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CUSTOS DA

RECUPERAÇÃO
DE PASTAGENS
DEGRADADAS NOS
ESTADOS E BIOMAS
BRASILEIROS

SABRINA DE MATOS CARLOS


EDUARDO DELGADO ASSAD
CAMILA GENARO ESTEVAM
CICERO ZANETTI DE LIMA
EDUARDO DE MORAES PAVÃO
TALITA PRISCILA PINTO

01
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

ESTE ESTUDO ESTÁ DISPONÍVEL EM:


HTTPS://EESP.FGV.BR/CENTROS/OBSERVATORIOS/BIOECONOMIA

DATA DO ESTUDO: AGOSTO DE 2022

Como citar esse documento:


CARLOS, S. M.; ASSAD, E. D.; ESTEVAM, C. G.; DE LIMA, C. Z.; PAVÃO, E. M.; PINTO, T.
P. (2022). CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS
E BIOMAS BRASILEIROS. Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia,
Fundação Getulio Vargas - FGV-EESP, São Paulo, SP, Brasil.

https://eesp.fgv.br/centros/observatorios/bioeconomia
02
OBSERVATÓRIO DE CONHECIMENTO E
INOVAÇÃO EM BIOECONOMIA

COORDENADOR DO FGV AGRO


ROBERTO RODRIGUES

COORDENADORES DO OBSERVATÓRIO
DE BIOECONOMIA
DANIEL BARCELOS VARGAS – COORDENADOR EXECUTIVO
CECÍLIA FAGAN COSTA

AUTORES DO ESTUDO
SABRINA DE MATOS CARLOS
EDUARDO DELGADO ASSAD
CAMILA GENARO ESTEVAM
CICERO ZANETTI DE LIMA
EDUARDO DE MORAES PAVÃO
TALITA PRISCILA PINTO

PATROCÍNIO

03
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
6
8 1. PANORAMA DAS ÁREAS DE PASTAGENS
NO BRASIL
1.1 - CONTEXTO E DISTRIBUIÇÃO DAS PASTAGENS NO
TERRITÓRIO NACIONAL
1.2 - RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS

2. METODOLOGIA
2.1. ÁREA DE ESTUDO
17
2.2. DADOS E MÉTODOS

22 3. RESULTADOS
3.1. BIOMAS
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

3.2. ESTADOS E GRANDES REGIÕES

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
37

39 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

43 ANEXOS METODOLÓGICOS

04
05
INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos protagonistas globais no que diz respeito à produção de alimentos. Nesse
sentido, a atividade agropecuária no País, assim como no mundo, vem se esforçando
para atender à crescente demanda e garantir a segurança alimentar. Embora seja necessária
uma produção maior, aumentaram as exigências quanto à sustentabilidade social, econômica
e ambiental dos mecanismos produtivos, bem como as restrições à expansão sobre ambientes
naturais.

Especificamente com relação a bovinocultura de corte, destaca-se que essa atividade passou
por importantes transformações ao longo das últimas décadas que foram responsáveis pela
projeção da produção de carne bovina brasileira, não só no cenário interno, mas, sobretudo, no
externo. Houveram avanços tecnológicos no sistema de produção que permitiram o aumento
da produtividade e, além disso, o rebanho bovino cresceu e tornou-se o maior rebanho
comercial do mundo (BATISTA et al., 2020).

Segundo a Embrapa (2022), no Brasil cerca de 95% da carne bovina é produzida em regime
de pastagens, o que confere maior competitividade, reduzindo os custos produtivos e, ao
mesmo tempo, gera um diferencial qualitativo à carne brasileira. Apesar das vantagens
associadas à produção à pasto, muitos trabalhos destacam que o crescimento da produção
deveu-se, em grande parte, à expansão das áreas de pastagens sobre a vegetação nativa.
Informações disponibilizadas pelo MapBiomas (2022a), mostram que o principal uso dado ao
solo brasileiro é a pastagem, sendo que no período entre 1985 e 2020, essas áreas cresceram
200% na Amazônia (38 milhões de hectares), embora neste mesmo período a quantidade de
pastagens em estágio severo de degradação tenha se reduzido pela metade no País.

Diante da importância que as áreas de pastagem exercem na atividade pecuária brasileira,


CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

diversos trabalhos têm sido dedicados a analisar as suas características, a sua distribuição
pelo território nacional e as dinâmicas associadas ao seu estabelecimento. Nesse contexto, os
resultados obtidos evidenciam que apesar de reunir condições propícias como terrenos, solos
e clima para boa formação de pastagens, a produção brasileira ainda é predominantemente
extensiva, o que tende a comprometer a eficiência produtiva e econômica desses sistemas,
levando a menor produtividade e lucratividade. O desenvolvimento da atividade tendo como
base um regime extensivo, no longo prazo, tende a ser responsável por impactos ambientais
negativos, dentre os quais sobressaem-se o aumento dos processos de degradação das áreas
de pastagens e das emissões de gases de efeito estufa (GEE) (BATISTA et al., 2020; ASSAD
et al., 2021).

Segundo dados do MapBiomas (2022a), 52% das áreas de pastagens no Brasil apresentam
algum nível de degradação. Como consequência, há menor produção de forragem, menor
capacidade de suporte, queda no desempenho animal, perda da produtividade e, como
resultado, redução da receita, além de aumento dos custos produtivos. Embora sejam
informações preocupantes, a grande extensão de áreas de pastagens degradadas no Brasil
também revela o potencial da pecuária brasileira em termos de elevação da eficiência produtiva
e, portanto, sobre a mitigação dos impactos negativos que tende a promover. Recuperar as
pastagens degradadas e intensificar a utilização dessas áreas permitiria explorar o potencial
existente e tornar a atividade pecuária mais sustentável, tanto do ponto de vista ambiental
quanto econômico.

Trabalhos como o desenvolvido por Assad et al. (2021) mostram que é possível valer-se
desse potencial e adicionalmente reduzir as emissões de GEE. Os autores desenvolveram um
modelo de projeção e mitigação para diferentes ações de descarbonização da pecuária, no
qual consideraram um cenário de redução gradual de pastagens degradadas no Brasil, até o
ano de 2030. Utilizando esse modelo, evidenciaram que poderiam ser recuperados 27,5 Mha
de pastos degradados, oferecendo ganhos de produtividade ao rebanho bovino, que atingiria

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uma taxa de lotação de 1,27 cabeça por hectare. Além disso, haveria a remoção líquida total
de carbono de 1.223,6 Mt CO2eq, em média 94,1 Mt CO2eq/ano, invertendo, dessa forma, as
emissões do sistema de pecuária associadas às pastagens.

Recuperar as pastagens degradadas no país não deverá ser uma tarefa trivial. Esse é um
processo que exige conhecimento, capital, planejamento e dimensionamento de custos-
benefícios. Nesse sentido, para que o processo de recuperação seja realmente factível é
fundamental que seja viável economicamente.

Contudo, a heterogeneidade associada à escala de produção, padrões de distribuição,


variabilidade edafoclimáticas, requisitos técnicos e diferenças culturais no país tendem a
impor ainda mais obstáculos à implementação de tecnologias de recuperação de pastagens
degradadas. Dentro desses aspectos, segundo a literatura especializada, as principais barreiras
à efetiva condução de estratégias de reabilitação de pastagens no Brasil, são aquelas relativas
aos custos e a forma pela qual se distribuem no espaço. Além disso, é importante considerar
que as alternativas disponíveis não serão viáveis ou aplicáveis a todas as localidades ou escalas
produtivas (DIAS-FILHO, 2015; BATISTA et al., 2020).

Afinal, qual será o custo para recuperar as áreas de pastagens degradadas no Brasil? Muitos
esforços têm sido feitos no sentido de responder a essa pergunta. Alguns trabalhos destacam
que esses custos são elevados e em curto prazo, enquanto os ganhos auferidos com a
recuperação são obtidos a longo prazo (DIAS-FILHO, 2015). Outro aspecto importante é que
esses custos podem variar substancialmente em razão do nível de degradação, preços dos
insumos (principalmente dos fertilizantes) e coeficientes técnicos (TOWNSEND et al., 2010).

No entanto, a maior parte desses estudos são de natureza qualitativa, evidenciando uma lacuna
quanto a análises quantitativas que abordem a variabilidade dos investimentos necessários em
função dos diferentes níveis de degradação das pastagens, bem como em função do impacto
que diferentes atributos do solo podem ter sobre a estruturação dos custos. Adicionalmente,
as estimativas existentes, muitas vezes, direcionam-se a espaços bastante específicos ou não
consideram o efeito espacial sobre o dimensionamento. Dadas as diferenças em termos de
aptidão do solo, clima, infraestrutura e preços de insumos, verificados no território nacional,
reforça-se a importância de contabilizar os custos de modo a incluir essas diferenças.

Diante do exposto, este estudo tem como objetivo mensurar os custos da recuperação de
pastagens nos estados e biomas brasileiros, por nível de degradação. Desse modo, pretende-
se, ao considerar o elemento espacial, avançar no entendimento dos custos, conhecendo não
só a sua dimensão, mas, sobretudo, capturar a heterogeneidade associada à sua distribuição
no Brasil. O grande desafio é definir o melhor arranjo em termos de uma estratégia de
recuperação que permita aumentar a rentabilidade da atividade pecuária, atender à demanda
futura de carne, reduzir as emissões de GEE e a necessidade de conversão de novas áreas em
pastagens. Incluir o componente espacial, permite uma avaliação mais próxima da realidade
e viabiliza o desenvolvimento de políticas públicas eficientes para promover a recuperação
de pastagens no Brasil. Esse aspecto assume ainda mais importância quando consideradas as
metas brasileiras estabelecidas pelo País no Acordo de Paris e o contexto de preocupação e
interesse no aprimoramento de processos realizados em bases mais sustentáveis.

A próxima seção deste documento faz, de forma breve, uma contextualização acerca da
distribuição das pastagens no Brasil e das estratégias de recuperação. Na sequência é feita a
descrição sobre a abordagem metodológica adotada neste estudo, seguida dos resultados e
considerações finais.

07
1. PANORAMA DAS ÁREAS
DE PASTAGENS NO BRASIL
1.1 CONTEXTO E DISTRIBUIÇÃO DAS
PASTAGENS NO TERRITÓRIO NACIONAL
O Brasil é atualmente o segundo maior produtor e o maior exportador mundial de carne
bovina, segundo estudo desenvolvido pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégi-
cas - Embrapa SIRE (ARAGÃO; CONTINI, 2021). Uma característica importante da pecuária
brasileira é ter a maior parte de seu rebanho criado sob o regime de pastagens, o que é
viabilizado, principalmente, pelas condições climáticas e pela extensão territorial do País. O
rebanho criado a pasto constitui uma das formas mais econômicas e práticas para oferecer
alimento aos animais, portanto, contribuindo para que o Brasil detenha um dos menores cus-
tos de produção de carne do mundo, uma vez que, esse sistema produtivo não requer o uso
intensivo de operações e insumos na dieta dos ruminantes (DIAS-FILHO, 2014; DIAS-FILHO,
2017; NETO, 2018 ).

Nesse contexto, as pastagens desempenham papel fundamental na pecuária brasileira e mui-


tos esforços têm sido mobilizados no sentido de entender como elas se distribuem no ter-
ritório brasileiro e, principalmente, as formas pelas quais podem ser gerenciadas mais efi-
cientemente. Isso porque a pecuária, em particular a de corte, é uma atividade que pode ser
implementada e conduzida, com relativo sucesso, sem que necessariamente haja o preparo
apropriado do solo, ou o uso mais intensivo de insumos tais como corretivos e adubos, de
tecnologia e de mão de obra (COHN et al., 2014; DIAS-FILHO, 2014; DIAS-FILHO, 2016; SILVA
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et al., 2017).

Portanto, mesmo que com baixa eficiência, é possível produzir de forma predominantemente
extensiva. Embora essa peculiaridade possa ser vantajosa por exigir menor aporte de recur-
sos econômicos na produção, ela pode contribuir para uma “cultura” de baixo investimento
em insumos e tecnologias voltadas à formação e manejo de pastagens. Algumas das princi-
pais consequências desse tipo de ação são a existência e maior ocorrência de áreas de pas-
tagens degradadas ou em degradação no Brasil. O conceito e características das pastagens
degradadas ou em processo de degradação são apresentados no Box 1.

BOX 1 - CONCEITO DE PASTAGENS DEGRADADAS,


CAUSAS E NÍVEIS DE DEGRADAÇÃO

De modo geral, uma pastagem pode ser considerada degradada, sob a perspectiva de várias
condições, situadas, segundo Dias-Filho (2015), em dois extremos:

Degradação agrícola: Mudança na composição botânica, que se traduz na menor


disponibilidade de forragem e na maior incidência de plantas daninhas; e

Degradação biológica: Drástica diminuição da biomassa vegetal, em que há a degradação


do solo através da erosão e do aumento da área descoberta do solo na pastagem.

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Uma pastagem degradada, portanto, é uma área em que há significativa diminuição da
produtividade agrícola ideal, ou seja, redução da capacidade de suporte ideal, podendo ou
não ter sido comprometida a capacidade de manter produtividade biológica (DIAS-FILHO,
2015), tal como evidenciado na Figura 1.

Fonte: Adaptação de Dias-Filho (2015).

A degradação de pastagens decorre de uma série de fatores: práticas inadequadas de


manejo do pastejo e/ou da pastagem, ausência de preparo do solo, escolha inadequada da
forrageira, baixa qualidade das sementes, pragas de pastagens, problemas fisiológicos, etc.

Não há uma metodologia homogênea para caracterizar os indicadores de degradação


de pastagens, uma vez que, é possível que uma determinada pastagem natural, embora
biologicamente e agronomicamente produtiva, possua uma capacidade produtiva média
menor, quando comparada a uma pastagem plantada considerada degradada em outra
localidade. Deste modo, a categorização de indicadores de degradação de uma dada
pastagem deve ser relacionada à produtividade considerada ideal para aquela pastagem
em particular (CAVALI et al, 2014; DIAS-FILHO, 2015). Os níveis de degradação, segundo
parâmetros limitantes e indicadores de queda na capacidade de suporte (CS), são
sistematizados na Figura 2.

Fonte: Adaptação de Dias-Filho (2017).

Figura 1: Representação do conceito de pastagem degradada.


Figura 2: Níveis de degradação de pastagens.
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Segundo o LAPIG (2022b), considerando dados do ano de 2020, 18,94% do território brasilei-
ro é composto por áreas de pastagens, o que corresponde a aproximadamente 160 milhões
de hectares. Deste total, de acordo com o MapBiomas (2022a), 52% apresentam algum nível
de degradação (cerca de 89 milhões de hectares), tal como destacado através da Figura 3.

Fonte: Elaboração própria com base em MapBiomas (2022a).

A Figura 4, por sua vez, exibe imagens geoprocessadas que traduzem esses números, e é
importante por trazer uma maior dimensão da distribuição das áreas de pastagens e auxiliar
na percepção, identificação de padrões e tendências de concentração. Mais especificamente,
a Figura 4 evidencia a distribuição espacial das áreas de pastagens no Brasil, bem como a sua
distribuição tendo em vista três níveis de degradação: Ausente, Moderado e Severo1.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento - LAPIG (2022b).

1
As informações de qualidade de pastagem geradas por projetos como o Lapig (2022b) e MapBiomas (2022a) partem das classifi-
cações de degradação inicialmente propostas por Dias-Filho (2015). Tendo como base valores EVI (Índice de Vegetação Melhorado),
disponibilizado pelo produto MODIS MOD 13Q1 (Huete et al., 2002), é possível avaliar o estado de degradação e obter estimativas
de biomassa em pastagens, uma vez que, índices de vegetação apresentam correlação positiva com o vigor da vegetação (LAPIG,
2022a; MAPBIOMAS, 2022b). Após a normalização das imagens das médias anuais de EVI por biomas (EVI.d_norm), as imagens anu-
ais são estratificadas em classes de estado de degradação de pastagens. Como o método não é eficaz ao distinguir as classes Leve e
Moderada entre si, tais classes são agrupadas e, por esse motivo, são consideradas apenas três níveis de degradação: Ausente (não
degradado), Moderado e Severamente Degradado.

Figura 3: Proporção das pastagens brasileiras, em 2020, considerando os níveis de degradação: Ausente,
Moderado e Severa.

Figura 4: (a) Distribuição espacial das áreas de pastagem no Brasil no ano de 2020. (b) Qualidade das pas-
tagens brasileiras em 2020, considerando três níveis de degradação: Ausente, Moderado e Severo.
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Como destacado na Figura 4, as áreas de pastagens encontram-se dispostas em todo o terri-
tório brasileiro, sendo verificadas em todos os biomas que integram o território nacional, con-
centrando-se principalmente nos biomas Amazônia e Cerrado (aproximadamente 102 milhões
de hectares), seguidos por Mata Atlântica (28,5 milhões de hectares), Caatinga (20 milhões
de hectares) e Pantanal (2,4 milhões de hectares).

Além de apresentarem a maior área de pastagem, os biomas Amazônia e Cerrado também fo-
ram aqueles onde houveram uma maior celeridade da expansão da pastagem, considerando o
período de 1985 a 2020 (MAPBIOMAS, 2022a). No caso específico do bioma amazônico, essa
expansão foi de 200% no período supracitado. Considerando a qualidade das pastagens, em
2020, 50% das áreas destinadas à pastagens em ambos os biomas encontravam-se degrada-
das ou em degradação.

Segundo levantamento conduzido pelo MapBiomas (2022a), em termos proporcionais, o bio-


ma mais ocupado por pastagens cultivadas é a Mata Atlântica, com 25,7%, seguido por Cer-
rado (23,7%), Caatinga (23,1%), Pantanal (16%) e Amazônia (13,4%). Por sua vez, os estados
brasileiros que concentram maiores áreas de pastagens são Pará (cerca de 21,5 milhões de
hectares), Mato Grosso (cerca de 21 milhões de hectares) e Minas Gerais (cerca de 19,3 milhões
de hectares). A Figura 5 mostra a proporção das áreas de pastagens nas unidades federati-
vas, por nível de degradação, no ano de 2020.

Fonte: Elaboração própria, tendo como base dados do MapBiomas (2022a).

Figura 5: Áreas de pastagem nos estados brasileiros (incluindo o


Distrito Federal), por nível de degradação, no ano de 2020.
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1.2 RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS
DEGRADADAS
Vários autores apontam a degradação de pastagens como um dos principais problemas
enfrentados pela pecuária brasileira (GALDINO et al., 2013; GARCIA et al., 2017; FELTRAN-
-BARBIERI; FERES, 2021). Nessa atividade, a qualidade da pastagem está intrinsecamente
associada à sua capacidade de suporte, caracterizada pelo número de animais por área de
pastagem, e à manutenção do equilíbrio do complexo solo-planta-animal no longo prazo.
Consequentemente, em pastos degradados há o comprometimento do uso potencial do solo,
da produtividade das forrageiras e da sustentabilidade da pecuária. O processo de degrada-
ção é sistematizado na Figura 6.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Adaptação de Macedo (2001).

Nesse sentido, o processo de degradação, além de gerar externalidades ambientais negativas,


também é responsável por gerar prejuízos econômicos ao produtor.

Quanto mais avançado o nível de degradação, maiores serão as quantidades de insumos e


operações demandas para sua recuperação, ocasionando custos incrementais de longo prazo.
Além disso, caso não sejam adotadas estratégias eficientes de manejo, quantidade e qualida-
de da forragem reduzem-se, influenciando diretamente o desempenho animal – medida da
produção de cada animal ao longo de determinado período de tempo (ZIMMER et al., 2012).
Desse modo, as estratégias de manejo devem ser estabelecidas de modo a maximizar a cicla-

Figura 6: Processo de degradação, segundo Macedo (2001).

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gem de nutrientes no solo, adicionalmente, priorizando a reposição e minimização das perdas
em termos de nutrientes. Ademais, tais estratégias devem ser pautadas na conservação das
aptidões do solo.

Um benefício adicional do manejo estratégico diz respeito ao fato da reposição de nutrientes


na pastagem melhorar a qualidade da dieta animal, reduzindo-se, assim, o tempo de abate e,
consequentemente, a emissão de gás metano (CH4) por produção animal (KURIHARA et al.,
1999; ASSAD et al., 2021). Desta forma, além da melhoria em aspectos econômicos e agronô-
micos, a intensificação racional da atividade pecuária é capaz de aliviar a pressão para con-
verter novas áreas de vegetação natural em pastagens.

Portanto, é importante destacar que, embora a significativa incidência de áreas de pastagens


degradadas no País seja um dado alarmante, a existência dessas áreas mostra como ponto
positivo um grande potencial para o aumento da produtividade da pecuária e para mitigar o
balanço das emissões de gases de efeito estufa, através da recuperação dessas áreas (DIAS-
-FILHO, 2015; ASSAD et al., 2021).

Estudo realizado por Assad et al. (2021), por exemplo, destacou, entre outros fatores, que a
tecnologia de recuperação de pastagens degradadas é capaz de remover carbono da atmos-
fera fixando-o no solo. Considerando-se a remoção de carbono da transição do uso da terra
entre as áreas de pastagens degradadas para as pastagens recuperadas, como também a re-
moção de carbono das pastagens sem sinais de degradação ou degradação leve, os autores
estimam que, ao se recuperar 27,5 Mha até 2030, acumula-se um total de 6.028 Mt CO2eq no
solo, equivalente a 463,7 Mt CO2eq/ano. Esse resultado neutralizaria as emissões advindas do
setor de Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas – LULUCF (397,4 Mt CO2eq em
2016) e ainda seria capaz de gerar créditos em termos de remoção de CO2eq da atmosfera,
contribuindo para um balanço de mitigação positivo para o Brasil.

As decisões acerca da reabilitação de pastagens degradadas podem ser influenciadas por


vários fatores, embora muitos trabalhos destaquem a influência proeminente dos custos eco-
nômicos nessa decisão (FARIA et al., 2015). Dentre eles, o perfil socioeconômico do produtor,
o perfil de produção da propriedade e a fase de desenvolvimento do rebanho, assim como o
preço da carne bovina, a coordenação dos diferentes componentes da cadeia produtiva e a
disponibilidade dos fatores de produção. Além disso, a necessidade de conquistar mercados
cada vez mais exigentes, através de produtos tidos como mais saudáveis, com qualidade nu-
tricional elevada e associados a um mecanismo de produção sustentável, também pode ser
condicionante da decisão de recuperar as pastagens degradadas (DIAS-FILHO, 2014).

Uma vez que a sustentabilidade econômica da produção em pastagens degradadas é limi-


tada, destaca-se a importância da adoção de alguma estratégia que vise a recuperação des-
sas áreas. Essa decisão não deve ser feita aleatoriamente, mas pautada, sobretudo, em atri-
butos técnicos, econômicos e sustentáveis. Além disso, deve considerar a dinamicidade e o
efeito temporal dessas ações sobre o manejo e metas de resultados produtivos esperados.
No Box 2 são descritas as principais estratégias de recuperação de pastagens degradadas,
conforme a literatura especializada.

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BOX 2 - ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO DE
PASTAGENS DEGRADADAS
A recuperação de pastagens envolve a adoção de práticas agronômicas e/ou culturais, de
modo a ajustar a fertilidade do solo e restabelecer o vigor das forrageiras e a qualidade
produtiva da pastagem. Desse modo, segundo Zimmer et al. (2012), consiste em aproveitar
a estrutura previamente existente na propriedade. No caso da reforma, entretanto, além das
práticas agronômicas e/ou culturais, é realizado o preparo do solo, correções ou reparos
e, posteriormente, o plantio da mesma espécie forrageira. Por fim, alguns autores também
consideram o termo renovação, que caracteriza-se pela formação de uma nova pastagem
com a introdução de uma nova forrageira ou cultivar, em substituição àquela degradada
(TOWNSEND et al., 2010; ZIMMER et al., 2012).

Além disso, a recuperação ou renovação pode ser realizada de forma direta ou indireta.
Define-se como forma direta o processo em que é utilizado apenas práticas mecânicas,
químicas e agronômicas, sem a inclusão de cultivos com pastagens anuais ou culturas anuais
de grãos. Por sua vez, a forma indireta, é caracterizada pelo uso intermediário de lavouras
ou de pastagens anuais (MACEDO et al., 2000; MACEDO, 2001).

De acordo com Dias-Filho (2015) e Townsend et al. (2010) os custos econômicos decorrentes
das técnicas ou estratégias de recuperação são diretamente proporcionais aos níveis de
degradação. Assim, pastagens que se encontram em estágio mais avançado de degradação
exigem um maior aporte de recursos para o financiamento de insumos, serviços e operações,
enquanto pastagens que se encontram em estágio inicial de degradação exigem menores
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

investimentos.

2. METODOLOGIA
Esta seção apresenta a caracterização da área de estudo, bem como a metodologia e as fon-
tes de dados utilizadas para avaliar os custos econômicos da recuperação de pastagens de-
gradadas. Para o alcance desse objetivo, são descritas as particularidades associadas à região
em estudo que têm implicações importantes sobre a determinação dos custos. Adicionalmen-
te, são destacadas as etapas e processos relacionados à reabilitação das pastagens, tendo
como referência duas estratégias de recuperação: a recuperação direta de áreas de pastagem
em estágio moderado de degradação e a reforma de pastagens severamente degradadas.

2.1 ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi conduzido considerando todos os estados brasileiros e o Distrito Federal, bem
como os seis grandes biomas continentais brasileiros, descritos pelo Instituto Brasileiro de

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Geografia e Estatística (IBGE): Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

A Figura 7 apresenta a distribuição espacial dos biomas brasileiros entre as unidades da fe-
deração. Segundo o IBGE (2022a), o bioma amazônico ocupa 49,5% do território brasileiro,
enquanto os biomas Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal, ocupam 23,3%,
13%, 10,1%, 2,3% e 1,8%, respectivamente.

O bioma Amazônia ocupa 93,2% da Região Norte do país, englobando inteiramente os Esta-
dos do Acre, Amapá, Amazonas e Roraima, quase a totalidade dos Estados do Pará e Ron-
dônia, e partes dos Estados de Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. Segundo o IBGE (IBGE,
2022c), o bioma constitui uma área de 4.212.742 km2, sendo a maior floresta tropical do mun-
do. No Brasil, a área do bioma amazônico é delimitada pela “Amazônia Legal”, compreenden-
do diversos ecossistemas e, portanto, uma enorme biodiversidade.

O Cerrado é o único bioma que alcança as cinco regiões brasileiras, embora concentre-se,
principalmente, no Centro-Oeste. É conhecido como savana brasileira e constitui uma área
aproximada de 1.983.017 km2, sendo o segundo maior bioma brasileiro em extensão. As maio-
res áreas do Cerrado estão localizadas nos estados de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais,
apresentando diversas fitofisionomias em virtude do contato biogeográfico que possui com
outros biomas: Ao norte, limita-se com o bioma Amazônia; a leste e ao nordeste, com a Caa-
tinga; ao sudoeste, com o Pantanal; e a sudeste, com a Mata Atlântica (IBGE, 2022c).

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do IBGE (2022b).

Figura 7: Área de estudo.

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Segundo dados do IBGE (IBGE, 2022c), a Mata Atlântica aparece como terceiro bioma em ex-
tensão no País, e está presente em quinze estados da federação, possuindo, aproximadamente,
uma área de 1.107.419 km2. O bioma inclui completa ou parcialmente todos os estados litorâneos
do Brasil, desde o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, e mais os Estados de Minas Ge-
rais, Mato Grosso do Sul e Goiás. Contudo, a Mata Atlântica localiza-se, predominantemente, na
maior parte da Região Sudeste do país, englobando a totalidade dos Estados do Espírito Santo
e Rio de Janeiro, e expressiva parcela do Estado de São Paulo. Com relação à Região Sul, abran-
ge em sua totalidade o Estado do Paraná e parte de Santa Catarina. O bioma Mata Atlântica
é composto por variados ecossistemas florestais e grande biodiversidade, em que se incluem
várias espécies endêmicas (DE LIMA et al., 2020).

O bioma Caatinga apresenta alta diversidade vegetal e animal, característica do semiárido, e


consiste de uma área aproximada de 862.818 km2, ocupando, assim, a quarta posição em exten-
são no país (IBGE, 2022c). É o único bioma exclusivamente brasileiro, e ocorre principalmente
na Região Nordeste (só não está presente no Estado do Maranhão), ocupando todo o Estado do
Ceará (DE OLIVEIRA et al. 2012; CAVALCANTE et al., 2020). Contudo, sua ocorrência também
é verificada em algumas localidades do Estado de Minas Gerais, tal como ilustrado na Figura 7.

O Bioma Pampa, também conhecido como Campos Sulinos, encontra-se restrito a uma única
grande região e a um único estado da federação, o Rio Grande do Sul, do qual recobre 68,8%,
segundo dados do IBGE (IBGE, 2022c). É uma região de planícies compostas, principalmente,
por campos nativos e abrange uma área de 193.836 km2.

Por fim, o bioma Pantanal possui uma área de aproximadamente 150,988 km2 e encontra-se
totalmente inserido nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo a extensão mais
expressiva, localizada neste último. É o menor bioma do país em dimensão territorial e é consi-
derado uma das maiores planícies alagadas do mundo (IBGE, 2022c). Devido a sua localização,
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

o bioma Pantanal é influenciado pela fitofisionomia de biomas como Amazônia, Cerrado, e Mata
Atlântica, apresentando grande biodiversidade (EMBRAPA PANTANAL, 2022).

É importante destacar que os atributos específicos de um bioma são definidos, entre outros
fatores, pelo macroclima, fitofisionomia, tipos de solo e altitude (VILELA et al., 2019). Desse
modo, um bioma delimita uma vasta área e pode abrigar diversos tipos de solos e peculiari-
dades. Contudo, a fim de capturar as diferenças entre os biomas quanto às características dos
solos, serão consideradas recomendações e informações existentes na literatura especializada
quanto aos seguintes aspectos: forrageiras mais adaptadas, correção e adubação dos solos
particulares a cada bioma. Essa abordagem foi adotada com o objetivo de melhor categorizar
as estratégias de recuperação de pastagens degradadas, bem como os custos econômicos as-
sociados, uma vez que, esses aspectos têm impacto significativo sobre o sucesso ou fracasso
da recuperação e sobre os investimentos requeridos.

Conhecer o impacto conjunto desses aspectos, permite o monitoramento, desenvolvimento


de estruturas e planos de financiamento que viabilizem a gestão eficiente dos recursos eco-
nômicos, uma vez que os insumos fundamentais ao processo de recuperação de pastagens
têm custos diretos2 e indiretos3 elevados. Adicionalmente, informações que considerem essa
unidade de análise também são importantes para o delineamento de políticas públicas e o real
dimensionamento dos custos.

2
Os custos diretos incluem as despesas com materiais, insumos, mão de obra direta e demais gastos aplicados à produção.
3
Os custos indiretos são gastos não diretamente ligados ao produto, mas que são imprescindíveis para a produção, por exemplo: mão
de obra indireta, limpeza, energia elétrica, frete, transporte, etc.

16
2.2 DADOS E MÉTODOS
A abordagem metodológica utilizada neste estudo foi desenvolvida tendo em vista três eta-
pas. A primeira etapa consiste no mapeamento das áreas de pastagens degradadas nos es-
tados e biomas brasileiros. Na segunda etapa foram mensurados os custos econômicos, por
hectare, da recuperação de pastagens degradadas, considerando o impacto das característi-
cas dos solos e dos biomas sobre os dispêndios. Por fim, na terceira etapa, foi avaliado o custo
de recuperação das pastagens sob a ótica das unidades federativas.

O mapeamento das áreas de pastagens degradadas foi realizado através de dados disponi-
bilizados pelo MapBiomas, uma iniciativa do SEEG/OC (Sistema de Estimativas de Emissões
de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima) e produzido por uma rede colaborativa
de co-criadores formado por ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por
biomas e temas transversais. O conjunto de dados utilizados inclui as áreas ocupadas por pas-
tagens nos estados e biomas brasileiros no ano de 2020, em hectares, classificadas em três
níveis de degradação: Ausente, Moderado e Severo (MAPBIOMAS, 2022a).

Adicionalmente, foram utilizadas as informações do Banco de Dados de Informações Ambien-


tais (BDiA) para classificação do bioma em cada município (BDIA, 2022). Essa etapa é impor-
tante porque permite considerar a existência de diferentes biomas em uma mesma unidade
federativa.

Para mensurar e avaliar os custos econômicos de recuperação de pastagens degradadas é


necessário, inicialmente, definir qual será a estratégia que viabilizará o restabelecimento das
pastagens: recuperação, reforma ou renovação. A definição da estratégia é fundamental para
a determinação dos custos econômicos, uma vez que estão intimamente relacionadas às ope-
rações e insumos que serão necessários durante o processo.

Um aspecto importante e que irá condicionar a escolha da estratégia de recuperação a ser


adotada é o nível de degradação apresentado pela pastagem. Os diferentes níveis de degra-
dação tornam necessários níveis também distintos de intervenção para que a recuperação
seja realizada. Por exemplo, áreas em estágios iniciais de degradação exigem menor inter-
venção e menores custos operacionais a fim de conter a redução da produtividade. Por outro
lado, se o processo de degradação se encontra em estágio avançado, são necessárias ações
mais intensivas e dispendiosas, uma vez que, o alto grau de degradação compromete a ca-
pacidade de manter a produção e a qualidade da forragem e a resistência aos efeitos noci-
vos de doenças, pragas e plantas invasoras (MACEDO; ARAÚJO, 2019; TRONCO et al., 2021).
Portanto, definir estratégias de recuperação, reforma ou renovação associadas ao estágio de
degradação observado é fundamental (DIAS-FILHO, 2015; DIAS-FILHO, 2017).

Cabe destacar que, além das condições edafoclimáticas, outros fatores também determinam
a escolha da estratégia de recuperação. O capital e a disponibilidade de caixa, o nível de de-
gradação, a área geográfica na qual se insere a pastagem, bem como o preço do produto pro-
duzido e o grau de dependência em relação à renda advinda da propriedade são alguns dos
aspectos que, adicionalmente, interferem na escolha e definição da estratégia (TOWNSEND
et al., 2010; DIAS-FILHO, 2017; PEREIRA et al., 2020). Desse modo, fatores socioeconômicos,

17
agronômicos e ambientais também exercem influência significativa sobre a estratégia adotada.
Neste estudo, a estratégia considerada para promover a reversão do processo de degradação
é a recuperação direta de pastagens em estágio moderado de degradação e a reforma de
pastagens em estágio severo de degradação. Na literatura especializada são descritas vá-
rias formas de realizar a recuperação/reforma. Embora tais estratégias considerem diferentes
combinações e uso de insumos, há consenso de que a reabilitação de pastagens degradadas
envolve condições mínimas comuns às várias estratégias (TOWNSEND et al., 2010).

No caso das pastagens em estágio moderado de degradação, a adoção de uma estratégia de


recuperação ao invés de uma estratégia de reforma, se justifica na medida que, dado o estágio
menos avançado da degradação, ainda é viável, através de práticas agronômicas e manejo
adequados, corrigir a fertilidade do solo e recuperar o nível de produtividade e vigor das for-
rageiras. Segundo Dias-Filho (2017), a estratégia de recuperação das pastagens degradadas é
economicamente mais atrativa, quando comparada aos custos de uma estratégia de reforma
de pastagens.

Contudo, quando a pastagem se encontra em nível severo de degradação, não é possível uti-
lizar uma estratégia de recuperação, uma vez que é necessário preparar o solo e replantar a
forrageira na área total. Por esse motivo, a estratégia utilizada neste estudo, no caso das pas-
tagens severamente degradadas, é a de reforma. A premissa aqui estabelecida é a de que será
utilizado um método convencional de reforma em que, inicialmente, é feito o preparo do solo.
Essa etapa consiste no revolvimento da camada superficial do solo através da aração e grada-
gem, sendo essas operações importantes por criar condições de estabelecimento da espécie
forrageira. Posteriormente, é realizada a calagem para corrigir a acidez e elevar os teores de
cálcio e magnésio no solo. Além da calagem, também é considerada a fertilização nitrogena-
da e a utilização de práticas como a fosfatagem e potassagem para corrigir a deficiência dos
níveis de fósforo e potássio no solo, respectivamente. Por fim, é considerada a introdução de
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

uma espécie forrageira, tendo em vista os cultivares recomendados para a região em que se
insere o respectivo bioma.

A descrição das variáveis e as fontes de dados consultadas para mensurar os custos associados
às operações e insumos são apresentadas na Tabela 1. Os custos referentes a todos os insumos
empregados na recuperação/reforma têm como base o nível de preços do ano de 20204.

4
Ajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no período de janeiro de 2021 a maio de 2022.

18
Fonte: Elaboração própria.
Nota: 1 h/ha = horas/hectare; t = toneladas; h/m = hora/máquina; h/h = homens/horas.
2
Os preços médios dos insumos Calcário Dolomítico, Superfosfato Simples, Cloreto de Potássio e Ureia foram
obtidos na CONAB(2022). Os demais preços foram obtidos tendo como base dados da ANUALPEC (2022).

Tabela 1: Descrição das operações e insumos utilizados na recuperação e reforma de


pastagens degradadas e fontes de dados consultadas.

19
Os custos de recuperação e reforma entre os estados e biomas brasileiros foram diferenciados
através dos preços de calcário e fertilizantes e, adicionalmente, por meio das recomendações
de adubação e correção indicadas a cada bioma segundo a literatura especializada. Os preços
foram obtidos através dos dados disponibilizados pela Companhia Nacional de Abastecimen-
to (CONAB, 2022).

Além do custo de recuperação e reforma das pastagens, também foram considerados os cus-
tos de manutenção. Os insumos considerados, bem como os intervalos de aplicação/opera-
cionalização e as fontes de dados, são apresentados na Tabela 2. Vale destacar que, embora a
Tabela 2 descreva todos os insumos considerados na manutenção de pastagens, a utilização
de cada insumo foi condicionada às características do solo em cada um dos biomas analisa-
dos. Desse modo, a Tabela 2 apresenta os insumos e operações utilizadas de forma geral, mas
não necessariamente todos eles estão incluídos em uma única abordagem de manutenção.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Elaboração própria.


Nota: 1 t = toneladas; h/m = hora/máquina; h/h = homens/horas; ha = hectare.
2
Os preços médios dos insumos Calcário Dolomítico, Adubo 00-20-20, Adubo 05-20-20, Superfosfato
Simples, Cloreto de Potássio e Ureia foram obtidos na CONAB(2022). Os demais preços foram obtidos
tendo como base dados da ANUALPEC (2022).

Tabela 2: Descrição das operações e insumos utilizados na mensuração do custo


de manutenção e fontes de dados consultadas.
20
Como destacado anteriormente através da Figura 7, a distribuição dos biomas não segue a
delimitação das fronteiras administrativas entre os estados. Como consequência, existem es-
tados que apresentam dois ou mais biomas dentro do seu território5. Além disso, quando são
considerados níveis maiores de desagregação, em que se incluem o nível municipal, também
há áreas no Brasil onde, em um mesmo município, são encontrados diferentes biomas. Consi-
derando esses aspectos, bem como as diferenças entre as recomendações médias de aduba-
ção e correção do solo particulares a cada bioma, o custo médio de recuperação/reforma por
hectare para os estados brasileiros e Distrito Federal é calculado da seguinte forma:

(1)

em que k = {1,...,27} é o Estado, incluindo o Distrito Federal; j={1,2,3}6 é o custo de recupera-


ção/reforma de um hectare de pastagem degradada no Estado k localizada no bioma i, em
que i = {1,...,6}; e wi é o peso que evidencia a participação de cada bioma nas áreas de pasta-
gens do respectivo Estado. Matematicamente, a participação de cada bioma nas pastagens
em um dado Estado pode ser expressa pela seguinte fórmula:

(2)

em que ∑Área Biomai é a área total que o bioma i ocupa no Estado k.


Os pesos foram calculados segundo três níveis de degradação: Ausente, Moderado e Severo,
tendo como base os dados de qualidade de pastagens do MapBiomas (2022a) em conjunto
com as informações do Banco de Informações Ambientais do IBGE (BDIA, 2022).

É importante destacar que a metodologia proposta neste estudo limita-se apenas aos dados
de corte transversal, desconsiderando as dinâmicas temporais das áreas de pastagens e dos
valores associados aos custos de recuperação, reforma e manutenção, ou ainda dos custos de
oportunidade relacionados à atividade pecuária nas áreas analisadas.

Além disso, os custos de recuperar áreas de pastagem em estágio moderado ou severo de


degradação são calculados tendo como base o custo operacional efetivo (COE), por hectare,
diretamente correlacionado ao processo de reabilitação das pastagens. Desse modo, o COE
consiste na soma dos custos com insumos (sementes, corretivos e fertilizantes, por exem-
plo), custos operacionais (aplicação de fertilizantes, corretivos, adubação, compactação de
sementes, etc.) e outros custos (mão de obra, manutenção, etc.). Cabe ressaltar que não são
incluídos os gastos com impostos, depreciação e benfeitorias.

5
Os estados com maior diversidade de biomas são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais, cada um com três. No Mato
Grosso, são encontrados os biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal. No Mato Grosso do Sul, são verificados os biomas Pantanal,
Cerrado e Mata Atlântica. Em Minas Gerais e Bahia, existem áreas de Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.
6
j = {1,2,3} em virtude de um estado poder abrigar até três biomas distintos, como destaca a Figura 7.

21
3. RESULTADOS

3.1 BIOMAS
A Figura 8 retoma, no lado direito, a distribuição das áreas de pastagem (Mha) e, no lado
esquerdo, a distribuição das pastagens por nível de degradação, ambos em relação aos seis
biomas brasileiros. Estes são aspectos sobre os quais foram feitas algumas considerações
anteriormente, contudo, nessa seção, o objetivo é reapresentá-los sobre a perspectiva dos
custos econômicos de recuperação/reforma de pastagens degradadas.

De modo geral, a Figura 8 evidencia que a distribuição das áreas de pastagem, entre os bio-
mas continentais brasileiros, não é homogênea. A proporção da distribuição, avaliada em
termos dos níveis de degradação, também apresenta essa característica. Considerar essas
particularidades é importante porque elas determinarão os investimentos necessários na re-
cuperação/reforma de pastagens, uma vez que, como destacado ao longo desse estudo, os
custos econômicos diferem não apenas em relação à localização geográfica e condições eda-
foclimáticas, mas, sobretudo, de acordo com o nível de degradação.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Elaboração própria.

A Tabela 3 apresenta os custos médios de recuperação de pastagens em estado moderado de


degradação, os custos médios de reforma de pastagens severamente degradadas, bem como
os custos médios de manutenção, nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pampa e Pantanal7.

7
Informações detalhadas sobre os custos de recuperação, reforma e manutenção, nos biomas brasileiros, são apresentadas no anexo
metodológico: Anexos A, B, C, D, E e F. Além disso, esses mesmos anexos também apresentam os preços dos corretivos e fertilizantes
considerados no processo de recuperação e reforma.

Figura 8: (a) Áreas de pastagem entre os seis biomas brasileiros. (b) Áreas de
pastagem, por nível de degradação, entre os biomas brasileiros.
22
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.

Em suma, o custo médio para recuperar um hectare de pastagem em estágio moderado de


degradação variou entre R$979,42 e R$1.541,37. Por sua vez, o custo médio para reformar um
hectare de pastagem severamente degradada variou entre R$1.563,31 e R$2.100,71.

Os investimentos iniciais necessários para recuperar e reformar as pastagens degradadas são


menores nos biomas Mata Atlântica e Pantanal. Esse resultado é explicado pela combinação
entre os preços médios dos corretivos e fertilizantes nessas áreas e as recomendações exis-
tentes na literatura quanto ao uso desses insumos. No caso do bioma Mata Atlântica, as reco-
mendações ressaltam que, de modo geral, há uma maior necessidade de correção da acidez
do solo e da adubação fosfatada, em comparação aos demais macronutrientes (LIMA et al.,
2014; OLIVEIRA et al., 2014). Os preços médios desses insumos na região abrangida pela Mata
Atlântica são relativamente menores e, como resultado, também são menores os custos para
reabilitar as pastagens degradadas.

Por sua vez, no bioma Pantanal, a adubação convencional se mostrou pouco responsiva e, por
esse motivo, muitos estudos destacam a sua inviabilidade na região, principalmente nas áre-
as livres de inundação e de solos arenosos de baixa fertilidade natural (SANTOS et al., 2018;
SANTOS et al., 2019). Resultados positivos quanto à adição de nutrientes, foi verificada na

Tabela 3: Custos médios (R$/ha) de tecnologias de recuperação/


reforma e manutenção de pastagens nos biomas brasileiros.

23
região do “Caronal”8, em que a adubação básica contribuiu para a maior produção (CUNHA
et al., 1981; FILHO; POTT, 1996). Contudo, mesmo na região em que houve resposta positiva às
aplicações de fertilizantes e corretivos, as recomendações foram inferiores às indicadas aos
demais biomas, refletindo, assim, em menores custos de recuperação, reforma e manutenção.
Nos biomas Amazônia, Caatinga e Cerrado os custos de recuperação, reforma e manutenção
são explicados, principalmente, pelos preços dos fertilizantes e corretivos exigidos no processo.

Na região amazônica, em especial, grande parte dos insumos utilizados chega na região com
preços pouco competitivos, sobretudo, em razão dos fretes e custos de transporte, com desta-
que para os altos custos dos fertilizantes Cloreto de Potássio e Ureia (TOWNSEND et al. 2010;
DIAS-FILHO, 2015). Com relação ao bioma Caatinga, além dos custos elevados desses insumos,
as recomendações de adubação são mais elevadas, inclusive aquelas destinadas à manutenção
das pastagens. De um modo geral, na literatura especializada são indicadas a utilização de cal-
cário, fosfato e adubação nitrogenada na região. Segundo Cavalcante et al. (2003), a adubação
e manejo corretos das pastagens promovem melhorias nos índices de produtividade. Contudo,
dada a baixa e irregular distribuição da precipitação pluvial anual, essas estratégias podem não
ser suficientes para garantir alimentação animal no período seco.

No bioma pampa, os custos expressivos para recuperar, reformar e manter a fertilidade das
pastagens devem-se, especialmente, às recomendações de adubação fosfatada, nitrogenada
e de adubo formulado (adubo 05-20-20) na manutenção de pastagens. Os preços médios
desses insumos são relativamente menores na região na qual o bioma se insere, contudo as
indicações de adubação e correção são mais elevadas.

As Tabelas 4 e 5 apresentam os custos operacionais efetivos, em termos percentuais, resu-


mido por etapa e por tipo de custo, respectivamente, para a recuperação e reforma de pasta-
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

gens degradadas presentes nos biomas brasileiros. Nos anexos G e H são sistematizados esses
mesmos custos, porém expressos em reais por hectare.

Quando consideradas as pastagens em estágio moderado de degradação, a Tabela 4 mostra


que pelo menos 52% dos custos operacionais incorridos no processo de recuperação de-
vem-se à etapa do plantio, sobretudo, em função do uso de fertilizantes e dos custos com
sementes. Como a estratégia de recuperação direta de pastagens moderadamente degrada-
das não envolve técnicas mais intensivas de preparo do solo, os custos com maquinários são
menores. Os custos com mão de obra representam a menor parcela dos investimentos para a
recuperação em todos os biomas. Com relação à manutenção, observa-se que os custos mais
significativos são os verificados nos biomas Pampa, Mata Atlântica e Caatinga, representando,
respectivamente, 33,16%, 22,43% e 21,83% dos custos médios por hectare.

8
É uma região localizada na planície sedimentar do rio Taquari. No geral, são superfícies aplainadas e amplas e estão sujeitas a peque-
no alagamento superficial. Conservam o lençol freático próximo à superfície na estação chuvosa. A possibilidade de uso dessas áreas
com pastagem cultivada se evidencia pelo fácil preparo do solo, já que não há invasoras de porte médio que rebrotem, nem necessi-
dade de desmatamento, como nas “cordilheiras” onde não há alagamento (CUNHA et al., 1981). Caronal é uma referência ao nome da
primeira fazenda invadida pela água.

24
Fonte: Elaboração própria.

Os custos operacionais efetivos associados ao processo de reforma de pastagens severamen-


te degradadas são maiores e podem ser explicados, principalmente, pelo fato da estratégia
exigir a adoção de técnicas mais intensivas. Nesse sentido, esses custos incluem práticas de
preparo do solo (gradagem aradora, intermediária e niveladora) e o uso adicional de Cloreto
de Potássio (KCl).

A Tabela 5 mostra que, em decorrência da maior intervenção no preparo do solo, os custos


operacionais efetivos com essa etapa são mais significativos e representam, pelo menos, 27%
dos custos médios por hectare, destacando-se o uso de operações com máquinas e os custos
com calagem (sobretudo, calcário dolomítico). Contudo, embora esses custos sejam mais al-
tos do que os observados na recuperação de pastagens moderadamente degradadas, a etapa
relacionada ao plantio ainda é aquela mais onerosa ao produtor, fundamentalmente, em vir-
tude da utilização de fertilizantes NPK9, que representam 60,65%, 52,19% e 43,31% dos custos
médios operacionais nos Biomas Pampa, Caatinga e Cerrado, respectivamente.

9
Os fertilizantes NPK são compostos por três dos principais elementos necessários para o crescimento e desenvolvimento adequado
das forrageiras: o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K).

Tabela 4: Análise do custo operacional efetivo (%): Pastagens


em estágio moderado de degradação.

25
Fonte: Elaboração própria.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Conhecer os custos de recuperação e reforma por hectare é importante para que os produto-
res possam avaliar a viabilidade econômica e o ganho potencial ao realizar o processo. Além
disso, comunidades locais, governos regionais e nacionais e organizações de um modo geral
precisam decidir se devem ou não investir recursos humanos, físicos e econômicos escassos
em projetos de reabilitação de pastagens degradadas. Embora as decisões possam ser base-
adas em uma ampla variedade de critérios, uma abordagem integrada que leve em considera-
ção os custos e os benefícios da recuperação/reforma é a mais provável de promover resulta-
dos bem-sucedidos. Essas informações podem permitir que o poder público e os produtores
direcionem recursos financeiros limitados para a recuperação de áreas mais promissoras e
mais benéficas para iniciar o processo de reabilitação.

A Tabela 6 mostra os custos médios totais, em bilhões de reais e em bilhões de dólares, para
recuperar e reformar pastagens degradadas nos biomas brasileiros. Os cálculos foram realiza-
dos tendo como base um horizonte de investimento de dez anos.

Os custos mais expressivos são verificados para os biomas Amazônia e Cerrado. Adicional-
mente aos custos elevados associados à promoção da recuperação, esses biomas são aqueles
que concentram as maiores áreas de pastagens com algum grau de degradação (aproximada-
mente 51 Mha), como evidenciado através da Figura 8. Por sua vez, os biomas Pampa e Pan-
tanal são os que exigem menor investimento para recuperação. Apesar dos custos envolvidos
no processo, esses são os biomas que, comparativamente aos demais, reúnem menores áreas
de pastagens degradadas (cerca de 5,3 Mha).

Tabela 5: Análise de custo operacional efetivo (%): Pastagens em estágio


severo de degradação.
26
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.

Os custos médios totais para a recuperação de toda área de pastagens degradadas, sejam
elas em estágio moderado ou severo de degradação, por bioma, são descritos na Figura 9.
Através dela, é possível observar que os custos de reabilitação de todas as áreas de pastagens
nos Biomas Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga e Pantanal são, respectivamente,
8,52; 8,28; 7,01; 4,05 e 1,25 vezes maiores do que o custo de recuperação de toda a área de-
gradada no bioma Pampa.

Considerando as informações apresentadas na Tabela 6 e na Figura 9, para recuperar e refor-


mar todas as áreas de pastagem que apresentam algum nível de degradação seriam necessá-
rios, aproximadamente, R$383,77 bilhões10 ou U$77,46 bilhões11.

R$ 12,75 bi R$ 15,96 bi

R$ 89,29 bi
R$ 105,55 bi

R$ 51,57 bi
R$ 108,64 bi

Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.

10
Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
11
Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.

Tabela 6: Custos médios totais de tecnologias de recuperação/reforma


de pastagens nos biomas brasileiros.
Figura 9: Custos médios de tecnologias de recuperação/reforma de
todas as áreas de pastagens degradadas nos biomas.
27
Para apoiar a produção agropecuária nacional, o Plano Safra, desenvolvido pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), destina todos os anos recursos para custeio e
investimento no setor. São diversos programas de modernização, inovação e sustentabilidade,
sendo um deles o Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Este Plano financia a recupera-
ção de áreas e de pastagens degradadas, a implantação de sistemas de integração lavoura-
-pecuária-florestas e a adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos
recursos naturais. No âmbito do Plano Safra 2022/2023, foram destinados R$6,19 bilhões ao
Plano ABC. Supondo que todos esses recursos, ao longo de uma década, fossem utilizados
para recuperar pastagens degradadas, ainda assim, seriam necessários entre seis e sete vezes
mais recursos que os disponibilizados. Deste modo, ainda há um grande caminho a ser per-
corrido para que seja possível a recuperação de pastagens no Brasil em sua totalidade.

3.2 ESTADOS E GRANDES REGIÕES


Nesta seção são apresentados os custos de recuperação e reforma de pastagens à nível esta-
dual. Como destacado anteriormente, eles incluem os custos operacionais efetivos e também
consideram o efeito espacial sobre os investimentos necessários para a reabilitação de pasta-
gens degradadas. Desse modo, os custos foram calculados tendo em vista, conjuntamente, a
“geografia dos preços” e as condições dos solos nos locais nos quais os Estados se inserem.

Os custos de recuperação e reforma de pastagens nos Estados brasileiros, incluindo o Distrito


Federal, variaram substancialmente. No caso da recuperação de áreas de pastagens modera-
damente degradadas, os custos, por hectare, variaram entre R$908,45 e R$1.811,3912. Por sua
vez, o custo para reformar um hectare de pastagem em estágio severo de degradação variou
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

entre R$1.498,69 e R$2.396,5213.

Para facilitar a análise e descrição, os custos estaduais são apresentados segundo as cinco
Grandes Regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

A Região Norte é composta por sete estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Rorai-
ma e Tocantins. De modo geral, na região há a predominância do bioma Amazônia, contudo
parte do território dos Estados do Pará, Rondônia e Tocantins localizam-se em áreas de Cer-
rado. A Figura 10 apresenta os custos de recuperação e reforma, por hectare, para todos os
Estados da Região Norte.

12
Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
13
Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.

28
Fonte: Elaboração própria.

A análise da Figura 10 evidencia que os maiores custos para recuperar/reformar pastagens


em estágio moderado e severo de degradação são aqueles observados no Acre, Amazonas,
Roraima e, principalmente, em Rondônia.

Em comparação com o Tocantins, Estado que apresentou os menores custos, Rondônia tem
custos de recuperação 41,03% maiores e de reforma 29,71% superiores. Esse resultado se
deve, fundamentalmente, aos altos preços dos fertilizantes e corretivos no Estado. Segundo
dados do Comex Stat (Estatísticas de Comércio Exterior do Brasil), a importação de fertilizan-
tes para o estado de Rondônia registrou a quantia de US$3,6 milhões, considerando os meses
de janeiro e fevereiro de 2022, enquanto que no mesmo período de 2021, o montante foi de
US$2,5 milhões, representando, assim, um incremento de cerca de 44% em 2022. Contudo,
quando analisado em termos do volume, é possível observar uma redução de pelo menos 41%,
saindo de 14 mil toneladas em 2021, para 8,3 mil toneladas em 2022.

É importante destacar que Pará, Rondônia e Tocantins concentram cerca de 89% das áreas de
pastagens degradadas localizadas na Região Norte, representando 14,87 Mha de pastagens
com algum nível de degradação. Recuperar essas áreas significaria aumentar a capacidade
de suporte animal, diminuindo a pressão por abertura de novas áreas na floresta amazônica,
além de sequestrar carbono presente na atmosfera para o solo, através da fotossíntese. Desse
modo, políticas que promovessem a recuperação de pastagens degradadas no Pará, Rondô-
nia e Tocantins, por exemplo, teriam o benefício adicional de conservação do bioma Amazô-
nia. Nesse sentido, conhecer os custos de recuperação de pastagens na região é importante
na medida que torna possível que políticas públicas com essa finalidade possam ser delinea-
das eficientemente, levando em consideração não apenas os benefícios econômicos, sociais e
ambientais, mas sobretudo os custos que essa política representa.

Figura 10: Custo médio (R$/ha) de tecnologias de recuperação/


reforma de pastagens nos Estados da Região Norte.

29
Da Região Nordeste fazem parte nove Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, representando 18% do território brasileiro.
Em termos dos biomas, a Região abrange predominantemente os biomas Caatinga e Mata
Atlântica, mas também são observadas áreas de Cerrado e Amazônia. A Figura 11, mostra os
custos de recuperação/reforma para todos os Estados da Região Nordeste.

Fonte: Elaboração própria.


CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Tendo como referência a Figura 11, o Estado que apresenta o maior custo de recuperação/
reforma, por hectare, é o Ceará, cujo território encontra-se inteiramente localizado no bioma
Caatinga. Os preços elevados dos fertilizantes e sementes, aliados às maiores quantidades
requeridas desses insumos no bioma Caatinga, fazem com que os preços de recuperação e
reforma, por hectare, no Estado sejam mais expressivos. Por esses mesmos motivos, os custos
associados às estratégias de recuperação para os Estados da Paraíba e Pernambuco também
são mais elevados (ambos apresentam a maior parte do território no bioma Caatinga). No
caso do Rio Grande do Norte, os maiores custos devem-se, principalmente, aos altos preços
dos fertilizantes Cloreto de Potássio e Ureia.

A Região Centro-Oeste compreende os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
bem como o Distrito Federal, ocupando 19% do território brasileiro. De acordo com dados do
MapBiomas (2022a), esses Estados juntos concentram 49,3 Mha de pastagens, dos quais 57%
apresentam algum nível de degradação. A Região é composta, predominantemente por áreas
de Cerrado, mas também abriga áreas localizadas nos biomas Amazônia, Mata Atlântica e
Pantanal.

A Figura 12 descreve os custos médios, por hectare, da implementação de tecnologias de


recuperação e reforma de pastagens nos estados que compõem a Região Centro-Oeste. De
modo geral, observa-se que esses custos são, em média, menores do que aqueles contabili-
zados para as Regiões Norte e Nordeste. Quando avaliados comparativamente, os custos de

Figura 11: Custo médio (R$/ha) de tecnologias de recuperação/reforma de


pastagens nos Estados da Região Nordeste.
30
recuperação de áreas moderadamente degradadas são pelo menos 22% menores do que os
verificados nas Regiões Norte e Nordeste. Com relação aos custos associados à reforma de áreas
em estágio severo de degradação, os investimentos necessários são pelo menos 16% menores.

Como evidenciado pela Figura 12, os maiores custos de implementação de tecnologias de


recuperação/reforma de pastagens são aqueles observados no Mato Grosso. Os custos mais
elevados estão relacionados às quantidades requeridas de adubos e corretivos e aos preços
desses insumos. Cabe ressaltar que 11,7 Mha de pastagens do Estado (58% do total) estão lo-
calizadas no bioma Amazônia, sendo que 59% dessas áreas apresentam sinais de degradação.
Desse modo, a maior parcela dos custos orçados para o Mato Grosso consideram as recomen-
dações de adubações, corretivos e os preços desses insumos praticados na região amazônica,
que são substancialmente superiores.

Fonte: Elaboração própria.

A Figura 13 apresenta os custos médios, por hectare, para a recuperação/reforma de pasta-


gens nas Regiões Sudeste e Sul do país. A Região Sudeste é formada pelos Estados do Es-
pírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Por sua vez, a Região Sul engloba três
Estados: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Essas Regiões abrigam ecossistemas
muito diversos, que incluem os biomas Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa, tendo im-
pacto significativo sobre os custos mensurados.

Comparativamente às demais regiões analisadas, a Região Sudeste é aquela que apresenta


os menores custos de implementação de tecnologias de recuperação e reforma de pastagens
degradadas. Essa particularidade está fortemente relacionada ao fato de, aproximadamente,
60% das áreas de pastagens degradadas da região estarem localizadas no bioma Mata Atlân-
tica, onde os preços dos fertilizantes e corretivos são relativamente menores.

Figura 12: Custo médio (R$/ha) de tecnologias de recuperação/


reforma nos Estados da Região Centro-Oeste.

31
Com relação à Região Sul, é possível observar que o custo de recuperação e reforma no
Estado do Rio Grande do Sul é consideravelmente maior do que aqueles calculados para
os Estados do Paraná e Santa Catarina. Essa diferença deve-se, sobretudo, ao custo que as
adubações e correções, recomendadas ao bioma Pampa, representam na estimativa do custo
médio do Estado.

Fonte: Elaboração própria.


CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Os custos contabilizados contribuem com uma primeira projeção dos investimentos neces-
sários para a implementação de tecnologias de recuperação de pastagens degradadas no
Brasil, tendo em vista as metas brasileiras definidas no Acordo de Paris. No âmbito do Acordo,
assinado em 2015, o país estabeleceu entre as suas contribuições nacionalmente determina-
das (do inglês, Nationally Determined Contributions - NDC) a recuperação de 15 milhões de
hectares de pastagens degradadas até 2030, com o objetivo de reduzir as emissões líquidas
totais de gases de efeito estufa (BRAZIL, 2016).

Recentemente, o governo brasileiro lançou a iniciativa Plano ABC+ com a finalidade de rea-
firmar e atualizar os compromissos do país em reduzir as emissões de carbono na agricultura
e pecuária para o período de 2020 a 2030. O Plano é previsto para ser iniciado em setembro
de 2022 e entre as várias propostas elencadas14, tem como objetivo recuperar 30 milhões de
hectares de pastagens degradadas, ou seja, a contribuição inicial será dobrada.

A meta do Plano ABC+ é, além de recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas, cultivar até 12,5 milhões de hectares
14

em sistemas de plantio direto; implantar 10,10 milhões de hectares em sistemas integrados de produção; plantar 4 milhões de hectares
de floresta; e usar bioinsumos em 13 milhões de hectares (BRAZIL, 2022).

Figura 13: (a) Custo médio (R$/ha) de tecnologias de recuperação/reforma nos Estados
da Região Sudeste. (b) Custo médio (R$/ha) de tecnologias de recuperação/reforma nos
Estados da Região Sul.
32
Sob a pressuposição de que o governo brasileiro irá priorizar o alcance dos objetivos tendo
como fundamento apenas os custos médios associados à implementação da tecnologia de
recuperação de pastagens, dois dos possíveis cenários de política seriam aqueles representa-
dos pelas Figura 14 e 15.

A Figura 14 apresenta os custos médios totais, por estado, da recuperação e reforma de 15


milhões de hectares de pastagens no Brasil. Os valores estimados desconsideram os custos
de manutenção e são projeções do quanto o País investiria no período atual, caso os 15 Mha
de pastagens fossem reabilitadas sob a perspectiva de menor custo possível.

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.

Para recuperar 15 Mha de pastagens degradadas o governo brasileiro teria que investir, apro-
ximadamente, R$21,17 bilhões15 (U$4,27 bilhões16). A análise da Figura 14 mostra que, consi-
derando as pressuposições feitas, os investimentos seriam escalonados entre 21 Estados (in-
cluindo o Distrito Federal). De modo geral, os maiores custos seriam observados nos Estados
de São Paulo, Pernambuco e Ceará. Em um primeiro momento, Bahia, Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pará não receberiam investimentos, caso o critério fos-
se exclusivamente o custo que a recuperação/reforma representa. Esses Estados concen-
tram aproximadamente 56,5 Mha de pastagens com algum nível de degradação e, portanto,
também apresentam um grande potencial associado à recuperação. No entanto, em virtude
de concentrarem grandes extensões de pastagens degradadas, os custos associados à im-
plementação da tecnologia também tornam-se elevados. Desse modo, apesar dos aspectos
econômicos serem fundamentais para auxiliar na decisão quanto ao escalonamento dos in-

15
Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
16
Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.

Figura 14: Custos médios totais (Bilhões de R$) para recuperar 15


milhões de hectares de pastagens degradadas no período atual.

33
vestimentos, outros elementos também devem ser considerados. O dimensionamento e des-
tinação dos recursos devem ser pautados em uma análise que integre, além dos custos, os
benefícios econômicos, sociais e ambientais das tecnologias de recuperação de pastagens
degradadas.

A Figura 15 tem como base os mesmos pressupostos assumidos na Figura 14, contudo con-
sidera a recuperação de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas, tal como deter-
minado no Plano ABC+. Para que essa meta fosse implementada no período atual, seriam
necessários, aproximadamente, R$42,51 bilhões17 (U$8,58 bilhões18), sendo esse investimento
realizado em 23 Estados brasileiros (incluindo o Distrito Federal). Nesse caso, como eviden-
ciado na Figura 15, os maiores custos de recuperação estariam associados aos Estados de
Tocantins, São Paulo, Pernambuco e, principalmente, aos Estados de Goiás e Rondônia (nos
quais seriam investidos cerca de R$11 bilhões). Partindo da ótica do custo, Bahia, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Minas Gerais não seriam contemplados nos investimentos.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.

É importante destacar que os parâmetros que o governo brasileiro definirá para realizar os
investimentos necessários para custear a recuperação, podem considerar aspectos distintos
dos estabelecidos nesse estudo, bem como considerar outros critérios além do custo, como
benefício econômico e social das ações aos produtores e sociedade como um todo, áreas
consideradas prioritárias para biodiversidade e conservação, etc. Deste modo, o exercício re-
alizado representa apenas uma das várias possibilidades através das quais o governo poderia
atingir as metas assumidas na NDC e as intenções estabelecidas no Plano ABC+.

17
Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
18
Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.

Figura 15: Custos médios totais (Bilhões de R$) para recuperar 30 milhões de hectares de
pastagens degradadas no período atual.
34
Além de mensurar o investimento necessário para promover a utilização de tecnologias de
recuperação de pastagens, também é igualmente importante avaliar o retorno econômico
que esse investimento tem potencial de gerar. Esse conhecimento é essencial porque além
dos benefícios sociais e ambientais da recuperação, o principal componente do processo de
decisão quanto a execução de um investimento é o retorno econômico. Se não houver retorno
econômico, não há incentivo ou atratividade para que o produtor busque financiamento ou
aloque os seus recursos disponíveis na recuperação de pastagens degradadas.

A fim de avaliar os retornos potenciais associados à adoção da tecnologia, foram considera-


dos os parâmetros descritos na Tabela I1 do anexo. A partir destas informações, as receitas
foram estimadas sob a pressuposição de que áreas em estágio moderado e severo de degra-
dação, caso recuperadas, teriam capacidade de suporte adicional de 0,8 UA/ha e 1 UA/ha,
respectivamente. Desse modo, foi possível mensurar as receitas obtidas com a recuperação
tendo em vista o nível de degradação da área que efetivamente será recuperada através da
NDC brasileira no Acordo de Paris e do Plano ABC+.

Adicionalmente, foram considerados os valores da arroba de 15 kg do indicador Boi Gordo


disponibilizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada para o período de
janeiro de 2015 a maio de 2022 (CEPEA, 2022). A Figura 16 mostra esses valores, bem como
a média e a tendência para o período analisado.

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do CEPEA (2022).

De modo geral, a Figura 16 evidencia que o preço médio da arroba é de, aproximadamente,
R$191,00. Especificamente com relação aos anos de 2020, 2021 e 2022, observa-se uma ten-
dência de alta das cotações significativamente acima da média. Se forem considerados os
últimos três anos, é possível notar que o preço médio é cerca de 47% superior ao preço médio
de todo o período considerado. Portanto, os preços atuais apontam para um cenário favorável
para a atividade pecuária de corte.

Figura 16: Valor da arroba de 15kg do Indicador do Boi


Gordo, considerando dados mensais do período de janeiro
de 2015 a maio de 2022.
35
As Tabelas 7 e 8 apresentam as receitas potenciais advindas da recuperação, no período atu-
al, de 15 Mha e 30 Mha de pastagens degradadas, referentes, respectivamente, à meta brasilei-
ra no Acordo de Paris e à intenção materializada no Plano ABC+. O cálculo das receitas foi re-
alizado levando em consideração os níveis de degradação, bem como dois cenários distintos:

i) Cenário atual – Corresponde a um cenário mais otimista e que considera o nível de


preços de maio de 2022 como referência; e

ii) Cenário de preço médio – Corresponde a um cenário menos otimista e que consi-
dera a média de preços do período de janeiro de 2015 à maio de 2022. Nesse cenário é
considerada a tendência do retorno econômico da atividade pecuária mudar o padrão
após um determinado período, com o preço da arroba do boi gordo retornando ao
seu preço médio, ou pelo menos a uma faixa mais estreita de preços. Esse processo é
normalmente chamado de reversão à média.

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.

Cenário atual Cenário de preço médio


Estágio de Receita em Receita em Receita em Receita em
degradação Bilhões R$ Bilhões US$ Bilhões R$ Bilhões US$

Moderado 53,911 0,88 31,89 6,44

Severo 21,63 4,37 12,80 2,58

Total 75,551 5,25 44,69 9,02

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.
Considerando uma taxa de câmbio de R$ 4,9545 = US $1,00.

No caso da recuperação de 15 Mha de pastagens, a Tabela 7 mostra que, no cenário atual, a


receita proveniente da recuperação seria de R$36,77 bilhões (US$7,42 bilhões), enquanto o
custo advindo do processo de recuperação seria de R$21,17 bilhões (US$4,27 bilhões), ge-
rando assim um excedente de R$15,60 bilhões (US$3,15 bilhões). Considerando o cenário de
preço médio, a receita seria de R$21,75 bilhões, significativamente inferior àquela obtida no
cenário atual, mas ainda assim haveria retorno positivo com a implementação de tecnologias
de recuperação de R$581,25 milhões (US$117,40 milhões).

Tabela 7: Retorno econômico da recuperação/reforma de 15 Mha de pastagens degradadas no Brasil


(Acordo de Paris)
Tabela 8: Retorno econômico da recuperação/reforma de 30 Mha de pastagens degradadas no Brasil
(Plano ABC+).
36
A Tabela 8 apresenta os retornos econômicos da recuperação de 30 Mha de pastagens, tal
como indicadas no Plano ABC+. No cenário atual, a receita potencial advinda da recupera-
ção seria de R$75,55 bilhões (US$15,25 bilhões), enquanto o custo da recuperação seria de
R$42,51 bilhões (US$8,58 bilhões), resultando em um lucro de R$33,04 bilhões (US$6,67
bilhões). Um cenário de preço médio, por sua vez, promoveria uma receita de R$44,69 bi-
lhões (US$9,02 bilhões) e, consequentemente, um excedente de R$2,18 bilhões (US$439,64
milhões).

De modo geral, os resultados obtidos mostram que a implementação de tecnologias de


recuperação de pastagens degradadas teria o potencial de gerar receitas mais do que sufi-
cientes para compensar os custos incorridos na recuperação de 15 e 30 Mha de pastagens,
em ambos os cenários analisados. Portanto, ao considerar as externalidades ambientais
positivas e os benefícios econômicos que pastagens recuperadas/reformadas podem pro-
mover, a tecnologia pode ser um instrumento efetivo e viável para potencializar a descarbo-
nização do setor pecuário.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A recuperação de pastagens degradadas é uma das estratégias fundamentais para atingir
as metas de segurança alimentar e de reduções de emissões de gases de efeito estufa, e o
setor agropecuário brasileiro pode desempenhar um papel de liderança nessa iniciativa. O
país é uma potência agrícola, contudo acumula cerca de 89 Mha de pastagens degradadas.
A implementação de ações de recuperação e reforma têm o potencial de promover ganhos
ambientais, econômicos e reduzir as emissões de GEE em 463,7 Mt CO2eq/ano, segundo
estudos realizados.

Alguns dos principais obstáculos ao estabelecimento dessas tecnologias no Brasil são as


incertezas sobre os níveis de investimentos necessários para a sua efetiva implementação.
Apesar de muitos trabalhos elencarem as potencialidades e benefícios associados à recu-
peração de pastagens degradadas, ainda há bastante imprecisão sobre o custo médio que
representam aos produtores.

O levantamento desses custos vai além de operações e insumos relacionados ao processo


de recuperação. Adicionalmente a esses fatores, também devem ser consideradas as dife-
renças nas condições edafoclimáticas verificadas no território brasileiro e que, certamente,
terão implicações sobre os custos contabilizados. No entanto, estudos que considerem esses
aspectos ainda são incipientes e direcionados a regiões e/ou biomas específicos. Grande
parte da literatura existente, aborda os custos de recuperação nos biomas Amazônia e Cer-
rado, mas poucos destinam-se à discussão e avaliação desses custos nos biomas Pampa e
Pantanal, por exemplo.

Tendo em vista essas considerações, este estudo teve como objetivo principal mensurar os
custos operacionais médios que a implementação de tecnologias de recuperação assumem
no Brasil, examinando, não apenas os insumos e operações necessárias, mas também como
as diferenças relacionadas aos tipos de solo e ao nível de degradação das pastagens podem
influenciar os custos orçados.

37
Os resultados mostraram que o custo médio para recuperar um hectare de pastagem em
estágio moderado de degradação varia entre R$979,42 e R$1.541,37 nos biomas brasileiros.
Por sua vez, o custo médio para reformar um hectare de pastagem severamente degrada-
da varia entre R$1.563,31 e R$2.100,71. Considerando as dimensões das áreas de pastagens
degradadas entre os biomas, os investimentos iniciais necessários para recuperar e reformar
as pastagens degradadas são menores nos biomas Mata Atlântica e Pantanal e maiores nos
biomas Cerrado e Amazônia.

Os principais fatores que explicam os custos de recuperação, reforma e manutenção de


pastagens são, além do nível de degradação, os preços dos fertilizantes e corretivos e as
recomendações de uso desses insumos. No caso de pastagens em estágio moderado de
degradação, pelo menos 52% dos custos de implementação da tecnologia são relacionados
à etapa do plantio, sobretudo, em função do uso de fertilizantes e dos custos com sementes.
Por sua vez, as áreas de pastagens severamente degradadas apresentam custos operacio-
nais efetivos maiores em decorrência da adoção de técnicas mais intensivas, que incluem
práticas de preparo do solo (gradagem aradora, intermediária e niveladora) e o uso adicio-
nal de Cloreto de Potássio (KCl).

De modo geral, considerando um horizonte de investimento de dez anos, seriam neces-


sários, em média, cerca de R$383,77 bilhões ou U$77,46 bilhões para recuperar todas as
pastagens degradadas presentes nos Biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pampa e Pantanal.

Quando avaliado sob a perspectiva dos Estados, os custos de recuperação de pastagens


moderadamente degradadas, por hectare, variam entre R$908,45 e R$1.811,39. Por sua vez, o
custo para reformar um hectare de pastagem em estágio severo de degradação varia entre
R$1.498,69 e R$2.396,52.
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

O governo brasileiro estabeleceu como contribuição nacionalmente determinada, no âmbito


do Acordo de Paris, a recuperação de 15 Mha de pastagens degradadas no País. Além disso,
manifestou a intenção de dobrar as áreas recuperadas até 2030, como parte da iniciativa Pla-
no ABC+. Pressupondo que o governo brasileiro atenda a esses compromissos priorizando os
menores custos possíveis, seria necessário o investimento de, aproximadamente, R$21,17 bilhões
(U$4,27 bilhões) para recuperar 15 Mha de pastagens, no período atual. Caso sejam recuperados
30 Mha de pastagens, o valor investido seria de cerca de R$42,51 bilhões (U$8,58 bilhões).

Considerando o ganho potencial, em termos de taxa de lotação adicional, advindo da re-


cuperação, a adoção de tecnologias de reabilitação de pastagens pode ser viável e efeti-
va para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na pecuária e ainda gerar retornos
econômicos. No caso da recuperação de 15 Mha de pastagens, o retorno potencial seria de
R$15,60 bilhões (US$3,15 bilhões) no cenário atual e de R$581,25 milhões (US$117,40 mi-
lhões) em um cenário de preço médio. Por sua vez, os retornos econômicos da recupera-
ção de 30 Mha de pastagens, tal como indicadas no Plano ABC+, poderiam gerar R$33,04
bilhões (US$6,67 bilhões) no cenário atual e R$2,18 bilhões (US$439,64 milhões) em um
cenário de preço médio.

Os resultados encontrados reforçam a importância de análises de custos que considerem


os níveis de degradação, bem como as diferenças associadas às condições edafoclimáticas.
Ademais, o estudo avança ao evidenciar a relevância do conhecimento desses custos para
a definição, desenvolvimento e efetiva implementação das tecnologias de recuperação de
pastagens degradadas no Brasil.

38
Outro aspecto fundamental é a promoção de políticas que tenham como objetivo o forta-
lecimento e incremento da competitividade da produção e da distribuição de insumos e
fertilizantes no País de modo a reduzir a dependência externa, ampliando a competitividade
da atividade agropecuária no cenário internacional. Nesse sentido, também é essencial es-
tender as fontes de financiamento para recuperação de pastagens degradadas para outras
linhas de crédito oficiais, dado o potencial de sequestro de carbono no solo, além da poten-
cialidade em termos do aumento da produção e da redução da conversão de novas áreas de
vegetação nativa em pastagens.

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42
ANEXOS METODOLÓGICOS

A. BIOMA AMAZÔNIA

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Não dispomos de dados para os estados AC, AM, AP e PA. Por isso, utilizamos a estratégia K-ési-
mo vizinho mais próximo (KNN: K-nearest neighbors).

Tabela A1: Preço médio dos insumos entre os estados que


compõem o bioma Amazônia.

43
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Foi considerada a média dos preços das sementes das forrageiras Brachiaria ruziziensis, Brachia-
ria brizantha (humidicola) e Brachiaria decumbens, segundo dados da UNIPASTO (2022).
As recomendações de adubação, específicas para o bioma Amazônia, foram obtidas nos trabalhos de
Cavali et al. (2014) e Lange et al.(2018).19

CAVALI et al. Capítulo 12 - Pastagens na Amazônia Ocidental: Cenário e Manejo. In: Manejo dos solos e a sustentabilidade da produ-
19

ção agrícola na Amazônia Ocidental, 2014.


LANGE et. al. Uso de corretivos e fertilizantes em pastagem no bioma amazônico. Nativa Sinop, V.6, n.6, p.631-638, 2018.

Tabela A2: Custo médio total de recuperação/reforma de áreas degradadas no bioma


Amazônia.
44
Fonte: Elaboração própria.
Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Amazônia, foram obti-
das no trabalho de Cavali et al. (2014).20

20
CAVALI et al. Capítulo 12 - Pastagens na Amazônia Ocidental: Cenário e Manejo. In: Manejo dos solos e a sustentabilidade da produ-
ção agrícola na Amazônia Ocidental, 2014.

Tabela A3: Custo médio de manutenção no bioma Amazônia.

45
B. BIOMA CAATINGA
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Não dispomos de dados para os estados AL, CE, PB, PE, RN e SE. Por isso, utilizamos a
estratégia K-ésimo vizinho mais próximo (KNN: K-nearest neighbors).

Tabela B1: Preço médio dos insumos entre os estados que compõem o bioma Caatinga.

46
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Foi considerada a média dos preços das sementes das forrageiras Mombaça, Zuri, Massai
e Brachiaria decumbens, segundo dados da UNIPASTO (2022).
As recomendações de adubação, específicas para o bioma Caatinga, foram obtidas no trabalho
de Porto et al. (2014).21

21
PORTO et al., 2014. Características morfogênicas de cultivares do capim buffel submetidos à adubação nitrogenada. AGROPECUÁ-
RIA CIENTÍFICA NO SEMIÁRIDO (ACSA), V.10, n.1, 2014.

Tabela B2: Custo médio total de recuperação/reforma de


áreas degradadas no bioma Caatinga.

47
Fonte: Elaboração própria.
Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Caatinga, foram obtidas
nos trabalhos de Cavalcanti et al. (2003) e Santos et al. (2014).22
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

CAVALCANTI et al. Estratégias de manejo de pastagens cultivadas no semiárido. Embrapa Caprinos, 2003.
22

SANTOS et al. ATRIBUTOS MORFOGÊNICOS DE PASTOS DE CAPIM-MOMBAÇA ADUBADOS COM RESÍDUO DE LATICÍNIO. Revista
Caatinga, V.27, n.3, 2014.

Tabela B3: Custo médio de manutenção no bioma Caatinga.

48
C. BIOMA CERRADO

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Não dispomos de dados para os estados DF, MS, SP e TO. Por isso, utilizamos a estratégia
K-ésimo vizinho mais próximo (KNN: K-nearest neighbors)

Tabela C1: Preço médio dos insumos entre os estados que


compõem o bioma Cerrado.

49
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Foi considerada a média dos preços das sementes das forrageiras Brizantha (xaraes),
Ruziziensis e Brachiaria decumbens, segundo dados da UNIPASTO (2022)
As recomendações de adubação, específicas para o bioma Cerrado, foram obtidas nos traba-
lhos de Nascimento et al. (2002) e Santos et al. (2010).23

23
NASCIMENTO et al., 2002. NÍVEIS DE CALAGEM E FONTES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DO CAPIM TANZÂNIA (Panicum maxi-
mum Jacq. cv. Tanzânia). Pesquisa Agropecuária Tropical, 32(1), 2002.
SANTOS et al. Cap 23 - Adubação de pastagens. In: PIRES, A. V. (Ed.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.

Tabela C2: Custo médio total de recuperação/reforma de


áreas degradadas no bioma Cerrado.
50
Fonte: Elaboração própria.
Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Cerrado, foram obtidas
nos trabalhos de Nascimento et al. (2002) e Santos et al. (2010).24

24
NASCIMENTO et al., 2002. NÍVEIS DE CALAGEM E FONTES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DO CAPIM TANZÂNIA (Panicum maxi-
mum Jacq. cv. Tanzânia). Pesquisa Agropecuária Tropical, 32(1), 2002.
SANTOS et al. Cap 23 - Adubação de pastagens. In: PIRES, A. V. (Ed.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.

Tabela C3: Custo médio de manutenção no bioma Cerrado.

51
51
D. BIOMA MATA ATLÂNTICA
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Não dispomos de dados para os estados AL, CE, MS, PB, PE, RJ, RN, RS, SE e SP. Por isso,
utilizamos a estratégia K-ésimo vizinho mais próximo (KNN: K-nearest neighbors).

Tabela D1: Preço médio dos insumos entre os estados que


compõem o bioma Mata Atlântica.
52
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Foi considerada a média dos preços das sementes das forrageiras Brizantha (xaraes),
Ruziziensis e Brachiaria decumbens, segundo dados da UNIPASTO (2022). As recomendações de
adubação, específicas para o bioma Mata Atlântica, foram obtidas nos trabalhos de Santos et al.
(2010) e Oliveira et al. (2014).25

25
SANTOS et al. Cap 23 - Adubação de pastagens. In: PIRES, A. V. (Ed.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.
OLIVEIRA et al. Evolução na recomendação de fertilização de solos sob pastagens: eficiência e sustentabilidade na produção pecu-
ária. IN: IX Simpósio de Produção de Gado de Corte, Viçosa - MG, 2014.

Tabela D2: Custo médio total de recuperação/reforma de


áreas degradadas no bioma Mata Atlântica.

53
53
Fonte: Elaboração própria.
Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Mata
Atlântica, foram obtidas nos trabalhos de Santos et al. (2010) e Oliveira et al. (2014).26
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

E. BIOMA PAMPA

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Não dispomos de dados para o supersimples, por isso foi considerado o dado de SC. Por isso,
utilizamos a estratégia K-ésimo vizinho mais próximo (KNN: K-nearest neighbors).

26
SANTOS et al. Cap 23 - Adubação de pastagens. In: PIRES, A. V. (Ed.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.
OLIVEIRA et al. Evolução na recomendação de fertilização de solos sob pastagens: eficiência e sustentabilidade na produção pecu-
ária. IN: IX Simpósio de Produção de Gado de Corte, Viçosa - MG, 2014.

Tabela D3: Custo médio de manutenção no bioma Mata Atlântica.


Tabela E1: Preço médio dos insumos para o estado que compõe o bioma Pampa.

54
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Foi considerada a média dos preços das sementes das forrageiras Brizantha (xaraes), Ruziziensis, Zuri
e Brachiaria decumbens, segundo dados da UNIPASTO (2022)
As recomendações de adubação, específicas para o bioma Pampa, foram obtidas nos trabalhos de Barcellos
et al. (1987), Ferreira (2009) e Carvalho (2018)27

27
BARCELLOS et al. Influência da adubação e sistemas de pastejo na produção de pastagens naturais. Publicado no relatório anual da
Estação Experimental de Criação “Cinco Cruzes” de Bagé, 1987.
FERREIRA, E. T. Recria e terminação de novilhos de corte em pastagem natural submetida a diferentes manejos. Dissertação do Pro-
grama de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009.
CARVALHO, R. M. R. ESTRATÉGIAS DE USO DE PASTAGENS NATURAIS: DINÂMICA VEGETACIONAL E DESENVOLVIMENTO DE
NOVILHAS DE CORTE. Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), 2018.

Tabela E2: Custo médio total de recuperação/reforma de áreas


degradadas no bioma Pampa.

55
55
Fonte: Elaboração própria.
Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Pampa, foram
obtidas no trabalho de Santos et al. (2008).28
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

F. BIOMA PANTANAL

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Não dispomos de dados para o supersimples para o estado de MS, por isso foi considerado o
dado de MT. Por isso, utilizamos a estratégia K-ésimo vizinho mais próximo (KNN: K-nearest neighbors).

SANTOS et al. Eficiência bioeconômica da adubação de pastagem natural no sul do Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.2, p.437-
28

444, mar-abr, 2008.

Tabela E3: Custo médio de manutenção no bioma Pampa.


Tabela F1: Preço médio dos insumos para os estados que compõem o bioma Pantanal.

56
Nível de degradação
Operação/insumos Quantidade Custo unitário
(ha) (R$) Moderada Severa
(R$/ha) (R$/ha)

Preparo/correção do solo 225,65 706,33

Gradagem aradora 1,31 176,21 - 230,84

Gradagem intermediária 0,88 173,89 - 153,02

Gradagem niveladora 0,54 179,29 - 96,82

Calcário dolomítico 1,00 158,84 158,38 158,38

Calagem carregamento
0,05 171,14 8,56 8,56
(mecanizado)

Calagem formação 0,33 173,04 57,10 57,10


(mecanizado)

Calagem formação 0,12 13,26 1,61 1,61


(manual)

Plantio 792,59 920,82

Semente 12,00 46,60 559,24 559,24

Semeadura a lanço
0,13 214,15 27,84 27,84
(mecanizado)

Semeadura a lanço
0,15 13,26 1,99 1,99
(manual)

Compactação da semente 0,31 155,89 48,33 48,33

Adubação (mecanizado) 0,16 214,15 34,26 34,26

Adubação (manual) 0,15 13,26 1,99 1,99

Superfosfato simples 0,02 1.779,50 35,59 35,59

Fosfatagem carregamento
0,02 171,14 2,85 2,85
(mecanizado)

Fosfatagem formação 0,16 214,15 34,26 34,26


(mecanizada)

Fosfatagem formação
0,15 13,26 1,99 1,99
(manual)

Cloreto de Potássio 0,06 2.137,10 - 128,23

Ureia 0,02 2.212,50 44,25 44,25

Custo médio total 1.018,24 1.627,15

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Foi considerada a média dos preços das sementes das forrageiras Brizantha (humidicola), Ma-
randu e Brachiaria decumbens, segundo dados da UNIPASTO (2022).
As recomendações de adubação, específicas para o bioma Pampa, foram obtidas nos trabalhos de
Cunha et al. (1981) e Filho e Pott (1996).29

29
CUNHA et al. Respostas de forrageiras a nutrientes em solos de planície sedimentar do Rio Taquari, Pantanal Mato-Grossense. Em-
brapa - Circular Técnica n.7, 1981.
FILHO, J. A. C.; POTT, A. INTRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORRAGEIRA SEM "CORDILHEIRA" DESMATADA NA SUB-REGIÃO DOS
PAIAGUÁS, PANTANAL MATO-GROSSENSE. Corumbá, MS: EMBRAPA-CPAP, 1996. 40p. (EMBRAPA-CPAP. Boletim de Pesquisa, 5).

Tabela F2: Custo médio total de recuperação/reforma de áreas


degradadas no bioma Pantanal.

57
Quantidade Custo unitário Moderada
Operação/insumos
(ha) (R$) (R$/ha)

Correção do solo 45,13

Calcário dolomítico 1,00 158,38 31,68

Calagem carregamento (mecanizado) 0,05 171,14 1,71

Calagem formação (mecanizado) 0,33 173,04 11,42

Calagem formação (manual) 0,12 13,26 0,32

Adubação 162,41

Superfosfato simples 0,02 1.779,50 17,80

Cloreto de Potássio 0,06 2.137,10 64,11

Ureia 0,06 2.212,50 44,25

Adubação (mecanizada) 0,16 214,15 34,26

Adubação (manual) 0,15 13,26 1,99

Total 207,54

Fonte: Elaboração própria.


Nota: As recomendações de adubação de manutenção, específicas para o bioma Pantanal, foram obtidas
nos trabalhos de Cunha et al. (1981) e Filho e Pott (1996).30
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

30
CUNHA et al. Respostas de forrageiras a nutrientes em solos de planície sedimentar do Rio Taquari, Pantanal Mato-Grossense. Em-
brapa - Circular Técnica n.7, 1981.
FILHO, J. A. C.; POTT, A. INTRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORRAGEIRA SEM "CORDILHEIRA" DESMATADA NA SUB-REGIÃO DOS
PAIAGUÁS, PANTANAL MATO-GROSSENSE. Corumbá, MS: EMBRAPA-CPAP, 1996. 40p. (EMBRAPA-CPAP. Boletim de Pesquisa, 5).

Tabela F3: Custo médio de manutenção no bioma Pantanal.

58
G. ANÁLISE DE COE:
RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.

Tabela G1: Análise de custo operacional efetivo (R$/ha):


Pastagens em estágio moderado de degradação.

59
H. ANÁLISE DE COE:
REFORMA DE PASTAGENS
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Fonte: Elaboração própria.


Nota: Valores reais de 05/2022, corrigidos pelo IPCA.

Tabela H1: Análise de custo operacional efetivo (R$/ha): Pastagens


em estágio severo de degradação.
60
I. VALORES DE PRODUTIVIDADE

Fonte: Elaboração própria, com base no estudo de Barbosa et al. (2015)31.

31
BARBOSA, F. A. et al. Cenários para a pecuária de corte amazônica. Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG. 1. ed. - Belo Hori-
zonte: Ed. IGC/UFMG, 2015. 146 p.

Tabela I1: Valores de produtividade - UA/ha, kg de peso vivo


(PV)/ha/ano e arroba/ha/ano, em diferentes tecnologias nos
sistemas de produção, em pastagens no Brasil.
61
61
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

62
63
CUSTOS DA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS NOS ESTADOS E BIOMAS BRASILEIROS

Rua Itapeva, 474 - Bela Vista


CEP 01332-000 - São Paulo - SP - Brasil
Phone: +55 (11) 3799-3645
gvagro@fgv.br

fgv.br/eesp

64

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