Seleção e

padronização de
medicamentos

Prof. Me. Carlos Renato Nogueira

Mestre em Psicofarmacologia
Introdução
A escolha dos medicamentos que serão
utilizados dentro da unidade hospitalar é
considerado um instrumento de gestão que
possui, como objetivo principal, garantir a
segurança e eficácia do plano terapêutico
estipulado no paciente.
A seleção dos medicamentos e materiais
médico-hospitalares é realizada pela CFT
(comissão de farmácia e terapêutica) e deve
levar em consideração muitos fatores, como
qualidade, eficácia, preço etc.

*A CFT não realiza compras!

26/08/2022
Comissão de farmácia e terapêutica (CFT)
A CFT é uma organização composta por equipe
multidisciplinar (médico, enfermeiro e
farmacêutico) de caráter consultivo e
deliberativo que possui regimento próprio
dentro da unidade hospitalar. Dentre as
principais funções da CFT temos:

- Selecionar/os medicamentos da unidade

- Assessorar gestores e equipes de saúde
- Validar protocolos terapêuticos
- Desenvolver ações educativas na unidade
- Produzir material educativo
- Elaborar o guia farmacoterapêutico (GFT)

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Como selecionar?
A listagem com os medicamentos utilizados na
unidade é um processo contínuo e
multidisciplinar que visa atender às
necessidades hospitalares. Muitos pontos são
importantes aqui.

- Política de redução de custos

- Escolha baseada em evidências clínicas
- Atentar à propaganda da indústria (cuidado)
- Implantar protocolos padronizados
- Implantar lista de medicamentos essenciais
- Obedecer RENAME (SUS)

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Fatores que influenciam
Muitos fatores devem ser ponderados no ato da
escolha dos medicamentos à serem utilizados
no âmbito hospitalar, como:

- Tipo do hospital (geral, especial, porte etc)

- Patologias atendidas na unidade
- Dados epidemiológicos da região
- Qualidade x preço (eficácia*)
- Custo do tratamento
- Especialidades médicas da unidade
- Disponibilidade de recursos financeiros
- Sistema de distribuição adotado
- Infraestrutura física e de recursos

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Objetivos
•Garantir a segurança do paciente por meio de uma seleção racional.
•Aumentar a qualidade da farmacoterapia
•Facilitar a vigilância farmacológica (menos ativos = maior rastreabilidade de PRM)
•Reduzir erros de medicação
•Uniformizar as prescrições e reduzir reações adversas
•Agilizar as prescrições
•Uniformizar e disciplinar o receituário com uniformidade terapêutica
•Reduzir custos da terapêutica mantendo sua segurança e efetividade
•Diminuir a quantidade de produtos e de formas farmacêuticas
•Melhorar a comunicação entre as equipes de farmácia, medicina, enfermagem e administrativas
•Implantar um guia farmacoterapêutico (GFT)

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Guia farmacoterapêutico (GFT)
O GFT é um manual técnico-científico prático
sobre as informações dos ativos, patologias e
protocolos que deve ser adotado dentro da
unidade.

Possui o papel de representar a missão, cultura

do hospital e a qualidade da terapia
farmacológica, baseando-se em evidências
científicas e de relevância social.

Prescrições que contenham medicamentos que não

estão neste guia devem ser acompanhadas de parecer
técnico-científico, justificativa e termo de
responsabilidade assinado pelo prescritor!

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Informações contidas no GFT
•Normas, procedimentos e recomendações ao uso de medicamentos (composição, características
e funcionamento da CFT, informações regulatórias sobre prescrição, dispensação e
administração de medicamentos, normas de controle de entorpecentes, psicotrópicos e
medicamentos de uso especial).
•O conteúdo deve conter no mínimo nome genérico do princípio ativo e suas associações, formas
comerciais disponíveis no hospital, dose usual em pacientes adultos e pediátricos, indicações
aprovadas, normas e recomendações especiais referente à sua prescrição, conservação,
administração (como: “uso restringido a...”, “não administrar por via IV”, “proteger da luz”, etc.)
•Relação dos medicamentos aprovados no hospital, incluindo as informações básicas sobre cada
um, com orientações farmacológicas e clínicas.
•Critérios de inclusão e exclusão de medicamentos

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Lista de informações rápidas
•Medicamentos contraindicados na gravidez
•Administração de medicamentos para pacientes com insuficiência renal e hepática
•Tabelas de interações simplificada entre medicamentos e alimentos
•Tabelas de interferência de medicamentos com exames laboratoriais
•Fórmulas padrões de nutrição parenteral
•Tabelas contendo o íon sódio para cada medicamento
•Situações e padronização dos carros de emergência
•Tabela de concentração de eletrólitos e suas equivalências em diferentes unidades
•Aspectos de toxicologia clínica

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Recomendação
É recomendável que o GFT esteja disponível em
versão on-line com suporte para dispor na rede
de intranet do hospital, para ser acessada em
qualquer terminal em sua versão atualizada.

Um exemplar da última edição do GFT deve

ficar disponível em cada unidade onde se tem o
tratamento dos pacientes (salas de
hospitalização, unidades de cuidados especiais,
urgências etc.)

* O GFT deve ser difundido para toda equipe do hospital!

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Programação
Após ter em mãos a listagem dos
medicamentos selecionados, os primeiros
pedidos de compra deverão ser emitidos para o
abastecimento do hospital. Para isso, é
necessário uma programação.

- Identificar as necessidades
- Estimar as quantidades/demandas
- Elaborar especificações técnicas dos itens

A programação inadequada impacta diretamente

sobre o abastecimento e o acesso ao medicamento,
bem como sobre o nível de perdas dos produtos.

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Programação - Considerar
•Modalidade de compra
•Área física da CAF
•Disponibilidade/Capacidade do fornecedor
•Demanda (Prever tendências futuras)
•Recursos financeiros disponíveis
•Instituição publica ou privada
•Cronograma de execução/Periodicidade
•Histórico de consumo (3 meses anteriores)
•Sazonalidade
•Estoque mínimo (segurança)
•Estoque máximo
•Ruptura de estoque
•Perfil epidemiológico (dados de morbimortalidade)

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Para fixar!
(FEPESE – SC/ 2019) A padronização de medicamentos para um serviço de saúde depende do
serviço chamado seleção de medicamentos. Sobre este processo é correto afirmar:

a) A seleção de medicamentos é uma atividade privativa de farmacêuticos.

b) A seleção de medicamentos resulta nas listas padronizadas para sistemas de saúde ou
serviços específicos, como hospitais.
c) A seleção de medicamentos não tem por finalidade racionalizar custos.
d) A seleção de medicamentos não interfere na qualidade da informação sobre o medicamento, o
que facilita o fluxo da informação.
e) A seleção de medicamentos não impacta sobre a aquisição de medicamentos, sendo processos
separados na assistência farmacêutica.

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