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Investigação de acidentes
OBJETIVO
Nesse contexto, indica-se no artigo 16, ponto 3, da citada lei que, quando se
verificando um dano à saúde dos trabalhadores, o empresário deve efetuar
uma investigação a respeito, buscando detectar as causas dos fatos.
1
RUBIO ROMERO, Juan Carlos. Manual para la formación de nivel superior en prevención de riesgos laborales.
Ediciones Diaz de Santos, Madrid. 2005. Pode-se consultar parcialmente no endereço web
http://books.google.eslbooks?id=DK9aB3LK3EgÇ [Lido 9 de março de 2009, GMT +1].
Obter respostas para essas perguntas, além de saber a sequência com que se deu o fato e
suas causas, permitirá o estabelecimento de medidas preventivas buscando-se evitar
ocorram acidentes semelhantes no futuro.
Ao ter o acidente uma origem multicausal, eliminando-se uma de suas causas, rompe-se
sua cadeia causal e, portanto, sendo evitado. Isso pode induzir a fazer com que a
investigação se encerre enquanto se delimitando a causa mais imediata a ter provocado
a positivização do acidente. Como já mencionado, essa prática deve ser evitada,
buscando-se o maior aprofundamento possível e decompondo-se as causas imediatas em
outras mais simples, até se chegar às causas básicas, o que permitirá efetuar um trabalho
preventivo mais eficaz, pois se uma mesma causa se apresenta em vários acidentes, a
eliminação dessa causa impedirá que eles ocorram.
- compilação de dados;
- integração dos dados colhidos;
- determinação das causas;
- seleção das causas principais; e
- ordenamento de resultados, conclusões e propostas.
Compilação de dados
- sendo possível, devem ser obtidas provas documentais como vídeos, fotos, etc.,
já que são provas importantes da situação real.
Por outra parte, nas perguntas a serem feitas, deve-se evitar tenham uma resposta
forçada, envolvendo o descumprimento de normas ou induzindo á justificação.
Como modelos de perguntas a efetuar, são indicadas as seguintes: que ocorreu?
Quem o fez? Como o fez? Com que o fez? Onde o fez? Quando o fez?, etc.
- juntar informação própria, isto é, obtida pelo técnico que efetua a investigação
do acidente, nela sendo primordial determinar as variações que se deram com
relação a uma situação de referência ou habitual, na qual não ocorre acidente.
Essa avaliação não é fácil em muitas ocasiões, por ser difícil estabelecer um
critério de determinação da frequência de surgimento de uma situação anormal,
para que se torne habitual;
Nessa fase, o que se pretende é ter uma descrição fidedigna dos acontecimentos
que ao parecer do investigador se mostre em conformidade com os fatos reais,
ou seja, deve-se descrever o acidente em concatenação com os fatos compilados.
Uma vez conhecidos os fatos, devem ser analisados buscando-se determinar suas
possíveis causas, sempre devendo ser agentes, fatos ou circunstâncias reais
presentes no evento e nunca sob a pressuposição do que tenha havido.
Esse método considera o trabalho como um sistema, sendo as disfunções desse sistema
as causadoras de acidentes.
A construção da árvore pode ser efetuada da esquerda para a direita ou de cima para
baixo, sendo esse último critério o que maior comodidade traz à montagem.
Na busca dos antecedentes de cada um dos fatos, podemos nos deparar com distintas
situações:
- O fato (Y) tem um só antecedente (X), e a relação entre eles é tal que o fato (Y)
não ocorreria se o fato (X) não tivesse ocorrido antes. Diz-se que (X) e (Y)
formam uma cadeia, sendo representados graficamente do seguinte modo:
- O fato (X) não ocorreria se o fato (Y) não tivesse ocorrido antes, mas isso não
basta, sendo necessário ocorra o fato (Z). O fato (X) tem dois antecedentes, (Y) e
(Z). Diz-se haver uma conjunção entre eles, representada graficamente do
seguinte modo:
- Nem o fato (Y) nem o (Z) ocorreriam se antes não tivesse ocorrido o fato (X).
Diz-se, então, que formam uma disjunção, representada graficamente
assim:
- Não há qualquer relação entre o fato (X) e o fato (Y), diz-se, então, que são
dois fatos independentes, e em sua representação gráfica não estão relacionados.
Uma vez montada a árvore seguindo-se essa metodologia, deve-se agir. Nesse serntido,
basta que qualquer fato não ocorra para que o acidente não se dê.
No dia do acidente, esse motorista, ao tentar dar a partida no caminhão, verifica que ele
não arranca, decidindo-se a utilizar uma camionete antiga, também da empresa,
utilizada excepcionalmente como veículo auxiliar.
Ordena que carreguem esse veículo e mesmo se dando conta de que o pedido do dia é
superior ao habitual, decide sobrecarregá-la para não ter que efetuar duas viagens.
Ao sair da panificadora, percebe que a via que leva á cidade está bloqueada em virtude
da chuva, razão pela qual decide tomar uma rodovia secundária com aclives e declives
acentuados.
Ao descer por uma desses declives, os freios não respondem adequadamente, chocando-
se o veículo contra uma árvore, ficando o motorista gravemente ferido.
Logo, entre ambos os fatos, lesão e choque formam uma relação de cadeia1:
- P: Que foi necessário para ocorrer o choque contra a árvore?
- R: Os freios não responderem adequadamente.
- P: Foi necessário algo mais?
- R: Não.
O seguinte fato a analisar seria a chuva, e nos perguntaríamos: o que precisa ocorrer
para que chova? Logo teríamos uma interrogação, pois ainda se tendo causas básicas
nelas não nos aprofundamos.
Do fato de se tentar evitar uma segunda viagem não se tem mais informação, logo
acabaria em interrogação.