Você está na página 1de 7

CAUSAS MAL DEFINIDAS E INESPECÍFICAS – NOTAS TÉCNICAS

Apresentação

O manual para a Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão (CID-10)


conceitua causa mal definida como toda a afecção para a qual não houve o necessário
estudo do caso para estabelecer um diagnóstico final. As afecções, sinais e sintomas
incluídos na categoria das causas mal definidas consistem em: a) casos para os quais não
se possa chegar a um diagnóstico mais preciso, mesmo depois que todos os fatos que
digam respeito ao caso tenham sido investigados; b) sinais ou sintomas existentes no
momento da primeira consulta que se mostrem de caráter transitório e cujas causas não
possam ser determinadas; c) diagnósticos provisórios atribuídos a um paciente que não
retorne a consulta para aprofundamento da investigação do diagnóstico ou para
assistência; d) casos encaminhados a outros locais para investigação ou tratamento antes
que o diagnóstico fosse feito; e) casos para os quais não foi possível estabelecer um
diagnóstico mais preciso por qualquer outra razão; f) alguns sintomas para os quais se
fornece informação complementar e que representam por si só importantes problemas na
assistência médica.
A rigor, os óbitos de causas mal definidas costumam ser aqueles codificados no capítulo
“R” do CID 10 (R00-R99). Entretanto, também podem ser considerados como “mal
definidos” os óbitos por causas violentas sem a devida descrição das circunstâncias em
que ocorreu a violência, como, por exemplo: os acidentes de transporte que não
descrevem os tipos de veículos envolvidos, as quedas não especificadas, os traumatismos
codificados em “S” ou em “T” em que não há menção do acidente ou violência, entre outras
situações. Também são alvo de investigação, as mortes declaradas como septicemia ou
choque séptico, como prematuridade, anóxia intrauterina, sofrimento fetal, carcinomatose,
entre outras.
Um óbito declarado como sendo de causa mal definida pode ser conseqüência de
problemas relacionados ao acesso aos serviços à saúde e a qualidade da assistência
prestada à população nestes serviços, em especial, os meios de apoio diagnóstico
(serviços de laboratório e de radiologia, por exemplo) e o atendimento médico. Assim, um
elevado coeficiente de mortalidade por causas mal definidas e, dentre elas, as atribuídas à
falta de assistência médica, sugere uma baixa qualidade e resolutividade dos serviços de
saúde e uma precária organização do serviço de vigilância em saúde de um município.
O relatório Saúde Brasil 2006 do Ministério da Saúde traçou o seguinte perfil da
mortalidade por causas mal definidas no país: a proporção de óbitos por causas mal
definidas aumenta gradualmente com a idade (são relativamente poucos óbitos nas faixas
etárias mais jovens [até 25 anos]); as taxas são maiores na população feminina do que na
masculina; as taxas padronizadas são maiores nos negros que nos brancos em todas as
regiões do Brasil (exceto na Região Sul). Elas constituem a primeira causa de óbito nas
Regiões Norte e Nordeste, havendo uma nítida tendência de diminuição da proporção de
causas mal definidas com o aumento da escolaridade. Elas apresentam um percentual
sensivelmente menor entre os beneficiários dos planos de saúde e ocorrem,
predominantemente, no domicílio.

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - DIVEP


CAUSAS MAL DEFINIDAS E INESPECÍFICAS – NOTAS TÉCNICAS

Os altos percentuais de óbitos de causas mal definidas impedem o uso da informação


sobre a causa da morte para determinar sua contribuição na mudança do padrão de
mortalidade e o impacto nos diferentes grupos da população.
O problema das altas taxas de óbitos por causas mal definidas em muitos estados
brasileiros tornou-se alvo das discussões da Vigilância em Saúde e, em 2004, os
municípios tiveram que estabelecer metas de redução das taxas de mortalidade por causas
mal definidas na Pactuação Programada e Integrada (PPI).
O tema também passou a ser incluído no Pacto Pela Saúde (Pacto pela Vida) em
2007, propondo uma meta de óbitos com causa definida de 90% no Sistema de Informação
de Mortalidade (SIM).

Origem dos dados

Os dados disponíveis são provenientes do Sistema de Informação de Mortalidade -


SIM gerido pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia – SESAB, em articulação com
as Secretarias Municipais de Saúde do Estado, Núcleos Regionais de Saúde e Bases
Operacionais de Saúde, quando o óbito ocorre no âmbito do nosso Estado.

Vale destacar que as Secretarias Municipais de Saúde coletam as Declarações de


Óbitos (DO) provenientes das Unidades de Saúde e dos Cartórios e digitam no SIM as
informações nelas contidas, depois que o técnico Codificador determina a causa básica do
óbito, partir do declarado pelo médico atestante. Ocasionalmente, quando a Secretaria
Municipal de Saúde não tem em seu quadro de funcionários um Codificador, o processo
de codificação é assumido pela sua Base Operacional de Saúde.

Para os óbitos de residentes na Bahia que ocorrem fora do Estado, existe uma rotina
de retroalimentação do próprio Sistema de Informação de Mortalidade – SIM, que faz essa
captação para a base de dados do Estado.

Atualmente, as declarações de óbito são codificadas utilizando-se a 10ª Revisão da


Classificação Internacional de Doenças - CID-10.

É importante salientar que em 2011, houve uma mudança no conteúdo da Declaração


de Óbito, que promoveu um maior detalhamento das informações coletadas. Para este
ano, foram utilizados simultaneamente dois formulários, o antigo e um novo. Para mais
detalhes sobre as mudanças ocorridas e os seus efeitos, veja o documento "Sistema de
Informações sobre Mortalidade - SIM. Consolidação da base de dados de 2011".

Atualização dos dados

O banco de dados do Estado é alimentado a partir do recebimento e processamento


dos arquivos de transferências (AT) de dados, enviados via transmissor de dados,
SISNET, pelas Bases Operacionais de Saúde e Secretarias Municipais de Saúde.
Posteriormente, os dados são convertidos em arquivos no formato DBASE (.dbf), cuja
estrutura se adequa ao que se deseja disponibilizar no TABNET.

É importante ressaltar que mesmo após a consolidação dos dados no nível nacional,
a Bahia continua fazendo a captação de óbitos declarados tardiamente em seu banco de

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - DIVEP


CAUSAS MAL DEFINIDAS E INESPECÍFICAS – NOTAS TÉCNICAS

dados, visando minimizar os efeitos da subnotificação e tornar a captação mais próxima


da realidade.

Descrição das variáveis disponíveis para tabulação

Para a avaliação de óbitos por causas mal definidas, foi seguido o modelo de
tabulador da Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas (CGIAE),
com as seguintes variáveis:

:: Variáveis de conteúdo ::

Óbitos p/ local residência

Número de óbitos segundo o local de residência do falecido.

Óbitos p/ local ocorrência

Número de óbitos segundo o local de ocorrência do óbito.

Óbitos p/ local instalação

Número de óbitos segundo o local onde o Sistema de Informação de Mortalidade


(SIM) está instalado. Esse conteúdo permite se conhecer os locais onde estão sendo
digitadas as declarações de óbitos (DO).

Proporção de causas maldef

Indicador de proporção de óbitos por causas mal definidas de falecidos residentes na


Bahia. Para obter a proporção, deve-se selecionar uma das listas (Lista1, Lista2 ou
Lista3) de causas mal definidas existentes, na linha ou na coluna.

:: Variáveis de linha, coluna e seleção ::

Mal Def-Lista1-Mathers

Apresentação da lista de causas mal definidas utilizada para comparações


internacionais. Com as seguintes causas:

− Capitulo 18 da CID 10: R00-R99


− Causas externas de intenção indeterminada: Y10-Y34, Y872;
− Doenças Cardiocirculatórias mal definidas: I472, I490, I46, I50, I514, I515, I516,
I519, I709;
− Neoplasia de sítio primário indeterminada: C76, C80, C97.

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - DIVEP


CAUSAS MAL DEFINIDAS E INESPECÍFICAS – NOTAS TÉCNICAS

Mal Def-Lista2-RegraA

Apresentação da lista de causas de morte mal definidas utilizadas pelo Seletor


de Causa Básica (SCB) do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do
Ministério da Saúde (MS), para fins de aplicação de regras de seleção de causas
básicas (RMA), em conformidade com a definição da CID-10. Com as seguintes

− R00-R94 e R96-R99: Sintomas, sinais e achados anormais


− I469: Parada cardíaca não especificada
− I959: Hipotensão não especificada
− I99: Outros transtornos do aparelho circulatório e os não especificados
− J960: Insuficiência respiratória aguda
− J969: Insuficiência respiratória não especificada
− P285: Insuficiência respiratória do recém‐nascido

Mal Def-Lista3-Cap18

Apresentação da lista de causas mal definidas segundo o capítulo 18, da CID-


10. Com as seguintes causas:

R00 – R99: Sintomas, sinais e achados anormais.

UF

Unidade federativa por residência ou ocorrência, dependendo do conteúdo escolhido:


“Óbitos p/ local residência” ou “Óbitos p/ local ocorrência”

Município-BA

Município de ocorrência do óbito ou de residência do falecido. Essa variável está


relacionada à categoria selecionada no quadro “Conteúdo” e apresenta todos os
municípios da Bahia. É utilizada quando se desejar delimitar os municípios ao estado
da Bahia.

Município-BR

Município de ocorrência do óbito ou de residência do falecido. Essa variável está


relacionada à categoria selecionada no quadro “Conteúdo” e apresenta todos os
municípios do Brasil. É particularmente utilizada quando a tabulação for por local de
ocorrência, visto que um óbito pode ocorrer em qualquer cidade ou Estado.

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - DIVEP


CAUSAS MAL DEFINIDAS E INESPECÍFICAS – NOTAS TÉCNICAS

Região de Saúde/Município

Apresentação dos dados segundo a composição de Região de Saúde e seus


municípios integrantes. Essa variável está relacionada à categoria selecionada no
quadro “Conteúdo”.

Região de Saúde (CIR)

Apresentação dos dados segundo a composição das 28 Regiões de Saúde. Essa


variável está relacionada à categoria selecionada no quadro “Conteúdo”.

Núcleo Regional Saúde/Mun

Apresentação dos dados segundo a composição dos 9 Núcleos Regionais de Saúde e


seus municípios integrantes. Essa variável está relacionada à categoria selecionada no
quadro “Conteúdo”.

Núcleo Regional de Saúde

Apresentação dos dados segundo a composição dos 9 Núcleos Regionais de Saúde


(NRS). Essa variável está relacionada à categoria selecionada no quadro “Conteúdo”.

NRS/Região Saúde/Mun

Apresentação dos dados segundo a composição hierárquica dos 9 Núcleos Regionais


de Saúde (NRS), suas Regiões de Saúde e seus municípios integrantes. Essa variável
está relacionada à categoria selecionada no quadro “Conteúdo”.

NRS/Região de Saúde

Apresentação dos dados segundo a composição dos 9 Núcleos Regionais de Saúde


(NRS) e as suas Regiões de Saúde integrantes. Essa variável está relacionada à
categoria selecionada no quadro “Conteúdo”.

Base Operacional Saúde/Mun

Apresentação dos dados segundo a composição das Bases Operacionais de Saúde


(antigas DIRES) e seus municípios integrantes. Essa variável está relacionada à
categoria selecionada no quadro “Conteúdo”.

Base Operacional de Saúde

Apresentação dos dados segundo a composição das Bases Operacionais de Saúde


(antigas DIRES). Essa variável está relacionada à categoria selecionada no quadro
“Conteúdo”.

Trt Ident/Município

Apresentação dos dados segundo a composição de Território de Identidade e seus


municípios integrantes. Essa variável está relacionada à categoria selecionada no
quadro “Conteúdo”.

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - DIVEP


CAUSAS MAL DEFINIDAS E INESPECÍFICAS – NOTAS TÉCNICAS

Trt Identidade

Apresentação dos dados segundo a composição de Território de Identidade. Essa


variável está relacionada à categoria selecionada no quadro “Conteúdo”.

Região Metropolitana/RIDE

Apresentação dos dados segundo a composição dos municípios na Região


Metropolitana de Salvador (RMS), Feira de Santana e Juazeiro/Petrolina-PE. Essa
variável está relacionada à categoria selecionada no quadro “Conteúdo”.

Ano do Óbito

Ano de ocorrência do óbito. Estão disponíveis os dados a partir de 2006.

Mês do óbito

Mês de ocorrência do óbito.

Ano/Mês do óbito

Ano e mês do óbito agregados hierarquicamente.

Faixa Etária (13)

Faixa etária do falecido segundo as seguintes categorias:

• 0 a 6 dias
• 7 a 27 dias
• 28 a 364 dias
• Menor 1 ano (ign)
• 1 a 4 anos
• 5 a 9 anos
...
• 10 a 14 anos
• 75 a 79 anos
• 80 anos e mais
• Idade ignorada
Sexo
Autoexplicativo com as seguintes categorias:

• Masculino
• Feminino
• Ignorado

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - DIVEP


CAUSAS MAL DEFINIDAS E INESPECÍFICAS – NOTAS TÉCNICAS

Raça/Cor
Autoexplicativo com as seguintes categorias:

• Branca
• Preta
• Amarela
• Parda
• Indígena
• Ignorado

Estabelecimento de saúde

Relação de estabelecimentos de saúde que digitam ou digitaram pelo menos


uma declaração de óbito (DO).

Estabelecimento de saúde/Mun

Relação de estabelecimentos de saúde que digitam ou digitaram pelo menos


uma declaração de óbito (DO), segundo seus municípios.

Outras formas de obtenção de informações

• Tabulações especiais podem ser solicitados à Diretoria de Vigilância


Epidemiológica - DIVEP.
• Tabulações de dados de 1996 a 2013, oficialmente fechadas, podem ser obtidas
pelo Datasus, em: Informações de Saúde (TABNET) -> Estatísticas Vitais

Formas de contato com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVEP

• Por correspondência para:

Centro de Atenção à Saúde – CAS


Prof José Maria de Magalhães Netto
Rua Itatuba, 20
Parque Bela Vista
Salvador – Bahia
CEP 40279-700

• Pelo e-mail: sesab.divep@saude.ba.gov.br


• Por telefone: 71 3116-0017 / 0039

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - DIVEP

Você também pode gostar