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DIRETRIZES E PRINCÍPIOS
QUE PODERIA TER FEITO PESSOALMENTE PARA TER EVITADO A SITUAÇÃO QUE
Inúmeros manuais e livros falam sobre o acidente. Você já deve ter lido diversos
Relatórios e Recomendações. O artigo abaixo é bastante abrangente, pois introduz
muito mais questões do que respostas, em relação ao acidente de trabalho. As
diversas seções dos textos nos ajudam a fazer uma reflexão sobre a prevenção no dia a
dia e nos levam às perguntas essenciais que todos tentamos evitar.
Tradução livre de uma publicação do Canadian Centre for Occupational Health & Safety
1. que é um acidente e porque deve ser investigado?
2. Quem deve investigar o acidente?
3. O supervisor imediato do setor onde ocorreu o acidente deve fazer parte da
investigação? Porque?
4. Quais as etapas envolvidas na investigação de um acidente?
5. O que deve ser verificado como a causa de um acidente?
6. Como os fatos devem ser coletados?
7. O que eu devo saber quando realizar as análises e conclusões
8. Como as recomendações devem ser feitas
9. O que deve ser feito quando a investigação revela erro humano
10. Como devem ser compartilhadas as informações da investigação
DEFINIÇÕES
O termo incidente refere-se a um evento imprevisível que não causa lesão ou dano
naquele momento mas tinha o potencial da causá-lo. O acidente pode ser definido
como um evento não planejado que interrompe o cumprimento de uma atividade e
pode ou não incluir lesão ou dano patrimonial. Razões para investigar um acidente de
trabalho:
a. encontrar a causa do acidente e prevenir acidentes similares no futuro
b. para cumprir determinação legal
c. para determinar o custo do acidente
d. para determinar o nível de conformidade legal da empresa com as NRs
e. para processar reclamações trabalhistas
INVESTIGAÇÃO
De forma ideal, a investigação deve ser conduzida por alguem experiente em causas de
acidentes, em técnicas de investigação e totalmente inteirado dos processos de
trabalho, procedimentos, pessoas e o ambiente das relações industriais naquela
situação particular. Em alguns países existem regulamentos que exigem uma
investigação conjunta, entre os representantes da gerencia e dos trabalhadores da
empresa. No Brasil, é o caso da NR-5 (CIPA):
Vários modelos de causas de acidente tem sido propostos, desde a teoria do domino
até a Arvore de Causas.
Essas causas podem ser agupadas em cinco categorias: tarefa, material ambiente,
pessoal e gestão.
TAREFA
a. foi utilizado procedimentos de segurança?
b. Houve mudanças nas condições que pudessem tornar os procedimentos inseguros?
c. As ferramentas e materiais apropriadas estavam disponíveis?
d. Os equipamentos de segurança estavam funcionando de forma apropriada?
e. Os empregados foram obrigados a trabalhar de forma insegura?
f. Para a maioria das questões, acrescente: se não, porque?”
MATERIAL
a. algum equipamento falhou?
b. O que causou a falha?
c. Os equipamentos tem um design ergonomico?
d. Haviam substancias perigosas envolvidas?
e. Havia uma substancia menos perigosa disponível?
f. A matéria-prima estava fora dos padrões?
g. Os EPI estavam sendo utilizados?
h. O uso dos EPIS foi precedido de treinamento?
Para todas as perguntas, “se não, porque?”
AMBIENTE DO TRABALHO
quais as condições do ambiente: ruido, calor, frio, iluminação, gases, poeiras fumos?
PESSOAL
a. os trabalhadores eram experientes no trabalho?
b. Eles estavam adequadamente treinados?
c. Eles podiam fisicamente fazer o trabalho?
d. Qual a situação de saúde deles?
e. Eles estariam apresentando fadiga?
f. Eles estariam submetidos a stress (do trabalho ou pessoal?)
GESTÃO
a. as normas de segurança foram comunidadas e entendidas por todos os
trabalhadores?
b. Haviam procedimentos por escrito?
c. Havia adequada supervisão?
d. Os trabalhadores haviam sido treinados?
e. Os riscos haviam sido previamente identificados?
f. Os equipamentos estavam em regular estado de manutenção?
g. Haviam inspeções de segurança regulares?
COLETA DE DADOS
As etapas de uma investigação de acidentes são simples: os investigadores reúnem e
analisam informações, desenham conclusões e fazem recomendações. Embora esses
procedimentos sejam objetivos, cada etapa pode ser as suas falhas. É necessário uma
mente aberta: noções preconceituosas pode resultar em algumas direções erradas
quando se deixa alguns fatos relevantes encobertos. Todas as possiveis causas devem
ser consideradas. Elaborar idéias e anotações enquanto ocorrem é uma boa prática
mas conclusões não devem ser tomadas antes que todas as informações tenham sido
colhidas. As tarefas imediatas mais importantes – operações de resgate, tratamento
médico das lesões e prevenção de lesões subsequentes – tem prioridade e não devem
sofrer interferências com essas atividades. Quando essas situações estiveram sob
controle, os investigadores então começam seus trabalhos.
EVIDENCIAS
Antes de tentar reunir informações, o local deve ser examinado por uma rápida
inspeção geral e identificação de todas as testemunhas. Em alguns paises, um local de
acidente não pode ser perturbado sem uma aprovação posterior de autoridades
oficiais. As evidencias físicas (indícios e vestígios) são as informações disponíveis
menos controversas. Estas evidencias são tambem sujeitas a uma rápida mudança ou
desaparecimento; entretanto, deve ser a primeira a ser registrada, além de:
O local deve ser fotografado antes de qualquer coisa ser movida, ambas a área em
geral e os itens específicos. Um estudo posterior cuidadoso desses materiais pode
revelar condições ou observações que possam ter sido omitidos. Desenhos da cena do
acidente baseados em medidas podem tambem ajudar em análises subsequentes e
poder auxiliar em relatórios escritos. Equipamentos danificados, carcaças e amostras
de material envolvidos podem ser removidos para análises posteriores por peritos.
Mesmo tendo sido realizadas fotos, devem ser preparadas anotações no local do
acidente.
NR-05
TITULO COMISSÃO INTERNA DE
PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA
(107.000-2)
ACIDENTE DE TRABALHO:
O RELATÓRIO FINAL
Em algumas situações a testemunha pode ser a fonte primária de informação visto que
você pode ser chamado para investigar um acidente sem estar em condições de
examinar a cena imediatamente após o evento. Devido ao fato de que a testemunha
pode estar sob grave stress emocional ou receosa de ficar à vontade, sem medo de
recriminação, entrevistar uma testemunha é provavelmente a tarefa mais difícil de um
investigador.
As testemunhas devem ser entrevistadas sozinhas, mais do que em grupo. Você pode
decidir entrevistar uma testemunha na cena do acidente onde será facil estabelecer as
posições de cada pessoa envolvida e para obter uma descrição dos eventos. Por outro
lado, pode ser preferível realizar as entrevistas em um escritório reservado, onde
deverá haver menos distrações. A decisão deverá depender, em parte da natureza do
acidente ou do estado mental da testemunha.
PERGUNTAS
Pergunte questões que não possam ser respondidas simplesmente por um sim ou não.
A questão que você estiver perguntando irá naturalmente variar de acordo com o
acidente mas há algumas perguntas gerais que devem ser sempre perguntadas:
TÉCNICAS
Se você não estava na cena do acidente pergunte questões diretas. Obviamente você
deve tomar cuidados para assegurar credibilidade a qualquer resposta das entrevistas.
Respostas às primeiras questões geralmente vão mostrar se a testemunha realmente
observou o que aconteceu.
Neste ponto da investigação a maior parte dos fatos sobre o que aconteceu e como
aconteceu devem ser conhecidos. Isto deve ter levado considerável esforço para se
conseguir mas representa apenas a primeira parte do objetivo.
RELATÓRIO FINAL
Quando a sua análise estiver completa, registre um relatório com etapas sobre o que
aconteceu (suas conclusões), trabalhando desde o momento do acidente, listando
todas as possiveis causas de cada etapa. Isto não constitui um trabalho extra: é um
rascunho do relatório final. Cada conclusão deve ser checada para verificar:
RECOMENDAÇÕES
Por exemplo, se você tiver determinado que um corredor escuro contribuiu com um
acidente. Em vez de apenas recomendar “eliminar o corredor escuro”, seria melhor
sugerir não apenas uma iluminação apropriada (específica para a situação do acidente)
mas para todos os setores de trabalho onde fosse necessário.
Nunca faça recomendações para disciplinar uma pessoa ou pessoas que possam ter
cometido algum erro. Isto pode não somente ser contrário ao real objtivo da
investigação, mas pode ameaçar as chances de um livre fluxo de informações numa
futura investigação de acidentes.
Em uma improvável situação em que você não foi capaz de determinar a causa de um
acidente, com alguma segurança, você provavelmente ainda deve ter fragilidades na
investigação. É apropriado que providências devam ser tomadas para corrigir essas
deficiências.
O RELATÓRIO ESCRITO
Se sua organização tem um formulário padrão obrigatório, você irá ter poucas escolhas
na maneira que você irá escrever o seu Relatório. De qualquer forma, você deve esta
atento para superar deficiências, como:
Agora seu rascunho da sequencia de eventos pode ser utilizado para descrever o que
aconteceu. Lembre-se que os leitores de seu Relatório não tem conhecimento
detalhado do acidente, assim você tem que incluir todos os detalhes pertinentes.
Fotografias e diagramas podem economizar muitas palavras descritivas. Identifique
claramente onde as evidencias estão baseadas nos fatos.
FALHA HUMANA
O que deve ser feito se a investigação revelar “falha humana”?
Uma diiculdade que atrapalha muitos investigadores é a ideia de que ninguem gosta
de atribuir culpa. Entretanto, quando uma investigação de acidente de trabalho revela
que alguma pessoa ou pessoas entre a gerencia, supervisor e os trabalhadores falham,
então este fato deve ser destacado. A intenção aqui é remediar a situação, não
disciplinar alguem individualmente.
Falha em apontar erros humanos que contribuem para um acidente irá não apenas
degradar a qualidade da investigação. Mais tarde, isto irá permitir que futuros
acidentes ocorram pelas mesmas causas devido a não terem sido levadas em conta.
MONITORAMENTO
Tradução livre de publicação do Canadian Centre for Occupational Health & Safety
Samuel Gueiros, Med Trab