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FACULDADE CATHEDRAL

CURSO DE DIREITO

ANA BEATRIZ ALEXANDRE E SILVA


GABRIELA MENDONÇA LOPES
PAULA VITORIA DA SILVA COELHO
THIAGO PEREIRA PRAIA RODRIGUES DE CARVALHO

LICITAÇÃO: MODALIDADE LEILÃO

Boa Vista - RR
2023
1. INTRODUÇÃO

O leilão ou hasta pública é uma modalidade de negociação muito difundida em


órgãos públicos e empresas privadas, onde a comercialização de bens e serviços
ocorrem de forma muito simples e rápida. No caso de leilões públicos de venda, o
leiloeiro irá ler as condições de venda descritas no catálogo, as quais deverão ser
acompanhadas por todos os compradores. O leiloeiro é um agente público, per-
tencente à categoria ficção doutrinária do Direito Administrativo Brasileiro. Em se-
guida os lotes em leilão serão anunciados um a um. Assim que o lote de interesse
da pessoa for anunciado, ela deverá levantar a mão para dar um lance (se neces-
sário falando ao leiloeiro o valor do seu lance).

Lote é um conjunto formado de um ou mais bens que serão leiloados. No caso


de leilão de veículos, um lote pode ser formado por apenas um automóvel, en-
quanto em um leilão de materiais um lote pode ser constituído por um conjunto de
motores e peças diversas. Caso existam mais pessoas interessadas no mesmo
lote inicia-se uma disputa para decidir quem dará o maior lance começando com o
lance mínimo. É basicamente uma disputa de "quem dá mais". Lance mínimo é o
menor preço para que um determinado lote seja vendido, se o lance mínimo não
for atingido será aceito um lance condicional, "lance condicional" é o termo utilizado
quando o maior lance ofertado por um bem leiloado não atinge o valor mínimo de
venda exigido por seu vendedor (arrematante).

Em verdade, no Brasil, as pessoas ainda acabam associando o leilão ao poder


judiciário, em virtude do "leilão judicial" que esse "órgão" determina dentro dos
processos judiciais. Porém, atualmente, as empresas em geral e o Poder Público
também vêm se utilizado com muito êxito do leilão para a venda de seus bens
inservíveis ou que estejam em desuso, o quais podem ser úteis para outras pes-
soas ou empresas. Para essas empresas e Poder Público o leilão representa mais
uma forma de recuperação de capital de giro. Portanto, a venda de bens em de-
suso representa transformar em recursos (dinheiro) itens que se prestavam unica-
mente à ocupação de espaços.
1. CONCEITO

Na lei nº8.66/1993 prevê a licitação e suas modalidades, assim como a lei


nº14.133/2021 também prevê a modalidade de leilão da licitação – segundo o art.6º,
XL o leilão é como modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou bens
móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance.

Nesse sentido a autora Di Pietro (2014, p.419) entende que o leilão é:

Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a


venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legal-
mente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, pre-
vista no art. 19, a quem possa oferecer o maior lance, igual ou superior ao da
avaliação (art. 22, § 5º).

O leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a


venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou ainda para a alienação de bens imóveis cuja aquisi-
ção haja derivado de procedimento judicial ou de dação em pagamento.

Para a Administração pode ter três objetivos:

1. Vender bens móveis inservíveis;


2. Bender produtos legalmente apreendidos ou penhorados;
3. Alienar bens imóveis adquiridos em procedimento judicial ou através de dação
em pagamento, como permite o art. 19 do Estatuto.

Nessa órbita da lei nº 8.666/93:

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição


haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, po-
derão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as se-
guintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concor-
rência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

2. FUNCIONAMENTO DO PREGÃO
A regra geral é tem direito à compra o candidato que oferecer o maior lance, devendo
este ser igual ou superior à avaliação, de acordo com o art. 22,§5º.
Há dois requisitos importantes no leilão, deve ser dada ao certame ampla di-
vulgação- o que é mais rigoroso no princípio da publicidade, segundo dispõe o art.
53,§4º. E, depois é necessário que, antes do processo, sejam os bens devidamente
avaliados – isso é devido ao princípio da preservação patrimonial dos bens públicos,
é oq eu emana do art.53,§1º, do Estatuto.
2.1 REQUISITOS PARA A REALIZAÇÃO:

2.1.1 LOCAL

Para a realização de um leilão, é necessário ter um local próprio, salvo se o


leiloeiro fornecer o depósito, para juntar os bens e, em seguida, separá-los e numerá-
los em forma de lotes sequenciais, para que o comprador, na visitação antes do leilão,
possa identificar e verificar o que é de seu interesse.
Base Legal: Art. 19 do Decreto nº 21.981/1932.
2.1.2 RELAÇÃO DOS BENS:
A empresa fornecerá ao leiloeiro uma relação de bens disponíveis, na qual de-
verão constar a quantidade, as características e o valor mínimo para venda.

Base Legal: Arts. 20 e 21 do Decreto nº 21.981/1932.


2.1.3. PUBLICAÇÃO:
Nenhum leilão poderá ser realizado sem que haja, pelo menos, 3 (três) publi-
cações no mesmo jornal, devendo a última ser bem pormenorizada, sob pena de
multa.

Todos os anúncios de leilões deverão ser muito claros nas descrições dos res-
pectivos efeitos, principalmente quando se tratar de bens imóveis ou de objetos que
se caracterizem pelos nomes dos autores e fabricantes, tipos e números, sob pena de
nulidade e de responsabilidade do leiloeiro.
Base Legal: Art. 38 do Decreto nº 21.981/1932.

2.1.4. CONTRATO:
Deverá ser firmado, entre leiloeiro e empresa, um contrato de autorização de
venda em público (leilão), no qual o leiloeiro contratado cumprirá todas as normas
estabelecidas de comum acordo com a empresa contratante e com os procedimentos
de leilão público.
Base Legal: Arts. 20, 25 e 26 do Decreto nº 21.981/1932 (Checado pela Valor em 27/04/22).

2.2. Leiloeiro (Decreto n° 22.427)

Pode ser o leiloeiro oficial ou servidor designado pela Administração. O Leilo-


eiro é um auxiliar da justiça devidamente registrado e designado para a realização do
leilão. Ele possui a incumbência de realizar o certame e definir a consumação da
venda com a batida do martelo, além de realizar o Edital e divulgação dos leilões.

Art.2º - Para ser leiloeiro, é necessário provar:


(a)ser cidadão brasileiro e estar no gozo dos direitos civis e políticos;
(b) ser maior de vinte e cinco anos;
(c) ser domiciliado no lugar em que pretenda exercer a profissão a mais
de cinco anos;
(d) ter idoneidade comprovada com apresentação de caderneta de iden-
tidade (578) e de certidões negativas dos distribuidores, no Distrito Fe-
deral, da Justiça Federal e das varas criminais da justiça local, ou de
folhas corridas, passadas pêlos cartórios dessas mesmas justiças e, nos
Estados e no Território do Acre, pelos cartórios da Justiça Federal e local
do distrito em que o candidato tiver o seu domicílio.
Apresentará, também, o candidato, certidão negativa de ações ou exe-
cuções movidas contra ele no foro cível federal e local correspondente
ao seu domicílio e relativo ao último qüinqüênio.

Depois do leiloeiro ser habilitado perante as juntas comerciais fica obrigado a


prestar fiança em dinheiro ou em apólices da dívida pública federal.

Nessa Órbita Decreto n° 22.427:

Art. 6º - O leiloeiro, depois de habilitado devidamente perante as Juntas


Comerciais, fica obrigado, mediante despacho das mesmas Juntas, a
prestar fiança em dinheiro ou em apólices da Dívida Pública Federal que
será recolhida no Distrito Federal, ao Tesouro Nacional e, nos Estados
e Território do Acre, às Delegacias Fiscais, Alfândegas ou Coletorias Fe-
derais. O valor desta fiança será, no Distrito Federal, de NCR$ 40,00 e,
nos Estados e Território do Acre, o que for arbitrado pelas respectivas
Juntas Comerciais.

3. MODALIDADES DE LEILÃO

Podemos dividir o leilão em 2 (duas) modalidades, a saber:


• leilão judicial: é a venda pública de bem que ocorre por determinação judicial,
através de um processo judicial. O leilão judicial ocorre quando o juiz leva o
bem a leilão público, para que o dinheiro do bem arrematado seja usado para
pagar dívida que o dono (proprietário) possuía. Exemplo: quando um morador
está com débito o condomínio, o juiz determina que o imóvel seja vendido em
leilão para pagar a dívida.

• leilão extrajudicial: ocorre por autorização do proprietário ou de terceiro pau-


tado em lei especial que autorize. Exemplo: as construtoras utilizam o leilão
extrajudicial quando seus clientes ficam inadimplentes, com o financiamento do
imóvel; nesse caso, houve execução extrajudicial da dívida.

4. FORMALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO

Pela simples razão da licitação ser de natureza jurídica de procedimento admi-


nistrativo, nela intervêm, por mais de uma vez, a Administração e os interessados.
Inicialmente, o processo se inicia com a instauração do processo administrativo, que
deverá ser autuado, protocolado e numerado, para garantia de todos os intervenien-
tes.
No processo deve estar de autorização do certame.
E nesse ponto a regra é o processamento e julgamento por uma comissão de licitação,
integrada por no mínimo três membros, sendo pelo menos dois deles servidores pú-
blicos qualificados. Todos são solidariamente responsáveis pelos atos da comissão,
salvo se algum deles manifestar sua posição divergente e formalizá-la na respectiva
ata da reunião.

Quanto ao procedimento, há ainda um ponto relevante a considerar no caso de


licitações simultâneas ou sucessivas em que o valor estimado seja de grande vulto
(100) vezes o limite do art. 23, I, "c", do Estatuto). Em tal situação, é obrigatório que o
processo de licitação seja iniciado com uma audiência pública, designada pela autori-
dade competente com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para a
publicação do edital, devendo ser divulgada com antecedência mínima de dez dias
úteis da data de sua realização (art. 39).

Por fim. A finalidade da norma é de caráter democrático pois visa a permitir a


sociedade interessada, pelos indivíduos integrantes ou por entidades representativas,
possa debater com a Administração todos os aspectos da contratação futura, inclusive
com a conveniência, a oportunidade, de gastos, de transtornos comunitários etc. Logo,
é assegurado a todos os interessados o direito e o acesso à informação, e sendo
assim cumprir a lei e prevenir a sociedade contra imposições administrativas autoritá-
rias.
Encerrado o leilão, serão pagos à vista os bens arrematados, admitindo-se,
conforme o edital, o pagamento de certo percentual, que, entretanto, não será inferior
a 5% do valor da avaliação. Com o pagamento, os bens são imediatamente entregues
ao arrematante. Este, no entanto, fica obrigado a pagar o saldo devedor da arremata-
ção – se for o caso – no prazo fixado no edital, sob pena de perder o valor já recolhido,
em favor da Administração.

5. EDITAL

O edital é a regra do jogo como funcionará o leilão. Edital é o ato pelo qual a
Administração divulga as regras a serem aplicadas em determinado procedimento de
licitação. Com rara felicidade, HELY LOPES MEIRELLES caracterizou o ato como 'a
lei interna da concorrência e da tomada de preços".

O edital traduz uma verdadeira lei porque subordina administradores e admi-


nistrados às regras que estabelece. Para a Administração, desse modo, o edital é ato
vinculado e não pode ser desrespeitado por seus agentes. Nesse sentido, é expresso
o art. 41 do Estatuto:”i” Administração não pode descumprir as normas e as condições
do edital, ao qual se acha estritamente vinculada". Se houver modificação superveni-
ente do edital, a Administração tem duas obrigações:

1. Divulgar a modificação pela mesma forma em que se deu o texto original; e


2. reabrir o prazo estabelecido no início, salvo quando a alteração não afetar a
formulação da proposta.

Observa-se que qualquer modificação do edital deve configurar-se como exceção.


Bem como, a Administração tem a obrigação de deter-se na elaboração do ato para
que nesse possa expressar seu real intento. Além disso, deve ser proativa, no sentido
de planejar suas ações, evitando retificações posteriores desnecessárias.

O edital é uma das espécies de instrumento convocatório. Não é utilizado na mo-


dalidade de convite, porque nesta o instrumento é a carta-convite, que, na verdade,
faz as vezes do edital, porque fixa, ainda que sumariamente, algumas normas e con-
dições que devem vigorar no convite.

O edital deve ser divulgado através de aviso resumido, publicado no Diário Ofi-
cial, sendo indicado o local onde pode ser conseguido o inteiro teor do ato. O edital
deve obrigatoriamente ter alguns anexos: a minuta do contrato a ser firmado futura-
mente; o orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; o pro-
jeto básico e, se for o caso, o projeto executivo; e as especificações complementares
e as normas de execução. Observa-se que todas essas imposições têm o escopo de
permitir inteira aplicação do princípio da publicidade, dando oportunidade aos interes-
sados de conhecerem os detalhes que cercam a licitação e o futuro contrato.

Se o edital tiver alguma irregularidade, é assegurado a qualquer cidadão o im-


pugnar, protocolando o pedido até cinco dias antes da data designada para a abertura
dos envelopes de habilitação. Oferecida a impugnação, cabe à Administração decidi-
la no prazo de três dias (art. 41, § 1 º). Tal faculdade decorre do direito de petição,
inscrito no art. 5°, XXXIV, "a'', da Constituição Federal, que assegura, como direito
fundamental, a representação aos Poderes Públicos contra qualquer tipo de ilegali-
dade na função administrativa.

o licitante que fez a impugnação, é a ele garantida a participação no certame


até a decisão final sobre o que suscitou na representação. Advirta-se, porém, que
nada impede que a Administração exerça seu poder de autoridade, corrigindo de ofício
a regra ilícita, pois que afinal está ela jungida ao princípio da legalidade. Entendemos,
ainda, que o fato de poder a Administração rever de ofício a ilegalidade, no exercício
de sua autotutela, não acarreta a inconstitucionalidade do art. 41, § 2º, no que toca à
decadência do direito à impugnação

No caso da impugnação do edital por ação judicial, inclusive por mandado de


segurança, o prosseguimento da licitação e a eventual adjudicação final do objeto do
contrato não convalidam a ilegalidade nem acarretam a perda de objeto da ação. De-
cretada a ilegalidade do edital, a decisão opera ex tunc, isto é, elide os efeitos já pro-
duzidos no certame desde a ocorrência do vício.

O Tribunal de Contas tem a prerrogativa de sustar contratos no caso de ilega-


lidade (art. 71, § 1 º, CF). Entretanto, é desprovido do poder de exercer controle prévio
sobre editais de licitação, sendo mesmo inconstitucional qualquer ato dessa Corte
que, como regra, vise àquele objetivo. Seria evidente ingerência na função destinada
aos órgãos da Administração. Em casos excepcionais, e tendo em vista a natureza da
licitação, poderia admitir-se a solicitação daquele Tribunal para análise prévia do edi-
tal; o que não se admite é que esse pedido se converta em imposição geral para toda
a Administração.
6. COMISSÃO

A taxa da comissão dos leiloeiros será regulada por convenção escrita que,
sobre todos ou alguns dos efeitos a vender, eles estabelecerem com os comitentes
(àquele que concede comissão). Na falta de estipulação prévia, os percentuais das
comissões serão os seguintes:

• 3% (três por cento) do lance final, tratando-se de bens imóveis de qual-


quer natureza; e

• 5% (cinco por cento) do lance final, nos demais bens.


Em leilões extrajudiciais, o arrematante (àquele que adquire o bem) arcará
sempre com a comissão do leiloeiro de 5% (cinco por cento) do valor do lance, quais-
quer que sejam os bens arrematados.

7. HABILITAÇÃO

Habilitação é a fase do procedimento em que a Administração verifica a aptidão


do candidato para a futura contratação. A inabilitação acarreta a exclusão do licitante
da fase do julgamento das propostas, e, embora seja uma preliminar deste, vale como
um elemento de aferição para o próprio contrato futuro, que é, de regra, aliás, o alvo
final da licitação.

A Administração não pode fazer exigências indevidas e impertinentes para a


habilitação do licitante. A própria Constituição, ao referir-se ao processo de licitação,
indica que este "somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações" (art. 37, XXI). No mesmo
sentido, já decidiu o STJ que as exigências na licitação devem compatibilizar-se com
seu objetivo, de modo que 'a ausência de um documento não essencial para a firma-
ção do juízo sobre a habilitação da empresa não deve ser motivo para afastá-la do
certame licitatório".

São cinco os aspectos que medem a habilitação do candidato:

1. habilitação jurídica;
2. qualificação técnica;
3. qualificação econômico-financeira;
4. fiscal e trabalhista; 128 e
5. cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF (art. 27 do
Estatuto, sendo que este último requisito foi acrescentado pela Lei nº
9.854, de 27.10.1999).

Em relação aos profissionais, o que a lei exige é que seus nomes sejam infor-
mados ao órgão pela licitante e indicados os que serão responsáveis pelos trabalhos
(art. 30, II), bem como impõe que esses profissionais ''deverão participar da obra ou
serviço objeto da licitação': admitindo-se, entretanto, sua substituição por outros dota-
dos de experiência equivalente ou superior (art. 30, § 10).
A qualificação econômico-financeira é o conjunto de dados que fazem presumir
que o licitante tem "capacidade para satisfazer os encargos econômicos decorrentes
do contrato".
São requisitos exigíveis para tal situação:

1. balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício


social;
2. certidão negativa de falências e concordatas; e
3. garantia de, no máximo, 1 % do valor estimado para contrato.

Tendo em vista o objeto da contratação, pode a Administração estabelecer exi-


gência de capital mínimo, ou de patrimônio líquido mínimo, desde que prevista no
edital. O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido, porém, não poderão exceder
a 10% do valor estimado para o contrato (art. 31, §§ 2° e 3º).

7.1. PAGAMENTO DO ICMS

Aquele que arrematar bem em leilão será considerado contribuinte do ICMS,


devendo, desta forma, recolher o imposto sobre o valor total da compra utilizando a
alíquota interna da mercadoria, independentemente do arrematante ser ou não em-
presa optante pelo regime do Simples Nacional. O ICMS deverá ser recolhido medi-
ante guia de recolhimentos especiais, observado o seguinte:
• arrematação judicial: o ICMS deverá ser recolhido pelo arrematante, antes
da expedição da carta de arrematação ou adjudicação;

• arrematação de mercadoria importada do exterior, em leilão ou licita-


ção, promovidos pelo poder público: o ICMS deverá ser recolhido pelo
arrematante, até o momento do registro da Declaração de Arrematação ou
documento equivalente;

• operação de saída de mercadoria, decorrente de alienação em leilão,


falência ou inventário: o ICMS deverá ser recolhido pelo contribuinte, lei-
loeiro, síndico ou espólio, quando da alienação, no início da remessa da
mercadoria.

Cumpre esclarecer que, caso o arrematante seja contribuinte do ICMS, deverá


emitir Nota Fiscal no momento em que entrar no seu estabelecimento mercadoria ou
bem arrematado ou adquirido em leilão ou concorrência, promovidos pelo Poder Pú-
blico.

Importante lembrar que o arrematante deverá realizar o destaque do imposto


na Nota Fiscal relativa à entrada, indicando no documento fiscal que o ICMS foi reco-
lhido por meio de Guia Especial de Recolhimentos, podendo o adquirente da
mercadoria, contribuinte do imposto, se creditar do valor do imposto recolhido, nas
hipóteses permitidas na legislação.
8. CONCLUSÃO

Sabe-se que, para poder alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou ser-
viços, fazer concessões, permissões de obra, serviço ou de uso exclusivo de bem
público, a Administração deve obedecer a um procedimento constitucionalmente ga-
rantido, que é a licitação. Através de tal procedimento administrativo, a Administração
Pública convoca os interessados à apresentação de propostas, com o escopo de se-
lecionar aquela que se mostrar mais conveniente em função de parâmetros previa-
mente divulgados.
Diante do conteúdo abordado, ficou bem sucinta a organização, realização, re-
quisitos, habilitação e leiloeiro, de acordo com os parâmetros da lei. Seguindo um
parâmetro estabelecido em lei, que concerne uma boa estruturação e efetivação com
aquilo que é do anseio da sociedade.
Assim como, o conceituação segundo a lei e da doutrina, bem como quem po-
derá participar do leilão, isso está expresso na Lei. Tendo em vista, que o leilão tem
o edital que dispõe as regras seguindo a lei.
9. REFERÊNCIAS

SÃO PAULO. Área: ICMS. Leilão de mercadorias. Disponível em: https://www.va-


lor.srv.br. Acesso 19/03/2023 10:53

SOUZA, Eiaquim N. L. A. modalidades de licitação. Disponivel em:


https://www.jus.com.br/jusnavigandi Acesso 19/03/2023 9:30

FILHO, JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO. MANUAL DE DIREITO ADMINSITRA-


TIVO. 34ª ed.São Paulo. Editora Gen. 2020

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