétrons. No modelo de Bohr, apenas a energia
total do elétron estava quantizada, o que resultava na ideia de níveis de energia associado a um número
inteiro, chamado de número quântico. Existem quatro números quânticos.

Número quântico principal (n), que são os níveis 1,2,3,4 etc., como no modelo de Bohr.

O segundo número quântico está associado aos subníveis e refere-se ao momentum angular do orbital.
Ele é designado pela letra l e pode assumir valores de zero até n-1. Este número se refere a forma do
orbital. Podemos associar l=0,1,2,3, respectivamente pelas letras s, p, d, f.

O terceiro número é o quântico magnético e indica o número de orbital individual que se encontra o elétron
dentro de um subnível. Designamos este número pela letra ml, que pode variar de –l a +l passando pelo
zero.

O quarto número é o número quântico magnético spin (ms), que pode assumir dois valores -1/2 e +1/2 e
pode ser interpretado como o sentido da rotação do elétron em torno de seu eixo (mesmo esta
interpretação não sendo a mais apropriada, pois isso implica em pensar o elétron apenas como partícula).

n= 1_
0
}

s
n= 2_ ___ 1s
0 -1 0 +1
}

s p 2s 2p representa elétrons com spin+1/2


n= 3_ ___ _____
0 -1 0 +1 -2 -1 0 +1 +2 3s 3p 3d
}

s p d 4s 4p 4d 4f
n= 4_ ___ _____ _______ representa elétrons com spin -1/2
0 -1 0 +1 -2 -1 0 +1 +2 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 5s 5p 5d 5f
}

s p d
n= 5_ ___ _____ _______
f 6s 6p 6d
0 -1 0 +1 -2 -1 0 +1 +2 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 7s 7p
}

s p d f
n= 6_ ___ _____ Fig. 2.11 Fonte: Fantini 2019.
0 -1 0 +1 -2 -1 0 +1 +2 Como preencher o diagrama
}

s p d
n= 7_ ___
0 -1 0 +1
}

s p
Fig. 2.10 Fonte: Fantini, 2019

Regra de Hund (Máxima Multiplicidade): Ao preencher os orbitais de um mesmo subnível, os elétrons


entram em orbitais vazios, até que cada orbital contenha um elétron. Somente então cada orbital receberá
o novo elétron.

Princípio de exclusão de Pauli: Em um mesmo átomo não podem existir dois elétrons com os quatro
números quânticos iguais.

Princípio da incerteza de Heisenberg: Em seu artigo de 1927, Heisenberg propõe que em nível quântico
quanto menor for a incerteza na medida da posição de uma partícula, maior será a incerteza de seu
momento linear e vice-versa. Em outras palavras, não é possível determinar ao mesmo tempo a posição
e a velocidade de uma partícula subatômica.
Capítulo 3 – Tabela Periódica
A tabela periódica dos elementos é fundamental no aprendizado da química. Nunca estude química sem
uma tabela periódica. A familiarização com os aspectos e terminologias da tabela são muito importantes.

Desde o início do século XIX, várias tentativas, sem grande sucesso, foram feitas para organizar os
elementos. O trabalho mais detalhado foi feito em 1869, na cidade de São Petersburgo, pelo químico
russo Dmitri Ivanovitch Mendeleev (1934 – 1907).

Os elementos são dispostos em ordem crescente de número atômico, de cima para baixo e da esquerda
para direita.

A Tabela Periódica atual


Dentre os 118 elementos conhecidos, temos os naturais, que constituem a matéria do nosso mundo físico,
e os artificiais, que foram obtidos em laboratórios de pesquisa nuclear. Existem cerca de 2000 elementos
atualmente. Esse número compreende os isótopos de todos os átomos.

Os Períodos
Denomina-se período cada uma das linhas da tabela. O número do período corresponde ao número de
camadas ocupadas pelos elétrons. No Primeiro Período, elétrons até à 1ª camada. No Segundo Período,
elétrons até a 2ª Camada, e assim por diante. Daí termos sete períodos.

Fig.3 Fonte: Blogdoenem, 2019

Os grupos (famílias) da Tabela Periódica


As dezoito colunas da tabela são denominadas famílias ou grupos. Os elementos que pertencem a uma
mesma família apresentam propriedades químicas semelhantes, pois possuem a mesma quantidade de
elétrons na última camada.

Modernamente, as famílias são numeradas de 1 a 18, eliminando-se o uso das letras. Observamos na
tabela que as famílias são designadas pelas letras A e B.

As famílias indicadas pela letra A e a família zero recebem denominações específicas. Veja:

• Família 1 (1A): metais alcalinos


• Família 2 (2A): metais alcalinos terrosos
• Família 13 (3A): família do Boro
• Família 14 (4A): família do carbono
• Família 15 (5A): família do nitrogênio
• Família 16 (6A): calcogênios
• Família 17 (7A): halogênios
• Família 18 (0): gases nobres
Elementos com propriedades físicas e químicas semelhantes ficam em colunas verticais, chamadas
grupos ou famílias e possuem o mesmo número de elétrons na sua camada de valência. Por exemplo:
Os elementos da família 1, 2 e de 13 a 18, que eram antigamente representados pelos grupos 1A, 2A,
3A, 4A, 5A, 6A, 7A, e 8A apresentam 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 elétrons na sua camada de valência,
respectivamente.

Regra do octeto

Existe uma teoria que sugere a presença de 8 (oito) elétrons na última camada de alguns átomos para
que eles se tornem estáveis. Ou seja, átomos que não possuem oito elétrons na última camada são mais
susceptíveis a reagirem quimicamente do que aqueles que possuem 8 elétrons na camada de valência.
Na natureza, tudo tende a um mínimo de energia de forma espontânea. Isso acontece pois tendo baixa
energia, eles se tornam estáveis, adquirem baixa reatividade, o que pode ser observado em muito átomos
quando eles assumem a configuração eletrônica de um gás nobre (exceto o He), ou seja, possuírem 8
elétrons na camada de valência.

Existem algumas exceções a esta teoria. Neste momento do curso os mais importantes a serem
lembrados são: H, He, Be e B.

Sendo assim, como nas colunas da tabela periódica que possuem a letra A indicam a quantidade de
elétrons na última camada, podemos entender que muitos átomos precisam ganhar ou perder elétrons
para assumir a configuração eletrônica de um gás nobre. A tabela a seguir mostra a tendência dos
átomos, em relação às famílias, em perderem ou ganharem elétrons.

Coluna da tabela Elétrons de Tendência em ganhar ou perder Tende a assumir


periódica valência quantos elétrons para ficar com 8. a carga (NOX)

1 ou I A 1 e- Perder 1 e- 1+

2 ou II A 2 e- Perder 2 e- 2+

13 ou III A 3 e- Perder 3 e- 3+

14 ou IV A 4 e- Perder 4 e- ou Ganhar 4 e- 4+ ou 4-

15 ou V A 5 e- Ganhar 3 e- 3-

16 ou VI A 6 e- Ganhar 2 e- 2-

17 ou VII A 7 e- Ganhar 1 e- 1-

18 ou VIII A 8 (exceto He) Não se aplica 0

Existem dois tipos diferentes de grupos, o dos elementos representativos (representados pelos grupos
1A a 8A) e o dos elementos de transição (localizados na região central da tabela periódica). Os
lantanídeos e os actinídeos são conhecidos como elementos de transição interna.
Fig.3.1 Fonte: Blogdoenem, 2019

A tabela pode ser dividida em: Metais, Ametais (Não metais) e Gases Nobres.

• Metais: Apresentam brilho, são bons condutores de calor e eletricidade, são maleáveis, apresentam
dureza e tenacidade, possuem densidade e pontos de fusão e ebulição altos.

• Ametais: Não apresentam brilho, dão origem a substâncias moleculares, não apresentam maleabilidade
e possuem na sua maioria pontos de fusão e ebulição baixos.

Configuração eletrônica da Tabela Periódica


• Se o subnível mais energético é o s ou o p da última camada, dizemos que o elemento é representativo;
famílias do grupo A. Neste grupo podemos localizar os elementos na tabela partindo do número de
elétrons que o elemento possui na última camada.

Ex: 11Na = 1s2 2s2 2p6 3s1 → 1 elétrons na última camada = família 1A

• Se o subnível mais energético é o d, dizemos que o elemento é de transição externa. Entretanto, se o


subnível mais energético é o f, dizemos que o elemento é de transição interna.

Como consequência da distribuição dos elementos na tabela periódica segundo o número atômico, as
propriedades químicas e a configuração eletrônica, podemos caracterizá-los sob um novo aspecto.

Fig.3.2 Localização de um elemento na tabela periódica Fonte: Blogdoenem, 2019


Conhecendo um pouco sobre distribuição eletrônica e organização da tabela periódica, é
possível você localizar a maioria dos elementos químicos.

Exemplo: Um elemento X com número atômico 12: 1s2 2s2 2p6 3s2

• a sua última camada de energia é a 3ª, então esse elemento está no 3º período.
• possui 2 elétrons na última camada, então está na família 2A.
• nos elementos de transição, o número de elétrons deverá ser visto nos subníveis d caso seja
transição externa e f transição interna.

Obs: Ao fazer a distribuição eletrônica pelo diagrama de Linus Pauli, saiba que elementos que terminam
em nd9, deve-se retirar um elétron do nível mais periférico e adicioná-lo ao mais energético, deixando-o
na forma de nd10. Ex.Cu
O mesmo deve ser feito para elementos que terminam em nd4. Deve-se deixá-lo na forma nd5 retirando-
se o elétron mais periférico e transferindo para o mais energético. Ex. Cr

Classificação periódicas.

Raio Atômico Energia de Ionização Eletronegatividade Afinidade eletrônica

Volume Densidade
Ru
Re Os Ir
T.F. T.E. Eletropositividade
Fig. 3.3 Classificação periódica. Fonte: Fantini, 2019
Capítulo 4- Moléculas e Compostos
Neste capítulo estudaremos alguns compostos químicos e suas propriedades.
Há muitos anos os químicos usam técnicas para produzir compostos. Hoje, com técnicas mais modernas,
milhares de compostos são produzidos diariamente nos laboratórios espalhados por todo o mundo. Veja
abaixo um ranking com os países com maior número de indústrias químicas no mundo.
8 países com o maior número de
indústrias químicas no mundo em
2016 – Fonte: Abiquim
País Posição
China 1º
Estados Unidos 2º
Japão 3º
Alemanha 4º
Coreia do Sul 5º
Índia 6º
França 7º
Brasil 8º

Compostos são substâncias puras que podem ser decompostas em duas ou mais substâncias puras
diferentes.
Quando a sacarose (açúcar comum) é misturada com ácido sulfúrico, ocorre uma reação química onde
são formados outras duas substâncias: carvão e água.

1 molécula de C12H22O11 → 12 átomos de C e 11 moléculas de H2O

Perceba que a fórmula da sacarose pode ser escrita como C12(H2O)11 podendo ser chamado de “hidrato
de carbono” ou “carboidrato”.
Quando se tem um composto e você precisa escrevê-lo, deve fazê-lo por meio de uma fórmula química.
Normalmente quando se quer escrever uma reação química no papel, deve-se escrever os compostos
por símbolos ou fórmulas moleculares.

Fórmula molecular
Por exemplo, a sacarose é escrita dessa forma: C12H22O11

C12H22O11 O índice (número que aparece após um elemento) indica quantas vezes a substância
possui determinado átomo. Quando não há parênteses na fórmula, o índice multiplica
o elemento imediatamente à sua esquerda. Neste caso temos: 12 C; 22 H e 11 O.
Índice
Quando, na fórmula, aparece um parênteses, o índice deve multiplicar todos os elementos dentro dele.
Por exemplo:

Coeficiente estequiométrico
Por enquanto não considere o coeficiente estequiométrico. Neste caso,
temos 3 Ca; 2 P e 8 O. Quando não aparecer nenhum índice considere que
2Ca3(PO4)2 há o número 1.
Se, na equação, aparecer o coeficiente estequiométrico (número que vem
na frente da fórmula) deve-se, além de multiplicar o índice, multiplicar tudo
pelo coeficiente estequiométrico. Logo, considerando o coeficiente
Índice passaremos a ter: 6 Ca; 4 P e 16 O.
* Muitas vezes esses números não representam diretamente a quantidade de átomos presentes em uma equação química,
veremos isso mais adiante.
Atenção: Esta fórmula não nos fornece nenhuma informação estrutural.

Para dar este tipo de informação existe a fórmula estrutural. Isso é muito importante para sabermos
como os átomos se agrupam para formar a molécula.

Fórmula Estrutural (Kekulé)


Este tipo de fórmula é importante pois fornece informação sobre como os átomos se ligam. Veja o
exemplo abaixo.
H H H
H O H
C H H
C2H6O C2H6O H C C
C
Fórmula molecular O H
Fórmula H H H
molecular do éter dimetílico
do etanol Fórmula estrutural Fórmula estrutural
do etanol do éter dimetílico

Nas fórmulas estruturais, as linhas entre os átomos representam as ligações químicas, que são as forças
que mantêm os átomos unidos formando moléculas ou compostos. As ligações entre átomos podem ser
do tipo simples, dupla ou tripla.
Por exemplo, a acrilonitrila possui forma estrutural como representada abaixo, com 4 ligações simples, 1
dupla e 1 tripla.

H Ligação simples
C N
H C
C
Ligação dupla H
Ligação tripla

Existem ainda outras fórmulas químicas, como a fórmula condensada, eletrônica (Lewis) e a fórmula
simplificada de bastões ou traços, que veremos com detalhes em momentos posteriores.
Veja como fica a molécula do butano C4H10 sendo representada por diversas fórmulas.
Fórmula Fórmula estrutural Fórmula condensada Fórmula eletrônica Fórmula
molecular simplificada
H3C CH2 CH2 CH3 H H H
H
C4H10 H H H CH3CH2CH2CH3 H C C C C H
H C H
C C H H
C H H
H H
H H H CH3[CH2]2CH3

Fórmula empírica ou mínima.


A fórmula empírica (ou mínima) indica a proporção, em menores números inteiros, entre os átomos dos
elementos que formam as substâncias.

Por exemplo: Na glicose (C6H12O6) a proporção dos átomos é de um átomo de carbono, para dois de
hidrogênio, para um de oxigênio, ou seja, CH2O (1:2:1).

Lembre-se que este tipo de fórmula não nos dá base para identificar uma substância. Há casos em que
a fórmula mínima de uma substância corresponde à fórmula molecular de outra. E há substâncias que
podem apresentar a mesma fórmula mínima. Veja a seguir:

Substância Fórmula molecular Fórmula mínima

Glicose C6H12O6 CH2O

Ácido Acético C2H4O2 CH2O

Ácido Lático C3H6O3 CH2O

Formaldeído CH2O CH2O

Perceba que a fórmula mínima CH2O é a mesma para todas as substâncias, isto é, ela expressa que, em
todos os casos, os átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio estão presentes nas fórmulas moleculares
seguindo a mesma proporção de 1:2:1.

Exemplo de como calcular a fórmula molecular.

CxHyOz massa = 180g


C=40% : 40/12 = 3,33 🡪 3,33/3,33 = 1 C
H=6,72% : 6,72/1 = 6,72 🡪 6,72/3,33 = 2 H ∴ (CH2O)n
O=53,28% : 53,28/16 = 3,33 🡪 3,33/3,33 = 1 O

CH2O = 30g, se a massa da substância = 180g basta dividir 180/30 = 6, ou seja, precisamos multiplicar
a fórmula mínima por 6.
Logo, 6x CH2O = C6H12O6

Exemplo 2:
CxHyOz massa= 46g
C=52,17%
H=13%
O=34,77%
Calcule a fórmula mínima e molecular.
Capítulo 5- Ligações Químicas Interatômicas

Lembre-se que na tabela periódica estão relacionados apenas elementos simples. O que isso significa?
Bom, procure em sua tabela aço, borracha, madeira ou água. Não vai encontrá-los, pois são substâncias
compostas (constituídas por mais de um tipo de átomo). Se temos 118 elementos químicos na tabela,
como explicar a existência de milhões de substâncias presentes em nossa sociedade? Se você pensou:
graças às ligações químicas, acertou.

Então, surge outra pergunta: Como e para que os átomos se ligam?

Bom, as ligações químicas se estabelecem entre os elétrons da camada mais externa da eletrosfera
(camada de valência). Para tanto, duas características são essenciais:
A força de atração eletrostática que existe entre as cargas elétricas de sinais opostos;
A tendência é que os elétrons tenham de formar pares.

Em 1916, Gilbert N. Lewis e Walter Kossel observaram que, na natureza, apenas os gases nobres
(elementos da família 18, VIIIA ou 0 da tabela periódica) eram encontrados isolados na natureza. Isso
acontecia porque eles tinham uma característica que os outros átomos não tinham: todos os elementos
dessa família (com exceção do hélio, que tem apenas uma camada eletrônica) possuem a camada de
valência de seus átomos preenchida com oito elétrons. Foram eles que criaram o que já vimos
anteriormente: a Regra do Octeto:

Veremos três tipos de ligações químicas:


- Iônica
- Metálica
- Covalente

Ligação Iônica:

Uma reação química ocorre entre dois átomos os elétrons de Valencia são rearranjados de tal forma que
uma força resultante atrativa que é a ligação química, passa a existir entre esses átomos.
Uma ligação iônica se forma quando um ou mais elétrons de Valencia são transferidos de um átomo para
o outro dando origem a íons positivos e negativos.

Por exemplo, quando o sódio e o cloro reagem entre si, um elétron é transferido do átomo de sódio menos
eletronegativo para o átomo de cloro mais eletronegativo para formar os íons Na+ e Cl- menos.
Esta transferência de elétrons normalmente ocorre graças à Alta diferença de eletronegatividade existente
entre os átomos envolvidos e quanto maior for essa diferença de eletronegatividade maior será o que
chamamos de caráter iônico.

O caráter iônico de uma ligação iônica será maior sempre que a diferença de eletronegatividade entre os
átomos envolvidos for alta se a diferença de eletronegatividade entre os átomos participantes da ligação
baixa é provável que não ocorra uma transferência de elétrons e até pode ser que ela não seja
reconhecida como uma ligação iônica.

O sódio metálico reage vigorosamente com cloro gasoso para produzir cloreto de sódio, o cálcio metálico
e o oxigênio reagem para produzir óxido de cálcio. Em cada um dos casos, o produto é um composto
iônico: NaCl e o CaO.
Estas reações, que são exemplos de um comportamento químico geral para os elementos nos respectivos
grupos periódicos, podem ser compreendidas considerando-se as propriedades atômicas. Os metais
alcalinos e alcalinos terrosos, têm baixas energias de ionização. Desse modo, pouca energia necessária
para remover os elétrons de Valencia desses elementos para formar cátions com a configuração de um
gás nobre.
Por outro lado, os elementos dos grupos que pertencem ao cloro e ao oxigênio possuem valores mais
elevados de eletronegatividade e afinidade eletrônica. Estes elementos formam com facilidade ânions
pela adição de elétrons em suas camadas de Valência.

Como em uma ligação iônica existem os íons, ou seja, o ânion carga negativa ganha um elétron, e o
cátion, carga positiva, perde um elétron, existe uma força de atração de natureza eletrostática entre esses
Íons.

Pense em um ímã você não precisa encostar dois imãs para saber se eles estão sendo atraídos ou
repelidos dependendo dos polos uma interação de natureza eletrostática é muito parecida, um cátion
pode interagir com diversos e o ânion pode interagir com diversos cátions a sua volta.

Sendo assim, os compostos iônicos não são formados por moléculas individuais e sim por cristais. A
estrutura que contém os átomos organizados no cristal chama-se rede cristalina. Veja Fig. 1.
Quando Escrevemos NaCl para designar o cloreto de sódio estamos apenas indicando que, nos cristais
deste composto, a relação sódio: cloro é de 1:1. isso não indica a presença de uma molécula de NaCl.

Fig. 1 Fonte:saber atualizado

Características dos compostos Iônicos

Propriedade Explicação

São sólidos em condições A força que mantém os átomos unidos (cátions e ânions) é grande, o
ambientes. Isso sugere que que demanda alta energia para rompê-las e passar para o estado
possuem altas temperaturas líquido.
de fusão e ebulição.

São maus condutores de No sólido, não há a presença de íons livres, pois eles se encontram fixos
eletricidade no estado na rede Cristalina e os responsáveis pela condução da corrente elétrica são
sólido. Mas, conduzem os íons livres. Quando um composto iônico se funde ou se dissolve em
corrente elétrica no estado
líquido ou em fase aquosa.
água (dissociação), ocorre a liberação dos íons permitindo a condução da
corrente elétrica.

Fig. 2. Modelo de
solvatação em um
composto iônico

São rígidos e quebradiços Esta característica pode ser explicada pelo arranjo da rede Cristalina.

Ficam organizados em De forma simplificada, podemos interpretar a força que mantém os


redes cristalinas unidas por átomos unidos na rede cristalina através da fórmula:
forças de natureza
eletrostática. 𝑞1.𝑞2
Fα Sendo: F a força de atração; q1 e q2 as cargas dos íons e r o raio atômico
𝑟2

Estruturas eletrônicas de Lewis para compostos iônicos

Visto que, não há moléculas em compostos iônicos, ou seja, a fórmula nos indica apenas uma proporção,
pois pode haver um número indeterminado e muito grande de íons presentes em uma rede
Cristalina, geralmente a fórmula utilizada é a fórmula unitária. Por exemplo, o cloreto de sódio fica NaCl.
Um fator importante a ser considerado é que a carga total do composto deve ser neutra. Isto quer dizer
que a quantidade de elétrons que um átomo perde, deve ser a mesma quantidade que o outro átomo
ganha.
Na fórmula unitária do composto iônico devemos escrever sempre primeiro o cátion e depois o ânion. Os
índices na fórmula indicam apenas a proporção e o número 1 não é escrito.
Vejamos o caso do composto fluoreto de cálcio, CaF2. Entre cálcio e flúor, qual é o átomo mais
eletronegativo?
Se o flúor é um átomo mais eletronegativo significa que ele vai ganhar um elétron vindo do cálcio.
Lembrem-se que, os elétrons que participam da ligação são sempre os elétrons da camada de valência.
Localize o cálcio em sua tabela periódica, qual coluna ele se encontra? Coluna 2 ou IIA, certo?
Significa que ele possui 2 elétrons na última camada que serão transferidos para o flúor, porém, o flúor
que está na coluna 17 ou VIIA precisa adquirir apenas mais um para ter a configuração eletrônica de um
gás nobre, ou seja, 8 elétrons na última camada e ficar estável. Desta forma, como cálcio vai perder dois
elétrons e o flúor precisa adquirir mais um, é necessário a presença de dois flúor na fórmula. Ou seja, a
proporção é de um cálcio perdendo dois elétrons, para dois flúor que ganharão apenas um elétron cada.

Uma maneira simples de chegar à fórmula unitária do composto iônico é trocar as suas cargas pelos
seus índices como mostrado na figura abaixo.
Mas, lembre-se, isso só é possível graças à neutralização das cargas.

Outra fórmula usada para representar substâncias iônicas é a fórmula de Lewis ou fórmula eletrônica que
deve ser escrita utilizando-se os elétrons da camada de valência dos íons. Como o cátion do composto
iônico perde seu elétron da camada de valência, não há elétrons a serem representados. Já o ânion, que
ganha um elétron, abre-se um colchete para representá-los e deve-se indicar a carga dos íons envolvidos.

Ligação Metálica.

Como o nome já sugere, é uma ligação estabelecida entre átomos metálicos (metais). Normalmente os
metais não possuem alta eletronegatividade, energia de ionização e afinidade eletrônica. O que os torna
bons doadores de elétrons.

Sendo assim, pense em dois átomos de ferro fazendo uma ligação química.

1º: por que fazer a ligação?

2º: como se estabelece esta ligação?

A resposta é a seguinte: Na natureza, tudo tende a um mínimo de energia para ser estável, as ligações
químicas normalmente fornecem esta baixa energia desejada e consecutivamente, a estabilidade (isso
se aplica a todas as ligações). No caso dos metais, como eles não possuem a tendência de ganhar
elétrons, quando a ligação é estabelecida, eles “liberam” seu(s) elétron(s), deixando-os livres em sua rede
cristalina (nome dado ao arranjo que os átomos assumem ao fazerem a ligação). Assim como na ligação
iônica, a metálica não possui molécula.
A repulsão entre os cátions é neutralizada graças a atração dos cátions pelos elétrons mantendo a
estrutura coesa. Essa liberdade que os elétrons possuem é o que tornam os metais ótimos condutores
de energia.

Normalmente apresentam temperaturas de fusão e ebulição elevadas, são insolúveis em água, alguns
são solúveis em ácidos ou em misturas de ácidos, como o ouro e são maleáveis (dúcteis).

Ligas Metálicas

Ligas metálicas são misturas homogêneas de metais e podem possuir propriedades químicas e físicas
diferentes dos metais que as originaram. São exemplos de ligas metálicas o ouro 18K (contém 25% de
prata e cobre), o ouro branco 18K (contém 25% de paládio), o bronze (contém 67% de Cu e 33% de
Sn), o aço (pode conter diversos elementos entre eles Fe, C, Cr e Ni), o latão, uma mistura de Cu e Zn,
a prata de lei, 95% de prata e 5% de Cu, o chamado metal wood uma liga a base de bismuto que possui
temperatura de fusão baixa (70°c) muito utilizada para fabricar fusíveis.

Ligação Covalente

Este tipo de ligação configura-se pela superposição dos orbitais moleculares dos ametais e como não há
grande diferença de eletronegatividade entre os átomos participantes da ligação ocorre o compartilhamento
de elétrons formando substâncias moleculares.
Algumas características apresentadas por compostos moleculares são: baixas temperaturas de fusão e
ebulição, formação de moléculas e a solubilidade em água acontece preferencialmente em moléculas do tipo
polar – falaremos da polaridade adiante.

Neste diagrama, percebemos a variação da energia em


função da distância entre os núcleos de dois átomos de
hidrogênio; no momento 1 os átomos se encontram
distantes o suficiente de modo que nenhum sofra
influência do outro. Perceba que eles têm uma certa
energia. No momento 2 ocorre uma aproximação entre
esses átomos e a energia começa a diminuir, pois há a
possibilidade de se efetuar uma ligação química. No
momento 3 a distância é ótima, a energia cai ao mínimo
possível, gerando estabilidade à molécula e
promovendo a ligação covalente. Em 4 ocorre uma
aproximação maior do que a necessária e a energia
tende a crescer exponencialmente a um valor infinito
tornando a ligação insustentável devido às forças de
repulsão entre os núcleos.
Vale destacar que quando a ligação é estabelecida em
3 a energia é a mínima possível. Neste momento temos
o chamado poço potencial.
Fig.6. Diagrama de energia x distância intermolecular para
formação da molécula de hidrogênio.

Polaridade das ligações covalentes.

No texto acima citamos a palavra polar e demonstramos através do diagrama a formação da molécula
de hidrogênio. Neste caso, são dois átomos iguais, portanto, atraem igualmente os elétrons na
ligação visto que não há diferença de eletronegatividade entre eles. Nos casos em que, a exemplo da
molécula de hidrogênio, os átomos possuem a mesma eletronegatividade, a ligação é chamada de
ligação covalente apolar. Nessas situações, a nuvem eletrônica está uniformemente distribuída entre os
dois núcleos. O termo Apolar indica que não houve formação de polos carregados.

Vejamos agora o que acontece quando dois átomos com eletronegatividade diferente se ligam, como na
molécula de HCl. Teremos o mesmo tipo de ligação que ocorreu na molécula de H2, mas nesse caso a
nuvem eletrônica não estará uniformemente distribuída; ela estará mais densa (deslocada) a favor do
átomo mais eletronegativo (no caso, o átomo de cloro). A região da molécula próxima ao átomo mais

eletronegativo adquire uma carga parcial negativa, identificada pelo símbolo , ao passo que a região

que contém o átomo menos eletronegativo adquire a carga parcial positiva . A diferença de
eletronegatividade entre os átomos participantes da ligação covalente, confere um caráter polar à ligação,
que passa a ser chamada de ligação covalente polar.

Fórmula eletrônica (Lewis) para substâncias moleculares.

O químico Gilbert Lewis sugeriu que os átomos compartilham elétrons da camada de valência na
ligação covalente para formar o octeto. Como já vimos, isso significa que os átomos se ligam buscando
assumir oito elétrons na última camada e assim terem baixa energia e adquirirem estabilidade. Nesta
representação, usaremos pontinhos para representar os elétrons na camada de valência. Veja o
exemplo a seguir.
As ligações químicas covalentes entre os átomos podem ser representadas pela fórmula de Lewis. Cada
par de elétrons compartilhado representa uma ligação química, ou seja, os elétrons pertencem à região
da eletrosfera comum a cada par de átomos que estão unidos. É comum verificarmos a presença da
fórmula estrutural para representar as ligações covalentes, nesta representação o traço — representa a
ligação química, ou seja, cada traço — contém dois elétrons que estão sendo compartilhados. Veja a
seguir alguns exemplos:
Fig.9. Fonte: Química sem segredo

Ligação covalente coordenada e estruturas de ressonância

A possibilidade de um átomo que esteja com a camada completa ou seja Já possui 18 elétrons na sua Valência
compartilhar um par de elétrons com outro átomo. Quer dizer que a ligação covalente não precisa
necessariamente ocorrer com a participação de um elétron de cada átomo. Essa ligação, que se dá com a
participação de elétrons de um único átomo, pode ser chamada de covalente coordenada. Este tipo de
ligação ocorre sempre que um átomo já possuir 8 elétrons e ainda precisar fazer mais ligações. Veja o exemplo
a seguir para o ácido sulfúrico H2SO4:

Sólidos Covalentes – “Compostos covalentes”

Existem alguns compostos que fazem ligação covalente, mas apresentam características diferentes dos
demais. A principal diferença desses compostos é que eles não apresentam moléculas como os outros
de ligação covalente. Os que possuem moléculas são chamados de: compostos moleculares. As
substâncias que fazem ligação covalente mas não apresentam moléculas são chamados apenas de
compostos covalentes. São apenas 3 as substâncias que precisamos saber neste momento:

- C(graf.) Grafite, Diamante e Fulereno (C60) são substâncias simples


formadas de carbono. São conhecidos como alótropos, que são
- C(Diam.)
substâncias simples diferentes formadas pelo mesmo elemento.
- SiO2

O grafite ou grafita e o diamante são substâncias feitas a partir do mesmo elemento químico, o carbono.

Fig.10. Fonte: Mundo Educação


Sílica

O termo sílica refere-se aos compostos de dióxido de silício, SiO2, nas suas várias formas incluindo sílicas
cristalinas; sílicas vítreas e sílicas amorfas. O dióxido de silício, SiO2, é o composto binário de oxigênio e
silício mais comum, sendo inclusive composto dos dois elementos mais abundantes na crosta da Terra.
A sílica e seus compostos constituem cerca de 60% em peso de toda a crosta terrestre.

Capítulo 6 - Interações intermoleculares

Quando uma ligação covalente é estabelecida, moléculas são formadas e essas moléculas, através de
interação (não ligações) dão características físicas e químicas às substâncias moleculares, tais como,
temperatura de fusão, ebulição, solubilidade e viscosidade. Pense nessas interações entre moléculas
como interações entre ímãs. Provavelmente você já pegou dois ímãs e sabe que não é necessário
encostá-los para saber se eles se atraem ou se repelem dependendo dos polos. Nas moléculas acontece
algo similar, elas não precisam se ligarem (encostarem) umas nas outras para ocorrer a interação.

Existem vários tipos de interações intermoleculares (inter = entre moleculares = moléculas), mas, quase
todas derivam de três tipos que são classificadas conforme sua intensidade:

● Ligação de Hidrogênio: Ligação de forte intensidade.


● Dipolo Permanente ou dipolo-dipolo: Ligação de média intensidade.
● Dipolo Induzido ou Forças de London: Ligação de fraca intensidade.

O conjunto das forças intermoleculares também pode ser chamado de Forças de Van der Waals.
Ligação de Hidrogênio
A ligação de hidrogênio ocorre em moléculas polares e é necessário que haja hidrogênio unido (entre)
ou Flúor (F), Oxigênio (O) e Nitrogênio (N), os três mais eletronegativos da tabela periódica.
É a força intermolecular mais forte, pois existe uma grande diferença de eletronegatividade entre os
elementos.
Um exemplo de ligação de hidrogênio ocorre entre moléculas de água (H2O).

Fig.1 Fonte: Mundo educação

Fig.2 Gráfico de T.E. em função da interação Fonte: Zeus UFMG

Dipolo-dipolo ou Dipolo permanente


O dipolo-dipolo ocorre entre as moléculas dos compostos polares e é considerada uma interação de força
intermediária. Nesse caso, o hidrogênio não interage diretamente com F, O e N.
Os elétrons estão distribuídos de forma assimétrica e assim o elemento mais eletronegativo atrai os
elétrons para si.
Nas interações do tipo dipolo-dipolo as moléculas polares interagem sendo que não pode haver a
presença de H entre ou F, O ou N, pois, caso tivesse, seria ligação de H.
Fig.3 Modelo de Interação Dipolo –Dipolo Fonte: Fantini

Dipolo Instantâneo – Dipolo Induzido

Também conhecida como forças de London ou de van der Waals, essas interações ocorrem entre
moléculas apolares.

As moléculas apolares são eletricamente neutras, mas possuem uma nuvem de elétrons que estão em
constante movimento. Os elétrons podem se deslocar para um dos extremos da molécula, criando um
dipolo instantâneo. Os elétrons da molécula vizinha também se deslocarão, e será criado assim um dipolo
nessa molécula (dipolo induzido).

Essas duas moléculas terão uma força de atração entre elas. Essa interação pode ocorrer
sucessivamente entre as moléculas vizinhas em uma fração de segundos.

Essa é a interação intermolecular mais fraca.

Pesquisas revelaram que a lagartixa pode fazer interação dipolo induzido entre sua pata e a superfície
que caminha, permitindo que ela ande em superfícies que poucos animais conseguem.

Interações x Temperatura de fusão, ebulição e solubilidade

“Semelhante dissolve semelhante”. Esta frase pode ser interpretada da seguinte forma: Substâncias
polares tendem a ter boa interação com outras substâncias polares, muitas vezes se dissolvendo nela. O
contrário também pode ser pensado: Substâncias de caráter opostos, polar e apolar, tendem a ter uma
má interação entre elas, formando muitas vezes misturas heterogêneas.

Por exemplo: H2O é polar e você sabe que água e óleo não se misturam, certo? Neste caso, qual deve
ser o caráter do óleo? Polar ou Apolar?

Se respondeu Apolar, acertou.


Água e álcool (etanol) se misturam. Logo, qual deve ser o caráter do álcool? Polar ou Apolar?

Se respondeu Polar, acertou.

Anteriormente falamos da força da interação, nós vimos que a ligação de hidrogênio entre as três
interações que vimos até agora é a mais forte. Mas, o que significa ser mais forte?

Para fundir ou ebulir compostos moleculares temos que romper as interações entre as moléculas, se a
molécula possui uma interação forte não será fácil romper lá e como consequência de mandar a Alta
Energia traduzida em altas temperaturas.

Isso quer dizer que, quanto mais forte for a interação intermolecular maior será sua temperatura de fusão
ebulição.

Tomemos como exemplo a molécula de água e a molécula de gás metano. A molécula de água possui
massa de 18g por mol a molécula de gás metano possui massa de 16g por mol, são moléculas
relativamente pequenas que possuem ligações covalentes e de massas parecidas. Porém, como vimos
anteriormente a molécula de CH4 é apolar, portanto faz uma interação de natureza fraca dipolo induzido.
já água, é uma molécula polar e por apresentar hidrogênio entre oxigênios faz a interação do tipo ligação
de hidrogênio, que é forte.

Como consequência a temperatura de ebulição da água a nível do mar é de 100° C , enquanto a


temperatura de ebulição do CH4 a nível do mar é de -160° C. Podemos explicar esta grande diferença a
partir das interações intermoleculares que cada uma das moléculas apresenta. Rever Fig.2.

Capítulo 7 – Reações químicas


Reação química é um fenômeno onde os átomos permanecem intactos. Durante as reações, as
moléculas iniciais são "desmontadas" e os seus átomos são reaproveitados para "montar" novas
moléculas.
Há muitas reações químicas acontecendo conosco neste exato momento. Inclusive nós só estamos vivos
pois nosso corpo está processando inúmeras reações químicas a cada segundo, é o nosso metabolismo
em ação. Além disso, diariamente lidamos com reações químicas que passam despercebidas por nós.
Por exemplo, acender o fogo, cozinhar alimentos, digestão, a ação de um remédio no corpo, o motor do
carro, moto ou ônibus e etc.

Equação química
A forma que representamos a reação química chama-se equação química.

Na equação, colocamos os elementos que estão envolvidos na reação, de forma abreviada, e como ela
aconteceu, através de símbolos já padronizados. As equações químicas representam a escrita usada
pelos químicos e de forma universal, ou seja, é a mesma em qualquer país.

As substâncias que participam da reação química são chamadas de produtos (tudo antes da seta) ou
reagentes (tudo depois da seta) na equação química. A seta sugere que houve uma transformação.

Exemplo: Duas moléculas de gás hidrogênio juntam-se com uma molécula de gás oxigênio, formando
duas moléculas de água.
Em cima da seta, são utilizados alguns símbolos indicando as condições nas quais a reação deve
ocorrer.

∆ - calor cat – catalisador λ – energia luminosa

Em cada substância pode haver os seguintes símbolos:

↑ - desprendimento de gás ↓ - precipitação de um sólido


Nas equações químicas, as substâncias podem aparecer com seus estados físicos:

(s) – sólido (l) – líquido (g) – gasoso (aq) - aquoso

Exemplo: C(s) + O2(g) → CO2(g)

Alguns tipos de reações importantes são:


Síntese (formação), decomposição, combustão, reação com desprendimento de gás carbônico,
precipitação, neutralização e oxirredução. Estas reações podem ser de natureza exotérmica ou
endotérmica.
Reação exotérmica é aquela que libera energia (calor) para o meio. Reação endotérmica é aquela que
absorve energia (calor) do meio.

Síntese ou formação é quando duas ou mais substâncias (reagentes) reagem entre si para dar origem
a um único produto. 3 H2 + 1 N2 → 2 NH3

Decomposição é quando uma substância (reagente) se transforma em dois ou mais produtos.


2 NaN3(s) →3 N2(g) + 2 Na(s)

Combustão é uma queima e ocorre tendo o oxigênio como reagente (comburente).


Mg(s) + 1/2O2(g) 🡪 MgO(s)
* Exercícios do Enem já trouxeram a palavra oxidação no lugar de combustão.

Você pode observar o produto da combustão. Se forem CO2 e H2O é chamada de combustão ou
oxidação completa. C2H6O(s) + 3 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(g)
Mas, se os produtos forem CO e H2O ou C e H2O é chamado de combustão incompleta.
C2H6O(l) + 2 O2(g) → 2 CO(g) + 3 H2O(g)
C2H6O(l) + O2(g) → 2 C(s) + 3 H2O(g) = Produção de fuligem e H2O.

Reações com desprendimento de gás carbônico. Sempre que houver a presença de carbonatos –
CO3 – ou bicarbonatos – HCO3 - em ácido, haverá o desprendimento de gás carbônico.
H2SO4 + NaHCO3 → Na2SO4 + H2O + CO2
HNO3 + NaCO3 → Ca(NO3)2 + CO2 + H2O

Precipitação (ppt) é quando não há reagentes no estado sólido, mas quando ocorre a reação, o
produto apresenta uma ou mais substâncias sólidas.
AgNO3(aq) + KCl(aq) → AgCl(s) + KNO3(aq)

Neutralização é quando ocorre a reação entre um ácido e uma base, originando como produtos, sal e
água. HCl + NaOH → NaCl + H2O

Oxirredução ocorre quando há troca de elétrons entre algumas espécies químicas na mesma equação.
Fe2O3 + CO → CO2 + Fe
Referências

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