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TEXTOS

Textos multimodais são caracterizados pela presença da linguagem


verbal (oral e/ou escrita) e linguagem não verbal (visual). Entre eles, podemos
citar: os infográficos, os anúncios, os cartuns, as propagandas, as tirinhas e as
charges.

O que são textos multissemióticos?

São aqueles que envolvem o uso de diferentes linguagens. Neste sentido, a


maioria dos gêneros que circulam socialmente são multissemióticos, pois
envolvem no mínimo a linguagem verbal e a visual (fotos, ilustrações, cores).
Um poema visual, por exemplo, configura-se como um texto verbo-visual. Esse
mesmo poema, disponibilizado nas mídias digitais, passa a envolver também a
linguagem audiovisual. Nesse caso, a compreensão adequada do texto
depende da identificação dos efeitos de sentido produzidos pelo uso de
recursos gráficos articulados ao texto verbal.

Quais as características de um texto Multissemiótico?

Os textos multissemióticos são textos que apresentam muitos


elementos, como imagens, ícones e desenhos em sua constituição, ou seja,
são constituídos de várias linguagens (modos e semioses). Em geral, esses
textos informam por meio de recursos visuais, além do texto verbal.
DIALOGISMO
“[...] o dialogismo é o modo de funcionamento real da linguagem, é o
princípio constitutivo do enunciado”. Segundo o autor, esse também é o
princípio responsável pela unificação da teoria bakhtiniana, pois “[o] dialogismo
são as relações de sentidos que se instauram entre enuncia- dos”.
O conceito de dialogismo foi elaborado pelo linguista russo Mikhail
Bakhtin, que o explica como o mecanismo de interação textual muito comum na
polifonia, processo no qual um texto revela a existência de outras obras em seu
interior, as quais lhe causam inspiração ou algum influxo.
Estudos em torno à obra de Bakhtin tendem a dividir o dialogismo em
duas formas: o diálogo entre interlocutores, baseado na interação fundadora da
linguagem, e a relação entre discursos, chamada polifonia, ou seja, as vozes
exteriores que marcam nosso discurso. Além desse tipo de dialogismo, Fiorin
(2008) defende que há mais dois: o dialogismo constitutivo e o dialogismo
composicional.
A Comunicação Dialógica, uma das nove teorias de comunicação
existentes no mundo, estabelece que a partir dos diálogos reflexivos entre dois
ou mais sujeitos, que aportam seus conhecimentos sobre um mesmo objeto
cognoscível, gera um terceiro conhecimento, denominado por Freire (1975) de
“conhecimento autêntico”.
Há claramente uma distinção entre as relações dialógicas e aquelas que
se dão entre textos. Por isso, chamaremos qualquer relação dialógica, na
medida em que é uma relação de sentido, interdiscursiva. O termo
intertextualidade fica reservado apenas para os casos em que a relação
discursiva é materializada em textos.
As relações dialógicas, conforme Fiorin (2008) “podem ser contratuais
ou polêmicas, de divergência ou de convergência, de aceitação ou de recusa,
de acordo ou de desacordo, de entendimento ou de desentendimento, de
avença ou de desavença, de conciliação ou de luta, de concerto ou de
desconcerto” (FIORIN, 2008, p. 24).
Dialogismo se refere ao princípio constitutivo da linguagem, enquanto a
polifonia é uma estratégia discursiva, conforme destaca Barros (2003). O
dialogismo é resultante de um embate de vozes, enquanto a polifonia é a
menção a essas vozes em um texto.
POLIFONIA
Nos estudos linguísticos, o termo polifonia foi criado pelo filósofo russo
Mikhail Bakhtin (1895-1975). Esse conceito representa a pluralidade ou
multiplicidade de vozes presentes nos textos, que, por sua vez, estão
fundamentados em outros.
A polifonia é o fenômeno de várias vozes no texto, pois, em um mesmo
texto, pode-se ter a presença de mais de um enunciador falando. Este é um
fenômeno interessante, pois, sendo as vozes explícitas ou implícitas, é
permitido que o emissor mostre perspectivas diversas da sua, para se
identificar com elas ou refutá-las.
Na polifonia, o dialogismo se deixa ver ou entrever por meio de muitas
vozes polêmicas; já, na monofonia, há, apenas, o dialogismo, que é constitutivo
da linguagem, porque o diálogo é mascarado e somente uma voz se faz ouvir,
pois as demais são abafadas.
DISCURSO
é toda situação que envolve a comunicação dentro de um determinado
contexto e diz respeito a quem fala, para quem se fala e sobre o que se fala.
Quanto à fala, na narração pode vir de três formas: discurso direto, discurso
indireto e discurso indireto livre.
O discurso apresenta-se como um pensamento coletivo, ou seja, um
conjunto de ideias comuns, partilhadas por um grupo. O texto é a manifestação
concreta do discurso através de uma forma de linguagem, que pode ser verbal
ou não verbal: literatura, pintura, música, fotografia,...
Assim, a estrutura básica do discurso direto é: verbo de elocução - dois-
pontos - mudança de linha - parágrafo - travessão. O travessão indica o
começo da fala de uma personagem, mas também a mudança de
interlocutores, como a mudança da voz da personagem para a voz do narrador.
Narrativa é uma análise maior sobre determinado problema, que aponta
diagnóstico e tratamento. É construída em textos maiores, com
argumentações, citações, referências históricas. Discurso é a apresentação
curta dessa narrativa em determinado momento.
ENUNCIADO
Sequência de palavras de forma a constituir uma frase, um conjunto de
frases ou um pensamento acabado. Neste último sentido, uma simples palavra
significativa: “Ninguém!” (por exemplo, resposta chave conhecida da peça de
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa) pode constituir um enunciado.
O termo enunciação refere-se à atividade social e interacional por meio
da qual a língua é colocada em funcionamento por um enunciador (aquele que
fala ou escreve), tendo em vista um enunciatário (aquele para quem se fala ou
se escreve). O produto da enunciação é chamado enunciado.
Frase: estrutura de palavras organizadas em conformidade com as
regras de sintaxe. Enunciado: realização de uma frase numa situação
comunicativa determinada. A uma frase corresponde um número infinito de
enunciados potenciais; diferentes enunciados de uma frase têm geralmente
sentidos diferentes.
A abordagem epilinguística se caracteriza por estimular a capacidade do
aluno de falar sobre a linguagem, descrevê-la e analisá-la como objeto de
estudo. Os alunos são incentivados a refletir sobre a estrutura e o
funcionamento da língua, compreendendo os diferentes elementos que a
compõem. Isso envolve discutir regras gramaticais, analisar estruturas de
frases, identificar classes de palavras, entre outros aspectos linguísticos.

A aprendizagem da escrita de textos nos anos iniciais do ensino


fundamental tem sido separada do ensino de gramática, que se concentra em
exercícios descritivos limitados a frases. Nesse sentido, as atividades
propostas são epilinguísticas, o que significa que se caracterizam por estimular
a capacidade do aluno de falar sobre a linguagem, descrevê-la e analisá-la
como objeto de estudo.
Trecho para as questões 09 e 10
É claro que ninguém há de acreditar que uma goma de mascar, um
adoçante ou um guaraná proporcionem a transmigração das almas.
Nesse enunciado,
A a oração “É claro” é modalizadora, reforçando o parecer de certeza
com que a afirmação é feita.
B o sujeito da forma verbal “há” é inexistente, motivo pelo qual ela está
flexionada na 3ª pessoa do singular.
C o verbo “acreditar” é transitivo direto e é complementado por uma
oração subordinada substantiva direta.
D a palavra “que” tem classificação morfossintática diferente em cada
situação em que aparece.
E o verbo "proporcionar" apresenta dois complementos, um objeto direto
e um objeto indireto.
Segundo Castilho e Castilho (2002), a modalização põe em movimento
diversos recursos linguísticos, entre eles a expressão "é claro que". Tal
expressão é uma forma de modalização, a qual o autor pretende fazer parecer
verdadeiro o seu discurso ou argumento; ou seja, a intenção do autor é a de
imprimir mais autoridade aos argumentos, que se pretendem incontestáveis
(reforçando o parecer de certeza com que a afirmação é feita).
GABARITO: ALTERNATIVA A.
Referência bibliográfica:
-> CASTILHO, Ataliba; CASTILHO, Célia. Advérbio modalizadores. In:
ILARI, Rodolfo (org). Gramática do português falado. Campinas: Ed.
Unicamp/Fapesp, 1992, 2.v.

Texto I

Mudanças

Tudo é uma constante mudança. As pessoas mudam, o mundo muda...


Tudo se transforma com o tempo, nada permanece igual. O que nos resta são
os bons momentos que foram vividos e que ficaram guardados para sempre
em nossa lembrança. Devemos viver cada segundo intensamente. Nada é
perfeito e em nossa vida surgem obstáculos diante dos quais, muitas vezes,
nos vemos sem saída e sem solução. Aí pensamos e surge a dúvida: Será que
existe luz no "fim do túnel"?

Para tudo existe uma solução e o maior e principal problema está em


nós mesmos, em nossa dificuldade de encarar os fatos e lutarmos por aquilo
que realmente desejamos. Toda pessoa possui dentro de si um certo medo,
uma insegurança em não conseguir e em ser um perdedor; mas a vida é uma
intensa provocação, e devemos encará-la de "peito aberto" para poder vencer
e mostrar a nós mesmos que somos capazes de lutar e sermos os melhores.
Devemos sempre seguir a voz de nosso coração e seguir sem medo de viver.
Vamos inovar se preciso for e assumir as consequências de nossas inovações.
(Autor desconhecido. Disponível em:
pensador.uol.com.br/tudo_e_uma_constante_mudanca/Acesso em:
06/04/2023. (Adaptado).

Esse texto apresenta marcas do registro informal da língua. Há exemplo


dessa marca no trecho

A em nossa vida surgem obstáculos diante dos quais, muitas vezes, nos
vemos sem saída
B Para tudo existe uma solução e o maior e principal problema está em
nós mesmos.
C Toda pessoa possui dentro de si um certo medo, uma insegurança em
não conseguir e em ser um perdedor.
D Devemos sempre seguir a voz de nosso coração e prosseguir sem
medo de viver.
E Vamos inovar, se preciso for, e assumir as consequências de nossas
inovações.
Sobre o texto informal, sabemos que esse tipo de texto é o que não
segue as regras da Língua Portuguesa, o Dicionário Online de Português
afirma que a palavra "informal" significa: "Que não é formal; que não apresenta
formalidades, regras, cerimônias, convenções ou etiquetas", já na linguagem
formal as regras da língua são seguidas.
Alternativa (a). Essa é a nossa alternativa, pois na frase "em nossa vida
surgem obstáculos diante dos quais, muitas vezes, nos vemos sem saída"
vemos marcas de linguagem informal, porque essa informação se apresenta
comum na oralidade, na linguagem falada em um contexto informal.

Muitas canções populares brasileiras trazem reflexões semelhantes a


que é proposta nesse texto. Assinale a alternativa que apresenta um trecho de
canção que melhor se adequa às ideias apresentadas no texto.

A Quem acredita sempre alcança (Legião Urbana)


B É preciso saber viver (Titãs)
C Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será (Gonzaguinha)
D Agora é brincar de viver /Não esquecer, ninguém é o centro do
universo (Maria Betânia)
E Não deixa ninguém controlar sua vida / Acorde e repense tudo de novo
(Charles Brow Jr)

Texto II

Cântico VI

Tu tens um medo de Acabar.

Não vês que acabas todo dia.

Que morres no amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que te renovas todo dia.

No amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.
Que és sempre outro.

Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas.

Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record,1963


(fragmento).

Todo o poema é construído com base em oposições que coexistem e


parecem se complementar por meio do paralelismo semântico. Isso pode ser
exemplificado em
A “acabas” (v.3) x “te renovas” (v.8).
B “não teres medo” (v.15) x “serás eterno”(v. 16).
C “na tristeza"(v.4) x “na dúvida”(v5).
D “idades imensas” (v.14) x “não teres medo” (v15)
E “no amor” (v.8) x “na tristeza” (v9).

Acerca do texto lido, julgue os itens a seguir:

I. O texto traz uma temática existencialista, levando o leitor a uma


reflexão por meio da ironia sobre o amor e a morte.
II. Ao longo do texto, o eu lírico induz seu interlocutor a transcender,
sublimar o medo da morte, para, assim, alcançar a eternidade. Essa superação
estaria associada à capacidade de esse interlocutor se emocionar, sentir e,
assim, renovar-se.
III. No primeiro e segundo verso, o eu-lírico afirma que “tu”, o
interlocutor, tem medo da morte. O eu lírico fala ao Tu/outro com intimidade,
como se o conhecesse tão bem de forma a apontar o medo dele.
Está(ão) correto(s):
A Apenas I e II
B Apenas I
C Apenas II
D Apenas II e III
E I, II, III

Acerca da construção da oração “O adoçante faz surgirem do nada


violinistas e guitarristas”, assinale a alternativa correta.
A A flexão do verbo na 3ª pessoa do plural é exemplo de inadequação à
regra gramatical, pois não concorda com o sujeito.
B O termo “do nada” refere-se ao verbo “surgir”, complementando seu
sentido e funcionando como objeto indireto.
C O termo “violinistas e guitarristas” funciona como sujeito composto,
fazendo com que o verbo a que se refere fique no plural.
D A transitividade da locução “faz surgirem” é transobjetiva, uma vez que
o termo “do nada” é predicativo do objeto.
E O termo “o adoçante” funciona como sujeito da locução verbal “faz
surgirem” e “violinistas e guitarristas” é o objeto direto.
Alternativa A: incorreta. A forma verbal "surgirem" está no plural para
concordar com o sujeito posposto "violinistas e guitarristas". A frase na ordem
direta seria: -> O adoçante faz violinistas e guitarristas surgirem do nada.
Alternativas B e D: incorretas. A expressão "do nada" é adverbial; ou
seja, um adjunto adverbial.
ALTERNATIVA C: CORRETA (GABARITO). Ver comentário da
alternativa A.
Alternativa E: incorreta. O termo "o adoçante" exerce a função de sujeito
do verbo "fazer".

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