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RECUPERAÇÃO
DE PASTAGENS
DEGRADADAS NOS
ESTADOS E BIOMAS
BRASILEIROS
01
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
https://eesp.fgv.br/centros/observatorios/bioeconomia
02
OBSERVATÓRIO DE CONHECIMENTO E
INOVAÇÃO EM BIOECONOMIA
COORDENADORES DO OBSERVATÓRIO
DE BIOECONOMIA
DANIEL BARCELOS VARGAS – COORDENADOR EXECUTIVO
CECÍLIA FAGAN COSTA
AUTORES DO ESTUDO
SABRINA DE MATOS CARLOS
EDUARDO DELGADO ASSAD
CAMILA GENARO ESTEVAM
CICERO ZANETTI DE LIMA
EDUARDO DE MORAES PAVÃO
TALITA PRISCILA PINTO
PATROCÍNIO
03
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
6
8 1. PANORAMA DAS ÁREAS DE PASTAGENS
NO BRASIL
1.1 - CONTEXTO E DISTRIBUIÇÃO DAS PASTAGENS NO
TERRITÓRIO NACIONAL
1.2 - RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS
2. METODOLOGIA
2.1. ÁREA DE ESTUDO
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2.2. DADOS E MÉTODOS
22 3. RESULTADOS
3.1. BIOMAS
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
37
39 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
43 ANEXOS METODOLÓGICOS
04
05
INTRODUÇÃO
O Brasil é um dos protagonistas globais no que diz respeito à produção de alimentos. Nesse
sentido, a atividade agropecuária no País, assim como no mundo, vem se esforçando
para atender à crescente demanda e garantir a segurança alimentar. Embora seja necessária
uma produção maior, aumentaram as exigências quanto à sustentabilidade social, econômica
e ambiental dos mecanismos produtivos, bem como as restrições à expansão sobre ambientes
naturais.
Especificamente com relação a bovinocultura de corte, destaca-se que essa atividade passou
por importantes transformações ao longo das últimas décadas que foram responsáveis pela
projeção da produção de carne bovina brasileira, não só no cenário interno, mas, sobretudo, no
externo. Houveram avanços tecnológicos no sistema de produção que permitiram o aumento
da produtividade e, além disso, o rebanho bovino cresceu e tornou-se o maior rebanho
comercial do mundo (BATISTA et al., 2020).
Segundo a Embrapa (2022), no Brasil cerca de 95% da carne bovina é produzida em regime
de pastagens, o que confere maior competitividade, reduzindo os custos produtivos e, ao
mesmo tempo, gera um diferencial qualitativo à carne brasileira. Apesar das vantagens
associadas à produção à pasto, muitos trabalhos destacam que o crescimento da produção
deveu-se, em grande parte, à expansão das áreas de pastagens sobre a vegetação nativa.
Informações disponibilizadas pelo MapBiomas (2022a), mostram que o principal uso dado ao
solo brasileiro é a pastagem, sendo que no período entre 1985 e 2020, essas áreas cresceram
200% na Amazônia (38 milhões de hectares), embora neste mesmo período a quantidade de
pastagens em estágio severo de degradação tenha se reduzido pela metade no País.
diversos trabalhos têm sido dedicados a analisar as suas características, a sua distribuição
pelo território nacional e as dinâmicas associadas ao seu estabelecimento. Nesse contexto, os
resultados obtidos evidenciam que apesar de reunir condições propícias como terrenos, solos
e clima para boa formação de pastagens, a produção brasileira ainda é predominantemente
extensiva, o que tende a comprometer a eficiência produtiva e econômica desses sistemas,
levando a menor produtividade e lucratividade. O desenvolvimento da atividade tendo como
base um regime extensivo, no longo prazo, tende a ser responsável por impactos ambientais
negativos, dentre os quais sobressaem-se o aumento dos processos de degradação das áreas
de pastagens e das emissões de gases de efeito estufa (GEE) (BATISTA et al., 2020; ASSAD
et al., 2021).
Segundo dados do MapBiomas (2022a), 52% das áreas de pastagens no Brasil apresentam
algum nível de degradação. Como consequência, há menor produção de forragem, menor
capacidade de suporte, queda no desempenho animal, perda da produtividade e, como
resultado, redução da receita, além de aumento dos custos produtivos. Embora sejam
informações preocupantes, a grande extensão de áreas de pastagens degradadas no Brasil
também revela o potencial da pecuária brasileira em termos de elevação da eficiência produtiva
e, portanto, sobre a mitigação dos impactos negativos que tende a promover. Recuperar as
pastagens degradadas e intensificar a utilização dessas áreas permitiria explorar o potencial
existente e tornar a atividade pecuária mais sustentável, tanto do ponto de vista ambiental
quanto econômico.
Trabalhos como o desenvolvido por Assad et al. (2021) mostram que é possível valer-se
desse potencial e adicionalmente reduzir as emissões de GEE. Os autores desenvolveram um
modelo de projeção e mitigação para diferentes ações de descarbonização da pecuária, no
qual consideraram um cenário de redução gradual de pastagens degradadas no Brasil, até o
ano de 2030. Utilizando esse modelo, evidenciaram que poderiam ser recuperados 27,5 Mha
de pastos degradados, oferecendo ganhos de produtividade ao rebanho bovino, que atingiria
06
uma taxa de lotação de 1,27 cabeça por hectare. Além disso, haveria a remoção líquida total
de carbono de 1.223,6 Mt CO2eq, em média 94,1 Mt CO2eq/ano, invertendo, dessa forma, as
emissões do sistema de pecuária associadas às pastagens.
Recuperar as pastagens degradadas no país não deverá ser uma tarefa trivial. Esse é um
processo que exige conhecimento, capital, planejamento e dimensionamento de custos-
benefícios. Nesse sentido, para que o processo de recuperação seja realmente factível é
fundamental que seja viável economicamente.
Afinal, qual será o custo para recuperar as áreas de pastagens degradadas no Brasil? Muitos
esforços têm sido feitos no sentido de responder a essa pergunta. Alguns trabalhos destacam
que esses custos são elevados e em curto prazo, enquanto os ganhos auferidos com a
recuperação são obtidos a longo prazo (DIAS-FILHO, 2015). Outro aspecto importante é que
esses custos podem variar substancialmente em razão do nível de degradação, preços dos
insumos (principalmente dos fertilizantes) e coeficientes técnicos (TOWNSEND et al., 2010).
No entanto, a maior parte desses estudos são de natureza qualitativa, evidenciando uma lacuna
quanto a análises quantitativas que abordem a variabilidade dos investimentos necessários em
função dos diferentes níveis de degradação das pastagens, bem como em função do impacto
que diferentes atributos do solo podem ter sobre a estruturação dos custos. Adicionalmente,
as estimativas existentes, muitas vezes, direcionam-se a espaços bastante específicos ou não
consideram o efeito espacial sobre o dimensionamento. Dadas as diferenças em termos de
aptidão do solo, clima, infraestrutura e preços de insumos, verificados no território nacional,
reforça-se a importância de contabilizar os custos de modo a incluir essas diferenças.
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo mensurar os custos da recuperação de
pastagens nos estados e biomas brasileiros, por nível de degradação. Desse modo, pretende-
se, ao considerar o elemento espacial, avançar no entendimento dos custos, conhecendo não
só a sua dimensão, mas, sobretudo, capturar a heterogeneidade associada à sua distribuição
no Brasil. O grande desafio é definir o melhor arranjo em termos de uma estratégia de
recuperação que permita aumentar a rentabilidade da atividade pecuária, atender à demanda
futura de carne, reduzir as emissões de GEE e a necessidade de conversão de novas áreas em
pastagens. Incluir o componente espacial, permite uma avaliação mais próxima da realidade
e viabiliza o desenvolvimento de políticas públicas eficientes para promover a recuperação
de pastagens no Brasil. Esse aspecto assume ainda mais importância quando consideradas as
metas brasileiras estabelecidas pelo País no Acordo de Paris e o contexto de preocupação e
interesse no aprimoramento de processos realizados em bases mais sustentáveis.
A próxima seção deste documento faz, de forma breve, uma contextualização acerca da
distribuição das pastagens no Brasil e das estratégias de recuperação. Na sequência é feita a
descrição sobre a abordagem metodológica adotada neste estudo, seguida dos resultados e
considerações finais.
07
1. PANORAMA DAS ÁREAS
DE PASTAGENS NO BRASIL
1.1 CONTEXTO E DISTRIBUIÇÃO DAS
PASTAGENS NO TERRITÓRIO NACIONAL
O Brasil é atualmente o segundo maior produtor e o maior exportador mundial de carne
bovina, segundo estudo desenvolvido pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégi-
cas - Embrapa SIRE (ARAGÃO; CONTINI, 2021). Uma característica importante da pecuária
brasileira é ter a maior parte de seu rebanho criado sob o regime de pastagens, o que é
viabilizado, principalmente, pelas condições climáticas e pela extensão territorial do País. O
rebanho criado a pasto constitui uma das formas mais econômicas e práticas para oferecer
alimento aos animais, portanto, contribuindo para que o Brasil detenha um dos menores cus-
tos de produção de carne do mundo, uma vez que, esse sistema produtivo não requer o uso
intensivo de operações e insumos na dieta dos ruminantes (DIAS-FILHO, 2014; DIAS-FILHO,
2017; NETO, 2018 ).
et al., 2017).
Portanto, mesmo que com baixa eficiência, é possível produzir de forma predominantemente
extensiva. Embora essa peculiaridade possa ser vantajosa por exigir menor aporte de recur-
sos econômicos na produção, ela pode contribuir para uma “cultura” de baixo investimento
em insumos e tecnologias voltadas à formação e manejo de pastagens. Algumas das princi-
pais consequências desse tipo de ação são a existência e maior ocorrência de áreas de pas-
tagens degradadas ou em degradação no Brasil. O conceito e características das pastagens
degradadas ou em processo de degradação são apresentados no Box 1.
De modo geral, uma pastagem pode ser considerada degradada, sob a perspectiva de várias
condições, situadas, segundo Dias-Filho (2015), em dois extremos:
08
Uma pastagem degradada, portanto, é uma área em que há significativa diminuição da
produtividade agrícola ideal, ou seja, redução da capacidade de suporte ideal, podendo ou
não ter sido comprometida a capacidade de manter produtividade biológica (DIAS-FILHO,
2015), tal como evidenciado na Figura 1.
A Figura 4, por sua vez, exibe imagens geoprocessadas que traduzem esses números, e é
importante por trazer uma maior dimensão da distribuição das áreas de pastagens e auxiliar
na percepção, identificação de padrões e tendências de concentração. Mais especificamente,
a Figura 4 evidencia a distribuição espacial das áreas de pastagens no Brasil, bem como a sua
distribuição tendo em vista três níveis de degradação: Ausente, Moderado e Severo1.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
1
As informações de qualidade de pastagem geradas por projetos como o Lapig (2022b) e MapBiomas (2022a) partem das classifi-
cações de degradação inicialmente propostas por Dias-Filho (2015). Tendo como base valores EVI (Índice de Vegetação Melhorado),
disponibilizado pelo produto MODIS MOD 13Q1 (Huete et al., 2002), é possível avaliar o estado de degradação e obter estimativas
de biomassa em pastagens, uma vez que, índices de vegetação apresentam correlação positiva com o vigor da vegetação (LAPIG,
2022a; MAPBIOMAS, 2022b). Após a normalização das imagens das médias anuais de EVI por biomas (EVI.d_norm), as imagens anu-
ais são estratificadas em classes de estado de degradação de pastagens. Como o método não é eficaz ao distinguir as classes Leve e
Moderada entre si, tais classes são agrupadas e, por esse motivo, são consideradas apenas três níveis de degradação: Ausente (não
degradado), Moderado e Severamente Degradado.
Figura 3: Proporção das pastagens brasileiras, em 2020, considerando os níveis de degradação: Ausente,
Moderado e Severa.
Figura 4: (a) Distribuição espacial das áreas de pastagem no Brasil no ano de 2020. (b) Qualidade das pas-
tagens brasileiras em 2020, considerando três níveis de degradação: Ausente, Moderado e Severo.
10
Como destacado na Figura 4, as áreas de pastagens encontram-se dispostas em todo o terri-
tório brasileiro, sendo verificadas em todos os biomas que integram o território nacional, con-
centrando-se principalmente nos biomas Amazônia e Cerrado (aproximadamente 102 milhões
de hectares), seguidos por Mata Atlântica (28,5 milhões de hectares), Caatinga (20 milhões
de hectares) e Pantanal (2,4 milhões de hectares).
Além de apresentarem a maior área de pastagem, os biomas Amazônia e Cerrado também fo-
ram aqueles onde houveram uma maior celeridade da expansão da pastagem, considerando o
período de 1985 a 2020 (MAPBIOMAS, 2022a). No caso específico do bioma amazônico, essa
expansão foi de 200% no período supracitado. Considerando a qualidade das pastagens, em
2020, 50% das áreas destinadas à pastagens em ambos os biomas encontravam-se degrada-
das ou em degradação.
12
gem de nutrientes no solo, adicionalmente, priorizando a reposição e minimização das perdas
em termos de nutrientes. Ademais, tais estratégias devem ser pautadas na conservação das
aptidões do solo.
Estudo realizado por Assad et al. (2021), por exemplo, destacou, entre outros fatores, que a
tecnologia de recuperação de pastagens degradadas é capaz de remover carbono da atmos-
fera fixando-o no solo. Considerando-se a remoção de carbono da transição do uso da terra
entre as áreas de pastagens degradadas para as pastagens recuperadas, como também a re-
moção de carbono das pastagens sem sinais de degradação ou degradação leve, os autores
estimam que, ao se recuperar 27,5 Mha até 2030, acumula-se um total de 6.028 Mt CO2eq no
solo, equivalente a 463,7 Mt CO2eq/ano. Esse resultado neutralizaria as emissões advindas do
setor de Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas – LULUCF (397,4 Mt CO2eq em
2016) e ainda seria capaz de gerar créditos em termos de remoção de CO2eq da atmosfera,
contribuindo para um balanço de mitigação positivo para o Brasil.
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BOX 2 - ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO DE
PASTAGENS DEGRADADAS
A recuperação de pastagens envolve a adoção de práticas agronômicas e/ou culturais, de
modo a ajustar a fertilidade do solo e restabelecer o vigor das forrageiras e a qualidade
produtiva da pastagem. Desse modo, segundo Zimmer et al. (2012), consiste em aproveitar
a estrutura previamente existente na propriedade. No caso da reforma, entretanto, além das
práticas agronômicas e/ou culturais, é realizado o preparo do solo, correções ou reparos
e, posteriormente, o plantio da mesma espécie forrageira. Por fim, alguns autores também
consideram o termo renovação, que caracteriza-se pela formação de uma nova pastagem
com a introdução de uma nova forrageira ou cultivar, em substituição àquela degradada
(TOWNSEND et al., 2010; ZIMMER et al., 2012).
Além disso, a recuperação ou renovação pode ser realizada de forma direta ou indireta.
Define-se como forma direta o processo em que é utilizado apenas práticas mecânicas,
químicas e agronômicas, sem a inclusão de cultivos com pastagens anuais ou culturas anuais
de grãos. Por sua vez, a forma indireta, é caracterizada pelo uso intermediário de lavouras
ou de pastagens anuais (MACEDO et al., 2000; MACEDO, 2001).
De acordo com Dias-Filho (2015) e Townsend et al. (2010) os custos econômicos decorrentes
das técnicas ou estratégias de recuperação são diretamente proporcionais aos níveis de
degradação. Assim, pastagens que se encontram em estágio mais avançado de degradação
exigem um maior aporte de recursos para o financiamento de insumos, serviços e operações,
enquanto pastagens que se encontram em estágio inicial de degradação exigem menores
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
investimentos.
2. METODOLOGIA
Esta seção apresenta a caracterização da área de estudo, bem como a metodologia e as fon-
tes de dados utilizadas para avaliar os custos econômicos da recuperação de pastagens de-
gradadas. Para o alcance desse objetivo, são descritas as particularidades associadas à região
em estudo que têm implicações importantes sobre a determinação dos custos. Adicionalmen-
te, são destacadas as etapas e processos relacionados à reabilitação das pastagens, tendo
como referência duas estratégias de recuperação: a recuperação direta de áreas de pastagem
em estágio moderado de degradação e a reforma de pastagens severamente degradadas.
O estudo foi conduzido considerando todos os estados brasileiros e o Distrito Federal, bem
como os seis grandes biomas continentais brasileiros, descritos pelo Instituto Brasileiro de
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Geografia e Estatística (IBGE): Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
A Figura 7 apresenta a distribuição espacial dos biomas brasileiros entre as unidades da fe-
deração. Segundo o IBGE (2022a), o bioma amazônico ocupa 49,5% do território brasileiro,
enquanto os biomas Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal, ocupam 23,3%,
13%, 10,1%, 2,3% e 1,8%, respectivamente.
O bioma Amazônia ocupa 93,2% da Região Norte do país, englobando inteiramente os Esta-
dos do Acre, Amapá, Amazonas e Roraima, quase a totalidade dos Estados do Pará e Ron-
dônia, e partes dos Estados de Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. Segundo o IBGE (IBGE,
2022c), o bioma constitui uma área de 4.212.742 km2, sendo a maior floresta tropical do mun-
do. No Brasil, a área do bioma amazônico é delimitada pela “Amazônia Legal”, compreenden-
do diversos ecossistemas e, portanto, uma enorme biodiversidade.
O Cerrado é o único bioma que alcança as cinco regiões brasileiras, embora concentre-se,
principalmente, no Centro-Oeste. É conhecido como savana brasileira e constitui uma área
aproximada de 1.983.017 km2, sendo o segundo maior bioma brasileiro em extensão. As maio-
res áreas do Cerrado estão localizadas nos estados de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais,
apresentando diversas fitofisionomias em virtude do contato biogeográfico que possui com
outros biomas: Ao norte, limita-se com o bioma Amazônia; a leste e ao nordeste, com a Caa-
tinga; ao sudoeste, com o Pantanal; e a sudeste, com a Mata Atlântica (IBGE, 2022c).
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Segundo dados do IBGE (IBGE, 2022c), a Mata Atlântica aparece como terceiro bioma em ex-
tensão no País, e está presente em quinze estados da federação, possuindo, aproximadamente,
uma área de 1.107.419 km2. O bioma inclui completa ou parcialmente todos os estados litorâneos
do Brasil, desde o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, e mais os Estados de Minas Ge-
rais, Mato Grosso do Sul e Goiás. Contudo, a Mata Atlântica localiza-se, predominantemente, na
maior parte da Região Sudeste do país, englobando a totalidade dos Estados do Espírito Santo
e Rio de Janeiro, e expressiva parcela do Estado de São Paulo. Com relação à Região Sul, abran-
ge em sua totalidade o Estado do Paraná e parte de Santa Catarina. O bioma Mata Atlântica
é composto por variados ecossistemas florestais e grande biodiversidade, em que se incluem
várias espécies endêmicas (DE LIMA et al., 2020).
O Bioma Pampa, também conhecido como Campos Sulinos, encontra-se restrito a uma única
grande região e a um único estado da federação, o Rio Grande do Sul, do qual recobre 68,8%,
segundo dados do IBGE (IBGE, 2022c). É uma região de planícies compostas, principalmente,
por campos nativos e abrange uma área de 193.836 km2.
Por fim, o bioma Pantanal possui uma área de aproximadamente 150,988 km2 e encontra-se
totalmente inserido nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo a extensão mais
expressiva, localizada neste último. É o menor bioma do país em dimensão territorial e é consi-
derado uma das maiores planícies alagadas do mundo (IBGE, 2022c). Devido a sua localização,
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
o bioma Pantanal é influenciado pela fitofisionomia de biomas como Amazônia, Cerrado, e Mata
Atlântica, apresentando grande biodiversidade (EMBRAPA PANTANAL, 2022).
É importante destacar que os atributos específicos de um bioma são definidos, entre outros
fatores, pelo macroclima, fitofisionomia, tipos de solo e altitude (VILELA et al., 2019). Desse
modo, um bioma delimita uma vasta área e pode abrigar diversos tipos de solos e peculiari-
dades. Contudo, a fim de capturar as diferenças entre os biomas quanto às características dos
solos, serão consideradas recomendações e informações existentes na literatura especializada
quanto aos seguintes aspectos: forrageiras mais adaptadas, correção e adubação dos solos
particulares a cada bioma. Essa abordagem foi adotada com o objetivo de melhor categorizar
as estratégias de recuperação de pastagens degradadas, bem como os custos econômicos as-
sociados, uma vez que, esses aspectos têm impacto significativo sobre o sucesso ou fracasso
da recuperação e sobre os investimentos requeridos.
2
Os custos diretos incluem as despesas com materiais, insumos, mão de obra direta e demais gastos aplicados à produção.
3
Os custos indiretos são gastos não diretamente ligados ao produto, mas que são imprescindíveis para a produção, por exemplo: mão
de obra indireta, limpeza, energia elétrica, frete, transporte, etc.
16
2.2 DADOS E MÉTODOS
A abordagem metodológica utilizada neste estudo foi desenvolvida tendo em vista três eta-
pas. A primeira etapa consiste no mapeamento das áreas de pastagens degradadas nos es-
tados e biomas brasileiros. Na segunda etapa foram mensurados os custos econômicos, por
hectare, da recuperação de pastagens degradadas, considerando o impacto das característi-
cas dos solos e dos biomas sobre os dispêndios. Por fim, na terceira etapa, foi avaliado o custo
de recuperação das pastagens sob a ótica das unidades federativas.
O mapeamento das áreas de pastagens degradadas foi realizado através de dados disponi-
bilizados pelo MapBiomas, uma iniciativa do SEEG/OC (Sistema de Estimativas de Emissões
de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima) e produzido por uma rede colaborativa
de co-criadores formado por ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por
biomas e temas transversais. O conjunto de dados utilizados inclui as áreas ocupadas por pas-
tagens nos estados e biomas brasileiros no ano de 2020, em hectares, classificadas em três
níveis de degradação: Ausente, Moderado e Severo (MAPBIOMAS, 2022a).
Cabe destacar que, além das condições edafoclimáticas, outros fatores também determinam
a escolha da estratégia de recuperação. O capital e a disponibilidade de caixa, o nível de de-
gradação, a área geográfica na qual se insere a pastagem, bem como o preço do produto pro-
duzido e o grau de dependência em relação à renda advinda da propriedade são alguns dos
aspectos que, adicionalmente, interferem na escolha e definição da estratégia (TOWNSEND
et al., 2010; DIAS-FILHO, 2017; PEREIRA et al., 2020). Desse modo, fatores socioeconômicos,
17
agronômicos e ambientais também exercem influência significativa sobre a estratégia adotada.
Neste estudo, a estratégia considerada para promover a reversão do processo de degradação
é a recuperação direta de pastagens em estágio moderado de degradação e a reforma de
pastagens em estágio severo de degradação. Na literatura especializada são descritas vá-
rias formas de realizar a recuperação/reforma. Embora tais estratégias considerem diferentes
combinações e uso de insumos, há consenso de que a reabilitação de pastagens degradadas
envolve condições mínimas comuns às várias estratégias (TOWNSEND et al., 2010).
Contudo, quando a pastagem se encontra em nível severo de degradação, não é possível uti-
lizar uma estratégia de recuperação, uma vez que é necessário preparar o solo e replantar a
forrageira na área total. Por esse motivo, a estratégia utilizada neste estudo, no caso das pas-
tagens severamente degradadas, é a de reforma. A premissa aqui estabelecida é a de que será
utilizado um método convencional de reforma em que, inicialmente, é feito o preparo do solo.
Essa etapa consiste no revolvimento da camada superficial do solo através da aração e grada-
gem, sendo essas operações importantes por criar condições de estabelecimento da espécie
forrageira. Posteriormente, é realizada a calagem para corrigir a acidez e elevar os teores de
cálcio e magnésio no solo. Além da calagem, também é considerada a fertilização nitrogena-
da e a utilização de práticas como a fosfatagem e potassagem para corrigir a deficiência dos
níveis de fósforo e potássio no solo, respectivamente. Por fim, é considerada a introdução de
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
uma espécie forrageira, tendo em vista os cultivares recomendados para a região em que se
insere o respectivo bioma.
A descrição das variáveis e as fontes de dados consultadas para mensurar os custos associados
às operações e insumos são apresentadas na Tabela 1. Os custos referentes a todos os insumos
empregados na recuperação/reforma têm como base o nível de preços do ano de 20204.
4
Ajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no período de janeiro de 2021 a maio de 2022.
18
Fonte: Elaboração própria.
Nota: 1 h/ha = horas/hectare; t = toneladas; h/m = hora/máquina; h/h = homens/horas.
2
Os preços médios dos insumos Calcário Dolomítico, Superfosfato Simples, Cloreto de Potássio e Ureia foram
obtidos na CONAB(2022). Os demais preços foram obtidos tendo como base dados da ANUALPEC (2022).
19
Os custos de recuperação e reforma entre os estados e biomas brasileiros foram diferenciados
através dos preços de calcário e fertilizantes e, adicionalmente, por meio das recomendações
de adubação e correção indicadas a cada bioma segundo a literatura especializada. Os preços
foram obtidos através dos dados disponibilizados pela Companhia Nacional de Abastecimen-
to (CONAB, 2022).
Além do custo de recuperação e reforma das pastagens, também foram considerados os cus-
tos de manutenção. Os insumos considerados, bem como os intervalos de aplicação/opera-
cionalização e as fontes de dados, são apresentados na Tabela 2. Vale destacar que, embora a
Tabela 2 descreva todos os insumos considerados na manutenção de pastagens, a utilização
de cada insumo foi condicionada às características do solo em cada um dos biomas analisa-
dos. Desse modo, a Tabela 2 apresenta os insumos e operações utilizadas de forma geral, mas
não necessariamente todos eles estão incluídos em uma única abordagem de manutenção.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
(1)
(2)
É importante destacar que a metodologia proposta neste estudo limita-se apenas aos dados
de corte transversal, desconsiderando as dinâmicas temporais das áreas de pastagens e dos
valores associados aos custos de recuperação, reforma e manutenção, ou ainda dos custos de
oportunidade relacionados à atividade pecuária nas áreas analisadas.
5
Os estados com maior diversidade de biomas são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais, cada um com três. No Mato
Grosso, são encontrados os biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal. No Mato Grosso do Sul, são verificados os biomas Pantanal,
Cerrado e Mata Atlântica. Em Minas Gerais e Bahia, existem áreas de Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.
6
j = {1,2,3} em virtude de um estado poder abrigar até três biomas distintos, como destaca a Figura 7.
21
3. RESULTADOS
3.1 BIOMAS
A Figura 8 retoma, no lado direito, a distribuição das áreas de pastagem (Mha) e, no lado
esquerdo, a distribuição das pastagens por nível de degradação, ambos em relação aos seis
biomas brasileiros. Estes são aspectos sobre os quais foram feitas algumas considerações
anteriormente, contudo, nessa seção, o objetivo é reapresentá-los sobre a perspectiva dos
custos econômicos de recuperação/reforma de pastagens degradadas.
De modo geral, a Figura 8 evidencia que a distribuição das áreas de pastagem, entre os bio-
mas continentais brasileiros, não é homogênea. A proporção da distribuição, avaliada em
termos dos níveis de degradação, também apresenta essa característica. Considerar essas
particularidades é importante porque elas determinarão os investimentos necessários na re-
cuperação/reforma de pastagens, uma vez que, como destacado ao longo desse estudo, os
custos econômicos diferem não apenas em relação à localização geográfica e condições eda-
foclimáticas, mas, sobretudo, de acordo com o nível de degradação.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
7
Informações detalhadas sobre os custos de recuperação, reforma e manutenção, nos biomas brasileiros, são apresentadas no anexo
metodológico: Anexos A, B, C, D, E e F. Além disso, esses mesmos anexos também apresentam os preços dos corretivos e fertilizantes
considerados no processo de recuperação e reforma.
Figura 8: (a) Áreas de pastagem entre os seis biomas brasileiros. (b) Áreas de
pastagem, por nível de degradação, entre os biomas brasileiros.
22
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
Por sua vez, no bioma Pantanal, a adubação convencional se mostrou pouco responsiva e, por
esse motivo, muitos estudos destacam a sua inviabilidade na região, principalmente nas áre-
as livres de inundação e de solos arenosos de baixa fertilidade natural (SANTOS et al., 2018;
SANTOS et al., 2019). Resultados positivos quanto à adição de nutrientes, foi verificada na
23
região do “Caronal”8, em que a adubação básica contribuiu para a maior produção (CUNHA
et al., 1981; FILHO; POTT, 1996). Contudo, mesmo na região em que houve resposta positiva às
aplicações de fertilizantes e corretivos, as recomendações foram inferiores às indicadas aos
demais biomas, refletindo, assim, em menores custos de recuperação, reforma e manutenção.
Nos biomas Amazônia, Caatinga e Cerrado os custos de recuperação, reforma e manutenção
são explicados, principalmente, pelos preços dos fertilizantes e corretivos exigidos no processo.
Na região amazônica, em especial, grande parte dos insumos utilizados chega na região com
preços pouco competitivos, sobretudo, em razão dos fretes e custos de transporte, com desta-
que para os altos custos dos fertilizantes Cloreto de Potássio e Ureia (TOWNSEND et al. 2010;
DIAS-FILHO, 2015). Com relação ao bioma Caatinga, além dos custos elevados desses insumos,
as recomendações de adubação são mais elevadas, inclusive aquelas destinadas à manutenção
das pastagens. De um modo geral, na literatura especializada são indicadas a utilização de cal-
cário, fosfato e adubação nitrogenada na região. Segundo Cavalcante et al. (2003), a adubação
e manejo corretos das pastagens promovem melhorias nos índices de produtividade. Contudo,
dada a baixa e irregular distribuição da precipitação pluvial anual, essas estratégias podem não
ser suficientes para garantir alimentação animal no período seco.
No bioma pampa, os custos expressivos para recuperar, reformar e manter a fertilidade das
pastagens devem-se, especialmente, às recomendações de adubação fosfatada, nitrogenada
e de adubo formulado (adubo 05-20-20) na manutenção de pastagens. Os preços médios
desses insumos são relativamente menores na região na qual o bioma se insere, contudo as
indicações de adubação e correção são mais elevadas.
gens degradadas presentes nos biomas brasileiros. Nos anexos G e H são sistematizados esses
mesmos custos, porém expressos em reais por hectare.
8
É uma região localizada na planície sedimentar do rio Taquari. No geral, são superfícies aplainadas e amplas e estão sujeitas a peque-
no alagamento superficial. Conservam o lençol freático próximo à superfície na estação chuvosa. A possibilidade de uso dessas áreas
com pastagem cultivada se evidencia pelo fácil preparo do solo, já que não há invasoras de porte médio que rebrotem, nem necessi-
dade de desmatamento, como nas “cordilheiras” onde não há alagamento (CUNHA et al., 1981). Caronal é uma referência ao nome da
primeira fazenda invadida pela água.
24
Fonte: Elaboração própria.
9
Os fertilizantes NPK são compostos por três dos principais elementos necessários para o crescimento e desenvolvimento adequado
das forrageiras: o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K).
25
Fonte: Elaboração própria.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
Conhecer os custos de recuperação e reforma por hectare é importante para que os produto-
res possam avaliar a viabilidade econômica e o ganho potencial ao realizar o processo. Além
disso, comunidades locais, governos regionais e nacionais e organizações de um modo geral
precisam decidir se devem ou não investir recursos humanos, físicos e econômicos escassos
em projetos de reabilitação de pastagens degradadas. Embora as decisões possam ser base-
adas em uma ampla variedade de critérios, uma abordagem integrada que leve em considera-
ção os custos e os benefícios da recuperação/reforma é a mais provável de promover resulta-
dos bem-sucedidos. Essas informações podem permitir que o poder público e os produtores
direcionem recursos financeiros limitados para a recuperação de áreas mais promissoras e
mais benéficas para iniciar o processo de reabilitação.
A Tabela 6 mostra os custos médios totais, em bilhões de reais e em bilhões de dólares, para
recuperar e reformar pastagens degradadas nos biomas brasileiros. Os cálculos foram realiza-
dos tendo como base um horizonte de investimento de dez anos.
Os custos mais expressivos são verificados para os biomas Amazônia e Cerrado. Adicional-
mente aos custos elevados associados à promoção da recuperação, esses biomas são aqueles
que concentram as maiores áreas de pastagens com algum grau de degradação (aproximada-
mente 51 Mha), como evidenciado através da Figura 8. Por sua vez, os biomas Pampa e Pan-
tanal são os que exigem menor investimento para recuperação. Apesar dos custos envolvidos
no processo, esses são os biomas que, comparativamente aos demais, reúnem menores áreas
de pastagens degradadas (cerca de 5,3 Mha).
Os custos médios totais para a recuperação de toda área de pastagens degradadas, sejam
elas em estágio moderado ou severo de degradação, por bioma, são descritos na Figura 9.
Através dela, é possível observar que os custos de reabilitação de todas as áreas de pastagens
nos Biomas Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga e Pantanal são, respectivamente,
8,52; 8,28; 7,01; 4,05 e 1,25 vezes maiores do que o custo de recuperação de toda a área de-
gradada no bioma Pampa.
R$ 12,75 bi R$ 15,96 bi
R$ 89,29 bi
R$ 105,55 bi
R$ 51,57 bi
R$ 108,64 bi
10
Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
11
Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.
Para facilitar a análise e descrição, os custos estaduais são apresentados segundo as cinco
Grandes Regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
A Região Norte é composta por sete estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Rorai-
ma e Tocantins. De modo geral, na região há a predominância do bioma Amazônia, contudo
parte do território dos Estados do Pará, Rondônia e Tocantins localizam-se em áreas de Cer-
rado. A Figura 10 apresenta os custos de recuperação e reforma, por hectare, para todos os
Estados da Região Norte.
12
Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
13
Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
28
Fonte: Elaboração própria.
Em comparação com o Tocantins, Estado que apresentou os menores custos, Rondônia tem
custos de recuperação 41,03% maiores e de reforma 29,71% superiores. Esse resultado se
deve, fundamentalmente, aos altos preços dos fertilizantes e corretivos no Estado. Segundo
dados do Comex Stat (Estatísticas de Comércio Exterior do Brasil), a importação de fertilizan-
tes para o estado de Rondônia registrou a quantia de US$3,6 milhões, considerando os meses
de janeiro e fevereiro de 2022, enquanto que no mesmo período de 2021, o montante foi de
US$2,5 milhões, representando, assim, um incremento de cerca de 44% em 2022. Contudo,
quando analisado em termos do volume, é possível observar uma redução de pelo menos 41%,
saindo de 14 mil toneladas em 2021, para 8,3 mil toneladas em 2022.
É importante destacar que Pará, Rondônia e Tocantins concentram cerca de 89% das áreas de
pastagens degradadas localizadas na Região Norte, representando 14,87 Mha de pastagens
com algum nível de degradação. Recuperar essas áreas significaria aumentar a capacidade
de suporte animal, diminuindo a pressão por abertura de novas áreas na floresta amazônica,
além de sequestrar carbono presente na atmosfera para o solo, através da fotossíntese. Desse
modo, políticas que promovessem a recuperação de pastagens degradadas no Pará, Rondô-
nia e Tocantins, por exemplo, teriam o benefício adicional de conservação do bioma Amazô-
nia. Nesse sentido, conhecer os custos de recuperação de pastagens na região é importante
na medida que torna possível que políticas públicas com essa finalidade possam ser delinea-
das eficientemente, levando em consideração não apenas os benefícios econômicos, sociais e
ambientais, mas sobretudo os custos que essa política representa.
29
Da Região Nordeste fazem parte nove Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, representando 18% do território brasileiro.
Em termos dos biomas, a Região abrange predominantemente os biomas Caatinga e Mata
Atlântica, mas também são observadas áreas de Cerrado e Amazônia. A Figura 11, mostra os
custos de recuperação/reforma para todos os Estados da Região Nordeste.
Tendo como referência a Figura 11, o Estado que apresenta o maior custo de recuperação/
reforma, por hectare, é o Ceará, cujo território encontra-se inteiramente localizado no bioma
Caatinga. Os preços elevados dos fertilizantes e sementes, aliados às maiores quantidades
requeridas desses insumos no bioma Caatinga, fazem com que os preços de recuperação e
reforma, por hectare, no Estado sejam mais expressivos. Por esses mesmos motivos, os custos
associados às estratégias de recuperação para os Estados da Paraíba e Pernambuco também
são mais elevados (ambos apresentam a maior parte do território no bioma Caatinga). No
caso do Rio Grande do Norte, os maiores custos devem-se, principalmente, aos altos preços
dos fertilizantes Cloreto de Potássio e Ureia.
A Região Centro-Oeste compreende os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
bem como o Distrito Federal, ocupando 19% do território brasileiro. De acordo com dados do
MapBiomas (2022a), esses Estados juntos concentram 49,3 Mha de pastagens, dos quais 57%
apresentam algum nível de degradação. A Região é composta, predominantemente por áreas
de Cerrado, mas também abriga áreas localizadas nos biomas Amazônia, Mata Atlântica e
Pantanal.
31
Com relação à Região Sul, é possível observar que o custo de recuperação e reforma no
Estado do Rio Grande do Sul é consideravelmente maior do que aqueles calculados para
os Estados do Paraná e Santa Catarina. Essa diferença deve-se, sobretudo, ao custo que as
adubações e correções, recomendadas ao bioma Pampa, representam na estimativa do custo
médio do Estado.
Os custos contabilizados contribuem com uma primeira projeção dos investimentos neces-
sários para a implementação de tecnologias de recuperação de pastagens degradadas no
Brasil, tendo em vista as metas brasileiras definidas no Acordo de Paris. No âmbito do Acordo,
assinado em 2015, o país estabeleceu entre as suas contribuições nacionalmente determina-
das (do inglês, Nationally Determined Contributions - NDC) a recuperação de 15 milhões de
hectares de pastagens degradadas até 2030, com o objetivo de reduzir as emissões líquidas
totais de gases de efeito estufa (BRAZIL, 2016).
Recentemente, o governo brasileiro lançou a iniciativa Plano ABC+ com a finalidade de rea-
firmar e atualizar os compromissos do país em reduzir as emissões de carbono na agricultura
e pecuária para o período de 2020 a 2030. O Plano é previsto para ser iniciado em setembro
de 2022 e entre as várias propostas elencadas14, tem como objetivo recuperar 30 milhões de
hectares de pastagens degradadas, ou seja, a contribuição inicial será dobrada.
A meta do Plano ABC+ é, além de recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas, cultivar até 12,5 milhões de hectares
14
em sistemas de plantio direto; implantar 10,10 milhões de hectares em sistemas integrados de produção; plantar 4 milhões de hectares
de floresta; e usar bioinsumos em 13 milhões de hectares (BRAZIL, 2022).
Figura 13: (a) Custo médio (R$/ha) de tecnologias de recuperação/reforma nos Estados
da Região Sudeste. (b) Custo médio (R$/ha) de tecnologias de recuperação/reforma nos
Estados da Região Sul.
32
Sob a pressuposição de que o governo brasileiro irá priorizar o alcance dos objetivos tendo
como fundamento apenas os custos médios associados à implementação da tecnologia de
recuperação de pastagens, dois dos possíveis cenários de política seriam aqueles representa-
dos pelas Figura 14 e 15.
Para recuperar 15 Mha de pastagens degradadas o governo brasileiro teria que investir, apro-
ximadamente, R$21,17 bilhões15 (U$4,27 bilhões16). A análise da Figura 14 mostra que, consi-
derando as pressuposições feitas, os investimentos seriam escalonados entre 21 Estados (in-
cluindo o Distrito Federal). De modo geral, os maiores custos seriam observados nos Estados
de São Paulo, Pernambuco e Ceará. Em um primeiro momento, Bahia, Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pará não receberiam investimentos, caso o critério fos-
se exclusivamente o custo que a recuperação/reforma representa. Esses Estados concen-
tram aproximadamente 56,5 Mha de pastagens com algum nível de degradação e, portanto,
também apresentam um grande potencial associado à recuperação. No entanto, em virtude
de concentrarem grandes extensões de pastagens degradadas, os custos associados à im-
plementação da tecnologia também tornam-se elevados. Desse modo, apesar dos aspectos
econômicos serem fundamentais para auxiliar na decisão quanto ao escalonamento dos in-
15
Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
16
Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.
33
vestimentos, outros elementos também devem ser considerados. O dimensionamento e des-
tinação dos recursos devem ser pautados em uma análise que integre, além dos custos, os
benefícios econômicos, sociais e ambientais das tecnologias de recuperação de pastagens
degradadas.
A Figura 15 tem como base os mesmos pressupostos assumidos na Figura 14, contudo con-
sidera a recuperação de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas, tal como deter-
minado no Plano ABC+. Para que essa meta fosse implementada no período atual, seriam
necessários, aproximadamente, R$42,51 bilhões17 (U$8,58 bilhões18), sendo esse investimento
realizado em 23 Estados brasileiros (incluindo o Distrito Federal). Nesse caso, como eviden-
ciado na Figura 15, os maiores custos de recuperação estariam associados aos Estados de
Tocantins, São Paulo, Pernambuco e, principalmente, aos Estados de Goiás e Rondônia (nos
quais seriam investidos cerca de R$11 bilhões). Partindo da ótica do custo, Bahia, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Minas Gerais não seriam contemplados nos investimentos.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
É importante destacar que os parâmetros que o governo brasileiro definirá para realizar os
investimentos necessários para custear a recuperação, podem considerar aspectos distintos
dos estabelecidos nesse estudo, bem como considerar outros critérios além do custo, como
benefício econômico e social das ações aos produtores e sociedade como um todo, áreas
consideradas prioritárias para biodiversidade e conservação, etc. Deste modo, o exercício re-
alizado representa apenas uma das várias possibilidades através das quais o governo poderia
atingir as metas assumidas na NDC e as intenções estabelecidas no Plano ABC+.
17
Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
18
Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.
Figura 15: Custos médios totais (Bilhões de R$) para recuperar 30 milhões de hectares de
pastagens degradadas no período atual.
34
Além de mensurar o investimento necessário para promover a utilização de tecnologias de
recuperação de pastagens, também é igualmente importante avaliar o retorno econômico
que esse investimento tem potencial de gerar. Esse conhecimento é essencial porque além
dos benefícios sociais e ambientais da recuperação, o principal componente do processo de
decisão quanto a execução de um investimento é o retorno econômico. Se não houver retorno
econômico, não há incentivo ou atratividade para que o produtor busque financiamento ou
aloque os seus recursos disponíveis na recuperação de pastagens degradadas.
De modo geral, a Figura 16 evidencia que o preço médio da arroba é de, aproximadamente,
R$191,00. Especificamente com relação aos anos de 2020, 2021 e 2022, observa-se uma ten-
dência de alta das cotações significativamente acima da média. Se forem considerados os
últimos três anos, é possível notar que o preço médio é cerca de 47% superior ao preço médio
de todo o período considerado. Portanto, os preços atuais apontam para um cenário favorável
para a atividade pecuária de corte.
ii) Cenário de preço médio – Corresponde a um cenário menos otimista e que consi-
dera a média de preços do período de janeiro de 2015 à maio de 2022. Nesse cenário é
considerada a tendência do retorno econômico da atividade pecuária mudar o padrão
após um determinado período, com o preço da arroba do boi gordo retornando ao
seu preço médio, ou pelo menos a uma faixa mais estreita de preços. Esse processo é
normalmente chamado de reversão à média.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A recuperação de pastagens degradadas é uma das estratégias fundamentais para atingir
as metas de segurança alimentar e de reduções de emissões de gases de efeito estufa, e o
setor agropecuário brasileiro pode desempenhar um papel de liderança nessa iniciativa. O
país é uma potência agrícola, contudo acumula cerca de 89 Mha de pastagens degradadas.
A implementação de ações de recuperação e reforma têm o potencial de promover ganhos
ambientais, econômicos e reduzir as emissões de GEE em 463,7 Mt CO2eq/ano, segundo
estudos realizados.
Tendo em vista essas considerações, este estudo teve como objetivo principal mensurar os
custos operacionais médios que a implementação de tecnologias de recuperação assumem
no Brasil, examinando, não apenas os insumos e operações necessárias, mas também como
as diferenças relacionadas aos tipos de solo e ao nível de degradação das pastagens podem
influenciar os custos orçados.
37
Os resultados mostraram que o custo médio para recuperar um hectare de pastagem em
estágio moderado de degradação varia entre R$979,42 e R$1.541,37 nos biomas brasileiros.
Por sua vez, o custo médio para reformar um hectare de pastagem severamente degrada-
da varia entre R$1.563,31 e R$2.100,71. Considerando as dimensões das áreas de pastagens
degradadas entre os biomas, os investimentos iniciais necessários para recuperar e reformar
as pastagens degradadas são menores nos biomas Mata Atlântica e Pantanal e maiores nos
biomas Cerrado e Amazônia.
38
Outro aspecto fundamental é a promoção de políticas que tenham como objetivo o forta-
lecimento e incremento da competitividade da produção e da distribuição de insumos e
fertilizantes no País de modo a reduzir a dependência externa, ampliando a competitividade
da atividade agropecuária no cenário internacional. Nesse sentido, também é essencial es-
tender as fontes de financiamento para recuperação de pastagens degradadas para outras
linhas de crédito oficiais, dado o potencial de sequestro de carbono no solo, além da poten-
cialidade em termos do aumento da produção e da redução da conversão de novas áreas de
vegetação nativa em pastagens.
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42
ANEXOS METODOLÓGICOS
A. BIOMA AMAZÔNIA
43
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
CAVALI et al. Capítulo 12 - Pastagens na Amazônia Ocidental: Cenário e Manejo. In: Manejo dos solos e a sustentabilidade da produ-
19
20
CAVALI et al. Capítulo 12 - Pastagens na Amazônia Ocidental: Cenário e Manejo. In: Manejo dos solos e a sustentabilidade da produ-
ção agrícola na Amazônia Ocidental, 2014.
45
B. BIOMA CAATINGA
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
Tabela B1: Preço médio dos insumos entre os estados que compõem o bioma Caatinga.
46
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Foi considerada a média dos preços das sementes das forrageiras Mombaça, Zuri, Massai
e Brachiaria decumbens, segundo dados da UNIPASTO (2022).
As recomendações de adubação, específicas para o bioma Caatinga, foram obtidas no trabalho
de Porto et al. (2014).21
21
PORTO et al., 2014. Características morfogênicas de cultivares do capim buffel submetidos à adubação nitrogenada. AGROPECUÁ-
RIA CIENTÍFICA NO SEMIÁRIDO (ACSA), V.10, n.1, 2014.
47
Fonte: Elaboração própria.
Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Caatinga, foram obtidas
nos trabalhos de Cavalcanti et al. (2003) e Santos et al. (2014).22
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
CAVALCANTI et al. Estratégias de manejo de pastagens cultivadas no semiárido. Embrapa Caprinos, 2003.
22
SANTOS et al. ATRIBUTOS MORFOGÊNICOS DE PASTOS DE CAPIM-MOMBAÇA ADUBADOS COM RESÍDUO DE LATICÍNIO. Revista
Caatinga, V.27, n.3, 2014.
48
C. BIOMA CERRADO
49
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
23
NASCIMENTO et al., 2002. NÍVEIS DE CALAGEM E FONTES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DO CAPIM TANZÂNIA (Panicum maxi-
mum Jacq. cv. Tanzânia). Pesquisa Agropecuária Tropical, 32(1), 2002.
SANTOS et al. Cap 23 - Adubação de pastagens. In: PIRES, A. V. (Ed.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.
24
NASCIMENTO et al., 2002. NÍVEIS DE CALAGEM E FONTES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DO CAPIM TANZÂNIA (Panicum maxi-
mum Jacq. cv. Tanzânia). Pesquisa Agropecuária Tropical, 32(1), 2002.
SANTOS et al. Cap 23 - Adubação de pastagens. In: PIRES, A. V. (Ed.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.
51
51
D. BIOMA MATA ATLÂNTICA
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
25
SANTOS et al. Cap 23 - Adubação de pastagens. In: PIRES, A. V. (Ed.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.
OLIVEIRA et al. Evolução na recomendação de fertilização de solos sob pastagens: eficiência e sustentabilidade na produção pecu-
ária. IN: IX Simpósio de Produção de Gado de Corte, Viçosa - MG, 2014.
53
53
Fonte: Elaboração própria.
Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Mata
Atlântica, foram obtidas nos trabalhos de Santos et al. (2010) e Oliveira et al. (2014).26
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
E. BIOMA PAMPA
26
SANTOS et al. Cap 23 - Adubação de pastagens. In: PIRES, A. V. (Ed.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.
OLIVEIRA et al. Evolução na recomendação de fertilização de solos sob pastagens: eficiência e sustentabilidade na produção pecu-
ária. IN: IX Simpósio de Produção de Gado de Corte, Viçosa - MG, 2014.
54
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Foi considerada a média dos preços das sementes das forrageiras Brizantha (xaraes), Ruziziensis, Zuri
e Brachiaria decumbens, segundo dados da UNIPASTO (2022)
As recomendações de adubação, específicas para o bioma Pampa, foram obtidas nos trabalhos de Barcellos
et al. (1987), Ferreira (2009) e Carvalho (2018)27
27
BARCELLOS et al. Influência da adubação e sistemas de pastejo na produção de pastagens naturais. Publicado no relatório anual da
Estação Experimental de Criação “Cinco Cruzes” de Bagé, 1987.
FERREIRA, E. T. Recria e terminação de novilhos de corte em pastagem natural submetida a diferentes manejos. Dissertação do Pro-
grama de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009.
CARVALHO, R. M. R. ESTRATÉGIAS DE USO DE PASTAGENS NATURAIS: DINÂMICA VEGETACIONAL E DESENVOLVIMENTO DE
NOVILHAS DE CORTE. Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), 2018.
55
55
Fonte: Elaboração própria.
Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Pampa, foram
obtidas no trabalho de Santos et al. (2008).28
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
F. BIOMA PANTANAL
SANTOS et al. Eficiência bioeconômica da adubação de pastagem natural no sul do Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.2, p.437-
28
56
Nível de degradação
Operação/insumos Quantidade Custo unitário
(ha) (R$) Moderada Severa
(R$/ha) (R$/ha)
Calagem carregamento
0,05 171,14 8,56 8,56
(mecanizado)
Semeadura a lanço
0,13 214,15 27,84 27,84
(mecanizado)
Semeadura a lanço
0,15 13,26 1,99 1,99
(manual)
Fosfatagem carregamento
0,02 171,14 2,85 2,85
(mecanizado)
Fosfatagem formação
0,15 13,26 1,99 1,99
(manual)
29
CUNHA et al. Respostas de forrageiras a nutrientes em solos de planície sedimentar do Rio Taquari, Pantanal Mato-Grossense. Em-
brapa - Circular Técnica n.7, 1981.
FILHO, J. A. C.; POTT, A. INTRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORRAGEIRA SEM "CORDILHEIRA" DESMATADA NA SUB-REGIÃO DOS
PAIAGUÁS, PANTANAL MATO-GROSSENSE. Corumbá, MS: EMBRAPA-CPAP, 1996. 40p. (EMBRAPA-CPAP. Boletim de Pesquisa, 5).
57
Quantidade Custo unitário Moderada
Operação/insumos
(ha) (R$) (R$/ha)
Adubação 162,41
Total 207,54
30
CUNHA et al. Respostas de forrageiras a nutrientes em solos de planície sedimentar do Rio Taquari, Pantanal Mato-Grossense. Em-
brapa - Circular Técnica n.7, 1981.
FILHO, J. A. C.; POTT, A. INTRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORRAGEIRA SEM "CORDILHEIRA" DESMATADA NA SUB-REGIÃO DOS
PAIAGUÁS, PANTANAL MATO-GROSSENSE. Corumbá, MS: EMBRAPA-CPAP, 1996. 40p. (EMBRAPA-CPAP. Boletim de Pesquisa, 5).
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G. ANÁLISE DE COE:
RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS
59
H. ANÁLISE DE COE:
REFORMA DE PASTAGENS
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
31
BARBOSA, F. A. et al. Cenários para a pecuária de corte amazônica. Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG. 1. ed. - Belo Hori-
zonte: Ed. IGC/UFMG, 2015. 146 p.
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CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS
fgv.br/eesp
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